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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS QUESTÕES 01 A 40 3 LC - 1º dia QUESTÃO 01 Anfíbio com formato de cobra é descoberto no Rio Madeira (RO) Animal raro foi encontrado por biólogos em canteiro de obras de usina. Exemplares estão no Museu Emilio Go- eldi, no Pará. O trabalho de um grupo de biólogos no canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira, em Porto Velho, resultou na descoberta de um anfíbio de for- mato parecido com uma cobra. Atretochoana eiselti é o nome científico do animal raro descoberto em Rondônia. Até então, só havia registro do anfíbio no Museu de His- tória Natural de Viena e na Universidade de Brasília. Ne- nhum deles tem a descrição exata de localidade, apenas “América do Sul”. A descoberta ocorreu em dezembro do ano passado, mas apenas agora foi divulgada. XIMENES, M. Disponível em: http://g1.globo. com. Acesso em: 1 ago. 2012. A notícia é um gênero textual em que predomina a função referencial da linguagem. No texto, essa predominância evidencia-se pelo(A): A recorrência de verbos no presente para convencer o leitor. B uso da impessoalidade para assegurar a objetividade da informação. C questionamento do código linguístico na construção da notícia. D utilização de expressões úteis que mantêm aberto o canal de comunicação com o leitor. E emprego dos sinais de pontuação para expressar as emoções do autor. QUESTÃO 02 Em primeiro lugar gostaria de manifestar os meus agra- decimentos pela honra de vir outra vez à Galiza e con- versar não só com os antigos colegas, alguns dos quais fazem parte da mesa, mas também com novos colegas, que pertencem à nova geração, em cujas mãos, com toda certeza, está também o destino do Galego na Galiza, e principalmente o destino do Galego incorporado à grande família lusófona. E, portanto, é com muito prazer que teço algumas consi- derações sobre o tema apresentado. Escolhi como tema como os fundadores da Academia Brasileira de Letras viam a língua portuguesa no seu tempo. Como sabem, a nossa Academia, fundada em 1897, está agora comple- tando 110 anos, foi organizada por uma reunião de jorna- listas, literatos, poetas que se reuniam na secretaria da Revista Brasileira, dirigida por um crítico literário e por um literato chamado José Veríssimo, natural do Pará, e desse entusiasmo saiu a ideia de se criar a Academia Brasilei- ra, depois anexada ao seu título: Academia Brasileira de Letras. Nesse sentido, Machado de Assis, que foi o primeiro pre- sidente desde a sua inauguração até a data de sua morte, em 1908, imaginava que a nossa Academia deveria ser uma academia de Letras, portanto, de literatos. BECHARA, E. Disponível em: www. academiagalega.org. Acesso em: 31 jul. 2012. No trecho da palestra proferida por Evanildo Bechara, na Academia Galega da Língua Portuguesa, verifica-se o uso de estruturas gramaticais típicas da norma padrão da lín- gua. Esse uso: A torna a fala inacessível aos não especialistas no as- sunto abordado. B contribui para a clareza e a organização da fala no ní- vel de formalidade esperado para a situação. C atribui à palestra características linguísticas restritas à modalidade escrita da língua portuguesa. D dificulta a compreensão do auditório para preservar o caráter rebuscado da fala. E evidencia distanciamento entre o palestrante e o audi- tório para atender os objetivos do gênero palestra. QUESTÃO 03 Há o hipotrélico. O termo é novo, de impensada origem e ainda sem definição que lhe apanhe em todas as pétalas o significado. Sabe-se, só, que vem do bom português. Para a prática, tome-se hipotrélico querendo dizer: antipo- dático, sengraçante imprizido; ou talvez, vicedito: indiví- duo pedante, importuno agudo, falta de respeito para com a opinião alheia. Sob mais que, tratando-se de palavra inventada, e, como adiante se verá, embirrando o hipotré- lico em não tolerar neologismos, começa ele por se negar nominalmente a própria existência. ROSA, G. Tutameia: terceiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001 (fragmento). Nesse trecho de uma obra de Guimarães Rosa, depre- ende-se a predominância de uma das funções da lingua- gem, identificada como: A metalinguística, pois o trecho tem como propósito es- sencial usar a língua portuguesa para explicar a pró- pria língua, por isso a utilização de vários sinônimos e definições. B referencial, pois o trecho tem como principal objetivo discorrer sobre um fato que não diz respeito ao escritor ou ao leitor, por isso o predomínio da terceira pessoa. C fática, pois o trecho apresenta clara tentativa de esta- belecimento de conexão com o leitor, por isso o empre- go dos termos “sabe-se lá” e “tome-se hipotrélico”. D poética, pois o trecho trata da criação de palavras no- vas, necessária para textos em prosa, por isso o em- prego de “hipotrélico”. E expressiva, pois o trecho tem como meta mostrar a subjetividade do autor, por isso o uso do advérbio de dúvida “talvez”. QUESTÃO 04 A diva Vamos ao teatro, Maria José? Quem me dera, desmanchei em rosca quinze quilos de farinha, tou podre. Outro dia a gente vamos. Falou meio triste, culpada, e um pouco alegre por recusar com orgulho. TEATRO! Disse no espelho. TEATRO! Mais alto, desgrenhada. TEATRO! E os cacos voaram sem nenhum aplauso. Perfeita. PRADO, A. Oráculos de maio. São Paulo: Siciliano, 1999. 4 LC - 1º dia Os diferentes gêneros textuais desempenham funções sociais diversas, reconhecidas pelo leitor com base em suas características específicas, bem como na situação comunicativa em que ele é produzido. Assim, o texto “A diva”: A narra um fato real vivido por Maria José. B surpreende o leitor pelo seu efeito poético. C relata uma experiência teatral profissional. D descreve uma ação típica de uma mulher sonhadora. E defende um ponto de vista relativo ao exercício teatral. QUESTÃO 05 Os objetivos que motivam os seres humanos a estabe- lecer comunicação determinam, em uma situação de in- terlocução, o predomínio de uma ou de outra função de linguagem. Nesse texto, predomina a função que se ca- racteriza por: A tentar persuadir o leitor acerca da necessidade de se tomarem certas medidas para a elaboração de um livro. B enfatizar a percepção subjetiva do autor, que projeta para sua obra seus sonhos e histórias. C apontar para o estabelecimento de interlocução de modo superficial e automático, entre o leitor e o livro. D fazer um exercício de reflexão a respeito dos princípios que estruturam a forma e o conteúdo de um livro. E retratar as etapas do processo de produção de um li- vro, as quais antecedem o contato entre leitor e obra. QUESTÃO 06 Como ganhar qualquer discussão A verdade nem sempre depende de fatos – nos jornais, no Congresso ou no boteco, ela é frequentemente empaco- tada com táticas perversas e milenares. Conhecer essas técnicas é um bom jeito de se defender contra elas (e fa- zer a sua opinião prevalecer). 1. Capte a benevolência – Siga a dica da retórica roma- na (captatio benevolentia) e adule o interlocutor. 2. Exagere o argumento do adversário – É a “técnica do espantalho”, também chamada de ampliação inde- vida pelo filósofo Arthur Schopenhauer. 3. Entre na onda – Concorde com parte dos argumentos do outro para, a partir daí, traçar a própria conclusão. Outras dicas do mal: § Mantenha a calma (o tom de fala vale mais que bons argumentos). § Invalide as opiniões do adversário, desqualificando-o sem questioná-lo. § Repita o argumento do outro, mas agora a seu favor. § Revele que está usando uma tática para ganhar a dis- cussão (aproveite para fingir que você venceu). NARLOCH, L. Disponível em: http://super.abril. com.br. Acesso em: 27 out. 2011 (fragmento). O fragmento, retirado de uma revista de divulgação cientí- fica, constrói-seem tom de humor, a partir de uma lingua- gem lúdica e despojada. O apelo a esse recurso expressi- vo é adequado para essa situação comunicativa, porque: A converge para a subjetividade, característica desse tipo de periódico. B segue parâmetros textuais semelhantes aos das publi- cações científicas. C confirma o próprio periódico como meio de comunica- ção de massa. D atende a um leitor interessado em expandir conheci- mento teórico. E contraria o uso previsto para o registro formal da língua portuguesa. QUESTÃO 07 Pelas características da linguagem visual e pelas esco- lhas vocabulares, pode-se entender que o texto possibilita a reflexão sobre uma problemática contemporânea ao: A criticar o transporte rodoviário brasileiro, em razão da grande quantidade de caminhões nas estradas. B ironizar a dificuldade de locomoção no trânsito urbano, devida ao grande fluxo de veículos. C expor a questão do movimento como um problema exis- tente desde tempos antigos, conforme frase citada. D restringir os problemas de tráfego a veículos particula- res, defendendo, como solução, o transporte público. E propor a ampliação de vias nas estradas, detalhando o espaço exíguo ocupado pelos veículos nas ruas. QUESTÃO 08 TEXTO I A característica da oralidade radiofônica, então, seria aquela que propõe a diálogo com o ouvinte: a simplicida- de, no sentido da escolha lexical; a concisão e coerência, que se traduzem em um texto curto, em linguagem colo- quial e com organização direta; e o ritmo, marcado pelo locutor, que deve ser o mais natural (do diálogo). É esta a organização que vai “reger” a veiculação da mensagem, seja ela interpretada ou de improviso, com objetivo de dar melodia à transmissão oral, dar emoção, personalidade ao relato de fato. VELHO, A.P.M. A linguagem do rádio multimídia. Disponível em www.bocc.ubi.pt. Acesso em 27 de fev. 2012 5 LC - 1º dia TEXTO II A dois passos do Paraíso A rádio Atividade leva até vocês Mais um programa da séria série “Dedique uma canção a quem você ama” Eu tenho aqui em minhas mãos uma carta Uma carta d’uma ouvinte que nos escreve E assina com o singelo pseudônimo de “Mariposa Apaixonada de Guadalupe” Ela nos conta que no dia que seria O dia mais feliz da sua vida Arlindo Orlando, seu noivo Um caminhoneiro conhecido da pequena e Pacata cidade de Miracema do Norte Fugiu, desapareceu, escafedeu-se Oh! Arlindo Orlando volte Onde quer que você se encontre Volte para o seio de sua amada Ela espera ver aquele caminhão voltando De faróis baixos e para-choque duro... BLITZ. Disponível em http://letras.terra.com. br. Acesso em 28 fev. 2012 (fragmento) Em relação ao Texto I, que analisa a linguagem do rádio, o Texto II apresenta, em uma letra de canção: A estilo simples e marcado pela interlocução com o re- ceptor, típico da comunicação radiofônica. B lirismo na abordagem do problema, o que afasta de uma possível situação real de comunicação radiofônica. C marcação rítmica dos versos, o que evidencia o fato de o texto pertencer a uma modalidade de comunicação diferente da radiofônica. D direcionamento do texto a um ouvinte específico, di- vergindo da finalidade de comunicação do rádio, que é atingir as massas. E objetividade na linguagem caracterizada pela ocorrên- cia rara de adjetivos, de modo a diminuir as marcas de subjetividade do locutor. QUESTÃO 09 Ouvir estrelas “Ora, (direis) ouvir estrelas! Certo perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto, que, para ouvi-las, muita vez desperto e abro as janelas, pálido de espanto... E conversamos toda noite, enquanto a Via-Láctea, como um pálio aberto, cintila. E, ao vir o Sol, saudoso e em pranto, inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: “Tresloucado amigo! Que conversas com elas?” Que sentido tem o que dizem, quando estão contigo?” E eu vos direi: “Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas”. BILAC, Olavo. Ouvir estrelas. In: Tarde, 1919. Ouvir estrelas Ora, direis, ouvir estrelas! Vejo que estás beirando a maluquice extrema. No entanto o certo é que não perco o ensejo De ouvi-las nos programas de cinema. Não perco fita; e dir-vos-ei sem pejo que mais eu gozo se escabroso é o tema. Uma boca de estrela dando beijo é, meu amigo, assunto p’ra um poema. Direis agora: Mas, enfim, meu caro, As estrelas que dizem? Que sentido têm suas frases de sabor tão raro? Amigo, aprende inglês para entendê-las, Pois só sabendo inglês se tem ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas. TIGRE, Bastos. Ouvir estrelas. In: Becker, I. Humor e humorismo: Antologia. São Paulo: Brasiliense, 1961. A partir da comparação entre os poemas, verifica-se que: A no texto de Bilac, a construção do eixo temático se deu em linguagem denotativa, enquanto no de Tigre, em linguagem conotativa. B no texto de Bilac, as estrelas são inacessíveis, distan- tes, e no texto de Tigre, são próximas, acessíveis aos que as ouvem e as entendem. C no texto de Tigre, a linguagem é mais formal, mais tra- balhada, como se observa no uso de estruturas como “dir-vos-ei sem pejo” e “entendê-las”. D no texto de Tigre, percebe-se o uso da linguagem me- talinguística no trecho “Uma boca de estrela dando bei- jo/ é, meu amigo, assunto p’ra um poema.” E no texto de Tigre, a visão romântica apresentada para alcançar as estrelas é enfatizada na última estrofe de seu poema com a recomendação de compreensão de outras línguas. QUESTÃO 10 Texto I XLI Ouvia: Que não podia odiar E nem temer Porque tu eras eu. E como seria Odiar a mim mesma E a mim mesma temer. HILST, H. Cantares. São Paulo: Globo, 2004 (fragmento). Texto II Transforma-se o amador na cousa amada Transforma-se o amador na cousa amada, por virtude do muito imaginar; não tenho, logo, mais que desejar, pois em mim tenho a parte desejada. Camões. Sonetos. Disponível em: http://www. jornaldepoesia.jor.br. Acesso em: 03 set. 2010 (fragmento). Nesses fragmentos de poemas de Hilda Hilst e de Ca- mões, a temática comum é: A o “outro” transformado no próprio eu lírico, o que se re- aliza por meio de uma espécie de fusão de dois seres em um só. B a fusão do “outro” com o eu lírico, havendo, nos versos de Hilda Hilst, a afirmação do eu lírico de que odeia a si mesmo. C o “outro” que se confunde com o eu lírico, verificando- -se, porém, nos versos de Camões, certa resistência do ser amado. 6 LC - 1º dia D a dissociação entre o “outro” e o eu lírico, porque o ódio ou o amor se produzem no imaginário, sem a rea- lização concreta. E o “outro” que se associa ao eu lírico, sendo tratados, nos Textos I e II, respectivamente, o ódio o amor. QUESTÃO 11 A pátria Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste! Criança! não verás nenhum país como este! Olha que céu! que mar! que rios! que floresta! A Natureza, aqui, perpetuamente em festa, É um seio de mãe a transbordar carinhos. Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos, Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos! Vê que luz, que calor, que multidão de insetos! Vê que grande extensão de matas, onde impera, Fecunda e luminosa, a eterna primavera! Boa terra! jamais negou a quem trabalha O pão que mata a fome, o teto que agasalha... Quem com o seu suor a fecunda e umedece, Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece! Criança! não verás país nenhum como este: Imita na grandeza a terra em que nasceste! BILAC, O. Poesias infantis. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1929. Publicado em 1904, o poema “A pátria” harmoniza-se com um projeto ideológico em construção na Primeira Repúbli- ca. O discurso poético de Olavo Bilac ecoa esse projeto, na medida em que: A a paisagem natural ganha contornos surreais, como o projeto brasileiro de grandeza. B a prosperidade individual, como aexuberância da ter- ra, independe de políticas de governo. C os valores afetivos atribuídos à família devem ser apli- cados também aos ícones nacionais. D a capacidade produtiva da terra garante ao país a ri- queza que se verifica naquele momento. E a valorização do trabalhador passa a integrar o concei- to de bem-estar social experimentado. QUESTÃO 12 da sua memória mil e mui tos out ros ros tos sol tos pou coa pou coa pag amo meu ANTUNES, A. 2 ou + corpos no mesmo espaço. São Paulo: Perspectiva, 1998. Trabalhando com recursos formais inspirados no Concre- tismo, o poema atinge uma expressividade que se carac- teriza pela: A interrupção da fluência verbal, para testar os limites da lógica racional. B reestruturação formal da palavra, para provocar o es- tranhamento no leitor. C dispersão das unidades verbais, para questionar o sentido das lembranças. D fragmentação da palavra, para representar o estreita- mento das lembranças. E renovação das formas tradicionais, para propor uma nova vanguarda poética. QUESTÃO 13 A substituição do haver por ter em construções existen- ciais, no português do Brasil, corresponde a um dos pro- cessos mais característicos da história da língua portugue- sa, paralelo ao que já ocorrera em relação à ampliação do domínio de ter na área semântica de “ posse”, no final da fase arcaica. Mattos e Siva (2001:136) analisa as vitórias de ter sobre haver e discute a emergência de ter exis- tencial, tomando por base a obra pedagógica de João de Barros. Em textos escritos nos anos quarenta e cinquenta do século XVI, encontram-se evidências, embora raras, tanto de ter “existencial”, não mencionado pelos clássicos estudos de sintaxe histórica, quanto de haver como verbo existencial com concordância, lembrado por Ivo Castro, e anotado como “novidade” no século XVIII por Said Ali. Como se vê, nada é categórico e um purismo estreito só revela um conhecimento deficiente da língua. Há mais perguntas que respostas. Pode-se conceber uma norma única e prescritiva? É válido confundir o bom uso e a nor- ma da própria língua e dessa forma fazer uma avaliação crítica e hierarquizante de outros usos e, através deles, dos usuários? Substitui-se uma norma por outra? CALLOU, D. A propósito de norma, correção e preconceito linguístico: do presente para o passado. In: Cadernos de Letras da UFF, n. 36, 2008. Disponível em: www.uff.br. Acesso em 26 fev 2012 (adaptado). Para a autora, a substituição de “haver” por “ter” em dife- rentes contextos evidencia que: A o estabelecimento de uma norma prescinde de uma pesquisa histórica. B os estudos clássicos de sintaxe histórica enfatizam a variação e a mudança na língua. C a avaliação crítica e hierarquizante dos usos da língua fundamenta a definição da norma. D a adoção de uma única norma revela uma atitude ade- quada para os estudos linguísticos. E os comportamentos puristas são prejudiciais à com- preensão da constituição linguística. 7 LC - 1º dia QUESTÃO 14 S.O.S Português Por que pronunciamos muitas palavras de um jeito dife- rente da escrita? Pode-se refletir sobre esse aspecto da língua com base em duas perspectivas. Na primeira delas, fala e escrita são dicotômicas, o que restringe o ensino da língua ao código. Daí vem o entendimento de que a escri- ta é mais complexa que a fala, e seu ensino restringe-se ao conhecimento das regras gramaticais, sem a preocu- pação com situações de uso. Outra abordagem permite encarar as diferenças como um produto distinto de duas modalidades da língua: a oral e a escrita. A questão é que nem sempre nos damos conta disso. S.O.S Português. Nova Escola. São Paulo: Abril, Ano XXV, n.° 231, abr. 2010 (fragmento adaptado). O assunto tratado no fragmento é relativo à língua portu- guesa e foi publicado em uma revista destinada a profes- sores. Entre as características próprias desse tipo de tex- to, identificam-se as marcas linguísticas próprias do uso A regional, pela presença de léxico de determinada re- gião do Brasil. B literário, pela conformidade com as normas da gramática. C técnico, por meio de expressões próprias de textos científicos. D coloquial, por meio do registro de informalidade. E oral, por meio do uso de expressões típicas da oralidade. QUESTÃO 15 Cientistas da Grã-Bretanha anunciaram ter identificado o primeiro gene humano relacionado com o desenvolvi- mento da linguagem, o FOXP2. A descoberta pode ajudar os pesquisadores a compreender os misteriosos meca- nismos do discurso – que é uma característica exclusiva dos seres humanos. O gene pode indicar porque e como as pessoas aprendem a se comunicar e a se expressar e porque algumas crianças têm disfunções nessa área. Se- gundo o professor Anthony Monaco, do Centro Wellcome Trust de Genética Humana, de Oxford, além de ajudar a diagnosticar desordens de discurso, o estudo do gene vai possibilitar a descoberta de outros genes com imperfei- ções. Dessa forma, o prosseguimento das investigações pode levar a descobrir também esses genes associados e, assim, abrir uma possibilidade de curar todos os males relacionados à linguagem. Disponível em: http://www.bbc.co.uk. Acesso em: 4 maio 2009 (adaptado). Para convencer o leitor da veracidade das informações contidas no texto, o autor recorre à estratégia de: A citar autoridade especialista no assunto em questão. B destacar os cientistas da Grã-Bretanha. C apresentar citações de diferentes fontes de divulgação científica. D detalhar os procedimentos efetuados durante o pro- cesso da pesquisa. E elencar as possíveis consequências positivas que a descoberta vai trazer. QUESTÃO 16 A palavra serve para comunicar e interagir. E também para criar literatura, isto é, criar arte, provocar emoções, produzir efeitos estéticos. (Português: linguagens: volume 1: ensino médio / William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 5.ed. – São Paulo: Atal, 2005. p. 27.) A partir da definição anterior, pode-se afirmar que a lin- guagem literária: A pressupõe objetividade e clareza diante da sua função utilitária. B não permite que haja dupla interpretação a respeito do assunto tratado. C é organizada de modo que a plurissignificação esteja presente no texto. D tem por objetivo esclarecer acerca de um assunto rela- cionado à realidade. E manifesta a contradição das culturas onde é produzida. QUESTÃO 17 A ROSA DE HIROXIMA Pensem nas crianças Mudas telepáticas Pensem nas meninas Cegas inexatas Pensem nas mulheres Rotas alteradas Pensem nas feridas Como rosas cálidas Mas oh não se esqueçam Da rosa da rosa Da rosa de Hiroxima A rosa hereditária A rosa radioativa Estúpida e inválida A rosa com cirrose A antirrosa atômica Sem cor sem perfume Sem rosa sem nada. Vinicius de Moraes, Antologia poética. Os aspectos expressivo e exortativo do texto conjugam- -se, de modo mais evidente, no verso: A “Mudas telepáticas”. (V. 2) B “Mas oh não se esqueçam”. (V. 9) C “Da rosa da rosa”. (V. 10) D “Estúpida e inválida”. (V. 14) E “A antirrosa atômica”. (V. 16) 8 LC - 1º dia QUESTÃO 18 Com contornos assimétricos, riqueza de detalhes nas vestes e nas feições, a escultura barroca no Brasil tem forte influência do rococó europeu e está representada aqui por um dos profetas do pátio do Santuário do Bom Jesus de Matosinho, em Congonhas, (MG), esculpido em pedra-sabão por Aleijadinho. Profundamente religiosa, sua obra revela: A liberdade, representando a vida de mineiros à procura da salvação. B credibilidade, atendendo a encomendas dos nobres de Minas Gerais. C simplicidade, demonstrando compromisso com a con- templação do divino. D personalidade, modelando uma imagem sacra com fei- ções populares. E singularidade, esculpindo personalidadedo reinado nas obras divinas. QUESTÃO 19 As manifestações da literatura do Brasil-Colônia estão ligadas ao Quinhentismo português e ao Seiscentismo peninsular. Assim, entre os anos de 1500 a 1600, encon- tram-se importantes produções, como as de José de An- chieta e a de Bento Teixeira, as quais marcam presença nas origens da literatura brasileira. Texto 1 Primeiro Ato (Cena do martírio de São Lourenço) Cantam: Por Jesus, meu salvador, Que morre por meus pecados, Nestas brasas morro assado Com fogo do meu amor. Bom Jesus, quando te vejo Na cruz, por mim flagelado, Eu por ti vivo e queimado Mil vezes morrer desejo. Pois teu sangue redentor Lavou minha culpa humana, Arda eu pois nesta chama Com fogo do teu amor. O fogo do forte amor, Ah, meu Deus!, com que me amas Mais me consome que as chamas E brasas, com seu calor. Pois teu amor, pelo meu Tais prodígios consumou, Que eu, nas brasas onde estou, Morro de amor pelo teu. (Auto de São Lourenço, de José de AnchietA Texto 2 PROSOPOPEIA I Cantem Poetas o Poder Romano, Sobmetendo Nações ao jugo duro; O Mantuano pinte o Rei Troiano, Descendo à confusão do Reino escuro; Que eu canto um Albuquerque soberano, Da Fé, da cara Pátria firme muro, Cujo valor e ser, que o Ceo lhe inspira, Pode estancar a Lácia e Grega lira. II As Délficas irmãs chamar não quero, que tal invocação é vão estudo; Aquele chamo só, de quem espero A vida que se espera em fim de tudo. Ele fará meu Verso tão sincero, Quanto fora sem ele tosco e rudo, Que per rezão negar não deve o menos Quem deu o mais a míseros terrenos. III E vós, sublime Jorge, em quem se esmalta A Estirpe d’Albuquerques excelente, E cujo eco da fama corre e salta Do Cauro Glacial à Zona ardente, Suspendei por agora a mente alta Dos casos vários da Olindesa gente, E vereis vosso irmão e vós supremo No valor abater Querino e Remo. IV Vereis um sinil ânimo arriscado A trances e conflictos temerosos, E seu raro valor executado Em corpos Luteranos vigurosos. Vereis seu Estandarte derribado Aos Católicos pés victoriosos, Vereis em fim o garbo e alto brio Do famoso Albuquerque vosso Tio. V Mas em quanto Talia no se atreve, No Mar do valor vosso, abrir entrada, Aspirai com favor a Barca leve De minha Musa inculta e mal limada. Invocar vossa graça mais se deve Que toda a dos antigos celebrada, Porque ela me fará que participe Doutro licor milhor que o de Aganipe. (Bento TeixeirA Sobre tais produções e seus autores, analise as proposi- ções a seguir e assinale a alternativa INCORRETA. 9 LC - 1º dia A Em geral, a produção de José de Anchieta tem como finalidade prestar serviço à Companhia de Jesus; as- sim, é intencional o caráter estético-doutrinário e peda- gógico de suas obras. B O Auto de São Lourenço é dotado de técnica tomada de empréstimo de Gil Vicente e possui forte influência barroca, como imaginação exaltada, ideia abstrata e valorização dos sentidos. C Prosopopeia é um poemeto épico com a finalidade de louvar o Governador de Pernambuco, Jorge de Albu- querque Coelho. D Pode-se dizer que o Texto 2 distancia-se tanto na for- ma como no estilo de Os Lusíadas, de Camões. E Bento Teixeira compromete o valor estético de sua Prosopopeia, quando emprega um tom bajulatório no poemeto, apresentando pobre motivo histórico e incon- sistência nos recursos nele utilizados. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Filme-enigma de Christopher Nolan gera discussões sobre significado e citações ocultas ou óbvias em sua trama onírica Certa vez o sábio taoísta Chuang Tzu sonhou que era uma borboleta. Ao acordar, entretanto, ele não sabia mais se era um homem que sonhara ser uma borboleta ou uma borboleta que agora sonhava ser um homem. Será que Dom Cobb está sonhando? Será que a vida real é esta mesma ou somos nós que sonhamos? Alguns podem ir ao cinema para assistir “A Origem”, de Christopher Nolan (“Batman – O Cavaleiro das Trevas”) e achar tão chato que vão sonhar de verdade, dormindo na fase de sono REM. Mas outros estão sonhando acordados. Em blogs, sites e grupos de discussão, os já fanáticos pelo filme de Nolan apontam referências (de mitologia grega, veem citações (de “Lost”), tecem teorias malucas e conspiratórias (o so- nho dentro do sonho). Alguns acusam o diretor de copiar filmes os mais variados, de “Blade Runner” (1982) a “eXistenZ” (1999), de se inspi- rar em “2001 – Uma Odisseia no Espaço” (1968) e até de roubar a ideia de um quadrinho do Tio Patinhas de 2002. O fato é que Nolan acertou o alvo. E ele sabia do poten- cial “nerdístico” de seu filme. Tanto é que cogitou mudar a canção que toca no filme todo, “Non, Je Ne Regrette Rien”, com Edith Piaf, porque uma das atrizes escaladas, Marion Cotillard, havia vivido a cantora francesa em um filme de 2007. (...) Além da música, uma boa diversão de “A Origem” é identifi- car os objetos impossíveis deixados por Nolan ao longo do filme. A escada de Penrose, criada pelo psiquiatra britânico Lionel Penrose, aparece diversas vezes na tela – e também inspirou o quadro que tenta explicar facetas do longa. Melhor ir ver o filme e não pensar em escadas... No que você está pensando agora? (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1908201010.htm) QUESTÃO 20 O texto permite afirmar que o potencial “nerdístico” do filme A está associado às marcas de metalinguagem. B advém da trama onírica que induz ideias subliminares. C resulta das fortes referências intertextuais. D origina-se da mistura entre realidade e ficção. E decorre da associação entre o sonho e a escada de Penrose. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: (...) Anos atrás, a cantora Marina Lima compôs com o seu ir- mão, o poeta Antonio Cícero, uma música que dizia: “Eu espero / acontecimentos / só que quando anoitece / é fes- ta no outro apartamento”. Passei minha adolescência com esta sensação: a de que algo muito animado estava acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha convite. É uma das caracterís- ticas da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como os outros são – ou aparentam ser. Só que chega uma hora em que é preciso deixar de ficar tão ligada na grama do vizinho. As festas em outros apartamentos são fruto da nossa ima- ginação, que é infectada por falsos holofotes, falsos sor- risos e falsas notícias. Os notáveis alardeiam muito suas vitórias, mas falam pouco das suas angústias, revelam pouco suas aflições, não dão bandeira das suas fraque- zas, então fica parecendo que todos estão comemorando grandes paixões e fortunas, quando na verdade a festa lá fora não está tão animada assim. Ao amadurecer, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma. Estamos todos no mesmo barco, com motivos pra dançar pela sala e tam- bém motivos pra se refugiar no escuro, alternadamente. Só que os motivos pra se refugiar no escuro raramente são divulgados. Pra consumo externo, todos são belos, sexys, lúcidos, íntegros, ricos, sedutores. “Nunca conheci quem tivesse levado porrada / todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo”. Fernando Pessoa também já se sentiu abafado pela per- feição alheia, e olha que na época em que ele escreveu estes versos não havia esta overdose de revistas que há hoje, vendendo um mundo de faz-de-conta. Nesta era de exaltação de celebridades – reais e inventa- das – fica difícil mesmo achar que a vida da gente tem gra- ça. Mas tem. Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros, fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa biografia. (...) Compensa passar a vida comendo alface para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Será tão gratificante ter um paparazzo na sua cola cada vez que você sai de casa? Estarão mesmo todos realizando um milhão de coisas interessantes en- quanto só vocêestá sentada no sofá pintando as unhas do pé? Favor não confundir uma vida sensacional com uma vida sensacionalista. As melhores festas acontecem dentro do nosso próprio apartamento. (MARTHA MEDEIROS, jornalista e escritora, colunista do jornal Zero Hora e de O Globo) 10 LC - 1º dia QUESTÃO 21 As frases interrogativas no penúltimo parágrafo são: A parábolas que querem provocar no leitor uma reação mais vibrante em relação à vida. B perguntas retóricas que questionam os estereótipos vigentes relacionados à felicidade. C alegorias que buscam uma postura mais crítica do lei- tor para os modelos de felicidade. D monólogos interiores que revelam as dúvidas da auto- ra sobre a melhor forma de felicidade. E solilóquios que extravasam de maneira ordenada e ló- gica os pensamentos e emoções da autora. QUESTÃO 22 Assaltantes roubam no ABC 135 mil figurinhas da Copa do Mundo Cinco assaltantes roubaram 135 mil figurinhas do álbum da Copa do Mundo 2010 na noite dessa quarta-feira (21), em Santo André, no ABC. Segundo a assessoria da Tree- log, empresa que distribui os cromos, ninguém ficou ferido durante a ação. O roubo aconteceu por volta das 23h30. Armados, os cri- minosos renderam 30 funcionários que estavam no local, durante cerca de 30 minutos, e levaram 135 caixas, cada uma delas contendo mil figurinhas. Cada pacote com cin- co cromos custa R$ 0,75. Procurada pelo G1, a Panini, editora responsável pelas figurinhas, afirmou que a falta dos cromos em algumas bancas não tem relação com o roubo. Segundo a editora, isso se deve à grande demanda pelas figurinhas. A notícia é um gênero jornalístico. No texto, o que carac- teriza a linguagem desse gênero é o uso de: A expressões linguísticas populares. B palavras de origem estrangeira. C variantes linguísticas regionais. D termos técnicos e científicos. E formas da norma padrão da língua. QUESTÃO 23 A biosfera, que reúne todos os ambientes onde se desen- volvem os seres vivos, se divide em unidades menores chamadas ecossistemas, que podem ser uma floresta, um deserto e até um lago. Um ecossistema tem múltiplos mecanismos que regulam o número de organismos dentro dele, controlando sua reprodução, crescimento e migra- ções. DUARTE, M. O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. Predomina no texto a função da linguagem: A emotiva, porque o autor expressa seu sentimento em relação à ecologia. B fática, porque o texto testa o funcionamento do canal de comunicação. C poética, porque o texto chama a atenção para os recur- sos de linguagem. D conativa, porque o texto procura orientar comporta- mentos do leitor. E referencial, porque o texto trata de noções e informa- ções conceituais. QUESTÃO 24 MOSTRE QUE SUA MEMÓRIA É MELHOR DO QUE A DE COMPUTADOR E GUARDE ESTA CONDIÇÃO: 12X SEM JUROS. Campanha publicitária de loja de eletroeletrônicos. Revis- ta Época. N.° 424, 03 de jul. 2006. Ao circularem socialmente, os textos realizam-se como práticas de linguagem, assumindo configurações específi- cas, formais e de conteúdo. Considerando o contexto em que circula o texto publicitário, seu objetivo básico é: A influenciar o comportamento do leitor, por meio de ape- los que visam à adesão ao consumo. B definir regras de comportamento social pautadas no combate ao consumismo exagerado. C defender a importância do conhecimento de informáti- ca pela população de baixo poder aquisitivo. D facilitar o uso de equipamentos de informática pelas classes sociais economicamente desfavorecidas. E questionar o fato de o homem ser mais inteligente que a maquina, mesmo a mais moderna. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 3Você sabia que com pouco esforço é possível ajudar o planeta e o seu bolso? Ao usarmos a energia elétrica para aparelhos eletrônicos e lâmpadas também emitimos 1gás carbônico, um dos principais gases do 6efeito estufa. Atitudes simples como trocar lâmpadas incandescentes pelas 4fluorescentes e puxar da tomada os aparelhos que não estão em uso re- duzirão a sua conta de luz e as nossas emissões de 2CO2 na atmosfera. 5Planeta sustentável: conhecimento por um mundo melhor QUESTÃO 25 Assinale a alternativa que indica recurso empregado no texto. A Intertextualidade, já que se pode notar apropriação ex- plícita e marcada, por meio de citações, de trechos de outros textos. B Conotação, uma vez que o texto emprega em toda a sua extensão uma linguagem que adota tom pessoal e subjetivo. C Ironia, observada no emprego de expressões que con- duzem o leitor a outra possibilidade de interpretação, sempre crítica. D Denotação, pois há a utilização objetiva de palavras e expressões que destacam a presença da função refe- rencial. E Metalinguagem, uma vez que a linguagem adotada serve exclusivamente para tratar da própria linguagem. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Tampe a panela Parece conselho de mãe para a comida não esfriar, mas a ciência explica como é possível ser um cidadão ecos- sustentável adotando o simples ato de tampar a panela enquanto esquenta a água para o macarrão ou para o ca- fezinho. Segundo o físico Cláudio Furukawa, da USP, a cada minuto que a água ferve em uma panela sem tampa, cerca de 20 gramas do líquido evaporam. 11 LC - 1º dia Com o vapor, vão embora 11 mil calorias. Como o poder de conferir calor do GLP, aquele gás utilizado no botijão de cozinha, é de 11 mil calorias por grama, será preciso 1 grama a mais de gás por minuto para aquecer a mes- ma quantidade de água. Isso pode não parecer nada para você ou para um botijão de 13 quilos, mas imagine o po- tencial de devastação que um cafezinho despretensioso e sem os devidos cuidados pode provocar em uma popula- ção como a do Brasil: 54,6 toneladas de gás desperdiçado por minuto de aquecimento da água, considerando que cada família brasileira faça um cafezinho por dia. Ou 4 200 botijões desperdiçados. Superinteressante. São Paulo: Abril, n° 247, dez. 2007. QUESTÃO 26 O contato com textos exercita a capacidade de reconhe- cer os fins para os quais este ou aquele texto é produzido. Esse texto tem por finalidade: A apresentar um conteúdo de natureza científica. B divulgar informações da vida pessoal do pesquisador. C anunciar um determinado tipo de botijão de gás. D solicitar soluções para os problemas apresentados. E instruir o leitor sobre como utilizar corretamente o botijão. QUESTÃO 27 Em uma famosa discussão entre profissionais das ciên- cias biológicas, em 1959, C. P. Snow lançou uma frase definitiva: “Não sei como era a vida antes do clorofórmio”. De modo parecido, hoje podemos dizer que não sabemos como era a vida antes do computador. Hoje não é mais possível visualizar um biólogo em atividade com apenas um microscópio diante de si; todos trabalham com o auxí- lio de computadores. Lembramo-nos, obviamente, como era a vida sem computador pessoal. Mas não sabemos como ela seria se ele não tivesse sido inventado. PIZA, D. Como era a vida antes do computador? OceanAir em Revista, nº 1, 2007 (adaptado). Neste texto, a função da linguagem predominante é: A emotiva, porque o texto é escrito em primeira pessoa do plural. B referencial, porque o texto trata das ciências biológi- cas, em que elementos como o clorofórmio e o compu- tador impulsionaram o fazer científico. C metalinguística, porque há uma analogia entre dois mundos distintos: o das ciências biológicas e o da tec- nologia. D poética, porque o autor do texto tenta convencer seu leitor de que o clorofórmio é tão importante para as ciências médicas quanto o computador para as exatas. E apelativa, porque, mesmo sem ser uma propaganda, o redator está tentando convencer o leitor de que é impossível trabalhar sem computador, atualmente. QUESTÃO 28 A figura é uma adaptaçãoda bandeira nacional. O uso dessa imagem no anúncio tem como principal objetivo: A mostrar à população que a Mata Atlântica é mais im- portante para o país do que a ordem e o progresso. B criticar a estética da bandeira nacional, que não reflete com exatidão a essência do país que representa. C informar à população sobre a alteração que a bandeira oficial do país sofrerá. D alertar a população para o desmatamento da Mata Atlântica e fazer um apelo para que as derrubadas acabem. E incentivar as campanhas ambientalistas e ecológicas em defesa da Amazônia. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: A EMA O surgimento da figura da Ema no céu, ao leste, no anoi- tecer, na segunda quinzena de junho, indica o início do in- verno para os índios do sul do Brasil e o começo da esta- ção seca para os do norte. É limitada pelas constelações de Escorpião e do Cruzeiro do Sul, ou Cut’uxu. Segundo o mito guarani, o Cut’uxu segura a cabeça da ave para garantir a vida na Terra, porque, se ela se soltar, beberá toda a água do nosso planeta. Os tupis-guaranis utilizam o Cut’uxu para se orientar e determinar a duração das noi- tes e as estações do ano. A ilustração a seguir é uma representação dos corpos ce- lestes que constituem a constelação da Ema, na percep- ção indígena. A próxima figura mostra, em campo de visão ampliado, como povos de culturas não indígenas percebem o espa- ço estelar em que a Ema é vista. 12 LC - 1º dia QUESTÃO 29 Assinale a opção correta a respeito da linguagem empre- gada no texto A ema. A A palavra Cut’uxu é um regionalismo utilizado pelas populações próximas às aldeias indígenas. B O autor se expressa em linguagem formal em todos os períodos do texto. C A ausência da palavra Ema no início do período “É limi- tada (...)” caracteriza registro oral. D A palavra Cut’uxu está destacada em itálico porque in- tegra o vocabulário da linguagem informal. E No texto, predomina a linguagem coloquial porque ele consta de um almanaque. QUESTÃO 30 Não apresenta metalinguagem a passagem transcrita em: A “... com um gesto casual, atirei meu paletó em cima da mesa, cobrindo o rascunho de um conto que começara naquela manha.” (TELLES, Lygia Fagundes. Antes do baile verde) B “Revirei meu fraseado. Quis falar em coração fiel e sentidas coisas. Poetagem. Mas era o que eu sincero queria como em fala de livros, o senhor sabe: de bel- -ver, bel-fazer e bel-amar” (ROSA, Guimarães. Grande sertão: veredas) C “Todo o seu desejo vagamente artístico encaminhara- -se há muito no sentido de tornar os dias realizados e belos; com o tempo seu gosto decorativo se desenvol- vera e suplantara a íntima desordem.” (LISPECTOR, Clarice. Laços de família) D “Por que continuar tais confidências, já destituídas de intimidade, pois que me dirijo sempre a um leitor imagi- nário? Prometi a mim mesmo que nunca escreveria um livro, se não lhe pudesse dar proporções monumen- tais” (ANJOS, Ciro dos. O amanuense Belmiro) E “Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco.” (ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas) QUESTÃO 31 Pequeno concerto que virou canção Não, não há por que mentir ou esconder A dor que foi maior do que é capaz meu coração Não, nem há por que seguir cantando só para explicar Não vai nunca entender de amor quem nunca soube amar Ah, eu vou voltar pra mim Seguir sozinho assim Até me consumir ou consumir toda essa dor Até sentir de novo o coração capaz de amor VANDRE. G. Disponível em: http://www.letras. terra.com.br. Acesso em 29 jun. 2011. Na canção de Geraldo Vandré, tem-se a manifestação da função poética da linguagem, que é percebida na ela- boração artística e criativa da mensagem, por meio de combinações sonoras e rítmicas. Pela análise do texto, entretanto, percebe-se, também, a presença marcante da função emotiva ou expressiva, por meio da qual o emissor: A imprime à canção as marcas de sua atitude pessoal, seus sentimentos. B transmite informações objetivas sobre o tema de que trata a canção. C busca persuadir o receptor da canção a adotar um cer- to comportamento. D procura explicar a própria linguagem que utiliza para construir a canção. E objetiva verificar ou fortalecer a eficiência da mensa- gem veiculada. QUESTÃO 32 Beatriz Chico Buarque Olha Será que ela é moça Será que ela é triste Será que é o contrário Será que é pintura O rosto da atriz Se ela dança no sétimo céu Se ela acredita que é outro pais E se ela só decora o seu papel E se eu pudesse entrar na sua vida Olha Será que é de louca Será que é de éter Será que é loucura Será que é cenário A casa da atriz Se ela mora num arranha-céu E se as paredes são feitas de giz E se ela chora num quarto de hotel E se eu pudesse entrar na sua vida Sim, me leva para sempre, Beatriz Me ensina a não andar com os pés no chão Para sempre e sempre por um triz Ai, diz quantos desastres tem na minha mão Diz se e perigoso a gente ser feliz Esse texto é um exemplo do gênero lírico, porque: A explora as manifestações psíquicas que confundem realidade e sonho. B aborda a temática amorosa, ainda que sob uma pers- pectiva contemporânea. C revela a expressão dos estados emotivos do eu-lírico ante a inalcançável dama. D exalta a personagem de outro texto lírico, a Beatriz da Divina comédia, de Dante Alighieri. E enaltece a objetividade e clareza do eu-lírico. 13 LC - 1º dia QUESTÃO 33 Assinale a alternativa correta. A O gênero lírico refere-se à exteriorização dos valores e sentimentos coletivos. B O gênero lírico exprime a manifestação de sentimen- tos pessoais nos quais predomina, assim, a função ex- pressiva. C O gênero épico revela a representação de fatos com presença física de atores. D O gênero épico é composto por romances que ilustram a história de um homem ou de um povo. E O gênero dramático é feito exclusivamente de autos. QUESTÃO 34 Texto 1 O Morcego Meia-noite. Ao meu quarto me recolho. Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede: Na bruta ardência orgânica da sede, Morde-me a goela ígneo e escaldante molho. “Vou mandar levantar outra parede...” Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho, Circularmente sobre a minha rede! Pego de um pau. Esforços faço. Chego A tocá-lo. Minh’alma se concentra. Que ventre produziu tão feio parto?! A Consciência Humana é este morcego ! Por mais que a gente faça, à noite, ele entra Imperceptivelmente em nosso quarto! ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1994. Texto 2 O lugar-comum em que se converteu a imagem de um poeta doentio, com o gosto do macabro e do horroroso, di- ficulta que se veja, na obra de Augusto dos Anjos, o olhar clínico, o comportamento analítico, até mesmo certa frie- za, certa impessoalidade científica. CUNHA, F. Romantismo e modernidade na poesia. Rio de Janeiro: Cátedra, 1988 (adaptado). Em consonância com os comentários do texto 2 acerca da poética de Augusto dos Anjos, o poema O morcego apresenta-se, enquanto percepção do mundo, como for- ma estética capaz de: A reencantar a vida pelo mistério com que os fatos ba- nais são revestidos na poesia. B expressar o caráter doentio da sociedade moderna por meio do gosto pelo macabro. C representar realisticamente as dificuldades do cotidia- no sem associá-lo a reflexões de cunho existencial. D abordar dilemas humanos universais a partir de um pon- to de vista distanciado e analítico acerca do cotidiano. E conseguir a atenção do leitor pela inclusão de elemen- tos das histórias de horror e suspense na estrutura líri- ca da poesia. QUESTÃO 35 Guardar Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la. Em cofre não se guarda coisaalguma. Em cofre perde-se a coisa à vista. Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado. Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela, isto é, estar por ela ou ser por ela. Por isso melhor se guarda o voo de um pássaro Do que um pássaro sem voos. Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica, por isso se declara e declama um poema: Para guardá-lo: Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda: Guarde o que quer que guarda um poema: Por isso o lance do poema: Por guardar-se o que se quer guardar. MACHADO, G. In: MORICONI, I. (org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. A memória é um importante recurso do patrimônio cultu- ral de uma nação. Ela está presente nas lembranças do passado e no acervo cultural de um povo. Ao tratar o fazer poético corno uma das maneiras de se guardar o que se quer, o texto: A ressalta a importância dos estudos históricos para a construção da memória social de um povo. B valoriza as lembranças individuais em detrimento das narrativas populares ou coletivas. C reforça a capacidade da literatura em promover a sub- jetividade e os valores humanos. D destaca a importância de reservar o texto literário àqueles que possuem maior repertório cultural. E revela a superioridade da escrita poética como forma ideal de preservação da memória cultural. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: I. “A cada canto um grande conselheiro, Que nos quer governar cabana e vinha; Não sabem governar sua cozinha, E podem governar o mundo inteiro.” II. “Há coisa como ver um Paiaiá Mui prezado de ser Caramuru, Descendente do sangue de tatu Cujo torpe idioma e Cobepá” III. “Rubi, concha de perlas peregrina, Animado cristal, viva escarlata, Duas safiras sobre lisa prata, Ouro encrespado sobre prata fina. Este o rostinho é de Caterina.” IV. “Ardor em coração firme nascido! Pranto por belos olhos derramado! Incêndio em mares de água disfarçado! Rio de neve em fogo convertido!” 14 LC - 1º dia QUESTÃO 36 Sobre essas passagens, é correto afirmar que: A I e II empregam versos sem rima. B I e III manifestam o cultismo típico do estilo barroco. C II e IV se caracterizam pelo emprego de paradoxos. D III e IV são exemplos da vertente lírica na poesia do autor. E II e III empregam temática indígena. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS DUAS QUESTÕES O acendedor de lampiões Lá vem o acendedor de lampiões da rua! Este mesmo que vem infatigavelmente, Parodiar o sol e associar-se a lua Quando a sombra da noite enegrece o poente! Um, dois, três lampiões, acende e continua Outros mais a acender imperturbavelmente, À medida que a noite aos poucos se acentua E a palidez da lua apenas se presente. Triste ironia atroz o senso humano irrita: Ele que doira a noite ilumina a cidade, Talvez não tenha luz na choupana em que habita. Tanta gente também nos outros insinua Crenças, religiões, amor, felicidade, Como este acendedor de lampiões da rua! Jorge de Lima QUESTÃO 37 Do primeiro terceto do poema, pode-se inferir que, em re- lação ao acendedor de lampiões, o eu-lírico mostra-se: A confiante. B solidário. C sarcástico. D impaciente. E inquieto QUESTÃO 38 Releia a última estrofe do poema: “Tanta gente também nos outros INSINUA Crenças, religiões, amor, felicidade, Como este acendedor de lampiões da rua!” A palavra destacada pode ser substituída, sem alteração de sentido, por: A granjeia, capta. B inculca, infunde. C avisa, persuade. D descobre, enxerga. E colore, imprime TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: O adolescente A vida é tão bela que chega a dar medo. Não o medo que paralisa e gela, estátua súbita. mas esse medo fascinante e fremente de curiosidades que faz o jovem felino seguir para frente farejando o vento ao sair, a primeira vez, da gruta. Medo que ofusca: luz! Cumplicemente, as folhas contam-te um segredo velho como o mundo: Adolescente, olha! A vida é nova... A vida é nova e anda nua – vestida apenas com teu desejo! QUINTANA, Mário. Nariz de vidro. São Paulo, Moderna, 1984, p. 7 QUESTÃO 39 Assinale a alternativa em que há a correta relação entre a ideia principal e as estrofes do poema de Quintana. A 1ª estrofe – O segredo / 2ª estrofe – O desejo / 3ª es- trofe – A curiosidade cria oportunidade / 4ª estrofe – O deslumbramento / 5ª estrofe – A beleza da vida nos amedronta. B 1ª estrofe – A beleza da vida nos amedronta / 2ª estro- fe – O segredo / 3ª estrofe – O desejo / 4ª estrofe – O deslumbramento / 5ª estrofe – A curiosidade cria opor- tunidade. C 1ª estrofe – A curiosidade cria oportunidade / 2ª estrofe – O deslumbramento / 3ª estrofe - O segredo / 4ª es- trofe – A beleza da vida nos amedronta / 5ª estrofe – O desejo. D 1ª estrofe – A beleza da vida nos amedronta / 2ª estrofe – A curiosidade cria oportunidade / 3ª estrofe – O des- lumbramento / 4ª estrofe – O segredo / 5ª estrofe – O desejo. E 1ª estrofe – O desejo / 2ª estrofe – A curiosidade cria oportunidade / 3ª estrofe – O deslumbramento / 4ª es- trofe – O segredo / 5ª estrofe – A beleza da vida nos amedronta. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Brasil O Zé Pereira chegou de caravela E preguntou pro guarani da mata virgem – Sois cristão? – Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte Teterê tetê Quizá Quizá Quecê! Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu! O negro zonzo saído da fornalha Tomou a palavra e respondeu – Sim pela graça de Deus - Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum! E fizeram o Carnaval (Oswald de Andrade QUESTÃO 40 A polifonia, variedade de vozes, presente no poema resul- ta da manifestação do: A poeta e do colonizador apenas. B colonizador e do negro apenas. C negro e do índio apenas. D colonizador, do poeta e do negro apenas. E poeta, do colonizador, do índio e do negro. LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS QUESTÕES 41 A 45 15 LC - 1º dia TEXTO PARA AS PRÓXIMAS TRÊS QUESTÕES From Syria to Iraq, Kenya to Malaysia: How new era of Is- lamic fundamentalism is spreading fear and chaos around the world From a beheading in Iraq to the hard-line repression of religious freedoms in Sudan, a string of extremist acts in recent weeks have raised the worrying spectre of a new era of Islamic fundamentalism spreading across the world. Over the last month, the world’s media has been awash with gruesome images of barbarism – pulled into sharp focus in recent days with the barrage of horrific videos and hate-filled messages pouring onto the internet from Sunni militants in Iraq. But it is far from restricted to that country alone. In just the last few days: § Footage has emerged showing armed militant chil- dren as young as eight watching as an Iraqi prisoner is executed by ISIS, while another shows a captured Iraqi police officer being beheaded; § At least five people have died in an attack on Kenya’s coast just days after Al Qaeda-inspired terror group Al Shabaab kills 60 in twin massacres; § Islamist militants Boko Haram are feared to have sna- tched 90 villagers in the same area of Nigeria where they seized nearly 300 Christian schoolgirls two months ago; § A human rights group has warned that revenge attacks between Christian and Islamic militia in the Central African Republic risk creating conditions for a genocide reminiscent of Bosnia in the 1990s. § Just last night, an explosion in a Nigerian shopping mall killed at least 21 people and injured 17 more as the na- tion prepared to watch its football team play Argentina in the World Cup § Also yesterday, a suicide bomber killed himself and wounded several security officers at a hotel in Raouche in Beirut, close to the Saudi Arabian embassy Another form of religiousextremism has also gained wides- pread attention and subsequent outrage in Sudan, where a mother was handed the death sentence for marrying a Christian and was forced to give birth in shackles in prison. Mariam Yehya Ibrahim was released after an international outcry, but yesterday was re-arrested and charged with fraud as she tried to leave the country with her American husband, Daniel Wani, and their two children. http://www.dailymail.co.uk/news/article-2669427/ From-Syria-Iraq-Kenya-Malaysia-How-new-era-Islamic- fundamentalism-spreading-fear-chaos-world.html QUESTÃO 41 Questões como o temor do ocidente em relação à expan- são islâmica e à intolerância aos valores pré-estabeleci- dos do ocidente têm conquistado espaço na mídia, pode- -se perceber fatos associados a esse tipo de pensamento devido a/ao: A explosão de um shopping Center na Nigéria. B confrontos entre milícias Islâmicas e Cristãs na Repú- blica Centro-Africana. C crescimento da direita ultra conservadora na Europa. D sequestro de 300 alunas realizado pelo Boko Haram na Nigéria. E uma série de imagens de violência e barbarismo asso- ciadas ao extremismo. QUESTÃO 42 O caso de Maria Yehya Ibrahim causou indignação mun- dial e protestos que evitaram: A que ela fosse executada por ter se casado com um cristão. B que ela tivesse que parir acorrentada na prisão. C que ela fugisse para os Estados Unidos. D que ela fosse presa novamente. E que os filhos não pudessem deixar o Sudão. QUESTÃO 43 A ação dos direitos humanos na República Centro-Africa- na concluiu: A que um genocídio igual ao ocorrido na Bósnia será ine- vitável. B que se uma milícia cristã revidar os ataques dos extre- mistas islâmicos haverá um genocídio. C que sobreviventes da Bósnia tentarão evitar a repeti- ção de um genocídio. C que a opressão imposta pela milícia cristã causará um genocídio. E que o genocídio será culpa de radicais Islâmicos, como sempre. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: QUESTÃO 44 Ao observarmos o quadro acima fica nítido/a: A a preocupação em formar seres pensantes. B a cultura massificada de buscar o fácil, o rápido. C a busca de novas respostas para questões. D não incentivar o pensamento crítico. E como Incentivar o pensamento crítico e não aceitar o óbvio. 16 LC - 1º dia TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: QUESTÃO 45 Ivan Petrovich Pavlov foi um fisiologista russo conheci- do principalmente pelo seu trabalho no condicionamento clássico. Foi premiado com o Nobel de Fisiologia de 1904. Sua tese sobre os estímulos condicionados associados à capacidade de aprender e “condicionar” foram e são fer- ramenta útil à psicologia, à psiquiatria e à fisiologia. Na imagem associada podemos observar: A uma crítica aos maus tratos que Pavlov impunha aos cães: B uma sátira da época vinda dos que não acreditavam em suas teses. C uma sátira à tese do condicionamento em forma de prosopopeia. D as reações que os cães demonstrariam durante o teste se pudessem falar. E o ato de babar como objeto de estudo é satirizado. 17 LC - 1º dia INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO § O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. § O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em 30 linhas. § A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que: § tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insulficiente”. § fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo. § apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos. § apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto. Texto I Texto II Duas pesquisas divulgadas nesta semana revelam que a homofobia tem se tornado uma preocupação para os brasi- leiros. O que é louvável, convenhamos. Este estudo com 2500 pessoas indicou o combate à homofobia como assunto urgente a ser debatido. Ao todo, 51% das pessoas se declararam extremamente favoráveis à luta contra este tipo de crime. Entre os entrevistados, 70% consideram o Brasil um país homofóbico, mas o mesmo índice - 70% - não se consideram homofóbicos. Ou seja, de acordo com os organizadores, um percentual expressivo aponta outras pessoas como parte da questão, mas não se inclui nela. 18 LC - 1º dia http://www20.opovo.com.br/app/colunas/cenag/2016/07/01/noticiascenag,3630545/o-brasileiro-e-a-homofobia.shtml Texto III A homofobia é aprendida, e persiste se não for enfrentada ativamente. Para enfrentar a homofobia: rever práticas, espaços e intencionalidades das práticas pedagógicas e dos espaços do ambiente escolar. A educação pública deve desenvolver formas de atender às necessidades de todas/os aquelas/es que, por direito, devem chegar à escola e nela permanecer. ”Por que há sempre uma aceitação ‘condicionada’ para que estudantes de orientação sexual diversa da considerada ‘normal’ possam frequentar o espaço escolar? Por que deve- riam abrir mão de seus jeitos de ser, falar, vestir, agir, para se adequarem a padrões e regras de condutas que agradam aos outros? Obrigar estudantes a se modificarem para que não apareçam, para que não incomodem os olhos das/dos outras/os, ‘guarda’ a discriminação em sua forma dissimulada, menos explícita, mas não menos presente e prejudicial. Na sala de aula, uma estudante lésbica deve ouvir e responder constantemente aos comentários de professoras e pro- fessores sobre por que não se comporta como uma ‘mocinha’? A homofobia é uma matriz poderosa na escola: desde o inocente ‘Não seja maricas’ ou ‘Vai aprender a ser homem’ até a homofobia amigável dos que acham que quem não se enquadra no padrão reconhecido como normal ‘pode até ter direitos, desde que…’. Há sempre um ‘desde que’, um reconhecimento de cidadania, mas ‘de segunda’.” http://acervo.novaescola.org.br/pdf/kit-gay-escola-sem-homofobia-mec.pdf PROPOSTA DE REDAÇÃO A partir dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema A urgência de assumir e combater a homofobia no Brasil, apresentando proposta de intervenção que respeite os Direitos Humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos para defesa de seu ponto de vista. CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS QUESTÕES 46 A 90 19 CH - 1º dia QUESTÃO 46 Texto I Documentos do século XVI algumas vezes se referem aos habitantes indígenas como “os brasis”, ou “gente brasília” e, ocasionalmente no século XVII, o termo “brasileiro” era a eles aplicado, mas as referências ao status econômico e jurídico desses eram muito mais populares. Assim, os ter- mos “negro da terra” e “índios” eram utilizados com mais frequência do que qualquer outro. SCHWARTZ, S. B. Gente da terra braziliense da nação. Pensando o Brasil: a construção de um povo. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem Incompleta: a experiência brasileira (1500-2000). São Paulo: Senac, 2000 (adaptado). Texto II Índio é um conceito construído no processo de conquista da América pelos europeus. Desinteressados pela diver- sidade cultural, imbuídos de forte preconceito para com o outro, o indivíduo de outras culturas, espanhóis, portugue- ses, franceses e anglo-saxões terminaram por denominar da mesma forma povos tão díspares quanto os tupinam- bás e os astecas. SILVA, K. V.; SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2005. Ao comparar os textos, as formas de designação dos gru- pos nativos pelos europeus, durante o período analisado, são reveladoras da: A concepção idealizada do território, entendido como ge- ograficamente indiferenciado.B percepção corrente de uma ancestralidade comum às populações ameríndias. C compreensão etnocêntrica acerca das populações dos territórios conquistados. D transposição direta das categorias originadas no ima- ginário medieval. E visão utópica configurada a partir de fantasias de riqueza. QUESTÃO 47 As convicções religiosas dos escravos eram entretanto co- locadas a duras provas quando de sua chegada ao Novo Mundo, onde eram batizados obrigatoriamente “para a sal- vação de sua alma” e deviam curvar-se às doutrinas religio- sas de seus mestres. lemanjá, mãe de numerosos outros orixás, foi sincretizada com Nossa Senhora da Conceição, e Nanã Buruku, a mais idosa das divindades das águas, foi comparada a Sant’Ana, mãe da Virgem Maria. VERGER, P. Orixás: deuses iorubás na África e no Novo Mundo. São Paulo: Corrupio, 1981. O sincretismo religioso no Brasil colônia foi uma estratégia utilizada pelos negros escravizados para: A compreender o papel do sagrado para a cultura europeia. B garantir a aceitação pelas comunidades dos convertidos. C preservar as crenças e a sua relação com o sagrado. D integrar as distintas culturas no Novo Mundo. E possibilitar a adoração de santos católicos. QUESTÃO 48 Os holandeses desembarcaram em Pernambuco no ano de 1630, em nome da Companhia das Índias Ocidentais (WIC), e foram aos poucos ocupando a costa que ia da foz do Rio São Francisco ao Maranhão, no atual Nordeste brasileiro. Eles chegaram ao ponto de destruir Olinda, an- tiga sede da capitania de Duarte Coelho, para erguer no Recife uma pequena Amsterdã. NASCIMENTO, R. L. X. A toque de caixas. Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 6, n. 70, jul. 2011. Do ponto de vista econômico, as razões que levaram os holandeses a invadirem o nordeste da Colônia decorriam do fato de que essa região: A era a mais importante área produtora de açúcar na América portuguesa. B possuía as mais ricas matas de pau-brasil no litoral das Américas. C contava com o porto mais estratégico para a navega- ção no Atlântico Sul. D representava o principal entreposto de escravos africa- nos para as Américas. E constituía um reduto de ricos comerciantes de açúcar de origem judaica. QUESTÃO 49 Quando Deus confundiu as línguas na torre de Babel, pon- derou Filo Hebreu que todos ficaram mudos e surdos, por- que, ainda que todos falassem e todos ouvissem, nenhum entendia o outro. Na antiga Babel, houve setenta e duas línguas; na Babel do rio das Amazonas, já se conhecem mais de cento e cinquenta. E assim, quando lá chegamos, todos nós somos mudos e todos eles, surdos. Vede agora quanto estudo e quanto trabalho serão necessários para que esses mudos falem e esses surdos ouçam. VIEIRA, A. Sermões pregados no Brasil. In: RODRIGUES. J. H. História viva. São Paulo: Global, 1985 (adaptado). No decorrer da colonização portuguesa na América, as tentativas de resolução do problema apontado pelo padre Antônio Vieira resultaram na: A ampliação da violência nas guerras intertribais. B desistência da evangelização dos povos nativos. C indiferença dos jesuítas em relação à diversidade de línguas americanas. D pressão da Metrópole pelo abandono da catequese nas regiões de difícil acesso. E sistematização das línguas nativas numa estrutura gramatical facilitadora da catequese. QUESTÃO 50 É preciso ressaltar que, de todas as capitanias brasileiras, Mi- nas era a mais urbanizada. Não havia ali hegemonia de um ou dois grandes centros. A região era repleta de vilas e arraiais, grandes e pequenos, em cujas ruas muita gente circulava. PAIVA, E. F. O ouro e as transformações na sociedade colonial. São Paulo: Atual, 1998. As regiões da América portuguesa tiveram distintas lógi- cas de ocupação. Uma explicação para a especificidade da região descrita no texto está identificada na: A apropriação cultural diante das influências externas. B produção manufatureira diante do exclusivo comercial. C insubordinação religiosa diante da hierarquia eclesiástica. D fiscalização estatal diante das particularidades econômicas. E autonomia administrativa diante das instituições metro- politanas. 20 CH - 1º dia QUESTÃO 51 Próximo da Igreja dedicada a São Gonçalo nos depara- mos com uma impressionante multidão que dançava ao som de suas violas. Tão logo viram o Vice-Rei, cercaram- -no e o obrigaram a dançar e pular, exercício violento e pouco apropriado tanto para sua idade quanto posição. Tivemos nós mesmos que entrar na dança, por bem ou por mal, e não deixou de ser interessante ver numa igreja padres, mulheres, frades, cavalheiros e escravos a dan- çar e pular misturados, e a gritar a plenos pulmões “Viva São Gonçalo do Amarante”. BARBINAIS, Le Gentil. Noveau Voyage autour du monde. Apud: TINHORÃO, J. R. As festas no Brasil Colonial. São Paulo: Ed. 34, 2000 (adaptado). O viajante francês, ao descrever suas impressões sobre uma festa ocorrida em Salvador, em 1717, demonstra di- ficuldade em entendê-la, porque, como outras manifesta- ções religiosas do período colonial, ela: A seguia os preceitos advindos da hierarquia católica romana. B demarcava a submissão do povo à autoridade constituída. C definia o pertencimento dos padres às camadas po- pulares. D afirmava um sentido comunitário de partilha da devoção. E harmonizava as relações sociais entre escravos e se- nhores. QUESTÃO 52 Dos senhores dependem os lavradores que têm partidos arrendados em terras do mesmo engenho; e quanto os senhores são mais possantes e bem aparelhados de todo o necessário, afáveis e verdadeiros, tanto mais são procu- rados, ainda dos que não têm a cana cativa, ou por antiga obrigação, ou por preço que para isso receberam. ANTONIL, J. A. Cultura e opulência no Brasil [1711]. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1987 (adaptado). Segundo o texto, a produção açucareira no Brasil colonial era: A baseada no arrendamento de terras para a obtenção da cana a ser moída nos engenhos centrais. B caracterizada pelo funcionamento da economia de li- vre mercado em relação à compra e venda de cana. C dependente de insumos importados da Europa nas fro- tas que chegavam aos portos em busca do açúcar. D marcada pela interdependência econômica entre os senhores de engenho e os lavradores de cana. E sustentada no trabalho escravo desempenhado pelos lavradores de cana em terras arrendadas. QUESTÃO 53 No final do século XVI, na Bahia, Guiomar de Oliveira de- nunciou Antônia Nóbrega à Inquisição. Segundo o depoi- mento, esta lhe dava “uns pós não sabe de quê, e outros pós de osso de finado, os quais pós ela confessante deu a beber em vinho ao dito seu marido para ser seu ami- go e serem bem-casados, e que todas estas coisas fez tendo-lhe dito a dita Antônia e ensinado que eram coisas diabólicas e que os diabos lha ensinaram”. ARAÚJO, E. O teatro dos vícios. Transgressão e transigência na sociedade urbana colonial. Brasília: UnB/José Olympio, 1997. Do ponto de vista da Inquisição: A o problema dos métodos citados no trecho residia na dissimulação, que acabava por enganar o enfeitiçado. B o diabo era um concorrente poderoso da autoridade da Igreja e somente a justiça do fogo poderia eliminá-lo. C os ingredientes em decomposição das poções mági- cas eram condenados porque afetavam a saúde da população. D as feiticeiras representavam séria ameaça à socieda- de, pois eram perceptíveis suas tendências feministas. E os cristãos deviam preservar a instituição do casamento recorrendo exclusivamente aos ensinamentos da Igreja. QUESTÃO 54 A Lei das Doze Tábuas, de meados do século V a.C., fi- xou por escrito um velho direito costumeiro. No relativo às dívidas não pagas, o código permitia, em última análise, matar o devedor; ou vendê-lo como escravo “do outro ladodo Tibre” – isto é, fora do território de Roma. CARDOSO, C. F. S. O trabalho compulsório na Antiguidade. Rio de Janeiro: Graal, 1984. A referida lei foi um marco na luta por direitos na Roma Antiga, pois possibilitou que os plebeus: A modificassem a estrutura agrária assentada no latifúndio. B exercessem a prática da escravidão sobre seus devedores. C conquistassem a possibilidade de casamento com os patrícios. D ampliassem a participação política nos cargos políticos públicos. e) reivindicassem as mudanças sociais com base no co- nhecimento das leis. QUESTÃO 55 Mirem-se no exemplo Daquelas mulheres de Atenas Vivem pros seus maridos Orgulho e raça de Atenas. BUARQUE, C.; BOAL, A. “Mulheres de Atenas”. In: Meus caros amigos,1976. Disponível em: http://letras. terra.com.br. Acesso em 4 dez. 2011 (fragmento) Os versos da composição remetem à condição das mu- lheres na Grécia antiga, caracterizada, naquela época, em razão de: A sua função pedagógica, exercida junto às crianças ate- nienses. B sua importância na consolidação da democracia, pelo casamento. C seu rebaixamento de status social frente aos homens. D seu afastamento das funções domésticas em períodos de guerra. E sua igualdade política em relação aos homens. QUESTÃO 56 A história não corresponde exatamente ao que foi real- mente conservado na memória popular, mas àquilo que foi selecionado, escrito, descrito, popularizado e institu- cionalizado por quem estava encarregado de fazê-lo. Os historiadores, sejam quais forem seus objetivos, estão en- volvidos nesse processo, uma vez que eles contribuem, conscientemente ou não, para a criação, demolição e re- estruturação de imagens do passado que pertencem não só ao mundo da investigação especializada, mas também à esfera pública na qual o homem atua como ser político. HOBSBAWN, E.; RANGER, T. A Invenção das tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984 (adaptado). 21 CH - 1º dia Uma vez que a neutralidade é inalcançável na atividade mencionada, é tarefa do profissional envolvido: A criticar as ideias dominantes. B respeitar os interesses sociais. C defender os direitos das minorias. D explicitar as escolhas realizadas. E satisfazer os financiadores de pesquisas. QUESTÃO 57 A mitologia comparada surge no século XVIII. Essa ten- dência influenciou o escritor cearense José de Alencar, que, inspirado pelo estilo da epopeia homérica na Ilíada, propõe em Iracema uma espécie de mito fundador do povo brasileiro. Assim como a Ilíada vincula a constituição do povo helênico à Guerra de Troia, deflagrada pelo romance proibido de Helena e Páris, Iracema vincula a formação do povo brasileiro aos conflitos entre índios e colonizadores, atravessados pelo amor proibido entre uma índia – Irace- ma – e o colonizador português Martim Soares Moreno. DETIENNE, M. A invenção da mitologia. Rio de Janeiro: José Olympio, 1998 (adaptado). A comparação estabelecida entre a Ilíada e Iracema de- monstra que essas obras: A combinam folclore e cultura erudita em seus estilos es- téticos. B articulam resistência e opressão em seus gêneros lite- rários. C associam história e mito em suas construções identitá- rias. D refletem pacifismo e belicismo em suas escolhas ideo- lógicas. E traduzem revolta e conformismo em seus padrões ale- góricos. QUESTÃO 58 Quem construiu a Tebas de sete portas? Nos livros estão nomes de reis. Arrastaram eles os blocos de pedra? E a Babilônia várias vezes destruída. Quem a reconstruiu tantas vezes? Em que casas da Lima dourada moravam os construtores? Para onde foram os pedreiros, na noite em que a Muralha da China ficou pronta? A grande Roma está cheia de arcos do triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem triunfaram os césares? BRECHT, B. Perguntas de um trabalhador que lê. Disponível em: http://recantodasletras. uol.com.br. Acesso em: 28 abr. 2010. Partindo das reflexões de um trabalhador que lê um livro de História, o autor censura a memória construída sobre determinados monumentos e acontecimentos históricos. A crítica refere-se ao fato de que: A os agentes históricos de uma determinada sociedade deveriam ser aqueles que realizaram feitos heroicos ou grandiosos e, por isso, ficaram na memória. B a História deveria se preocupar em memorizar os no- mes de reis ou dos governantes das civilizações que se desenvolveram ao longo do tempo. C grandes monumentos históricos foram construídos por trabalhadores, mas sua memória está vinculada aos governantes das sociedades que os construíram. D os trabalhadores consideram que a História é uma ci- ência de difícil compreensão, pois trata de sociedades antigas e distantes no tempo. E as civilizações citadas no texto, embora muito impor- tantes, permanecem sem terem sido alvos de pesqui- sas históricas. QUESTÃO 59 Distantes uma da outra quase 100 anos, as duas telas seguintes, que integram o patrimônio cultural brasileiro, valorizam a cena da primeira missa no Brasil, relatada na carta de Pero Vaz de Caminha. Enquanto a primeira re- trata fielmente a carta, a segunda – ao excluir a natureza e os índios – critica a narrativa do escrivão da frota de Cabral. Além disso, na segunda, não se vê a cruz fincada no altar. Ao comparar os quadros e levando-se em consideração a explicação dada, observa-se que: A a influência da religião católica na catequização do povo nativo é objeto das duas telas. B a ausência dos índios na segunda tela significa que Portinari quis enaltecer o feito dos portugueses. C ambas, apesar de diferentes, retratam um mesmo mo- mento e apresentam uma mesma visão do fato histórico. D a segunda tela, ao diminuir o destaque da cruz, nega a importância da religião no processo dos descobrimentos. E a tela de Victor Meirelles contribuiu para uma visão ro- mantizada dos primeiros dias dos portugueses no Brasil. 22 CH - 1º dia QUESTÃO 60 Texto I Cidadão Tá vendo aquele edifício, moço? Ajudei a levantar Foi um tempo de aflição Eram quatro condução Duas pra ir, duas pra voltar Hoje depois dele pronto Olho pra cima e fico tonto Mas me vem um cidadão E me diz desconfiado “Tu tá aí admirado Ou tá querendo roubar?” Meu domingo tá perdido Vou pra casa entristecido Dá vontade de beber E pra aumentar meu tédio Eu nem posso olhar pro prédio Que eu ajudei a fazer. BARBOSA, L. In: ZÉ RAMALHO. 20 Super Sucessos. Rio de Janeiro: Sony Music, 1999 (fragmento). Texto II O trabalhador fica mais pobre à medida que produz mais riqueza e sua produção cresce em força e extensão. O trabalhador torna-se uma mercadoria ainda mais barata à medida que cria mais bens. Esse fato simplesmente subentende que o objeto produzido pelo trabalho, o seu produto, agora se lhe opõe como um ser estranho, como uma força independente do produtor. MARX, K. Manuscritos econômicos- filosóficos (Primeiro manuscrito). São Paulo: Boitempo Editorial, 2004 (adaptado). Com base nos textos, a relação entre trabalho e modo de produção capitalista é: A baseada na desvalorização do trabalho especializado e no aumento da demanda social por novos postos de emprego. B fundada no crescimento proporcional entre o número de trabalhadores e o aumento da produção de bens e serviços. C estruturada na distribuição equânime de renda e no declínio do capitalismo industrial e tecnocrata. D instaurada a partir do fortalecimento da luta de classes e da criação da economia solidária. E derivada do aumento da riqueza e da ampliação da ex- ploração do trabalhador. QUESTÃO 61 Ser moderno é encontrar-se em um ambiente que pro- mete aventura, poder, alegria, crescimento, autotransfor- mação e transformação das coisas em redor – mas ao mesmo tempo ameaça destruir tudo o que temos, tudo o que sabemos, tudo o que somos. A experiência
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