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TEORIA GERAL DA ADMINISTRACAO A2

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DISCIPLINA: 
INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL 
DA ADMINISTRAÇÃO 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Aline Mara Gumz e Prof.ª Carla Patrícia da S. Souza 
 
 
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INTRODUÇÃO 
O surgimento da fábrica na Revolução Industrial impulsionou a produção, 
que aconteceu sem padrão e sem processo produtivo. Em outras palavras, 
faltava eficiência na produtividade. Quer dizer, produzir mais com menos. 
Neste encontro estudaremos as origens da administração, através da 
ótica da eficiência. Os engenheiros Taylor e Fayol, se destacam em pensar a 
empresa e o processo produtivo através da eficiência. 
Inicialmente, estudaremos Frederick W. Taylor, um engenheiro americano 
que analisou e se preocupou em estabelecer parâmetros ao processo produtivo. 
É importante destacar que a ênfase da pesquisa de Taylor foi no processo 
produtivo. 
Na sequência, aprenderemos sobre Henry Fayol, um engenheiro que 
pensou a eficiência na administração da empresa. Fayol, diferentemente de 
Taylor, não analisou o processo produtivo, mas se concentrou em entender a 
estrutura administrativa da organização. 
E na continuação, analisaremos como os outros pensadores 
influenciaram e permitiram o desenvolvimento da administração através de 
estudos para alcançar a eficiência. 
 
PROBLEMATIZAÇÃO 
Pense no seu cotidiano, no seu modo de agir. Analise seu local de 
trabalho, faça uma análise sobre suas atividades diárias. 
Depois, liste cinco atividades destas atividades diárias e como você as 
desempenha. Verifique como e onde estão localizados os materiais que você 
utiliza na realização da atividade. 
 
 Quanto tempo você leva de deslocamento? 
 Esses materiais estão próximos de você? 
 Como você utiliza esses materiais? 
Depois, anote quanto tempo você necessita para realizar cada atividade. 
 
 
 
 
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Assim: 
Após essas anotações, repense o seu contexto. Será que se você 
arrumar de um modo diferente o seu local, você será mais produtivo? Será 
que você é eficiente nas suas atividades? 
 
 
TAYLOR E A ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA 
Descrição e Contextualização 
Antes de começarmos a estudar sobre os engenheiros que pensaram, 
vamos refletir sobre a eficiência. 
O que é eficiência? 
Segundo o dicionário online http://www.dicio.com.br/eficiencia/ : 
“Eficiência é a capacidade de realizar tarefas ou trabalhos de modo 
eficaz e com o mínimo de desperdício; produtividade”. 
 
Em outras palavras, significa que quando dizemos que alguém é eficiente 
estamos dizendo que ela é produtiva. 
Qual a importância da eficiência na organização? 
Como a eficiência interfere nos resultados da empresa? 
A eficiência, a produtividade, dentro da empresa é uma preocupação 
analisada e estudada inicialmente por Frederick Winslow Taylor, no começo do 
século XX, com o surgimento da fábrica na Revolução Industrial. Antes de 
falarmos sobre a importância da eficiência, vamos conhecer um pouco sobre 
quem foi Taylor. Quais foram suas experiências profissionais que o permitiram 
descobrir a importância da eficiência no processo produtivo. 
 
 
 
 
 
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Quem foi Taylor? 
O americano Frederick Winslow Taylor nasceu em 1856, na Pensilvânia, 
e faleceu em 1915. Filho de uma família abastada financeiramente, apesar de 
ter sido aprovado no curso de Direito de Harvard, optou por se tornar um 
trabalhador manual. 
Ele aprendeu o oficio de torneiro, em um fábrica de bombas hidráulicas 
onde ele trabalhou entre os anos de 1874 e 1878. Durante o período que 
trabalhou nessa fábrica, começou a observar o desempenho dos colaboradores, 
e o “corpo-mole” que faziam o processo produtivo. 
A análise de Taylor incluía a relação entre os gerentes e os funcionários, 
e que em muitos momentos essa má relação entre ambos prejudicava a 
produtividade. 
Em 1878, Taylor começou a trabalhar na usina siderúrgica Midvale. Iniciou 
sua carreira como trabalhador e terminou como engenheiro chefe, lá 
permaneceu durante 12 anos. Nesse período, ele decidiu voltar aos estudos. 
Cursou engenharia no período noturno, em 1883 obteve o título de mestre em 
engenharia. 
É necessário observar a ênfase dos autores a competência profissional 
de Taylor (MAXIMIANO 2011; CHIAVENATO, 2004). Por exemplo, na Midvale, 
Taylor desenvolveu inúmeros aprimoramentos técnicos. Ele foi um grande 
engenheiro, que patenteou muitas invenções. O que possibilitou um 
reconhecimento profissional nacionalmente. 
Em 1890, iniciou suas atividades profissionais como gerente geral de uma 
fábrica de papel, que durou até 1893, quando decidiu atuar como consultor. No 
seu cartão de visita ele propunha-se a “sistematizar a administração do chão de 
fábrica” (MAXIMIANO, 2011, p. 53). 
Nesse mesmo ano, foi contratado para trabalhar exclusivamente para a 
empresa Bethlehem Steel, aonde desenvolveu suas próprias ideias sobre a 
administração científica. Vale ressaltar que a Bethlehem Steel era uma grande 
empresa para a época, pois em 1900 contava com aproximadamente 4000 
funcionários. 
 
 
 
 
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Em 1901 ele saiu da Bethlehem e dedica-se a divulgação de suas ideias. 
Em 1910 foi criada a Sociedade para a Promoção da Administração Científica, 
que em 1915, após a sua morte, tornou-se Sociedade Taylor. 
É importante ressaltar que Taylor não desenvolveu sozinho suas técnicas 
e seus estudos referente a Administração Científica. Ele trabalhou em parceria 
com vários colegas e pesquisadores, como veremos na sequência, que 
buscaram compreensão da eficiência no resultado da empresa. É necessário 
destacar que o resultado do trabalho de Taylor é o resultado de um longo período 
de pesquisa. E abordaremos aqui alguns momentos de destaque na carreira de 
Taylor. 
 
Enquanto trabalhava na empresa Midvale (1878 e 1890), Taylor observou 
alguns problemas no processo produtivo, que deram início as suas pesquisas, 
entre eles (MAXIMIANO 2011): 
 Não havia uma noção clara da divisão de trabalho da 
administração e do trabalhador. 
 Não havia incentivos para o trabalhador melhorar seu 
desempenho. 
 Muitos trabalhadores não faziam suas funções. 
 Os administradores decidiam apoiados em intuições e em 
palpites. 
 Não havia integração entre os departamentos das 
empresas. 
 Os trabalhadores realizavam tarefas nas quais não haviam 
aptidão. 
 Havia conflitos entre supervisores e operários sobre a 
quantidade de produção. 
Essas observações de Taylor sobre o desempenho dos funcionários, 
remuneração e mesmo falhas administrativas, permitiram o início do Movimento 
da Administração Científica. A palavra científica vem ciência, quer dizer que 
houve um interesse científico sobre o assunto. 
 
 
 
 
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Para saber mais: 
Ciência é um “Conjunto organizado de conhecimentos relativos a 
certas categorias de fatos ou fenômenos. Conjunto de conhecimentos 
humanos a respeito da natureza, da sociedade e do pensamento, 
adquiridos através do desvendamento das leis objetivas que regem os 
fenômenos e sua explicação”. 
http://www.dicio.com.br/ciencia/ 
 
Ciência é estudo, é conhecimento. Significa dizer que começa a existir um 
estudo, um conhecimento sobre a administração, deixando de ser empírica, mas 
ancorada no resultado produtivo. 
A Administração Científica teve início na Sociedade Americana dos 
Engenheiros Mecânicos (ASME), fundada em 1880, da qual Taylor era sócio e 
chegou a presidente. 
Destacam-se três momentos na administração cientifica, conforme a 
seguir: 
Fonte: Maximiano, 2011, p. 54. 
 
 Primeira fase: o tempo de produção e os salários 
Inicialmente,a preocupação de Taylor na administração científica era 
referente ao salário pago aos trabalhadores. Na época o pagamento era 
 
 
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realizado por dia ou peça produzida. Em ambos os casos isso desmotivava o 
trabalhador, que tinha a sensação que o esforço do seu trabalho só trazia 
benefícios e enriquecia o patrão. 
Se a remuneração fosse por dia produzido, não era considerado quanto 
ele produziu. Se a remuneração fosse por peça, se a produção aumentava muito, 
havia uma redução no valor da peça. Esse contexto desmotivava o trabalhador, 
pois ele não obtinha vantagens em produzir mais. 
Em 1895, Taylor apresentou uma proposta de remuneração de piece-rate 
system (um sistema de pagamento por peça). Segundo essa proposta, o 
pagamento deveria ser por peça produzida. A ideia era de estudar o tempo de 
produção de uma peça. Esse estudo para conhecer o tempo exato da produção, 
ele chamou de “estudo sistemático e científico do tempo”, que consistia em dividir 
as tarefas e cronometrar e registrar. 
A partir destas pontuações, podem ser definidos o tempo padrão de 
produção de elementos básicos. Esse procedimento foi chamado de sistema de 
administração de tarefas. Além desta preocupação com o tempo, houve também 
uma preocupação em selecionar os trabalhadores, e pagar incentivos 
A administração científica surge com o estudo dos tempos, (em 
seguida tempo e movimento) a qual a principal razão foi buscar a 
precisão para definir o valor dos salários. 
Estudo do tempo significa cronometrar todas as funções para realização 
de determinada atividade. Quanto tempo leva e o quanto custa para a 
empresa. A partir deste estudo, é possível determinar o tempo médio de 
produção. 
 Segunda fase: da produtividade para o aprimoramento 
As experiências profissionais de Taylor permitiram realizar observações 
sobre o comportamento humano e o rendimento da produtividade dos 
trabalhadores, bem como a necessidade de aprimoramento na seleção dos 
funcionários. Essas constatações estão em seu livro: Shop Management 
(Administração de Operações Fabris) de 1903. 
 Taylor observa que o trabalhador deve ser remunerado 
conforme a sua produtividade. Pagar um salário igual a todos os 
colaboradores de um mesmo setor, independente da produtividade, é 
 
 
 
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desmotivador para o grupo. Taylor notou que as pessoas produziam 
menos do que eram capazes. 
 Para aumentar a produtividade, é necessário um estudo do 
tempo de produção do trabalhador, controlando a sua produtividade. 
Estabelecido um método padrão de produção, é possível realizar o 
controle da mesma. 
 Também, é necessário realizar uma seleção científica dos 
funcionários, significa dizer que se o trabalhador se identificar com a tarefa 
realizada, o trabalho será de melhor qualidade. 
 Ainda, é necessário treinar cientificamente os funcionários, 
para que todos realizem suas atividades de um mesmo modo padrão, que 
será o modelo padrão de produção. Desta forma o trabalhador deixa de 
agir na produção de modo empírico. 
 E além disso, ele reconhece que a produtividade na empresa 
aumenta se houver um ambiente de cordialidade entre os funcionários e 
os gerentes. 
 Terceira fase: os objetivos da administração científica 
Em 1911, Taylor lança o livro The Principles of Scientific Management 
(Princípios da Administração Científica). Neste ele consolida as teorias do livro 
anterior e apresenta uma distinção entre a filosofia e as técnicas da 
administração científicas, que são (MAXIMIANO, 2011): 
 Estudo de tempos e movimentos. 
 Padronização de ferramentas e instrumentos. 
 Padronização de movimentos. 
 Conveniência de uma área de planejamento. 
 Cartões de instrução. 
 Sistema de pagamento de acordo com o desempenho. 
 Cálculo de custos. 
 
Em suas pesquisas sobre a administração científica, Taylor apresenta que 
é importante separar a administração do processo de fabricação. O 
planejamento é responsabilidade da administração e a execução 
responsabilidade da fábrica. 
 
 
 
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Taylor salienta que para a maioria das pessoas os interesses dos 
empregadores e empregados são antagônicos. Entretanto, para a Administração 
Científica os interesses de ambos são únicos e com a mesma direção. A 
prosperidade do empregador não pode existir a longo prazo se não for 
acompanhado pela prosperidade do empregado. 
 
Taylor demonstrou que a produtividade elevada resulta da 
eficiência do trabalho e não da maximização do esforço. 
 
Taylor e os princípios da administração científica 
 
Para Taylor, a Administração consiste em 4 princípios básicos: planejar, 
prepara, controlar e executar. 
1. Princípio do Planejamento: substituir no trabalho o critério individual 
do operário, a improvisação e a atuação empírico-prática, pelos métodos 
baseados em procedimentos científicos. Substituir a improvisação pela ciência, 
através do planejamento do método. 
2. Princípio de Preparo: selecionar cientificamente os trabalhadores 
de acordo com suas aptidões e prepara-los e treina-los para produzir mais e 
melhor, de acordo com o método planejado. Além do preparo da mão de obra, 
preparar também as máquinas e equipamentos de produção, bem como arranjo 
físico e a disposição racional das ferramentas e materiais. 
3. Princípio do Controle: controlar o trabalho para se certificar de que 
o mesmo está sendo executado de acordo com as normas estabelecidas e 
segundo o plano previsto. A gerencia deve cooperar com os trabalhadores, para 
que a execução seja a melhor possível. 
4. Princípio da Execução: distribuir distintamente as atribuições e as 
responsabilidades, para que a execução do trabalho seja bem mais disciplinada. 
Fonte: Chiavenato, 2004, p. 64. 
 
Taylor é considerado o pai da Administração Científica. Seu trabalho e suas 
contribuições foram direcionados para o processo produtivo. Os estudos realizados por 
ele são com ênfases nas tarefas (do chão de fábrica). Taylor preocupa-se em aumentar 
a eficiência da empresa, por meio da racionalização do trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Organização racional do trabalho 
 
 
 
Faça a leitura indicada a seguir: 
SCATENA, M. I. C. Ferramentas Para a Moderna Gestão Empresarial: 
Teoria, Implementação e Prática. Curitiba: InterSaberes, 2012, p. 24-32. 
 
 
FORD E SEU SISTEMA DE GESTÃO EFICIENTE 
Outra pessoa que deixou grande contribuição prática para a resolução de 
problemas de eficiência foi Henry Ford, criador da linha de montagem 
(MAXIMIANO, 2005). Que tal entendermos o contexto em que isso ocorreu? 
No início do século os carros já não eram novidade, mas eram acessíveis 
apenas aos ricos. Até então cada carro era fabricado artesanalmente. Os 
poucos especialistas dominavam todo o processo de produção. 
Quando a Ford adotou a primeira linha de montagem, os funcionários não 
precisavam de tanta qualificação. Ao lado da esteira rolante cada funcionário 
adicionava uma peça ao corpo do carro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Linha de montagem do Ford T. 
Fonte: http://cargocollective.com/manaedi/Linha-de-montagem-Ford-T-
Aventuras-na-historia 
 
O barateamento foi brutal, o modelo T que originalmente era vendido a 
800 dólares, teve o preço reduzido para 290 dólares. Ford aumentou o salário 
dos trabalhadores para 5 dólares ao dia. Afinal, isso também estimularia o 
consumo e vendas de automóveis. 
 
Curiosidade: 
"O cliente pode escolher a cor que desejar, desde que seja preta." Henry 
Ford. 
Essa famosa frase faz referência ao Ford Modelo T, que era produzido 
apenas na cor preta. 
Você sabe o porquê da escolha dessacor? 
A tinta preta era a única com secagem mais rápida no mercado de 1913. 
 
Ford Modelo T. Fonte 
 
 
 
 
 
http://acumenlearning.com/leadership-lessons-from-henry-ford/ 
 
 
 
 
 
 
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HENRY FORD (1863-1947) 
Americano, nascido no estado de Michigan, iniciou sua vida profissional 
como mecânico, e posteriormente, tornou-se empresário. 
Projetou um modelo de carro, e em 1899, fundou sua primeira fábrica de 
automóveis, que logo depois foi fechada. 
Em 1903 fundou a Ford Motor Company. Entre 1905 e 1910 promoveu a 
grande inovação por ter idealizado as linhas de montagem. Ficou conhecido 
como o inventor do carro popular. 
 
Propostas de Ford 
Além de seu nome está ligado à criação da linha de montagem, Henry 
Ford, foi o quem mais elevou os dois princípios da produção em massa, que é a 
fabricação de peças padronizadas e trabalho especializado (MAXIMIANO, 
2005). A linha de montagem adotada por Ford objetivava agilizar o trabalho para 
possibilitar o aumento da produção. 
A racionalização da produção proporcionou a linha de montagem que 
permite a produção em massa são padronizadas o maquinário, o material, a mão 
de obra, o design do produto, o que gera um custo mínimo (CHIAVENATO, 
2004). 
Segundo Maximiano (2005), a produção em massa se baseia em peças e 
componentes padronizados e intercambiáveis e especialização do trabalhador, 
conforme figura a seguir: 
Princípios da produção em massa 
Fonte: Maximiano (2015, p. 67). 
 
 
 
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Sobre os princípios da produção em massa, Maximiano (2005) destaca 
que a para alcançar a padronização Ford passou a utilizar o mesmo sistema de 
calibragem para todas as peças, em todo o processo de manufatura. Isso gerou 
o que nos conhecemos como controle da qualidade. 
Ford também buscou tornar o processo produtivo mais simplificado, com 
a diminuição do número de peças de seus produtos A exemplo do bloco de seu 
motor que era uma única peça fundida, enquanto que motor dos concorrentes 
possuía vária peças separadas. 
Na produção em massa cada etapa do processo produtivo é realizada por 
um trabalhador diferente, cada pessoa e cada grupo tem uma tarefa fixa dentro 
de uma etapa de um processo bem definido. Assim, as qualificações do 
trabalhador se resumem aos conhecimentos para a execução de uma tarefa. 
Sob uma perspectiva crítica, podemos considerar isso como um trabalho 
alienado, em que que o trabalhador não tem controle do processo produtivo e 
nem dos resultados do seu trabalho. 
 
Para saber mais 
Assista o filme Tempos Modernos – em que Chaplin faz uma crítica à 
alienação do trabalhador diante da produção em massa. 
 
No filme, os trabalhadores são meros apertadores de porcas e parafusos? 
Seria fácil substitui-los? 
Para acelerar a produção Ford adotou três princípios, segundo 
Chiavenato (2004): 
 Princípio da intensificação: diminuir o tempo de duração 
coma utilização imediata dos equipamentos e matéria-prima, e a rápida 
colocação do produto no mercado. 
 Princípio da economicidade: reduzir ao mínimo o volume do 
estoque de matéria-prima em transformação, para que o automóvel fosse 
pago à empresa antes de vencido o prazo de pagamento dos salários e 
da matéria-prima adquirida. 
 Princípio da produtividade: aumentar a capacidade de 
produção do homem no mesmo período por meio da especialização e da 
linha de montagem. 
 
 
 
 
 
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Na atualidade linhas de montagem carregam todos os tipos de produtos, 
em diferentes níveis e estágios. Engenheiros de produção e outros profissionais 
da área continuam estudando e analisando formas de tornar a produção mais 
eficiente. 
Hoje temos robôs computadores, cronômetros, sistemas de vídeo, mas 
na essência os princípios da linha de montagem concebidos por Ford 
continuam vivos. 
O que você acha disso? 
 
 
Vamos pesquisar? 
Pesquise a linha de montagem de um determinado produto e aponte as 
semelhanças e diferenças da linha de montagem de Ford. 
Mais uma leitura que vai ajudar bastante: 
SCATENA, M. I. C. negrito: Teoria, Implementação e Prática. Curitiba: 
InterSaberes, 2012, p. 37-40. 
 
 
OUTROS AUTORES DA ESCOLA DA EFICIÊNCIA 
A partir das ideias da administração científica para solução de problemas 
de eficiência podemos citar algumas pessoas que trabalharam de forma 
independente de Taylor e Ford, mas que trouxeram contribuições significantes 
para esse movimento: Henry Fayol, Frank e Lilian Gilbreth, Henry Gantt, Hugo 
Musnsterberg, Gulick, Urwick e Emerson (MAXIMIANO, 2005). Vamos conhecê-
los! 
 
Henry Fayol (1841-1925) 
Francês, engenheiro de minas, iniciou sua carreira profissional em 1860, 
em uma empresa metalúrgica e de produção de carvão. Aposentou-se na 
mesma empresa em 1918, onde ingressou em 1888 (SCATENA, 2012). 
Henry Fayol foi contemporâneo à Taylor, contudo diferentemente de 
Taylor que trabalhou nos níveis operacionais da fábrica, Fayol começou na 
cúpula administrativa, buscando a definição das funções administrativas, pois 
para ele era a habilidade mais requerida pela direção de uma organização 
 
 
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(KWASNICKA, 2009). Seu trabalho foi considerado uma das maiores 
contribuições para o campo da gerência e da administração. 
Em 1908 publicou “Os princípios da administração”, em que mostra as 
possibilidades de formar administradores e criar o ensino formal de 
administração. Além disso, trata de forma mais clara os cinco elementos 
primários da administração: planejamento, organização, direção e controle 
(PODC). 
Para Fayol, a administração é uma atividade comum a qualquer 
empreendimento humano, a qual exige planejamento, organização, direção, 
coordenação e controle. Assim, Fayol considerava que todos deveriam estuda-
la, o que exigiria uma teoria geral da administração que pudesse ser ensinada. 
Para cumprir esse objetivo, Fayol criou e divulgou sua própria teoria e 
dividiu a empresa em seis atividades ou funções da empresa, segundo 
Maximiano (2005): 
Função Técnica: produção e manufatura 
Função Comercial: compra, venda, troca 
Função Financeira: procura e utilização de capital 
Função Segurança: proteção da propriedade e das pessoas 
Função Contabilidade: registro de estoques, balanços, custos, 
estatísticas 
Função Administração: planejamento, organização, direção, 
coordenação e controle 
 
Fayol fortalece o papel do gerente e sua capacidade tomar decisões, 
estabelecer metas, definir diretrizes e atribuir responsabilidades aos integrantes 
da organização, a fim de que as atividades de planejamento, organização, 
direção, coordenação e controle tenham uma sequência apropriada. 
Por fim, complementa sua teoria com a proposição de 14 princípios para 
uma administração eficaz, e são diretrizes que devem orientar a ação dos 
administradores. 
 
Os princípios estabelecidos por Fayol, segundo Kwasnicka (2009) 
você verá a seguir ... 
 
 
 
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1. Divisão do trabalho: os princípios de especialização do trabalho, de forma a 
concentrar atividades para maior eficiência. 
2. Autoridade e responsabilidade: autoridade é o direito de dar ordens e o poder para 
obediência. 
3. Disciplina: disciplina é absolutamente essencial para o progresso da empresa. 
4. Unidade de comando: um empregado deve receber ordens de somente um superior. 
5. Unidade de direção: uma cabeça e um plano para um grupo de atividades, tendo os 
mesmos objetivos. 
6. Subordinação do interesse individual para o interesse geral: o interesse de um 
empregado não deve prevalecer sobre o da organização. 
7. Remuneração de pessoal:compensação deveria ser justa, e na mesma medida do 
possível, satisfatória ao indivíduo e à empresa. 
8. Centralização: é essencial para a empresa e uma consequência natural do processo 
de organizar. 
9. Rede escalar: a rede escalar é a cadeia de superiores que vai da mais alta 
administração até o mais baixo degrau. 
10. Ordem: a organização deveria providenciar um lugar para cada indivíduo. 
11. Equidade: equidade é o senso de justiça que deve prevalecer na organização. 
12. Estabilidade: é necessário tempo para o empregado se adaptar a seu trabalho e 
desempenha-lo de maneira eficiente. 
13. Iniciativa: Em todos os níveis organizacionais, entusiasmo e energia são parte da 
iniciativa. 
14. Espírito de equipe: esse princípio enfatiza a necessidade de trabalho em grupo e 
manutenção de relacionamento interpessoal. 
 
Saiba Mais 
A obra de Fayol só ficou conhecida nos Estados Unidos em 1949, embora 
tenha sido traduzida para o inglês em 1929. No final de sua vida, Fayol comparou 
suas ideias com as de Taylor e concluiu que elas deveriam ser complementares 
(SCATENA, 2012). 
Frank e Lilian Gilbreth 
Frank Bunker Gilbreth (1868-1924), depois de abandonar seus estudos 
no Massachusetts Institute of Technology tornou-se aprendiz de pedreiro em 
uma empresa de construção, da qual se tornou superintendente. 
 
 
 
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A partir da observação dos movimentos realizados para a execução das 
tarefas na empresa criou inúmeros mecanismos, a exemplo de andaimes 
móveis, misturadores de concreto, correias transportadoras e barras de reforço. 
A partir de suas experiências publicou em 1909 o livro “Sistema de 
Construção”, que relatava suas observações sobre movimentos. 
Em 1911, publicou “Estudo do Movimento”, no qual expõe a necessidade 
do estudo sistemático e da racionalização dos movimentos para a execução de 
uma determinada tarefa. Assim, o objetivo do estudo dos movimentos é cortar 
custos, aumentar salários e a eficiência. 
Em 1904, Frank Gilbreth casa-se com Lilian Moller (1876-1961), 
doutoranda em inglês, que se dedicou ao estudo da psicologia para acompanhar 
o trabalho do marido. 
Em 1912, o casal publica livro sobre o estudo dos movimentos e, em 1916, 
estudo da fadiga, obra esta que combina a administração científica com a visão 
da psicologia industrial. 
A contribuição de Frank e Lilian Gilbreth reside no estudo e eliminação de 
movimentos desnecessários e redução da fadiga por meio de técnicas mais 
eficientes para a realização das tarefas e a necessidade de prover períodos de 
descansos para aumentar a eficiência. 
A particularidade de seus trabalhos está na tentativa de Lilian Gilbreth 
aplicar a psicologia à administração em uma época que não havia essa 
preocupação. 
 
Saiba Mais 
Embora Taylor e os Gilbreth tenham se dedicado ao estudo de 
movimentos, há diferenças significativas no foco de cada um dos trabalhos. 
Taylor preocupava-se com a redução do tempo dos processos para aumentar a 
eficiência e o lucro, enquanto que os Gilbreth buscavam a redução dos 
movimentos para evitar a fadiga e garantir o bem-estar do trabalhador. 
 
Henry Gantt (1861-1919) 
Era engenheiro mecânico e inventor, em 1888 foi assistente de Taylor na 
empresa Midvale Steel. Gantt, seguindo de perto o trabalho de Taylor, teve um 
estilo particular ao lidar com problemas da Administração. 
 
 
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Por ter melhor compreensão sobre a natureza psicológica do trabalhador, 
tornou-se mais liberal ao lidar com os problemas de produção e usou a psicologia 
para aumentar a produtividade. 
Em 1901 se estabeleceu como consultor em administração, sendo um dos 
primeiros especialistas em eficiência. 
Em suas atividades de consultoria, observou a influência de aspectos 
humanos no trabalho que influenciavam na produtividade. Uma das 
contribuições de Gantt é o reconhecimento da eficiência de incentivos não 
monetários e dando importância a moral do trabalhador (PRESTES MOTTA; 
VASCONCELOS, 2006). 
Segundo Maximiano (2005), nos últimos anos da vida de Gantt este se 
interessou na tentativa de compreender e influenciar a dinâmica da sociedade 
industrial. As ideias de Gantt pregavam a cooperação entre patrões e 
empregados, que para ele seria um dos caminhos para a prosperidade 
econômica 
 
Saiba Mais 
Henry G. Gntt é conhecido por desenvolver o Gráfico de Gantt, que se 
constitui como um método para acompanhar graficamente o fluxo diário da 
produção (SCATENA, 2012). 
Em 1917 os Estados Unidos entraram na Primeira Guerra. Nessa época 
Gantt trabalhava para o governo, e coordenou a construção de 533 navios. Ao 
final da guerra os americanos tinham 341 estaleiros, que haviam construído 
1.300 navios em 18 meses. Com o gráfico, Gantt pode gerenciar com maior 
eficiência seus projetos. 
 
Hugo Munsterberg (1863-1919) 
Recebeu o título de doutor em psicologia da Universidade de Leipzig, em 
1885, e de doutor em medicina, em 1887. 
Quando era estudante trabalhou com Wihelm Wundt, criador da psicologia 
experimental. Anos mais tarde se tornou professor e diretor do programa de 
psicologia da Universidade de Harvard. 
 
 
 
 
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Em 1910 começa a realizar pesquisas visando a aplicação da psicologia 
à indústria. Em 1913 publica o livro “Psicologia e Eficiência Industrial”, que 
clarifica o papel do psicólogo na indústria, segundo Maximiano (2005): 
Ajudar a encontrar os homens mais capacitados 
Definir condições psicológicas favoráveis ao aumento da produtividade 
Produzir influências desejadas na mente dos empregados que fossem 
do interesse da administração 
 
Munsterberg contribuiu para o fortalecimento da psicologia industrial e seu 
estabelecimento como um importante ramo da administração de empresas 
(MAXIMIANO, 2005). 
 
Hanrrington Emerson (1853-1931) 
Engenheiro e autor de “Os doze princípios da eficiência” foi auxiliar de 
Taylor e contribui para popularizar a administração científica. 
 
Os doze princípios da eficiência propostos por ele, são: 
1. Traçar um plano objetivo e bem 
definido, de acordo com os ideais. 
2. Estabelecer o predomínio do bom 
senso. 
3. Manter orientação e supervisão 
competentes. 
4. Manter disciplina. 
5. Manter honestidade nos acordos. 6. Manter registros precisos, 
imediatos e adequados. 
7. Fixar remuneração proporcional ao 
trabalho. 
8. Fixar normas padronizadas para as 
condições de trabalho. 
9. Fixar normas padronizadas para o 
trabalho. 
10. Fixar normas padronizadas para 
as operações. 
11. Estabelecer instruções precisas. 12. Fixar incentivos eficientes ao 
maior rendimento e à eficiência. 
 
Lyndall Fowness Urwick (1891-1970) 
Inglês, foi coronel e presidente da empresa de consultoria e administração 
Urwick Orr and Partners Ltda. Sua contribuição reside na definição de sete 
funções do administrador: 
 
 
20 
 
 Investigação 
 Previsão 
 Planejamento 
 Organização 
 Coordenação 
 Comando 
 Controle 
 
Luther Halsey Gulick (1865-1918) 
Inglês, propôs sete elementos da administração: 
 Planejamento 
 Organização 
 Assessoria 
 Direção 
 Coordenação 
 Informação 
 Orçamento 
 
Mais uma leitura para complementar os nossos estudos: 
SCATENA, M. I. C. Ferramentas Para a Moderna Gestão Empresarial: 
Teoria, Implementação e Prática. Curitiba: InterSaberes, 2012, p. 38-47. 
 
 
NA PRÁTICA 
Leia a matéria sobre a cozinha do McDonal’s e depois responda as 
questões propostas: 
A cozinha do McDonald’s 
Assim como Ford havia feito 40 anos antes em sua fábrica de 
automóveis, em 1948 os irmãos McDonald transformaram sua lanchonete emuma linha de montagem. O Peedee Service System dispensava cozinheiros: 
cada funcionário tinha só uma tarefa, agilizando o processo. Base de todas as 
redes de fast food, o sistema já foi acusado de promover o consumismo e a 
alienação, mas uma coisa ninguém nega: ele funciona. 
 Pedido 
Assim que o caixa registra o pedido, outro funcionário, chamado de 
"apoio", passa o recado para a cozinha, e a tostadeira, a estação de condimentos 
e a chapa entram em ação simultânea. O apoio também é encarregado da 
porção de fritas. 
 
 
21 
 
 
 Tostadeira 
A máquina funciona como uma torradeira gigante, que avisa quando o pão 
está no ponto. 
 Condimentos 
Aqui, o pão quentinho recebe picles, cebola, molho, queijo etc. 
 Carnes 
Enquanto o pão é tostado e preparado, as chapas já estão quentes. São 
uma para hambúrgueres normais e outra para os grandes. 
 
 Montagem 
A bordo de uma bandeja móvel, os pães chegam à estação da chapa. O 
sanduíche é montado e vai para a embalagem. 
 Finalização 
O funcionário que atende por "produção final" checa o sanduíche antes 
de ele ir para a estufa. Lanches "descaracterizados" (muita alface, queijo na 
ordem errada) vão para o lixo. 
Fonte: HIRATA, G. A cozinha do McDonald’s. SuperInteressante, Agosto de 
2009. Acesso: http://super.abril.com.br/alimentacao/cozinha-mcdonald-s-
621676.shtml 
 
Cabe a pergunta: quais princípios vistos na aula de hoje se manifestam 
no caso do McDonald’s? 
 
SÍNTESE 
Nessa aula vimos o movimento da administração científica e as 
contribuições de seus principais participantes e a linha de montagem de Ford. 
Percebemos ao longo de nossa aula que alguns princípios da 
administração científica e da linha de montagem estão presentes nas 
organizações nos dias atuais. Você consegue perceber em que grau as 
empresas ainda vivem tal qual como no início do século XX? 
Que tal enumerar empresas que possuem características vistas na 
nossa aula? Você concorda com sua forma de trabalho? Mudaria algo? 
 
 
 
22 
 
 
REFERÊNCIAS 
CHIAVENATTO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 
7. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2004. 
FAYOL, Henry. Administração Industrial e Geral. 9. ed. São Paulo: 
Atlas, 1976. 
KWASNICKA, E. L. Introdução à Administração. São Paulo: Atlas: 
2009. 
MAXIMIANO, Antônio C. A. Introdução à Administração. 5. ed. São 
Paulo: Atlas, 2011. 
MAXIMIANO, A. C. A. Teoria Geral da Administração: da revolução 
urbana à revolução digital. São Paulo: Atlas, 2005. 
PRESTES MOTTA, F. C.; VASCONCELOS, I. F. G. Teoria Geral da 
Administração. São Paulo: Cencage Learning, 2006. 
SCATENA, M. I. C. Ferramentas Para a Moderna Gestão Empresarial: 
Teoria, Implementação e Prática. Curitiba: InterSaberes, 2012. 
TAYLOR, Frederick W. Princípios de administração científica. São 
Paulo: Atlas, 1990.

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