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Raízes do Brasil – Ségio Buarque de Holanda

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Raízes do Brasil – Ségio Buarque de Holanda
Raízes do Brasil é um livro do historiador brasileiro Sérgio Buarque de Holanda. Escrito como um ensaio, foi publicado originalmente pela Editora José Olympio, tendo sido posteriormente objeto de várias reedições ao longo do século XX e é considerado um dos mais importantes clássicos dahistoriografia e da sociologia brasileiras. A obra foi traduzida e editada também em italiano (1954), espanhol (1955) e japonês (1971, 1976), bem como em alemão e em francês.
Publicada em 1936, Raízes do Brasil aborda aspectos centrais da história da cultura brasileira. O texto consiste de uma macrointerpretação do processo de formação da sociedade brasileira. A tese central é a de que o legado personalista da experiência colonial constituía um obstáculo, a ser vencido, para o estabelecimento da democracia política no Brasil. Destaca, nesse sentido, a importância do legado cultural da colonização portuguesa do Brasil e a dinâmica dos arranjos e adaptações que marcaram as transferências culturais de Portugal para a sua colônia americana.
Vale notar as atuais críticas à obra, a mais recente por Jessé Souza, em A elite do Atraso, dado que Sérgio Buarque constrói, em essência, uma visão culturalista, numa tentativa de substituir o racismo vigente à época, do contexto sociocultural brasileiro.
O livro foi escrito na forma de um longo ensaio histórico, tendo sido dividido em sete partes:
Fronteiras da Europa
Trabalho & Aventura
Herança Rural
O Semeador e o Ladrilhador
O Homem Cordial
Novos Tempos
Nossa Revolução
Através do conceito de homem cordial Sérgio Buarque destaca a importância da herança cultural da colonização lusitana no Brasil,[1] construindo ainda a ideia de que a "cordialidade" típica dos brasileiros levou a uma relação problemática entre instâncias públicas e privadas.[2] Por ter proposto a existência desse chamado espírito cordial dos brasileiros, muitos acusaram Sérgio Buarque de Holanda de expor teorias geneticistas. Para estes críticos, a adjetivação do homem brasileiro como cordial teria sido colocada como uma característica nata da chamada "raça brasileira". O que Sérgio Buarque de Holanda fez foi destrinchar as causas desta cordialidade e a partir daí explicar como ela, que é enraizada no perfil psicossociológico do povo brasileiro, contribuiu para todas as mazelas que conviveram e ainda convivem com as relações sociais no Brasil.
Voltando à nossa cordialidade, podemos dizer que nós brasileiros, geralmente pensamos e fazemos tudo a partir da afetividade, temos uma imensa dificuldade para entender as formalizações políticas e somos, portanto, incapazes de separar daquilo que é público, o que nos é privado. Estamos inseridos num círculo vicioso, onde ao mantermos uma relação informal com o Estado, deixamos até mesmo de ser cidadãos. Para Sérgio Buarque de Holanda, esta chamada adaptabilidade se explica pela inexistência, entre os portugueses, do tão caraterístico "orgulho racial" da maioria doseuropeus. De certo ponto de vista, dessa forma o caráter português se coloca então como superior a seus congêneres, mais democrático, mais adequado à plena convivência das raças, da diversidade.

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