Buscar

apostila final revisada custos 2207

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 164 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 164 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 164 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Índice
5Apresentação	�
6Ementas	�
8Aula 1 – Custos para formação de preços	�
8Introdução	�
8Custos para formação de preços	�
9Características da Contabilidade de Custos	�
9Inventariar e ativar os produtos fabricados e vendidos	�
9Planejar e controlar as atividades	�
10Conceito e tratamento dos custos	�
10Custos Fixos	�
11Despesas Fixas	�
12Gastos semifixos e semivariáveis	�
12Custos variáveis	�
13Despesas variáveis	�
13Custos diretos	�
13Custos indiretos	�
14Abordagens para formação do preço de venda	�
15Mercado	�
16Aprenda Mais	�
16Exercícios de Fixação	�
17Referências	�
20Aula 2 – Métodos de custeamento	�
20Introdução	�
20Custeio por absorção	�
24A demonstração de resultado	�
24Custeio variável	�
26Conceito e tratamento dos custos	�
27A demonstração de resultado	�
28Conciliação dos resultados apurados pelo custeio por absorção e pelo custeio variável	�
31Aprenda Mais	�
31Exercícios de Fixação	�
33Referências	�
35Aula 3 – Métodos de formação de preços	�
35Introdução	�
35Custo mais margem	�
36Custo-meta	�
36Mark-up multiplicador e divisor	�
39Aprenda Mais	�
39Exercícios de Fixação	�
41Referências	�
42Aula 4 – Métodos de formação de preços	�
42Introdução	�
42Preço de venda à vista e a prazo	�
43Preço de venda a prazo com custo financeiro “por fora”	�
44Preço de venda a prazo com o custo financeiro “por dentro” (mantendo-se o valor do lucro do peço de venda à vista)	�
46Aprenda Mais	�
46Exercícios de Fixação	�
48Referências	�
49Aula 5. Tributos diretos e indiretos	�
49Introdução	�
49Impostos cumulativos e não cumulativos;	�
50Créditos e débitos fiscais	�
51Cálculo dos impostos por dentro e por fora	�
53Compreender o processo de composição de notas fiscais com impostos.	�
53ICMS	�
56IPI sobre compras e vendas	�
57PIS e COFINS regime cumulativo e não-cumulativo	�
58Apuração e contabilização do PIS e COFINS – Modalidade cumulativa	�
60Modalidade não-cumulativa	�
61Apuração da receita líquida de vendas	�
62Tributos indiretos	�
62Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transportes interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS)	�
63Fato gerador	�
63Contribuintes	�
63Substituto tributário	�
64Crédito – regra geral	�
65Base de cálculo	�
65Alíquotas	�
65As alíquotas mais utilizadas no Estado de São Paulo	�
67Cálculo para vendas a não contribuinte, ou para contribuintes com utilização do produto para consumo próprio ou para o Ativo Imobilizado – Incidência de ICMS sobre o valor do IPI	�
67Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI	�
68Base legal para a incidência do IPI	�
68Fato gerador	�
68Contribuintes	�
69Industrialização – Como a lei determina	�
69Período de apuração do IPI	�
70Cálculos	�
70Alíquotas do IPI	�
70Crédito – regra geral	�
71Crédito referente a insumos adquiridos de comerciantes atacadistas não contribuintes	�
71Tratamento fiscal e contábil do ICMS e IPI nas empresas industriais	�
71Contabilização	�
72ISS	�
72Incidência	�
73Não-incidência	�
73Fato gerador	�
73Base de cálculo	�
73Local de prestação do serviço e do município com direito a arrecadação	�
74Trabalho Pessoal	�
74Contabilização	�
75PIS e COFINS	�
76Contribuintes	�
76Isenções	�
76Responsáveis	�
77COFINS – Cumulativa	�
78Alíquota	�
78Cálculo demonstrativo	�
79Contabilização	�
79COFINS – Não Cumulativa	�
81Geram créditos	�
82Aproveitamento do crédito	�
82Alíquota	�
82Aprenda Mais	�
83Exercícios de Fixação	�
86Referências	�
87Aula 6: Impacto na formação do preço e custo	�
87Introdução	�
87Obrigações acessórias – Dacon	�
87Contribuição para o PIS/PASEP	�
88Contribuições e alíquotas	�
88Contribuintes	�
88Base de cálculo, exclusões e deduções	�
89Contribuições do PIS/Pasep com base na Folha de Pagamento	�
89Alíquota e base de cálculo	�
90PIS E COFINS na importação	�
90Fato gerador	�
91Base de cálculo	�
91Cálculo do valor aduaneiro	�
92Contribuintes	�
92Importação de bens – Formação de custos	�
95Prazo de pagamento	�
96Do crédito	�
96Aprenda Mais	�
97Exercício de Fixação	�
98Referências	�
99Aula 7 – Tributos previdenciários e trabalhistas: impacto na formação do preço e custo.	�
99Introdução	�
99Tributos sobre a Folha de Pagamento	�
102Disposições Gerais	�
104Contribuições ao INSS	�
106Desoneração da Folha de Pagamento	�
108Seguro de Acidente de Trabalho	�
109Salário-família	�
110Contribuições ao FGTS	�
112IRRF sobre Rendimentos do Trabalho	�
116Contabilização	�
120Tributos sobre o Faturamento / Receita	�
121Contribuições Cumulativas	�
124Contribuições Não-Cumulativas	�
128PIS/PASEP sobre a Folha de Pagamentos	�
129PIS/PASEP na Importação	�
132Contabilização	�
133Sistema Cumulativo	�
134Sistema Não-Cumulativo	�
140Impacto dos Tributos na Formação do Preço de Venda	�
140Empresa Lucro Presumido – Sistema Cumulativo	�
141Empresa Lucro Real – Sistema Não-Cumulativo	�
142Aprenda Mais	�
143Exercício de Fixação	�
144Referências	�
146Aula 8 – Tributos internacionais: impacto na formação do preço e custo	�
146Introdução	�
147Imposto de Importação (II)	�
147Fato gerador	�
149Alíquotas	�
150Base de Cálculo	�
151Contribuinte	�
152Lançamento	�
153Imposto sobre Exportação (IE)	�
154Fato gerador	�
154Alíquotas	�
155Base de cálculo	�
155Contribuinte	�
155Lançamento	�
156Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)	�
157Alíquotas	�
158Base de cálculo	�
158Contribuinte	�
158Lançamento	�
159DRAWBACK	�
160Aprenda Mais	�
161Exercício de Fixação	�
162Referências	�
�
�
Apresentação
Empresas, com fim lucrativo ou não, enfrentam dificuldades para determinar o preço de seus produtos ou serviços, visto que o preço sofre grande influência do mercado, levando em conta o poder aquisitivo da população, qualidade, oferta e alternativas de escolha em função de suas preferências. O mercado requer que empresas ofereçam produtos e serviços de qualidade com preços que o consumidor esteja disposto a pagar. Os preços devem ser suficientes para cobrir todos os custos e despesas, além de conter margem suficiente para retorno sobre o capital aplicado. O entendimento da política e formação de preços é fundamental para que as organizações conheçam seus limites financeiros.
Dessa forma pretende-se discutir o processo de registro e gestão de custos e preços, enfatizando os aspectos relativos ao registro contábil e ao suporte da decisão empresarial.
Além de conhecer o procedimento de formação de preços, compreender métodos de custeamento, desenvolver conhecimentos acerca do impacto dos tributos previdenciários, trabalhistas e internacionais na formação do preço e custo.
Bons estudos!
Profa. Me. Andréia M. Maciel de Carvalho
�
Ementas
Aula 1: Custos para formação de preços
Apresentar os elementos que compõem o preço e a venda; Diferenciação de custos e despesas fixas de custos e despesas variáveis; Avaliação de mercado para determinar preços competitivos; Fixação de preço de produtos e serviços.
Aula 2: Métodos de custeamento
Apresentar os principais Sistemas de custeio: método do custeio por absorção, método do custeio direto, método do custeio por atividades.
Aula 3: Métodos de formação de preços
Entender o processo associado a formação dos preços; Compreender a importância da análise da rentabilidade, margem e giro; Discutir os aspectos relativos à formação de mark-ups.
Aula 4: Métodos de formação de preços
Entender o processo associado a formação dos preços; Compreender a importância da análise da rentabilidade, margem e giro; Discutir os aspectos relativos à formação de mark-ups.
Aula 5: Tributos diretos e indiretos:
Distinguir impostos cumulativos e não cumulativos; Aprender a considerar créditos e débitos fiscais; Saber calcular impostos por dentro e por fora; Compreender o processo de composição de notas fiscais com impostos.
Aula 6: Impacto na formação do preço e custo
Proporcionar aos participantes conhecimentos relacionadosaos tributos indiretos no que diz respeito ao impacto do ICMS, IPI, PIS, Cofins e ISS na formação do preço de venda.
Aula 7: Tributos previdenciários e trabalhistas: impacto na formação do preço e custo
Capacitar o participante a compreender o funcionamento operacional e a gerenciar a maioria dos tributos previdenciários e trabalhistas que incidem sobre as empresas em nosso país.
Sendo assim, esta aula tem como objetivos:
Apresentar a Formação do vínculo empregatício a Remuneração, a Rescisão do contrato de trabalho e Desoneração da folha de pagamento;
Compreender a atuação do INSS (empresas, empregados, autônomos e empresários): legislação, apuração e cálculo,
Compreender as normas FGTS: legislação, apuração e cálculo. 
Aula 8: Tributos internacionais: impacto na formação do preço e custo
Fundamentos da importação (tributos incidentes) e da exportação (imunidades e isenções): custo da importação e da exportação; Operações Back to Back e Drawback; Exportação direta e indireta; Tratados, acordos e convenções internacionais; Remessas para o exterior: aspectos fiscais e contábeis.
�
Aula 1 – Custos para formação de preços
Introdução
Vamos apresentar nessa aula os elementos que compõem o preço e a venda e, também, compreender a diferenciação de custos e despesas sob o ponto de vista da terminologia contábil aplicada a custos. Tem-se, ainda, a apresentação de como se deve avaliar o mercado para determinar preços competitivos e, compreender a fixação de preço de produtos e serviços.
Desta forma, os objetivos propostos são:
Apresentar os elementos que compõem o preço e a venda; 
Compreender a diferenciação de custos e despesas fixas de custos e despesas variáveis; 
Avaliar o mercado para determinar preços competitivos; 
Compreender a fixação de preço de produtos e serviços.
Custos para formação de preços 
Pode-se dizer que a Contabilidade de Custos tem duas funções relevantes: o auxílio ao Controle – fornecendo dados para o estabelecimento de padrões, orçamentos e demais previsões e acompanhamento efetivo para comparabilidade – e a ajuda às tomadas de decisões sobre medidas de introdução ou corte de produtos, administração de preços de venda, opção de compra ou produção etc.
O sistema de informações gerenciais, aquele que contém as informações necessárias para que o gestor ou o administrador da empresa possa tomar decisão, é formado por informações provenientes da Contabilidade Financeira, da Contabilidade de Custos, pela Contabilidade Gerencial e pelo controle orçamentário. Esses quatro tipos de fonte de informação interagem entre si, um fornece informações ou bases para o outro, eles se complementam.
Assim, conclui-se que administrar custos constitui parte das estratégias de administração e sua implementação colocada em ação.
As instituições vivem atualmente uma fase em que a concorrência é cada vez mais acirrada. Existem demasiadas pressões quanto a res​ponsabilidades sociais, uma necessidade contínua de aperfeiçoamento tecnológico e de processos, um número cada vez maior de consumidores exigindo produtos de alta qualidade, funcionais e de baixo custo e uma pressão oriunda dos efeitos da globalização a partir da possi​bilidade de novos entrantes no mercado. Embasada neste contexto, qualquer em​presa passa a ter uma principal preocupação: sobreviver na nova conjuntura socioeconômica mundial.
Características da Contabilidade de Custos
A Contabilidade de Custos pode ser definida como o segmento ou área da Contabilidade que trata especificamente de elaborar técnicas, métodos, procedimentos e fundamentos teóricos visando à mensuração, à classificação e à avaliação das mutações patrimoniais relacionadas às operações internas da empresa, objetivando a obtenção do custo de determinados bens ou serviços (IUDÍCIBUS, 2000). Tais custos irão compor o valor do estoque e o custo do produto ou serviço vendido.
Inicialmente, a Contabilidade de Custos tinha o objetivo principal de avaliar os estoques e os custos para demonstração de resultado em nível de divulgação das demonstrações contábeis aos usuários externos. Contudo, atualmente, a Contabilidade de Custos tornou-se um importante instrumento gerador de informações para planejamento, controle e tomada de decisões internas à empresa.
Martins (2010) lista grupos dentro dos quais a Contabilidade de Custos pode cumprir seu papel. São eles:
Inventariar e ativar os produtos fabricados e vendidos 
Conhecer o valor final dos produtos acabados e em processamento; confeccionar demonstrativos do custo de produção de cada produto fabricado; elaborar demonstrativos do CPV (Custo dos Produtos Vendidos), CMV (Custo da Mercadoria Vendida) e ainda o custo dos Serviços Prestados; elaborar demonstrativos de resultados. 
Planejar e controlar as atividades 
Analisar o comportamento dos custos, tanto por meio de análise vertical quanto de análise horizontal; promover orçamentos empresariais com base no custo de fabricação; estabelecer o custo-padrão de fabricação; definir as responsabilidades no processo de produção; decidir sobre o preço de venda de cada item de produção; determinar o volume da produção (além do ponto de equilíbrio, porém dentro da capacidade física da empresa).
Eliminar, criar, aumentar ou diminuir a linha de produção de certos produtos; produzir ou adquirir já pronto no mercado; formar preço de venda ou princing; aceitar ou não encomendas; alugar ou comprar, terceirizar ou produzir. 
O objetivo de mensurar estoques e resultado da empresa não deixou de ser um dos focos da Contabilidade de Custos. Porém, a função de controle e auxílio à tomada de decisão passou a ser determinante para a eficácia de um sistema de custos no que tange à satisfação das necessidades dos usuários da Contabilidade
Com relação ao processo de contabilidade de custos, apesar de todo o avanço encontrado na Contabilidade de Custos, pode ser observado que o processo básico para chegar aos objetivos almejados por esta contabilidade não foi modificado, mas sim otimizado.
Conceito e tratamento dos custos
Com base na correta conceituação e segregação dos gastos entre investimentos, custos, despesas, perdas etc., torna-se imprescindível, em seguida, a perfeita identificação desses gastos em relação a dos principais fatores:
a) Quanto às variações no volume de produção e de vendas; 
Custos Fixos
Segundo Cardoso, Mario e Aquino (2007) os custos fixos são: aquele que não varia em função de alterações do nível de produção, dentro do intervalo relevante de capacidade instalada.
De acordo com Alves (2013) os custos fixos são classificados independentemente do volume produzido ou vendido, há certos gastos dentro do setor produtivo que se mantêm constantes, obedecendo à determinada capacidade instalada. 
Dessa forma, esses são custos necessários ao desenvolvimento do produto industrial em geral, motivo pelo qual se repetem todos os meses do ano.
Denominam-se custos fixos e podemos citar como exemplo mais comum o aluguel do prédio, máquinas produtivas e a depreciação dos itens do setor produtivo.
Os custos fixos têm as seguintes características:
1º o valor total permanece constante dentro de determinado intervalo de volume de produção.
2º o valor por unidade produzida varia à medida que ocorre variação no volume de produção.
3º sua alocação aos produtos, aos departamentos ou centros de custos necessita da adoção de critérios de rateio.
Segundo Bornia (2009) os custos fixos são aqueles que independentemente do nível de produção, como salário do gerente, por exemplo.
Figura 1 – Comportamentos dos Custos Fixos.
Despesas Fixas
Para Alves (2013) as despesas fixas possuem características semelhantes aos custos fixos, as despesas fixas são aquelas que permanecem iguais, independentemente do volume de vendas ou prestação de serviços.
Segundo Bruni e Famá (2009) as despesas fixas não variam em função do volumede vendas. Exemplo: aluguel e seguro das lojas.
O aluguel dos escritórios administrativos e das lojas de vendas são bons exemplos de despesas fixas dentro de uma empresa que tem bem definidos seus setores.
Gastos semifixos e semivariáveis
Para Bruni e Famá (2009) semifixos correspondem a custos que são fixos em determinado patamar, passando a ser variáveis quando esse patamar for excedido. 
Já os semivariáveis correspondem a custos variáveis que não acompanham linearmente a variação da produção, mas aos saltos, mantendo-se fixos dentro de certos limites.
Figura 2 - Comportamento dos Custos Fixos no Médio e ou no Longo Prazo
Custos variáveis
Para Bornia (2009) os custos variáveis, estão intimamente relacionados com a produção, isso é, crescem com o aumento do nível de atividade da empresa, tais como os custos de matéria-prima.
Bruni e Famá (2009) definem os custos variáveis como valores que se alteram diretamente em função das atividades da empresa. Quanto maior a produção, maiores serão os custos variáveis.
Exemplos podem ser expressos por meio dos gastos com matéria-prima e embalagens.
Figura 3 – Comportamento dos Custos Variáveis
Despesas variáveis
De acordo com Bruni e Famá (2009) as despesas variáveis variam de acordo com as vendas. Exemplo: comissões dos vendedores e gastos com fretes.
b) Quanto à forma e critério de identificação e apropriação aos diversos produtos e serviços produzidos.
Custos diretos
Segundo Bornia (2009) os custos diretos são aqueles facilmente relacionados com as unidades de alocação de custos (produtos, processos, setores, clientes etc.). São exemplos: matéria-prima e mão-de-obra direta. 
Bruni e Famá (2009) definem os custos diretos como aqueles diretamente incluídos no cálculo dos produtos. Consistem nos materiais diretos usados na fabricação do produto e mão-de-obra direta.
Vale ressaltar que apresentam a propriedade de serem mensuráveis de maneira objetiva. Exemplo: aço para fabricar chapas e salários dos operários da fábrica.
Custos indiretos
De acordo com Bornia (2009) os custos indiretos não podem ser facilmente atribuídos às unidades, necessitando de alocações para isso. São exemplos: aluguel e mão-de-obra indireta. As alocações causam a maior parte das dificuldades e deficiências dos sistemas de custos, pois, não são simples e podem ser feitos por vários critérios. 
O autor ainda coloca que essa problemática da alocação dos custos indiretos aos produtos e análise dos mesmos dá origem aos métodos de custeio.
Para Bruni e Famá (2009) os custos indiretos necessitam de aproximações, isto é, alguns critérios de rateio, para serem atribuídos aos produtos. Exemplos: seguros e alugueis da fábrica, supervisão de diversas linhas de produção.
Abordagens para formação do preço de venda
Segundo Crepaldi (2014) a formação do preço de venda de produtos é um trabalho técnico e também um fator determinante de sobrevivência da exploração da atividade. Alguns especialistas afirmam que ter os preços definidos exclusivamente pelo mercado é um risco.
Ou seja, o mercado não é nem deve ser o único caminho para a definição de preços, mas é importante ter os preços compatíveis com o mercado.
Para Bruni e Famá (2009) um dos mais importantes aspectos financeiros de qualquer entidade consiste na fixação dos preços dos produtos e serviços comercializados. 
De acordo com os autores em relação ao processo de formação de preço, alguns dos principais objetivos podem ser apresentados, como:
proporcionar, a longo prazo, o maior lucro possível: a empresa consiste em uma entidade que deve buscar sua perpetuidade. Políticas de preços de curto prazo, voltadas para a maximização dos lucros, devem ser utilizadas somente em condições especiais;
permitir a maximização lucrativa da participação de mercado: não apenas o faturamento deveria ser aumentado, mas também os lucros das vendas. Algumas razões contribuem com efeitos negativos sobre os lucros: excesso de estoques, fluxo de caixa negativo, concorrência agressiva, sazonalidade etc.
maximizar a capacidade produtiva, evitando ociosidade e desperdícios operacionais: os preços devem considerar a capacidade de atendimento aos clientes – preços baixos podem ocasionar elevação das vendas e a não-capacidade da manutenção de qualidade do atendimento ou dos prazos de entrega. Por outro lado, preços elevados reduzem vendas, podendo ocasionar ociosidade da estrutura de produção e de pessoal;
maximizar o capital empregado para perpetuar os negócios de modo autossustentado: o retorno do capital dá-se por meio de lucros auferidos ao longo do tempo. Assim, somente por meio da correta fixação e mensuração dos preços de venda é possível assegurar o correto retorno do investimento efetuado.
Segundo Megliorini (2012) muitos empreendedores ainda buscam atribuir o preço de venda de um produto ou serviço tendo seu custo como base, e nesse ponto que começam a surgir os problemas. Um dos problemas se refere à determinação do custo. 
De acordo com Ching (2006) o preço é algo que o cliente paga pelo produto ou serviço.
O autor coloca que o significado do preço aos clientes traduz-se em diversos benefícios:
Benefício funcional: ajuda a resolver os problemas do pessoal técnico da empresa. No caso de uma máquina produtiva, seus benefícios vão de encontro dos interesses dos engenheiros da fábrica.
Benefício Operacional: relativo às necessidades do pessoal da produção.
Benefício Financeiro: atende às necessidades do pessoal de compras e finanças. Assim, o preço a ser pago por um produto é muito menor que o benefício percebido que produz, o que resulta num valor econômico para esse pessoal.
Benefício intrínseco: relativo ao status do produto, segurança e imagem da empresa e satisfação pessoal. Comprar um objeto caro e a que poucos têm acesso, comprar de uma empresa que tem reputação no mercado, tudo isso deve ser apresentado como benefício na venda.
Corroborando com autor embora o preço possa trazer os vários benefícios citados a decisão sobre qual será o preço de um produto deve levar em conta também os demais componentes mercadológicos – produto, promoção e distribuição, conforme veremos no item seguinte.
Mercado
De acordo com Ching (2006) o preço é um item muito importante para atingir o mercado-alvo, porém ele só não basta. Precisa vir acompanhado dos demais componentes do composto.
	Produto, promoção e distribuição
	→
	Criam valor e são as origens dos custos.
	Preço
	→
	Captura o valor criado por esses componentes e gera receita
Segundo Megliorini (2012, p. 232):
No paradigma atual, o mercado é o grande sinalizador de preços. Os consumidores passaram a ter mais força para influenciar o preço das mercadorias ofertadas. Nesse novo ambiente, a empresa deixa de ter o poder de impor os preços de seus produtos. É o mercado, portanto, que acaba ditando o preço que está disposto a pagar. Às empresas cabe verificar se é viável ofertar determinado produto por um preço tal que permita que o lucro gerado remunere adequadamente os investimentos realizados nas empresas por seus proprietários. 
O autor coloca que nesse mecanismo, o custo deixa de ser a base para a formação do preço, passando a representar o valor que a empresa pode despender para fabricar o produto.
Dessa forma, para chegar a esse custo, a empresa atende a dois interessados:
Os clientes consumidores – que determinam o preço que estão dispostos a pagar;
Os proprietários – em que o lucro gerado pelos produtos compõe a remuneração do capital por eles investido na empresa.
Aprenda Mais
Leia o artigo “Formação do preço de venda em uma confecção de moda íntima”. Disponível em: 
http://incubadora.periodicos.ufsc.br/index.php/IJIE/article/view/1541/pdf
Exercícios de Fixação
Questão 1
Assinale a classificação mais adequada (custos):
	Custos incorridos
	Fixo
	Variável
	Desgaste dos pneus dos ônibus de uma empresa deturismo.
	
	
	Salários e encargos sociais do pessoal da segurança de uma indústria petroquímica. 
	
	
	Asfalto consumido em uma pavimentadora de vias públicas.
	
	
	Depreciação do prédio de uma fábrica de armas.
	
	
	Pólvora utilizada em uma fábrica de fogos de artifícios.
	
	
Resposta:
	Custos incorridos
	Fixo
	Variável
	Desgaste dos pneus dos ônibus de uma empresa de turismo.
	
	X
	Salários e encargos sociais do pessoal da segurança de uma indústria petroquímica. 
	X
	
	Asfalto consumido em uma pavimentadora de vias públicas.
	
	X
	Depreciação do prédio de uma fábrica de armas.
	X
	
	Pólvora utilizada em uma fábrica de fogos de artifícios.
	
	X
Questão 2
“É aquele que não varia em função de alterações do nível de produção, dentro do intervalo relevante de capacidade instalada”. Essa frase refere-se sobre:
Custos fixos 
Custos diretos
Custos variáveis
Custos indiretos
Custos semivariáveis
Resposta:
Alternativa a
Segundo Cardoso, Mario e Aquino (2007) os custos fixos são: aquele que não varia em função de alterações do nível de produção, dentro do intervalo relevante de capacidade instalada.
Referências
Administrar preço. Disponível em:< Fonte: https://www.google.com.br/search?q=pre%C3%A7o&biw=1366&bih=606&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwieg7zah93LAhXIlZAKHWErCXcQ_AUICCgD&dpr=1#imgrc=Z5tdpnn6jlbMkM%3A>. Acesso: 12 fev. de 2016.
ALVES, R. V. Contabilidade Gerencial, São Paulo: Atlas, 2013.
BORNIA, A. C. Analise Gerencial de Custos – Aplicação em Empresas Modernas. 2. Edição. São Paulo: Atlas, 2009.
BRUNI, Adriano Leal e Rubens Fama. Gestão de Custos e Formação do Preço de Venda. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
BRUNI, Adriano Leal e Rubens Fama. Gestão de Custos e Formação do Preço de Venda. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
CARDOSO, R. L., et al. Contabilidade Gerencial: Mensuração, Monitoramento e Incentivos. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
CHING, H. Y. Contabilidade Gerencial – Novas práticas contábeis para a gestão de negócios. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
Composto Mercadológico. Dspon´vel em: < Fonter: http://4.bp.blogspot.com/_Zzu1Mpm50kQ/S9YR4jjNGNI/AAAAAAAAAKA/vvIu5x3m3rM/s1600/os-4-ps-do-mkt.jpg>. Acesso: 10 mar. 2016.
CREPALDI; S. A. Contabilidade Gerencial: teoria e prática. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
CREPALDI; S. A. Contabilidade Gerencial: teoria e prática. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
Custo-meta. Disponível em: < Fonte: https://www.google.com.br/search?q=custo+meta&biw=1366&bih=606&source=lnms&tbm=isch&sa=X&sqi=2&ved=0ahUKEwj98q-plN3LAhWHjpAKHRsfAX0Q_AUIBigB#imgdii=lxukwwh56wvRqM%3A%3Blxukwwh56wvRqM%3A%3BqP9FRu2OpHilTM%3A&imgrc=lxukwwh56wvRqM%3A>. Acesso: 10 mar. 2016.
Demonstrações Contábeis. Disponível em:< https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQYHsPHATPNQbBrK1KuvF59-Z_e5V0jK-W7V0P-jCkBE1gPDyK0lA>. Acesso: 11 mar. 2016.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 10ª Edição. São Paulo: Atlas, 2010.
MEGLIORINI, Evandir. Custos: Análise e gestão. 3 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012.
MEGLIORINI, Evandir. Custos: Análise e gestão. 3 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012.
NEVES, Silvério das. VICECONTI, Paulo Eduardo. Contabilidade de custos: um enfoque direto e objetivo. 10.ª ed. rev. e ampl., São Paulo: Saraiva, 2010.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade de Custos. São Paulo: Saraiva, 2009.
�
Aula 2 – Métodos de custeamento
Introdução 
A presente aula aborda a apuração dos custos dos produtos empregando o método do custeio por absorção, por meio do qual os produtos absorvem os custos totais de um período de maneira direta ou indireta, e também os conceitos e tratamentos dos custos e a demonstração do resultado.
Outro item relevante é o método de custeio variável que é utilizado para fins gerenciais e eficientes para a tomada de decisão e, por fim uma abordagem sobre a conciliação dos resultados apurados pelo custeio por absorção e pelo custeio variável
Essa aula tem como objetivo: 
Apresentar o Método de apuração de resultado pelo Custeio por absorção;
Compreender os conceitos e tratamentos dos custos;
Elaborar a demonstração de resultado;
Apresentar o Método de apuração de resultado pelo Custeio variável;
Avaliar a conciliação dos resultados apurados pelo custeio por absorção e pelo custeio variável
Custeio por absorção
De acordo com Alves (2013) o custeio por absorção é baseado no método alemão de custos denominado RKW, foi difundido no Brasil por grandes empresas alemãs aqui instaladas como a Wolkswagem, Mercedes Benz, Mannesmamm e outras.
Ainda, de acordo, com o autor no Custeio por Absorção, todos os custos de produção são alocados aos bens ou serviços produzidos, o que compreende todos os custos, independentemente de serem fixos ou variáveis, diretos ou indiretos. 
O custeio por absorção, segundo Martins, (2010, p. 41-42), “consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para todos os produtos feitos”. Portanto, esses custos fixos podem ser estocados ou transferidos para custo de produto vendido.
A principal característica deste método é a distinção que se faz entre custos e despesas. A separação é importante porque as despesas são atribuídas diretamente contra o resultado do período, enquanto somente os custos são apropriados como gastos de produções.
O método de Custeio por Absorção é o mais tradicional método de custo existente. No Brasil, o método tem sido aceito pela legislação comercial e pela legislação fiscal, inclusive para a apresentação das demonstrações contábeis e para efeito do imposto de renda.
De acordo com Bornia (2009) no custeio por absorção a totalidade dos custos (fixos e variáveis) é distribuída aos produtos. Esse sistema relaciona-se principalmente com a avaliação de estoques, ou seja, com o uso da contabilidade de custos como apêndice da contabilidade financeira, a qual se presta para gerar informações para usuários externos à empresa.
Segue exemplo de Bornia (2009):
A empresa EX, em um determinado mês produziu 80.000 unidades. Os custos totais do período atingiram R$ 1.400.000,00. Qual o custo do produto de acordo com o custeio por absorção?
Resposta: O custo unitário seria R$ 17,50 (1.400.000/80.000).
Para Viceconti e Neves (2012) o custeio por absorção consiste na apropriação de todos os custos (sejam eles fixos ou variáveis) à produção do período. Os gastos não fabris são (despesas) são excluídos.
Vale ressaltar, que a distinção principal no custeio por absorção é entre custos e despesas. A separação é importante porque as despesas são contabilizadas imediatamente contra o resultado do período.
Exemplo:
Suponhamos que uma empresa que tenha fabricado 1.000 unidades de um determinado produto incorrendo em custos de R$ 9.000,00 e despesas operacionais de R$ 3.000,00. Foram vendidas 800 unidades a R$ 20,00, num total de vendas de R$ 16.000,00.
Portanto, o custo unitário será R$ 9.000,00/1.000 = R$ 9,00
Segundo Viceconti e Neves (2012) o custeio por absorção é o único aceito pela Auditoria Externa, porque atende aos princípios contábeis da Realização da Receita, da Competência e da Confrontação. 
De acordo com Crepaldi (2014):
O custeio por absorção consiste na apropriação de todos os custos (sejam eles fixos ou variáveis) à produção do período. Os gastos não fabris (despesas) são excluídos. É o método derivado da aplicação dos princípios fundamentais da contabilidade e, é no Brasil, adotado pela legislação comercial e pela legislação fiscal. Não é um princípio contábil em sí, mas uma metodologia decorrente da aplicação desses princípios. Dessa forma, o método é válido para a apresentação de demonstrações financeiras e para o pagamento do Imposto de Renda.
Os custos vão para o ativo na forma de produtos e só podem serconsideradas despesas ao ocorrer a venda do produto.
Vale ressaltar, que uma empresa não deve alterar o modo de apropriar os custos invariavelmente, pois existem diferenças entre eles e, quase sempre, essas mudanças podem dar uma falsa impressão dos resultados obtidos.
O custeio por absorção se dá em por meio de um esquema básico que consiste em:
Separação entre Custos e Despesas;
Apropriação dos custos diretos diretamente aos produtos ou serviços;
Rateio dos custos indiretos
Figura 1 – Custeio por Absorção Empresas de Manufatura
Fonte: Martins (2010, p. 37)
Figura 2 – Custeio por Absorção Empresas de Serviços
Fonte: Martins (2010, p. 38)
O registro dos encargos financeiros é tratado na Contabilidade como despesa, e não como custo. Os encargos financeiros não são custos de produção, mesmo que facilmente identificados com financiamentos para aquisição de matérias-primas ou outros fatores de produção. Assim, são gastos de falta de capital próprio, e não gastos de produção (custos).
Segundo Martins (2010) a separação dos custos e despesas é fácil, pois os gastos relativos ao processo produtivo são custos, e os relativos à administração, às vendas e aos financiamentos são despesas. Mas, na prática, surgem problemas pelo fato de não ser possível a separação de forma clara e objetiva. Assim, será necessário ratear parte do gasto para a despesa e parte para o custo, rateio esse arbitrário, pela dificuldade prática de uma divisão.
Figura 3 – Custeio por Absorção
Fonte: Adaptado Martins (2010, p. 57)
A demonstração de resultado
Uma forma explícita de comparar as diferenças entre os dois métodos de custeio é pela aplicação de um exemplo. A Cia. Brasileira apresentou os seguintes dados contábeis para determinado exercício social:
	Produção
	1.000 unidades acabadas
	Custos Fixos
	R$ 12.000,00
	Custos Variáveis
	R$ 20.000,00
	Despesas fixas
	R$ 6.000,00
	Despesas variáveis
	R$ 4.000,00
Não há estoques iniciais e finais de produtos em elaboração.
Não há estoques iniciais de produtos acabados.
Vendas líquidas – 800 unidades a R$ 60,00 cada uma.
A apresentação da demonstração do resultado da empresa seria a seguinte, adotando-se o método de custeio por absorção:
	Demonstração do Resultado pelo custeio por Absorção
	Vendas liquidas 
	
	= 
	48.000,00
	(-) CPV
	
	
	
	Custos Fixos
	12.000,00
	
	
	Custos Variáveis
	20.000,00
	=
	32.000,00
	(=) Lucro Bruto
	
	
	
	(-) Despesas
	
	
	
	Despesas Fixas
	6.000,00
	
	
	Despesas Variáveis
	4.000,00
	=
	10.000,00
	(=) Lucro Líquido
	
	=
	6.000,00
Custeio variável
Para Alves (2013) no método do Custeio Variável somente os custos variáveis de produção são apropriados aos produtos fabricados. E, são eles que serão atribuídos aos produtos e considerados como gastos efetivos contidos na produção terminada.
O método do Custeio Variável também é conhecido como Custeio Direto que é um tipo de custeamento que se fundamenta no pressuposto de que os custos fixos são considerados como custos do período necessários para manter a estrutura da empresa, sejam os produtos fabricados ou não. Assim, pelo método do Custeio Variável, os custos fixos adquirem a mesma classificação dada às despesas.
Portanto, no Custeio Variável somente os custos variáveis de produção são alocados aos bens e serviços produzidos.
De acordo com Crepaldi (2014) o custeio variável (também conhecido como custeio direto) é um tipo de custeamento que consiste em considerar como custo de produção do período apenas os custos varáveis incorridos. Os custos fixos, pelo fato de existirem mesmo que não havendo produção, pois estes não são considerados como custo de produção e sim como despesas, sendo encerrados diretamente contra o resultado do período.
Vale ressaltar, que no Brasil, o uso do custeio variável se restringe a fins gerenciais, uma vez que oficialmente, tanto por determinação do Fisco quanto pela observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade, para custeamento dos produtos fabricados deve-se adotar o sistema de custeio por absorção, que contempla como custo de produção tanto os custos diretos (variáveis) quanto os custos indiretos (fixos).
Segundo Megliorini (2012) pelo método de custeio variável obtém-se a margem de contribuição de cada produto, linha de produtos, clientes etc., o que possibilita aos gestores utilizá-la como ferramenta auxiliar no processo decisório, que inclui ações como:
Identificar os produtos que mais contribuem para a lucratividade da empresa;
Determinar os produtos que podem ter suas vendas incentivadas ou reduzidas e aqueles que podem ser excluídos da linha de produção;
Identificar os produtos que proporcionam maior rentabilidade quando existem fatores que limitam a produção (gargalos), permitindo o uso mais racional desses fatores;
Definir o preço dos produtos em condições especiais, por exemplo, para ocupar eventual capacidade ociosa;
Decidir entre comprar e fabricar;
Determinar o nível mínimo de atividades para que o negócio passe a ser rentável;
Definir, em uma negociação com o cliente, o limite de desconto permitido.
A gestão de custos oferece uma alternativa diferente de como demonstrar o resultado, apoiando a tomada de decisão:
	MC = PV – (CV – DV) 
Onde: 
MC = margem de contribuição;
PV = preço de venda;
CV – soma dos custos variáveis;
DV = soma das despesas variáveis.
Conceito e tratamento dos custos
Para Bruni e Famá (2009) os principais elementos que influenciam no resultado de qualquer entidade são representados por meio das receitas auferidas, dos custos, diretos ou indiretos, e despesas incorridas.
Figura 4 – Custeio por Absorção
Fonte: Bruni e Famá (2009, p.34)
A figura demostra que os custos diretos são facilmente associados aos produtos fabricados, os custos indiretos precisar passar pelo rateio e, após são incorporados aos produtos. As receitas e despesas são confrontadas diretamente no momento de apuração do resultado.
Os autores colocam que em relação ao custo da produção este poderia ser expresso por meio de três elementos básicos, conforme a seguir:
Material direto (MD): todo material que pode ser identificado como uma unidade do produto (a. Que está sendo fabricado; e b. que sai da fábrica incorporado ao produto ou utilizado como embalagem; 
Mão-de-obra direta (MOD): todo salário devido ao operário que trabalha diretamente no produto, cujo tempo pode ser identificado com a unidade que está sendo produzida;
Custos indiretos de fabricação (CIF): todos os custos relacionados com a fabricação que não podem ser economicamente identificados com as unidades que estão sendo produzidas. Exemplos: aluguel da fábrica, materiais indiretos, mão-de-obra indireta, seguro, impostos, depreciação etc.
E, os outros gastos significativos, porém não classificados como custos, são agrupados como:
Despesas diversas: não podem ser alocadas ao produto final. Exemplos: despesas com vendas, salário do pessoal administrativo, água e luz do escritório.
A demonstração de resultado
Uma forma explícita de comparar as diferenças entre os dois métodos de custeio é pela aplicação de um exemplo. A Cia. Brasileira apresentou os seguintes dados contábeis para determinado exercício social:
	Produção
	1.000 unidades acabadas
	Custos Fixos
	R$ 12.000,00
	Custos Variáveis
	R$ 20.000,00
	Despesas fixas
	R$ 6.000,00
	Despesas variáveis
	R$ 4.000,00
Não há estoques iniciais e finais de produtos em elaboração.
Não há estoques iniciais de produtos acabados.
Vendas líquidas – 800 unidades a R$ 60,00 cada uma.
A apresentação da demonstração do resultado da empresa seria a seguinte, adotando-se o método de custeio variável: 
	Demonstração do Resultado pelo custeio variável
	Vendas líquidas 
	
	= 
	48.000,00
	(-) CPV
	
	
	
	Custos Variáveis
	20.000,00
	=
	20.000,00(=) Lucro Bruto
	
	
	28.000,00
	(-) Despesas
	
	
	
	Despesas Fixas
	6.000,00
	
	
	Despesas Variáveis
	4.000,00
	=
	10.000,00
	(-) Custos Fixos
	
	
	12.000,00
	(=) Lucro Líquido
	
	=
	6.000,00
	
	
	
	
Conciliação dos resultados apurados pelo custeio por absorção e pelo custeio variável
Segundo Alves (2013) os dois métodos são clássicos e amplamente praticados no meio empresarial, com restrição de que, para efeitos de tributação pelo fisco brasileiro, somente o Custeio por Absorção é aceito.
De acordo com Megliorini (2012) tanto o método do custeio por absorção como o método do custeio variável utilizam os mesmos dados referentes à produção e aos custos. Eles se diferenciam apenas no tratamento dados aos custos fixos.
Segundo Alves (2013) pode-se dizer que tanto um método quanto o outro apresentam suas vantagens e desvantagens, sendo difícil definir qual o melhor método entre eles.
	
	Vantagens
	Desvantagens
	Custeio por Absorção
	A permissão legal do Custeio por Absorção pela legislação comercial e pela legislação fiscal, inclusive para apresentação de demonstrações contábeis para o pagamento do imposto de renda, representa por sí só uma vantagem.
No Custeio por Absorção todos os custos são apropriados aos produtos e serviços; os custos variáveis de forma direta, e os fixos são absorvidos por cada produto por meio de rateios.
	A crítica que se faz ao Custeio por Absorção é que os custos fixos, independentemente de produção e venda, existem e terão de ser suportados pela empresa, razão pela qual os custos fixos devem ser encarados como gastos necessários para que a empresa tenha condições de produzir, e não como gastos de um produto específico. A adoção do Custeio por Absorção também não permite uma comparação em bases unitárias quando há alteração no volume de produção. 
	Custeio Variável
	Pode-se citar como vantagem no Custeio Variável que os custos dos produtos podem ser comparados em bases unitárias, independentemente do volume de produção. Também por este método os custos fixos, por se apresentarem separados nos relatórios e demonstrações, podem ser mais bem controlados, facilitando o tempo e o trabalho com a apresentação de informações e fornecimento de instrumentos de decisão dentro da empresa.
	Contrariam a utilização do Custeio Variável as argumentações de que, na prática, a separação de custos fixos e variáveis não é tão clara como parece.
Há também críticas em relação ao fato de que no Custeio Variável os custos fixos não são apropriados aos produtos, o que é totalmente contestável da nossa parte, os custos fixos não são provocados pela produção em si e não estão associados diretamente aos produtos e serviços, mas apenas necessários para dar ã empresa condições de produzir.
Padoveze (2009) salienta que, ao se alocar os custos indiretos fixos, tem-se uma forte probabilidade de distorcer as informações dos custos dos produtos. Com intuito de reduzir informações inadequadas, aponta a viabilidade da metodologia do custeamento por atividades (ABC).
Martins (2008, p.103) afirma que o método de custeio ABC “é uma ferramenta que permite melhor visualização dos custos através da análise das atividades executadas dentro da empresa e suas respectivas relações com os produtos”. 
Apesar do sistema ABC não atender às exigências fiscais, é uma ferramenta bastante precisa na mensuração dos custos por relacionar suas atividades aos produtos e recursos, porém, diante de sua complexidade, geralmente a sua utilização não é feita por empresas pequenas. Assim, cada método de custeio tem sua utilidade, seja ele por Absorção, que para efeitos fiscais é o que prevalece, Variável, ABC ou qualquer outro, porquanto depende do tipo de atividade e conveniência da empresa. 
No método de custeio baseado em atividade os custos inicialmente são atribuídos aos recursos, depois a atividade, depois aos produtos e por fim, faz-se o caminho contrário, calculando com base no consumo de recursos pelas atividades, o consumo das atividades por produtos. 
Maher (2001, p. 280) simplifica: “o custeio baseado em atividade baseia-se no conceito de que produtos consomem atividades e atividades consomem recursos”. 
Garrison, Noreen e Brewer (2011, p. 263) apresentam um modelo simplificado do custeio baseado em atividade que demonstra esse método, onde os objetos dependem da identificação das atividades que, por sua vez, são calculados com base no consumo de recursos, aos quais são de fato atribuídos valor (custo):
�
Figura 5 – ABC x Absorção
Figura 6 – Modelo de Custeio Baseado em Atividade
Fonte: Adaptado de Garrison, Noreen e Brewer (2011, p. 263)
Por Atividade entende-se, segundo Nakagawa (1994, p. 42), como: “um processo que combina, de forma adequada, pessoas, tecnologias, materiais, métodos e seu ambiente, tendo como objetivo a produção de produtos”, não sendo a produção entendida apenas como fabricação manufatureira e restrita a processos manuais ou mecânicos, mas também como produção de serviços. 
E recursos, neste caso, são artigos, objetos, elementos e afins utilizados para a ocorrência das atividades como, por exemplo, água, luz, instrumentos, pessoal, dentro outros. O relacionamento dessas partes se dá pela atribuição dos custos às atividades por meio de direcionadores, que servirão como guia para o cálculo do custo. 
Wensing et al. (2005, p. 3) separa os direcionadores de custos em dois tipos: direcionadores de recursos e direcionadores de atividades, e explica que “os direcionadores de recursos são aqueles que direcionam os recursos às atividades, e os direcionadores de atividades direcionam o custo das atividades aos objetos de custo”. 
Quanto à metodologia geral de implantação do ABC, Garrison, Noreen e Brewer (2011, p. 263) demonstram que envolve seis etapas adaptáveis: 
Identificar e definir atividades e acumuladores de custos de atividades. 
Sempre que possível, vincular custos gerais diretamente a atividades e objetos de custo.
Atribuir custos a acumuladores de custos de atividades. 
Calcular taxas de atividade. 
Atribuir custos a objetos de custo por meio do uso das taxas e das medidas de atividade.
Preparar relatórios gerenciais. 
Ao fim da implantação é possível obter o custo do produto ou serviço a partir do somatório dos custos de todas as atividades identificadas na etapa 1. 
Aprenda Mais
Leia o artigo “O custeio ABC e a contabilidade de ganhos na definição do mix de produção de uma metalúrgica”. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65132009000200009
Exercícios de Fixação
Questão 1
(ENADE 2012 - QUESTÃO 18) 
A Cia das Camisas pretende elaborar a Demonstração de Resultado do Exercício pelo Método do Custeamento por Absorção e pelo Custeamento Variável. Para isso, irá utilizar as informações a seguir. 
Preço de venda: R$ 20,00
Custos variáveis de produção: R$ 6,00
Custos variáveis comerciais (variam conforme unidades vendidas): R$ 2,00
Custos fixos: R$ 60.000,00 por mês
Volume mensal de produção: 30.000
Volume mensal de vendas: 20.000
Diante do exposto, o lucro mensal da Cia das Camisas pelo Custeamento por Absorção e pelo Custeamento Variável é igual a, respectivamente,
R$ 200 000,00 e R$ 180 000,00.
R$ 216 000,00 e R$ 236 000,00.
R$ 240 000,00 e R$ 180 000,00.
R$ 240 000,00 e R$ 220 000,00.
R$ 344 000,00 e R$ 234 000,00.
Preço de venda: R$ 20,00
Custos variáveis de produção: R$ 6,00
Custos variáveis comerciais: R$ 2,00
Custos fixos: R$ 60.000,00 por mês
Volume mensal de produção: 30.000
Volume mensal de vendas: 20.000
Resposta: alternativa a
Questão 2
Exame de Suficiência em Contabilidade – 24/04/2015
Uma determinada indústria iniciou suas atividades em fevereiro de 2015 e apresentou os seguintes dados, em 28.02.2015:
	Depreciação do Equipamento de Produção
	R$ 700,00
	Mão de Obra indireta
	R$ 9.400,00
	Custos Indiretos Consumidosna Fábrica
	R$ 12.530,00
	Estoque Final de Matérias-Primas
	R$ 15.600,00
	Mão de Obra Direta
	R$ 18.800,00
	Estoque Final de Produtos Acabados
	R$ 25.300,00
	Matérias-Primas Compradas
	R$ 37.600,00
Considerando o Custeio de Absorção e que não havia outros saldos, o valor da matéria-prima consumida no período é de:
R$ 15.600,00.
R$ 22.000,00.
R$ 37.600,00.
R$ 63.430,00.
Resposta: 
Valor da Matéria Prima Consumida
Consumo = Ei MP + Compras – Ef MP =
 0 + 37.600,00 – 15.600,00 = R$ 22.000,00
Então, a opção CORRETA da questão é a alternativa B.
Referências
ALVES, R. V. Contabilidade Gerencial, São Paulo: Atlas, 2013.
BORNIA, A. C. Analise Gerencial de Custos – Aplicação em Empresas Modernas. 2. Edição. São Paulo: Atlas, 2009.
BRUNI, Adriano Leal e Rubens Fama. Gestão de Custos e Formação do Preço de Venda. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
CARDOSO, R. L., et al. Contabilidade Gerencial: Mensuração, Monitoramento e Incentivos. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
CREPALDI; S. A. Contabilidade Gerencial: teoria e prática. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 10ª Edição. São Paulo: Atlas, 2010.
MEGLIORINI, Evandir. Custos: Análise e gestão. 3 ªed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012.
NEVES, Silvério das. VICECONTI, Paulo Eduardo. Contabilidade de custos: um enfoque direto e objetivo. 10.ª ed. rev. e ampl., São Paulo: Saraiva, 2010.
PADOVEZE, C.L. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de informação contábil. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2009.
�
Aula 3 – Métodos de formação de preços
Introdução 
Essa aula objetiva refletir sobre a importância de se conhecer e identificar que a formação de preço é um fator determinante para a sobrevivência da exploração da atividade da empresa.
Essa aula tem como objetivo:
Compreender a importância da análise da rentabilidade, margem e giro; 
Discutir os aspectos relativos à formação de mark-ups.
Custo mais margem
De acordo com Bruni e Famá (2009) nesse método, os preços são estabelecidos com base nos custos plenos ou integrais – custos totais de produção acrescidos das despesas de vendas, de administração e da margem de lucro desejada.
Exemplo:
A Vende Mais Ltda. produz e comercializa arranjos com flores ornamentais. Sabe-se que os custos com materiais diretos para cada arranjo comercializado são iguais a R$ 3,40. Os custos com MOD são aproximadamente iguais a R$ 2,20. Custos indiretos de fabricação são apropriados com base em 300% da MOD. Despesas administrativas, com vendas e fretes de entregas alcançam R$ 1,80. Se a empresa desejasse um lucro de R$ 1,20 por arranjo, qual deveria ser o preço praticado?
	Componente 
	Valor
	Observação
	MD
	3,40
	
	MOD
	2,20
	
	CIF
	6,60
	Calculando com base em 300% da MOD (300% x 2,20 = 6,60)
	CUSTO TOTAL
	12,20
	Soma das parcelas anteriores
	DESPESAS
	1,80
	
	GASTO TOTAL
	14,00
	Soma dos custos e despesas
	LUCRO DESEJADO
	1,20
	
	PREÇO A PRATICAR
	15,20
	Soma dos custos, despesas e lucro desejado
Custo-meta
Segundo Megliorini (2012, p. 232): a empresa deve calcular o custo do seu produto para se certificar de que ele não ultrapasse o custo resultante da equação P – L = C (preço – lucro = custo). 
Exemplo: 
Suponhamos que uma empresa esteja avaliando fabricar e vender o produto Y. Os proprietários da empresa determinam que o lucro deva corresponder a 20% do preço de venda. O preço de mercado desse produto é R$ 100,00. Assim, o custo que esse produto deverá alcançar será de:
	Preço de mercado
	R$ 100,00
	(-) Lucro definido pelos proprietários
	R$ 20,00
	(=) Custo máximo permitido
	R$ 80,00
Assim, o custo de R$ 80,00 é o valor máximo em que a empresa pode incorrer, tendo em vista que o preço de R$ 100,00 é definido pelo mercado, e o lucro, pelos proprietários. Tal custo, passa, portanto, a representar o custo-meta ou custo-alvo e deve ser definido antes que se comece a fabricar o produto, ainda na fase de desenvolvimento de projeto.
No entanto, se o custo estimado desse produto, calculado na fase de projeto, ultrapassar o limite (que é R$ 80,00), a empresa deverá reformular o projeto ou encontrar meios de reduzi-lo até atingir o valor determinado.
Mark-up multiplicador e divisor
Segundo Megliorini (2012, p. 232) na composição do mark-up, é necessário determinar:
Os percentuais das despesas de vendas e das despesas administrativas que podem ser obtidos, por exemplo, por meio da Demonstração de Resultados do Exercício (DRE) do ano anterior, relacionando-se os valores das despesas com a receita liquida de vendas;
O percentual de lucro desejado;
As alíquotas dos impostos para o produto ou serviço que está sendo precificado (ISS, ICMS, IPI), bem como as dos impostos incidentes sobre as receitas da empresa (PIS, Cofins). Como os impostos são definidos por legislação especifica, é preciso estar atendo às leis municipais, estaduais e federais no que se refere à alteração de alíquotas, novos impostos, critérios e cálculos etc.
Definindo o custo, o preço de venda pode ser calculado da seguinte forma:
Preço de venda = custo/Mark-up
Ou
Preço de venda – custo x Mark-up
A de marcação, os itens que se pretende incluir no preço de venda devem ser apresentados em percentuais 
De acordo com Ribeiro (2009) para o cálculo da taxa de marcação, os itens que se pretende incluir no preço de venda devem ser apresentados em percentuais em relação ao próprio preço de venda.
As duas modalidades de taxa de marcação, mark-up multiplicador e mark-up divisor, chagam ao mesmo resultado.
Exemplo: 
Vamos supor que uma empresa tenha, como base no seu controle interno, definido os seguintes valores para compor o preço de venda de uma unidade do produto X:
Custos variáveis, por unidade:
	Matéria-prima:
	R$ 10
	Materiais secundários:
	R$ 3
	Material de acondicionamento e embalagem:
	R$ 1
	Mão-de-obra direta:
	R$ 6
	Comissão a vendedores: 
	3% sobre o PV
	Tributos incidentes sobre vendas e sobre o lucro:
	22% sobre o PV
	Custos fixos:
	13% sobre o PV
	Despesas fixas:
	7% sobre o PV
	Margem de lucro desejada:
	15% sobre o PV
Inicialmente calcularemos taxa de marcação pela modalidade mark-up multiplicador.
	Fórmula do mark-up multiplicador. 
100/ (100 -% DV + % CF + % DF + % ML)
Desenvolvendo a formula, temos
Somatório dos percentuais de participação no preço de venda, de cada elemento, conforme interesse da empresa:
	Comissão a vendedores: 
	3% sobre o PV
	Tributos incidentes sobre vendas e sobre o lucro:
	22% sobre o PV
	Custos fixos:
	13% sobre o PV
	Despesas fixas:
	7% sobre o PV
	Margem de lucro desejada:
	15% sobre o PV
	Total 
	60 %
Subtrair de 100% o somatório dos percentuais apurado na letra “a”.
100% - 60% = 40%
Dividir 100 pelo resultado apurado na letra “b”
100% / 40% = 2.5
Esse resultado de 2.5 é o mark-up multiplicador.
Multiplicar o custo unitário pelo mark-up multiplicador para encontrar o preço de venda unitário: 
R$ 20,00 x 2.5 = R$ 50
Logo, o preço de venda unitário será de R$ 50.
Veja, agora, a apuração do preço de venda pelo mark-up divisor.
	Fórmula do mark-up divisor. 
1 – (% DV + % CF + % DF + % ML/100)
Desenvolvendo a formula, temos:
Somatório dos percentuais de participação no preço de venda, de cada elemento, conforme interesse da empresa:
	Comissão a vendedores: 
	3% sobre o PV
	Tributos incidentes sobre vendas e sobre o lucro:
	22% sobre o PV
	Custos fixos:
	13% sobre o PV
	Despesas fixas:
	7% sobre o PV
	Margem de lucro desejada:
	15% sobre o PV
	Total = 
	60 %
Dividir o somatório dos percentuais por 100.
60%/100% = 0.60
Subtrair de 1 o resultado apurado na letra “b”
1 – 0,60 = 0,40
O resultado obtido por essa operação foi 0,40, denomina-se mark-up divisor.
Dividiro custo unitário pelo mark-up divisor:
R$ 20,00 / 0,40 = R$ 50
Logo, o preço de venda unitário será de R$ 50.
Aprenda Mais
Leia sobre o artigo “Formação do preço de venda – Mark up”. Disponivel em: http://peritocontador.com.br/wp-content/uploads/2015/04/Katth-Kalry-Nascimento-de-Souza-Forma%C3%A7%C3%A3o-do-Pre%C3%A7o-de-Venda-Mark-Up.pdf
Exercícios de Fixação
Questão 1
A Fábrica de Sapatos Passo Macio possui os dados financeiros apresentados na tabela seguinte. Sabendo-se que o fornecedor concede um prazo de 30 dias para o pagamento das compras, o prazo médio de estocagem da empresa é de 60 dias e o prazo concedido, em média, aos clientes para o pagamento das vendas é de 45 dias, estime qual deveria ser o preço praticado pela empresa. Todos os gastos com MOD e CIFs são considerados como pagos, também, com prazo de 30 dias. O mark-up multiplicador desejado é igual a 3,50 e o custo do dinheiro no tempo para a empresa é estimado em 2% a.m. 
Componentes unitários: Matéria Prima: R$ 18,00; MOD: R$ 2,40 e CIFs diversos: R$ 3,10
Resposta:
Ignorando os prazos e o custo de oportunidade dos recursos da empresa, o valor à vista a ser cobrado seria igual à soma dos gastos apontados multiplicada pelo mark-up multiplicador. Em números (18,00 + 2,40 + 3,10) x 3,5 = R$ 82,25
Já que os gastos são pagos com 30 dias de prazo, o produto é estocado em média por 60 dias e os clientes pagam o produto com prazo de 45 dias, o ciclo financeiro da empresa é igual a:
-30 + 60 + 45 = 75 dias. Ou seja, a empresa financia suas operações por 75 dias. Calculando o valor futuro do valor presente anterior, seria possível obter o valor a ser cobrado: 
82,25 PV – CHS
2 – i
2,5 – n
FV <ENTER>
R$ 86,42
Questão 2
A Quero Mais Industria Ltda. Apresentou os dados financeiros relatados a seguir. Sabendo que a empresa deseja um lucro igual a 18% do preço de venda, estime: a) o Mark-up multiplicador da empresa, considerando que ele é aplicado sobre os custos variáveis. B) o preço praticado pela empresa.
	Mão de obra direta
	100,00
	Comissões
	3% do preço
	Matéria prima
	300,00
	Embalagem
	550,00
	Materiais secundários
	200,00
	Despesas administrativas
	15% do preço
Resposta:
Mark-up = 1 / (1-(18% + 3% + 15%) = 1,5625
Preço = 1,5625 x (100 + 300 + 550 + 200) = R$ 1.796,88
Referências
BRUNI, Adriano Leal e Rubens Fama. Gestão de Custos e Formação do Preço de Venda. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
CHING, H. Y. Contabilidade Gerencial – Novas práticas contábeis para a gestão de negócios. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
CREPALDI; S. A. Contabilidade Gerencial: teoria e prática. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
MEGLIORINI, Evandir. Custos: Análise e gestão. 3 ªed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade de Custos. São Paulo: Saraiva, 2009.
�
Aula 4 – Métodos de formação de preços
Introdução 
A formação do preço de venda dos produtos/mercadorias e serviços, é elemento essencial da gestão econômico-financeira e mercadológica das empresas, envolve inúmeros fatores em sua composição; entre eles se destacam: estrutura de custos; demanda (mercado); ação da concorrência; governo e objetivos pretendidos com o produto/mercadoria e serviço.
O sucesso empresarial poderia até não ser consequência direta da decisão acerca dos preços. Mas, um preço equivocado de um produto ou serviço certamente causara sua ruina.
Essa aula tem como objetivo:
Entender o processo associado a formação dos preços; 
Preço de venda à vista e a prazo
De acordo com Megliorini (2012) se considerarmos o custo unitário de R$ 50,00 para o produto X, calculado pelo método de custeio por absorção. O preço de venda à vista será:
	Utilizando o mark-up divisor:
	PV à vista = Custo / Mark-up
	PV à vista = R$ 50,00/0,4435
	PV à vista = R$ 112,74
	Utilizando o mark-up multiplicador:
	PV à vista = Custo x Mark-up
	PV à vista = R$ 50,00 x 2,25479
	PV à vista = R$ 112,74
Decompondo esse preço, temos:
	Preço de venda à vista
	$ 112,74
	(-) ICMS
	$ 20,29 (18% de $ 112,74)
	(-) PIS
	$ 0,73 (0,65% de $ 112,74)
	(-) Confins
	$ 3,38 (3% de $ 112,74)
	(=) PV sem impostos
	$ 88,34
	(-) Comissões sobre vendas
	$ 2,25 (2% de $ 112,74)
	(=) PV líquido
	$ 86,09
	(-) Custo
	$ 50,00
	(=) Margem de lucro bruto
	$ 36,09
	(-) Despesas de vendas
	$ 5,64 (5% de $ 112,74)
	(-) Despesas Administrativas
	$ 7,89 (7% de $ 112,74)
	(=) Lucro antes do IR
	$ 22,56 – este valor corresponde a 20% do PV
Já na definição do preço de venda a prazo Megliorini (2012, 239) diz que:
Quando a empresa concede ao cliente um prazo para efetuar o pagamento do produto, da mercadoria ou do serviço, acrescenta ao preço de venda à vista um custo financeiro, e essa situação se caracteriza como um financiamento ao cliente pelo prazo concedido.
Dessa forma, o custo financeiro deveria representar a remuneração de uma aplicação financeira, se a empresa financiasse o cliente com recursos próprios; a taxa de captação de recursos, em uma situação oposta; ou, então a taxa cobrada pelo marcado financeiro nas operações de desconto de duplicata.
Preço de venda a prazo com custo financeiro “por fora”
Ainda, utilizando o exemplo do produto X, cujo preço à vista foi calculado em R$ 112,74.
Para calcular o preço de venda a prazo, devemos considerar dois aspectos:
São concedidos ao cliente 30 dias para que ele efetue o pagamento; e 
O custo financeiro para essa operação é de 3% ao mês.
Por tanto, ao incluir o custo financeiro, é preciso recorrer à matemática financeira para proceder ao cálculo do montante, que consiste no valor principal acrescido de juros.
Conforme fórmula a seguir:
PV a prazo = PV à vista x (1 + i) n
Onde: 
i = taxa de juros
n = prazo de pagamento
No exemplo, temos:
PV a prazo = $112,74 x (1 + 0,03)1
PV a prazo = $ 116,12
Decompondo esse preço, temos:
	Preço de venda a prazo
	$ 116,12
	(-) Custo financeiro
	$ 3,38 (PV a prazo – PV à vista)
	(-) ICMS
	$ 20,90 (18% de $ 116,12)
	(-) PIS
	$ 0,75 (0,65% de $ 116,12)
	(-) Confins
	$ 3,48 (3% de $ 116,12)
	(=) PV sem impostos
	$ 87,61
	(-) Comissões sobre vendas
	$ 2,32 (2% de $ 116,12)
	(=) PV líquido
	$ 85,29
	(-) Custo
	$ 50,00
	(=) Margem de lucro bruto
	$ 35,29
	(-) Despesas de vendas
	$ 5,64 (5% de $ 112,74)
	(-) Despesas Administrativas
	$ 7,89 (7% de $ 112,74)
	(=) Lucro antes do IR
	$ 21,76
Nota-se com a adoção desse cálculo, tanto a margem de lucro bruto quanto o lucro foram reduzidos, se comparados ao cálculo do preço de venda à vista: eles passaram, respectivamente, de $ 36,09 para $ 35,29, e de $ 22,56 para $ 21,76.
Dessa forma, para preservar a margem de lucro bruto de $36,09 e o lucro antes do IR de $ 22,56, tem-se o cálculo do preço de venda a prazo com o custo financeiro “por dentro”. 
Preço de venda a prazo com o custo financeiro “por dentro” (mantendo-se o valor do lucro do peço de venda à vista)
Considerando os custos do produto X e a mesma margem de lucro bruto do preço de venda à vista, temos:
	Custo
	$ 50,00
	
	Margem de lucro bruto
	$ 36,09
	
	Receita de vendas
	100%
	
	
	
	
	ICMS
	18 %
	23,65% de impostos e taxas sobre vendas
	PIS
	0,65 %
	
	Cofins
	3,00 %
	
	Comissões sobre vendas 
	2,00 $
	
Nesse caso, para a composição do mark-up, consideramos os impostos e as taxas sobre vendas com a inclusão do custo financeiro pelo prazo de pagamento. No exemplo, a taxa de juros é 3% ao mês, e o prazo concedido ao cliente é de 30 dias. Recorrendo à matemática financeira, temos o percentual de juros conforme o prazo concedido:
J= <(1 + i) n – 1> x 100
J = <(1 + 0,03) 1 – 1> x 100
J = 3%
Mark-up divisor:
<100% - (23.65% + 3,00%)> /100% = 0,7335
Mark-up multiplicador
(1/ 0,7335) = 1,36332Utilizando o mark-up divisor, temos:
PV a prazo = (Custo + Margem de lucro bruto) / Mark-up
PV a prazo = ($ 50,00 + $ 36,09) / 0,7335
PV a prazo = $ 117,37
Utilizando o mark-up multiplicador, temos:
PV a prazo = (Custo + Margem de lucro bruto) X Mark-up
PV a prazo = ($ 50,00 + $ 36,09) X 1,36332
PV a prazo = $ 117,37
Decompondo esse preço, chegamos aos seguintes valores:
	Preço de venda a prazo
	$ 117,34
	(-) Custo financeiro
	$ 3,52 (3% de $ 117,34)
	(-) ICMS
	$ 21,12 (18% de $ 117,34)
	(-) PIS
	$ 0,76 (0,65% de $ 117,34)
	(-) Confins
	$ 3,52 (3% de $ 117,37)
	(=) PV sem impostos
	$ 88,42
	(-) Comissões sobre vendas
	$ 2,35 (2% de $ 117,37)
	(=) PV líquido
	$ 86,07
	(-) Custo
	$ 50,00
	(=) Margem de lucro bruto
	$ 36,07
	(-) Despesas de vendas
	$ 5,64 
	(-) Despesas Administrativas
	$ 7,89 
	(=) Lucro antes do IR
	$ 22,54
Pode-se notar que a formulação do preço de venda com o custo financeiro “por dentro” permite à empresa determinar um preço que lhe preserve o valor monetário do lucro do IR calculado para o preço de venda à vista. Assim, pode-se determinar o mark-up para o preço de venda a prazo calculando um fator que representa a variação entre o preço de venda a prazo de venda à vista.
Aprenda Mais
Leia sobre o artigo “Formação do preço de venda – Mark up”. Disponivel em: http://peritocontador.com.br/wp-content/uploads/2015/04/Katth-Kalry-Nascimento-de-Souza-Forma%C3%A7%C3%A3o-do-Pre%C3%A7o-de-Venda-Mark-Up.pdf
Exercícios de Fixação
Questão 1
Custos de transformação – Alguns gastos das Empresas Gato Angorá Ltda. Estão apresentados na tabela seguinte. Sabendo-se que a empresa fabrica um único produto, quais deveriam ser os preços de venda cobrados se: a) a empresa empregasse o método de fixação de preços com base no custo pleno, aplicando mark-up igual a 1,60 sobre o custo integral; b) a empresa aplicasse o método de fixação de preços com base no custo de transformação, acrescentando um percentual igual a 210%. A empresa sempre fabrica e vende 200 unidades por mês ou 2.400 unidades por ano.
	Gasto anual
	Valor ($)
	Mão de obra direta
	28.000,00
	Seguros da fábrica
	3.600,00
	Materiais diretos
	48.500,00
	Mão de obra indireta
	9.400,00
	Depreciação fabril
	6.100,00
Resposta:
	Gasto anual
	total
	Unitário
	Materiais diretos
	48.500,00
	20,21
	Mão de obra direta
	28.000,00
	11,67
	Seguros da fábrica
	3.600,00
	1,5
	Mão de obra indireta
	9.400,00
	3,92
	Depreciação fabril
	6.100,00
	2,54
	
	
	
	Custo total
	95.600,00
	39,83
	1,60 sobre custo integral
	152.960,00
	63,73
	
	
	
	Custo de transformação
	47.100,00
	19,63
	210% sobre custo de transformação
	146.010,00
	60,84
	
	
	
	Preço com mark-up 1,60 a)
	152.960,00
	63,73
	Custo de transformação
	47.100,00
	19,63
	
	
	
Questão 2
Determinada empresa gostaria de vender seus produtos com uma margem igual a 10%. Sabe-se que o custo variável da empresa é igual a R$ 540,00 por unidade. As demais taxas associadas ao preço são iguais a 40%, incluindo custos fixos, demais despesas e impostos. Pede-se: a) qual deveria ser o Mark-up multiplicador correspondente? B) Qual deveria ser o preço praticado?
Resolução:
Mark-up = 1 / (1-(40% + 10%) = 2,00
Preço = 2 x 540 = R$ 1.080,00
Resposta:
Referências
BRUNI, Adriano Leal e Rubens Fama. Gestão de Custos e Formação do Preço de Venda. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
CHING, H. Y. Contabilidade Gerencial – Novas práticas contábeis para a gestão de negócios. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
CREPALDI; S. A. Contabilidade Gerencial: teoria e prática. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
MEGLIORINI, Evandir. Custos: Análise e gestão. 3 ªed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade de Custos. São Paulo: Saraiva, 2009.
�
Aula 5. Tributos diretos e indiretos 
Introdução 
A fixação do preço de venda das mercadorias ou produtos é uma tarefa complexa, onde diversos fatores tendem a influenciar a sua determinação. Nesse contexto o custo de aquisição ou produção é uma variável que desempenha importante papel uma vez que, em condições normais, o produto não deve ser vendido por um valor que esteja abaixo do preço de custo. 
Para que o preço de venda seja fixado por um valor superior ao de seu custo de aquisição ou produção, a empresa deverá transferir para o consumidor o ônus da incidência dos tributos sobre o faturamento e o lucro da empresa. 
Assim, essa aula tem como objetivo
Distinguir impostos cumulativos e não cumulativos; 
Aprender a considerar créditos e débitos fiscais; 
Saber calcular impostos por dentro e por fora; 
Compreender o processo de composição de notas fiscais com impostos.
Proporcionar aos participantes conhecimentos relacionados aos tributos indiretos no que diz respeito ao impacto do ICMS, IPI, PIS, COFINS e ISS na formação do preço de venda.
Impostos cumulativos e não cumulativos; 
O art. 3º CTN traz o que chamamos de definição legal de tributo. É um conceito criticado por muitos autores.
	Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Por prestação entendemos obrigação. 
Pecuniária significa em dinheiro.
Compulsória no sentido de que há uma imposição pela lei e a vontade das partes não é prestigiada.
Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: a obrigação tributária, originariamente nascida em dinheiro, poderia ser satisfeita não apenas em dinheiro, mas também em alguma coisa que tenha valor, como a prestação de um serviço ou a entrega de uma mercadoria.
Que não constitua sanção de ato ilícito: o tributo deve ser exercido tão somente em relação a atos/fatos lícitos.
Instituída em lei: se é uma prestação compulsória, logo ela deve ter sido instituída por lei.
Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
IMPOSTO CUMULATIVO – Diz-se de um imposto ou tributo que incide em todas as etapas intermediárias dos processos produtivo e/ou de comercialização de determinado bem, inclusive sobre o próprio imposto/tributo anteriormente pago, da origem até o consumidor final, influindo na composição de seu custo e, em consequência, na fixação de seu preço de venda.
IMPOSTO NÃO-CUMULATIVO – Diz-se do imposto/tributo que, na etapa subsequente dos processos produtivos e/ou de comercialização, não incide sobre o mesmo imposto/tributo pago/recolhido na etapa anterior. Exemplos: IPI e ICMS.
Talvez em palavras mais simples, significa que quando no regime cumulativo, não há a compensação de valores desse imposto já pago em algum processo anterior de industrialização ou comercialização.
Por exemplo, se a empresa é do Lucro Presumido, o PIS do Faturamento e a Cofins, quando de seu cálculo, não há credito algum para dedução desses impostos. 
Sempre as alíquotas serão para o PIS 0,65% e para a Cofins 3,00%. 
Nesse caso específico a empresa do Lucro Presumido é "Cumulativo".
Já se a empresa for do Lucro Real, ela terá como creditar os valores desses impostos já pagos na etapas anteriores da circulação, inclusive de PIS e Cofins pagos na importação, o que não é permitido para a empresa do Lucro Presumido. Então, a empresa do Lucro Real – "Não Cumulativo", terá créditos desses impostos e só depois ela aplicará sobre a base de cálculo, as alíquotas específicas, para cada imposto, sendo que neste caso, o PIS Faturamento será de 1,65% e a Cofins 7,6%.
Créditos e débitos fiscais
O conceito de crédito fiscal tem várias acepções, em geral vinculadas aos vários países. Pode fazer referência, por exemplo, à possibilidade de uma empresa reduzir os impostos que paga no seu país através daqueles que pagou a um governo estrangeiro por alguma operação de comérciointernacional.
Por outro lado, o crédito fiscal é o montante que uma empresa pagou a título de impostos ao adquirir um produto ou um bem podendo ser deduzido junto do Estado no momento de realizar uma revenda. Por exemplo: uma loja compra um leitor de DVD e paga 125 euros pelo mesmo, dos quais 25 correspondem a impostos. No dia seguinte, o comerciante vende esse mesmo equipamento a um consumidor final por 250 euros (50 correspondentes a impostos). Na hora de pagar as suas contribuições ao Estado, o comerciante terá de pagar 25 euros de impostos por essas transações, já que os 25 restantes podem ser considerados para efeitos de crédito fiscal por se tratar de uma compra original.
Por outras palavras, pode-se dizer que o crédito fiscal é uma quantia de dinheiro a favor do contribuinte, isto é, uma dedução fiscal. Na hora de determinar a obrigação tributária, o contribuinte pode deduzi-lo do débito fiscal (a sua dívida) para calcular o montante que deve pagar ao Estado.
O governo pode instrumentar diferentes programas para usufruir do crédito fiscal (que, em todo o caso, será uma quantia de dinheiro a favor do contribuinte, seja este uma empresa ou uma pessoa). Existem planos através dos quais o contribuinte pode usar o crédito fiscal para pagar sessões de formação; neste caso, o dinheiro volta para o Estado, mas o contribuinte recebe mais serviços.
Débito fiscal - Débito em que o contribuinte, deixando de pagar tributo na época certa na Fazenda Pública o contribuinte passa a ser inscrito como devedor desta.
Cálculo dos impostos por dentro e por fora
Chama-se “imposto por dentro” àquele cujo valor imputado ao contribuinte compõe sua própria base de cálculo. Quando isto não acontece, tem-se o chamado “imposto por fora”. O ICMS é um exemplo do 1º caso, enquanto o IPI faz parte do 2º grupo. Para exemplificar vamos imaginar uma mercadoria saída de uma indústria, cuja composição final de custos foi de R$ 50,00 por unidade:
1º caso – imposto por fora (a exemplo do IPI) 
Preço de custo sem imposto = 50,00 
Lucro desejável = 10,00 (20%) 
Preço do produto sem imposto = 60,00 (base de cálculo para o imposto) imposto (alíquota 17%) = 10,20
Preço final de venda = 70,20
2º caso – imposto por dentro (a exemplo do ICMS) 
Preço final de venda = 70,20 (base de cálculo para o imposto) 
Imposto (alíquota.17%) = 11,93 
Preço do produto sem imposto = 58,27 (70,20 – 11,93) 
Preço de custo sem imposto = 50,00 lucro = 8,27 (16,54% = 100*8,27/50)
Assim, para que se mantenha a mesma margem de lucro (20%) ter-se-á que fazer a seguinte operação matemática, no caso do imposto por dentro: 
Sejam: PP o preço do produto sem imposto BC a base de cálculo para o imposto (alíquota = 17% = 17/100 = 0,17)
PP + 0,17*BC = BC 
BC – 0,17*BC = PP 
0,83*BC = PP 
BC = PP/0,83 = 1,2048*PP = PP + 20,48%*PP
Ou seja, a nova composição assim ficaria: preço de custo sem imposto = 50,00 lucro desejável = 10,00 (20%) preço do produto sem imposto = 60,00 preço final de venda = 72,29 (PP + 20,48% = BC para o imposto) imposto (alíquota 17%) = 12,29. Pelo demonstrado, pode-se afirmar que o produto em questão foi efetivamente tributado em 20,48% e não em 17%. A alíquota real foi, portanto, 20,47% maior que a nominal (1 – 20,48%/17%)*100%. O produto encareceu 2,98%- (1 - 72,29/70,20)*100.
Outra forma (de mais fácil compreensão) demonstra as diferenças entre um e outro modo de tributação é a seguinte (simulações com diversas alíquotas, e com imposto por dentro): 
a) 
Preço final de venda (BC) = 100,00 
Imposto por dentro (alíquota 17%) = 17,00 
Preço sem imposto = 83,00 a
Alíquota c/ imposto por fora = 20,48% (17,00/83,00)*100
O incremento de alíquota do imposto por dentro em relação ao por fora é de 20,47%, e o produto ficou mais caro em 2,98%, já que o preço final seria 97,11 no caso de imposto por fora (83,00*1,17).
b) 
Preço final de venda (BC) = 100,00 
Imposto por dentro (alíquota. 7%) = 7,00 
Preço sem imposto = 93,00 
Alíquota com imposto por fora = 7,53% (7,00/93,00)*100 
O incremento de alíquota do imposto por dentro em relação ao por fora é de 7,58%, e o produto ficou mais caro em 0,49%, seguindo o mesmo raciocínio anterior. 
c)
Preço final de venda (BC) = 100,00
Imposto por dentro (alíquota 25%) = 25,00
Preço sem imposto = 75,00
Alíquota com imposto por fora = 33,33% (25,00/75,00)*100 6 
O incremento de alíquota do imposto por dentro em relação ao por fora é de 32,00%, e o produto ficou mais caro em 6,67%, na forma já mostrada.
Compreender o processo de composição de notas fiscais com impostos.
ICMS
O ICMS é um imposto de competência estadual o qual incide sobre a circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços é considerado um imposto por dentro, o que quer dizer que o seu valor está incluso no valor das mercadorias. 
Se comprarmos uma mercadoria no valor de R$ 100,00, com ICMS incidente sobre a alíquota de 18%, isso significa dizer que o custo da mercadoria é de 82.00 e o ICMS é de 18,00. Nesse caso, o total da Nota Fiscal é de 100,00.
É um imposto não cumulativo, o valor incidente em uma operação (compra) será compensado do valor incidente sobre a operação subsequente (venda).
De acordo com Iudícibus et al (2010) o ICMS incide sobre a circulação de mercadorias, que como regra incide nas suas compras e vendas. O ICMS está incluído no custo das compras e integra o valor das vendas. E a empresa comercial recolhe ao tesouro estadual a diferença entre ambas as operações em cada mês.
Segundo Iudícibus et al (2011): vale ressaltar que a incidência tributária não é por Regime de Competência: portanto, não é sobre Receita de Vendas diminuídas do Custo da Mercadoria Vendida, mas sobre as Receitas de Vendas diminuídas das Compras. Dessa forma, deve-se ter um especial cuidado para que a contabilização desse tributo não interfira na apuração do resultado contábil feita com base na Competência dos Exercícios.
De acordo com Ribeiro (2009) o ICMS é considerado um imposto por dentro, ou seja, integra a sua base de cálculo. O valor da base de cálculo será o valor da venda da mercadoria ou a prestação dos serviços, a importação e as transferências. Excluem-se da base de cálculo o IPI (somente quando a operação realizar-se entre contribuintes e cuja destinação do produto for para comercialização ou industrialização); descontos incondicionais; acréscimos financeiros.
Exemplo:
Determinada empresa comercial no mês de agosto realiza as seguintes operações:
Compra de R$ 100.000 em mercadorias;
Desse montante, 70% sejam vendidas, constituindo o Custo das Mercadorias Vendidas de R$ 70.000;
Restando R$ 30.000 em estoques;
Admitamos um ICMS de 18% sobre essas compras, o que significa que há R$ 18.000 desse tributo contidos dentro dos R$ 100.000 das compras do mês;
As mercadorias vendidas (com o custo de R$ 70.000) são negociadas por R$ 90.000, com incidência de ICMS de 18% também sobre esse valor (o que significa que, dentro desses R$ 90.000 estão contidos R$ 16.200 a título de ICMS).
Portanto, quanto de ICMS a empresa terá que recolher?
Pela nossa legislação, a empresa precisará recolher a diferença entre o ICMS nas vendas e o ICMS nas compras, se o primeiro valor exceder o segundo (se ocorrer o contrário será gerado o direito de compensar esse excesso no mês seguinte):
	ICMS nas vendas: 18% x 90.000
	R$ 16.200
	(-) ICMS nas compras: 18% x 100.000
	R$ (18.000) 
	ICMS sobre as operações do mês = 
	R$ (1.800)
Segundo Ribeiro (2009): a contabilização do ICMS torna-se muito simples a partir do momento em que passa a conhecer o mecanismo que envolve a sua incidência nas operações de compras e vendas de mercadorias.
O autor coloca que os direitos relativos ao ICMS originados pelas compras e as obrigações geradas pelas vendas são contabilizadas em uma única intitulada como: Conta Corrente ICMS, ICMS a recuperar, ICMS a compensar ou outra semelhante. 
Segue abaixo exemplo para demonstrar

Continue navegando