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Dieta rica em gordura e alterações metabólicas

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Dieta Rica em Gordura, alterações na microbiota e risco 
cardiometabólico 
Estudo randomizado controlado conduzido por Wan teve como objetivo investigar se dietas 
com conteúdo diferente de gordura poderia alterar a microbiota intestinal e o perfil 
metabolomico fecal e determinar a relação destas alterações com fatores de risco 
cardiometabólicos em adultos saudáveis. 
Foram selecionados 217 participantes com IMC <28kg/m² (critério chinês de obesidade) que 
foram divididos em três grupos diferentes. No grupo que recebeu dieta baixa em gorduras 
(DBG), a distribuição calórica foi de 20% de lipídeos e 66% de carboidratos; já no grupo 
moderado em gorduras (DMG) as porcentagens calóricas foram 30% de lipídeos e 56% de 
carboidratos e no grupo dieta rica em gordura (DRG) os participantes receberam 40% de 
lipídeos e 46% de carboidratos. Foi calculado 14% de proteínas e 14g de fibras nas dietas 
de todos os grupos. Todos os alimentos foram fornecidos durante os 6 meses de 
intervenção, e os pacientes completaram diários alimentares com tudo que consumiram. Foi 
analisada a microbiota, o perfil metabolômico fecal, marcadores inflamatórios e outros 
marcadores sanguíneos nos diferentes grupos, através de amostras fecais e de sangue 
fornecidas no início e no final do estudo. A análise metabolômica fecal foi realizada através 
de sequenciamento de rRNA. 
Após 6 meses de intervenção, todos os grupos perderam peso e essa perda foi maior no 
grupo com dieta baixa em gorduras, assim como a redução de circunferência da cintura, 
colesterol total, HDL, LDL. A diversidade de comunidade aumentou significativamente no 
grupo DBG em relação ao grupo DRG (p=0,03). No grupo DRG 
os Bacteroidetes aumentaram e os Firmicutes diminuíram após intervenção (p<0,001). A 
razão Firmicutes/Bacteroidetes reduziu significativamente após intervenção nos grupos 
DMG e DRG (p=0,004 e p<0,001, respectivamente). Em comparação a DBG, a DRG 
aumentou a abundância de Bacteroidetes e reduziu a de Firmicutes, significativamente 
(p<0,01). A DBG foi associada ao aumento das concentrações de Blautia (p=0,007) 
e Faecalibacterium (p=0,04), enquanto a DRG foi associada ao aumentou das 
concentrações de Alistipes e Bacteroides (p<0,01), e diminuição de Faecalibacterium . 
Maior concentração de Blautia se associou negativamente com as mudanças no colesterol, 
LDL e HDL (p<0,001), enquanto maiores concentrações de Bacteroidetes se associou 
positivamente (p<0,001) à essas alterações. A análise de metabólitos fecais mostrou 
redução de p-cresol e indol (associados à distírbios metabólicos) e aumento de ácido 3-indol 
propiônico e ácido butírico no grupo DBG; e diminuição de ácidos graxos de cadeia curta, e 
aumento de ácido araquidônico no grupo DRG. As concentrações de PCR estavam 
significantemente aumentada na DRG em relação a DMG (p<0,001) e a DBG (p<0,001). As 
concentrações de tromboxanos estavam aumentadas na DRG em relação a DBG (p=0,02), 
enquanto leucotrienos e prostaglandinas estavam significativamente reduzidos na DBG em 
relação a DMG (pp=0,003) e DRG (p<0,001). 
Com isso, os autores concluiram que em comparação à dieta com baixo teor de gordura, o 
consumo de dieta rica em gordura parece causar alterações desfavoráveis na microbiota 
intestinal, nas concentrações de metabólicos fecais e fatores pró-inflamatórios em adultos 
jovens saudáveis, o que pode conferir consequências para de saúde a longo prazo. 
Wan Y, et al. Effects of dietary fat on gut microbiota and faecal metabolites, and their 
relationship with cardiometabolic risk factors: a 6-month randomised controlled-
feeding trial. Gut 2019;0:1–13. 
FONTE: http://nutritotal.com.br/pro/dieta-rica-em-gordura-alteracoes-na-microbiota-e-
risco-cardiometabolico/

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