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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PR Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Pato Branco Laboratório de Eng. Mecânica – Professor Marcio T. Nakaura Pato Branco, 07 de Maio de 2015 PERDA DE CARGA EM TUBO RETO DE PVC Curso: Engenharia Mecânica – Mec. Dos Fluidos Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Pato Branco Acadêmicos: Marcelo Miguel Peluso Claudir de Souza Jovani Cossa Daniel Comin Elias Macedo Introdução Na presente prática vamos estudar o escoamento de ar em três tubos retos de PVC, com secção transversal constante, sendo dois tubos lisos, diferenciados pelo diâmetro e um tubo rugoso. O intuito é conhecer quais são os fatores que influenciam as perdas de cargas em tubos, de que maneira a rugosidade do tubo, o diâmetro e o atrito ocasionam a perda de carga. Utilizando os medidores de vazão tipo Venturi e a placa de orifício. Determinando também a pressão em dois pontos do tubo. Estabelecendo as hipóteses de Regime Permanente e fluido incompressível para o experimento. Objetivo Determinar as propriedades como: a vazão, velocidade, viscosidade, densidade do fluído e número de Reynolds; Calcular o fator de atrito; Calcular e comparar as perdas de carga distribuída em um tubo reto de PVC; Calcular a rugosidade; Obter as curvas características de cada tubo; Construção do diagrama de Moody; Fundamentação Teórica A perda de carga refere-se a uma perda de energia no escoamento, que acontece devido uma redução da pressão. Conhecendo a diferença de altura, calcula-se a diferença de pressão. Dado um tubo, de diâmetro D e comprimento L, no qual passa uma vazão Q, conforme o esquema da figura pode-se dizer que a diferença da pressão total entre as seções 1 e 2 representa a perda de carga no tubo, influenciado pelas paredes ocasionado pelo atrito. Figura 1 – Tubulação conduzindo uma vazão Q. Pode-se escrever, para a perda de carga P: P = Pt1 – Pt2 Ou Onde: = pressão no ponto 1; = pressão no ponto 2; g = aceleração gravitacional; = distancie em relação ao eixo z do ponto 1; = distancia em reação ao eixo z do ponto 2; v = velocidade (m/s) ρ = densidade Para um tubo de diâmetro constante, colocado horizontalmente, tem-se e : a perda de carga : P = P1 – P2 De acordo com a teoria, temos que saber o número de Reynolds para saber o tipo de escoamento. Estabelecendo as hipóteses de Regime Permanente e fluido incompressível para o experimento. Escoamento Laminar = Re < 2300. Escoamento Turbulento= Re > 4000. Para evitar a necessidade de uso de métodos gráficos para a obtenção do fator de atrito, foram criadas diversas expressões matemáticas para ajustes de dados experimentais. Para o calculo pode ser expressado por: método iterativo) Equação de Miler (uma única iteração com 1% de desvio Procedimento Experimental Materiais e Métodos Túnel de Vento; Manômetro de bulbo; Paquímetro; Trena; Inversor de frequência; Tubo liso com diâmetro de 78,15mm Tubo liso com diâmetro de 38.7 mm Tubo rugoso com diâmetro de 37.4 mm Medidores de vazão (Venturi e placa de orificio). Material para anotações. Figura 02. Painel contendo os manômetros Figura 03-.tubos de PVC utilizados Figura 03-.tubos de PVC utilizados Figura 04-. Ilustração dos medidores de pressão Metodologia do Ensaio Primeiramente utilizando uma trena, foi medida a distância entre as tomadas de pressão para os três tubos utilizados no experimento. Logo após usando um paquímetro, foram verificados os diâmetros internos de cada tubo e anotados em uma tabela apropriada, após isso foi verificado onde estavam acoplados os medidores de vazão (cada um em seu respectivo tubo) e retirado os dados dos mesmos que são pertinentes ao experimento. Com o auxilio do termômetro foi retirado a leitura da temperatura ambiente e devidamente anotada. Com os dados preliminares em mãos, pode-se passar para o passo seguinte, com o motor ainda desligado foi verificado se a frequência do inversor estava no mínimo, para evitar uma arrancada muito brusca. Com o inversor de frequência regulado no mínimo o motor foi ligado e a frequência ajustada em 21.7 Hz e esperado até o sistema estabilizar-se, depois de certo tempo com o sistema já estável foi retirado e anotado as leituras da altura da coluna d’água de cada um dos seis manômetros de bulbo, acoplados ao túnel de vento, sendo três deles medindo a diferença de pressão nos medidores de vazão e os outros três medindo a diferença de pressão ao longo de cada tubo. Este procedimento foi repetido para as frequências de 25.7, 30.9, 35.9, 40.9, 50.0, 52.0 Hz respectivamente. Após todos os dados devidamente anotados foi então passado pra fase de tratamento de dados. Resultados e Discussão Após completado as medidas, para a determinação dos cálculos pretendidos, foi usado o programa Excel. As formulas e os dados usados são as seguintes: os dados obtidos no experimento e as equações citadas obtiveram-se as seguintes tabelas de resultados. Valores obtidos no experimento: Tabela 1. Dados dos materiais utilizados Tubo Liso Tubo Rugoso Tubo Liso Maior Diâmetro 38,7mm 37,4mm 78mm Tipo de medidor Venturi Placa de Orifício Placa de Orifício Temperatura 19,3 °C 19,3 °C 19,3 °C β 0,45 0,45 0,45 vazão 1,067 0,676 0,676 O diâmetro do medidor de cada tubo foi encontrado pela relação, 2)( D d Sendo: β = Relação entre os Diâmetros; d = Diâmetro do furo da placa; D = Diâmetro interno da tubulação Onde β = 0,45 para todos os tubos. Com os dados obtidos, das variações de pressão em cada tubo e em cada medidor, após variar a frequência. Os dados obtidos estão dispostos nas tabelas abaixo: Consegue-se ter a diferença de pressão através da fórmula: Onde: ρ = Densidade da água (fluido utilizado no manômetro) g = Gravidade ( ); ∆h = diferença de altura (m) Tabela 2. Dados obtidos no experimento para tubo liso menor frequênci a (Hz) h1 medid or h2 medid or diferenç a h medidor diferença de pressão medidor (Pa) h1 tubo (m) h2 tubo (m) diferen ça de h tubo (m) diferença de pressão tubo (Pa) 21,7 0,08 0,06 0,02 195,835068 0,158 0,172 0,014 137,0845476 25,7 0,083 0,056 0,027 264,3773418 0,156 0,174 0,018 176,2515612 30,9 0,091 0,049 0,042 411,2536428 0,152 0,178 0,026 254,5855884 35,9 0,1 0,04 0,06 587,505204 0,148 0,182 0,034 332,9196156 40,9 0,11 0,031 0,079 773,5485186 0,142 0,188 0,046 450,4206564 45,9 0,12 0,019 0,101 988,9670934 0,137 0,193 0,056 548,3381904 50 0,131 0,009 0,122 1194,593915 0,132 0,199 0,067 656,0474778 52 0,136 0,003 0,133 1302,303202 0,129 0,201 0,072 705,0062448 Tabela 3. Dados obtidos no experimento para tubo liso maior frequência (Hz) h1 medidor h2 medidor diferença h medidor diferença de pressão medidor (Pa) h1 tubo (m) h2 tubo (m) diferença de h tubo (m) diferença de pressão tubo (Pa) 21,7 0,145 0,114 0,031 303,5443554 0,195 0,2 0,005 48,958767 25,7 0,152 0,108 0,044 430,8371496 0,194 0,201 0,007 68,5422738 30,9 0,162 0,098 0,064 626,6722176 0,193 0,202 0,00988,1257806 35,9 0,175 0,086 0,089 871,4660526 0,192 0,204 0,012 117,5010408 40,9 0,188 0,073 0,115 1126,051641 0,191 0,205 0,014 137,0845476 45,9 0,204 0,058 0,146 1429,595996 0,19 0,206 0,016 156,6680544 50 0,219 0,044 0,175 1713,556845 0,189 0,207 0,018 176,2515612 52 0,226 0,037 0,189 1850,641393 0,188 0,208 0,02 195,835068 Tabela 4. Dados obtidos no experimento para tubo rugoso frequência (Hz) h1 medidor h2 medidor diferença h medidor diferença de pressão medidor (Pa) h1 tubo (m) h2 tubo (m) diferença de h tubo (m) diferença de pressão tubo (Pa) 21,7 0,185 0,198 0,013 127,2927942 0,196 0,209 0,013 127,2927942 25,7 0,183 0,2 0,017 166,4598078 0,193 0,211 0,018 176,2515612 30,9 0,179 0,204 0,025 244,793835 0,19 0,216 0,026 254,5855884 35,9 0,175 0,208 0,033 323,1278622 0,185 0,22 0,035 342,711369 40,9 0,17 0,213 0,043 421,0453962 0,18 0,226 0,046 450,4206564 45,9 0,164 0,219 0,055 538,546437 0,174 0,232 0,058 567,9216972 50 0,159 0,224 0,065 636,463971 0,169 0,237 0,068 665,8392312 52 0,157 0,226 0,069 675,6309846 0,167 0,24 0,073 714,7979982 A partir dos dados e da simplificação da equação de Bernoulli foi possível calcular a vazão mássica do escoamento através da relação abaixo: Onde: A = Área do orifício (m²); Cq = Coeficiente de vazão (adimensional); p = Diferença de pressão (Pa); ρ = Densidade da água (kg/m³). E com os resultados da vazão mássica obteve-se a vazão (Q) através da fórmula: Para o Tubo liso menor, coletaram-se os seguintes dados e foram encontrados os seguintes resultados: Tabela 5. Resultados do tubo liso menor frequência (Hz) m (vazão mássica real medidor Kg/s) Q (vazão volumétrica m³/s) velocidade media (m/s) Reynolds 21,7 0,012309651 0,010149778 8,628562837 22366,0671 25,7 0,014302522 0,011792977 10,02548405 25987,02162 30,9 0,017838379 0,014708426 12,50397548 32411,51047 35,9 0,021320942 0,017579932 14,94510923 38739,16458 40,9 0,024464948 0,020172286 17,14892946 44451,67918 45,9 0,027662501 0,02280879 19,39028334 50261,48461 50 0,030402596 0,025068104 21,31097814 55240,11079 52 0,031743629 0,026173837 22,25098745 57676,70559 Tabela 6. Resultados do tubo liso menor frequência (Hz) perda de carga coeficiente de atrito rugosidade (m) rugosidade relativa 21,7 113,0314542 0,02331486 7,54731E-05 0,001950209 25,7 145,3261553 0,022204628 6,26447E-05 0,001618726 30,9 209,9155577 0,020618583 4,67886E-05 0,001209009 35,9 274,5049601 0,018873934 3,25562E-05 0,000841245 40,9 371,3890637 0,019393916 3,64607E-05 0,000942137 45,9 452,1258166 0,018467216 2,9701E-05 0,000767468 50 540,9362449 0,018291518 2,85191E-05 0,000736928 52 581,3046214 0,018030826 2,68216E-05 0,000693065 Para o Tubo liso maior, coletaram-se os seguintes dados e foram encontrados os seguintes resultados: Tabela 7. Resultados do tubo liso maior frequência (Hz) m (vazão mássica real medidor Kg/s) Q (vazão volumétrica m³/s) velocidade media (m/s) Reynolds 21,7 0,039593092 0,032646019 6,805791219 35556,04254 25,7 0,047169895 0,038893383 8,108193667 42360,28842 30,9 0,056889034 0,046907185 9,778849499 51088,43007 35,9 0,06708626 0,055315188 11,53168521 60245,91067 40,9 0,076258366 0,06287794 13,10830975 68482,79711 45,9 0,085924102 0,07084771 14,76978601 77162,98115 50 0,094071398 0,077565467 16,17025243 84479,55052 52 0,097761865 0,080608398 16,80461926 87793,72422 Tabela 8. Resultados do tubo liso maior frequência (Hz) perda de carga coeficiente de atrito rugosidade (m) rugosidade relativa 21,7 40,36837648 0,026976034 0,000258714 0,003316845 25,7 56,51572708 0,026608179 0,000246522 0,003160539 30,9 72,66307767 0,02351973 0,000157268 0,00201625 35,9 96,88410356 0,022550752 0,000134054 0,001718642 40,9 113,0314542 0,020361041 8,96706E-05 0,001149624 45,9 129,1788047 0,018328922 5,79869E-05 0,000743422 50 145,3261553 0,017203002 4,40834E-05 0,000565172 52 161,4735059 0,017698562 4,98977E-05 0,000639714 Para o Tubo rugoso, coletaram-se os seguintes dados e foram encontrados os seguintes resultados: Tabela 9. Resultados do tubo rugoso frequência (Hz) m (vazão mássica real medidor Kg/s) Q (vazão volumétrica m³/s) velocidade media (m/s) Reynolds 21,7 0,005872209 0,004841861 4,407301268 11040,393 25,7 0,006715128 0,00553688 5,039941818 12625,17241 30,9 0,008143289 0,006714453 6,111827195 15310,2704 35,9 0,009355927 0,00771432 7,021954842 17590,16149 40,9 0,010679823 0,008805923 8,015586221 20079,23139 45,9 0,01207845 0,009959144 9,06530472 22708,80084 50 0,013130659 0,010826731 9,855025232 24687,06924 52 0,013528648 0,011154888 10,15372993 25435,33149 Tabela 10. Resultados do tubo rugoso frequência (Hz) perda de carga coeficiente de atrito rugosidade (m) rugosidade relativa 21,7 104,9577789 0,167414966 0,008265752 0,22100942 25,7 145,3261553 0,177262905 0,008949878 0,239301555 30,9 209,9155577 0,174111564 0,008733608 0,233518918 35,9 282,5786354 0,177561327 0,008973368 0,239929626 40,9 371,3890637 0,17909508 0,009080216 0,242786518 45,9 468,2731672 0,176546691 0,008904856 0,238097758 50 549,0099202 0,17514181 0,008808074 0,23551 52 589,3782967 0,177120181 0,008945121 0,239174369 Construção do diagrama de Moody: Após concluir os cálculos, podemos plotar o fator de atrito “f” em função do número de Reynolds para cada um dos três casos separadamente. Gráfico 01 - Fator de atrito em Função do Número de Reynolds para o Tubo Liso Maior. Gráfico 02 - Fator de atrito em Função do Número de Reynolds para o Tubo rugoso. Gráfico 03 - Fator de atrito em Função do Número de Reynolds para o Tubo menor. Conclusão O experimento foi útil demonstrando a influência da vazão e do diâmetro e da rugosidade do tubo sobre a perda de carga. Analisando os dados obtidos de coeficiente de atrito, pode-se claramente perceber que para um escoamento de ar quando maior o diâmetro do tubo, menor a perda de carga, já quanto mais rugoso for o tubo, bem maior será a perda de carga, concordando com a teoria. Já pelos gráficos de Moody pode se constatar que quanto maior o número de Reynolds, maior a perda e maior o coeficiente de atrito do tubo. Conhecendo as importantes características dos escoamentos, os tipos de perdas de cargas, principalmente o atrito na parede do tubo.. Apesar de existir alguns erros de medição, má calibração de equipamentos entre outros, a experiência foi verificada, confirmando satisfatoriamente os assuntos vistos em sala. Referências Bibliográficas FOX E MACDONALD, Introdução à Mecânica dos Fluidos, 2ª Edição, Editora Guanabara Dois, RJ, 1981. . BELLO, Sergio. Perda de Carga em Fluidos Incompressíveis: Roteiro de Prática. Material didático do Curso de Graduação em Engenharia Elétrica, UNIFACS. Salvador, 2001. Mimeo ANDRADE, L.; CARVALHO, J.A. Análise da equação de Swamee – Jain para o cálculo do fator de atrito. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.5, n.3, p.554-557, 2001. Campina Grande, PB, DEAg/UFPB.
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