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07.05.2017 3 1 Uma pequena empresa fábrica camisas de um único modelo e as vende por R$ 80,00 a unidade. Devido ao aluguel e a outras despe- sas fixas que não dependem da quantidade produzida, a empresa tem um custo fixo anual de R$ 96 000,00. Além do custo fixo, a empresa tem que arcar com custos que dependem da quantidade produzida, chamados custos variáveis, tais como matéria-prima, por exemplo; o custo variável por camisa é R$ 40,00. Em 2009, a empresa lucrou R$ 60.000,00. Para dobrar o lucro em 2010, em relação ao lucro de 2009, a quantidade vendida em 2010 terá de ser x% maior que a de 2009. O valor mais próximo de x é: a) 120 b) 100 c) 80 d) 60 e) 40 2 Sejam x, y, z e w números inteiros tais que x < 2y, y < 3z e z < 4w. Se w < 10, então o maior valor possível para x é a) 187 b) 191 c) 199 d) 207 e) 213 3 No losango ABCD de lado 1, representado na figura, tem-se que M é o ponto médio de AB , N é o ponto médio de BC e MN = dXX 14 ____ 4 . Então, DM é igual a a) √ __ 2 ___ 4 b) dXX 2 ___ 2 c) dXX 2 d) 3 √ __ 2 ____ 2 e) 5 dXX 2 ____ 2 4 A figura abaixo representa um portal de entrada de uma cidade cuja forma é um arco de parábola. A largura da base (AB) do portal é 8 metros e sua altura é de 10 metros. A largura MN, em metros, de um vitral colocado a 6,4 metros acima da base é: a) 5,2 b) 3,6 c) 4,8 d) 3,7 e) 4,0 5 A tabela informa a extensão territorial e a população de cada uma das regiões do Brasil, segundo o IBGE. Região Extensão territorial (km2) População (habitantes) Centro-Oeste 1.606.371 14.058.094 Nordeste 1.554.257 53.081.950 Norte 3.853.327 15.864.454 Sudeste 924.511 80.364.410 Sul 576.409 27.386.891 IBGE: Sinopse do Censo Demográfico 2010 e Brasil em números, 2011. Sabendo que a extensão territorial do Brasil é de, aproximada- mente, 8,5 milhões de km2, é correto afirmar que a: a) densidade demográfica da região sudeste é de, aproximada- mente, 87 habitantes por km2. b) região norte corresponde a cerca de 30% do território nacional. c) região sul é a que tem a maior densidade demográfica. d) região centro-oeste corresponde a cerca de 40% do territó- rio nacional. e) densidade demográfica da região nordeste é de, aproxima- damente, 20 habitantes por km2. 6 A figura abaixo representa um rio plano com margens retilíneas e paralelas. Um topógrafo situado no ponto A de uma das mar- gens almeja descobrir a largura desse rio. Ele avista dois pon- tos fixos B e C na margem oposta. Os pontos B e C são visados a partir de A, segundo ângulos de 60° e 30°, respectivamente, medidos no sentido anti-horário a partir da margem em que se encontra o ponto A. Sabendo que a distância de B até C mede 100 m, qual é a largura do rio? 4 a) 50 dXX 3 m b) 75 dXX 3 m c) 100 dXX 3 m d) 150 dXX 3 m e) 200 dXX 3 m 7 Dispõe-se de 900 frascos de um mesmo tipo de medicamento e pretende-se dividi-los igualmente entre X setores de certo hos- pital. Sabendo que, se tais frascos fossem igualmente divididos entre 3 setores a menos, cada setor receberia 15 frascos a mais do que o previsto inicialmente, então X é um número: a) menor do que 20. b) maior do que 50. c) quadrado perfeito. d) primo. e) múltiplo de 23 8 Embora tenha aumentado de 48 para 60 o número de mulheres inscritas num concurso, a participação feminina no total de ins- critos caiu de 60% para 50%. Pode-se afirmar que o número de homens inscritos teve um aumento de: a) 76,5% b) 82,5% c) 74,5% d) 87,5% e) 92,5% 9 Na figura, AEFG é um quadrado, e DB divide o ângulo A ^ B C ao meio. Sendo CD = 2 dXX 3 cm, o lado do quadrado AEFG, em centímetros, mede: a) dXX 3 - 1 _____ 2 . b) dXX 3 - 1. c) 6( dXX 3 - 1) ________ 5 . d) 4( dXX 3 - 1) ________ 3 . e) 3( dXX 3 - 1) ________ 2 . 10 Um evento cultural ofereceu três atrações ao público: uma apre- sentação de dança, uma sessão de cinema e uma peça de teatro. O público total de participantes que assistiu a pelo menos uma das atrações foi de 200 pessoas. Sabe-se, também, que 115 pes- soas compareceram ao cinema, 95 à dança e 90 ao teatro. Além disso, constatou-se que 40% dos que foram ao teatro não foram ao cinema, sendo que destes 25% foram apenas ao teatro. Outra informação levantada pela organização do evento foi que o pú- blico que assistiu a mais de uma atração é igual ao dobro dos que assistiram somente à apresentação de dança. Se apenas 2 pessoas compareceram a todas as atrações, então a quantidade de pessoas que assistiu a somente uma das atrações é: a) 102 b) 114 c) 98 d) 120 e) 152 11 Em uma urna há bolas verdes e bolas amarelas. Se retirarmos uma bola verde da urna, então um quinto das bolas restantes é de bolas verdes. Se retirarmos nove bolas amarelas, em vez de retirar uma bola verde, então um quarto das bolas restantes é de bolas verdes. O número total de bolas que há inicialmente na urna é: a) 21 b) 36 c) 41 d) 56 e) 61 12 O triângulo, que possui três lados e três ângulos, é uma das figu- ras geométricas mais importantes da geometria plana. Sabendo- -se que em um triângulo equilátero ABC, o comprimento do lado AB mede 3x + y, do lado AC mede 2x + y + 2 e do lado BC mede x + 3y qual é o perímetro desse triângulo? a) 12 u.c. b) 6 u.c. c) 24 u.c. d) 15 u.c. e) 18 u.c. 13 Quando começaram a ser produzidos em larga escala, em meados do século XX, objetos de plástico eram considerados substitutos de qualidade inferior para objetos feitos de outros materiais. Com o tempo, essa concepção mudou bastante. Por exemplo, canecas eram feitas de folha de flandres, uma liga me- tálica, mas, hoje, também são feitas de louça ou de plástico. Es- ses materiais podem apresentar vantagens e desvantagens para sua utilização em canecas, como as listadas a seguir: I. ter boa resistência a impactos, mas não poder ser levado di- retamente ao fogo; II. poder ser levado diretamente ao fogo, mas estar sujeito a corrosão; III. apresentar pouca reatividade química, mas ter pouca resis- tência a impactos. Os materiais utilizados na confecção de canecas os quais apre- sentam as propriedades I, II e III são, respectivamente, a) metal, plástico, louça. b) metal, louça, plástico. c) louça, metal, plástico. d) plástico, louça, metal. e) plástico, metal, louça. 5 14 Em cadeias carbônicas, dois átomos de carbono podem formar ligação simples (C – C), dupla (C = C) ou tripla (C ≡ C). Considere que, para uma ligação simples, a distância média de ligação en- tre os dois átomos de carbono é de 0,154 nm, e a energia média de ligação, ou seja, energia necessária para romper a ligação, é de 348 kJ/mol. Assim sendo, a distância média de ligação (d) e a energia média de ligação (E), associadas à ligação dupla (C = C), devem ser, res- pectivamente, a) d < 0,154 nm e E > 348 kJ/mol. b) d < 0,154 nm e E < 348 kJ/mol. c) d = 0,154 nm e E = 348 kJ/mol. d) d > 0,154 nm e E < 348 kJ/mol. e) d > 0,154 nm e E > 348 kJ/mol. 15 Alguns problemas de saúde, como bócio endêmico e retardo mental, são causados pela ingestão de quantidades insuficien- tes de iodo. Uma maneira simples de suprir o organismo desse elemento químico é consumir o sal de cozinha que contenha de 20 a 60 mg de iodo por quilograma do produto. No entanto, em algumas regiões do País, o problema persiste, pois o sal utilizado ou não foi produzido para consumo humano, ou não apresenta a quantidade mínima de iodo recomendada. A fonte de iodo uti- lizada na indústria do sal é o iodato de potássio, KIO 3 , cujo custo é de R$ 20,00/kg. Considerando que o iodo representa aproximadamente 60% da massa de KIO 3 e que 1 kg do sal de cozinha é comercializado ao preço médio de R$ 1,00, a presença da quantidade máxima de iodo permitida por lei (60 miligramas de iodo por quilograma de sal) representa, no preço, a porcentagem de: a) 0,10 % b) 0,20 % c) 1,20 % d) 2,0 % e) 12 % 16 O isótopo radioativo Cu-64 sofre decaimento b, conforme repre- sentado: 29 Cu64 → 30 Zn64 + - 1b 0 A partir de amostra de 20,0 mg de Cu-64, observa-se que, após 39 horas, formaram-se 17,5 mg de Zn-64. Sendo assim, o tempo necessário para que metade da massa inicial de Cu-64 sofra de- caimento b é cerca de: (Observação: 29 Cu64: 64 = número de massa; 29 = número atômico) a) 6 horas. b) 13 horas. c) 19 horas. d) 26 horas. e) 52 horas. 17 Embalagens de fertilizantes do tipo NPK trazem três números, compostos de dois algarismos, que se referem, respectivamen- te, ao conteúdo de nitrogênio, fósforo e potássio, presentes no fertilizante. O segundo desses números dá o conteúdo de fósfo- ro, porém expresso como porcentagem, em massa, de pentóxi- do de fósforo (P2O5). Para preparar 1 kg de um desses fertilizantes, foram utilizados 558 g de mono-hidrogenofosfato de amônio ((NH 4 )2HPO4) e 442 g de areia isenta de fosfatos. Na embalagem desse fertilizante, o se- gundo número, relativo ao fósforo, deve ser, aproximadamente, Dados: mono-hidrogenofosfato de amônio: massa molar (g/mol):132 pentóxido de fósforo: massa molar (g/mol): 142 Reações: P2O5 + 3H2O → 2H3PO4 2H 3 PO 4 → 4H+ + 2HPO -2 4 2HPO -2 4 + 4NH + 4 → 2(NH4)2HPO4 a) 10 b) 20 c) 30 d) 40 e) 50 18 Um contraste radiológico, suspeito de causar a morte de pelo menos 21 pessoas, tem como principal IMPUREZA TÓXICA um sal de carbonato que, no estômago, reage liberando dióxido de carbono e um íon tóxico (Me2+). Me é um metal que pertence ao grupo dos alcalinoterrosos, tais como Ca, Ba e Ra, cujos núme- ros atômicos são, respectivamente, 20, 56 e 88. Isótopos desse metal Me são produzidos no bombardeio do urânio-235 com nêutrons lentos: 1 0n + 235 92 U → 142Me + 36 Kr + 310n Assim sendo, a impureza tóxica deve ser: a) cianeto de bário. b) cianeto de cálcio. c) carbonato de rádio. d) carbonato de bário. e) carbonato de cálcio. 19 Para determinar a composição de uma mistura sólida de carbo- nato de sódio e hidróxido de sódio, esta mistura foi tratada com ácido clorídrico de concentração 0,50 mol/L. Gastaram-se 0,25 mol para obter, após ligeiro aquecimento, uma solução neutra. No processo, houve liberação de gás carbônico que, após secagem, apresentou o volume de 1,23 L, medido à temperatura de 25°C e à pressão de 1,0 bar. Logo, as quantidades, em mols, de carbonato de sódio (Na2CO3) e hidróxido de sódio (NaOH), na mistura sólida, eram, respecti- vamente, Dado: Volume molar do gás carbônico a 25°C e 1 bar: 24,6L/mol Reação: Na2CO3 + 2 HCl → 2 NaCl + H2O + CO2 a) 0,050 e 0,10 b) 0,050 e 0,15 c) 0,10 e 0,10 d) 0,10 e 0,20 e) 0,10 e 0,30 20 Propriedades de algumas substâncias: Substância: CCℓ 4 * Ponto de fusão (°C): - 23,0 Solubilidade (g/100 cm3) a 25 °C em água: ≈ 0 Densidade (g/cm3) a 25 °C: 1,59 Substância: iodo Ponto de fusão (°C): 113,5 6 Solubilidade (g/100 cm3) a 25 °C em água: 0,03 Solubilidade (g/100 cm3) a 25 °C em CCℓ 4 : 2,90 Densidade (g/cm3) a 25 °C: 4,93 Substância: água Ponto de fusão (°C): 0,0 Solubilidade (g/100 cm3) a 25 °C em CCℓ 4 : ≈0 Densidade (g/cm3) a 25 °C: 1 A 25 °C, 3,00 g de iodo, 70 cm3 de água e 50 cm3 de CCℓ 4 são colocados em um funil de separação. Após agitação e repouso, qual dos esquemas seguir deve representar a situação final? 21 Certo refrigerante é engarrafado, saturado com dióxido de car- bono (CO2) a 5°C e 1atm de CO2 e então fechado. Um litro desse refrigerante foi mantido algum tempo em ambiente à tempe- ratura de 30°C. Em seguida, a garrafa foi aberta ao ar (pressão atmosférica = 1 atm) e agitada até praticamente todo CO2 sair. Nessas condições (30°C e 1 atm), qual o volume aproximado de CO2 liberado? Dados: massa molar de CO2 = 44 g/mol volume molar dos gases a 1 atm e 30 °C = 25 L/mol solubilidade do CO2 no refrigerante a 5°C e sob 1 atm de CO2 = 3,0 g/L a) 0,40 L b) 0,85 L c) 1,7 L d) 3,0 L e) 4,0 L 22 Uma instalação petrolífera produz 12,8 kg de SO2 por hora. A liberação desse gás poluente pode ser evitada usando-se calcá- rio, o qual por decomposição fornece cal, que reage com o SO2 formando CaSO 3 , de acordo com as equações: CaCO 3(s) → CaO (s) + CO 2(g) CaO (s) + SO 2(g) → CaSO 3(s) Qual a massa mínima de calcário (em kg), por dia, necessária para eliminar todo SO2 formado? Suponha 100% de rendimento para as reações. Massas molares (g/mol) CaCO 3 .....100 SO2..........64 a) 128 b) 240 c) 480 d) 720 e) 1200 23 Certo gás X é formado apenas por nitrogênio e oxigênio. Para determinar sua fórmula molecular, comparou-se esse gás com o metano (CH 4 ). Verificou-se que volumes iguais dos gases X e metano, nas mesmas condições de pressão e temperatura, pe- saram, respectivamente, 0,88 g e 0,32 g. Qual a fórmula mole- cular do gás X? Massas Molares (g/mol) H.......1 C......12 N......14 O......16 a) NO b) N2O c) NO2 d) N2O3 e) N2O5 24 Considere que uma pedra é lançada verticalmente para cima e atinge uma altura máxima H. Despreze a resistência do ar e con- sidere um referencial com origem no solo e sentido positivo do eixo vertical orientado para cima. Assinale o gráfico que melhor representa o valor da aceleração sofri- da pela pedra, desde o lançamento até o retorno ao ponto de partida. a) b) c) d) e) 7 25 Um jogador de futebol chuta uma bola sem provocar nela qual- quer efeito de rotação. A resistência do ar é praticamente des- prezível, e a trajetória da bola é uma parábola. Traça-se um sis- tema de eixos coordenados, com um eixo x horizontal e paralelo ao chão do campo de futebol, e um eixo y vertical com sentido positivo para cima. Na Figura a seguir, o vetor ___ › v0 indica a velocidade com que a bola é lançada (velocidade inicial logo após o chute). Abaixo estão indicados quatro vetores ____ › w1 e ____ › w2 , ____ › w 3 e ____ › w 4 , sendo ____ › w 4 o vetor nulo. Os vetores que descrevem adequada e respectivamente a velo- cidade e a aceleração da bola no ponto mais alto de sua traje- tória são: a) ____ › w1 e ____ › w 4 b) ____ › w 4 e ____ › w 4 c) ____ › w1 e ____ › w 3 d) ____ › w1 e ____ › w2 e) ____ › w 4 e ____ › w 3 26 Cecília e Rita querem descobrir a altura de um mirante em re- lação ao nível do mar. Para isso, lembram-se de suas aulas de física básica e resolvem soltar uma moeda do alto do mirante e cronometrar o tempo de queda até a água do mar. Cecília sol- ta a moeda e Rita lá embaixo cronometra 6 s. Considerando-se g = 10 m/s2, é correto afirmar que a altura desse mirante será de aproximadamente: a) 180 m. b) 150 m. c) 30 m. d) 80 m. e) 100 m. 27 A figura a seguir representa a velocidade de uma partícula em movimento retilíneo, em função do tempo. Determine qual grá- fico a seguir pode representar corretamente a correspondente posição da partícula em função do tempo. a) b) c) d) e) 28 Um aprendiz de cozinheiro colocou 1,0 litro de água em tem- peratura ambiente (25°C) numa panela sem tampa e a deixou aquecendo em um fogão elétrico, sobre uma bocade potência de 2.000 W. Considerando-se que toda a energia fornecida pela boca é ab- sorvida pela água, qual o tempo mínimo aproximado em que toda a água evapora? Dados: calor latente de vaporização da água = 2.256 kJ/kg calor específico da água = 4,2 kJ/kg°C densidade da água = 1.000 kg/m3 a) 18,2 min b) 21,4 min c) 36,0 min d) 42,7 min e) 53,8 min 8 29 Qualquer substância pode ser encontrada nos estados (ou fases) sólido (S), líquido (L) ou gasoso (G), dependendo das condições de pressão (p) e temperatura (T) a que está sujeita. Esses es- tados podem ser representados em um gráfico p × T, conheci- do como diagrama de fases, como o mostrado na figura abaixo, para uma substância qualquer. As regiões de existência de cada fase estão identificadas por (S), (L) e (G) e os pontos a, b, c e d indicam quatro estados distintos de (p, T). Considere as seguintes afirmações. I. A substância não pode sublimar, se submetida a pressões constantes maiores do que pa. II. A substância, se estiver no estado b, pode ser vaporizada por transformações isotérmicas ou isobáricas. III. A mudança de estado c → d é isobárica e conhecida como solidificação. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e III. e) I, II e III. 30 Durante a primeira fase do projeto de uma usina de geração de energia elétrica, os engenheiros da equipe de avaliação de im- pactos ambientais procuram saber se esse projeto está de acor- do com as normas ambientais. A nova planta estará localizada a beira de um rio, cuja temperatura média da água é de 25°C, e usará a sua água somente para refrigeração. O projeto pretende que a usina opere com 1,0 MW de potência elétrica e, em razão de restrições técnicas, o dobro dessa potência será dissipada por seu sistema de arrefecimento, na forma de calor. Para atender a resolução número 430, de 13 de maio de 2011, do Conselho Nacional do Meio Ambiente, com uma ampla margem de segu- rança, os engenheiros determinaram que a água só poderá ser devolvida ao rio com um aumento de temperatura de, no máxi- mo, 3°C em relação à temperatura da água do rio captada pelo sistema de arrefecimento. Considere o calor específico da água igual a 4 kJ/(kg°C). Para atender essa determinação, o valor mínimo do fluxo de água, em kg/s, para a refrigeração da usina deve ser mais pró- ximo de: a) 42. b) 84. c) 167. d) 250. e) 500. 31 Uma placa de alumínio com um furo circular no centro foi utiliza- da para testes de dilatação térmica. Em um dos testes realizados, inseriu-se no furo da placa um cilindro maciço de aço. À tem- peratura ambiente, o cilindro ficou preso à placa, ajustando-se perfeitamente ao furo, conforme ilustra a figura abaixo. O valor do coeficiente de dilatação do alumínio é, aproximada- mente, duas vezes o valor do coeficiente de dilatação térmica do aço. Aquecendo-se o conjunto a 200 °C é correto afirmar que: a) o cilindro de aço ficará ainda mais fixado à placa de alumínio, pois, o diâmetro do furo da placa diminuirá e o diâmetro do cilindro aumentará. b) o cilindro de aço soltar-se-á da placa de alumínio, pois, em decorrência do aumento de temperatura, o diâmetro do furo aumentará mais que o diâmetro do cilindro. c) não ocorrerá nenhuma mudança, pois, o conjunto foi sub- metido à mesma variação de temperatura. d) o cilindro soltar-se-á da placa porque sofrerá uma dilatação linear e, em função da conservação de massa, ocorrerá uma diminuição no diâmetro do cilindro. e) não é possível afirmar o que acontecerá, pois, as dimensões iniciais da placa e do cilindro são desconhecidas. 32 Uma partícula de carga q e massa 10-6 kg foi colocada num ponto próximo à superfície da Terra onde existe um campo elétrico uni- forme, vertical e ascendente de intensidade E = 105 N/C. Sabendo que a partícula está em equilíbrio, considerando a in- tensidade da aceleração da gravidade g = 10 m/s2, o valor da carga q e o seu sinal são respectivamente: a) 10-3 μC, negativa b) 10-5 μC, positiva c) 10-5 μC, negativa d) 10-4 μC, positiva e) 10-4 μC, negativa 33 Na figura abaixo temos o esquema de uma impressora jato de tinta que mostra o caminho percorrido por uma gota de tinta eletrizada negativamente, numa região onde há um campo elé- trico uniforme. A gota é desviada para baixo e atinge o papel numa posição P. 9 O vetor campo elétrico responsável pela deflexão nessa região é: a) ↑ b) ↓ c) → d) ← e) 34 Duas pequenas esferas metálicas idênticas, E1 e E2, são utilizadas numa experiência de Eletrostática. A esfera E1 está inicialmen- te neutra e a esfera E2, eletrizada positivamente com a carga 4,8 . 10-9 C. As duas esferas são colocadas em contato e em se- guida afastadas novamente uma da outra. Sendo a carga de um elétron igual a -1,6 ⋅ 10-19 C e a de um próton igual a +1,6 ⋅ 10-19 C, podemos dizer que: a) a esfera E2 recebeu 1,5 ⋅ 10 10 prótons da esfera E1. b) a esfera E2 recebeu 3,0 ⋅ 10 10 prótons da esfera E1. c) a esfera E2 recebeu 1,5 ⋅ 10 10 elétrons da esfera E1. d) a esfera E2 recebeu 3,0 ⋅ 10 10 elétrons da esfera E1. e) a esfera E2 pode ter recebido 3,0 ⋅ 10 10 elétrons da esfera E1, como também pode ter cedido 3,0 ⋅ 1010 prótons à esfera E1. 35 Uma vela acesa é colocada entre duas placas próximas e eletri- zadas com cargas elétricas de sinais contrários, conforme mostra a figura. Supondo o sistema isolado de forças externas, pode-se afirmar que a chama da vela. a) será atraída pela placa eletrizada positivamente. b) não será atraída por nenhuma das duas placas. c) sofrerá um alongamento vertical. d) sofrerá uma diminuição de seu tamanho. e) será atraída pela placa eletrizada negativamente. 36 Hoje, a biodiversidade é fruto de um processo evolutivo, que se iniciou há 3,7 bilhões de anos, com seres primordiais unice- lulares, passando por alguns eventos de extinção em massa. A maioria dos cientistas consideram cinco eventos, que culmina- ram no afunilamento e surgimento de novas espécies. Durante esse período, o planeta experimentou períodos de aquecimento e glaciação, com variação do nível dos oceanos. Extraído de: http://www.ib.usp.br/evosite/ evo101/VIIB1dMassExtinctions.shtml Com base nas teorias de extinção em massa, analise as afirma- tivas a seguir: I. O primeiro evento ocorreu há 450 milhões de anos, com o desaparecimento de 60% dos gêneros marinhos. II. O segundo evento ocorreu há 360 milhões de anos, elimi- nando 90% dos vertebrados marinhos. A ictiofauna foi redu- zida drasticamente. III. A mais devastadora extinção em massa ocorreu há 225 mi- lhões de anos. Cerca de 90% das espécies viventes naquele tempo foram extintas, incluindo a maioria dos répteis terres- tres e marinhos dominantes da época. IV. Há 230 milhões de anos, mais uma vez, as espécies marinhas são afetadas. Acredita-se que cerca de 96% tenham sido ex- tintas. V. A extinção que ocorreu há 65 milhões de anos pôs fim aos di- nossauros, juntamente com dois terços de todas as espécies na Terra. Pequenos mamíferos, tartarugas, crocodilos e aves sobreviveram. Estão CORRETAS apenas: a) II e III. b) III, IV e V. c) I, IV e V. d) II, IV e V. e) I e III. 10 37 Observe o texto e a figura ao lado: Imagine que você precisou entreter algumas crianças com a visualização de um vídeo sobre dinossauros. O trecho a seguir despertou perguntas. ...Dinossauro Veio muito antes do meu ta ta taravô... ...Não é fácil de achar um fóssil Ainda mais haver um ovo intacto Imagina ver um desses vivo Eu corria logo pro meu quarto... http://www.mundobita.com.br/ As crianças querem saber: - Por que não é fácil achar um fóssil? - Por que dinossauros deixaram de existir? - Por que é importante conhecê-los? Assinale a alternativa que responde, de forma CORRETA, a uma dascuriosidades das crianças. a) Preservar restos de animais é difícil por causa da decom- posição por bactérias e fungos; em geral, partes moles são mais fáceis de conservar. Os dinossauros foram extintos há milhões de anos, pela erupção de um vulcão. b) Partes duras e moles dos seres apresentam igual probabili- dade de se fossilizarem, como é possível ver nos museus. Os dinossauros foram extensivamente caçados pelos Neander- tais, o que os levou à extinção. c) Fósseis de dinossauros são provas concretas da existência de vida na Terra, sendo uma importante ferramenta de estudo da evolução, que ocorreu nos seres vivos e no próprio planeta. d) Se os fósseis dos dinossauros não fossem estudados, nunca saberíamos que essas aves gigantescas viveram no planeta, na mesma época da espécie humana. e) A Terra passou por vários períodos de extinção dos seres vivos. No Cretáceo, 90% das espécies vivas do planeta de- sapareceram e, durante o Permiano, os dinossauros foram extintos juntamente com os mamutes. 38 Considere duas populações de uma espécie de mamífero. Na po- pulação I os animais têm coloração da pelagem clara e habitam ambientes de campo aberto. Na população II eles têm coloração escura e habitam ambientes de floresta densa. O gene F é res- pon- sável pela coloração da pelagem nessa espécie de mamí- fero. O alelo F (completamente dominante) confere coloração escura, e o alelo f (recessivo), coloração clara. Nesse sentido, a seleção natural sobre essas populações é do tipo: a) direcional a favor da pelagem escura, o que pode levar à ex- tinção da população I. b) disruptiva, desfavorecendo os heterozigotos, o que pode le- var à especiação. c) direcional, favorecendo apenas os homozigotos FF nas duas populações. d) estabilizadora, com os heterozigotos (Ff) igualmente adapta- dos aos dois ambientes. e) disruptiva, o que pode levar à extinção de ambas as popula- ções. 39 A notícia de jornal citada a seguir chama atenção para uma viro- se altamente contagiosa, transmitida por contato com saliva e, geralmente, associada a surtos durante o inverno e a primavera. Secretaria de Saúde investiga se Goiânia enfrenta surto de caxumba Neste ano, 55 pessoas tiveram o diagnóstico, principalmente es- tudantes. Vacina tríplice viral, que protege contra a doença, é aplicada nos postos. Disponível em: <http://g1.globo.com/goias/noticia/2016/05/ secretariadesaudeinvestigasegoianiaenfrentasurtodecaxumba. html>. Acesso em: 30 ago. 2016. Essa doença é causada por um RNA vírus envelopado da família Paramyxovirus (HPIV). As demais doenças que também afetam a população humana e que são causadas pela mesma família do vírus são: a) poliomielite, gripe e catapora. b) sarampo, bronquite e pneumonia. c) linforma de Burkitt, raiva e catapora. d) herpes, mononucleose e febre amarela. e) sarcoma de Kaposi, Aids e poliomielite. 40 “As emergências permanecem lotadas de pessoas que adoecem com sintomas de Dengue, Chikungunya e Zika. Não bastassem as doenças do Aedes aegypti, outras, também causadas por vírus e consideradas sazonais, voltam a se tornar mais incidentes e merecem os mesmos cuidados das doenças transmitidas pelo mosquito. O problema é que muitas das viroses têm sintomas parecidos, mas que precisam ser diferenciados para que possam ser prescritos medicamentos adequados e recomendações que amenizem o sofrimento dos pacientes” Jornal do Commercio, 25 de fevereiro de 2016. Adaptado. Leia as afirmações abaixo: 11 I. Normalmente, a primeira manifestação da Dengue é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erup- ção e coceira na pele. II. Os principais sintomas da Chikungunya são: febre alta de iní- cio rápido, dores intensas nas articulações dos pés e mãos, além de dedos, tornozelos e pulsos. Podem ocorrer ainda dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele. III. Cerca de 50% das pessoas infectadas pelo vírus Zika desen- volvem manifestações clínicas nos primeiros dois dias. Os principais sintomas são: dor de cabeça, febre alta, dores for- tes nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos. Quanto aos sintomas da Dengue, Chikungunya e Zika, está COR- RETO o que se afirma em: a) I, II e III. b) II e III, apenas. c) I, apenas. d) I e II, apenas. e) III, apenas. 41 O parasitismo é uma relação direta e estreita entre dois organis- mos geralmente bem determinados: o hospedeiro e o parasita. Essa relação pode levar à ocorrência de doenças que são res- ponsáveis por considerável morbidade e mortalidade em todo o mundo e, frequentemente, estão presentes com sinais e sinto- mas não específicos. Em relação às doenças parasitárias correlacione as colunas a seguir. 1. Amebíase 2. Ancilostomíase 3. Cólera 4. Teníase 5. Ascaridíase ( ) Infecção intestinal aguda, causada pela enterotoxina de uma bactéria, pode se apresentar de forma grave, com diarreia aquosa e profusa, com ou sem vômitos, dor abdominal e câimbras. Esse quadro, quando não tratado prontamente, pode evoluir para desidratação, acidose, colapso circulatório, com choque hipovolêmico e insuficiência renal. ( ) Parasitose intestinal, causada por um platelminto, pode cau- sar dores abdominais, náuseas, debilidade, perda de peso, flatulência, diarreia ou constipação. ( ) Infecção causada por protozoário que se apresenta em duas formas: cisto e trofozoíto. O quadro clínico varia de uma for- ma branda, caracterizada por desconforto abdominal leve ou moderado, com sangue e/ou muco nas dejeções, até uma diarreia aguda e fulminante, de caráter sanguinolento ou mucoide, acompanhada de febre e calafrios. ( ) Doença parasitária, causada por um nematelminto, cuja con- taminação ocorre através da ingestão dos ovos do parasita presentes na água ou alimentos contaminados. ( ) Infecção intestinal causada por nematódeos, cuja infecção ocorre quando as larvas presentes no solo contaminado pe- netram na pele, geralmente pelos pés. Com frequência, de- pendendo da intensidade da infecção, acarreta em anemia ferropriva. A sequência correta é: a) 3 – 4 – 1 – 5 – 2 b) 5 – 2 – 3 – 1 – 4 c) 2 – 3 – 4 – 5 – 1 d) 4 – 1 – 2 – 3 – 5 e) 3 – 4 – 2 – 5 – 1 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO O tempo nada mais é que a forma da nossa intuição interna. Se a condição particular da nossa sensibilidade lhe for suprimida, desaparece também o conceito de tempo, que não adere aos próprios objetos, mas apenas ao sujeito que os intui. KANT, I. Crítica da razão pura. Trad. Valério Rohden e Udo Baldur Moosburguer. São Paulo: Abril Cultural, 1980. p. 47. Coleção Os Pensadores. 42 No início do século XIX, alguns naturalistas passaram a adotar ideias evolucionistas para explicar a diversidade do mundo vivo. Embora os teólogos naturais tivessem reconhecido a importân- cia do meio ambiente e as adaptações dos organismos a ele, Jean-Baptiste Lamarck foi o primeiro a reconhecer a importância crucial do tempo para explicar a diversidade da vida. Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, uma contri- buição de Lamarck para o pensamento evolucionista da época, além do fator tempo. a) Uma vez que, a cada geração, sobrevivem os mais aptos, eles tendem a transmitir aos descendentes as características re- lacionadas a essa maior aptidão para sobreviver. b) Os indivíduos que sobrevivem e se reproduzem, a cada ge- ração, são os que apresentam determinadas características relacionadas com a adaptação às condições ambientais. c) Algumas características conferem a seus portadores vanta- gens para explorar o meio ambiente de forma a tornar a so- brevivência e a reprodução mais eficientes. d) A variação casualapresenta-se em primeiro lugar e a ativi- dade ordenada do meio ambiente vem posteriormente, ou seja, a variação independe do meio. e) A adaptação é o inevitável produto final de processos fisioló- gicos requeridos pelas necessidades dos organismos de fazer face às mudanças de seu meio ambiente. 43 Na maioria das células eucarióticas, o sistema de controle celu- lar ativa a progressão do ciclo celular em três principais pontos de verificação. O primeiro ponto de verificação é no final da G1, o segundo é o ponto de verificação G2/M, e o terceiro é a transição entre metáfase e anáfase. A figura a seguir representa o sistema de controle do ciclo celu- lar em células eucarióticas. 12 No segundo ponto de verificação, o evento do ciclo celular que já está concluído é a: a) formação do fuso mitótico b) duplicação dos centrossomos c) condensação dos cromossomos d) desintegração do envelope celular e) ordenação dos cromossomos na placa equatorial 44 As proteínas observadas na natureza evoluíram pela pressão seletiva para efetuar funções específicas, e suas propriedades funcionais dependem da sua estrutura tridimensional. Sobre essas biomoléculas, é correto afirmar que: a) a estrutura tridimensional das proteínas surge porque sequ- ências de aminoácidos em cadeias polipeptídicas se enove- lam a partir de uma cadeia enovelada em domínios compac- tos com estruturas tridimensionais específicas. b) as cadeias polipeptídicas das proteínas são normalmente compostas por 20 aminoácidos diferentes que são ligados não covalentemente durante o processo de síntese pela for- mação de uma ligação peptídica. c) as interações que governam o enovelamento e a estabilidade das proteínas são: interações não covalentes, forças eletros- táticas, interações de Van de Waals, pontes de hidrogênio e interações hidrofóbicas. d) os 20 aminoácidos que compõem proteínas possuem em co- mum somente o Carbono alfa e o grupamento amino (NH2). e) a estrutura tridimensional das proteínas dependem do nú- mero das ligações peptídicas que ela faz entre os diferentes aminoácidos. 45 O esquema ilustra um experimento em que se compara o com- portamento de células animais e vegetais em soluções com dife- rentes concentrações. A análise desse experimento permite afirmar que: a) células vegetais modificam intensamente a forma da parede celular quando são colocadas em ambientes com gradiente de concentração. b) representa um exemplo de transporte passivo porque envol- ve uma tendência ao equilíbrio iônico sem gasto de energia na forma de ATP. c) o tipo de transporte caracterizado é o ativo porque o deslo- camento do solvente é a favor do gradiente de concentração. d) a osmose em células animais se caracteriza pelo desloca- mento de soluto de um ambiente hipertônico para um am- biente hipotônico. e) tanto as células vegetais quanto as células animais murcham ao serem imersas em um ambiente hipotônico. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO A MELHOR E A PIOR COMIDA DO MUNDO Há mais de dois mil anos, um rico mercador grego tinha um es- cravo chamado Esopo. Um escravo corcunda, feio, mas de sabe- doria única no mundo. Certa vez, para provar as qualidades de seu escravo, o mercador ordenou: — Toma, Esopo, aqui está esta sacola de moedas. Corre ao mer- cado, compra lá o que houver de melhor para um banquete. A melhor comida do mundo! Pouco tempo depois, Esopo voltou do mercado e colocou sobre a mesa um prato coberto por fino pano de linho. O mercador levantou o paninho e ficou surpreso. — Ah, língua? Nada como a boa língua que os pastores gregos sabem tão bem preparar. Mas por que escolheste exatamente a língua como a melhor comida do mundo? 1O escravo, cabisbaixo, explicou sua escolha: — 3O que há de melhor do que a língua, senhor? A língua é que une a todos, quando falamos. Sem a língua não poderíamos nos entender. 4A língua é a chave das Ciências, o órgão da verdade e da razão. Graças à língua é que se constroem as cidades, graças à língua podemos dizer o nosso amor. A língua é o órgão do ca- rinho, da ternura, da compreensão. É a língua que torna eternos os versos dos grandes poetas, as ideias dos grandes escritores. 5Com a língua se ensina, se persuade, se instrui, se reza, se ex- plica, se canta, se elogia, se demonstra, se afirma. Com a língua, dizemos “sim”. Com a língua dizemos “eu te amo”! O que pode haver de melhor do que a língua, senhor? 6O mercador levantou-se entusiasmado: 13 — Muito bem, Esopo! Realmente tu me trouxeste o que há de melhor. Com esta outra sacola de moedas, vai de novo ao merca- do 7e traze o que houver de pior, pois quero ver a tua sabedoria. Mais uma vez, tempos depois, Esopo voltou do mercado trazen- do um prato coberto por um pano. O mercador recebeu-o com um sorriso. — Hum... já sei o que há de melhor. Vejamos agora o que há de pior. O mercador descobriu o prato e ficou indignado: — O quê?! Língua? Língua outra vez? Língua? Não disseste que a língua era o que havia de melhor? Queres ser açoitado? 2Esopo encarou o mercador e respondeu: — A língua, senhor, é o que há de pior no mundo. É a fonte de to- das as intrigas, o início de todos os processos, a mãe de todas as discussões. É a língua que divide os povos. É a língua que usam os maus políticos quando querem enganar com suas falsas pro- messas. É a língua que usam os vigaristas quando querem trapa- cear. A língua é o órgão da mentira, da discórdia, dos desenten- dimentos, das guerras, da exploração. É a língua que mente, que esconde, que engana, que explora, que blasfema, que vende, que seduz, que corrompe. Com a língua dizemos “não”. Com a língua dizemos “eu te odeio”! Aí está, senhor, porque a língua é a pior e a melhor de todas as coisas! (http://www.bibliotecapedrobandeira.com.br/pdfs/ contos/a_melhor_e_a_pior_comida_do_mundo. pdf Acesso em: 05.08.2011. Adaptado) 46 A respeito da teoria das Funções da Linguagem, de Roman Jakobson, é comum que um texto apresente mais de uma fun- ção, dentre as 6 existentes; sendo que, sempre haverá uma que será predominante (as demais serão secundárias). Pela leitura da narrativa, pode-se inferir que o texto apresenta duas funções gerais. Indique, por ordem de predominância, quais são essas funções: a) 1ª referencial, pois o texto pretende, prioritariamente, infor- mar sobre as relações sociais praticadas na Grécia Antiga; e 2ª fática, pois o escravo, para manter o canal de comunica- ção ativo, enumera vários exemplos de como podemos nos servir da linguagem. b) 1ª apelativa, pois o texto critica, nas entrelinhas, a relação autoritária e de opressão vivenciada entre senhores e escra- vos; e 2ª poética, pois o mercador emprega uma linguagem correta e elaborada que comprova sua superioridade em re- lação ao escravo Esopo. c) 1ª fática, pois o escravo, para manter o canal de comunica- ção ativo, enumera vários exemplos de como podemos nos servir da linguagem; e 2ª metalinguística, pois as considera- ções de Esopo sobre as palavras nos levam a refletir sobre o poder da linguagem. d) 1ª metalinguística, pois as considerações de Esopo sobre as palavras nos levam a refletir sobre o poder da linguagem; e 2ª referencial, pois o texto acaba informando, também, so- bre as relações sociais praticadas na Grécia. e) 1ª poética, pois o mercador emprega uma linguagem correta e elaborada que comprova sua superioridade em relação ao escravo Esopo; e 2ª apelativa, pois o texto critica, nas entre- linhas, a relação autoritária e de opressão vivenciada entre senhores e escravos. 47 O LÉXICO E A CULTURA Potencialmente, todas as línguas de todos os tempos podem can- didatar-se a expressar qualquer conteúdo. A pesquisa linguística do século XX demonstrou que não há diferença qualitativa entre os idiomas do mundo – ou seja, não há idiomas gramaticalmen-te mais primitivos ou mais desenvolvidos. Entretanto, para que possa ser efetivamente utilizada, essa igualdade potencial preci- sa realizar-se na prática histórica do idioma, o que nem sempre acontece. Teoricamente uma língua com pouca tradição escrita (como as línguas indígenas brasileiras) ou uma língua já extinta (como o latim ou grego clássico) podem ser empregadas para falar sobre qualquer assunto, como, digamos, física quântica ou biologia molecular. Na prática, contudo, não é possível, de uma hora para outra, expressar tais conteúdos em camaiurá ou la- tim, simplesmente porque não haveria vocabulário próprio para esses conteúdos. É perfeitamente possível desenvolver esse vo- cabulário específico, seja por meio de empréstimos de outras línguas, seja por meio de criação de novos termos na língua em questão, mas tal tarefa não se realizaria em pouco tempo nem com pouco esforço. BEARZOTI FILHO, P. Miniaurélio: o dicionário da língua portuguesa. Manual do professor. Curitiba: Positivo, 2004 (fragmento) Estudos contemporâneos mostram que cada língua possui sua própria complexidade e dinâmica de funcionamento. O texto ressalta essa dinâmica, na medida em que enfatiza: a) a inexistência de conteúdo comum a todas as línguas, pois o léxico contempla visão de mundo particular específica de uma cultura. b) a existência de língua limitadas por não permitirem ao falan- te nativo se comunicar perfeitamente a respeito de qualquer conteúdo. c) a tendência a serem mais restritos o vocabulário e a gramáti- ca de línguas indígenas, se comparados a outras línguas de origem europeia. d) a existência de diferenças vocabulares entre os idiomas, es- pecificidades relacionadas à própria cultura dos falantes de uma comunidade. e) a atribuição de maior importância sociocultural às línguas contemporâneas, pois permitem que sejam abordadas quaisquer temáticas, sem dificuldades. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO Cada lugarzinho tem um canto escondido. Um ao meio-dia, um às três da tarde. Cada passarinho tem um canto exclusivo. Às vezes passa um carro, mas só às vezes. E as ondas do mar não param de passar. Quem tem medo de cobra põe sapato. Quem não tem, a mãe obriga a pôr. O mormaço apazigua a cor. Às vezes chove, mas só às vezes. Estende a esteira pra ver as estrelas. Sobre a areia deita-se também. Tudo é cinema. Ninguém precisa de problema. (Arnaldo Antunes) 14 48 Assinale a opção que explicita a atitude comunicativa do eu-líri- co no texto. a) O texto apresenta uma atitude comunicativa quanto à per- cepção do tempo, linguisticamente centrada na predomi- nância do presente do indicativo. b) O texto explicita atitudes comunicativas, centradas em um tempo da memória que se expressa linguisticamente no pre- sente do indicativo com valor de pretérito perfeito. c) O texto apresenta uma atitude comunicativa centrada lin- guisticamente no presente do indicativo, empregado em lu- gar do pretérito perfeito, para expressar uma comparação. d) O texto explicita uma atitude comunicativa de um tempo de memória centrada na expressão representativa de movimento. e) O texto apresenta uma atitude comunicativa centrada em fa- tos de memória que se expressam no emprego do presente do indicativo, com valor de futuro do pretérito. TEXTOS PARA A PRÓXIMA QUESTÃO TEXTO 1 Nossa cultura valoriza a consciência crítica dos indivíduos. As de- cisões coletivas nos parecem fadadas ao erro por serem paixões da massa manipulada ou médias estatísticas, consensos numéri- cos sem argumentação e sem complexidade. CALLIGARIS, C. Elogio das eleições. Folha de S. Paulo, São Paulo, 30 set. 2004, p. E8 TEXTO 2 Qualquer estagiário de publicidade sabe que não se deve con- jugar os verbos no plural. O certo é dizer: “compre”, “veja”, “ex- perimente”; nunca “comprem”, “vejam”, “experimentem”. Cada consumidor quer ser tratado como indivíduo, e não como re- banho. Teoricamente, os anúncios apelam para a liberdade de quem os lê: apresentam-se como um esforço de persuasão pes- soal, e não de mobilização coletiva. COELHO, M. Por que era tão moderno usar chapéu. Folha de S. Paulo, São Paulo, 8 jun. 2005, p. E10. 49 Considerando a ideia de que a linguagem tem funções que de- pendem das intenções do autor em relação ao leitor e, ainda, a leitura atenta dos textos 1 e 2, analise as seguintes proposições I. O propósito predominante do Texto 1 é discutir conceitos culturais de forma direta e objetiva, o que caracteriza a fun- ção referencial da linguagem. II. Predomina, no Texto 2, a função apelativa da linguagem, fato percebido no uso das palavras “consumidor”, “anúncios” e “persuasão”, termos típicos do gênero publicitário. III. O Texto 2 utiliza a metalinguagem ao explicar que o uso de verbos na segunda pessoa do imperativo singular produz um forte efeito persuasivo no consumidor, pois o individualiza e o faz sentir-se único. IV. Nos dois textos predomina a função emotiva porque ambos pretendem expressar sentimentos de insatisfação com a va- lorização da consciência crítica do indivíduo pela massa ma- nipulada. Marque a alternativa CORRETA: a) Apenas a proposição I é verdadeira. b) Apenas a proposição II é verdadeira. c) Apenas a proposição III é verdadeira. d) Apenas as proposições II e III são verdadeiras. e) Apenas as proposições III e IV são verdadeiras. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO OBSOLESCÊNCIA PLANEJADA E PERCEPTIVA / ARMADILHAS DO CONSUMISMO Vivemos numa época em que os artigos tecnológicos surgem do nada e tornam-se obsoletos num piscar de olhos. A velocidade com que esses produtos tornam-se superados não causa mais espanto a ninguém. Já estamos acostumados com esse fenôme- no. Aquele celular hi-tec do ano passado já é peça de museu. Alguns itens lançados recentemente tiveram uma vida tão curta que quase nao são mais lembrados. O discman, 5aquele toca- cedê de bolso que veio substituir o walkman, não teve tempo de fazer história. 1Antes de se popularizar, foi substituído pelo MP3 player. 2Tudo isso, saiba você, não é resultado de uma evo- lução natural da tecnologia. Alguns itens tecnológicos quando nascem, acredite, já têm data prevista para sair de circulação. Isso é o resultado da obsolescência planejada, processo pelo qual os profissionais de marketing introduzem a obsolescência em determinados produtos para que esses sejam substituídos num tempo mais curto. O consumidor não tem escolha porque os produtos, em geral, só duram o tempo que o produtor quer. Outra prática nessa mesma linha é a obsolescência perceptiva. Quando o fabricante não consegue reduzir o tempo de vida de um produto, lança uma 6“nova” versão com pequenas modifi- cações. No Brasil chamam essa prática de “maquiar o produto”. Os produtos antigos, que têm a mesma funcionali- dade, ficam com o aspecto de ultrapassados, e o consumidor é induzido a comprar o novo. Aliada a essa prática existe uma propaganda maciça que complementa a “lavagem cerebral”. No passado, os produtos eram planejados para terem vida longa. Até mesmo as possíveis modificações do futuro eram pensadas. No seletor de canais das tevês dos anos sessenta e setenta, existia um es- paço para UHF (não existia o canal 01, a numeração ia de 02 a 13) mesmo sem existir canal nem transmissão nessa frequência. No Brasil, o primeiro canal de UHF foi ao ar somente na década de 90. A bandeja do drive dos antigos toca-cedês já vinha com um círculo menor no centro. 3No futuro, imaginavam, os cedês diminuiriam de tamanho. 4Quando for trocar de celular, lembre- -se, você pode estar realizando a vontade de alguém que passou algumas horas diante de uma planilha e criou uma situação que lhe conduziu a essa troca. Fonte: CAVALCANTE, Ed. Obsolescência planejada e perceptiva, armadilhas do consumismo. Blog: Jornália do Ed.- http://jornaliaed.blogspot.com/2009/06/obsolescencia-planejada-obsolescencia.html . Acesso em: 07 out. 2011. Glossário: obsolescência: processo de cair em desuso; condição do que se torna ultrapassado. 50 Relativamente ao texto, assinale a alternativa CORRETA I. No período “Antes de se popularizar, foi substituído pelo MP3 player.” (ref. 1), popularizar significa desvalorizar-se. II. Pode-se inferir do texto que, embora diferentes em seus ca- minhos de realização, as práticas da obsolescência planejada e da obsolescência perceptiva objetivam um mesmo resulta- do final. III. A palavra obsolescência é derivada da palavra obsoleto, que significa supérfluo. IV. Evidencia-se no texto que obsolescência é um tipo de proces- so tecnológico decidido exclusivamente na linha de produção. V. No período “Tudo isso, saiba você, não é resultado de uma evolução natural da tecnologia.” (ref. 2), a expressão destacada está na terceira pessoa do singular do imperativo afirmativo. 15 Estão corretas: a) I e III b) II, III e IV c) II, III e V d) III e V e) II e V 51 Para responder à questão, considere a ideia expressa na fala de Mafalda e analise o diálogo entre ela e Susanita neste quadrinho de Quino. Com relação ao emprego dos pronomes oblíquos nas falas das personagens, apenas uma afirmativa a seguir é falsa: I. Percebe-se um sentido de reciprocidade no uso do pronome feito por Mafalda. II. No segundo quadrinho, a ausência do TE, na pergunta de Su- sanita, indicaria que ela entendera perfeitamente a fala de Mafalda. III. O emprego dos pronomes oblíquos na fala de Susanita, no se- gundo quadrinho, desencadeia toda a incoerência do diá- logo. IV. Produzir-se-ia uma relação de coerência no diálogo entre as garotas se considerássemos apenas a existência do primeiro e do terceiro quadrinhos. V. O pronome empregado por Mafalda tem valor reflexivo. Estão corretas: a) I, II, III e IV b) I, II, III e V c) I, III e V d) II, III e V e) II, III, IV e V TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO Num primeiro momento é possível definir a escrita como mani- festação gráfica de linguagem, particularmente da língua natu- ral, que ocupa uma posição central dentre os sistemas na cultu- ra. Graças à escrita é que se consagrou, no ocidente, a cultura letrada e o homem leitor. Ela não apenas permite aos homens se comunicarem uns com os outros, ou pelo menos possuir essa possibilidade de comunicação, mas também registra dados, pen- samentos e ideias, dando forma a tudo o que era efêmero e in- tangível antes de ser fixado no papel. [...] A escrita também é, como todos os outros textos da cultura, dotada de organização enquanto sistema e enquanto processo gerativo de linguagens. A multiplicidade de linguagens dentro do sistema é sua fonte de riqueza e renovação, fazendo com que textos escritos em uma mesma língua possam ser tão diversos e diferentes quanto uma pauta jornalística é de um poema. [...] Mas é importante compreender que não escrevemos apenas com palavras. Escrevemos com gestos, com cores e com sons. Assim, a escrita, como texto da cultura, compreende não apenas a manifestação gráfica da língua natural, mas [também] os senti- dos e as linguagens desenvolvidos por diferentes códigos. Como texto da cultura, a escrita é uma região de contato entre esses diferentes códigos, ao mesmo tempo em que está em constante interação com outros sistemas, textos e linguagens. Nesse con- tato, a escrita se caracteriza como uma fronteira não apenas por sua dinâmica no espaço cultural, mas também pela própria plu- ralidade de significados que ela abriga. Certamente, a maior tecnologia que o homem cria a partir de sua própria fala é a escrita. Mas esta é uma questão polêmica. Para o filosofo inglês John Wilkins, a escrita pode ser posterior à fala com relação ao tempo, mas não com relação à sua natureza. Isso porque a escrita é um registro visual que provoca a leitura. Ora, o homem aprendeu a ler bem antes de aprender a escre- ver e até mesmo a falar. Basta lembrar que as primeiras formas visuais que os homens “leram” foram os rastros dos animais. O homem aprendeu a ler as constelações, os veios das pedras e das madeiras. Há uma lenda antiga que conta que os gregos cos- tumavam rabiscar avisos nas pedras após o plantio, pedindo aos ratos do campo que não se aproximassem do terreno. Contar a história da escrita é como contar a história das pesso- as e de suas famílias: todas começam do mesmo jeito. E como começa a história da escrita? Começa com as inscrições em ca- vernas de povos muito antigos. Começa com os sumérios, os fe- nícios, os egípcios. Começa com as lendas, os pictogramas, os ideogramas. Começa com a transformação do som em palavra. Ou seja, a história da escrita é uma narrativa cheia de enigmas e de transformações. Confunde-se, muitas vezes, com episódios e fenômenos mágicos, sobretudo quando se pensa que o grande personagem dessa história é a palavra. Como a palavra, antes de ser escrita, existiu enquanto som, na fala, a transformação do som em palavra faz parte da história da escrita, que só se inicia de fato quando os sons da fala são expressos graficamente. [...] Conhecerahistóriadaescritaéandarporcaminhosquesebifurcam, onde se cruzam e se misturam muitas línguas e muitas linguagens. (Semiosphera. USP. São Paulo. Disponível em <http. www.usp.br/semiosphera/escrita_como_texto_da cultura.html>Acesso em 2 set. 2010. Adaptado) 52 O entendimento dos sentidos e das intenções que perpassam o texto, em sua globalidade, nos autoriza a fazer os seguintes comentários: I. Uma ideia que se destaca no texto concerne à natureza da es- crita que, como sistema, possibilita não apenas a manifestação gráfica da palavra falada mas também a geração de diferentes recursos mobilizados por outros códigos e linguagens. II. Conforme o que se expõe no segundo parágrafo, a escrita, por ser um sistema estruturado e organizado internamente, resis- te, com sucesso, às renovações culturais, desde a expressão das linguagens jornalísticas às produções da literatura. III. O texto ressalta a vinculação entre a escrita e a leitura, em- bora considere a leitura numa dimensão bem ampla: ler como interpretar. Daí a referência à leitura dos ‘rastros dos animais’, das ‘constelações’, dos ‘veios das pedras e das madeiras’. 16 IV. A história da escrita, cujo início, por vezes se confunde com o repertório de lendas, episódios e fenômenos mágicos de po- vos muito antigos, constitui uma narrativa cheia de enigmas e de transformações. V. Os sons da fala, historicamente, constituíram o ponto de par- tida da escrita. No entanto, a multiplicidade de funções pró- prias da fala não ocorre nas atividades de escrita. A escrita é homogênea e unívoca em seus significados culturais. A afirmativa é verdadeira apenas nos itens: a) I, II e V. b) I, III e IV. c) II, III e IV. d) III, IV e V. e) I, IV e V. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS DUAS QUESTÕES PALAVRAS SEM FRONTEIRAS Empréstimo de termos estrangeiros pode evitar “autismo”1 linguístico de um idioma. Muito se combate a penetração de palavras estrangeiras na nossa língua. Se até certo ponto esse combate se justifica, todo radicalismo, como exigir o banimento puro e simples de todo e qualquer termo estrangeiro do idioma, cheira a preconceito xenófobo, fanatismo2 cego e, mais ainda, ignorância da real di- nâmica das línguas. Antes de lançar ao fogo do inferno3 tudo o que vem de fora, é preciso tentar compreender sem paixões por que os estrangeirismos existem. Se olharmos atentamente para todas as línguas, veremos que nenhuma tem se mantido pura ao longo dos séculos: intercâmbios comerciais, contatos entre po- vos, viagens, grandes ondas migratórias, disseminação de fatos culturais, tudo isso tem feito com que as línguas compartilhem palavras e expressões. Até o islandês, que, para muitos, é a línguamais pura do mundo, sem nenhum termo de origem estrangeira, é na verdade um idioma altamente influenciado por línguas mais centrais e hegemônicas. O que ocorre é que o islandês traduz os vocábulos que lhe chegam de fora, usando material nativo. No islandês, os estrangeirismos estão apenas camuflados. (...) Afinal, em viagens pelo mundo, é reconfortante reconhecer vocábulos familiares como “telefone”, “hotel”, “restaurante”, “táxi”, “hospital”, ainda que ligeiramente modificados pela foné- tica e ortografia do país que visitamos. Portanto, quando se trata de discutir uma política de proteção do idioma contra uma suposta “invasão bárbara”, é preciso, em primeiro lugar, compreender que nenhuma língua natural passa incólume às influências de outras línguas, e que isso, na maio- ria das vezes, é benéfico tanto para quem exporta quanto para quem importa palavras. Toda língua se vê enriquecida com con- tribuições externas, que sempre trazem novas visões de mun- do, por vezes simplificam a comunicação e, sobretudo, tiram o idioma de uma situação de “autismo” linguístico. Dando por assentada a questão de que o empréstimo de pala- vra estrangeira é um fenômeno legítimo da dinâmica das línguas e, acima de tudo, inevitável, cabe então distinguir quando um empréstimo é necessário ou não, quando é oportuno ou inopor- tuno. Afinal, uma coisa é a introdução em nossa sociedade de um novo conceito (por exemplo, uma nova tecnologia, um fato social inédito, uma nova moda) que, por ser originário de outro país, chegue até nós acompanhado do nome que tem na língua de origem. Foi assim com o whisky (ou uísque), a pizza, o futebol (e os no- mes das posições dos jogadores, depois traduzidas para o por- tuguês), a informática, e assim por diante. Outra coisa é dar no- mes estrangeiros a objetos que já têm nome em português. (...) Os empréstimos oportunos acabam algumas vezes traduzidos ou aportuguesados4, outras vezes não. Mas, se eles existem na nossa língua, é porque somos grandes importadores de objetos e fatos culturais inventados por outros povos. Ou seja, importa- mos palavras mais do que exportamos porque, no fundo, somos pouco criativos em matéria de tecnologia. (...) Ora, em questões de língua, como em tudo mais na vida, a virtu- de está no meio: nem tanto ao mar, nem tanto a terra. Portanto, não se deve adotar nem uma postura de servilismo5 ao que é estrangeiro nem uma atitude chauvinista em relação ao que é nacional. Afinal, o purismo6 linguístico é algo tão irritantemente pedante quanto o estrangeirismo7 mercadológico. Aldo Bizzocchi. Revista Língua Portuguesa. São Paulo: Editora Segmento. Adaptado. 53 Há um tema que tem sido objeto de amplas discussões e tem envolvido até mesmo um projeto político de controle do idioma. Sobre esse tema, o escritor Aldo Bizzocchi se pronuncia em seu texto. Uma análise das considerações feitas por esse autor nos leva às seguintes sínteses: I. Convém que a entrada de palavras estrangeiras na língua seja compreendida em suas causas e motivações sociocultu- rais. Além disso, convém que a questão seja vista com equilí- brio, sem radicalismos nem simplismos reducionistas. II. O empréstimo de termos estrangeiros é um fato inevitável em um mundo que cultiva os intercâmbios comerciais, a pro- pagação da diversidade de tendências culturais, o contato entre povos de línguas e visões de mundo diferentes. III. O fato de línguas diferentes compartilharem elementos de seu repertório linguístico atesta uma postura de servilismo por parte de quem importa. Afinal, a necessidade de impor- tar objetos e fatos culturais prova a insuficiência de nossa cultura. IV. Dada a legítima dinâmica das línguas, todo empréstimo é ne- cessário e oportuno. Promove o enriquecimento da língua, além de evitar seu isolamento e afastar o risco de um “autis- mo” linguístico e cultural. V. Se se admite que “nenhuma língua natural passa incólume às influências de outras línguas”, pode-se concluir que a en- trada de palavras estrangeiras em uma língua constitui um fenômeno legítimo e não, um sinal de sua decadência. São aceitáveis apenas as sínteses que constam nas afirmativas: a) I, II e V. b) I, III e IV. c) I, III e V. d) I, II e IV. e) III, IV e V. 17 54 Ainda com base no texto de Aldo Bizzocchi, verifique as asserti- vas a seguir: I. Os termos em destaque, no segundo parágrafo (Ref. 3), tem a função de locução adjetiva, com possibilidade de substitui- ção da locução por adjetivo comum. II. Se selecionarmos o trecho “Se olharmos atentamente para todas as línguas, veremos que nenhuma tem se mantido pura ao longo dos séculos” e retirarmos o pronome indefini- do nenhuma, seremos obrigados, logo na sequência, a reali- zar alterações em dois termos. III. O sufixo “–ismo”, presente nas palavras autismo, fanatismo, servilismo, purismo e estrangeirismo (Refs. 1,2,5,6 e 7) apre- senta, entre as palavras destacadas, diferenças nas relações semânticas. IV. O termo aportuguesados (Ref. 4) é formado por derivação parassintética, pois exige encaixe simultâneo de prefixo e su- fixo. Estão corretas: a) I, III e IV b) I, II e III c) I, II e IV d) II, III e IV e) Todas estão corretas TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO Se não tivéssemos medo, não teríamos nenhum receio de carros em alta velocidade, de animais venenosos e de doenças conta- giosas. Tanto nos seres humanos como nos animais, o medo tem por objetivo promover a sobrevivência. Com o decorrer do tem- po, as pessoas que sentiram medo tiveram mais pressão evolu- tiva favorável. Hoje, não precisamos mais lutar por nossas vidas na selva, mas o medo está longe de desaparecer, pois continua servindo ao mesmo propósito que servia na época em que nos encontráva- mos com um leão enquanto trazíamos água do rio. A diferença é que agora carregamos carteiras e andamos pelas ruas da cidade. A decisão de usar ou não aquele atalho deserto à meia-noite é baseada em um medo racional que promove a sobrevivência. Na verdade, o que mudou foram só os estímulos, já que corremos o mesmo risco que corríamos há centenas de anos e nosso medo ainda serve para nos proteger da mesma forma que nos protegia antes. A maioria de nós jamais esteve perto da peste bubônica (epide- mia que atacou a Europa na época medieval), mas nosso coração para ao vermos um rato. Para o ser humano, além do instinto, também há outros fatores envolvidos no medo. O ser humano pode ter o dom da antecipação, o que nos faz imaginar coisas terríveis que poderiam acontecer: coisas que ouvimos, lemos ou vemos na TV. A maioria de nós nunca vivenciou um acidente de avião, mas isso não nos impede de sentar em um avião e agarrar firme nos apoios dos braços. A antecipação de um estímulo de medo pode provocar a mesma reação que teríamos se vivêsse- mos a situação real. Isso também é um benefício obtido com a evolução. http://pessoas.hsw.uol.com.br/medo1. htm 01/09/2009 (adaptado). 55 Para responder à questão, analise as possibilidades de reescrita do primeiro parágrafo do texto, apresentadas a seguir. I. Com o passar do tempo, as pessoas que sentiram medo tive- ram mais pressão evolutiva favorável, pois, assim como acon- tece com os animais, o medo promove a sobrevivência hu- mana. O medo nos leva a evitar situações que representam perigos em nossas vidas: carros em alta velocidade, animais venenosos e doenças contagiosas. II. O medo é um sentimento que sempre esteve ligado à pres- são evolutiva favorável. O receio de carros em alta velocida- de, de animais venenosos e de doenças contagiosas, com o decorrer do tempo, promoveu a sobrevivência, tanto em se- res humanos quanto em animais. III. Tanto nos seres humanos quanto nos animais, o propósito do medo é o de promover a sobrevivência. Ao longo do tem- po, as pessoas que sentiram medo evoluírammais favora- velmente do que as que não o sentiram. Assim, quem tem medo de carros em alta velocidade, de animais venenosos e de doenças contagiosas tem mais chances de sobreviver do que as pessoas que não têm. IV. A pressão evolutiva favorável está ligada ao sentimento de medo, tanto nos homens quanto nos animais. Como o objeti- vo do medo é promover a sobrevivência é de se esperar que, o receio de carros em alta velocidade, de animais venenosos e de doenças contagiosas leve a pessoa a se proteger e, con- sequentemente, a viver mais. Os parágrafos corretos e coerentes são, apenas, a) I e II. b) I e III. c) I, II e IV. d) II e III. e) II, III e IV. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO A POESIA PROMETIDA Fui colega de faculdade, na década de 1980, do poeta Eucanaã Ferraz. Fizemos o curso de Letras na Universidade Federal do Rio de Janeiro, e, depois, nunca mais nos encontramos pessoalmen- te. Duas ou três cartas, dois ou três e-mails. E mais nada. Quando leio seus poemas, a imagem e a voz de Eucanaã reapa- recem bem nítidas para mim. Trinta anos de distância não são nada quando a palavra poética está presente. Esta é uma das promessas que a literatura (e a poesia em espe- cial) cumpre: vencer tempo e espaço, reapresentar o ausente, renovar o momento passado, recuperar palavras e encontros. 1Toda leitura educadora é um encontro, e todo encontro é dialó- gico. E todo diálogo em leitura requer aprendizado: ver de novo e ouvir de novo. Talvez, quando os alunos se queixam da poe- sia, ou quando nós, professores, pouco espaço concedemos a ela em nosso dia a dia – talvez isto seja consequência de urna grande falha educacional. Uma falha que nos leva a só aceitar a poesia na medida em que a pudermos explicar. Mas a poesia não existe para ser explicada. Existe para nos ensi- nar a ver de novo e a ouvir de novo. Só isso. E isso é tudo. [...] Gabriel Perissé. Revista Educação. São Paulo: Segmento, Ano 15, n° 178, fevereiro, 2012 18 56 Em relação ao primeiro parágrafo, o texto apresenta: a) Procedimento narrativo em que o estado de espírito e a emoção do narrador estão ausentes. b) Estilo poético com clareza da função dos recursos textuais e uso de modalizadores explícitos. c) Texto essencialmente informativo em defesa de um ponto de vista sobre a questão abordada. d) Forma composicional narrativa com ênfase no poder simbó- lico de construções metafóricas. e) Estratégia narrativa com predominância de fluxo temporal e discursivo, desenvolvido em primeira pessoa. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO Disponível em: http://profmilenacaetano.blogspot. com.br/2012/12/tiras-da-mafalda-quino-para- discussao.html. Acesso em: 29 abr. 2013. 57 Com relação à classe gramatical das palavras no texto, é CORRE- TO afirmar: I. O adjetivo realmente, no quinto quadrinho, serve para inten- sificar o advérbio importantes. II. No terceiro quadrinho, a palavra ótima funciona como um adjetivo, usado para caracterizar o comportamento da mãe da professora, e também da professora. III. A palavra parabéns, no terceiro quadrinho, funciona como um advérbio, que indica uma circunstância de modo, além de estar acentuada por conta de uma regra de acentuação ligada ao campo das oxítonas. IV. No quinto quadrinho, o verbo ensinar aparece conjugado corretamente no imperativo, para estabelecer adequação com o pronome sua, no terceiro quadrinho. V. Os verbos amar e mimar, no primeiro quadrinho, estão con- jugados no presente do indicativo e revelam, no contexto, uma verdade geral a respeito do comportamento materno. Estão corretas: a) I, II e III b) I, III, IV c) II e V d) III, IV e V e) IV e V 58 A obra O cortiço e outros livros do naturalismo brasileiro foram influenciados pelo pensamento cientificista da época. As teorias que interpretaram a realidade nesse tempo foram: a) determinismo, positivismo, futurismo, evolucionismo. b) determinismo, socialismo científico, positivismo e futurismo. c) evolucionismo, positivismo, socialismo científi o e surrealismo. d) determinismo, positivismo, evolucionismo e socialismo cien- tífico. e) evolucionismo, maneirismo, socialismo científico e determi- nismo. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO – Pois, Grilo, agora realmente bem podemos dizer que o sr. D. Jacinto está firme. O Grilo arredou os óculos para a testa, e levantando para o ar os cinco dedos em curva como pétalas de uma tulipa: – Sua Excelência brotou! Profundo sempre o digno preto! Sim! Aquele ressequido galho da Cidade, plantado na Serra, pegara, chupara o húmus do torrão herdado, criara seiva, afundara raízes, engrossara de tronco, ati- rara ramos, rebentara em flores, forte, sereno, ditoso, benéfico, nobre, dando frutos, derramando sombra. E abrigados pela gran- de árvore, e por ela nutridos, cem 1casais em redor o bendiziam. Eça de Queirós, A cidade e as serras. 1casal: pequena propriedade rústica; pequeno povoado. 59 O teor das imagens empregadas no texto para caracterizar a mudança pela qual passara Jacinto indica que a causa principal dessa transformação foi: a) o retorno a sua terra natal. b) a chegada à cidade de Guiães. c) o reestabelecimento da ordem em sua residência em Paris. d) a mudança da cidade para o campo. e) o banimento das inovações tecnológicas. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO O rumor crescia, condensando-se; o zum-zum de todos os dias acentuava-se; já se não destacavam vozes dispersas, mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a fazer compras na venda; ensarilhavam-se discussões e rezingas; ou- viam se gargalhadas e pragas; já se não falava. Gritava-se. Sen- tia-se naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham os pés vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir, a triunfante satis- fação de respirar sobre a terra. (Aluísio Azevedo, in O cortiço) 19 60 Todas as afirmações abaixo são corretas, EXCETO: a) O fragmento exemplifica os novos cenários urbanos que co- meçam a tomar forma no Brasil às vésperas da abolição da escravatura e da proclamação da República. b) O fragmento demonstra a tendência do naturalismo em transformar todo ruído da cidade em harmonia, em música, capaz de tornar positivo o modo de produção capitalista. c) No fragmento, o uso recorrente de sinais de pontuação, como a acentuar cada frase por si mesma, serve como ele- mento indicador, ao nível do estilo, da diversidade de modos de vida e de grupos sociais que vivem no cortiço. d) O fragmento demonstra o apreço do escritor naturalista em equiparar o humano ao vegetal e ao animal. e) No fragmento citado, fica clara a preferência do naturalismo por imagens retiradas da biologia, que recebeu grande impul- so e teve importante influência nos intelectuais do período. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES Logo após a vitória, o cristão tornara às praias do mar, onde ha- via construído sua cabana e onde o esperava a terna esposa. De novo sentiu em sua alma a sede do amor; e tremia de pensar que Iracema houvesse partido, deixando ermo aquele sítio tão povoado outrora pela felicidade. Como a seca várzea com a vinda do inverno reverdece e se mati- za de flores, a formosa filha do sertão com a volta do esposo rea- nimou-se; e sua beleza esmaltou-se de meigos e ternos sorrisos. Outra vez sua graça encheu os olhos do cristão, e a alegria voltou a habitar em sua alma. O cristão amou a filha do sertão como nos primeiros dias, quan- do parece que o tempo nunca poderá estancar o coração. Mas breves sóis bastaram para murchar aquelas flores de uma alma exilada da pátria. O imbu, filho da serra, se nasce da várzea porque o vento ou as aves trouxeram a semente, vinga, achando boa terra e fresca a sombra; talvez um dia cope a verde folhagem e enflore. Mas basta um sopro domar, para tudo murchar. As folhas lastram o chão; as flores, leva-as a brisa. Como o imbu na várzea, era o coração do guerreiro branco na ter- ra selvagem. A amizade e o amor o acompanharam e fortaleceram durante algum tempo, mas agora longe de sua casa e de seus ir- mãos, sentia-se no ermo. O amigo e a esposa não bastavam mais à sua existência, cheia de grandes desejos e nobres ambições. Passava os já tão breves, agora longos sóis, na praia, ouvindo gemer o vento e soluçar as ondas. Com os olhos engolfados na imensidade do horizonte, buscava, mas embalde, descobrir no azul diáfano a alvura de uma vela perdida nos mares.” José de Alencar. Iracema. São Paulo: Scipione. 1994. 61 Tendo em vista a leitura do fragmento e do romance de onde foi extraído, analise as assertivas: I. O aproveitamento da fauna e da flora americana fixa e valo- riza a cor local, seguindo uma tendência da época em que a obra foi escrita. II. Os personagens atuam impulsionados por sentimentos que os levam à prática de atos grandiosos ou de ações aviltantes que os caracterizam, respectivamente, como heróis ou como vilões. III. A amizade entre Poti e Martim é reveladora do objetivo do autor de mostrar o colonizador como amistoso e cordial. IV. A atitude contemplativa de Martim pode ser considerada fortuita, já que não altera o desenrolar da trama. V. A ação se transfere das praias do mar para o seio da floresta, onde ocorre o desfecho da história de amor de que trata o romance. Estão corretas: a) I, III e IV. b) I e III c) I, II e IV. d) I, II e III e) II, III e V. 62 Com relação à linguagem, analise as assertivas: I. A oração “para murchar aquelas flores de uma alma exilada da pátria” exprime a consequência da ação do tempo no es- tado de ânimo do guerreiro branco. II. A comparação entre a várzea e a filha do sertão remete, res- pectivamente, à chegada do inverno e à volta do esposo, am- bas com função revitalizadora. III. A expressão “sede do amor” difere de sede de amor, já que a primeira dá ideia de concretude, enquanto a segunda, de abstração do sentimento amoroso. IV. O trecho “os já tão breves, agora longos sóis” contém ideias antitéticas que estão relacionadas com a mudança de estado de espírito experimentada pelo cristão. V. A comparação presente no primeiro período do penúltimo parágrafo, evidencia a fragilidade do amor do guerreiro por sua pátria e a resistência do imbu na várzea. VI. O termo “embalde” expressa a incerteza da realização da ação de “buscava”. Estão corretas: a) I, II, III e IV. b) II, IV e V. c) II, III, V e VI. d) I, III e IV, e) II, III, IV e VI. 63 Leia o texto abaixo, transcrito do capítulo “O primeiro beijo”, de Memórias Póstumas de Brás Cubas. Quem quer que fosse, porém, o pai, letrado ou hortelão, a ver- dade é que Marcela não possuía a inocência rústica, e mal che- gava a entender a moral do código. Era boa moça, lépida, sem escrúpulos, um pouco tolhida pela austeridade do tempo, que lhe não permitia arrastar pelas ruas os seus estouvamentos e berlindas; luxuosa, impaciente, amiga de dinheiro e de rapa- zes. Naquele ano morria de amores por um certo Xavier, sujeito abastado e tísico, – uma pérola. ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. 27. ed. São Paulo: Ática,1999. p. 40. A partir desta passagem e da análise do romance, é correto afir- mar que: a) Marcela, diferentemente das figuras femininas típicas do Ro- mantismo, tinha uma visão idealizada do amor. b) o narrador do romance faz elogios a Marcela ao afirmar que ela não possui a inocência rústica e que é uma mulher luxuosa. c) a relação entre Marcela e Xavier é um exemplo da visão de amor que predomina no romance. d) Brás Cubas teve grandes dificuldades para conquistar Marce- la, uma vez que ela estava apaixonada por Xavier. e) embora conheça as vicissitudes de Marcela, Brás Cubas sabe que o sentimento nutrido pela moça em relação a ele mes- mo era sincero e verdadeiro. 20 64 O quadro a seguir refere-se à região do Sahel. Qual a alternativa que melhor complementa os trechos pontilhados? a) I. erosão/avanço da desertificação II. política agrária inadequada/meio ambiente degradado b) I. erosão/aumento pluviométrico irregular II. expansão de latifúndios/pastagens extensivas c) I. desertificação/intemperismo químico II. expansão de latifúndios/culturas comerciais d) I. desertificação/intemperismo químico II. política agrária inadequada/culturas comerciais e) I. erosão/desertificação II. expansão de latifúndios/pastagens intensivas 65 Os climogramas I e II correspondem, respectivamente, às áreas assinaladas no mapa com as letras: a) A e B. b) A e D. c) B e C. d) C e D. e) D e A. 66 Em 1932, o Estado Brasileiro instalou campos de concentração de flagelados no Ceará, desde a região do Cariri até Fortaleza, destinados a isolar os retirantes que saíam do interior. No total, esses campos chegaram a concentrar mais de 73 mil pessoas vivendo sob condições precárias. Sobre o tema das secas no Nordeste, é correto afirmar que: a) o chamado “Polígono das Secas”, abrangendo a Zona da Mata, desde a Bahia até o Maranhão, foi oficialmente de- marcado nos anos 1930, no contexto da grande seca. b) grandes levas de retirantes flagelados do Ceará saíam do ser- tão e se direcionavam ao agreste nordestino, em busca de trabalho nos canaviais, ou às capitais do Sudeste, à procura de emprego no comércio. c) o projeto de transposição de águas do rio São Francisco, im- plantado na atualidade como medida de combate à seca, re- sultará em desassoreamento desse canal fluvial. d) a ocorrência de campos para flagelados explica-se pela au- sência de políticas de combate às secas, implantadas apenas em 1960 pela Sudene – Superintendência de Desenvolvi- mento do Nordeste. e) a explicação do fenômeno de migração para as cidades como decorrente da pobreza no sertão e exclusivamente relaciona- da à seca é insuficiente, pois omite a lógica da concentração fundiária e suas consequências. 67 A figura mostra corte transversal A-B em área serrana emba- sada por rochas metamórficas entre os municípios de Apiaí e Iporanga, no Vale do Ribeira, sul do estado de São Paulo. As rochas representadas são de idade pré-cambriana e formam estruturas em um sistema de: 21 a) soleiras e diques. b) dobras anticlinais e sinclinais. c) plataformas e bacias sedimentares. d) intrusões e extrusões. e) falhas verticais e horizontais. 68 Do ponto de vista tectônico, núcleos rochosos mais antigos, em áreas continentais mais interiorizadas, tendem a ser os mais es- táveis, ou seja, menos sujeitos a abalos sísmicos e deformações. Em termos geomorfológicos, a maior estabilidade tectônica des- sas áreas faz com que elas apresentem uma forte tendência à ocorrência, ao longo do tempo geológico, de um processo de: a) aplainamento das formas de relevo, decorrente do intempe- rismo e da erosão. b) formação de depressões absolutas, gerada por acomodação de blocos rochosos. c) formação de canyons, decorrente de intensa erosão eólica. d) produção de desníveis topográficos acentuados, resultante da contínua sedimentação dos rios. e) geração de relevo serrano, associada a fatores climáticos li- gados à glaciação. 69 Doenças tropicais surgem graças a um conjunto de fatores bioló- gicos, ecológicos e evolutivos que condicionam a sua ocorrência exclusivamente nas proximidades do Equador, entre os trópicos de Câncer e Capricórnio. Porém, a perpetuação das doenças tropicais em países aí situados depende, fundamentalmente, da precária situação econômica vigente e é consequência direta do subdesenvolvimento. E. P. Camargo, Doenças tropicais, 2008. Adaptado. Com base no mapa e em seus conhecimentos, indique a afirma- ção correta. a)
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