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RELATÓRIO DE ESTÁGIO BÁSICO II - ADOLESCÊNCIA, PROPOSTA DE INTERVENÇÃO EM ESCOLA DO ENSINO FUNDAMENTAL

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LAIRA FERNANDA MARQUES
MARIA EDUARDA LEAL
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
Relatório de Estágio Supervisionado Básico Il do curso de Psicologia da Faculdade Barretos, sob orientação da Profa. Fabiana Faria Rezende
Barretos
2018
INTRODUÇÃO
O presente relatório tem por objetivo a descrição das atividades realizadas durante o estágio básico ll, onde proporciona ao estudante a reflexão e elaboração de estratégias em campos que possuem demanda para intervenção psicológica, contribuindo assim para o aprendizado e dando fundamentos para o exercício profissional. O estágio teve inicio com a observação não participante do comportamento de jovens na fase da adolescência, posteriormente a identificação da demanda a qual foi realizada o planejamento e elaboração de intervenção psicológica através da ação psicoeducativa e a mensuração dos efeitos desta ação.
Nesse sentido a ação psicoeducativa possibilita aos jovens a reflexão e discussão de forma favorável da problemática que se encontra presente na demanda da instituição, afim, de favorecer mudanças nos comportamentos dos adolescentes, através de informações (RIBBEIRO, 2013).
Lebon traz contribuições acerca da ação psicoeducativa:
A psicoeducação utiliza ao máximo o meio de vida como universo terapêutico. A maneira pela qual se organizam e animam-se as atividades da vida cotidiana pode acelerar ou fazer com que entre em curto-circuito o processo terapêutico e, consequentemente, a mudança (1997 p.20).
A aprendizagem de acordo com a metodologia da problematização ensina o aluno a iniciar o processo partindo da observação da realidade de um determinado ambiente a partir dessa observação o aluno se deparara com demandas e problemáticas, após a análise das observações serão pontuados pontos chaves e ligados às teorias que são aprendidas a partir de leituras, partindo dai hipóteses de uma solução para dada problemática e logo após aplicando a realidade, fazendo com que o aluno compreenda os processos e se submeta a observar os fatos e encontrar soluções para os mesmos (MOREIRA, ANTONIO, 2011).
No Brasil o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei 8.069, de 1990, considera o adolescente jovens com idade entre 12 e 18 anos e o conceito de sujeito “menor” estende-se como sendo jovens menores de 18 anos de idade. Segundo Eisentein (2005) a adolescência é o período de transição da infância para a vida adulta, e as características que marcam esta fase são os impulsos do desenvolvimento mental, físico, emocional, social, cognitivo e sexual. 
Ao longo do tempo, a adolescência passou a representar para a sociedade, o início do processo de distanciamento de privilégios e comportamentos típicos da infância, e, também processo de capacitação para que jovens assumam deveres e papéis sociais de um adulto (FELICIO; 2010 apud HABIGZANG; DINIZ; KOLLER 2014).
É na fase da adolescência que o corpo sofre mudanças biológicas, resultantes da puberdade, onde ocorrem transformações físicas, emocionais e sociais que refletem em suas relações de maneira geral.
A puberdade é um período de maturação sexual que se mantem por de três a quatro anos e tem início em média, aos oito anos nas meninas, e aos nove nos meninos. As mudanças que ocorrem são várias como crescimento rápido, mudanças na voz, aumento das mamas nas meninas, e alargamento dos ombros nos meninos. Outra característica da puberdade é a primeira menstruação nas meninas, chamado de menarca, e nos meninos a primeira masturbação, chamada de espermarca (SANTROCK, 2012).
Santrock (2012) também traz importantes considerações relacionadas à puberdade, como por exemplo, a preocupação e descontentamento com o corpo, principalmente por parte das meninas, e este fator pode estar relacionado porque é um período concomitante a constituição do Self. Segundo os estágios do desenvolvimento propostos por Piaget, nesta fase o indivíduo está passando pelo estágio das operações formais, que começa por volta dos onze anos. É quando começa a pensar além do aqui e agora, tendo capacidade de abstrair certos conceitos, como o de morte, amor e confiança, não mais precisando partir somente do concreto. 
O self pode ser entendido a partir de outros aspectos que o compõem, como o autoconhecimento, o autoconceito e a autoestima. O primeiro são as auto concepções do indivíduo, como ele vê suas próprias características; o autoconceito está relacionado a uma avaliação de domínios específicos, como ser bom em esportes ou em matemática; enquanto a autoestima é uma avaliação geral do self e de si, pode ser boa ou ruim. Todos estes aspectos estão ligados, também, a fatores sociais, como a comparação com os pares, a relação com a família e o feedback dos outros em relação ao adolescente. 
Além do self real, que é entendido como aquele realmente pertencente ao indivíduo, com suas características existentes, há o self ideal, definido como aquilo a ser alcançado pelo indivíduo. Muitas vezes, o primeiro não satisfaz o segundo, podendo causar frustrações, estando relacionado a estados de baixa autoestima. É por conta de todas as mudanças, citadas anteriormente, que o processo da puberdade pode ser uma adaptação difícil, causando vários conflitos, questionamentos e muitas vezes, frustrações ao adolescente.
Assim que uma criança nasce, seu primeiro grupo pertencente é a família e com ela o individuo passará grande parte de sua infância, e desfrutará dos conhecimentos que serão passados pelos mesmos, de tal modo que a relação entre a família e individuo terá forte influência em seu comportamento e personalidade, para isso é necessário que as primeiras relações interpessoais sejam significativas para a criança, à família está responsável por ensinar tudo que aquela criança precisa saber como cultura, crenças, costumes, educação, afeto dentre outros (PRATTA & SANTOS, 2007).
Conforme essa criança cresce e se desenvolve ela passa por fases/marcos, e próximo aos seus 12 anos entra pela adolescência, momento onde suas relações se expandem, ela possui mais grupos do que somente a família, e isso proporcionam a esse individuo mais conhecimento, mas opinião sobre determinados assuntos e um pensamento critico sobre as coisas ao seu redor, neste momento a família não é mais o único grupo pertencente, como também não é mais o único meio desse individuo obter informações, aprender novas praticas e novos assuntos. 
Até então tudo que esse adolescente entendia era o que a família se responsabilizava por ensinar, com o aumento desses grupos e dessa rede de novos interesses, a relação com a família que antes era harmoniosa agora passa por algumas mudanças, conflitos e questionamentos. Em geral a real causa de todo esse conflito são as dificuldades tanto da família quando do individuo, de compreenderem as diferentes transformações que o adolescente encontra, a dificuldade de conciliar regras e obrigações, atender os caprichos dos pais e terem uma vida social fora do ambiente familiar, tudo isso contribui para confrontos e conflitos de interesse que podem ser tanto construtivos para ambos, como desafiador (HABIGZANG; DINIZ; KOLLER 2014).
Com o decorrer do tempo o essencial para o desenvolvimento desse adolescente que a partir de um bom relacionamento e interação com a família, esses conflitos se tornem aprendizados tanto para a família quanto para o individuo, é necessário à compreensão dos pais nesse novo momento, e um olhar mais cuidadoso, quanto ao estabelecimento de limites, o adolescente precisa sentir-se a vontade para tirar duvidas e questionar quando necessário e a família precisa ser esse respaldo quando solicitado. 
À medida que este jovem transita para a adolescência é comum que suas relações sociais fiquem mais selecionadas, e esta característica se dá ao passo que o mesmo busque por sua identidade a fim de formar seus primeiros contatos sociais extrafamiliares. Segundo Shaffer e Katherine (2012), este primeiro contato conhecido como “grupos de pares”, são constituídos por crianças/adolescentes que se interagemregularmente, onde desenvolve um senso de pertencimento e estipulam certas normas para a inserção dos mesmos, tais como comportamentos, pensamentos, e vestimentas em comum.
Neste sentido é comum que os jovens disponham mais do seu tempo com seus grupos de pares do que com pessoas de sua família, pois são neles que além de se identificar, encontram aprovação e atenção. Outra característica dos adolescentes em desenvolvimento social é a formação das “panelinhas”, geralmente composta por membros do mesmo sexo, que partilham dos mesmos gostos, opiniões, pensamentos e valores. Shaffer e Katherine (2012) trazem contribuições neste assunto ao dizer que o pertencimento as panelinhas e grupos proporcionam aos jovens a oportunidade de expressar seus valores bem como testar novos papéis no processo de formação de uma identidade social extrafamiliar. 
Em determinado período da adolescência, após esta extensão das relações sociais extrafamiliares, os mesmos se dão a oportunidade de conhecer outras pessoas do sexo oposto, nem sempre em situações de formalidade e intimidade, porém a medida que a relação se torna mais sólida os casais começam a ser formados e assim os grupos vão se desfazendo. É importante ressaltar que a depender da maneira como as coisas, os grupos e pessoas são apresentados em suas vidas nem sempre são percebidas de forma positiva por esses adolescentes, podendo assim interferir na inserção dos jovens em grupos em sua transição para a vida adulta bem como na formação (PALÁCIOS, 1995).
A capacidade de pensar em termos abstratos permite a formação de um Self consciente, ou seja, o adolescente sabe que tem um conceito de si e características que o definem. Segundo Hanignag, Diniz e Koller (2014) a fase da adolescência é marcada por confusões e conflitos pessoais, tensões e problemas, e estas características foram generalizadas a partir da sociedade ocidental, porém vale ressaltar que as características da adolescência também vão depender dos fatores que influenciaram o desenvolvimento desse jovem, bem como as normas culturais que está inserido.
Por tudo isso é notável a existência de uma série de ações e intervenções a ser desenvolvida pelo profissional psicólogo que contribui em diversos contextos e diferentes fases do desenvolvimento humano, inclusive na transição da adolescência, com tudo o estágio se faz importante por proporcionar novas percepções acerca do comportamento desses jovens.
RELATOS
 A INSTITUIÇÃO 
 Identificação da escola
A escola Pública Municipal Professor Giuseppe Carnimeo atende as etapas de ensino fundamental II, e está localizado na cidade de Barretos, no Bairro Zequinha Amêndola, Travessa Sebastião Botassini. Parte da população do bairro, bem como dos jovens inseridos na instituição possui nível socioeconômico baixo. Quanto a infra-estruturar a escola disponibiliza alimentação para que os alunos almocem na escola e água filtrada. A escola também conta com acesso à internet e banda larga.
Quantos aos equipamentos que auxiliam no processo de aprendizagem escolar, a instituição dispõe de computadores tanto para fins administrativos quanto para fins educativos e de uso dos alunos bem como TV, Videocassete, DVD e antena parabólica, também retroprojetor se necessário, impressoras, aparelhos de som e projeto de multimídia Datashow.
Quanto as dependências da escola, ela possui 26 salas de aulas, sala de diretoria e de professores, biblioteca e cantina. 
Quanto a laboratórios a instituição dispõe de laboratórios de ciências e informática. Para aulas de educação física e atividades afins existem duas quadras, sendo uma coberta e a outra descoberta, também grande área verde.
No prédio contem banheiros feminino e masculino (sendo um com chuveiro) inclusive para alunos com deficiência ou mobilidade reduzida.
Sala de aula
A sala de aula é bem iluminada e composta por mesas e cadeiras conservadas assim como ar condicionado e ventiladores, porém, paredes sujas e descascadas. A porta de mais de uma das salas é quebrada pelo lado de fora com isso os alunos vez ou outra fecham por dentro para evitar que determinados professores adentrem para a sala de aula.
RELATOS SOBRE AS ATIVIDADES REALIZADAS.
Primeiro dia
Logo que chegamos a escola fomos recepcionadas e convidadas a observar as estruturas e os alunos em seu horário de intervalo (15 a 20 minutos aproximadamente) nos posicionamos em um lugar não muito longe da presença das crianças/adolescentes, logo fomos abordadas por alunos com um questionamento do que estaríamos fazendo ali. Os alunos demonstraram muito interesse e dúvidas a respeito da nossa presença, estavam sempre olhando atentos, os maiores com mais distância os menores já questionavam sem medo.
 Durante o intervalo eles se distribuíam pela escola, formavam grupinhos de meninos e meninas, e era formado por jovens onde quase todos tinham mesma idade. Os grupos eram constituídos por jovens que possuíam características e gostos semelhantes como o vestuário por exemplo, moletons e bermudas de tectel, também havia o grupo de meninos que gostam de praticar atividades específicas como jogos de ping-pong. Uma característica observada era que uma parte dos jovens possuía tatuagens, piercings, e estilos variados. Alguns alunos maiores faziam uso de telefones celulares, no horário de intervalo. Logo após o intervalo observamos os alunos na aula de música, e estavam em um momento livre após o ensaio, então podiam escolher as músicas que gostariam de ouvir, foi possível perceber que o gosto pelo ritmo do funk era unânime neste grupo, todos sabiam cantar e dançar as letras que eram escolhidas. Podemos perceber que havia maior número de meninas do que de meninos, e como não era uma aula obrigatória a todos, notava-se que havia diferenças de idades. De modo geral eles possuíam uma linguagem inapropriada, diziam muitos palavrões, e faltavam com respeito com seus próprios colegas, inclusive com agressões físicas. Durante a aula o professor solicitou que os alunos cantassem para que pudéssemos prestigiar, e assim fizeram, diante disso pudemos observar o talento daqueles alunos e o esforço, pois uma das músicas era em inglês, e eles se saíram muito bem na apresentação. Pode-se atribuir este empenho por parte destes jovens pelo fato de estar lá e fazer parte de um grupo musical ter sido escolha desses adolescentes, ou seja, estão em um ambiente que se identificam e que querem estar não por imposição de alguém. O professor de música nos relata inclusive que eles preferem estar nesta aula do que nas disciplinas de português e matemática, porém é necessário que apresentem boas notas nas respectivas matérias para que continuem a compor o grupo musical. 
Segundo relatos da diretora a escola possui diversos programas relacionados á música, como aulas de viola caipira, coral e banda. Logo após a apresentação nos despedimos e fomos observar a sala do 8º ano C com alunos entre 13 e 14 anos. 
Na sala de aula notamos que estava iniciando a aula de ciências, a sala possuía aproximadamente 30 alunos e estavam divididos quase na mesma quantidade de meninas e meninos. Neste momento a professora passava questões para estudar para a prova, a sala se mostrou dispersa demorando um bom tempo para se organizar. E então a professora aguardou até que estivesse tudo nos conformes, eles possuíam intimidade com a professora, entre uma pergunta e outra havia muitas brincadeiras e piadinhas inclusive de cunho sexual. Os alunos do sexo masculino falavam de pornografias, órgãos genitais e outros, a professora ria com eles de modo que reforçava esse tipo de comportamento pois toda sala também se sentia à vontade para dar risadas quando o aluno emitia tal comportamento, e logo voltava para as perguntas. É possível perceber que a professora não estabelece uma relação hierárquica de professor/aluno, em certos momentos da aula mantinha o vocabulário e se reportava com os alunos da mesma forma como eles falavam com ela.
Em um dado momento uma aluna aparentemente bem-comportada e disciplinada fazum questionamento a professora relacionada as perguntas da prova que estavam sendo ditadas, e a educadora emite uma resposta em tom ríspido e debochador neste momento foi possível notar a vergonha e desconforto da jovem que permaneceu calada. 
De maneira geral nota-se que os alunos dentro da sala de aula já formas suas panelinhas, e se juntavam para fazer as atividades, reforçando mais uma vez a necessidade de pertencimento a grupos e se comunicam através de linguagens próprias, gírias e palavrões.
Segundo dia
No segundo dia de observação chegamos na escola e os alunos estavam em horário de intervalo novamente, porem acontecia a comemoração referente a semana da criança, com isso o intervalo foi estendido para que pudessem aproveitar as atividades e lanches oferecidos pela escola. Durante esse período foi observado que a grande maioria dos jovens não possuía noções básicas de cidadania em relação ao zelo e cuidados com a escola como sendo um espaço de bem-comum, pois jogavam papeis dos lanches e sorvetes no chão, sujavam os banheiros e badernavam tanto no pátio, quanto na sala de aula. 
Logo que os alunos terminaram o sinal tocou sinalizando-os a voltar para suas salas de aula e em seguida a diretora entra na sala para chamar a atenção dos jovens pela sujeira deixada no pátio ressaltando o mau comportamento diante da festa oferecia pra eles. Uma das alunas responde a diretora, deixando-a furiosa que em seguida vai embora.
Neste segundo encontro tivemos a oportunidade de observar os alunos na disciplina de Inglês, e apesar das conversas paralelas ainda serem constantes eles se mostraram mais disciplinados e organizados, sentados enfileirados e individualmente cada um no seu lugar. O professor de inglês não dava vazão para comentários e piadas, e tentava seguir com a aula normalmente. Com os alunos participando de outra disciplina foi possível notar que o relacionamento e maneira de se expressar vareia na presença de um profissional e outro, uns estabelecem uma relação hierárquica mais forte entre eles, deixando de reforçar e repreendendo comportamentos impróprios durante a aula, e profissionais os fazem menos.
Alguns comportamentos expressados pelos adolescentes nos chamou atenção, muitos dormiam durante a aula, não se importando com o dever, nem com a presença do professor, outros nem tocaram no material mostrando total falta de interesse e pouca percepção com relação ao futuro, principalmente quanto questionados acerca do futuro, profissões e etc. Notava-se que tinham percepções limitadas ou pouco instruídas ou direcionadas.
De maneira geral, neste dia os professores conseguiram desenvolver suas aulas, obtendo mais interação dos alunos com os conteúdos desenvolvidos em sala de aula.
Terceiro dia
No terceiro e ultimo dia de observação chegamos durante o evento de comemoração pelo dia dos professores, o coral da escola que visitamos no primeiro dia se apresentava seguido de alunos que recitavam poemas e cantavam para os professores, com isso alguns alunos se encontravam mais eufóricos. Com a realização da atividade a escola estendeu novamente o tempo de intervalo, o que nos deixou a vontade para observar os alunos em interação com seus grupos e amigos. 
Mais uma vez foi possível notar a falta de cuidado e higiene dos jovens com a escola, alguns alunos rasgaram a decoração feita pelos professores que tinha o objetivo de enfeitar a escola durante todo mês. Outros alunos ajudavam na organização após o evento e demonstravam bom relacionamento com os professores, diretores e inspetores. 
Os jovens em sua maioria possuíam o habito de pronunciar gírias e palavras de baixo calão frequentemente o que nos leva a refletir sobre o contexto que esses jovens estão inseridos considerando a influência Bio/Psico/Social. Neste sentido percebendo que determinados comportamentos fazem parte de suas culturas e estão enraizadas e naturalizadas tanto para eles quanto pela forma de condução do ensino por parte dos educadores.
Quarto dia. Aplicação da Intervenção.
 
DISCUSSÃO
O estágio supervisionado proporcionou através da observação dos comportamentos de jovens em período da adolescência o subsidio necessário para os processos da intervenção como: o levantamento de apontamentos e reflexão das problemáticas emergentes na instituição, seguido da formulação de hipóteses de solução para a demanda apresentada, e a elaboração da ação psicoeducativa como intervenção. 
Segundo Danna e Matos (2006) o método observacional é uma das ferramentas metodológicas que se mostra relevante para a compreensão dos comportamentos emitidos e sob quais circunstâncias eles ocorrem. O resultado após a observação tem o objetivo de subsidiar na resolução de um problema, facilitando na escolha das ferramentas utilizadas na ação. 
Entre as atividades educativas presentes na instituição, as aulas voltadas á arte, como coral, viola e banda formada por alunos da instituição, contam com grande interação e retorno positivo dos jovens, que demonstram satisfação e vontade de pertencer a tais projetos. Estes programas existentes na escola estão diretamente ligados ao desempenho escolar em sala de aula, pois é do entendimento dos alunos que é necessário que mantenham boas notas para compor os respectivos grupos musicais. 
Esse movimento de inserção da musica como método de ensino em escolas se deu através da lei da 11.769/2008. A lei em questão veio como alteração do artigo n. 26 da lei 9.394/96, que passou a acrescentar mais um paragrafo onde decreta a obrigatoriedade da utilização da música como conteúdo nas instituições de ensino. Em seu artº 1 a lei também deixa clara que a utilização da música apesar de obrigatório não deve ser exclusiva, deixando a reflexão de que outras artes devem complementar na formação desses jovens (BRASIL, 2008).
O repertório musical de grande parte dos estudantes observados, esta relacionada ao gênero musical funk. Green (1987) considera que os adolescentes atribuem significados a suas preferências musicais, tais como: a liberdade de expressão, identidade e mudanças. Neste sentido a interação e identificação dos jovens com determinados gêneros musicais vem a ser a manifestação da sua identidade social e grupos pertencentes, associados, por exemplo, a idade e aspectos socioculturais. 
Outro tema muito falado entre os adolescentes são as questões da sexualidade que está presente nos comportamentos e no vocabulário dos jovens, com isso se faz necessário alguns esclarecimentos acerca do tema, pois se sabe que é um assunto que gera polêmica ao ser abordado em escolas. 
Segundo Taquete (2008) a sexualidade se da pelo conjunto de fenômenos biológico, social e psicológico e sua compreensão vai depender da cultura em que o individuo esta inserida, pois cada sociedade considera o que se é permitido ou proibido dentro da sua cultura. A sexualidade esta presente dês dos primeiros anos de vida de um individuo, e o autor complementa que as pulsões libidinais se manifestam muito precocemente através de alguns comportamentos.
Há um aumento do interesse sexual à medida que as alterações hormonais começam a fazer parte do desenvolvimento adolescente, e essas mudanças anunciam o período da puberdade que ocorre durante a fase da adolescência. É na puberdade que ocorre a maturação dos órgãos sexuais, tanto órgãos diretamente ligados a reprodução como vagina e pénis, quanto os eu não estão ligados diretamente como seios, ossos, peso, oleosidade da pele e etc (SANTROCK, 2012). 
É natural que os jovens em período da adolescência tenham o interesse de explorar o sexo e incorporar a sexualidade em sua identidade, com isso pode surgir momentos de confusão e vulnerabilidade ao longo desse processo de descoberta. De maneira geral é esperado que o adolescente consiga desenvolver uma identidade sexual madura (SANTROCK, 2012).
É também no período da adolescência que há maior necessidade de orientações e discussões acerca da vulnerabilidade do adolescente, relacionados a gravidez na adolescência, abuso sexual, doenças sexualmentetransmissíveis, AIDS, abuso de Drogas, entre outros. 
Para Papalia e Feldman (2013) por mais que a maioria dos adolescentes (estatisticamente falando) não sofra com o abuso de drogas, há um número significativo de jovens que fazem ou já fizeram uso de substâncias não só químicas como as drogas, mas também cigarros e bebidas alcoólicas. 
Na adolescência há grande preocupação quanto ao uso destas substâncias causadoras de dependência e maior probabilidade para que isso ocorra, pois, as drogas agem em partes do cérebro desses jovens que ainda não estão completamente desenvolvidas no período da adolescência, com isso compreende-se que quanto mais precoce for o envolvimento desses jovens a estes tipos de substâncias mais provavelmente acontecerá à dependência e abuso das mesmas (PAPALIA & FELDMAN, 2013).
Dentre todas as demandas observadas a falta de perspectiva e pouca expectativa com relação ao futuro se mostrou mais evidente no grupo. Sabe-se que a escolha profissional ou idealização de quem desejam ser quando crescer na maioria das vezes acontece durante a adolescência. Este processo de escolha da profissão vem acompanhado da pressão e expectativa familiar e social, em fazer uma escolha profissional, sobretudo rentável, com isso pode ser que haja medo do fracasso e/ou insegurança durante esse processo.
Durante o ensino médio os jovens começam a ser preparados para essa escolha, e pensam no assunto de maneira mais idealizada, diferente de como pensavam na infância, onde as representações que tinham da vida adulta e profissões eram relacionadas a super-heróis, astros de TV ou esporte, por exemplo, (SANTROCK, 2012).
É necessário que os alunos no período do ensino médio comecem a ser estimulados a ter certa ambição de conhecer profissões e possibilidades, e isso dificilmente acontece. Muitos adolescentes passam por esta fase da vida sem saber qual carreira pretende seguir, bem como seus objetivos e perspectivas com relação ao futuro, e até mesmo desconhecem o seu verdadeiro potencial pela ausência desse estimulo ou falta de apresentação das possibilidades. 
As escolas, professores e família têm papel importante nesse período, podendo ter grande influencia sob a escolha e visão desses jovens, pois se entende que essas esferas sociais, são os primeiros a apresentar tais perspectivas com o mundo do trabalho (SANTROCK, 2012).
Quando um adolescente se depara com a escolha de uma profissão, não estão apenas em jogo seus interesses e aptidões, mas também a maneira como ele vê o mundo, como ele próprio se vê, as informações que possui acerca das profissões, as influências externas advindas do meio social, dos pares e, principalmente, da família. (Almeida & Pinho, 2008 p.174)
Sabendo disso se faz relevante elaboração de ação psicoeducativa com foco voltado diretamente para a ampliação das percepções e perspectivas com relação ao futuro e profissões dos jovens matriculados no ensino fundamental. A metodologia utilizada proporcionou aos facilitadores identificar além das percepções, mas também as representações dos adolescentes acerca do tema e despertar interesse pela autorrealização profissional. Com isso nos dando a oportunidade de abrir discussões e apresentá-los novas possibilidades e caminhos que possam agregar, tanto em suas vidas acadêmicas aos que tem o objetivo e possibilidade de ingressar em universidades, quanto mostrar maneiras de adentrar ao mercado de trabalho e obter retorno financeiro através de cursos de menor prazo, como cursos técnicos, profissionalizantes ou integrados. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
REFERÊNCIAS 
ALMEIDA, Maria Elisa G, G. PINHO, Luís Ventura. Adolescência, família e escolhas: implicações na orientação profissional. Psicologia Clínica, v. 20, n. 2, p. 173-184, 2008.
BRASIL. Lei 8.069, de 13 de Julho de 1990. Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília: Ministério da Justiça, 1990.
BRASIL. Lei 11.769 de 18 de agosto de 2008. Altera a Lei n. 9394/96, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino de música na educação básica. Brasília: Presidência da República, 2008
DANNA, M. F., & MATOS, M. A. Aprendendo a observar.
São Paulo: Edicon, (2006).
EISENSTEIN, E. Adolescência: definições, conceitos e critérios. Adolescência & Saúde, Rio de Janeiro, v. 2, n. 2, p. 6-7, abr./jun. 2005. Disponível em: <http://www.adolescenciaesaude.com/detalhe_artigo.asp?id=167>. Acesso em: 
12 nov. 2018.
GREEN, Anne-Marie. Les comportements musicaux des adolescentes. Inharmoniques “Musiques, Identités”, v. 2, p. 88-102, 1987.Disponivel em: http://articles.ircam.fr/textes/Green87a/ acesso em:26.out.2018.
HABIGZANG, L. F.; DINIZ, E.; KOLLER, S. H. Trabalhando com adolescentes: teoria e intervenção psicológica. São Paulo: Artmed, 2014. 
LEBON, A. (1997). Psico-educação: a ciência do “viver com” educativo e terapêutico. Paidéia (Ribeirão Preto), 0 (12-13),11-27. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0103-863X1997000100002> acesso em 23.out.2018
MATOS, Margarida Gaspar de. A saúde do adolescente: O que se sabe e quais são os novos desafios. Aná. Psicológica,  Lisboa ,  v. 26, n. 2, p. 251-263,  abr.  2008 .   Disponível em <http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-82312008000200007&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  25  out.  2018.
MOREIRA, M. A ; Teorias da aprendizagem. 2ªed. São Paulo; 2011
PAPALIA, D. E.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento humano. Artmed Editora, 2013.
PRATTA, E. M. M.; SANTOS, M. A. Família e adolescência: A influência do contexto familiar no desenvolvimento psicológico de seus membros. 2007 Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pe/v12n2/v12n2a05 Acesso em 13 set. 2018.
RIBEIRO KCS. Intervenção psicoeducativa dirigida à prevenção de DSTS e a gravidez não planejada para adolescentes jovens [tese]. João Pessoa: Universidade Federal da Paraíba; 2013.
SHAFFER, D.; R; KATHERINE, kipp. Psicologia do desenvolvimento: Infância e Adolescência. 8ª ed, São Paulo: Cengage Lerning. 2012.
SANTROCK, J.W. Adolescência. 14. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. 
TAQUETTE, Stella R. Sexualidade na adolescência. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Saúde do adolescente: competências e habilidades. Brasília: MS, p. 205-12, 2008.
ANEXOS

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