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2 Roteiro de aula ética, moral e o direito

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AULA – ÉTICA JURÍDICA 
 
PROFESSOR: Vanderlei Luiz Weber 
Roteiro da aula 02 
 
 
A ÉTICA E O DIREITO 
 
 
1 A ÉTICA E O DIREITO 
 
Questões introdutórias ao tema: tudo o que é ético é jurídico e vice-se 
versa? O que é tem amplitude: a ética ou o direito? O direito inclui a ética no 
seu campo científico ou o contrário? 
 
1.1 SEMELHANÇAS: 
 
Tanto a norma moral como a norma jurídica são um comando de ordenação 
e orientação da conduta humana (“dever-ser”), tornando-se critério para 
averiguação da ação como boa ou ruim, conforme ou desconforme à regra. 
 
1.2 DISTINÇÕES: 
 
- Normas jurídicas se caracterizam pela heteronomia (sujeição do indivíduo 
a norma que lhe é exterior); a coercibilidade ou pela cogência (uso legítimo 
da violência pelo Estado); a bilateralidade (obrigatoriamente são 
necessários dois sujeitos). 
 
- Normas morais se caracterizariam pela unilateralidade (é exercida 
intrasubjetivamente pelo indivíduo), incoercibilidade ou não cogência (não 
existência de sanções “graves” pelo Estado ou sociedade) e autonomia 
(relativos ao poder de autogestão do indivíduo). 
 
2 PONTOS DE RELAÇÃO: 
 
As normas jurídicas podem estar em consonância com os preceitos morais 
de uma sociedade ou estar em desconformidade com ela. Pode-se dizer que 
certo direito é moral ou imoral. Todavia, o fato de o direito ser considerado 
imoral não retira a sua legalidade e a sua cogência, devendo, portanto, ser 
cumprido. 
 
Exemplo: Auxílios concedidos a juízes – no TJGO 
- auxílio-alimentação (R$ 418,00 mensais); 
- auxílio-moradia (10% do salário, mensalmente) 
- o auxílio-livro (12% do salário, uma vez ao ano). 
- O salário de juiz em início de carreira é de aproximadamente R$ 22 mil e 
o salário do presidente do TJ-GO é cerca de R$ 30 mil. 
 
Inclusive pode-se dizer que os costumes (hábitos humanos, normas morais) 
são secundum legem (conforme a lei), praeter legem (além da lei – é fonte 
integradora do ordenamento jurídico) e contra legem (contra a lei). 
 
 
2.1 MORAL E PRINCÍPIOS ÉTICOS COMO FONTE 
INTEGRADORA DO DIREITO 
 
Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro: 
 
Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a 
analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. 
 
Exemplos de princípios do Direito: 
 Falar e não provar é o mesmo que não falar; 
 Ninguém pode causar dano, e quem causar terá que indenizar; 
 Ninguém pode se beneficiar da própria torpeza; 
 Ninguém deve ser punido por seus pensamentos; 
 Ninguém é obrigado a citar os dispositivos legais nos quais ampara sua 
pretensão, pois se presume que o juiz os conheça; 
 Ninguém está obrigado ao impossível; 
 Não há crime sem lei anterior que o descreva; 
 Ninguém pode alienar, transferir ou transmitir mais direitos do que tem. 
 
3 MORAL COMO ELEMENTO EXPRESSO DE NORMA JURÍDICA 
 
CONSTITUIÇÃO: 
 
Art. 37 – “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos 
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência [...]” 
 
- neste caso a regra moral faz parte do princípio jurídico e deve ser analisado 
na sua aplicação. 
 
CÓDIGO CIVIL 
 
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a 
boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. 
 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao 
exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim 
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
 
Art. 1.573. Podem caracterizar a impossibilidade da comunhão de vida a 
ocorrência de algum dos seguintes motivos: 
I - adultério; 
II - tentativa de morte; 
III - sevícia ou injúria grave; 
IV - abandono voluntário do lar conjugal, durante um ano contínuo; 
V - condenação por crime infamante; 
VI - conduta desonrosa. 
 
5.4 ÉTICA COMO FONTE JURÍDICA? 
 
- Segundo a Teoria Tridimensional do Direito o Direito em si é composto 
por fatos, valores e normas. 
 
- processo de nomogênese (nascimento da norma): “o mundo jurídico é 
formado de contínuas ‘intenções de valores’ que incidem sobre uma ‘base 
de fato’, refrangendo-se em várias proposições ou direções normativas, uma 
das quais se converte em norma jurídica, em virtude da interferência do 
Poder (REALE, 1994, p. 124)”. 
 
a) FATO SOCIAL – desmatamento da mata ciliar das nascentes – 
consequência – morte das nascentes 
 
b) INTENÇÕES DE VALORES SOBRE O FATO - 
1) Existem muitas nascentes e, portanto, não haverá problema de água no 
futuro; 
2) A morte da nascente é ruim mas não se deve interferir no direito de 
propriedade e na forma de uso da propriedade; 
3) A morte da nascente é maléfica para toda a sociedade e, portanto, não deve 
ocorrer – sabe-se que se não desmatar a certa distância a nascente é 
preservada. 
 
- Discussões sociais sobre as diversas propostas valorativas. 
- Discussões chegam ao poder legislativo – proposta de lei. 
 
c) NORMA - Aprovação da lei no sentido de proibir o desmatamento da mata 
ciliar até certa distância para a preservação das fontes de água. 
 
Em analogia a lei a norma representa, neste momento, o que foi considerado 
socialmente como “a melhor conduta humana” para aquele caso específico. 
 
REFERÊNCIAS 
 
BITTAR, Eduardo C. B. Curso de Ética Jurídica: Ética geral e profissional. 
11. ed. Saraiva: São Paulo, 2014. 
 
REALE, Miguel. Teoria Tridimensional do Direito. 5. ed. São Paulo: 
Saraiva, 1994.

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