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hexag SISTEMA DE ENSINO 3 1ª edição São Paulo 2016 hexag SISTEMA DE ENSINO © Hexag Editora, 2016 Direitos desta edição: Hexag Editora Ltda. São Paulo, 2016 Todos os direitos reservados. Autor Rodrigo S. Alves Diretor geral Herlan Fellini Coordenador geral Raphael de Souza Motta Responsabilidade editorial Hexag Editora Diretor editorial Pedro Tadeu Batista Editor Rodrigo S. Alves Revisor Arthur Tahan Miguel Torres Pesquisa iconográfica Camila Dalafina Coelho Programação visual Hexag Editora Editoração eletrônica Bruno Alves Oliveira Cruz Camila Dalafina Coelho Eder Carlos Bastos de Lima Raphael de Souza Motta Capa Hexag Editora Fotos da capa (de cima para baixo) http://www.fcm.unicamp.br Acervo digital da USP (versão beta) http://www.baia-turismo.com Impressão e acabamento Imagem Digital Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo o ensino. Caso exista algum texto, a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições. O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra está sendo usado apenas para fins didáticos, não represen- tando qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora. 2016 Todos os direitos reservados por Hexag Editora Ltda. Rua da Consolação, 954 – Higienópolis – São Paulo – SP CEP: 01302-000 Telefone: (11) 3259-5005 www.hexag.com.br contato@hexag.com.br Aula 9 : Filosofia contratualista 4 Aula 10: Filosofia política: o que é cidadania? 14 Aula 11: Filosofia moderna: René Descartes 24 Aula 12: Filosofia moderna: David Hume 30 FILOSOFIA Filosofia contratualista Aula 9 5 Os filósofos contratualistas são aqueles que partem da análise do homem em um estado de natureza (anterior à so- ciabilidade, pré-social), para ingresso na sociedade civil, através de um pacto artificial, ou seja, um contrato social. O direito de natureza, a que os autores geralmente chamam jus naturale, é a liberdade que cada homem possui de usar seu próprio poder, da maneira que quiser, para a preservação de sua própria natureza, ou seja, de sua vida: e, consequentemente, de fazer tudo aquilo que seu próprio julgamento e razão lhe indiquem como meios adequados a esse fim; e é isso que faz com que eles deixem esse estado, para conviverem em sociedade. A partir da tendência de secularização do pensamento político, os filósofos do século XVII estavam preocu- pados em justificar racionalmente e legitimar o poder do Estado sem recorrer à intervenção divina ou a qualquer explicação religiosa. Daí a preocupação com a origem do Estado de Hobbes, Locke e Rousseau. Thomas hobbes Hobbes teve uma vida longeva. Superou, inclusive, a expectativa de vida de sua época, morrendo após completar 91 anos e experimentar a virada de um século a outro (do século XVI ao XVII). Presenciou não só períodos de turbulência intelectual dentro da própria Inglaterra, como também na própria Europa como um todo. O estado de natureza é um estado de guerra de todos contra todos. O ser humano, dominado pelas paixões, somente a elas obedece, principalmen- te estando elas voltadas para a preservação de si, por meio da busca de bens exteriores. O conatus, ou desejo humano, é orientado como um elemento an- tissocial; ele, em regra, torna impossível a convivência em sociedade, em paz. O conceito de liberdade Segundo Hobbes, conforme observado ao tocar neste assunto, estava ele diretamente em discussão com a Igreja e a escolástica. Igualando liberdade natural e direito natural, fazia a virada em cima desta escola e erguia os alicerces do contrato; a liberdade natural, denominada no Leviatã (momento de maturidade dessa teoria), em sentido próprio, a ausência de oposição (entendendo por oposição os impedimentos externos do movimento), não dependia mais de uma vontade transcendente e dissociada das paixões. Como a vontade livre (liberdade) é o produto final da deliberação feita pelo ser humano com base em suas paixões, é preciso encontrar aquela(s) paixão(ões) que tenha(m) o(s) peso(s) maior(es) na balança para que possa 6 ser conduzido à sociabilidade. Aqui, Hobbes é enfático ao afirmar que o estado de natureza, mesmo sendo a con- dição natural do homem, não é o mais propício à preservação de sua vida e segurança. É um estado em que não há justiça e, portanto, em que cada homem faz o necessário para se preservar. Como afirmado no final do capítulo anterior, há predominância do medo e da desconfiança, mesmo quando não estão os homens em conflito direto. Thomas Hobbes (1588-1679) "O homem é o lobo do homem." "... a guerra de todos contra todos." "... todos os homens não naturalmente iguais." [egoístas] Estado de Natureza O estado de natureza é o modo de ser do homem antes de ingressar no estado social. Direitos Naturais: autopreservação (da procura do que é necessário e cômodo à vida). Contrato É instinto de conservação que leva ao contrato (pacto entre súditos) que provoca a saída do estado de natureza e a instauração do estado social (que é, portanto, artificial). É uma paz tática. No estado social, o poder político funda-se no arbítrio do governante (poder privado = poder público). Soberania (Absolutismo) § Absoluta: ilimitada, despótica, detém todo o poder, não sujeita a nenhuma lei, sem necessidade de prestar contas. § Legítima: fruto da transmissão definitiva do poder dos indivíduos ao governante (pacto se dá entre súditos. § Una: não mista (como a monarquia constitucional). § Indivisível: sem divisão de poder (contra o parlamento). § Intransferível: somente pode ter sido adquirida pelo pacto. § Irrevogável: não pode ser destituída, punido ou morto. § Direitos Individuais: autopreservação. John Locke John Locke foi um importante filósofo inglês. É considerado um dos líderes da doutrina filosófica conhecida como empirismo e um dos ideólogos do libera- lismo e do iluminismo. Nasceu em 29 de agosto de 1632, na cidade inglesa de Wrington. Locke teve uma vida voltada para o pensamento político e desenvolvi- mento intelectual. Estudou Filosofia, Medicina e Ciências Naturais na Univer- sidade de Oxford, uma das mais conceituadas instituições de ensino superior da Inglaterra. Foi também professor dessa universidade, onde lecionou Grego, Filosofia e Retórica. No ano de 1683, após a Revolução Gloriosa na Inglaterra, foi morar na Holanda, retornando para a Inglaterra somente em 1688, após o restabe- 7 lecimento do protestantismo. Com a subida ao poder do rei William III de Orange, Locke foi nomeado ministro do Comércio, em 1696. Ficou neste cargo até 1700, onde precisou sair por motivo de doença. Locke faleceu em 28 de outubro de 1704, no condado de Essex (Inglaterra). Nunca se casou ou teve filhos. Visão política de Locke Locke criticou a teoria do direito divino dos reis, formulada pelo teólogo e bispo francês Jacques Bossuet. Para Locke, a soberania não reside no Estado, mas sim na população. Embora admitisse a supremacia do Estado, Locke dizia que este deve respeitar as leis natural e civil. Locke também defendeu a separação da Igreja do Estado e a liberdade religiosa, recebendo por estas ideias forte oposição da Igreja católica. Para Locke, o poder deveria ser dividido em três: executivo, legislativo e judiciário. De acordo com sua visão, o poder legislativo, por representar o povo, era o mais importante. Embora defendesse que todos os homensfossem iguais, foi um defensor da escravidão. Não relacionava a escravidão à raça, mas sim aos vencidos na guerra. De acordo com Locke, os inimigos e capturados na guerra poderiam ser mortos, mas como suas vidas são mantidas, devem trocar a liberdade pela escravidão. Principais obras de John Locke § Cartas sobre a tolerância (1689) § Dois tratados sobre o governo (1689) § Ensaio acerca do entendimento humano (1690) § Pensamentos sobre a educação (1693) John Locke (1632-1704) "Sendo os homens por natureza todos livres, iguais e independentes, ninguém pode ser expulso de sua proprieda- de e submetido ao poder político de outrem sem dar consentimento." Estado de Natureza No estado de natureza cada um é juíz em causa própria (gera insegurança). Direitos Naturais: propriedade privada (liberdade, vida, bens, corpo, trabalho), independência, igualdade. Contrato O contrato social, que provoca a saída do estado natural e a instauração da sociedade civil, é a busca da segurança, do conforto e da paz, garantindo a propriedade privada. Na sociedade civil (sociedade política) o poder político, de origem parlamentar, funda-se nas instituições (poder público ≠ poder privado). Soberania (Liberalismo) § Restrita: não deve intervir na economia, mas apenas na segurança e defesa dos direitos individuais. § Legítima: fruto do consentimento dos cidadãos, através do pacto firmado livremente entre membros da sociedade. 8 § Divisível: vários poderes (legislativo = poder supremo, executivo, federativo = rel. exteriores). § Direitos Individuais (privados): liberdade de pensamento, expressão e religião (na verdade, igualdade apenas abstrata e formal); insurreição (o poder é um 'trust': confiança), iniciativa econômica (propriedade) Jean-Jacques Rousseau Jean-Jacques Rousseau foi um importante filósofo, teórico político e escritor suíço. Nasceu em 28 de junho de 1712, na cidade de Genebra (Suíça), e mor- reu em 2 de julho de 1778, em Ermenoville (França). É considerado um dos principais filósofos do iluminismo, sendo que suas ideias influenciaram a Re- volução Francesa (1789). Rousseau não conheceu a mãe, pois ela morreu no momento do parto. Foi criado pelo pai, um relojoeiro, até os 10 anos de idade. Em 1722, outra tragédia familiar acontece na vida de Rousseau: a morte do pai. Na adoles- cência, foi estudar numa rígida escola religiosa. Nessa época, estudou muito e desenvolveu grande interesse pela leitura e música. No final da adolescência, foi morar em Paris e, na fase adulta, começou a ter contatos com a elite intelectual da cidade. Foi convidado por Diderot para escrever alguns verbetes para a Enciclopédia. No ano de 1762, Rousseau começou a ser perseguido na França, pois suas obras foram consideradas uma afronta aos costumes morais e religiosos. Refugiou-se na cidade suíça de Neuchâtel. Em 1765, foi morar na Ingla- terra a convite do filósofo David Hume. De volta à França, Rousseau casou-se com Thérèse Levasseur, no ano de 1767. Escreveu, além de estudos políticos, romances e ensaios sobre educação, religião e literatura. Sua obra principal é Do contrato social. Nesta obra, defende a ideia de que o ser humano nasce bom, porém a sociedade o conduz à degeneração. Afirma também que a sociedade funciona como um pacto social, onde os indivíduos, orga- nizados em sociedade, concedem alguns direitos ao Estado em troca de proteção e organização. Obras principais § Discurso sobre as ciências e as artes § Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens § Do contrato social § Emílio, ou Da educação § Os devaneios de um caminhante solitário Jean-Jacques Rosseau (1912-1778) "O homem nasce livre, e por toda parte encontra-se a ferros." Estado de Natureza No estado de natureza os homens são selvagens sadicos, ingênuos e felizes, até que surja, por um falso contrato, a propriedade privada (~sociedade civil hobbesiana). Direitos Naturais: vida, felicidade e manutenção. 9 Contrato O contrato é a única associação legítima e manifesta-se no pacto entre governados e governantes, onde abdica-se de todos os direitos em favor da comunidade, isto é, o corpo moral e coletivo (Estado). O estado social busca a satisfação do bem comum e não do bem particular. Soberania (Democracia direta) § Governo (representante) ≠ Soberano (povo) § Legítima: fruto do consentimento unânime dos cidadãos, através do pacto firmado entre governados e governantes. § Indivisível: não se pode tomar os poderes separadamente. § Inalienável: não pode ser retirada do povo e é manifestada pelo legislativo. A soberania é de todos, logo, exige a submissão dos governantes e dos governados à Vontade Geral. § O povo soberano é constituído ao mesmo tempo por cidadãos, enquanto ativos e súditos, enquanto passivos. 10 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: “O homem nasce livre, e por toda a parte en- contra-se a ferros. O que se crê senhor dos demais não deixa de ser mais escravo do que eles. (...) A ordem social, porém, é um direito sagrado que serve de base a todos os outros. (...) Haverá sempre uma grande diferença entre subjugar uma multidão e reger uma sociedade. Sejam homens isolados, quantos possam ser submetidos sucessivamente a um só, e não verei nisso senão um senhor e escra- vos, de modo algum considerando-os um povo e seu chefe. Trata-se, caso se queira, de uma agregação, mas não de uma associação; nela não existe bem público, nem corpo político.” (Jean-Jacques Rousseau, Do Contrato Social. [1762]. São Paulo: Ed. Abril, 1973, p. 28,36.) 1. (Unicamp) No trecho apresentado, o autor: a) argumenta que um corpo político existe quando os homens encontram-se associados em estado de igualdade política. b) reconhece os direitos sagrados como base para os direitos políticos e sociais. c) defende a necessidade de os homens se uni- rem em agregações, em busca de seus direi- tos políticos. d) denuncia a prática da escravidão nas Améri- cas, que obrigava multidões de homens a se submeterem a um único senhor. 2. (Enem PPL) O homem natural é tudo para si mesmo; é a unidade numérica, o inteiro absoluto, que só se relaciona consigo mes- mo ou com seu semelhante. O homem civil é apenas uma unidade fracionária que se liga ao denominador, e cujo valor está em sua re- lação com o todo, que é o corpo social. As boas instituições sociais são as que melhor sabem desnaturar o homem, retirar-lhe sua existência absoluta para dar-lhe uma relati- va, e transferir o eu para a unidade comum, de sorte que cada particular não se julgue mais como tal, e sim como uma parte da uni- dade, e só seja percebido no todo. ROUSSEAU, J. J. Emílio ou da Educação. São Paulo: Martins Fontes, 1999. A visão de Rousseau em relação à natureza humana, conforme expressa o texto, diz que: a) o homem civil é formado a partir do desvio de sua própria natureza. b) as instituições sociais formam o homem de acordo com a sua essência natural. c) o homem civil é um todo no corpo social, pois as instituições sociais dependem dele. d) o homem é forçado a sair da natureza para se tornar absoluto. e) as instituições sociais expressam a natureza humana, pois o homem é um ser político. 3. (Ufsj) Thomas Hobbes afirma que “Lei Ci- vil”, para todo súdito, é: a) “construída por aquelas regras que o Estado lhe impõe, oralmente ou por escrito, ou por outro sinal suficiente de sua vontade, para usar como critério de distinção entre o bem e o mal”. b) “a lei que o deixa livre para caminhar para qualquer direção, pois há um conjunto de leis naturais que estabelece os limites para uma vida em sociedade”. c) “reguladora e protetora dos direitos huma- nos, e faz intervenção na ordem social para legitimar as relações externas davida do ho- mem em sociedade”. d) “calcada na arbitrariedade individual, em que as pessoas buscam entrar num Estado Civil, em consonância com o direito natural, no qual ele – o súdito – tem direito sobre a sua vida, a sua liberdade e os seus bens”. 4. Porque as leis de natureza (como a justiça, a equidade, a modéstia, a piedade, ou, em resumo, fazer aos outros o que queremos que nos façam) por si mesmas, na ausência do temor de algum poder capaz de levá-las a ser respeitadas, são contrárias a nossas paixões naturais, as quais nos fazem tender para a parcialidade, o orgulho, a vingança e coisas semelhantes. HOBBES, Thomas. Leviatã. Cap. XVII. Tradução de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 103. Em relação ao papel do Estado, Hobbes con- sidera que: a) o seu poder deve ser parcial. O soberano que nasce com o advento do contrato social deve assiná-lo, para submeter-se aos compromis- sos ali firmados. b) a condição natural do homem é de guerra de todos contra todos. Resolver tal condição é possível apenas com um poder estatal pleno. c) os homens são, por natureza, desiguais. Por isso, a criação do Estado deve servir como instrumento de realização da isonomia entre tais homens. d) a guerra de todos contra todos surge com o Estado repressor. O homem não deve se sub- meter de bom grado à violência estatal. 5. (Uel) “[...] é preciso que examinemos a con- dição natural dos homens, ou seja, um esta- do em que eles sejam absolutamente livres para decidir suas ações, dispor de seus bens e de suas pessoas como bem entenderem, dentro dos limites do direito natural, sem pedir autorização de nenhum outro homem nem depender de sua vontade.” (LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o governo civil. Trad. Magda Lopes e Marisa Lobo da Costa. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1994. p. 83.) apRofunde seus conhecimenTos 11 Com base no texto e nos conhecimentos so- bre o estado de natureza em Locke, é correto afirmar: a) Os homens desconhecem a noção de justiça, pelo fato de inexistir um direito natural que assegure a ideia do “meu” e do “teu”. b) É constituído pela inimizade, maldade, vio- lência e destruição mútua, características inerentes ao ser humano. c) Baseia-se em atos de agressão física, o que gera insegurança coletiva na manutenção dos direitos privados. d) Pauta-se pela tripartição dos poderes como forma de manter a coesão natural e respei- tosa entre as pessoas. e) Constitui-se de uma relativa paz, que inclui a boa vontade, a preservação e a assistência mútua. 6. (Uel) Tendo por base a concepção de contra- to social em Locke, considere as afirmativas a seguir. I. Os homens firmam entre si um pacto de submissão, por meio do qual transferem a um terceiro o poder de coerção, trocan- do a condição de desigualdade do Estado de Natureza pela segurança e liberdade do Estado social. II. Os homens firmam um pacto de consen- timento, no qual concordam livremente em formar a sociedade para preservar e consolidar os direitos que possuíam ori- ginalmente no Estado de natureza. III. O exercício legítimo da autoridade, no Estado social, baseia-se na teoria do di- reito divino, em que os monarcas, her- deiros dos patriarcas, são representantes diretos que garantem o contrato social. IV. O que leva os homens a se unirem e esta- belecerem livremente entre si o contrato social é a falta de lei estabelecida, de juiz imparcial e de uma força coercitiva para impor a execução das sentenças. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e II. b) I e III. c) II e IV. d) I, III e IV. e) II, III e IV. 7. (Ufma) Leia com atenção a seguinte afirma- ção de Rousseau. “Enfim, cada um dando ninguém e, não exis- tindo um associado sobre o qual não se ad- quira o mesmo direito que se lhe cede sobre si mesmo, ganha-se o equivalente de tudo que se perde, e maior força para conservar o que se tem. Se separar-se, pois, do pacto social aquilo que não pertence à sua essên- cia, ver seguintes termos: ‘Cada um de nós põe em comum sua pessoa e todo o seu po- der sob a direção suprema da vontade geral, e recebemos, enquanto corpo, cada membro como parte indivisível do todo. Imediata- mente, esse ato de associação produz, em lugar da pessoa particular de cada contra- tante, um corpo moral e coletivo, composto de tantos membros quantos são os votos da assembleia, e que, por esse mesmo ato, ga- nha sua unidade, seu eu comum, sua vida e sua vontade.” ROUSSEAU, J. – J. Do Contrato Social. Coleção Os Pensadores. O Pacto Social somente é possível a partir da vontade geral, descrita acima. Segundo Rousseau, tal conceito significa: a) vontade de todos. b) vontade da maioria. c) vontade individual. d) vontade de uma grande parte. e) vontade comum coletiva. 8. (Uel) Leia o texto a seguir. “Dado que todo súdito é por institui- ção autor de todos os atos e decisões do so- berano instituído, segue-se que nada do que este faça pode ser considerado injúria para com qualquer de seus súditos, e que nenhum deles pode acusá-lo de injustiça”. (Fonte: HOBBES, T. Leviatã, ou, Matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e civil. Tradução de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 109.) Com base no texto e nos conhecimentos so- bre o contratualismo de Hobbes, é correto afirmar: a) O soberano tem deveres contratuais com os seus súditos. b) O poder político tem como objetivo principal garantir a liberdade dos indivíduos. c) Antes da instituição do poder soberano, os homens viviam em paz. d) O poder soberano não deve obediência às lei da natureza. e) Acusar o soberano de injustiça seria como acusar a si mesmo de injustiça. 9. (Uel) “Para Locke, o estado de natureza é um estado de liberdade e de igualdade.” (LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Tradução de Magda Lopes e Marisa Lobo da Costa. Petrópolis: Vozes, 1994. p. 83.) Com base nos conhecimentos sobre a filoso- fia política de Locke, assinale a alternativa correta. a) No estado de natureza, a liberdade dos ho- mens consiste num poder de tudo dispor a partir da força e da argúcia. b) Os homens são iguais, pois todos têm o mes- mo medo de morte violenta em mãos alheias. 12 c) A liberdade dos homens determina que o es- tado de natureza é um estado de guerra de todos contra todos. d) A liberdade no estado de natureza não con- siste em permissividade, pois ela é limitada pelo direito natural. e) Nunca houve na história um estado de natu- reza, sendo este apenas uma hipótese lógica. 10. (Ueg) Entendia o filósofo Jean-Jacques Rousseau que a sociedade civil é resultado das transformações que a espécie humana sofreu ao longo de sua história, sobretudo da condição de selvagem para a condição de homem civilizado. O que permitiu essa transformação, segundo este filósofo, é a perfectibilidade. Selecione, nos itens a se- guir, aquele que expressa o sentido de per- fectibilidade em Rousseau, ou seja, a capaci- dade que o homem tem de: a) aperfeiçoar-se. b) encontrar soluções para seus problemas. c) enfrentar seus medos. d) escapar dos perigos. 11. Segundo Thomas Hobbes, o estado de natu- reza é caracterizado pela “guerra de todos contra todos”, porque, não havendo nenhu- ma regra ou limite, todos têm direito a tudo o que significa que ninguém terá segurança de seus bens e de sua vida. A saída desta situação é o pacto ou contrato social, “uma transferência mútua de direitos”. HOBBES, T. Leviatã. Coleção Os Pensadores. Trad. João P. Monteiro e Maria B. N. da Silva. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 78-80. Com base nestas informaçõese nos seus co- nhecimentos sobre a obra de Hobbes, assina- le a alternativa que caracteriza o pacto social. a) Pelo pacto social, cria-se o Estado, que con- tinua sendo uma mera reunião de indivíduos somente com laços de sangue. b) Pelo pacto social, a multidão de indivíduos passa a constituir um corpo político, uma pessoa artificial: o Estado. c) Pelo pacto social, cria-se o Estado, mas os indivíduos que o compõem continuam se- nhores de sua liberdade e de suas proprieda- des. d) O pacto social pressupõe que o Estado deverá garantir a segurança dos cidadãos, mas em nenhum momento fará uso da força pública para isso. GabaRiTo 1. A 2. A 3. A 4. B 5. C 6. C 7. E 8. E 9. D 10. A 11. B Filosofia política: o que é cidadania? Aula 10 15 A palavra cidadania tem sua origem na palavra latina civitas, que significa cidade; porém, o seu conceito em re- lação ao exercício de determinados direitos já pôde ser visto na Grécia Antiga. De uma forma geral, o conceito de cidadania está diretamente relacionado ao fato dos indivíduos possuírem determinados direitos políticos. Atualmente, a cidadania deve ser vista como o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e sociais, que estão fundamentados na Constituição. Esses direitos e deveres são interligados e servem como base para a convi- vência em sociedade no mundo contemporâneo. o siGnificado de seR cidadão, onTem e hoJe A cidade de Atenas esteve alicerçada em bases mais democráticas, cabendo a todos os seus cidadãos o direito de debater os destinos da coletividade. O próprio sistema educacional ateniense, compromissado com uma formação baseada na reflexão e debate acerca da realidade, salienta este traço da política de Atenas. Entretanto, não podemos esquecer que a noção de cidadania ateniense era extremamente limitada, se comparada aos dias de hoje. As mulheres, por exemplo, eram normalmente excluídas dos debates políticos, assim como escravos, estrangeiros e indivíduos não abastados. De tal modo, o cidadão ateniense era necessariamente do gênero masculino, livre e detentor de propriedades, o que afastava a maioria da população da política estatal e detinha nas mãos de poucos o direito à educação. Como na Grécia, em Roma o exercício de cidadania estava ligado com a capacidade de exercer direitos políticos e civis. A cidadania romana era atribuída somente aos homens livres (nem todos os homens livres eram considerados cidadãos). Os cidadãos tinham o direito: a ser sujeito de direito privado (jus civile); ao acesso aos cargos públicos e às magistraturas; à participação das assembleias políticas; e às vantagens fiscais. Na sociedade romana, as pessoas eram diferenciadas entre livres e escravos. Os cidadãos não eram con- siderados todos iguais e livres, e se dividiam em categorias de classes. A participação nas atividades político- -administrativas era restrita a uma parcela mínima, aos cidadãos ativos; além do que, nem todos podiam ocupar cargos políticos e administrativos. a cidadania no mundo modeRno A questão da cidadania é enfocada sob um outro ângulo pelos filósofos que pensam a constituição do Estado moderno. A igualdade e a liberdade, como direitos reivindicados pela burguesia que disputa o espaço público com a nobreza e o clero, a centralização do poder e a soberania são as questões definidoras do Estado nacional, no qual está compreendida a cidadania moderna. 16 Pensadores, como Hobbes, explicam o Estado como uma sociedade artificial, decorrente de uma convenção entre os homens que buscam a paz e a segurança da propriedade. "A conservação da propriedade", enquanto produto do trabalho, "seria o fim maior e principal para os homens unirem-se em sociedades políticas”. A cidadania moderna, vinculada ao Estado-nação e à afirmação da burguesia enquanto classe, guarda, em sua definição, elementos comuns e, ao mesmo tempo, diferentes aos encontrados na cidadania grega ou romana. O cidadão, tanto o grego clássico como o europeu moderno, é um indivíduo masculino, dotado de razão e proprietário. No caso grego, a razão está associada à propriedade da terra, ao ócio, ao exercício do conhecimento filosófico e à ação política. Nos dois casos, a cidadania qualifica classes que estão no poder (Atenas) ou que aspiram ao poder (burgue- sia europeia). No mundo grego, o cidadão necessita do ócio para se dedicar à política; daí o fato da escravidão ser o sistema econômico vigente, já que, para os gregos, existe uma clara distinção entre os homens livres e os homens não livres, isto é, escravos. No caso da cidadania moderna, os pensadores que refletem sobre o Estado-nação, no qual se encontram os fundamentos dessa cidadania, percebem a propriedade como resultante do trabalho humano. O trabalho significa, portanto, a ruptura com o estado de natureza e o fundamento do princípio da propriedade, que dá ao homem burguês a justificativa moral e legal para preservá-la e defendê-la. Entretanto, associado à ideia de uma racionali- dade que determina o uso dos meios naturais em função dos fins orientados para a produtividade e o progresso, o trabalho, ao romper com o estado de natureza, pode justificar, também, a expropriação da terra, a subordinação dos camponeses, a escravidão dos negros e até o extermínio daqueles que não a fazem produzir por "métodos racionais", como os povos indígenas, negros e agricultores. a cidadania hoJe A cidadania, desde seu surgimento, tem estado em constante evolução, sendo modificada e ampliada ao longo da história; se antes sua relação era diretamente com o exercício de direitos e deveres políticos, hoje ela é muito maior, pois envolve a participação de diferentes grupos sociais que procuram construir uma sociedade mais livre e justa. Desse modo, a cidadania é hoje a soma das conquistas sociais de grupos completamente distintos, como negros, mulheres, crianças, idosos, gays, lésbicas, portadores de necessidades especiais, trabalhadores urbanos e rurais, am- bientalistas, empresários etc. Essa somatória de interesses diversos tem contribuído para a realização de mudanças significativas em várias partes do mundo, tendo como base o direito de nascer, viver e morrer com dignidade. Disponível em <http:www.cidadaniafm.com.br> diReiTos civis, poLíTicos, sociais e humanos Os direitos civis são os direitos que todos os cidadãos têm de viver em sociedade, como está descrito no artigo 5o da Constituição Federal; já os direitos políticos são direitos que os cidadãos têm de concorrer ao cargo público executivo da política, quando se filiam a um determinado partido. Direitos sociais são os direitos que as pessoas têm em viver bem, como a possibilidade de conviver com outras pessoas, escola, trabalho etc. 17 Sobre os direitos humanos, são os direitos que as pessoas têm à vida e viver dignamente. A Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas afirma: todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade. a expansão da cidadania paRa GRupos especiais: cRianças e adoLescenTes, idosos e muLheRes Um estatuto é um regulamento ou código com significado e valor de lei ou de norma. É o caso do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), do Estatuto do Idoso e do Estatuto do Índio, que regem a proteção e a promoção dos direitos desses cidadãos. O Estatuto da Criança e do Adolescente O ECA é um marco não apenas no Brasil, mas no mundo, já que esse importante documento é um marco legal que procura garantir os direitos da criança e do adolescente. Seus princípios estão alicerçados na Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança (1989). O ECA, que foi instituído no Brasil no dia 13 de julho de 1990 pela Lei nº 8.069, reforça, organizae detalha os direitos das crianças e dos adolescentes. É importante lembrar que muitos desses direitos já apareciam na Constituição de 1988, como forma de proteger de forma integral a criança e o adolescente, por isso, a garantia desses direitos é um dever da família, da sociedade e do Estado. Segundo o ECA, nenhuma criança ou adolescente pode sofrer maus tratos, como preconceito, descuido, exploração ou violência. O ECA define como criança-cidadão aqueles que possuem até 12 anos incompletos; já aqueles com idade entre 12 e 18 anos são considerados adolescentes. Quando a criança ou adolescente sofrer qualquer tipo de maus tratos que fere o ECA, o Conselho Tutelar dever ser acionado. A educação pela família é outro direito da criança e do adolescente, pois os pais têm o dever de promover o sustento, a educação e a guarda dos filhos; caso os pais não tenham condições financeiras para garantir esses direitos, o Estado deve incluir esses pais num programa de auxílio do Estado. O atendimento prioritário é outro direito que o ECA garante às crianças e aos adolescentes, em postos de saúde e hospitais. Nos diversos casos de acidentes ou emergência, a prioridade também são desses cidadãos. O ECA também proíbe o trabalho de menores de 14 anos, se não estiverem na condição de aprendiz, e o trabalho no período noturno fica proibido ao lado de ambientes que possam causar doenças. Disponível em < http://antonioribeironoticias.blogspot.com.br/2010/07/charge-sobre-os-20-anos-do-eca.html> 18 Estatuto do Idoso O Estatuto do Idoso foi instituído no dia 1o de outubro de 2003, pela Lei no 10.741. Esse estatuto foi o resultado de um intenso processo de mobilização por parte da sociedade civil, representantes dos idosos. É considerado idoso o cidadão com mais de 60 anos. Uma das medidas previstas no Estatuto do Idoso é a assistência social a cidadãos com mais de 65 anos que não possuam meios para garantir sua subsistência nem possam contar com a ajuda da família para isso. O estatuto prevê que essas pessoas recebam o benefício mensal de um salário mínimo. Outros direitos importantes para o idoso são: § O de receber remédios gratuitamente, principalmente aqueles utilizados para o controle da hipertensão e diabetes. § Próteses e outros recursos para tratamento, habilitação ou reabilitação. § Atendimento preferencial no Sistema Único de Saúde. § Os planos de saúde não podem discriminar os idosos e cobrar valores diferenciados em razão da idade. § Uso gratuito nos transportes públicos, desde que apresente sua carteira de identidade. § Desconto de 50% em atividades de cultura, esporte e lazer. O estatuto do idoso determina que esses cidadãos não podem receber nenhum tipo de maus tratos ou dis- criminação. A punição para quem fizer isso é de seis meses a um ano de reclusão, além do pagamento de multa. O abandono de idosos e a apropriação de seus rendimentos, como salário, também sofre punição. Disponível em <http:// humortadela.bol.uol.com.br> As mulheres A Lei no 11.340, que ficou conhecida como Lei Maria da Penha, foi sancionada em 7 de agosto de 2006, e esta- belece que todo o caso de violência doméstica contra a mulher é crime e sua apuração deve ser feita mediante inquérito policial e remetido ao Ministério Público. A lei tipifica situações sobre a violência doméstica que na maior parte dos casos são provocados pelos maridos ou companheiros. A violência doméstica contra a mulher pode ser física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. A punição para quem pratica violência contra a mulher é reclusão de até três anos e fica proibido a pena pecuniária. Além disso, a mulher que sofreu a agressão deve ser encaminhada a programas e serviços de proteção. Outra vitória importante para as mulheres foi a criação da Lei do Feminicídio, que foi sancionada no dia 9 de março de 2015 pela presidenta Dilma Rousseff. Para compreender essa lei, é importante conceituar o que é o feminicídio. 19 O feminicídio é caracterizado quando a mulher é assassinada justamente pelo fato de ser mulher. Isso pode ser visto na forma como o crime for cometido, isto é, mutilação das partes do corpo que tenham relação íntima com o gênero feminino. Esse tipo de crime também passou a ser considerado como hediondo. Os crimes hediondos, por sua vez, são considerados de extrema gravidade e, por isso, recebem da justiça um tratamento bem mais severo, além de serem inafiançáveis. Disponível em < https://pt.globalvoices.org/2015/03/27/ brasil-aprova-a-lei-do-feminicidio-mas-nao-ha-consenso-quanto-a-sua-eficacia-no-combate-a-violencia-de-genero/> A Constituição brasileira de 1988 A Constituição de 1988 é a atual carta magna da República Federativa do Brasil. Foi elaborada no espaço de 20 meses por 558 constituintes entre deputados e senadores à época, e trata-se da sétima na história do País desde sua independência. Promulgada no dia 5 de outubro de 1988, ganhou quase que imediatamente o apelido de Constituição Cidadã, por ser considerada a mais completa entre as constituições brasileiras, com destaque para os vários aspectos que garantem o acesso à cidadania. A Constituição está organizada em nove títulos que abrigam 245 artigos dedicados a temas como os princípios fundamentais, direitos e garantias fundamentais, organização do Estado, dos poderes, defesa do Esta- do e das instituições, tributação e orçamento, ordem econômica e financeira e ordem social. Entre as conquistas trazidas pela nova carta, destacam-se o restabelecimento de eleições diretas para os cargos de presidente da república, governadores de estados e prefeitos municipais, o direito de voto para os analfabetos, o fim à censura aos meios de comunicação, obras de arte, músicas, filmes, teatro e similares. A preocupação com os direitos do cidadão é claramente uma resposta ao período histórico diretamente anterior ao da promulgação da Constituição, a chamada “ditadura militar”. Durante vinte anos, o povo foi repe- tidamente privado de várias garantias. O presidente da república devia ser necessariamente membro das forças armadas (exemplo disso foi o que ocorreu com Pedro Aleixo, o vice-presidente civil de Artur da Costa e Silva, que foi sumariamente impedido de assumir a presidência, quando da morte deste). Somado às restrições e proibições, tínhamos ainda graves casos de tortura e perseguição política. Tal cenário causou uma gradual reação da opinião pública, com reflexo na assembleia constituinte respon- sável pela confecção da carta. É nesse ponto que convergem a maioria das críticas ao texto, pois, num anseio de incluir o máximo de garantias e tornar o documento um espelho do período pós-ditadura, este ficou “inchado”, repetitivo em inúmeros pontos, além de trazer matérias que não são típicas de uma constituição. Exemplo fla- grante disso é o título VI, dedicado à tributação e orçamento, tema mais apropriado a uma lei ou código especí- fico do que uma seção da carta magna. Há ainda o problema do número crescente de emendas constitucionais, responsáveis por uma desfiguração de vários pontos do texto original. Em 2013, eram 74 as emendas aprovadas. 20 Em relação às constituições anteriores, a Constituição de 1988 representou um avanço. As modificações mais significativas foram: § Direito de voto para os analfabetos. § Voto facultativo para jovens entre 16 e 18 anos. § Redução do mandato do presidente de 5 para 4 anos. § Eleições em dois turnos (para os cargos de presidente, governadores e prefeitos de cidades com mais de 200 mil eleitores). § Os direitos trabalhistas passaram a ser aplicados, além de aos trabalhadores urbanos e rurais, também aos domésticos. § Direito à greve. § Liberdade sindical. § Diminuição da jornada de trabalho de 48 para 44 horas semanais. § Licença maternidade de 120 dias(sendo atualmente discutida a ampliação). § Licença paternidade de 5 dias. § Abono de férias. § Décimo terceiro salário para os aposentados. § Seguro desemprego. § Férias remuneradas com acréscimo de 1/3 do salário. Modificações no texto da Constituição só podem ser realizadas por meio de Emenda Constitucional, sendo que as condições para uma emenda modificar a Carta estão previstas na própria Constituição, em seu artigo 60. Disponível em < http://www.infoescola.com/direito/constituicao-de-1988/> Segue, abaixo, os principais aspectos da Constituição estadual de São Paulo Art. 124. Os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações instituídas ou man- tidas pelo Poder Público terão regime jurídico único e planos de carreira. § 1º A lei assegurará aos servidores da administração direta isonomia de vencimentos para cargos de atri- buições iguais ou assemelhados do mesmo Poder, ou entre servidores dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciá- rio, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho. § 2º No caso do parágrafo anterior, não haverá alteração nos vencimentos dos demais cargos da carreira a que pertence aquele cujos vencimentos foram alterados por força da isonomia. Art. 125. O exercício do mandato eletivo por servidor público far-se-á com observância do art. 38 da Cons- tituição Federal. § 1º Fica assegurado ao servidor público, eleito para ocupar cargo em sindicato de categoria, o direito de afastar-se de suas funções, durante o tempo em que durar o mandato, recebendo seus vencimentos e vantagens, nos termos da lei. § 2º O tempo de mandato eletivo será computado para fins de aposentadoria especial. Art. 126. O servidor será aposentado: I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais, quando decorrentes de acidente em serviço, mo- léstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificadas em lei, e proporcionais nos demais casos. 21 II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de serviço; III - voluntariamente: a) aos trinta e cinco anos de serviço, se homem, e aos trinta, se mulher, com proventos integrais; b) aos trinta anos de serviço em funções de magistério, docentes e especialistas de educação, se homem, e aos vinte e cinco anos, se mulher, com proventos integrais; c) aos trinta anos de serviço, se homem, e aos vinte e cinco, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de serviço; d) aos sessenta e cinco anos de idade, se homem, e aos sessenta, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de serviço; Art. 127. Aplica-se aos servidores públicos estaduais, para efeito de estabilidade, o disposto no art. 41 da Constituição Federal. Art. 128. As vantagens de qualquer natureza só poderão ser instituídas por lei e quando atendam efetiva- mente ao interesse público e às exigências do serviço. Art. 129. Ao servidor público estadual é assegurado o percebimento do adicional por tempo de serviço, concedido no mínimo por qüinqüênio, e vedada a sua limitação, bem como a sexta-parte dos vencimentos integrais, concedida aos vinte anos de efetivo exercício, que se incorporarão aos vencimentos para todos os efeitos, observa- do o disposto no art. 115, XVI, desta Constituição. Art. 130. Ao servidor será assegurado o direito de remoção para igual cargo ou função, no lugar de residên- cia do cônjuge, se este também for servidor e houver vaga, nos termos da lei. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se também ao servidor cônjuge de titular de mandato eletivo estadual ou municipal. Art. 131. O Estado responsabilizará os seus servidores por alcance e outros danos causados à administração, ou por pagamentos efetuados em desacordo com as normas legais, sujeitando-os ao seqüestro e perdimento dos bens, nos termos da lei. Art. 132. Os servidores públicos estáveis do Estado e de suas autarquias, desde que tenham completado cin- co anos de efetivo exercício, terão computado, para efeito de aposentadoria, nos termos da lei, o tempo de serviço prestado em atividade de natureza privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos sistemas de previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei. Art. 133. O servidor, com mais de cinco anos de efetivo exercício, que tenha exercido ou venha a exercer, a qualquer título, cargo ou função que lhe proporcione remuneração superior à do cargo de que seja titular, ou função para a qual foi admitido, incorporará um décimo dessa diferença, por ano, até o limite de dez décimos. Art. 134. O servidor, durante o exercício do mandato de vereador, será inamovível. Art. 135. Ao servidor público estadual será contado, como de efetivo exercício, para efeito de aposentado- ria e disponibilidade, o tempo de serviço prestado em cartório não oficializado, mediante certidão expedida pela Corregedoria Geral da Justiça. Art. 136. O servidor público civil demitido por ato administrativo, se absolvido pela Justiça, na ação referente ao ato que deu causa à demissão, será reintegrado ao serviço público, com todos os direitos adquiridos. Art. 137. A lei assegurará à servidora gestante mudança de função, nos casos em que for recomendado, sem prejuízo de seus vencimentos ou salários e demais vantagens do cargo ou função-atividade. 22 1. (VUNESP) Para responder à questão, leia o tex- to a seguir. De acordo com uma pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo, a cada 15 segun- dos uma mulher é agredida no Brasil. Esti- ma-se que mais de dois milhões de mulheres são espancadas a cada ano por maridos ou namorados, atuais ou antigos. (BRYM, R. J. et al. Sexualidade e gênero. In: BRYM, R. J. et al. Sociologia, sua bússola para um novo mundo. São Paulo: Cengage Learning, 2008) Sob a perspectiva sociológica, quais são as causas da violência de gênero? a) A ideologia burguesa que conduz as mulhe- res à submissão às autoridades constituídas. b) A hierarquização das relações de trabalho, que transferiu a autoridade masculina da es- fera pública para a vida privada. c) A modernização social, que conduziu ho- mens e mulheres à banalização de todas as formas de violência. d) A interferência do Estado na vida privada, com a criação de leis de proteção à mulher e à criança. e) Uma concepção arraigada na sociedade de que é natural e correto que os homens do- minem as mulheres. 2. (VUNESP) da República no Brasil – contri- bui para fazer crescer o respeito pelas mu- lheres, diminuindo preconceitos machistas e despertando para a melhoria das relações de gênero no país. Para compreender a importância dessa refle- xão, é preciso um conhecimento exato sobre o conceito de gênero, que pode ser assim ex- presso: a) Gênero (masculino ou feminino) é o mesmo que sexo (masculino ou feminino) – sendo apenas seu sinônimo para questões de natu- reza ou cultura. b) Gênero é apenas um conceito gramatical, e nada tem a ver com as relações entre os se- xos, que estão determinadas biologicamen- te. c) O conceito de gênero se refere a crenças e padrões sociais que encobrem a masculi- nidade e a feminilidade, sendo, portanto, construído socialmente. d) O conceito de gênero é usado nas ciências sociais apenas para estudar as diferenças biológicas entre homens e mulheres. e) Relações de gênero referem-se às diferenças naturais entre os dois sexos, tanto no plano da cultura, quanto no plano da biologia. 3. (VUNESP) Tereza Caldeira escreveu que a ci- dadania brasileira é disjuntiva porque, em- bora o Brasil seja uma democracia política e ainda que os direitos sociais sejam razoavel- mente legitimados, aspectos civis da demo- cracia são continuamente violados. Com base nessa ideia,pode-se afirmar que: a) a democracia brasileira não avançou em rela- ção à ditadura civil-militar. b) há poucos registros de violação de direitos civis durante a ditadura civil-militar brasi- leira. c) paradoxos marcam a constituição da demo- cracia no Brasil. d) no Brasil, direitos sociais devem ser superio- res aos direitos civis. e) na história brasileira, a democracia política vem acompanhada do respeito aos direitos civis. 4. O termo cidadania é explicado pelo seguinte conceito: a) exprime a afirmação de um indivíduo diante da sociedade e do Estado. b) é a condição de um indivíduo como mem- bro de um Estado e portador de direitos e de obrigações. c) encerra uma ação recíproca de ideias, atos ou sentimentos entre indivíduos, entre gru- po, ou entre ambos. d) expressa maneiras de agir, sentir e pensar, próprias de um grupo, da sociedade ou da civilização a que um indivíduo pertence. e) constitui um agrupamento de indivíduos en- volvidos em um esforço organizado para pro- mover ou resistir a mudanças na sociedade. 5. O conceito de cidadania é considerado um dos mais importantes nas Ciências Sociais. Diz respeito à participação de um cidadão na comunidade, e no compartilhamento de va- lores comuns. Pode-se dizer que, nos últimos anos, a construção da cidadania diz respeito à própria construção da nacionalidade. Para que ela se realize plenamente, o cida- dão pleno seria aquele titular de três direi- tos fundamentais: os direitos civis, os direi- tos políticos e os direitos sociais. Entre as questões abaixo, assinale a alternativa refe- rente às características dos direitos civis. a) Diz respeito à participação no governo da sociedade, de fazer demonstrações políticas. Através dele podemos discutir problemas do governo, de organizar partidos, de votar, de ser votado. b) Diz respeito à vida em sociedade que garan- te a participação das pessoas no governo; apRofunde seus conhecimenTos 23 garante a participação na distribuição da riqueza coletiva; incluem o direito à saúde, a um salário justo, ao trabalho, à aposen- tadoria, enfim, um mínimo bem-estar para todos. c) Diz respeito aos direitos essenciais à vida, ao direito de propriedade e à igualdade perante a lei. Trata se de um direito que se desdobra na garantia de ir e vir, de escolher o seu próprio trabalho, de liberdade de expressão, de não ser condenado sem processo legal re- gular, de garantias da liberdade individual. d) Diz respeito aos elementos que garantem a existência de uma máquina burocrática administrativa do Poder Executivo. A ideia central desse direito é a justiça social. e) Diz respeito à participação de poucos indi- víduos no governo da sociedade. Está mais voltado para pessoas vinculadas a partidos políticos que elaboram projetos sociais. GabaRiTo 1. E 2. C 3. C 4. B 5. C Filosofia moderna: René Descartes Aula 11 25 René Descartes é considerado um dos pais da filosofia moderna, pois sua filosofia e originalidade sintetizam o espírito do século XVII. Ele pauta seus estudos no racionalismo. Para obter o conhecimento, o indivíduo primeiro necessita duvidar de tudo. Assim, é a partir da dúvida que começa a construção do conhecimento. O objetivo da dúvida cartesiana é encontrar uma primeira verdade impondo-se com absoluta certeza. Para começar a descobrir a verdade, o indivíduo precisa colocar todos os juízos em suspensão. Não atingiremos a verdade se, antes, não pusermos todas as coisas em dúvida. Nas Meditações metafísicas, Descartes apresenta uma série de argu- mentos demonstrando a importância de pôr à prova todas as certezas aparen- tes que vão metódica e progressivamente destruindo as falsas certezas. São falsas todas as coisas das quais nós podemos duvidar. A dúvida, em Descartes, tem três características fundamentais: § Metódica: a dúvida é metódica, pois é metodicamente necessário pôr tudo em dúvida. Assim, a dúvida é um caminho para se buscar a primeira verdade indubitável. § Hiperbólica: a dúvida é hiperbólica porque é exagerada, chegando a extremos de generalização (radical). § Provisória: por fim, a dúvida é provisória, pois ela termina, no momento em que se chega à primeira ver- dade indubitável, que é o cogito, ergo sum. § Descartes: coloca tudo em dúvida, até que se chegue a uma certeza da qual não se pode duvidar. Assim, começa a dúvida em Descartes. aRGumenTos da dúvida meTódica O filósofo começa por colocar em dúvida tudo aquilo que nos é dado pelos sentidos: pois esses, por vezes, nos enganam. Depois, destrói também as certezas mais difíceis de serem postas em dúvida, ter algo, estar em determinado lugar, pois podemos estar sonhando. Quantas vezes não tivemos um sonho tão vívido que nos parecia real? Em seguida, para destruir as certezas matemáticas, Descartes supõe a existência de um Deus enganador. Para reforçar o argumento do Deus enganador, imagina a existência de um gênio maligno, que se diverte em enganar as pessoas. Após todo esse mergulho em diversas dúvidas, Descartes tem uma intuição: ele nota com clareza que duvida, e, se duvida, ele pensa. Assim, não importa se o que ele pensa é um pensamento verdadeiro, não importa que ele não tenha certeza; existe, porém, a consciência de que pensa. E uma coisa que pensa, existe, pelo menos enquanto pensa. A partir daí, ele terá acesso à primeira verdade indubitável: “cogito, ergo sum”. Aqui está o racionalismo de Descartes: ele funda sua primeira certeza somente na razão. O homem é pensamento, daí a primeira certeza, do ponto fixo procurado, momento fundamental da reflexão cartesiana. Assim, tem-se a primeira verdade, ou certeza encontrada por Descartes, “o penso, logo existo.”, ou cogito, ergo sum. Desse modo, o cogito cartesiano é a primeira verdade indubitável e fundamenta às outras duas verdades: Deus e a Matemática. A segunda verdade indubitável a que Descartes chega é a da existência de Deus (argumento ontológico). Isso significa que Deus existe, pois se não existisse, não poderia causar a ideia de perfeição que existe em cada um de nós. Por isso, para o filósofo, a ideia de Deus só pode ser inata, pois ela nasceu com os indivíduos e produzida por Ele desde o momento em que Ele foi criado. 26 A terceira verdade indubitável é a do raciocínio lógico-matemático, ou seja, a essência geométrica do mun- do material. Dessa maneira, quando se chega à primeira verdade indubitável, a dúvida termina; por isso, Descartes não pode ser considerado um filósofo cético, pois sua dúvida não é permanente. Para Descartes, o conhecimento sensível (isto é, sensação, percepção, imaginação, memória e linguagem) é a causa do erro e deve ser afastado. O conhecimento verdadeiro é puramente intelectual, parte das ideias inatas e controla (por meio de regras) as investigações filosóficas, científicas e técnicas. as ideias em descaRTes De acordo com Descartes, nós possuímos três tipos de ideias que se diferenciam por sua origem e qualidade: § Adventícias: originam de nossas sensações, lembranças; ideias que nos vêm da experiência. Podem ser verdadeiras ou falsas. Descartes denomina as ideias adventícias como obscuras, pois dependem da expe- riência. São aquelas que se originam de nossas sensações, percepções, lembranças; são as ideias que nos vêm por termos tido a experiência sensorial ou sensível das coisas a que se referem. Por exemplo, andando à noite por uma floresta, vejo fantasmas. Quando raia o dia, descubro que eram galhos retorcidos de árvores que se mexiam sob o vento. Olho para o céu e vejo, pequeno, o Sol. Acredito, então, que é menor do que a Terra, até que os astrônomos provem racionalmente que ele é muito maior do que ela. § Fictícias: aquelas que criamos em nossa fantasia e imaginação. Essas ideias nunca são verdadeiras, poisnão correspondem a nada que exista realmente e sabemos que foram inventadas por nós, mesmo quando as recebemos já prontas de outros que as inventaram. São aquelas que criamos em nossa fantasia e ima- ginação, compondo seres inexistentes com pedaços ou partes de ideias adventícias que estão em nossa memória. Por exemplo, cavalo alado, fadas, elfos, duendes, dragões, Super-homem etc. São as fabulações das artes, da literatura, dos contos infantis. § Inatas: inteiramente racionais e só podem existir porque já nascemos com elas, por isso, são ideias sempre verdadeiras. As ideias inatas são resultado exclusivo da capacidade de pensar e, portanto, independentes da experiência sensível. Elas são a assinatura do Criador nas criaturas; assim, a razão é a luz natural inata que nos permite conhecer a verdade. No Discurso sobre o método, Descartes afirma a igualdade de direito, do bom senso ou razão: todos nós possuímos a razão, ou seja, essa capacidade de bem julgar e de discernir o verdadeiro do falso. Nem todos os homens utilizam corretamente sua razão segundo a filosofia de Descartes. Daí a necessidade de um método, quer dizer, um “caminho seguro para bem conduzir a razão à verdade nas ciências”. Daí as quatro regras do método formuladas pelo filósofo: § Evidência: jamais admitir coisa alguma como verdadeira, se não a reconheço evidentemente como tal; isto é, evitar cuidadosamente a precipitação (pressa excessiva) e prevenção (opiniões) e de nada incluir em meus juízos que não se apresentasse tão clara e tão distintamente a meu espírito, que eu não tivesse nenhuma ocasião de pô-lo em dúvida. Ideias claras e distintas são o mesmo que ideias evidentes. § Análise: dividir cada uma das dificuldades que eu examinasse em tantas parcelas quantas possíveis e quantas necessárias fossem para melhor resolvê-las. § Síntese: conduzir por ordem meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para subir, pouco a pouco, como por degraus, até o conhecimento dos mais compostos, e supondo mesmo uma ordem entre os que não se precedem naturalmente uns aos outros. § Enumeração, revisão, verificação: fazer em toda parte enumerações tão completas e revisões tão ge- rais, que se tenha a certeza de nada omitir. 27 Para Descartes, uma ideia clara e distinta é aquela que pode ser apreendida em sua totalidade pelo espírito atento e que não pode ser confundida com nenhuma outra. Assim, uma ideia clara e distinta é o mesmo que uma ideia evidente. § Concepção dualista da realidade em Descartes: separação da realidade material e da realidade espiritual. Assim, para o filósofo, mente e corpo são coisas separadas e distintas. Assim, existe, além da res cogitans (coisa pensante) a res extensa (coisa extensa). Isso significa que o conhecimento certo e seguro do mundo externo será possível apenas no que diz respeito a essas propriedades quantitativas, geométricas, matemá- ticas, as únicas que podem ser conhecidas pela razão. Desse modo, para o filósofo, o universo propriamente sensível, por sua incerteza, isto é, por não garantir a consciência à certeza das ideias claras e distintas, não poderá ser objeto de conhecimento. . 28 1. (Fepese–SC) René Descartes tornou-se famo- so pela frase “Cogito, ergo sum” (penso logo existo), pilar fundamental da filosofia: a) racionalista. b) fenomenológica. c) teocêntrica. d) empirista. e) liberal. 2. O processo de questionamento sobre tudo o que René Descartes pensava até então ser verdadeiro pode ser chamado de: a) plano cartesiano. b) teoria das ideias. c) dúvida metódica. d) exercício hiperbólico e) n.d.a 3. É a postulação de que o ato de sonhar pro- videncia evidência preliminar de que os sentidos através dos quais confiamos para distinguir realidade de ilusão não devem ser plenamente confiáveis, e como tal, qualquer estado que dependa dos sentidos devem ser, no mínimo, cuidadosamente examinados e testados com rigor para determinar se algo é de fato real. A este argumento de Descartes, damos o nome de argumento do: a) erro dos sentidos. b) gênio maligno. c) deus enganador. d) sonho. e) duvidar 4. Descartes desenvolve o argumento que supõe a existência de uma divindade que tudo pode e por quem foi tudo foi criado. Esse deus po- deria nos enganar, fazendo-nos acreditar em uma realidade diferente da verdade. A este argumento damos o nome de: a) argumento do erro dos sentidos. b) argumento do gênio maligno. c) argumento do deus enganador. d) argumento da racionalidade. e) argumento da dúvida empírica. 5. Ideias provenientes da nossa imaginação, uma combinação de imagens fornecidas pe- los sentidos e retidas na memória cuja com- binação nos permite representarem (imagi- nar) coisas que nunca vimos: a) adventícias. b) fictícias. c) inatas. d) falsas. e) duvidosas. 6. As ideias que nos chegam através dos senti- dos e da experiência, Descartes denomina: a) fictícias. b) inatas. c) adventícias. d) verdadeiras. e) falsas. 7. Com sua operação filosófica denominada “dúvida metódica”, René Descartes acabou instituindo um paradigma filosófico que foi identificado como racionalismo. Em oposi- ção ao racionalismo cartesiano, alguns filó- sofos britânicos desenvolveram a filosofia empirista, que consistia em: a) tomar como premissa principal para o co- nhecimento a faculdade da razão, a partir da qual o mundo se torna inteligível. b) negar a importância dos dados empíricos para o processo do conhecimento. c) tomar como premissa principal para o co- nhecimento os dados da realidade sensível, isto é, os dados empíricos, materiais. d) não ter um método filosófico racional, con- vertendo-se assim ao irracionalismo, corren- te que depois dominaria parte da filosofia do século XIX. e) defender politicamente o império inglês con- tra as investidas dos intelectuais de outros países. 8. O ato de duvidar de tudo aquilo que não se pode ter certeza absoluta é muito frequente na filosofia e é conhecido como ceticismo. Uma pessoa cética é, portanto, uma pessoa que duvida de tudo aquilo que não se pode ter certeza. O ceticismo absoluto é uma cor- rente filosófica radical em relação ao conhe- cimento. Qual é a posição dessa corrente? a) O ceticismo absoluto defende que a verdade é sempre possível de se alcançar. b) A corrente filosófica do ceticismo absoluto defende a existência de várias verdades. c) O ceticismo absoluto defende que não é pos- sível conhecer a verdade. d) O ceticismo absoluto é uma corrente que de- fende o conhecimento e através dele a verda- de. e) Nenhuma das respostas anteriores. GabaRiTo 1. A 2. C 3. D 4. B 5. B 6. C 7. C 8. C apRofunde seus conhecimenTos Filosofia moderna: David Hume Aula 12 31 David Hume defende uma filosofia empirista, na qual não existem ideias inatas. Assim, para o filósofo, as ideias vão se formando na mente humana ao longo da vida, por isso, os indivíduos nascem uma “folha de papel em branco” e formam suas ideias a partir da expe- riência. Os empiristas pretenderam dar uma explicação do conheci- mento a partir da experiência, eliminando, assim, a noção de ideia inata, considerada obscura e problemática. Para Hume, os materiais da mente, ou conteúdo da consciên- cia, constituem as chamadas percepções. As percepções se dividem em: § Impressões: são as percepções mais vivas, como aquelas que se tem quando se “ouve, vê, sente, ama, deseja”. As impressões, por sua vez, se subdividem em duas espécies: 1. impressões de sensação, que nascem na alma originariamente, de causas desconhecidas; e 2. impressões de reflexões, que derivam em grande parte das ideias. § Ideias ou pensamentos: são as percepções mais fracas que as impressões, pois são cópias destas,e ocorrem quando recordamos, imaginamos, refletimos. Imagens enfraquecidas que a memória apresenta das impressões. Desse modo, tem-se que: IMPRESSÃO: sempre forte e vívida X IDEIA: sempre fraca e menos vívida A ideia, portanto, é uma lembrança de uma experiência, ou seja, uma impressão já vivida por cada um de nós. 32 O conhecimento se origina nas impressões, pois a validade das ideias é determinada a partir das impressões que lhes deram origem. Assim, não existem ideias inatas. Desse modo, compreende-se a anterioridade das impressões em relação às ideias. As ideias nada mais são do que hábitos mentais de associação de impressões semelhantes ou impressões sucessivas. Tipos de ideias § Ideia simples: formada por meio da sensação e da reflexão. Exemplos: branco, frio, duro. § Ideia complexa: composição de ideias simples. As ideias formadas a partir de um repertório de impres- sões que se encontram disponíveis em nossa memória. Exemplo: Cubo de gelo, onde, para conhecê-lo, são necessárias as ideias simples de frio, duro, branco. associações de ideias Os processos cognitivos do entendimento ocorrem quando a mente reúne, junta, conecta mais de uma ideia, sim- ples ou complexa. Assim, há três tipos de associação das ideias na mente: semelhança, contiguidade e causa e efeito. Sendo esses os recursos que a mente possui para produzir conteúdo cognoscitivo. Tipos de associações de ideias § Semelhança: quando uma pessoa vê um retrato e pensa no que está retratado. § Contiguidade: a ideia de neve faz pensar em branco; a ideia de verde faz pensar em grama, pois neve e branco, grama e verde, são ideias próximas ou contíguas. § Causa e efeito: ideia de ferimento faz pensar na ideia de dor, como uma relação de causa (ferimento) e efeito (dor). § Deus: ideia complexa que a mente criou a partir de associações de ideias de inteligência, sabedoria e bondade. A partir dos pressupostos do empirismo de Hume, é possível entender que é impossível se construir a priori o conceito de causalidade, visto que a ideia de causa e efeito, segundo esse filósofo, é decorrente do hábito. Por isso, o hábito é o recurso cognoscitivo para explicar a relação de causa e efeito. Portanto, segundo Hume, todo o conhecimento se encontra na experiência, nos sentidos. E assim sendo, todo conhecimento é probabilidade, todo conhecimento é relativo, pois não existe conhecimento absoluto e ne- cessário a partir dos fenômenos sensíveis, pois nenhuma ideia possui esse grau de universalidade. Sendo assim, a crença e o hábito, são fundamentos do conhecimento. Com David Hume, tem-se a crise da metafisica, que em sua teoria se torna praticamente impossível. Assim, substância, essência, causa, efeito e todos os outros conceitos da metafísica não correspondem a seres, mas apenas nomes gerais que o sujeito nomeia e indica seus próprios hábitos associativos. David Hume, o mais radical dos empiristas, chegará a negar a validade universal ao princípio de causalidade e à noção de necessidade a ele associada. A causalidade não seria, assim, uma propriedade real, mas simplesmente o resultado de nossa forma habitual de perceber fenômenos, relacionando-os como causa e efeito, a partir de sua repetição constante. Para Hume, causa e efeito não se fundamentam na razão; causa e efeito se explicam pelo hábito, na ob- servação sensível, pela experiência de eventos, acontecimentos sucessivos, repetidos que nos levam a inferir a 33 existência de um objeto (efeito), pelo aparecimento de outro (causa). O hábito de ver se repetindo o acontecimento me dá a crença que irá se repetir sempre. Dessa forma, as causas primeiras dos acontecimentos permanecem inatingíveis, o que acaba por implicar um ceticismo considerando, que inclusive a Ciência da Natureza estaria definitivamente limitada à mera probabi- lidade. Hume critica a causalidade, pois nem toda causa sempre trará o mesmo efeito. A causa e efeito não são leis naturais, mas sim produtos do hábito. A causalidade não existe como lei da natureza, assim é o hábito que faz com que acreditemos que a mesma causa trará o mesmo efeito. Desse modo, a crença (advinda do hábito) é a única hipótese para o estabelecimento de leis gerais sobre o mundo. As relações de fato estabelecidas pela mente não se baseiam em nenhum princípio racional, mas apenas na experiência. Hume afirmou que a conclusão indutiva, por maior que seja o número de percepções repetidas do mesmo fato, não possui fundamento lógico. Será sempre um salto do raciocínio impulsionado pela crença ou hábito se- guinte: as repetidas percepções de um fato nos levam a confiar em que aquilo que se repetiu até hoje irá se repetir amanhã. Desse modo, a ciência, que se constitui de afirmações fundamentadas em relação a fatos, não tem bases racionais. São a crença e o hábito que fundamentam as leis “imutáveis” da natureza. Hume considerava-se cético moderado. Com efeito, em sua opinião, o ceticismo moderado "pode beneficiar o gênero humano", visto que consiste na "limitação de nossas investigações aos temas que melhor se adaptam às limitadas capacidades do intelecto humano". O ato de duvidar de tudo aquilo que não se pode ter certeza absoluta é muito frequente na filosofia (como vimos também em Descartes) e é conhecido como ceticismo. Uma pessoa cética é, portanto, uma pessoa que duvi- da de tudo aquilo que não se pode ter certeza. 34 1. (UFU) Leia atentamente o texto abaixo so- bre a teoria do hábito em David Hume. E é certo que estamos aventando aqui uma proposição que, se não é verdadeira, é pelo menos muito inteligível, ao afirmarmos que, após a conjunção constante de dois objetos – calor e chama, por exemplo, ou peso e soli- dez –, é exclusivamente o hábito que nos faz esperar um deles a partir do aparecimento do outro. (HUME, D. Investigações sobre o entendimento humano e sobre os princípios da moral. São Paulo: Editora UNESP,2004. p. 75.) Com base na Teoria de Hume e no texto aci- ma, marque a alternativa INCORRETA, ou seja, aquela que de modo algum pode ser uma interpretação adequada desse texto. a) A conjunção constante entre dois objetos explica a força do hábito e, conseqüente- mente, o procedimento da inferência. b) A hipótese do hábito é conseqüente com a teoria de Hume, de que todo o nosso conhe- cimento é construído por experiência e ob- servação. c) Se a causalidade fosse construída a priori e de modo necessário, não seria preciso recor- rer à experiência e à repetição para que de uma causa fosse extraído o respectivo efeito. d) O hábito jamais pode ser a base da inferên- cia. Em virtude disso, os conceitos de causa e efeito jamais podem se aplicar a qualquer objeto da experiência. 2. (UEL) Leia o texto a seguir. Como o costume nos determina a transferir o passado para o futuro em todas as nossas in- ferências, esperamos se o passado tem sido inteiramente regular e uniforme o mesmo evento com a máxima segurança e não to- leramos qualquer suposição contrária. Mas, se temos encontrado que diferentes efeitos acompanham causas que em aparência são exatamente similares, todos estes efeitos variados devem apresentar-se ao espírito ao transferir o passado para o futuro, e deve- mos considerá-los quando determinamos a probabilidade do evento. (HUME, D. Investigações acerca do entendimento humano. Tradução de Anoar Aiex. São Paulo: Nova Cultural, 1996, p.73.) Com base no texto e nos conhecimentos so- bre Hume, é correto afirmar: a) Hume procura demonstrar o cálculo mate- mático de probabilidades. b) Hume procura mostrar o mecanismo psicoló- gico pelo qual a crença se fixa na imagina- ção. c) Para Hume, há uma conexão necessária en- tre causa e efeito. d) Para Hume, as inferências causais são a prio- ri. e) Humeprocura mostrar que crença e ficção produzem o mesmo efeito na imaginação humana. 3. (UEL) Leia o texto a seguir: Certamente, temos aqui ao menos uma pro- posição bem inteligível, senão uma verdade, quando afirmamos que, depois da conjunção constante de dois objetos, por exemplo, ca- lor e chama, peso e solidez, unicamente o costume nos determina a esperar um devido ao aparecimento do outro. Parece que esta hipótese é a única que explica a dificuldade que temos de, em mil casos, tirar uma con- clusão que não somos capazes de tirar de um só caso, que não discrepa em nenhum aspec- to dos outros. A razão não é capaz de seme- lhante variação. As conclusões tiradas por ela, ao considerar um círculo, são as mesmas que formaria examinando todos os círculos do universo. Mas ninguém, tendo visto so- mente um corpo se mover depois de ter sido impulsionado por outro, poderia inferir que todos os demais corpos se moveriam depois de receberem impulso igual. Portanto, todas as inferências tiradas da experiência são efeitos do costume e não do raciocínio. (HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. tradução de Anoar Aiex. São Paulo: Nova Cultural, 1999. pp. 61-62.) Com base no texto e nos conhecimentos so- bre o pensamento de David Hume, é correto afirmar: a) A razão, para Hume, é incapaz de demons- trar proposições matemáticas, como, por exemplo, uma proposição da geometria acer- ca de um círculo. b) Hume defende que todo tipo de conheci- mento, matemático ou experimental, é obti- do mediante o uso da razão, e pode ser justi- ficado com base nas operações do raciocínio. c) É necessário examinar um grande número de círculos, de acordo com Hume, para se poder concluir, por exemplo, que a área de um cír- culo qualquer é igual a ð multiplicado pelo quadrado do raio desse círculo. d) Hume pode ser classificado como um filósofo cético, no sentido de que ele defende a im- possibilidade de se obter qualquer tipo de conhecimento com base na razão. e) Segundo Hume, somente o costume, e não a razão, pode ser apontado como sendo o responsável pelas conclusões acerca da re- lação de causa e efeito, às quais as pessoas chegam com base na experiência. apRofunde seus conhecimenTos 35 4. (UFU) Leia atentamente o texto abaixo sobre a teoria do hábito em David Hume. E é certo que estamos aventando aqui uma proposição que, se não é verdadeira, é pelo menos muito inteligível, ao afirmarmos que, após a conjunção constante de dois objetos – calor e chama, por exemplo, ou peso e solidez –, é exclusivamente o hábito que nos faz esperar um deles a partir do aparecimento do outro. (HUME, D. Investigações sobre o entendimento humano e sobre os princípios da moral. São Paulo: Editora UNESP, 2004. p. 75.) Com base na Teoria de Hume e no texto acima, marque a alternativa INCORRETA, ou seja, aquela que de modo algum pode ser uma interpretação adequada desse texto. a) A conjunção constante entre dois objetos explica a força do hábito e, conseqüentemente, o procedi- mento da inferência. b) A hipótese do hábito é conseqüente com a teoria de Hume, de que todo o nosso conhecimento é cons- truído por experiência e observação. c) Se a causalidade fosse construída a priori e de modo necessário, não seria preciso recorrer à experiên- cia e à repetição para que de uma causa fosse extraído o respectivo efeito. d) O hábito jamais pode ser a base da inferência. Em virtude disso, os conceitos de causa e efeito jamais podem se aplicar a qualquer objeto da experiência. 5. (UEM) “O hábito é, pois, o grande guia da vida humana. É aquele princípio único que faz com que nossa experiência nos seja útil e nos leve a esperar, no futuro, uma seqüência de acontecimentos semelhante às que se verificaram no passado. Sem a ação do hábito, ignoraríamos completamente toda questão de fato além do que está imediatamente presente à memória ou aos sentidos. Jamais saberíamos como adequar os meios aos fins ou como utilizar os nossos poderes naturais na produ- ção de um efeito qualquer. Seria o fim imediato de toda a ação, assim como da maior parte da es- peculação.” (HUME, David. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1973, pp. 145-146. Os Pensadores). Com base nesse texto e no seu conhecimento sobre a Filosofia de Hume, assinale o que for correto. 01) Segundo Hume, entre um fenômeno e outro não há conexão causal necessária que possa ser verificada na experiência; é o hábito que explica a noção da relação causa e efeito: por termos visto, várias ve- zes juntos, dois objetos ou fatos – por exemplo, calor e chama, peso e solidez –, somos levados, pelo costume, a prever um quando o outro se apresenta. 02) Como representante do racionalismo, Hume afirmou que o princípio de causalidade, lei inexorável que regula todos os acontecimentos da natureza, é inferido da experiência por um processo de raciocínio. 04) Para Hume, o hábito é um falso guia; se não nos fiarmos na razão, fonte do conhecimento verdadeiro, e nos deixarmos conduzir pelo costume, erraremos inevitavelmente em nossas ações e investigações. 08) É o hábito que nos permite ultrapassar os dados empíricos, os quais possuímos seja na forma de im- pressão seja na forma de idéias, e afirmar mais do que aquilo o qual pode ser alcançado na experiência imediata. 16) A ideia de causa é apenas uma ideia geral constituída pela associação de idéias e baseada na crença formada pelo hábito. GabaRiTo 1. D 2. B 3. E 4. D 5. 1 + 8 = 9 Aula 9: De onde vem a diversidade social brasileira 38 Aula 10: O indivíduo social em meio aos significados da violência no Brasil 48 Aula 11: Qual a importância do trabalho na vida social brasileira? 54 Aula 12: Qual é a organização política do Estado brasileiro? 72 Sociologia De onde vem a diversidade social brasileira Aula 9 39 A definição de diversidade pode ser entendida como o conjunto de diferenças e valores compartilhados pelos seres humanos na vida social. Este conceito está intimamente ligado aos conceitos de pluralidade, multiplicidade, diferentes modos de percepção e abordagem, heterogeneidade e variedade. Desse modo, para compreender a diversidade existente social no Brasil, é necessário conhecer o processo de formação da nossa população. a partir do encontro entre índios, europeus e africanos ocorrido durante a expansão marítima e comercial europeia entre os séculos XV e XVI. Disponível em < http://portalcomunista.blogspot.com.br/2009_09_01_archive.html> A diversidade social brasileira vem dos diferentes costumes da civilização europeia, indígena e africana que se misturaram ao longo do tempo, criando uma matriz cultural híbrida da qual somos herdeiros diretos. É através dessa cultura híbrida, fruto da miscigenação entre o europeu, africano e o indígena, que a sociedade brasileira foi sendo desenvolvida. A forma de como as pessoas se organizam em sociedade, através da cultura presente nas roupas, lingua- gem, religião ao lado das heranças físicas e biológicas, são características humanas que promovem nossa diversi- dade, seja social, cultural, étnica etc. Essa herança híbrida fez com que nossa prática cultural fosse multiétnica. Disponível em < http://sociologianasaladeaula.blogspot.com.br/p/charges-diversidade-e-identidade.html> 40 O mitO da demOcracia racial Como já foi possível perceber, a sociedade brasileira possui uma grande diversidade étnica. Um dos principais traços da diversidade brasileira seria o convívio pacífico entre os diferentes grupos étnicos; além disso, negros e brancos sempre utilizaram o mesmo espaço, isto é, nunca houve leis que promovessem a segregação no nosso País. Essa harmonia social entre negros e brancos passou a ser chamada pelas ciências humanas de democracia racial.
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