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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E ZOOTECNIA CURSO DE AGRONOMIA DISCIPLINA: CIÊNCIA DO SOLO I DESCRIÇÃO DE PERFIS DE SOLOS Denize B. Jantsch Milena Dutra De Lucia Ricardo Alexandre Correa Victor Augusto Tozi de Gouveia CUIABÁ-MT JUNHO 2018 Revisão de bibliografia O solo é um componente essencial do ecossistema terrestre, uma vez que é o principal substrato utilizado pelas plantas para o seu desenvolvimento e disseminação. Ele fornece às raízes fatores de crescimento como suporte, água, oxigênio e nutrientes (LIMA ET AL.., 2007). Cujas propriedades, de acordo com o Soil Survey Manual: “[...]são provenientes do efeito integrado do clima e da matéria viva sobre um material original,condicionado pela natureza da rocha, o relevo e o tempo.” O estudo de sua morfologia é importantíssimo, em virtude de que é por meio dele que surge o embasamento para se julgar as muitas características morfológicas, que objetivam classificá-los para utilização e estudos de gênese (PRADO, 1991). Quando se abre uma trincheira no solo, com uma profundidade de mais ou menos 30 cm a 2 m (um pouco mais em região tropical úmida), é possível notar, desde a superfície, uma sucessão de largas faixas paralelas entre si, denominadas de horizontes, sendo o último, formado pela rocha mãe, em via de decomposição. O conjunto de horizontes constitui o perfil (BOYER, 1971). A classificação de um solo se inicia com a descrição morfológica do perfil e coleta de material de campo, que devem ser conduzidas conforme critérios estabelecidos em manuais (LEMOS; SANTOS, 1996; SANTOS et al., 2005), observando-se o máximo de zelo, paciência e critério na descrição do perfil e da paisagem que ele ocupa no ecossistema. As características morfológicas observadas em campo necessitam ser descritas de forma completa, conforme os referidos manuais, recomendando-se os cuidados necessários para registrar com exatidão a designação dos horizontes do perfil (EMBRAPA, 1997; SANTOS et al., 2005) e todas as características morfológicas usuais e extraordinárias. Introdução O solo apresenta características externas próprias, que precisam ser estudadas e descritas com critério. Algumas dessas características permitem inferências importantes, sobre sua formação e seu comportamento em relação ao uso agrícola. O estudo da morfologia do solo refere-se à descrição daquelas propriedades detectadas pelos sentidos da visão e do tato, como por exemplo: cor, textura, estrutura, porosidade, consistência, transição entre horizontes e, ou, camadas. É feita por ocasião do estudo do solo no campo (descrição do perfil) para cada horizonte ou camada individualmente, seguindo um registro metodizado. Onde o exame de campo revela muitas feições que permitem inferências que nem sempre podem ser obtidas partiu de análises de laboratório. A partir dos ensinamentos aprendidos com o estudo da morfologia é capaz realizar da descrição perfil de solo. Essa descrição é muito importante para que se tenha uma visão completa do solo, e permite que sejam vistas características que nem sempre as análises de laboratório permitem, e também é útil para saber o melhor uso do solo analisado Objetivo Fazer a descrição correta e morfológica de perfis, no método tradicional da trincheira à campo. Sem interferência ou uso de laboratório. Material e métodos Para recorrer-se à abertura de uma trincheira de tamanho suficiente para que se possa avaliar as características morfológicas, tomar fotografias e coletar material. A abertura da trincheira ainda é feita manualmente. E para isso, algumas ferramentas básicas são estritamente necessárias, tanto para sua abertura, como para avaliações morfológicas iniciais do procedimento. Imagem 1: Exemplificação dos materiais. Parte do material geral para o exame à campo: 1 – Martelo pedológico 2 – Trato de rosca 3 – Trado holandês 4 – Trado de caneco 5 – Enxadão 6 – Pá quadrada 7 – Pá reta 8 – Faca/Canivete 9 – Borrifador de água As dimensões recomendadas para a trincheira, são que atinjam 1,5m de comprimento por 1,2m de largura e 2,0m de profundidade para descrição de perfil de solos profundos Na sequência, com a trincheira já aberta, iniciou-se o exame de perfil de solo pela separação de horizontes, ou, camadas que foram diferenciados pela variação perceptível das suas características morfológicas descritas anteriormente (cor, textura, profundidade de mudança, consistência e etc). Com a observação visual de uma das paredes da trincheira, foi-se permitida a diferenciação da cor, a transição entre horizontes, tamanho e forma da estrutura. O manuseio do material permitiu a caracterização da consistência, o grau de desenvolvimento da estrutura e sua textura. Onde quando foram separados os horizontes, tomaram-se suas profundidades e espessuras de cada um dos horizontes ou camadas com uma trena do topo do horizonte superficial ao último que permitiu a trincheira. Resultados e discussões Descrição geral Data: 09/04 Localização: Fazenda experimental UFMT/ próximo á fruticultura Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil: Relevo plano 1% Material originário: Sedimento Uso atual: Fruticultura Relevo local: Plano/ forte ondulado Relevo regional: Plano/ suave ondulado Drenagem: Bem drenado Pedregosidade: Não pedregosa Rochosidade: Não rochosa Vegetação primária: Cerradão/ tropical/ subperenifólia. Símbolo A ( 0-22 cm ) Cor Matriz Umida - Bruno 7,5 R 4/3 Textura Franco arenosa/ Franco Argilo-arenosa Grau Fraca Tamanho Muito pequena Tipo Granular e blocos subangulares Seco Ligeiramente dura Umido Friável Plasticidade Ligeiramente plástica Pegajosidade Ligeiramente pegajosa Símbolo AB ( 22- 35 cm ) Cor Bruno amarelado escuro 7,5 Y R 4/4 Textura Franco-argiloarenosa Grau Fraca Tamanho Muito pequena Tipo Granular Seco Dura Umido Muito friável Plasticidade Não plástica Pegajosidade Ligeiramente pegajosa Símbolo BA ( 35-73 cm ) Cor Bruno forte 5YR 4/6 Textura Franco Grau Moderada Tamanho Média Tipo Granular Seco Ligeiramente dura Umido Friável Plasticidade Ligeiramente plástica Pegajosidade Ligeiramente pegajosa Símbolo B1 ( 73-85 cm ) Cor Bruno forte 7,5 YR 5/6 Textura Franco arenosa Grau Moderado Tamanho Pequena Tipo Granular Seco Solta Umido Solta Plasticidade Muito plástica Pegajosidade Muito pegajosa Símbolo B2 ( 85- 101 cm ) Cor Bruno forte 7,5 YR 5/8 Textura Franco Grau Moderada Tamanho Pequena Tipo Granular Seco Ligeiramente dura Umido Muito friável Plasticidade Ligeiramente plástica Pegajosidade Ligeiramente pegajosa Símbolo B3 Cor Bruno forte 7,5 YF e 4/6 Textura Franco arenosa Grau Moderado Tamanho Pequeno Tipo Granular Seco Macio Umido Friável Plasticidade Ligeiramente plástico Pegajosidade Pegajosa Símbolo B4 Cor Bruno amarelado escuro 10Y e 4/6 Textura Franco arenosa Grau Moderado Tamanho Pequeno Tipo Granular Seco Macio Umido Friável Plasticidade Plástico Pegajosidade Muito pegasojo Símbolo B5 Cor Bruno amarelado 10Y e 5/6 Textura Argilo arenosa Grau Moderado Tamanho Pequeno Tipo Granular Seco Ligeiramente duro Umido Friável Plasticidade Plástico Pegajosidade Muito pegasojo Símbolo B6 Cor Bruno forte 7YR e 4/6 Textura Argilo arenoso Grau Moderado Tamanho Pequeno Tipo Granular Seco Ligeiramente duro Umido Firme Plasticidade Plástico Pegajosidade Muito pegasojo Os Resultados foram de mudança discreta ao passar dos horizontes, sendo obtido um resultado de certa forma igualitária, com pouca alteração, havendo apénas singela mudança de coloração. A variação da coloração é dada pela presença de matéria orgânica, hematita (óxido de ferro) e goethita (forma reduzida de Fe). A presença de tais compostos ocasionam alterações podendo obter a colaração preta (Materia orgânica), vermelha (hematita) e amarela (goethita). A alteração da textura está ligada a proporção relativa de areia (mais grosseira), silte e argila (mais fina) e a quantidade desses materiais é estimada pelas sensações táteis, sendo adotado a classificação do triangulo americano de identificação granulométrica. Conclusões Durante a aula prática foi possível ter a vivência da complexidade e importância que envolve a análise e descrição do solo analisando cor, textura e consistência com base em seus respectivos horizontes. Ficou claro que é possível determinar qualquer tipo de solo com tal técnica, dando a possibilidade de conhecer especificamente suas propriedades existentes, dando assim uma capacidade de melhor explora-lo. Referências bibliográficas BOYER, Jean. Definição do solo e descrição do perfil. Salvador: Universidade federal da Bahia, 1971. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa do Solo. Manual de métodos de análises de solos. Rio de Janeiro, 1997. 212p. LIMA, Valmiqui Costa; LIMA, Marcelo Ricardo de; MELO, Vander de Freitas (Eds.) O solo no meio ambiente: abordagem para professores do ensino fundamental e médio e alunos do ensino médio. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, Departamento de Solos e Engenharia Agrícola, 2007. 130 p.] PRADO, H. do; Manejo dos solos: descrições pedológicas e suas implicações. São Paulo: Nobel, 1991. 116 p. SANTOS, R.D.; LEMOS, R.C.; SANTOS, H.G.; KER, J.C. & ANJOS, L.H.C. Manual de descrição e coleta de solo no campo. 5.ed. Viçosa, MG, SBCS/EMBRAPA/CNPS, 2005. 100p. SANTOS, R. D. dos; LEMOS, R. C. de; SANTOS, H. G. dos; KER, J. C.; ANJOS, L. H. C. dos. Manual de descrição e coleta de solo no campo. 5.ed. rev. e ampl. Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo: UFV; [Rio de Janeiro]: Embrapa Solos: UFRRJ, 2005. 92 p. Soil Science Division Staff. 2017. Soil survey manual. C. Ditzler, K. Scheffe, and H.C. Monger (eds.). USDA Handbook 18. Government Printing Office, Washington, D.C.
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