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Aspectos Gerais do Direito Tributário
DIREITO TRIBUTÁRIO
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ASPECTOS GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Esta aula dará início ao curso de Direito Tributário, que é muito importante 
para os concursos públicos das áreas jurídica e fiscal. Ao planejar e montar este 
curso, houve a preocupação em abordar o conteúdo de forma completa.
Para iniciar o conteúdo, faz-se necessário apresentar a forma que o Direito 
Tributário se apresenta, bem como sua aplicação prática, estabelecendo um 
raciocínio jurídico tributário. Dessa forma, inicialmente, serão abordados os prin-
cípios e as imunidades previstos na Constituição de 1988.
CONSTITUIÇÃO
Princípios
Os princípios constitucionais tributários constituem o núcleo central do Sis-
tema Tributário Nacional, pois protege o contribuinte. A maioria dos autores dou-
trinários denomina os princípios como limitações ao poder tributário. 
Imunidades
Imunidade é a delimitação negativa da competência tributária que se apre-
senta de diversas formas, como, por exemplo, imunidade livre, imunidade fiscal 
etc. 
Espécies Tributárias
O atual entendimento do Supremo Tribunal Federal – STF classifica as espé-
cies tributárias por meio da teoria pentapartida, especificando cinco tipos de tri-
butos, são eles:
Taxas – subdividem-se em duas espécies: taxas pela prestação de serviço 
público e taxas pelo exercício do poder de polícia.
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O art. 145 da Constituição Federal de 1988 é de suma importância para 
compreender as taxas tributárias. Leia-o com atenção!
Contribuição de melhoria – realização de melhorias pelo poder público 
decorrente de obras públicas.
Empréstimo Compulsório – efetuado por motivo de guerra, calamidade 
pública, investimento público, devendo ser devolvido na mesma espécie que 
foi arrecadado.
Contribuições – subdividem-se em sociais e gerais. 
Atenção!
As contribuição não fazem parte das repartições de receitas e têm referibilidade 
que permitem maior manejo do que se arrecada. 
Impostos – os impostos abordam alguns aspectos, quais sejam:
• Material.
• Pessoal.
• Espacial.
• Temporal – registro da declaração de importação no Sistema Siscomex de 
Importação.
• Quantitativo.
Ex.: importação de mercadoria.
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No anexo da Lei Complementar n. 116, há uma lista taxativa que especifica os 
serviços abordados pelo ISS – Imposto Sobre Serviço.
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Mauro S. Moreira. 
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Aspectos Gerais do Direito Tributário – II
DIREITO TRIBUTÁRIO
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ASPECTOS GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO – II
CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL 
O Código Tributário Nacional é anterior à CF/88, por isso, em algumas partes, 
diverge da CF/88. Ele aborda regras que regulam a relação jurídica entre o fisco 
(federal, estadual, municipal) e o particular. Dentre as principais regras aborda-
das no Código Tributário Nacional, estão: fato gerador, obrigação e lançamento 
tributário, suspensão, extinção e exclusão do crédito tributário etc.
A linha didática abordada a seguir é adotada pela maioria dos doutrinadores. Veja.
HI – hipótese de incidência: previsão abstrata.
Atenção!
Os doutrinadores contemporâneos estudam a norma lógica de incidência de 
um tributo, conforme a matriz de incidência tributária. 
FG – fato gerador: o fato encaixa-se em uma hipótese de incidência, tor-
nando-se fato jurídico. 
OT – obrigação tributária: vínculo jurídico estabelecido entre sujeitos ativo 
e passivo (aspecto pessoal da regra matriz de incidência tributária).
Na obrigação tributária, há o contribuinte e o responsável tributário. Veja-os.
• Contribuinte – tem relação direta com o fato gerador.
• Responsável tributário – nos termos do art. 128 do CTN, é a pessoa que 
tem vínculo indireto com o fato gerador a quem é atribuído, por lei, a res-
ponsabilidade tributária.
A responsabilidade tributária diz respeito aos meios e às técnicas de arreca-
dação de tributos. Há dois tipos de obrigação tributária, são elas:
• Principal – é aquela relacionada ao pagamento do tributo e da multa pre-
vistos em lei. 
• Acessória – obrigação de fazer ou não fazer, conforme prevista em legis-
lação tributária.
Ex.: manter o livro fiscal.
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Lançamento: procedimento administrativo que culmina com o ato do lança-
mento. Há algumas hipóteses de lançamento: homologação, declaração, ofício, 
técnica do arbitramento etc.
Crédito Tributário: criado pelo lançamento. No crédito tributário, pode haver: 
suspensão da elegibilidade do crédito tributário (art. 151, CTN) que tem como 
principal objetivo obter certidão positiva com efeitos negativos.
O crédito tributário pode ser:
• Extinto (extinção de crédito) – por pagamento, decadência, prescrição etc.
• Excluído (exclusão de crédito): por isenção ou anistia.
Dívida Ativa: gera efeitos, como presunção de fraude. 
Certidão de Dívida Ativa: título executivo extrajudicial. 
EXECUÇÃO FISCAL
É promovida de posse da Certidão de Dívida Ativa – Lei de Execução fiscal 
n. 6.230/1980.
Observe o quadro abaixo, elaborado com base nos aspectos gerais do 
Direito Tributário.
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��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Mauro S. Moreira. 
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Princípios Constitucionais Tributários – Legalidade
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PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS – LEGALIDADE
Princípios Constitucionais Tributários
• Servem de escudo – limitação do poder de tributar do Estado.
Princípio da Legalidade 
Constante em:
• Art. 150, I – Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, 
é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios 
exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça. 
• Art. 5º, II, CF/1988.
• Art. 3º, CTN. 
• Lei Ordinária X Lei Complementar (Empréstimos Compulsórios, do Imposto 
sobre Grandes Fortunas – IGF, e dos Impostos ou Contribuições Residuais – 
conforme os arts. 148; 153, VII; 154, I e 195, § 4.º, todos da CF).
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Princípios Constitucionais Tributários – Legalidade
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Segundo a atual doutrina, não há hierarquia entre Lei Complementar e Lei 
Ordinária. Há, na verdade, diferença de matérias a serem tratadas:
• LC: empréstimo compulsório; impostos sobre grandes fortunas; impostos 
e contribuições residuais; normas gerais em direito tributário.
Princípio da Tipicidade Cerrada 
Constante em:
Art. 97 do Código Tributário Nacional, conforme enumeração abaixo: 
I – a instituição de tributos, ou a sua extinção; 
II – a majoração de tributos, ou sua redução; 
III – a definição do fato gerador da obrigação tributária principal e do seu 
sujeito passivo;
[aspecto material X aspecto pessoal]
IV – a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo; [aspecto 
quantitativo].
V – a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a 
seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; 
VI – as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributá-
rios, ou de dispensa ou redução de penalidades.
Exceções [ao Princípio da Legalidade]
• Atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo (expres-
samente ressalvada pelo § 2.º do mesmo art. 97); 
• Fixação do prazo para recolhimento (Supremo Tribunal Federal – RE 
172.394/SP, RE 195.218/MG). 
• STJ – Súmula 160 – “É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante 
decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária”. 
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Princípios Constitucionais Tributários – Legalidade
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• Possibilidade de alteração, dentro dos limites legais, das alíquotas: – 
Impostos de Importação (II);
 – de Exportação (IE); 
 – sobre produtos industrializados (IPI);
 – e sobre operações financeiras (IOF).
Atenção!
Esses impostos são classificados doutrinariamente como “extrafiscais”, ou 
seja, sua principal finalidade não é a de fiscalizar.
• Jurisprudência – STF. 
• As alterações têm sido feitas por ato do Poder Executivo, não havendo 
desobediência ao texto constitucional, conforme já decidido pelo STF 
(Pleno, RE 570680/RS, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 28.10.2009, DJ 
04.12.2009, p. 1.024).
• Emenda Constitucional 33/2001 
 – Permite aos Estados e ao Distrito Federal, mediante convênio (reali-
zado no âmbito do CONFAZ), definir as alíquotas do ICMS-monofá-
sico incidente sobre combustíveis definidos em Lei Complementar (CF, 
art. 155, § 4.º, IV). 
 – Permite ao Poder Executivo reduzir e restabelecer as alíquotas da 
CIDE-combustíveis (Decreto - art. 177, § 4.º, I, b, da CF/1988). 
Atenção!
Cuidado: “restabelecer” tem amplitude menor que a palavra “aumentar”, pois, 
no restabelecimento, a alíquota não pode superar o percentual anterior a uma 
redução porventura realizada.
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aula preparada e ministrada pelo professor Mauro S. Moreira. 
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Princípios Constitucionais Tributários – Isonomia
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PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS – ISONOMIA
Medida Provisória 
• Antes da EC 32/2001, o STF já entendia que, em se tratando de matéria 
tributária, o uso da medida provisória era plenamente possível, desde 
que observados os seus requisitos constitucionais, quais sejam: rele-
vância e urgência. 
• Emenda Constitucional 32/2001 – A CF passou a prever que, ressalvados 
o II, o IE, o IPI, o IOF e os impostos extraordinários de guerra, a medida 
provisória que implique majoração de impostos só produzirá efeitos no 
exercício financeiro seguinte se for convertida em lei até o último dia 
daquele em que foi editada (CF, art. 62, § 2º).
• Vedação quando disciplina está reservada à lei complementar (CF, art. 
62, § 1º, III). 
Atenção!
Medida Provisória não pode tratar de matéria reservada a Lei Complementar!
Para que um tributo, em regra, seja cobrado, ele deve obedecer ao princípio 
da anterioridade anual. Para impostos, a MP só produzirá efeitos se for editada 
no ano anterior e ser convertida em lei até o último dia desse ano. No caso 
de contribuições (sociais, gerais), basta apenas que a MP tenha sido publicada 
no ano anterior.
Princípio da Isonomia 
• Art. 150, II, da CF/1988: é vedado aos entes federados “instituir tratamento 
desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente (…)”. 
• Art. 5º, II, CF/1988;
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Princípios Constitucionais Tributários – Isonomia
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• Jurisprudência – STF 
 – EC 41-2003 – Servidor público. Vencimentos. Proventos de aposentadoria 
e pensões. Sujeição à incidência de contribuição previdenciária. Bases de 
cálculo diferenciadas. Arbitrariedade. Tratamento discriminatório entre 
servidores e pensionistas da União, de um lado, e servidores e pen-
sionistas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de outro. 
Ofensa ao princípio constitucional da isonomia tributária, que é particula-
rização do princípio fundamental da igualdade” (STF, Tribunal Pleno, ADI 
3.105/DF, Rel. Min. Ellen Gracie, j. 18.08.2004, DJ 18.02.2005). 
 – STF entendeu haver tratamento discriminatório sem fundamento em desi-
gualdade que justificasse a diferenciação foi quando entendeu insubsis-
tente pretensão de contribuinte que, fundamentado em lei do Município 
de Niterói-RJ, pretendia ver reconhecida isenção do IPTU exclusiva-
mente como decorrência de sua qualidade de servidor público (AI 
157.871-AgR). 
 – SIMPLES: “Não há ofensa ao princípio da isonomia tributária se a lei, 
por motivos extrafiscais, imprime tratamento desigual a microempre-
sas e empresas de pequeno porte de capacidade contributiva distinta, 
afastando do regime do simples aquelas cujos sócios têm condição de 
disputar o mercado de trabalho sem assistência do Estado” (STF, Tribu-
nal Pleno, ADI 1.643/DF, Rel. Min. Maurício Corrêa, j. 05.12.2002, DJ 
14.03.2003). 
Princípio da Capacidade Contributiva 
• Decorre do princípio da isonomia.
Art. 145. (…)
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão gradua-
dos segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração 
tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, 
respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendi-
mentos e as atividades econômicas do contribuinte.
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Princípios Constitucionais Tributários – Isonomia
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Pegadinha da banca
A doutrina admite que o termo se aplique não somente aos impostos, como 
consta na lei, mas também a outras espécies tributárias, como as taxas, por 
exemplo. Portanto, não confunda “nos termos estritos da lei” com “de acordo 
com a jurisprudência, ou a doutrina”, se essa questão for cobrada em prova. 
• Progressividade do imposto de renda; 
 – Instrumento para a efetivação do princípio da capacidade contributiva. 
[Aumento da alíquota à medida que se aumenta a base de cálculo].
• Imposto Pessoal e Imposto Real; 
 – Durante muito tempo, a doutrina entendeu que aos “impostos reais” não 
se aplica à técnica da progressividade. Esta seria aplicada apenas a 
impostos pessoais.
Observe a seguinte súmula, que se baseia nessa ideia:
STF da Súmula 656, afirmando que “é inconstitucional a lei que estabelece 
alíquotas progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imó-
veis – ITBI com base no valor venal do imóvel”.
A lógica do ITBI era a da proporcionalidade – a alíquota se mantém fixa; o que 
se altera é a base de cálculo.
• STF somente admite a progressividade fiscal do IPTU a partir da edição da 
Emenda Constitucional 29/2000, que expressamente autorizou a utilização 
da técnica para o tributo (Súmula STF 668). 
 Aqui, vê-se que a alíquota aumenta à medida que a base de cálculo aumenta.
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Princípios Constitucionais Tributários – Isonomia
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• Progressividade do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação – 
ITCMD 
Atenção!
ITCMD PODE SER PROGRESSIVO.
A lei pode prever a técnica da progressividade tanto para os impostos 
pessoais como também
para os reais. O § 1º do art. 145 da CF/1988 não 
proíbe que os impostos reais sejam progressivos. 
O ITCMD (que é um imposto real) pode ser progressivo mesmo sem que esta 
progressividade esteja expressamente prevista na CF/1988. 
Ao contrário do que ocorria com o IPTU (Súmula 668-STF), não é necessária 
a edição de uma EC para que o ITCMD seja progressivo. 
STF. Plenário. RE 562045/RS, rel. orig. Min. Ricardo Lewandowski, red. p/ o 
acórdão Min. Cármen Lúcia, 6/2/2013 (Info 694).
���Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Mauro S. Moreira. 
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Princípios Constitucionais Tributários – I
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PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS – I
Legislação Tributária 
Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados 
e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que 
versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. 
• Isso significa que, na legislação tributária, a lei estaria no centro, como instru-
mento supremo a versar sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes, 
e os tratados, convenções internacionais, decretos e normas complementa-
res também versariam a esse respeito, mas em posicionamento inferior à lei.
Princípio da Tipicidade Cerrada [somente Lei]
Art. 97 do Código Tributário Nacional, conforme enumeração abaixo: 
I – a instituição de tributos, ou a sua extinção; 
II – a majoração de tributos, ou sua redução; 
III – a definição do fato gerador da obrigação tributária principal e do seu 
sujeito passivo; 
IV – a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo;
V – a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a 
seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; 
VI – as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributá-
rios, ou de dispensa ou redução de penalidades.
Obrigação tributária:
• Principal: tributo (art. 3º, CTN) ou multa; [devem ser tratados por lei]
• Acessória: obrigação de fazer ou não fazer.
Obs.:� Multa não é tributo, é sanção.
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Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. 
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por 
objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se junta-
mente com o crédito dela decorrente. 
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as 
prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação 
ou da fiscalização dos tributos. 





Princípio da Não Surpresa 
• Princípio da Segurança Jurídica;
• Irretroatividade – CF, art. 150, III, a – garantia de que não se cobra tributo 
em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da 
lei que os houver instituído ou aumentado; 
• Anterioridade – CF, art. 150, III, b – o legislador constituinte apenas impe-
diu a cobrança no mesmo exercício financeiro em que haja sido publi-
cada a lei que instituiu ou aumentou a exação.
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PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS – II
Princípio da Não Surpresa [cont.] 
• Princípio da Segurança Jurídica;
• Irretroatividade – CF, art. 150, III, a – garantia de que não se cobra tributo 
em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da 
lei que os houver instituído ou aumentado; [não há exceção]
• Anterioridade – CF, art. 150, III, b – o legislador constituinte apenas impe-
diu a cobrança no mesmo exercício financeiro em que haja sido publi-
cada a lei que instituiu ou aumentou a exação.
Art. 105, CTN. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos 
fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles 
cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos 
do artigo 116. 
Atenção!
Por esta razão, deve-se dizer que o pressuposto de não haver exceção no 
que tange ao princípio da retroatividade é cabido à CF, o que não é possível 
afirmar nos termos do CTN, como vemos em seu art. 105, destacado acima.
No entanto, a doutrina critica os termos do art. 105 do CTN, dizendo que 
não se pode aplicar uma lei a um fato gerador pendente (que está ocor-
rendo). Por outro lado, a doutrina pró-fisco apoia esse conceito. É preciso 
compreender os seguintes conceitos a respeito do tema:
• Fato gerador
a) Instantâneo (que ocorre em determinado momento, na circulação da 
mercadoria ou prestação de serviço).
b) Periódico: pode ser simples/puro (IPTU, ITR, IPVA) ou complexivo – ocorre 
várias vezes em um dado período (IR). Ocorrem periodicamente.
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Princípios Constitucionais Tributários – II
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Ver: Súmula 584, do STF. 
�bss.:� A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) não respeita a ante-
rioridade anual, mas sim a anterioridade nonagesimal (noventena). A 
anterioridade anual se aplica ao IR.
Art. 106, CTN. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I – em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação 
de penalidade à infração dos dispositivos interpretados;
II – tratando-se de ato não definitivamente julgado: 
a) quando deixe de defini-lo como infração; 
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou 
omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta 
de pagamento de tributo; 
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao 
tempo da sua prática. 
• Jurisprudência – STF
O Supremo Tribunal Federal tem como referência, para análise da irretroati-
vidade, o aspecto temporal da hipótese de incidência, ou seja, o momento 
apontado pela lei como sendo aquele em que se deve considerar ocorrido 
o fato gerador.
Atenção!
De acordo com o art. 144, CTN, a lei que se aplica é a lei do momento da 
ocorrência do fato gerador. Isso dialoga com os termos do art. 106, CTN, II, c.
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Princípio da Anterioridade
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PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
Relembrando!
• Jurisprudência – STF
O Supremo Tribunal Federal tem como referência, para análise da 
irretroatividade, o aspecto temporal da hipótese de incidência, ou seja, o 
momento apontado pela lei como sendo aquele em que se deve considerar 
ocorrido o fato gerador.
• Prazo para pagamento – Jurisprudência – STF 
O Supremo Tribunal Federal entende que a norma que se restringe a 
mudar o prazo para pagamento de tributo, mesmo antecipando-o, não 
agrava a situação do contribuinte, não se sujeitando à regra da anteriori-
dade do exercício (STF, 1. a T., REAgR 274.949/SC, Rel. Min. Sydney Sanches, 
j. 13.11.2001, DJ01.02.2002, p. 100). 
• Súmula Vinculante 50, STF 
Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se 
sujeita ao princípio da anterioridade. 
Atenção!
Não consta, nos termos da Súmula Vinculante 50 do STF, que norma legal que 
altera
o prazo para pagamento não se sujeita ao princípio da legalidade.
Correção Monetária 
Substituição legal dos fatores de indexação – Alegada ofensa às garantias 
constitucionais do direito adquirido e da anterioridade tributária – Inocorrência 
–Simples atualização monetária que não se confunde com majoração do 
tributo. (…) A modificação dos fatores de indexação, com base em legislação 
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Princípio da Anterioridade
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superveniente, não constitui desrespeito às situações jurídicas consolida-
das (CF, art. 5.º, XXXVI), nem transgressão ao postulado da não surpresa, 
instrumentalmente garantido pela cláusula da anterioridade tributária (CF, 
art. 150, III, b) (STF, 2. a T., RE-AgR 200.844/PR, Rel. Min. Celso de Mello, j. 
25.06.2002, DJ 16.08.2002, p. 92). 
Exceções à Anterioridade Anual 
• II, IE, IPI (sujeito à anterioridade nonagesimal) e IOF;
• Empréstimos compulsórios de guerra ou calamidade pública e aos 
impostos extraordinários de guerra; 
• EC 42/2003 – IPI e Contribuições estão livres da anterioridade do exercí-
cio financeiro e sujeitas à noventena (ou anterioridade nonagesimal).
• EC 33/2001 – restabelecimento das alíquotas do ICMS-monofásico 
incidente sobre combustíveis definidos em Lei Complementar e das 
alíquotas da CIDE-combustíveis. 
Irretroatividade e revogação de benefícios (art. 104, CTN)
Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que 
ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patri-
mônio ou a renda: 
I – que instituem ou majoram tais impostos; 
II – que definem novas hipóteses de incidência; 
III – que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais 
favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178.
Direto do concurso
1. (CESPE/AGU/2002) Segundo o Código Tributário Nacional, os dispositi-
vos de lei que revoguem isenções relativas a impostos sobre o patrimônio 
ou a renda somente entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte 
àquele em que ocorra a sua publicação, salvo se a lei dispuser de maneira 
mais favorável ao contribuinte. 
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Princípio da Anterioridade
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2. (CESPE/AGU/2002) “Conforme a jurisprudência do Supremo Tribunal 
Federal as isenções não condicionadas ou sem prazo definido podem ser 
revogadas a qualquer tempo por lei e, uma vez revogada a isenção, o tri-
buto volta a ser imediatamente exigível, sendo impertinente a invocação 
do princípio da anterioridade”.
Comentário
O primeiro item dispõe com literalidade sobre os termos do art. 104, especifi-
camente no inciso III.
O segundo item, apesar de abarcar o conceito, passou por um processo de 
mudança interpretativa em sua parte final. O entendimento mais recente do 
Supremo Tribunal Federal (interpretação teleológica do princípio) dispõe que: 
 – “toda alteração do critério quantitativo do consequente da regra matriz 
de incidência deveria ser entendida como majoração do tributo” e, dessa 
forma, sujeita à anterioridade (RE 564.225 AgR/RS). 
 – A decisão da Primeira Turma do Tribunal, mostra que ocorreu um giro 
interpretativo, que importa e evolução no sentido de entender que a revo-
gação de qualquer benefício fiscal configura aumento indireto de tributo, 
em razão disso somente gera efeitos financeiros no exercício subse-
quente ao da publicação da lei revogadora.
Tendo isso em vista, consideramos que a primeira parte, que diz que “conforme 
a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal as isenções não condicionadas 
ou sem prazo definido podem ser revogadas a qualquer tempo por lei” pode 
ser interpretada corretamente. Já o trecho subsequente, a saber, “uma vez 
revogada a isenção, o tributo volta a ser imediatamente exigível, sendo 
impertinente a invocação do princípio da anterioridade” precisaria ser revisado 
nos termos da nova interpretação do STF.
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Princípio da Anterioridade
DIREITO TRIBUTÁRIO
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GABARITO
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2. C (gabarito oficial) E (após a disposição do STF) – passível de anulação!
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com 
a aula preparada e ministrada pelo professor Mauro S. Moreira.
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Princípio da Anterioridade II
DIREITO TRIBUTÁRIO
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PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE – II
Anterioridade e Medidas Provisórias 
Caso o tributo instituído ou majorado for um imposto, a cobrança só poderá 
ser realizada no exercício subsequente, caso a medida provisória tenha 
sido convertida em lei até o último dia daquele em que tenha sido editada 
(CF, art. 62, § 2.º). 
Atenção!
Essa conversão em lei não é exigida no caso das contribuições. 
Anterioridade Nonagesimal ou Noventena 
 – Contagem de 90 dias para o cumprimento, de acordo com o princípio 
da não surpresa.
Atenção!
Não se pode equiparar o prazo da noventena ao período de 3 meses.
• Exceções à noventena: 
 – (II, IE e IOF) são exceções a ambas (noventena e anterioridade anual).
Obss.:� Apesar disso, o IPI é sujeito somente a uma das regras, a noventena. 
 – Imposto de Renda: É possível que uma majoração do imposto de renda, 
por meio de lei publicada em 31 de dezembro, gere efeito a partir do dia 
seguinte, visto que o tributo só obedece à anterioridade do exercício. 
 – Impostos extraordinários de guerra e aos empréstimos compulsórios de 
guerra externa ou calamidade pública [pelo caráter emergencial]. 
 – Bases de cálculo de IPVA e IPTU [pois são atualizados no final do ano].
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Princípio da Anterioridade II
DIREITO TRIBUTÁRIO
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O STF entendeu que, se não houvesse mudança relevante no texto nas ree-
dições, o prazo deveria ser contado da edição da primeira medida provisória, 
pois, em face da continuidade normativa, não haveria surpresa do contribuinte. 
Contudo, no caso de mudança substancial no texto da medida provisória, 
no momento de sua conversão em lei, o prazo deveria ser contado da publica-
ção da lei de conversão (RE 169.740).
Existem duas regras para tanto:
• Reedição quando não há mudança substancial  conta-se 90 dias a partir 
da edição da 1ª MP;
• Reedição quando há mudança substancial  conta-se 90 dias a partir da 
publicação da lei que converte a MP.
Princípio da Vedação ao Confisco 
Arts 150, IV, da Constituição quer proibir é a utilização do tributo “com efeito 
de confisco” e não que o tributo configure confisco.
• “Fixação de valores mínimos para multas pelo não recolhimento e sone-
gação de tributos estaduais. Violação ao inciso IV do art. 150 da Carta da 
República. A desproporção entre o desrespeito à norma tributária e 
sua consequência jurídica, a multa, evidencia o caráter confiscató-
rio desta, atentando contra o patrimônio do contribuinte, em contra-
riedade ao mencionado dispositivo do texto Constitucional Federal” 
(STF, Tribunal Pleno, ADI 551/RJ, Rel. Min. Ilmar Galvão, j. 24.10.2002, DJ 
14.02.2003, p. 58).
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de 
acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Mauro S. Moreira.
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PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO CONFISCO
DIREITO TRIBUTÁRIO
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PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO CONFISCO
O Princípio da Vedação ao Confisco é um princípio dirigido ao legislador infra-
constitucional e aos aplicadores do Direito
e diz respeito à Carga Tributária, que 
não pode ser excessiva a ponto de prejudicar a atividade de um empresário, 
consumidor, contribuinte.
O pulo do gato
Vedação ao confisco não tem relação com apreensão de mercadoria.
Art. 150, IV, da Constituição quer proibir a utilização do tributo “com efeito de 
confisco” e não que o tributo configure confisco.
A vedação ao confisco é que o tributo seja utilizado com efeito de confisco. O 
tributo não pode ser tão excessivo a ponto de prejudicar a atividade empresarial 
ou atividade do contribuinte.
O primeiro elemento que deve ser analisado, de acordo com a orientação do 
Supremo Tribunal Federal, é a totalidade da Carga Tributária, verificando a des-
proporção entre a tributação e a renda/ capacidade econômica do contribuinte.
• “Fixação de valores mínimos para multas pelo não recolhimento e sone-
gação de tributos estaduais. Violação ao inciso IV do art. 150 da Carta da 
República. A desproporção entre o desrespeito à norma tributária e sua 
consequência jurídica, a multa, evidencia o caráter confiscatório desta, 
atentando contra o patrimônio do contribuinte, em contrariedade ao men-
cionado dispositivo do texto Constitucional Federal” (STF, Tribunal Pleno, 
ADI 551/RJ, Rel. Min. Ilmar Galvão, j. 24.10.2002, DJ 14.02.2003, p. 58).
• “A identificação do efeito confiscatório deve ser feita em função da tota-
lidade da carga tributária, mediante verificação da capacidade de que 
dispõe o contribuinte considerado o montante de sua riqueza (renda e 
capital) – para suportar e sofrer a incidência de todos os tributos que ele 
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DIREITO TRIBUTÁRIO
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deverá pagar, dentro de determinado período, à mesma pessoa política que 
os houver instituído (a União Federal, no caso), condicionando-se, ainda, a 
aferição do grau de insuportabilidade econômico-financeira, à observância, 
pelo legislador, de padrões de razoabilidade destinados a neutralizar 
excessos de ordem fiscal eventualmente praticados pelo Poder Público. 
Resulta configurado o caráter confiscatório de determinado tributo, sempre 
que o efeito cumulativo – resultante das múltiplas incidências tributárias 
estabelecidas pela mesma entidade estatal – afetar, substancialmente, de 
maneira irrazoável, o patrimônio e/ou os rendimentos do contribuinte” (STF, 
Tribunal Pleno, ADC-MC 8/DF, Rel. Min. Celso de Mello, j. 13.10.1999, DJ 
04.04.2003, p. 38). 
Exemplo: O ICMS incide em cascata, ou seja, várias vezes sobre a mesma 
operação. O princípio da não cumulatividade existe para evitar esse efeito. 
Sempre que o princípio da vedação ao confisco for analisado, deve ser 
avaliado com base na questão da totalidade da arrecadação tributária sobre 
determinada operação e de forma casuística, caso a caso.
Duas bases para a verificação do princípio do não confisco, utilizados pelo 
Direito Administrativo e Direito Constitucional, são o princípio da proporcionali-
dade e o da razoabilidade.
Pena de perdimento e confisco
A pena de perdimento (relacionada ao direito aduaneiro) não tem ligação com 
o efeito confiscatório.
• Jurisprudência - STF
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PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO CONFISCO
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“Importação – Regularização fiscal – Confisco. Longe fica de configurar concessão, a tributo, 
de efeito que implique confisco decisão que, a partir de normas estritamente legais, aplicáveis 
a espécie, resultou na perda de bem móvel importado” (STF, 2.a T., AI-AgR 173.689/DF, Rel. 
Min. Marco Aurélio, j. 12.03.1996, DJ 26.04.1996, p. 13.126).
O princípio do não confisco aplica-se a outras espécies tributárias, como a 
taxa, que é cobrada tanto em razão do exercício do poder de polícia como da 
prestação no serviço público, específico e divisível.
Confisco – Taxa – Jurisprudência – STF
“A taxa, enquanto contraprestação a uma atividade do Poder Público, não pode superar a rela-
ção de razoável equivalência que deve existir entre o custo real da atuação estatal referida ao 
contribuinte e o valor que o Estado pode exigir de cada contribuinte, considerados, para esse 
efeito, os elementos pertinentes às alíquotas e à base de cálculo fixadas em lei. Se o valor 
da taxa, no entanto, ultrapassar o custo do serviço prestado ou posto à disposição 
do contribuinte, dando causa, assim, a uma situação de onerosidade excessiva, que 
descaracterize essa relação de equivalência entre os fatores referidos (o custo real do 
serviço, de um lado, e o valor exigido do contribuinte, de outro), configurar-se-á, então, 
quanto a essa modalidade de tributo, hipótese de ofensa à cláusula vedatória inscrita 
no art. 150, IV, da Constituição da República” (STF, Tribunal Pleno, ADI-MC-QO 2.551/MG, 
Rel. Min. Celso de Mello, j. 02.04.2003, DJ 20.04.2006, p. 5).
A cobrança de taxa tem que guardar relação com o aparato estatal necessá-
rio para a realização da fiscalização. É preciso que haja uma proporção entre o 
serviço que é prestado e aquilo que é exigido do contribuinte.
Por exemplo: a taxa relacionada ao serviço de coleta 
de lixo leva em consideração alguns dos elementos do 
IPTU, como o tamanho do imóvel, se é um restaurante 
ou uma casa. É preciso estabelecer uma proporciona-
lidade entre o tipo/tamanho do imóvel e a quantidade 
de lixo produzida.
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PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO CONFISCO
DIREITO TRIBUTÁRIO
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Multas e princípio do não confisco
O crédito tributário pode ser decorrente de tributos (Art. 3º, CTN) e de 
multas.
Multa (sanção) não é tributo, mas é crédito tributário, e tributo não é sanção 
de ato ilícito.
O pulo do gato
Nos termos estritos da Constituição, não se aplica o princípio da vedação ao 
confisco às multas.
Mas com base na doutrina e na jurisprudência, é pacífico que o princípio da 
vedação ao confisco se aplica às multas também, mesmo não sendo tributo.
Segundo o Supremo Tribunal Federal (ADI 551), apesar de o texto literal do 
art. 150, IV, constitucional anunciar o não confisco como princípio a ser aplicado 
aos tributos, a restrição é também aplicável às multas tributárias.
O princípio da vedação ao confisco aplica-se às multas moratórias e multas 
punitivas, e a análise do efeito confiscatório é feita no caso concreto com base 
nos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade.
O pulo do gato
O princípio da vedação ao confisco aplica-se tanto ao perfil estático de um 
tributo relacionado à propriedade quanto à sua perspectiva dinâmica.
No IPTU, aplica-se o princípio da vedação ao confisco na sua perspectiva 
estática. Em relação ao imposto sobre a transmissão causa mortis, aplica-se 
na sua perspectiva dinâmica.
O IPTU, mesmo estando em uma perspectiva estática, obedece ao princípio 
da vedação ao confisco.
No ITBI (transmissão inter-vivos de bens imóveis), com sua perspectiva 
dinâmica, é também preciso obedecer ao princípio da vedação ao confisco.
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PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO CONFISCO
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Princípios Constitucionais Tributários – III
DIREITO TRIBUTÁRIO
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PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS – III
• Princípio da Liberdade de Tráfego
O inciso V do art. 150 da CF proíbe os entes federados de “estabelecer limi-
tações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou 
intermunicipais,
ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias con-
servadas pelo Poder Público”.
• Exceções:
 – ICMS (circulação de mercadorias);
 – Pedágio.
O pedágio não é uma taxa/tributo, a sua natureza jurídica é o preço público 
pela realização da prestação de um serviço para a manutenção de vias públicas.
Esse entendimento é favorável para as administrações públicas e também 
para as concessionárias – o pedágio como preço público –, pois, se a natureza 
jurídica fosse o tributo, estaria sujeito aos princípios constitucionais tributários. 
Por ser preço público, o regime jurídico é passível de aplicação de elementos do 
direito privado, como o consenso e a vontade.
Jurisprudência – STF – Pedágios
“importa o reconhecimento da ausência de caráter compulsório dos pedágios atu-
ais, o que lhes retira a natureza tributária, do que resulta seu enquadramento 
como exações de natureza contratual (preços públicos). (ADI 800/RS). 
O pedágio não tem uma natureza compulsória, ou seja, não se aplica o regime 
jurídico tributário.
• Princípio da uniformidade geográfica da tributação
Art. 151, inciso I, da CF e veda à União “instituir tributo que não seja uniforme em 
todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a 
Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a con-
cessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento 
socioeconômico entre as diferentes regiões do País”.
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Princípios Constitucionais Tributários – III
DIREITO TRIBUTÁRIO
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O Princípio da uniformidade geográfica da tributação decorre do princípio 
da isonomia: a tributação deve ser uniforme em todo o território nacional. Não 
pode haver elementos de diferenciação injustificáveis.
O princípio da isonomia é dividido em: princípio da isonomia formal (todos 
são iguais perante a lei) e o princípio da isonomia material (tratar igualmente os 
iguais e desigualmente os desiguais).
No princípio da uniformidade geográfica, não é possível estabelecer tributos 
diferentes de acordo com as regiões do Brasil, mas são admitidas diferenciações 
para igualar as diferenças entre as diversas regiões e atingir o princípio da iso-
nomia material/substancial.
• Supremo Tribunal Federal:
“não cabe ao Poder Judiciário, que não pode se substituir ao legislador, estender 
isenção a contribuintes não contemplados pela lei, a título de isonomia (STF, 1.a T., 
RE 344.331/PR, Rel. Min. Ellen Gracie, j. 11.02.2003, DJ 14.03.2003, p. 40).
• Vedação à utilização do IR como instrumento de concorrência desleal – 
Princípio da uniformidade da tributação da renda.
A competência para regular o IR é da União.
Art. 151, II, da CF/1988, é vedado à União “tributar a renda das obrigações da dívi-
da pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remune-
ração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos 
que fixar para suas obrigações e para seus agentes”. 
Não é possível estabelecer diferenciação no que tange ao imposto de renda. 
A tributação nacional do imposto de renda deve ser igual entre União, Estados e 
Municípios.
O princípio da uniformidade da tributação da renda é também corolário do 
princípio da isonomia, do tratamento uniforme de todo o território nacional.
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Além do princípio da isonomia, a base é também o princípio da federação (com 
as respectivas competências da União, Estados e Municípios – além do DF).
O pulo do gato
Alguns autores utilizam os termos princípio da equalização da federação, ou 
seja, do equilíbrio da federação, da harmonização do pacto federativo.
O princípio da uniformidade da tributação no território nacional tem como foco 
evitar o desequilíbrio na federação. Essa é a base jurídica para tributos como 
o ICMS, por exemplo.
O princípio da uniformidade geográfica e princípio da vedação à utilização do 
IR, como instrumento de concorrência desleal, são princípios aplicados à União, 
e devem ser interpretados e analisados de acordo com o princípio da isonomia, 
como instrumentos de harmonização do pacto federativo.
Os maiores problemas na esfera tributária estão relacionados à questão do 
pacto federativo.
• Princípio da vedação às isenções heterônomas
A isenção (dispensa legal do pagamento do tributo) é uma hipótese de exclu-
são do crédito tributário, prevista no Código Tributário Nacional.
Art. 151, III, cuja redação veda à União “instituir isenções de tributos da competên-
cia dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios”.
Não é permitido à União trazer uma isenção a um tributo que não seja da sua 
competência.
Para que ocorra uma isenção heterônoma, é necessário que haja uma previ-
são na Constituição.
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O fundamento é o princípio do equilíbrio no pacto federativo. A União não 
pode desestabilizar esse pacto, pois os Estados, Distrito Federal e Municípios 
possuem autonomia financeira e administrativa.
Exceções:
• Art. 155 (§ 2º, XII, e, CF/1988): permite complementar isenção heterônoma 
do ICMS que a União conceda, por meio de lei incidente nas operações 
com serviços e outros produtos destinados ao exterior, além dos mencio-
nados no art. 155, § 2º, X, a, da CF.
 – EC 42/2003: ICMS deixou de incidir, por expressa disposição constitu-
cional, regra imunizante, sobre operações que destinem quaisquer mer-
cadorias para o exterior e sobre os serviços prestados a destinatários no 
exterior.
Existe na Constituição essa possibilidade heterônoma da União de trazer, 
por meio de lei complementar, isenção ao ICMS, mas perdeu sua aplicabilidade 
com a EC n. 42/2003.
• ISS, da competência dos Municípios nas exportações de serviços para o 
exterior (art. 156, § 3º, II). 
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei 
complementar:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
I – fixar as suas alíquotas máximas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 
1993)
I – fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional nº 37, de 2002)
II – excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
III – regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais 
serão concedidos e revogados.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
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Quando há exportação de serviços para o exterior, por meio de lei comple-
mentar, é possível que a União estabeleça uma isenção heterônoma. Trata-se 
de uma exceção ao princípio da vedação às isenções heterônomas. 
Alguns autores entendem que isso não se trata de uma isenção heterônoma. 
Por ser uma lei complementar nacional, não teria a União agindo como ente 
federativo. Mas a visão majoritária entende que essa previsão do ISS como 
isenção heterônoma trata-se de uma exceção ao princípio da vedação às isen-
ções heterônomas.
• Tratados Internacionais
A União, em regra, não pode aplicar a isenção heterônoma (salvo em rela-
ção ao ICMS e ISS vistos anteriormente). Entretanto, na concepção da doutrina 
majoritária, ao celebrar um tratado internacional, a União não o faz como um ente 
federativo, mas, sim, como representante da República Federativa do Brasil.
O STF decidiu que a concessão
de isenção na via do tratado não sujeita a 
vedação à concessão de isenção heterônoma.
“âmbito de aplicação do art. 151, CF, é o das relações das entidades federadas 
entre si. Não tem por objeto a União quando esta se apresenta na ordem externa” 
(STF, Tribunal Pleno, ADI 1.600/UF, Rel. Min. Sydney Sanches, rel. p/ acórdão Min. 
Nelson Jobim, j. 26.11.2001, DJ 20.06.2003, p. 56). 
MATRIZ DE DIREITO TRIBUTÁRIO
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS
Princípio da Não Discriminação baseada em Procedência ou Destino
Esse princípio está previsto no art. 152 da CF como aplicável exclusivamente 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, vedando-os estabelecer dife-
renças tributárias entre bens e serviços de qualquer natureza em razão de sua 
procedência ou destino.
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“Se o artigo 152 da Constituição Federal estabelece a isonomia tributária, impedin-
do tratamento diferenciado dos contribuintes em razão da procedência e destino 
de bens e serviços, vinculando Estados e Municípios, não se pode conceber que a 
alíquota do IPVA seja uma para os veículos de procedência nacional e outra, maior, 
para os importados. Na verdade, o tratamento desigual apenas significa uma nova 
tributação pelo fato gerador do imposto de importação, já que nenhuma diferença se 
pode admitir em relação aos atos de conservação de vias entre veículos de nacio-
nalidades distintas.” (STF, Agravo 203.845, Rel. Min. Néri da Silveira, decisão mo-
nocrática publicada no DJ de 07/12/1998, mantida por acórdão publicado no DJ de 
03/12/1999). No mesmo sentido: STF, AI 340.688/RJ, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, 
DJ de 2/5/2002; RE 293.957/RJ, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ de 27/6/2003, p. 85).
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PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS – IV
• Princípio da Não Discriminação Baseada em Procedência ou Destino
Esse princípio está previsto no art. 152 da CF como aplicável exclusivamente 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, vedando-os estabelecer dife-
renças tributárias entre bens e serviços de qualquer natureza em razão de sua 
procedência ou destino.
Não é possível, por exemplo, alíquota diferenciada (no caso, o IPVA) para um 
carro fabricado no exterior, pois a Constituição prevê diferenciação de alíquota 
somente em relação ao tipo e à finalidade.
“Se o artigo 152 da Constituição Federal estabelece a isonomia tributária, impedin-
do tratamento diferenciado dos contribuintes em razão da procedência e destino 
de bens e serviços, vinculando Estados e Municípios, não se pode conceber que 
a alíquota do IPVA seja uma para os veículos de procedência nacional e outra, 
maior, para os importados. Na verdade, o tratamento desigual apenas significa 
uma nova tributação pelo fato gerador do imposto de importação, já que nenhu-
ma diferença se pode admitir em relação aos atos de conservação de vias entre 
veículos de nacionalidades distintas.” (STF, Agravo 203.845, Rel. Min. Néri da Sil-
veira, decisão monocrática publicada no DJ de 07/12/1998, mantida por acórdão 
publicado no DJ de 03/12/1999). No mesmo sentido: STF, AI 340.688/RJ, Rel. Min. 
Sepúlveda Pertence, DJ de 2/5/2002; RE 293.957/RJ, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 
de 27/6/2003, p. 85).
A diferença entre um carro fabricado no Brasil ou no exterior já é aplicada 
pela tributação de importação.
Esse princípio decorre de cláusulas que são celebradas no âmbito do GATT 
(General Agreement on Tariffs and Trade – Acordo Geral de Tarifas e Comércio): 
Cláusula do Tratamento Nacional.
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• Princípio da Não Discriminação baseada em Procedência ou Destino
Note-se que a diferenciação na fixação das alíquotas deve tomar como parâ-
metro o tipo de veículo ou sua finalidade (alíquotas mais baixas para ambulân-
cias, táxis, ônibus escolares etc., e alíquotas mais elevadas para carros esporti-
vos, ou luxuosos, por exemplo), e não a sua origem ou procedência (nacionais 
ou importados). O STF considera inválida, por desrespeito ao art. 152 da CF/88, 
a lei estadual que discrimine veículos importados e nacionais, para fins de inci-
dência do IPVA. O papel de discriminar nacionais e importados é do imposto de 
importação. Cabe ao Senado Federal estabelecer alíquotas mínimas a serem 
adotadas pelos Estados (CF/88, art. 155, § 6º, I).
Além do imposto de importação, incidem outros tributos na operação de 
importação. O papel de discriminar um veículo importado, por exemplo, é trazido 
pelos tributos II, IPI, ICMS, PIS/ CONFINS, AFRMM, Taxa SISCOMEX, Taxa 
Mercante, IOF, CIDE.
• Exigência de Lei Específica para Concessão de Benefício Fiscal
O Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional lei paraense que 
autorizava o Poder Executivo a conceder, mediante regulamento, remissão e 
anistia (ADI 3.462).
Em estrita consonância com o princípio, a Constituição Federal impõe, em 
seu art. 150, § 6º, que qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, 
concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas 
ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, esta-
dual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou 
o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, 
§ 2.º, XII, g.
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Princípios Constitucionais Tributários – IV
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Em uma lei orçamentária, a União não pode incluir uma concessão de bene-
fício fiscal, pois são assuntos distintos e incluí-los em uma mesma lei está em 
discordância com os termos da Constituição. 
“Na verdade, o mencionado dispositivo constitucional não impede que uma lei que 
contemple, v.g., um programa de financiamento agropecuário ou de incremento à 
construção de casas populares contemple a atividade com determinado incentivo 
fiscal. O benefício fiscal, aí, acha-se inter-relacionado com objetivo da lei, encon-
trando-se, portanto, atendido o requisito da especificidade. O que, a todas as luzes, 
teve por escopo a emenda constitucional em tela foi coibir velho hábito que induzia 
nosso legislador a enxertar benefícios tributários casuísticos no texto de leis, nota-
damente as orçamentárias, no curso do respectivo processo de elaboração, fenô-
meno que, no presente caso, não se verifica” (STF, Tribunal Pleno, ADI-MC 1.379/
AL, Rel. Min. Maurício Corrêa, j. 24.04.1996, DJ 22.08.1997, p. 38.759)
Para concessão de benefício fiscal, é necessário uma lei específica; entre-
tanto, o requisito de especificidade é atendido quando aquela lei apresenta cor-
relação com o benefício fiscal.
Previsão contida no art. 13, § 3º, da LC n. 123/2006, que isentou de contribui-
ções sindicais as microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo 
Simples Nacional (Super Simples).
Ao julgar Ação Direta de Inconstitucionalidade ajuizada contra a regra isentiva, 
o STF percebeu que há total correlação entre ela e a criação de um tratamento 
diferenciado e favorecido para as microempresas e empresas de pequeno porte, 
nos termos estatuídos na LC n. 123/2006 em cumprimento à previsão constante 
do art. 146, III, “d”, da CF/1988.
“2. Rejeitada a alegação de violação da reserva de lei específica para dispor sobre 
isenção
(art. 150, § 6º, da Constituição), uma vez que há pertinência temática en-
tre o benefício fiscal e a instituição de regime diferenciado de tributação. Ademais, 
ficou comprovado que o Congresso Nacional não ignorou a existência da norma de 
isenção durante o processo legislativo. (…)”
Ainda que a LC n. 123/2006 tenha sido instituída para tratar do Simples Nacio-
nal, não há nenhuma agressão ao princípio de exigência de lei específica, pois 
existe correlação total com o objeto discutido.
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• Convênios De ICMS E Guerra Fiscal
O ICMS é um tributo, imposto Estadual, mas marcadamente Federativo. 
Todos os Estados podem cobrar ICMS, mas não podem conceder benefício 
fiscal, incentivo fiscal, desoneração fiscal, em matéria de ICMS sem a atuação 
dos outros Estados, pois isso desequilibraria o pacto e geraria guerra fiscal. 
Qualquer tema relacionado ao ICMS deve ser tratado em conjunto entre os 
Estados no âmbito do CONFAZ (Conselho Nacional de Política Fazendária). 
O art. 155, § 2º, XII, g, da CF/1988, exigindo que a concessão de benefícios 
fiscais de ICMS seja precedida de deliberação conjunta dos Estados e do Distrito 
Federal, conforme regulado em lei complementar.
A “deliberação conjunta” toma a forma de convênio celebrado no âmbito 
do Conselho Nacional de Política Fazendária – CONFAZ, órgão formalmente 
inserido na Estrutura do Ministério da Fazenda, mas com assento garantido aos 
diversos titulares das fazendas estaduais (Secretários Estaduais da Fazenda ou 
cargo equivalente).
A matéria está regulada pela Lei Complementar n. 24/1975, segundo a qual a 
concessão de benefícios fiscais relativos ao ICMS dependerá sempre de decisão 
unânime dos Estados representados; a sua revogação total ou parcial dependerá 
de aprovação de quatro quintos, pelo menos, dos representantes presentes.
Dentro de 10 dias, contados da data final da reunião em que o convênio foi fir-
mado, a resolução nela adotada será publicada no Diário Oficial da União. Após 
esse prazo, o Poder Executivo de cada Unidade da Federação disporá de 15 dias 
para publicar decreto ratificando ou não os convênios celebrados, considerando-
-se ratificação tácita dos convênios a falta de manifestação no prazo assinalado. 
Tais regras também se aplicam às Unidades da Federação, cujos representantes 
não tenham comparecido à reunião em que hajam sido celebrados os convênios.
A não ratificação pelo Poder Executivo de todas as Unidades da Federação 
(no caso de concessão de benefício) ou de, no mínimo, quatro quintos das Uni-
dades da Federação (no caso de revogação total ou parcial de benefício) implica 
rejeição do convênio firmado.
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Até 10 dias depois de findo o prazo de ratificação dos convênios, deve ser publi-
cada no Diário Oficial da União a informação relativa à ratificação ou à rejeição.
Os convênios entrarão em vigor no trigésimo dia após tal publicação, salvo 
disposição em contrário, vinculando, a partir daí, todas as Unidades da Federa-
ção, inclusive as que, regularmente convocadas, não se tenham feito represen-
tar na reunião em que o ato foi celebrado.
Atenção!
Em relação ao ICMS, um Estado sozinho não pode conceder benefício fiscal 
por meio de lei. Caso ocorra, os demais Estados não devem aceitar e podem, 
inclusive, glosar o crédito concedido. Qualquer tema que envolva ICMS deve 
ser tratado em conjunto entre os Estados no âmbito do CONFAZ (Conselho 
Nacional de Política Fazendária) e nos termos da Lei Complementar n. 24/1975.
TRIBUTÁRIO – IMPOSTOS MUNICIPAIS – ISENÇÃO CONCEDIDA POR MEIO 
DE RESOLUÇÃO LEGISLATIVA: ILEGALIDADE – VIOLAÇÃO DO ART. 176 DO 
CTN.1. Nos termos do art. 176 do CTN, a isenção tributária somente pode ser con-
cedida mediante lei específica, com exceção do ICMS, que se dá mediante convê-
nio firmado entre todos os Estados (art. 150, § 6.º c/c 155, § 2.º, XII, g, da CF/1988).
2. Ilegalidade da concessão de isenção de tributos municipais por resolução legis-
lativa.
3. Recurso especial provido.
����Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Mauro S. Moreira. 
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Imunidade Tributária
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IMUNIDADE TRIBUTÁRIA
IMUNIDADES
Na lógica do Direito Tributário, as imunidades representam uma espécie de 
limitação ao poder de tributar, como um escudo protetivo em face da atuação da 
exação do Estado. A Constituição apresenta hipótese de delimitação da compe-
tência tributária.
Institutos Assemelhados
• Não incidência – dividida em pura e simples e em imunidade (qualifi-
cada constitucionalmente):
 – Exemplo de não incidência pura e simples: Possuir uma bicicleta, não 
importa se ela seja propriedade particular ou do Estado.
 – Exemplo de não incidência imunidade: Os carros oficiais são proprie-
dade do veículo automotor; entretanto, por uma questão Constitucional, 
existe uma delimitação negativa da competência que retira dos Estados 
a capacidade de tributar esses veículos oficiais.
O pulo do gato
Imunidade é uma não incidência, mas não é uma não incidência pura e 
simples. Ela é uma não incidência qualificada constitucionalmente.
Conceito de imunidade: imunidade é uma delimitação negativa da competência 
tributária.
• Isenção – é uma limitação legal do exercício da competência, a lei exclui o 
crédito tributário. É uma regra dirigida à autoridade administrativa.
• A fixação de alíquota zero – está relacionada ao aspecto quantitativo. 
Existe a incidência e o fato gerador; mas, ao realizar o lançamento ou o cál-
culo da alíquota, não há cobrança de nenhum valor, porque o valor é zero 
no que tange à alíquota.
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Não incidência
a) o ente tributante, podendo fazê-lo, deixa de definir determinada situação 
como hipótese de incidência tributária.
O pulo do gato
O ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação) tem como fato 
gerador a transmissão em razão da morte e também da doação. Determinado 
Estado, tendo a competência tanto para instituir o ITCMD na transmissão causa 
mortis como na doação, deixa de fazê-lo na doação, trazendo uma hipótese de 
não incidência.
b) o ente tributante não dispõe de competência para definir determinada situ-
ação como hipótese de incidência do tributo, uma vez que a atribuição constitu-
cional de competência não abrange tal fato.
Exemplo: Quando a Constituição trouxe o arcabouço normativo, desenhou o 
sistema tributário, determinou que o IPVA incidisse sobre veículos automotores. 
Por não ser um veículo automotor, a bicicleta fica fora dessa incidência tributária 
(pura e simples).
c) a própria Constituição delimita a competência do ente federativo, impe-
dindo-o de definir determinadas situações como hipóteses de incidência de tri-
butos.
Exemplo: Os carros oficiais são propriedade do veículo automotor; entre-
tanto, por uma questão Constitucional, existe uma delimitação negativa da com-
petência que retira dos Estados a capacidade de tributar esses veículos oficiais 
(imunidade).
Isenção
Dispensa legal do pagamento do tributo. Assim, o ente político tem compe-
tência para instituir o tributo e, ao fazê-lo, opta por dispensar o pagamento em 
determinadas situações.
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Existe a incidência e o fato gerador, mas o tributo não deve ser cobrado 
pela autoridade administrativa no momento do lançamento, pois o pagamento, 
mediante determinação legal, foi dispensado (Exemplo: pessoas com necessi-
dades especiais estão legalmente dispensadas de pagar IPVA).
Isenção está no âmbito da incidência. O que se dispensa é o pagamento, que 
é um fato posterior à incidência.
Alíquota Zero
A alíquota zero está no âmbito da incidência e no aspecto quantitativo. O ele-
mento alíquota está zerado: 
• Base de cálculo (sobre o que incide a alíquota).
• Alíquota (porcentagem).
Alíquota zero: o ente tributante tem competência para criar o tributo – tanto 
que o faz –, e o fato gerador ocorre no mundo concreto, mas a “obrigação tribu-
tária” dele decorrente, por uma questão de cálculo, é nula.
Exemplos: Imposto de Exportação, IOF, IPI.
IMUNIDADE X ISENÇÃO
As imunidades são limitações constitucionais ao poder de tributar consisten-
tes na delimitação da competência tributária constitucionalmente conferida aos 
entes políticos.
Direto do concurso
1. (ESAF) A Constituição, ao definir a competência, excepciona determinadas 
situações que, não fosse a imunidade, estariam dentro do campo da compe-
tência, mas por força da norma de imunidade, permanecem fora do alcance 
do poder de tributar. 
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Comentário
A competência está no âmbito da incidência. 
Exemplo: ter um carro está no âmbito da incidência do IPVA e ter uma bici-
cleta está no âmbito da não incidência. Em uma hipótese de imunidade, carros 
oficiais são retirados dessa competência.
2. (IESES/TABELIÃO DO PARÁ) É possível ou não que um Estado conceda 
imunidade por meio da Constituição Estadual. 
Comentário
Imunidade é uma delimitação negativa da competência tributária com status 
na Constituição Federal.
GABARITO
1. C
2. E
�����Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
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Imunidade Tributária – II
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IMUNIDADE TRIBUTÁRIA – II
IMUNIDADE X ISENÇÃO
A isenção é uma dispensa legal de pagamento do tributo, e a imunidade é 
uma delimitação negativa da competência tributária.
A isenção opera no âmbito do exercício da competência, enquanto a imuni-
dade, como visto, opera no âmbito da própria delimitação de competência.
A isenção afeta a cobrança do tributo, o exercício da competência tributá-
ria (regra dirigida à autoridade administrativa), e a imunidade delimita a própria 
competência.
A Constituição Federal usa diversas terminologias para se referir às imuni-
dades, embora em nenhum momento em que estatui regras tributárias use a 
própria palavra imunidade. Mas, como ressaltado, não importa a terminologia 
usada, se a limitação consta da própria Constituição, trata-se de uma imunidade.
 
O pulo do gato
Ainda que a Constituição refira isenção, é preciso entender/interpretar essa 
hipótese como imunidade.
O art. 195, § 7º, da CF/1988 estatui que "são isentas de contribuição para a 
seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam 
às exigências estabelecidas em lei".
A jurisprudência constitucional do Supremo Tribunal Federal já identificou, 
na cláusula inscrita no art. 195, § 7º, da Constituição da República, a existência 
de uma típica garantia de imunidade (e não de simples isenção) estabelecida 
em favor das entidades beneficentes de assistência social. (STF, 1.a T., RMS 
22.192/DF, Rel. Min. Celso de Mello, j. 28.11.1995, DJ 19.12.1996, p. 51.802)
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Imunidade Tributária – II
DIREITO TRIBUTÁRIO
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Classificação Doutrinária Das Imunidades Tributárias 
Quanto ao parâmetro para concessão:
a) Imunidades subjetivas – levam em consideração uma particularidade 
relacionada a um ente, sujeito ou pessoa jurídica. Ex: Imunidade recíproca.
b) Objetivas – levam em consideração os elementos relacionados ao objeto. 
Ex: livros, jornais periódicos e o papel destinado à sua impressão (CF, art. 150, 
VI, d).
Sujeito OBJETO
Gráfica
Pagará IRPJ
Livros, jornais
Não pagará IPI, ICMS
c) Mistas – levam em consideração tanto os elementos relacionados ao 
sujeito quanto ao objeto. Ex: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) 
sobre pequenas glebas rurais, assim definidas em lei, quando as explore o pro-
prietário que não possua outro imóvel (CF, art. 153, § 4.º, II).
SUJEITO OBJETO
Proprietário
(não possui outro imóvel)
Pequena gleba rural 
Estudo de caso
Imunidade no caso de Responsabilidade por sucessão:
Momento da ocorrência do FATO GERADOR é o que deve ser analisado para 
verificar se a imunidade impede a cobrança do tributo.
Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
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Imunidade Tributária – II
DIREITO TRIBUTÁRIO
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Imunidade Tributária Recíproca e Dívidas Tributárias Decorrentes de 
Sucessão
A antiga RFFSA era uma sociedade de economia mista federal, que foi extinta, 
e a União tornou-se sua sucessora legal nos direitos e obrigações.
Atenção!
Por gozar de imunidade recíproca, a União, ao suceder a RFFSA, não teria 
que pagar IPTU, por exemplo. Porém, no entendimento do STF, antes da 
sucessão, o imóvel era da Rede Ferroviária. Desse modo, o que determina o 
pagamento do tributo é o momento da ocorrência do fato gerador.
O STF concluiu que a imunidade tributária recíproca não afasta a respon-
sabilidade tributária por sucessão, na hipótese em que o sujeito passivo era 
contribuinte regular do tributo devido. STF. 1ª Turma. RE 599.176/PR, Rel. Min. 
Joaquim Barbosa, julgado em 05/06/2014 (Info 749).
Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal:
O STF decidiu que quando a União Federal extinguiu a Rede Ferroviária 
Federal S.A. – RFFSA, passou a ser responsável (por sucessão) pelo IPTU 
e pela contribuição de melhoria incidentes sobre imóvel que pertencia à compa-
nhia (RE-599176/PR).
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Imunidade Tributária – III
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IMUNIDADE TRIBUTÁRIA – III
• Classificação doutrinária quanto à origem:
a) Ontológicas – Existiriam mesmo sem previsão expressa na Constituição.
Ex: as imunidades das instituições de educação e assistência social sem fins 
lucrativos (CF, art. 150, VI, c), imunidade recíproca etc.
b) Políticas – Representam escolha política do constituinte.
Ex: “imunidade dos templos de qualquer culto e dos livros, jornais, periódicos 
e do papel destinado à sua impressão”.
• Classificação doutrinária quanto ao alcance:
a) Gerais ou genéricas: Abrange diversos entes e tributos. Ex: Imunidade 
recíproca.
b) Específicas ou tópicas: Restrita a alguns tributos. Ex: Imunidade do ICMS na 
operação de exportação, imunidade do ITBI na integralização de capital (opera-
ção societária - fusão, cisão, incorporação - formação do capital de uma empresa).
O ITBI é um tributo municipal e, em regra, a operação de integralização de 
capital social (passar um imóvel para uma empresa) é imune. A Constituição 
excepciona uma hipótese: quando uma empresa exerce atividade preponderan-
temente (mais de 50% do capital) relacionada à compra e venda de móveis. Se 
está no ramo de
incorporação imobiliária ou de locação de bens, por exemplo, 
essa empresa não goza de imunidade.
• Classificação quanto à previsão:
a) Imunidades Explícitas.
b) Imunidades Implícitas.
No ordenamento jurídico constitucional brasileiro, só constam as imunida-
des explícitas (imunidade recíproca, imunidade de templo, imunidade cultural, 
imunidade para instrumentos musicais etc).
Atenção!
A interpretação da imunidade é extensiva. Pela jurisprudência do STF, há alguns 
casos em que são aplicados juízos extensivos, ampliativos e não restritivos.
Em contrapartida, a interpretação de isenção é restritiva.
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• Quanto à necessidade de regulação:
a) Incondicionadas – Ex: Imunidade recíproca
b) Condicionadas – Ex: Imunidades das instituições de educação e assistên-
cia social.
CTN
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância 
dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qual-
quer título; (Redação dada pela Lcp nº 104, de 2001)
II – aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus 
objetivos institucionais;
III – manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de 
formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
O inciso III é aplicado em relação a qualquer imunidade, pois esta afeta 
apenas a obrigação principal e não a obrigação acessória, que é manter a escri-
turação fiscal.
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a 
autoridade competente pode suspender a aplicação do benefício.
§ 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º são exclusiva-
mente, os diretamente relacionados com os objetivos institucionais das entidades 
de que trata este artigo, previstos nos respectivos estatutos ou atos constitutivos.
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aula preparada e ministrada pelo professor Mauro S. Moreira. 
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Imunidade Tributária – IV
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IMTRIBUTÁRIA – IV
Imunidades Tributária Em Espécie:
Imunidade Tributária Recíproca
É quando há uma imunidade entre os entes políticos: União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios. Eles não podem cobrar impostos uns dos outros.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado 
à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...)
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
O pulo do gato
Em relação à imunidade recíproca relacionada aos entes políticos União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios, a Constituição trata apenas de impostos, 
e não de tributos.
No gênero tributo, há várias espécies: impostos, taxas, contribuição de melhoria, 
contribuições especiais, contribuições gerais, empréstimo compulsório.
 
A CF/88, em seu art. 150, VI, “a”, prevê a chamada imunidade tributária recí-
proca. Isso significa que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
não podem cobrar impostos sobre o patrimônio, a renda ou os serviços uns dos 
outros.
Fundamentos: 
Postulado da Isonomia: todos os entes estão em pé de igualdade, não 
havendo hierarquia, nenhum deles pode estar sujeito ao poder de tributar do 
outro.
Pacto Federativo: forma de organização do Brasil por meio de uma federa-
ção. Não pode haver desequilíbrio entre os Estados.
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Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
A imunidade tributária recíproca possui status de cláusula pétrea porque ela 
é um instrumento de proteção da forma federativa (art. 60, § 4º, I, da CF/88).
Atenção!
No entendimento do STF, a imunidade recíproca é cláusula pétrea. Portanto, 
não pode haver uma Emenda Constitucional (EC) tendente a aboli-la.
Cláusula pétrea é o núcleo da Constituição e pode ser alterada mediante EC, 
mas não com a intenção de aboli-la.
Imunidade Recíproca Extensiva – Autarquias e fundações
As autarquias e fundações mantidas pelo Poder Público também gozam da 
imunidade tributária recíproca, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos 
serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
Previsão no § 2º do art. 150 da CF/88:
§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações institu-
ídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos 
serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
Empresas públicas e sociedades de economia mista
Embora a CF/88 reconheça a imunidade recíproca apenas às pessoas polí-
ticas (Administração direta), autarquias e fundações, a jurisprudência estende 
o benefício também às empresas públicas e às sociedades de economia mista, 
desde que prestadoras de serviço público.
Assim, as empresas públicas e sociedades de economia mista que desempe-
nham serviços públicos também desfrutam da referida imunidade.
Por outro lado, se a empresa pública ou sociedade de economia mista explo-
rar atividade econômica (exemplo: Petrobras), não irá gozar do benefício 
porque a ela deve ser aplicado o mesmo regime jurídico da iniciativa privada 
(art. 173, § 1º, II, da CF/88).
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O exemplo mais comum de empresa pública que goza de imunidade recí-
proca é a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT. Isso porque os 
Correios são entendidos como uma empresa prestadora de serviço público 
obrigatório e exclusivo do Estado e não como exploradora de atividade econô-
mica, embora também ofereçam serviços dessa natureza.
Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal:
O Supremo Tribunal Federal entende que a imunidade tributária recíproca, 
prevista no art. 150, VI, a, da CF abrange as empresas públicas e sociedades 
de economia mista prestadoras de serviços públicos de prestação obrigatória e 
exclusiva do Estado (RE 407.099/RS)
Estudo de caso: Imunidade dos Correios – ECT
O § 3.º, também do art. 150, expressamente exclui da imunidade o patrimô-
nio, a renda e os serviços relacionados com a exploração de atividades econô-
micas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados ou em que 
haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário.
Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
O § 3º do art. 150 tem como destinatário entidade estatal que explore atividade 
econômica regida pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em 
que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário. No 
caso, tem aplicação a hipótese inscrita no § 2º do mesmo art. 150” (STF, 2ª T., RE 
407.099/RS, Rel. Min. Carlos Velloso, j. 22.06.2004, DJ 06.08.2004, p. 62).
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Direto do concurso
1. (FCC) Segundo entendimento consolidado no Supremo Tribunal Federal, a 
imunidade tributária recíproca se estende à Empresa Brasileira de Correios 
e Telégrafos, ECT, por se tratar de empresa pública prestadora de serviço 
público de prestação obrigatória e exclusiva do Estado. 
Estudo de Caso: Quando os Correios realizam o serviço de transporte de 
bens e mercadorias, concorrendo, portanto, com a iniciativa privada, eles gozam 
de imunidade? Ficam livres de pagar

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