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Estética Geral
Leonardo Celuque
Identificando os fenômenos da verdade, do bem e do belo como questões fundamentais do pensamento, o estudo da filosofia, desde os seus primórdios na Grécia, concentrou-se em três áreas que serão posteriormente chamadas de metafísica (ou teoria do conhecimento), ética e estética, respectivamente. A estética é o pensamento filosófico que estuda a arte e o belo. 
A Estética estuda o julgamento e a percepção do que é considerado belo, a produção das emoções pelos fenômenos estéticos, bem como as diferentes formas de arte e do trabalho artístico; a idéia de obra de arte e de criação; a relação entre matérias e formas nas artes. 
Podemos remontar o primeiro passo deste pensamento ao momento em que Sócrates pergunta ao pintor Parrásio "O que é pintura?"
Platão entendeu que os objetos incorporavam uma proporção, harmonia, e união, buscou entender estes critérios.
O belo para Platão estava no plano do ideal, mais propriamente a idéia do belo em si, era colocada por ele como absoluto e eterno, não dependeria dos objetos, ou seja, da materialidade, era a própria idéia de perfeição, estava plenamente completo, restando ao mundo sensível apenas a imitação ou a cópia desta beleza perfeita.
Platão dissociava o belo do mundo sensível, sua existência ficava confinada ao mundo das idéias, associando-se ao bem, a verdade, ao imutável e a perfeição.
Aristóteles
Aristóteles concebeu o belo a partir da realidade sensível, deixando este de ser algo abstrato para se tornar concreto.
Para ele, o belo materializa-se, a beleza no pensamento aristotélico já não era imutável, nem eterna, podendo evoluir.
 Aristóteles dará o primeiro passo para a ruptura do belo associado à idéia de perfeição, trará o belo para a esfera do mundo, colocando a criação artística no domínio humano, já não mais separado do homem mas intrínseco a ele.
Aristóteles é o primeiro pensador a escrever uma obra acerca da questão da arte. Sua tese fundamental, de que a arte imita a natureza, tornou-se um paradigma para todo o pensamento estético ocidental.
O belo aristotélico seguirá critérios de simetria, composição, ordenação, proposição, equilíbrio.
Aristóteles rompe a idéia de beleza como algo transcendente ao homem: é somente no homem que se pode buscar o ideal. E esta busca não pode ser alheia à inteligência, à razão, pois toda concepção de beleza encerra um juízo – um julgamento implícito – que só pode se dar através da inteligência. 
Para Aristóteles toda percepção da beleza exige a participação dos sentidos com o intelecto. 
As concepções do belo de Aristóteles ficam por um longo período esquecidas, sendo somente retomadas ao final da Idade Média.
IDADE MÉDIA
Durante a Idade média, o cristianismo, difundiu uma concepção de beleza que se fundamentava na identificação de Deus com a beleza, o bem e a verdade.
Podemos destacar 2 dos mais importantes nomes de seguidores desta idéia: Santo Agostinho e S. Tomás de Aquino.
Santo Agostinho: concebia a beleza como a harmonia do todo. A beleza do mundo não era mais do que o reflexo da suprema beleza de Deus, onde tudo emana. 
A partir da beleza das coisas poderíamos chegar à beleza suprema.
Arte Românica
Arte Gótica
A partir do século XIII , começa a desenvolver-se um estética da luz, que terá  no gótico a sua expressão artística.
S. Tomás de Aquino: Identificava a beleza com o Bem. As coisas belas deveriam de possuir 3 características: perfeição, harmonia e luminosidade.
São Tomás de Aquino
 As coisas belas possuem três características ou condições fundamentais: a) Integridade ou perfeição (o inacabado ou fragmentário é feio); 
São Tomás de Aquino
b) a proporção ou harmonia (a congruência das partes); 
São Tomás de Aquino
c) a claridade ou luminosidade. 
Como em Santo Agostinho, a beleza perfeita identifica-se com Deus.
A Catedral Gótica
Características gerais
Verticalismo dos edifícios substitui o horizontalismo do Românico; 
Paredes mais leves e finas; 
Contrafortes em menor número; 
Janelas predominantes; 
Torres ornadas por rosáceas; 
Utilização do arco de volta quebrada; 
Consolidação dos arcos feita por abóbadas de arcos cruzados ou de ogivas; 
Nas torres (principalmente nas torres sineiras) os telhados são em forma de pirâmide. 
Renascimento
 O Renascimento 
 Durante a Idade Média européia, as pinturas e esculturas tendiam a focalizar a religião, mais especialmente o Cristianismo. À medida que a Renascença emerge, porém, o foco dos artistas descola-se para o passado clássico, buscando influências na Grécia e Roma antigas, levando a profundas mudanças tanto nos aspectos técnicos quanto nos motivos e temáticas da pintura e escultura. 
No Renascimento os artistas adquirem a dimensão de verdadeiros criadores e começa-se a desenvolver uma concepção elitista da obra de arte. Entre as novas idéias estéticas que então se desenvolvem podemos destacar as seguintes:
1º- Relativismo estético; 2º- A beleza ligada à simbologia geométrica e aos números, inspirada no pitagorismo e neoplatonismo; 3º- Estabeleceram-se normas e regras fixas para a produção e apreciação de arte.
A Obra Prima
No Renascimento (séculos XV só em Itália, e XVI em toda a Europa), os artistas adquirem a dimensão de verdadeiros criadores. Os génios têm o poder de criar obras únicas, irrepetíveis. Começa a desenvolver-se uma concepção elitista da obra da obra de arte: a verdadeira arte é aquela que foi criada unicamente para o nosso deleite estético, e não possui qualquer utilidade. Entre as novas idéias estéticas que então se desenvolvem são de destacar as seguintes:
a ) Difusão de concepções relativistas sobre a beleza. O belo deixa de ser visto como algo em si, para ser encarado como algo que varia de país para país, ou conforme o estatuto social dos indivíduos. Surge o conceito de "gosto".
b) Difusão de uma concepção misteriosa da beleza, ligada à simbologia das formas geométricas e aos números, inspirada no pitagorismo e neoplatonismo.
c) Difusão de uma interpretação normativa da estética aristotélica. Estabelecem-se regras e padrões fixos para a produção e a apreciação da arte. 
Renascimento ou Renascença
Os pintores, então, passam a aumentar o realismo de seus trabalhos usando as novas técnicas da perspectiva (recém-redescoberta e bastante desenvolvida), representando mais autenticamente as três dimensões
Masolino’s
Renascimento ou Renascença
 
Os escultores, também, redescobriram muitas técnicas antigas como o contrapposto.
Renascimento ou Renascença
Seguindo o espírito humanista do período, a arte tornou-se mais laica em suas temáticas, buscando motivos na mitologia clássica em adição aos temas cristãos. Este gênero de arte costuma ser chamado de classicismo renascentista. Os três mais influentes artistas renascentistas são Leonardo da Vinci, Michelangelo Buonarroti e Rafael Sânzio, pertencentes à Renascença italiana.
Rafael Sanzio
Rafael Sanzio
Movimento Anti-Renascentista ou Maneirismo 
O Maneirismo ou Anti-Renascimento foi uma fase datada como a transição do Renascimento para o Barroco. Alguns historiadores preferem ver o Maneirismo não como uma fase mas sim como um estilo de arte; seu início é evidente quando o Renascimento entra em decadência. 
Palladio
Barroco 
O Barroco é marcado por um intenso dramatismo, pela exuberância das formas, pelas expressões teatrais e pelo movimento. Na Itália, destacou-se o trabalho de Bernini. 
Bernini
Gian Lorenzo Bernini (Nápoles, 7 de Dezembro de 1598 – Roma, 28 de Novembro de 1680) foi um eminente artista do barroco italiano, trabalhando principalmente na cidade de Roma. Distinguiu-se como escultor e arquiteto, ainda que tivesse sido pintor, desenhista, cenógrafo e criador de espectáculos de pirotecnia. Esculpiu numerosas obras de arte presentes até os dias atuais em Roma e no Vaticano. 
Bernini
Renascimento
 Maneirismo
Na segunda metade do séc. XVIII, a sociedadeeuropéia atravessa uma profunda convulsão. O começo da revolução industrial, a guerra da independência Americana e a revolução Francesa, criaram um clima propício ao aparecimento de novas idéias. 
Jacques Louis David
O Neoclassicismo foi o principal movimento artístico deste período, inspirado na Grécia antiga e Roma. 
A arte neoclássica foi usada de forma propagandística durante a revolução Francesa e no Império napoleônico. É neste contexto que o conceito de estética passa a se entendido como teoria do gosto.
Jacques Louis David
Jacques Louis David
Jacques Louis David
Neoclassicismo
Caracteriza-se formalmente pela preferência pelo linear e o simétrico, e por superfícies arquitetônicas lisas. 
Neoclassicismo
Surgiu na Itália e floresceu na França e na Inglaterra, por volta de 1750, sob a influência do arquiteto Palladio (palladianismo). Estendeu-se para o resto dos países europeus e a América do Norte, chegando ao apogeu em 1830.  Inspirado nas formas greco-romanas, renunciou às formas do barroco (que não tinha tido grande repercussão na França e na Inglaterra)  revivendo os princípios estéticos da antiguidade clássica. 
Palladio
Palladio La Rotonda
La Rotonda
Pórtico de uma das fachadas. 
La Rotonda
Pormenor de uma coluna com capitel Jónico 
La Rotonda
Nicos Hadjinicolaou, historiador de arte, referiu-se a esta pintura como a ideologia imagética do directório. A figura está reclinada sobre uma lit de repos executada por Georges Jacob 
Madame de Verninac por Jacques-Louis David, 1799, Cadeira em estilo diretório e indumentária de inspiração clássica (idealização).
Ingres
Ainda no século XVIII, Baumgarten vai inaugurar oficialmente a disciplina filosófica "estética", com a publicação de seu livro Estética ou teoria das artes liberais, conceituando-a como "ciência do belo e da arte". 
Baumgarten não é o fundador da estética como ciência, mas o termo por ele introduzido no campo filosófico respondia às necessidades da investigação nesta esfera do saber, e alcançou ampla difusão. 
Em seu trabalho introduziu pela primeira vez o termo "estética", com o qual designou a ciência que trata do conhecimento sensorial que chega à apreensão do belo e se expressa nas imagens da arte, em contraposição à lógica como ciência do saber cognitivo. 
Neoclassicismo
Neoclassicismo
Kant
Kant consolida a tripartição da investigação ontológica, o que cria a estética como uma área determinada do estudo da filosofia, elaborando o seu sistema crítico através de três obras, de acordo com os três domínios da questão do ser: a Crítica da Razão pura, que trata da verdade, a Crítica da Razão prática, cuja questão é o bem, e a Crítica da faculdade do juízo, que investiga a experiência estética do belo como atitude contemplativa, desinteressada e não conceitual, das faculdades humanas. 
Para Kant, a estética é uma capacidade de fruição intimamente relacionada a outras capacidades do ser humano, sem depender, necessariamente, da aquisição de conhecimento, ou seja: para contemplar o belo, o sujeito não se vale das faculdades do conhecimento. Na percepção do objeto, o sujeito abarca a plenitude de suas características e não as características isoladas. 
GUSTO es la facultad de juzgar un objeto o una representación mediante una satisfacción o un descontento, sin interés alguno. El objeto de semejante satisfacción llámase bello.
Immanuel Kant, Crítica del Juicio.
Para o idealismo alemão de Schelling e Hegel, a arte é instância em que o espírito, tornando-se consciente de seus próprios interesses, desperta para a sua vontade de absoluto. A arte constitui a primeira etapa da dialética que, juntamente com a religião e a filosofia, compõe os três momentos da auto-superação do espírito em busca do absoluto. Friedrich Nietzsche pensa a arte como estimulante vital, tônico contra o pessimismo da decadência platônico-cristã: "Temos a arte para não perecermos da verdade". 
 Em O nascimento da tragédia, Nietzsche compreende a arte como uma composição de dois instintos da natureza, o apolínio e o dionisíaco, sendo a tragédia uma arte que nasce no equilíbrio da tensão harmônica entre estes dois instintos fundamentais. Apesar de em Nietzsche não encontrarmos mais uma divisão de seu pensamento nas três áreas da investigação filosófica, é Heidegger que rompe definitivamente com a tripartição da questão ontológica, determinando a arte, em sua obra Origem da obra de arte, como o "Pôr-se em obra da verdade" e, assim, conduzindo o problema da arte para a questão da verdade, e não para a do belo, conforme os tradicionais estudos da estética.
REFERÊNCIAS 
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Campbell, Joseph. Para Viver os Mitos.S.Paulo:Cultrix, 1997
Chauí, Marilena. Convite à filosofia. 12a ed. S. Paulo: Ática, 1999
Maffessoli, Michel. O Ritmo da Vida: Variações Sobre o Imaginário Pós-Moderno. Rio de Janeiro: Record, 2007
Aristóteles.Os Pensadores. Rio de Janeiro: Nova Cultural, 2000. 
Durant, Will. A Historia da Filosofia. Rio de Janeiro: Editora Nova Cultural, 2000.
Magee, Bryan. História da Filosofia.São Paulo: Edições Loyola, 2000.
Oliveira, Manfredo.Correntes Fundamentais da Ética Contemporânea. Rio de Janeiro: Vozes.2000.
Platão.Os Pensadores. Rio de Janeiro: Nova Cultural, 2000..
Santos, Theobaldo. Manual de Filosofia. São Paulo:Companhia Ed. Nacional,1964.
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www.usacitydirectories.com/travelamerica 
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www.wunderground.com/wximage/viewsingleimage
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COMPLEMENTAR
CLARK, John. Dinheiro ou sua Vida? Ed. Fundamentos. 2003
blogfernandomesquita.blogspot.com/2009_09_01
http://www.podgallery.com/images/gallery/10092A.jpg em 15 05 2010

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