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Nutrição Da Gestação à Infância

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Copyright © 2017
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste texto de publica-
ção pode ser carregada ou postada on-line sem a prévia autorização 
da editora ou coordenadores do projeto. Qualquer forma de reprodu-
ção, distribuição, comunicação pública ou transformação desta obra 
só pode ser realizada com a autorização expressa de seus titulares, 
salvo exceção prevista pela lei.
• Apresentação
Estamos cercados de informações de como devemos nos alimentar 
e de como devemos alimentar nossos filhos: “isso pode, isso não pode, 
isso faz mal, meu filho come desde sempre e nunca teve problema”. 
São muitas as informações e nem sempre sabemos se são confiáveis.
Acreditamos que como mãe ou pai, você não tenha tanto tempo 
disponível para buscar essas informações, você precisa dar banho, co-
locar para dormir, levar à escola, ao futebol, ainda tem os serviços da 
casa, o trabalho, a fila do banco... São tantas coisas que às vezes não 
sobra tempo para pesquisar se esse ou aquele alimento é bom ou não 
para a saúde do seu filho.
Pensando na sua vida atarefada e principalmente na saúde dos 
pequenos, resolvemos juntar nesse e-book algumas informações bá-
sicas e muitíssimo importantes que vão te ajudar nesse processo. Para 
a elaboração desse material, contamos com a ajuda de profissionais de 
saúde e estudantes de nutrição. Além da Nutrição em si, abordaremos 
assuntos que fazem parte desse universo novo que é cuidar de uma 
criança como os primeiros cuidados com o recém-nascido, com os 
primeiros dentinhos, depressão pós parto, alimentação para crianças 
especiais, entre outros.
Montamos esse material de linguagem fácil e tentaremos explicar 
da forma mais simples como algumas escolhas certas podem evitar 
vários problemas de saúde futuramente.
Esperamos que você goste do conteúdo e que de alguma forma 
consigamos ajudar você e sua família a terem uma vida mais saudável.
– Nathieli Lima e Lucas Guimarães.
Tìtulo:
Nutrição: da Gestação à Infância
Coordenadores:
Nathieli Lima
Lucas Guimarães
Projeto Gráfico, Capa e Diagramação: 
Matheus Matos
Designer Gráfico: 
Matheus Matos
mathr.matos@gmail.com
Revisão: 
Samara Fernandes
fernandes.samara.unb@gmail.com
ISBN: 
978-85-913928-5-8
Editora:
Editora JRG
editorajrg.com
• Sumário
• Sobre os Autores........................................................................................08
• Como amenizar os sintomas indesejáveis 
e manter o peso adequado na gestação...................................................14
• Nutrientes essenciais para 
uma gestação saudável................................................................................28
• Exercício Físico na Gestação: futura 
mamãe em forma e saudável......................................................................34
• Gestação de Gemelares............................................................................40
• Depressão Pós-Parto.................................................................................45
• Primeiros Cuidados ao Berço..................................................................50
• Os Primeiros 1000 dias............................................................................78
• Cuidados com a mama e amamentação................................................91
• Importância do aleitamento materno exclusivo................................101
• Fórmulas Infantis......................................................................................106
• Cuidados com os primeiros dentinhos.................................................111
• Alimentação em cada fase.....................................................................120
• Alergias e Intolerâncias Alimentares....................................................127
• Alimentação para Crianças Especiais...................................................132
• Cuidados com a Alimentação da Criança 
em Tratamento Quimioterápico...............................................................143
• Receitinhas.................................................................................................156
Sobre os Autores
9 Nutrição da gestação à infância
Como amenizar os sintomas indesejáveis e manter o peso 
adequado na gestação
Lucas Costa Guimarães
Nutricionista pela UNIFOR - MG
Mestre em Ciências dos Alimentos pela UFLA
Pós-graduando em Fitoterapia - AVM
Professor da Universidade Paulista - UNIP Campus Brasília
Professor da Faculdade Sena Aires
Nutricionista ambulatorial na Clínica Simetria - Brasília DF
Deyvid Henrique Costa Medeiros
Graduando em Nutrição – cursando o 5° semestre – Universidade Paulista UNIP - DF
Nutrientes essenciais para uma gestação saudável
Mateus Câmara Dias 
Graduando em Nutrição – cursando o 6° semestre – Universidade Paulista – UNIP
Exercício Físico na Gestação: futura mamãe em forma e saudável
Prof. Dr. Alexandre Gonçalves
Fisiologista do Exercício
Graduado em Educação Física pela UFU 
Doutor em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília - UnB
Pós doutorando em Ciências da Saúde pela UFU
Gestação de Gemelares
Lydiane Guimarães Silva
Nutricionista – CRN/1-11328
10 Nutrição da gestação à infância
Depressão Pós-Parto
Adrielly Demschinski
Psicóloga pela Faculdades Iesgo – CRP-09/010887
Primeiros Cuidados ao Berço
Paula Frassineti Guimarães de Sá
Bacharel em Química pela Universidade de Brasília - UnB
Bacharel em Enfermagem e Obstetrícia pela Universidade de Brasília - UnB
PhD em Química/Bioquímica pela University of Rhode Island / USA
Consultora Técnica e Sócia da Elion Consultoria e Assessoria em Pesquisa Clínica 
e Desenvolvimento Humano
Professora dos cursos de Farmácia, Odontologia, Biomedicina e Enfermagem da UNIP
Recentemente aceita com aluna de post-Doc no Departamento de Pós-Gradua-
ção da UnB, sob a orientação do prof. Dr. Pedro Sadi Monteiro
Mãe de 4 filhos
Os Primeiros 1000 dias
Dra. Ana Marily Soriano Ricardo Gomes - CRM- 13276/DF
Graduada na Universidade Federal de Alagoas
Residência Médica em Neonatologia no HMIB
Responsável Técnica da Clinep
Coordenadora médica da Neonatologia da Maternidade Brasília
Médica da Secretaria de Saúde do DF
11 Nutrição da gestação à infância
Cuidados com a mama e amamentação
Kelvin de Oliveira Araújo 
Graduando em Nutrição cursando o 8º semestre - Uniplan
Importância do aleitamento materno exclusivo
Nathieli de Lima Vieira
Graduanda em Nutrição cursando o 7º semestre – UNIP - DF
Fórmulas Infantis
Fernanda Ribas Travassos
Nutricionista Pelo UniCeub - CRN/1 - 8461
Pós-graduada em nutrição pediátrica, escolar e na adolescência.
Cuidados com os primeiros dentinhos
Mayza Teixeira Miranda
Cirurgiã-Dentista – CRO 10.026
Especialista em Ortodontia - Hodos Uningá Brasília - DF
Alimentação em cada fase
Nathieli de Lima Vieira
Graduanda em Nutrição cursando 7º semestre – UNIP- DF
Alergias e Intolerâncias Alimentares
Mateus Câmara Dias 
Graduando em Nutrição – cursando 6° semestre – UNIP DF
12 Nutrição da gestação à infância
Alimentação para Crianças Especiais
Daniel Rodrigues de Almeida Rocha
Graduando em Nutrição – cursando o 8º semestre -UNIP DF
Cuidados com a Alimentação da Criança em Tratamento Quimioterápico
Jassanara Taveira Dias
Nutricionista CRN/1 - 9805
Especialista em Nutrição Clínica e Terapia Nutricional pelo Ganep
Especialista em Nutrição Esportiva Funcional pela VP
Especialista em Nutrição Clínica pelo Programa de Residência da SES DF
Receitinhas
Ana Barbosa de Albuquerque Ribeiro.
Chefe de cozinha com especialização em administração em cozinha pela Escola 
Superior de Turismo de Baleares Palma de Mallorca Espanha
Estudante de nutrição oitavo semestre UNIP noturno
Como amenizar os 
sintomas indese-jáveis e manter o 
peso adequado na 
gestação
Lucas Guimarães e Deyvid Costa
15 Nutrição da gestação à infância
O bom estado nutricional se obtém através da busca de um es-
tilo de vida saudável, proporcionando saúde, reduzindo a possibili-
dade de ocorrer defeitos do crescimento fetal, reduzindo os riscos 
no parto e desenvolvimento de doenças crônicas no pós-parto. 
O principal fator para uma gestação considerada saudável no 
contexto nutricional, é o ganho de peso adequado gerado pelo con-
sumo de uma variedade de alimentos saudáveis, que devem ser 
consumidos baseados na necessidade de cada gestante, de acordo 
com as orientações dietéticas. 
A utilização de suplementos vitamínicos e minerais deve ser 
orientada por um nutricionista, verificando cada caso de acordo 
com a necessidade individual, priorizando também a utilização 
e manuseio seguro dos alimentos.Durante a gravidez, uma boa 
nutrição materna é fator essencial para que tanto a mãe quanto o 
bebê mantenham o peso adequado. O aumento do peso materno 
durante a gestação pode influenciar o peso do bebê ao nascer. A 
criança que nasce com baixo peso, tem tendência a desenvolver 
obesidade e síndrome metabólica na fase adulta.¹
É muito comum a queixa de sintomas indesejados por mulhe-
res no período gestacional. A náusea no primeiro trimestre ocorre 
pela mudança do ritmo gástrico de onda lenta. As náuseas lenta 
e moderada aumentam no jejum, dessa forma, a utilização de re-
feições com predominância de proteínas reduz a náusea e o ritmo 
gástrico, sendo mais eficaz que a utilização de carboidratos e re-
feições gordas e não-calóricas.¹
A pirose (azia) é uma das reclamações mais comuns durante as 
últimas semanas da gestação. Esse sintoma é causado pelo refluxo 
Lucas Guimarães, Deyvid Costa
Como amenizar os sintomas indesejáveis 
e manter o peso adequado na gestação
16 Nutrição da gestação à infância
do conteúdo gástrico na porção inferior do esôfago, estimulado de-
vido à pressão do útero sobre o estômago, provocando desconforto, 
azia e mal- estar à mulher.² O tratamento utilizado para amenizar 
esse sintoma é aumentar o fracionamento das refeições e diminuir 
as quantidades de alimentos de cada refeição, caso haja necessi-
dade, tratamento à base de antiácidos (com indicação médica), 
evitar alimentos como café, chá preto, doces, alimentos gorduro-
sos, álcool, fumo, alimentos picantes que trazem irritabilidade à 
mucosa gástrica e deitar apenas depois do período de duas horas 
após a refeição.³
Outro desconforto comum entre as gestantes é o ptialismo 
(hipersalivação), se trata de um fenômeno precoce na gestação, 
verificado nos primeiros meses. O aparecimento dos sintomas 
ocorre entre duas a três semanas com ausência da menstruação, 
podendo durar até o período do parto e/ou pós-parto. A saliva é 
produzida em quantidade anormal. A sua causa ainda é incerta, 
provavelmente, as alterações hormonais desempenham um papel 
importante. A azia e náusea podem fazer com que as glândulas 
salivares produzam mais saliva para o revestimento e proteção do 
esôfago, para que não ocorra irritação da boca e da garganta em 
decorrência dos vômitos. Deve ser orientado à gestante que este é 
um sintoma normal no início da gestação, sendo assim, ela deve 
realizar a deglutição da saliva e tomar líquidos para evitar uma 
desidratação pela produção excessiva, principalmente em tempos 
quentes.³ 
A constipação é um fator fisiológico devido à decorrência do 
relaxamento da musculatura lisa, diminuindo a contração mus-
Como amenizar os sintomas indesejáveis 
e manter o peso adequado na gestação Lucas Guimarães, Deyvid Costa
17 Nutrição da gestação à infância
cular através da ação da progesterona, podendo agravar à medida 
que a gestação evolui. Durante o período gestacional ocorre uma 
maior absorção de água pelo intestino grosso, além de aumentar 
a lentidão da passagem do bolo fecal favorecendo a constipação.² 
A utilização de alimentos ricos em fibras auxilia na motivação in-
testinal, favorecendo com que o bolo fecal percorra normalmente 
no intestino grosso. O ideal é fazer um fracionamento das refeições 
para melhor absorção de nutrientes.³ 
O ganho de peso ideal durante a gestação tem sido motivo de 
debate há décadas, isso ocorre devido ao fato de que a gestação 
é um período no qual os cuidados são direcionados, ao mesmo 
tempo, à mãe e ao feto.5
Diversos estudos foram realizados tendo como objetivo reduzir 
o ganho de peso excessivo, principalmente nas mulheres com obe-
sidade pré-gestacional, ainda não foram capazes de definir limites 
seguros de velocidade de ganho de peso durante a gravidez, bem 
como na perda de peso após o parto.
As recomendações nutricionais na obesidade gestacional tam-
bém são controversas em relação aos estudos já realizados. De 
acordo com a American Dietetic Association, recomenda-se uma 
ingestão calórica extra de 340 kcal no 2º trimestre e de 452 kcal no 
3º trimestre, seguindo o guia alimentar americano, a fim de evitar 
dietas desbalanceadas e perda de peso.1 Em uma revisão de diversos 
estudos que tratam do assunto, concluiu-se que as recomendações 
alimentares, para mulheres com sobrepeso e obesidade gestacional, 
deve considerar uma ingestão calórica mínima diária de 1.500 kcal. 
Um adicional de 100 kcal/dia é geralmente suficiente, podendo 
Como amenizar os sintomas indesejáveis 
e manter o peso adequado na gestação Lucas Guimarães, Deyvid Costa
18 Nutrição da gestação à infância
este aumentar para 200 kcal/dia ao final da gestação, sendo re-
comendado a restrição de carboidratos simples (açúcares, doces, 
farinhas brancas, etc.) e mantendo o consumo de frutas, verduras 
e carboidratos integrais, realizando as três refeições principais no 
dia (café da manhã, almoço e jantar), além de um ou dois lanches 
entre as refeições principais. A fonte de proteína pode vir da carne 
(preferencialmente carnes magras) e dos laticínios. O consumo 
de manteigas e óleos vegetais deve ser restrito e é recomendada a 
suplementação vitamínica, principalmente de ácido fólico.6
O sobrepeso e a obesidade são agravos crescentes na população 
mundial, tendo como consequência, o desenvolvimento de diversas 
patologias. No Brasil, a elevação da prevalência de sobrepeso e obesi-
dade já é observada desde meados da década de 70.9, 7
Nas mulheres com 20 anos ou mais a prevalência de obesidade é 
maior do que nos homens e mais frequente naquelas com baixa ren-
da.9 Em um estudo realizado com mulheres não-obesas nos Estados 
Unidos, verificou-se que aquelas que tiveram ou planejavam ter filhos 
eram de 3 a 4 vezes mais propensas a tornarem-se obesas em 5 cinco 
anos, do que as que não tiveram ou não planejavam ter filhos.7 
A obesidade materna está associada a diversos desfechos ne-
gativos na gestação, dentre eles a pré-eclâmpsia, hipertensão na 
gestação, diabetes gestacional, a indução do parto, cesarianas, nati-
morto, morte perinatal, macrossomia, pré-termo, anomalias congê-
nitas, risco de obesidade da criança e desenvolvimento de diabetes 
tipo 2.10, 11, 12 Assim como as gestantes que iniciam a gravidez obesas, 
aquelas com sobrepeso têm risco aumentado para complicações 
na gestação.13 Mesmo as que iniciam a gestação eutróficas, quan-
Como amenizar os sintomas indesejáveis 
e manter o peso adequado na gestação Lucas Guimarães, Deyvid Costa
19 Nutrição da gestação à infância
do ganham peso além do recomendado, podem apresentar riscos 
semelhantes aos observados nas obesas e nas com sobrepeso.14, 15 
Durante a gestação as necessidades nutricionais mater-
nas aumentam, para suprir a demanda da mãe e do feto, e 
o ganho de peso gestacional é resultadode complexas e im-
portantes alterações fisiológicas, como o aumento do volu-
me sanguíneo, de células vermelhas, rendimento cardíaco, 
água corporal, taxa de filtração glomerular e diminuição da 
motilidade gastrointestinal.16, 17
Com o objetivo de adaptar-se às modificações fisiológicas da 
gestação, principalmente as que geram uma modificação no peso, 
o organismo materno distribui o peso adquirido em diferentes re-
giões do corpo, conforme descrito na Gravura 1.
Como amenizar os sintomas indesejáveis 
e manter o peso adequado na gestação Lucas Guimarães, Deyvid Costa
20 Nutrição da gestação à infância
Apesar de ser cientificamente comprovado o aumento das ne-
cessidades maternas durante a gestação, de forma alguma deve ser 
adotado na alimentação o dito popular de “comer por dois”, visto 
que essa conduta pode aumentar significativamente o peso, tra-
zendo agravos tanto para a saúde materna quanto fetal. É evidente 
que haverá um aumento no consumo alimentar durante o período 
gestacional e consequentemente um aumento no consumo total 
de quilocalorias diárias, porém se faz necessário um acompanha-
mento nutricional eficaz no pré-natal para adequação do adicional 
de quilocalorias a serem consumidas durante esse período, visto 
que esse adicional durante a gestação, não ultrapassa 500 kcal. 
Baseado nisso, a FAO/WHO recomenda que as gestantes eutrófi-
cas tenham um acréscimo no consumo energético de 360 kcal/dia 
Gravura 1 – fonte: Google, com adaptações.
Como amenizar os sintomas indesejáveis 
e manter o peso adequado na gestação Lucas Guimarães, Deyvid Costa
21 Nutrição da gestação à infância
no segundo trimestre e de 475 kcal/dia no terceiro trimestre. Nas 
gestantes desnutridas deve haver um acréscimo energético desde 
o primeiro trimestre de 360 kcal/dia.18
O ganho de peso adequado de acordo com a recomendação do 
IOM (2009) representado na Figura 1, é associado com o bom estado 
de saúde da mãe e do bebê durante a gestação e após o parto.19 
Figura 2 - Recomendação de ganho ponderal segundo as faixas de IMC no início da gestação (20,21,22)
Com o objetivo de orientar as gestantes para o consumo de ali-
mentos saudáveis, bem como manterem o ganho de peso adequa-
do, o Ministério da Saúde, publicou, em 2011, os dez passos para 
alimentação saudável na gestação:
1. Faça pelo menos três refeições (café da manhã, almoço e jantar) e 
dois lanches saudáveis por dia, evitando ficar mais de três horas sem 
comer. Entre as refeições, beba água, pelo menos 2 litros.
2. Inclua diariamente nas refeições alimentos do grupo de ce-
Como amenizar os sintomas indesejáveis 
e manter o peso adequado na gestação Lucas Guimarães, Deyvid Costa
22 Nutrição da gestação à infância
reais (arroz, milho, pães e alimentos feitos com farinha de trigo 
e milho), tubérculos, como as batatas, e raízes, como a mandioca 
– também conhecida como macaxeira, aipim. Dê preferência aos 
alimentos na sua forma mais natural, pois são boas fontes de fi-
bras, vitaminas e minerais.
3. Procure consumir diariamente pelo menos três porções de le-
gumes e verduras como parte das refeições e três porções ou mais 
de frutas nas sobremesas e lanches. Não se esqueça do feijão com 
arroz. Esse prato brasileiro é uma combinação completa de pro-
teínas e excelente para a saúde.
5. Consuma diariamente leite e derivados e carnes, aves, peixes ou 
ovos. Retire a gordura aparente das carnes e a pele das aves antes 
da preparação, tornando esses alimentos mais saudáveis.
6. Diminua o consumo de gorduras. Fique atenta aos rótulos dos 
alimentos e prefira aqueles livres de gorduras trans.
7. Evite refrigerantes e sucos industrializados, biscoitos rechea-
dos e outras guloseimas no seu dia-a-dia.
8. Diminua a quantidade de sal na comida. Evite consumir ali-
mentos industrializados com muito sal (sódio) como hambúrguer, 
charque, salsicha, linguiça, presunto, salgadinhos, conservas de 
vegetais, sopas prontas, molhos e temperos prontos.
9. Evite o fumo e o consumo de álcool, pois prejudicam a 
sua saúde, o crescimento do feto e aumentam o risco de 
nascimento prematuro.
10. Pratique, seguindo orientação de um profissional de saúde, al-
guma atividade física. A alimentação saudável, a atividade física 
e a prática corporal regular são aliadas fundamentais no controle 
Como amenizar os sintomas indesejáveis 
e manter o peso adequado na gestação Lucas Guimarães, Deyvid Costa
23 Nutrição da gestação à infância
do peso, redução do risco de doenças e melhoria da qualidade de 
vida. Torne o seu dia-a-dia mais ativo sempre com a orientação do 
profissional da saúde.
A gordura saturada é encontrada predominantemente nos 
produtos de origem animal (manteiga, banha, toucinho e carnes 
e seus derivados, leite e laticínios integrais), embora alguns óleos 
vegetais sejam ricos nesse tipo de gordura (óleo de côco).23 Porém, 
as principais fontes de ácidos graxos trans são encontrados em 
alimentos industrializados como: gorduras vegetais hidrogenadas, 
margarinas sólidas ou cremosas, cremes vegetais, biscoitos e bola-
chas, sorvetes cremosos, pães, batatas fritas comerciais preparadas 
em fast food, pastéis, bolos, tortas, massas, dentre outros que con-
tenham gordura vegetal hidrogenada entre seus ingredientes.25,26,27 
O açúcar deve ser consumido com muita moderação, devido 
às evidências da associação entre açúcares, cárie dentária e obe-
sidade. A Organização Mundial da Saúde recomenda que o con-
sumo de açúcares na dieta não exceda os 10% do valor energético 
total.28 Aumente o consumo de frutas, verduras e legumes, pois são 
alimentos pobres em gorduras e açúcares, porém, ricos em densi-
dade energética, além de terem alta concentração de água e fibras 
dietéticas, contribuindo para aumentar a saciedade e reduzir a 
ingestão de alimentos.29
O consumo de fibras é de extrema importância na gestação e 
no pós-parto, pois ajuda no controle do peso, diminui o risco de 
diabetes e doenças coronarianas, reduz a constipação, o risco de 
pré-eclâmpsia e promove uma alimentação rica em nutrientes e 
com baixa densidade energética.30, 24
Como amenizar os sintomas indesejáveis 
e manter o peso adequado na gestação Lucas Guimarães, Deyvid Costa
24 Nutrição da gestação à infância
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cy Outcome, 2008.
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partamento de Atenção Básica. Obesidade / Ministério da Saúde, 
Como amenizar os sintomas indesejáveis 
e manter o pesoadequado na gestação Lucas Guimarães, Deyvid Costa
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Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. 
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Como amenizar os sintomas indesejáveis 
e manter o peso adequado na gestação Lucas Guimarães, Deyvid Costa
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Reference Intakes for Energy, Carbohydrate, Fiber, Fat, Fatty Acids, 
Cholesterol, Protein, and Amino Acids. Washington, DC: National 
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no. 724) Geneva, Switzerland: World Health Organization, 1985.
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gain during pregnancy: Reexamining the guidelines. National 
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23. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). : 57.ª Assembleia 
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Como amenizar os sintomas indesejáveis 
e manter o peso adequado na gestação Lucas Guimarães, Deyvid Costa
27 Nutrição da gestação à infância
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Como amenizar os sintomas indesejáveis 
e manter o peso adequado na gestação Lucas Guimarães, Deyvid Costa
28 Nutrição da gestação à infância
Nutrientes esseciais 
para manutenção da 
saúde mãe e filho
Mateus Câmara 
29 Nutrição da gestação à infância
Mateus Câmara Nutrientes essenciais para manutenção da saúde mãe e filho
O estado nutricional da mãe reflete na saúde do seu filho, 
isso é visto em mães que procuram um nutricionista para ade-
quar sua alimentação antes da gravidez. A procura de uma ali-
mentação saudável orientada é capaz de reduzir significati-
vamente a chance da mãe desenvolver doenças hipertensivas, 
diabetes gestacional e obesidade, ao passo que, para o bebê, re-
duz o risco de doenças crônicas não transmissíveis como dia-
betes, hipertensão, dislipidemia no decorrer de sua vida. Nes-
te capítulo serão abordados todos os nutrientes essenciais 
para uma gestação saudável.
A cultura popular de acreditar que na gestação “come-se por 
2“ dizendo que a gestante necessita de uma grande quantidade em 
calorias ainda é muito comum, porém não é verdade. O aumento 
calórico de uma gestante para uma não-gestante é da ordem de 
100kcal a 180kcal, ou seja, não é um aumento muito grande se 
comparado ao indivíduo normal, porém o que realmente muda 
são as quantidades de alguns nutrientes específicos usados para o 
desenvolvimento adequado do bebê. É preciso sempre atentar-se 
para a qualidade do alimento em valor nutritivo e não em valor 
calórico, pois raramente alimentos saudáveis ou naturais terão 
uma alta quantidade de calorias. Além disso, os alimentos indus-
trializados possuem uma quantidade mínima de nutrientes em 
comparação ao valor calórico.
As proteínas são de fundamental importância na gestação, pois 
são elas que vão manter a estrutura muscular da gestante bem 
como construir as estruturas proteicas do bebê. A baixa ingestão 
de proteína pode levar a síndrome hipertensiva conhecida como 
30 Nutrição da gestação à infância
pré-eclâmpsia. Exemplos de fontes destes alimentos são os peixes 
como sardinha, tilápia, atum, que além de serem ricos em proteí-
nas, têm uma boa absorção. Nestes é possível encontrar um nu-
triente chamado ácido docosaexaenoico (DHA), que exerce função 
de desenvolver o cérebro e a parte cognitiva do bebê, outras ótimas 
fontes são o ovo de galinha, o frango e a carne vermelha magra.
Muitas gestantes fazem o uso de dietas restritivas para per-
da de peso durante a gestação, isso é muito perigoso, visto que 
o principal nutriente restringido nesse tipo de dieta é o carboi-
drato, a restrição deste pode levar a prematuridade, tal qual re-
duzir a ingestão de nutrientes que encontramos nos alimentos 
que possuem carboidratos, a gestante deve se atentar ao tipo 
de carboidrato ingerido, reduzir a ingestão de doces, açúcares 
e de alimentos processados que contém pouca quantidade de 
alimento, porém alta quantidade de carboidrato.
Os melhores carboidratos para serem ingeridos são os tubércu-
los, como a batata doce, a mandioca, o inhame, o cará e o arroz inte-
gral, pois eles possuem uma maior quantidade de fibras reduzindo 
assim a velocidade em que o açúcar chega ao sangue. Não podemos 
deixar de lado as frutas como a maçã, pêra, laranja, pois além de ri-
cas em vitaminase minerais, possuem fibras que ajudam na regula-
ção do intestino e auxiliam na nutrição das bactérias benéficas que 
vivem no intestino. As gorduras não podem ser restringidas, pois 
nelas além de encontrarmos vitaminas especificas, também ajudam 
na absorção das mesmas. As gorduras são fontes de ácidos graxos 
ômega 3, 6 e 9, sendo o ácido graxo ômega 3, encontrado nos peixes 
e óleos, essencial no desenvolvimento cerebral do bebê.
Mateus Câmara Nutrientes essenciais para manutenção da saúde mãe e filho
31 Nutrição da gestação à infância
Em relação a vitaminas nós temos duas classes: as lipossolú-
veis que são as vitaminas A, D, E, K e as vitaminas hidrossolú-
veis que são do complexo B e a vitamina C. Todas essas têm fun-
ções distintas, porém primordiais no desenvolvimento do feto, 
bem como da manutenção do estado nutricional da mãe. As vi-
taminas lipossolúveis são melhores absorvidas quando ingeridas 
juntamente com uma fonte de gordura, como os óleos, e é possí-
vel encontrar estes nutrientes nas hortaliças verdes escuras, de 
cor laranja e vermelha, que possuem vitamina A, vitamina E e 
é encontrada nos azeites e em castanhas.
 Já as vitaminas hidrossolúveis são facilmente encontradas em 
frutas como laranja, maçã, melancia, tomate, pêra e também em 
diversas hortaliças como rúcula, espinafre, brócolis e couve flor, 
por exemplo. Gestantes devem dar uma atenção maior para algu-
mas vitaminas, como a vitamina A e a vitamina B9 ou ácido fólico, 
pois estas agem na formação dos órgãos do bebê, a vitamina A 
atua na formação do sistema imunológico do bebê, já a vitamina 
B9 atua na formação do sistema nervoso, durante a gestação a sua 
necessidade aumenta, a deficiência pode causar má formação do 
sistema nervoso, bem como anemia.
As fontes proteicas são também ricas em um mineral chama-
do ferro, este tem papel fundamental na prevenção de anemias e 
como consequência previne o baixo peso de recém-nascidos, mas 
não para por aí, o ferro desempenha função de desenvolver a ca-
pacidade cognitiva do bebê, desenvolvimento físico e cerebral, tor-
nando-se um nutriente de extrema atenção a todas as gestantes. 
Para prevenir a anemia por falta de ferro, denominada anemia fer-
Mateus Câmara Nutrientes essenciais para manutenção da saúde mãe e filho
32 Nutrição da gestação à infância
ropriva, a gestante deve alimentar-se de quantidades adequadas de 
proteínas principalmente de origem animal, como a carne vermelha, 
juntamente com uma boa ingestão de alimentos ricos em vitamina 
C, os alimentos cítricos são ricos neste nutriente, a vitamina C atua 
melhorando a absorção do ferro.
O assunto sobre nutrição na gestação não se esgota apenas nes-
te capítulo, uma gestação saudável, tanto para o bebê, como para 
a gestante, deve ser acompanhada por um nutricionista, para ade-
quar as quantidades nutricionais em relação a sua característica, 
determinando suas quantidades nutricionais, com isso trazendo 
apenas benefícios para sua saúde principalmente após o parto, fa-
cilitando o reestabelecimento da sua forma física após a gravidez, 
visto que alimentação saudável e qualidade de vida andam juntas, 
por isso devem ser continuadas pelo resto da vida.
• Referências
1. BÁRBARA C.A, SARAIVA, et al. Iron deficiency and anemia are 
associated with low retional levels in children aged 1 to 5 years. 
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33 Nutrição da gestação à infância
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4. SIMPSON, JL et al. Micronutrients and women of reproductive 
potential: required dietary intake and aconsequences of dietary 
dificiency or excess. Part I – folate, vitamin b12, vitaminb6. v.21, 
n.12, p.1323-1343, 2010.
5. TRUMBO, Paula, et al. Dietary reference intakes for energy, car-
bohydrate, fiber, fat, fatty acids, cholesterol, protein and amino acids. 
Journ of the american dietetic association. v.102, n.11, 2002.
Mateus Câmara Nutrientes essenciais para manutenção da saúde mãe e filho
Exercício físico na 
gestação: futura 
mamãe em forma e 
saudável
Alexandre Gonçalves
35 Nutrição da gestação à infância
Alexandre GonçalvesExercício físico na gestação: futura mamãe em forma e saudável
• Orientações Iniciais
Segundo posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de 
Medicina do Esporte, exercícios físicos para gestantes são reco-
mendados, desde que haja completa ausência de anormalidade, 
de acordo com avaliação médica especializada.
Devido às dificuldades de realização de pesquisas científicas 
com mulheres grávidas (por razões éticas), preconiza-se que a fu-
tura mãe deva realizar atividades leves a moderadas, em que o 
batimento cardíaco não ultrapasse o limite de 120 batimentos por 
minuto (bpm) para mãe sedentária ou até 140 bpm para a mãe 
que se encontrava com prática regular de atividade física antes da 
gravidez. Esta intensidade garante um melhor aporte de oxigena-
ção ao feto, uma vez que se tem aumento do fluxo sanguíneo para 
todo o corpo sem que haja diminuição de fluxo na região uterina. 
Exercícios que ultrapassem essas recomendações podem ocasionar 
menor fluxo de sangue no útero, e consequentemente, sofrimento 
fetal e riscos à gestação.
Outro fator que poderá levar o feto ao sofrimento é a elevação 
excessiva da temperatura corporal da gestante. Assim, recomenda-
-se que a prática de exercícios físicos seja realizada em ambiente 
bastante arejado, que se mantenha hidratada e evite os horários 
de pico de calor ao longo do dia.
Assim, tomados os devidos cuidados, a adoção da prática regular 
de exercícios físicos no período pré-natal poderá auxiliar na preven-
ção de algumas doenças como hipertensão arterial sistêmica (HAS), 
obesidade materna, diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, dentre outras. 
36 Nutrição da gestação à infância
• Que exercícios praticar?
Exercícios aeróbios de intensidades moderadas são os mais in-
dicados. Entre eles destacamos: caminhada, natação e hidroginás-
tica. Contudo, exercícios de força para tonificação da musculatura 
também podem ser incrementados ao programa da grávida, desde 
que tomados os devidos cuidados quanto à postura a ser adotada 
e a intensidade das cargas, que devem ser ajustadas à condição 
individual de cada mulher.
Também são sugeridos exercícios de alongamentos para aliviar 
as tensões sobre a coluna vertebral, provocadas pelo crescimento da 
barriga e pela mudança do centro de gravidade do corpo da gestante. 
Além disso, estes exercícios têm a função de preparar a musculatura 
específica para o parto, de preferência, natural.
Atualmente, outras modalidades de exercícios também 
podem ser consideradas pela gestante, como yoga e pilates. 
O importante na prática de exercício físico é a regularidade. 
Assim, a gestante deve procurar uma modalidade que lhe pro-
porcione mais prazer e dessa forma terá maior aderência ao 
programa de exercício.
• O bom senso deve predominar
Apesar de exercícios para gestantes saudáveis serem recomen-
dados e muito benéficos, alguns alertas são importantes. Primeiro 
de tudo é fundamental que os exercícios sejam acompanhados por 
um Profissional de Educação Física devidamente habilitado. Este 
Alexandre GonçalvesExercício físico na gestação:futura mamãe em forma e saudável
37 Nutrição da gestação à infância
profissional irá elaborar um programa de exercícios mais coerente 
com as características individuais, tanto físicas quanto clínicas, da 
gestante, fazendo com que a futura mamãe tenha toda a segurança 
necessária ao se exercitar.
Deve-se destacar, que entre outras coisas, a importância do 
cuidado com a escolha do tipo de exercício, volume (quantidade) e 
intensidade (esforço que a gestante irá ter que realizar), pois, a grá-
vida desenvolve maior instabilidade articular devido ao aumento 
da expressão do hormônio relaxina, o qual age sobre os ligamentos, 
deixando-os mais frouxos, tornando a mulher mais susceptível a 
lesões articulares.
Assim, um programa de exercício físico bem orientado por um 
profissional de educação física especializado irá proporcionar, com 
certeza, à futura mamãe, uma gestação mais tranquila e com maior 
qualidade para ela e o filho.
Portanto, para elaboração de programas de exercícios físicos 
durante a gestação, vale a velha máxima: “bom senso não faz mal 
a ninguém”. Ressaltamos isto porque o período da gravidez não é 
momento de iniciar treinamento físico vigoroso. Neste momento 
da vida da mulher, os exercícios físicos deverão ter como objetivo 
proporcionar um melhor bem-estar para a mãe e seu futuro bebê.
• Recomendações gerais para realização de um 
programa de exercícios para gestantes
Aqui fazemos um resumo das principais recomendações a fu-
tura mamãe realizar seu programa de exercício com segurança:
Alexandre GonçalvesExercício físico na gestação: futura mamãe em forma e saudável
38 Nutrição da gestação à infância
• Obter liberação médica antes de iniciar os exercícios;
• Procurar um profissional de educação física especializado para 
elaborar e acompanhar o programa de exercícios;
• O programa de exercícios deverá considerar a individualidade 
da gestante;
• O programa de exercícios deverá ter componentes aeróbio, de tonifi-
cação, flexibilidade leve, pré-natais específicos e de respiração;
• A intensidade deve ser prescrita individualmente, considerando o 
histórico prévio da grávida quanto a prática de exercícios;
• Evitar aumentos excessivos da temperatura corporal;
• Cuidados com a postura. Deve-se evitar a posição de decúbito 
dorsal, principalmente no último trimestre de gestação;
• Manter a hidratação antes, durante e após a sessão de exercícios;
• Evitar exercícios se estiver manifestando sinais de cansaço;
• Diante de qualquer anormalidade, interrompa o programa de 
exercícios e procure seu médico imediatamente.
• Referências
1. CHAVES, Neto H. Sá RAM. Obstetrícia Básica. 2 ed. São Paulo: 
Atheneu, 2007.
2. CORREA, HPC. Dias AC, Fasolo E, Albergaria MB, Dantas EHM. 
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NEVES, C. Medina JL, Delgado JL. Alterações endócrina e imuno 
Alexandre GonçalvesExercício físico na gestação: futura mamãe em forma e saudável
39 Nutrição da gestação à infância
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4. VELLOSO, EPP., Reis ZSN, Pereira MLK, Pereira AK. Resposta ma-
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5. WOLFE LA, Weissgerber TL. Clinical physiology of exercise in preg-
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6. ZAVORSKY, GS. Longo LD. Exercise guidelines in pregnancy: 
new perspectives. Sports Med. 2011; 41(5):345-60.
Alexandre GonçalvesExercício físico na gestação: futura mamãe em forma e saudável
Gestação gemelar/ 
Prenhez múltipla
Lydiane Guimarães 
41 Nutrição da gestação à infância
Lydiane Guimarães Gestação gemelar/ Prenhez múltipla
A presença simultânea de dois ou mais conceptos constitui a ges-
tação múltipla, classificada em dupla ou gemelar, tripla, quadrupla 
e assim sucessivamente. Existe uma maior incidência de gestações 
gemelares ao redor do mundo devido ao uso de medicamentos indu-
tores de ovulação, também decorrente das técnicas de reprodução 
assistida e pela idade avançada materna.
A gestação múltipla pode ser univitelina, monozigótica, re-
sultado da fertilização de um único óvulo dividindo-se o zigoto 
antes ou depois da implantação no útero. Nesse caso os gêmeos 
tem o mesmo genótipo, ou seja, o sexo é obrigatoriamente o 
mesmo, o grupo sanguíneo, as características físicas e as tendên-
cias patológicas também. Na gestação monozigótica, segundo as 
evidências, dobra sua incidência com a utilização de indutores 
da ovulação, e são mais raras.
Gestações dizigóticas ou bivitelinos são resultantes da fe-
cundação de dois óvulos e a placentação é necessariamente 
dicoriônica (duas placentas), os gêmeos podem ser ou não do 
mesmo sexo, e não apresentam semelhança genética. A inci-
dência dos bivitelinos varia com a etnia, sendo maior entre os 
nigerianos, menor entre os asiáticos e é mais comum entre as 
mulheres mais velhas de 35 – 40 anos.
O primeiro sinal para o início de uma suspeita de gestação 
gemelar é o tamanho uterino aumentado para idade gestacio-
nal. O exame de ultrassom pode confirmar, sendo feito entre 
6 e 9 semanas onde já é possível a discreta distinção de um ou 
mais sacos gestacionais, podendo ser também confirmada com 
ausculta dos batimentos cardíacos.
42 Nutrição da gestação à infância
Durante a gestação a mulher está em atividade metabóli-
ca alta, portanto, uma alimentação equilibrada vai garantir o 
aporte nutricional adequado para um bom desenvolvimento 
do bebê, assegurando também as reservas necessárias para o 
momento do parto e do pós-parto, além da lactação.
É importante destacar que em uma gestação múltipla as ne-
cessidades são maiores. O volume sanguíneo materno aumenta 
cerca de 50% a 60% contra 40% a 50% nas gestações únicas, o 
que resulta na diminuição dos níveis de hemoglobina, glicose, 
albumina, proteínas e algumas vitaminas.
Com essa demanda aumentada e por alguns outros fatores 
existem complicações mais frequências em gestações gemelares, 
como a prematuridade, que é o nascimento antes da 37ª semana, 
a anemia materna proveniente de uma maior demanda de ferro 
e ácido fólico, por isso a necessidade de suplementação e acom-
panhamento periódico principalmente no início da gestação.
Outras complicações são êmese e hiperêmese gravídica, 
esses enjoos e episódios de vômito são mais comuns até a 20ª 
semana de gestação, quadros constipação intensa, CIR – Cres-
cimento intrauterino restrito, dispneia (falta de ar), edema (in-
chaço), polidramnia (aumento do líquido amniótico) algumas 
estratégias nutricionais podem trazer alívio ou prevenir alguma 
dessas complicações.
Lydiane Guimarães Gestação gemelar/ Prenhez múltipla
43 Nutrição da gestação à infância
Lydiane Guimarães Gestação gemelar/ Prenhez múltipla
44 Nutrição da gestação à infância
Nas gestações gemelares as demandas energéticas são maiores, 
principalmente a partir da 20ª semana, por isso existe a indicação 
de aumentar em 150kcal em cima do cálculo da necessidade de uma 
gestação única. Entretanto, é de extrema importância ressaltar que 
o profissional nutricionista precisa avaliar a gestante para analisar 
a conduta individualmente, o ganho de peso deve ser acompanha-
do, assim como a qualidade dos alimentos consumidos, pois ficar 
muito abaixo ou acima do peso indicado pode trazer sérios riscos 
a saúde da mãe e da criança.
Referências
1. KRAUSE, M. MAHAN, LK. Alimentos, nutrição e dietoterapia. 
São Paulo: Ed. Rosca, 13ª ed, 2013.
2. MONTENEGRO, C.A.B., FILHO, J.R. Obstetrícia Fundamental.Rio de Janeiro, 11ª ed. Guanabara Koogan 2008.
3. NEME, B. Obstetrícia Básica. São Paulo: Ed. Sarvier, 3ª ed. 2005. 
4. OMS. Diretriz: Suplementação diária de ferro e ácido fólico em 
gestantes. Genebra: Organização Mundial da Saúde; 2013.
5. VITOLO, M.R. Nutrição da gestação ao envelhecimento. Rio de 
Janeiro: Ed. Rubio. 2ª ed. 2014.
Lydiane Guimarães Gestação gemelar/ Prenhez múltipla
Depressão pós-parto
Adrielly Demschinski
46 Nutrição da gestação à infância
Adrielly DemschinskiDepressão pós-parto
Fonte: http://alomae.prefeitura.sp.gov.br/o-que-e-depressao-pos-parto/
• O que é Depressão Pós-Parto?
Muitas vezes a mulher acontece de ter, mas não é identificado 
ou visto como um problema que precisa de um cuidado especial. A 
depressão pós-parto (DPP) atinge cerca de 15% das mulheres após 
terem dado à luz. Durante os primeiros dias após o parto e de ama-
mentação é o período onde surgem os sintomas.
Trata-se de um distúrbio de humor que pode ser moderado 
ou severo. Muito semelhante à situação de depressão. Após o 
parto, a realidade de agora ser mãe e responsável por uma crian-
ça, passa a preocupar a mulher de modo exagerado ou fazer com 
que esta tenha compulsão por determinadas coisas. Sentimento 
de tristeza, de desamparo, de angústia, de insatisfação, chorar 
com frequência, desinteresse sexual, alterações alimentares e 
no sono são alguns sintomas. Pode acontecer também de ter 
47 Nutrição da gestação à infância
desejos ruins sobre a criança, pensamentos agressivos, mesmo 
amando seu filho, sente desejo de beliscá-lo, abandoná-lo ou 
deixa-lo cair. Tudo isso também gera na mãe uma grande tris-
teza, insatisfação, irritabilidade e fragilidade emocional, pois 
há o sentimento de culpa por ter desejos ruins sobre seu filho. 
Não há uma causa fixa a respeito do que causa a DPP, são 
vários fatores envolvidos, entre eles mudança física vinda da 
gravidez e do parto, fatores emocionais, estilo de vida, falta de 
apoio familiar, abandono, histórico de depressão.
Os profissionais especialistas que podem diagnosticar uma 
depressão pós-parto são: Psicólogo. Psiquiatra, Endocrinologista 
e Ginecologista e Obstetra.
Fonte: https://temosquefalarsobreisso.wordpress.com/2015/10/20/sinto-que-meu-filho-me-rejeita/
Adrielly DemschinskiDepressão pós-parto
• Consequências futuras na criança
Há um grande número de pesquisas que mostram o quanto a 
depressão pós-parto está ligada aos problemas cognitivos e socioe-
mocionais em crianças. De acordo com a duração da DPP, a afetivi-
48 Nutrição da gestação à infância
Adrielly DemschinskiDepressão pós-parto
dade e cuidados à criança são afetados, gerando assim um prejuízo 
no desenvolvimento cognitivo e social nos primeiros anos da criança.
Pesquisas apontam uma grande associação entre a depres-
são pós-parto e problemas futuros de desenvolvimento, trans-
tornos de conduta, comprometimento da saúde física, inse-
gurança e também episódios depressivos. Há também efeitos 
sobre a criança em seu desenvolvimento cognitivo, problemas 
com a linguagem e atenção.
• Cuidados e tratamentos
Segundo Schmidt (2005), o reconhecimento do estado de-
pressivo é o primeiro passo para uma intervenção. Assim 
que a mãe assume sua situação e admite que precisa de auxí-
lio, o trabalho feito pelo profissional torna-se bem mais fácil. 
Quando mais cedo for identificado, menos o relacionamento 
mãe-bebê é prejudicado.
Normalmente os antidepressivos são os mais utilizados no 
tratamento a depressão pós-parto. Para que seja evitada uma 
recaída ou retorno dos sintomas, o médico pode passar o remé-
dio por até um ano. Nos casos em que as crises se prolongam, 
o tratamento pode levar anos.
Com um acompanhamento psicológico vinculado ao trata-
mento medicamentoso, é possível recuperar-se da depressão 
pós-parto em pouco tempo e tendo um resultado positivo.
49 Nutrição da gestação à infância
• Referências
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condes, David, Vinicius Frayze, Viegas, Lia Matos, & Otta, Emma. 
(2015). Fatores psicossociais e sociodemográficos associados à de-
pressão pós-parto: Um estudo em hospitais público e privado da 
cidade de São Paulo, Brasil. Estudos de Psicologia (Natal), 20(1), 
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5. SCHMIDT, Eluisa Bordin; PICCOLOTO, Neri Maurício e MULLER, 
Marisa Campio. Depressão pós-parto: fatores de risco e repercus-
sões no desenvolvimento infantil. PsicoUSF [online]. 2005, vol.10, 
n.1, pp. 61-68. ISSN 1413-8271. 
Adrielly DemschinskiDepressão pós-parto
Os Primeiros 
Cuidados ao Berço
Paula Frassineti
51 Nutrição da gestação à infância
Paula FrassinetiOs Primeiros Cuidados ao Berço
“Amar é um cuidar que se ganha em se perder.”
Luís de Camões
O cuidado dispensado a crianças no primeiro ano de vida é fun-
damental para o desenvolvimento do pequeno organismo que, após 
um curto período de adaptação às condições de vida extrauterina, 
precisa desenvolver capacidades fundamentais para a sua sobre-
vivência e desenvolvimento nas etapas subsequentes. Ao mesmo 
tempo, é nesse período que se estabelecem vínculos afetivos e o 
fortalecimento de laços que se perpetuarão e refletirão no desen-
volvimento emocional e cognitivo ao longo de toda a vida.
De forma impressionante, no primeiro ano de vida, o bebê tem, 
normalmente, o seu peso triplicado e a sua estatura duplicada. É o 
que denominamos crescimento somático. Contudo, cada tecido e 
cada órgão tem velocidades distintas de crescimento e maturação. 
Sendo assim, observamos nos bebês o crescimento neural, reproduti-
vo e linfoide. Harmoniosamente os quatro processos de crescimento 
se desenvolvem na medida exata e de forma coordenada, tornando 
o indivíduo apto para as respostas fisiológicas, que irão auxiliá-
-lo na sua sobrevivência. Essas somente se aprimorarão nas fases 
subsequentes do desenvolvimento.
Dessa forma, ao final de um ano, os bebês são capazes de segu-
rar objetos, reconhecer pessoas, mastigarem alimentos, balbuciar 
frases, sentarem sem a ajuda de terceiros e se deslocarem dentro 
do ambiente em que se encontram, quer seja engatinhando, quer 
seja se segurando em diferentes objetos presentes no ambiente. A 
figura 1 apresenta, de forma resumida, as expectativas de desen-
52 Nutrição da gestação à infância
volvimento físico estabelecidos para os primeiros 12 meses de vida.
Figura 1: Representação das etapas de desenvolvimento observadas nos primeiros. 
(Adaptado de http://www.momjunction.com/articles/simple-tips-to-nurture-faster-ba-
by-boy- growth_0082300/#gref)
A manutenção da saúde de bebês é o reflexo do estabelecimento 
de uma rotina de cuidados adequados e da provisão de um ambien-
te propício ao desenvolvimento das aptidões estabelecidas para a 
idade. Ela é uma tarefa que exige de pais e cuidadores uma atenção 
diferenciada e o conhecimento de algumasestratégias básicas que au-
xiliam em rotinas de cuidado. Sendo assim, o presente capítulo foi or-
ganizado considerando, de forma resumida, os principais cuidados a 
serem dispensados aos bebês nas diferentes etapas do desenvolvimento 
observadas no primeiro ano de vida.
Antes do nascimento, a vida do feto depende exclusivamen-
te do organismo da mãe. Contudo, logo nas primeiras horas após o 
Paula FrassinetiOs Primeiros Cuidados ao Berço
53 Nutrição da gestação à infância
nascimento, o organismo do recém-nascido (RN) adapta as suas 
respostas fisiológicas para que seja garantida a sua viabilidade sem 
o auxílio da placenta. As adaptações imediatas dessa fase são as 
respiratórias (distribuição de oxigênio para todas as células), cir-
culatória (distribuição do sangue para todos os tecidos) e térmica 
(controle da temperatura corporal).
Cabe ressaltar que, para a grande parte dos RN, esse processo de 
transição ocorre sem maiores intercorrências e antes de 24 horas eles 
são conduzidos aos quartos ou enfermarias de suas mães, as quais tam-
bém estão vivenciando um processo de adaptação imposto pela nova 
condição da maternidade. Dentro do ambiente hospitalar, a segurança 
de se estar próxima a uma equipe multiprofissional que a assiste nas 
necessidades iniciais, favorecem a autoconfiança. Para tal, é fundamen-
tal que a mãe se sinta confortável de conversar com os profissionais de 
saúde que ali se encontram (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e 
nutricionistas) e que esses sejam capazes de tranquilizá-la e auxiliá-la 
nesse período de transição para que, após a alta, ela possa prover ao RN 
os cuidados adequados.
• O primeiro desafio: o estabelecimento da amamentação
É consenso que o aleitamento materno (AM) consiste no modo 
mais natural e seguro de alimentação para crianças de até dois 
anos. Dada a sua importância, o Fundo das Nações Unidas para 
a Infância (UNICEF), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e 
órgãos de proteção à criança declararam que o AM é um com-
portamento básico para a sobrevivência infantil. Preconiza-se, 
Paula FrassinetiOs Primeiros Cuidados ao Berço
54 Nutrição da gestação à infância
portanto, que o leite materno deve ser ofertado ao bebê de ma-
neira exclusiva até o sexto mês de vida, perdurando até os dois 
anos de idade ou mais.
Dadas as peculiaridades do leite humano, visto tratar-se de um 
alimento vivo que apresenta uma composição química peculiar. A 
combinação de proteínas, lipídeos, carboidratos, minerais, vitami-
nas, enzimas e células vivas faz com que o leite materno apresente 
diversos benefícios nutricionais, imunológicos, econômicos, psico-
lógicos e emocionais reconhecidos e inquestionáveis.
Após o nascimento do bebê, a composição e a quantidade de 
leite variam de acordo com as necessidades do RN. O colostro é 
a primeira “forma de apresentação” do leite materno. Ele é um li-
quido amarelado e espesso produzido e secretado no período pós-
-parto. Apesar de ter um aspecto diferente do leite denominado de 
“maduro”, o colostro é reconhecidamente importante para a boa 
adaptação fisiológica do RN à vida extrauterina. Sendo assim, é 
importante que tão logo for possível, ele seja ofertado ao bebê. Cabe 
ressaltar que o ato de sugar, um dos reflexos primitivos observa-
dos no RN. Sendo assim, será instintivo que ao lhe ser ofertada a 
mama, ele a sugará.
A experiência da primeira amamentação causa um certo des-
conforto para a maioria das mulheres, principalmente no início da 
mamada. Estudos revelam que alguns fatores contribuem para tal. 
O mal posicionamento do bebê ou a pega incorreta são apontados 
como as principais causas de mamilos machucados e muito dolorosos, 
os quais contribuem para a desistência da amamentação.
Importante considerar que nesse processo temos dois aprendi-
Paula FrassinetiOs Primeiros Cuidados ao Berço
55 Nutrição da gestação à infância
zes que precisam se adaptar à nova realidade: mãe e bebê. Sendo 
assim, paciência, tranquilidade e persistência são fundamentais. 
Após o estabelecimento das rotinas da mamada, tudo transcorrerá 
normalmente.
Cabe lembrar que a opção pelo AM é sempre uma decisão da mãe, 
sendo esta fortemente influenciada por padrões culturais e sociais. 
Contudo, segundo a UNICEF, o período pós -parto pode ser definitivo 
para contribuir ou não para o estabelecimento do AM.
A Figura 2 apresenta, de forma resumida, algumas dicas para o 
posicionamento adequado do bebê e a pega correta, considerados 
essenciais para o estabelecimento do AM.
Paula FrassinetiOs Primeiros Cuidados ao Berço
56 Nutrição da gestação à infância
Figura 2: Dicas para o posicionamento adequado e a pega correta para o estabelecimento 
do AME (fonte: http://guiamamae.com/checklist-da-amamentacao/)
• Amamentação: será que tenho leite suficiente?
Ao longo dos meses, é muito comum as mães de primeira via-
gem se queixarem de que estão produzindo pouco leite ou que o 
leite “fraco”. Muitas vezes, tal percepção é fruto da insegurança 
Paula FrassinetiOs Primeiros Cuidados ao Berço
57 Nutrição da gestação à infância
materna quanto a sua capacidade de nutrir plenamente seu bebê. 
Contudo, é importante lembrar que a maioria das mulheres tem 
condições biológicas para produzir leite suficiente para atender à 
demanda de seus filhos.
O grande problema é que essa insegurança, com frequência, 
é reforçada por pessoas próximas. Com isso o choro do bebê e as 
mamadas frequentes (que fazem parte do comportamento nor-
mal em bebês pequenos) são interpretadas como sinais de fome.
Na amamentação, o volume de leite produzido é variável 
de acordo com a quantidade que a criança mama e da frequên-
cia com que mama. Quanto maior o volume de leite e quanto 
maior a frequência das mamadas, maior será a produção de 
leite. Normalmente, toda mãe tem a capacidade de produção 
de leite maior que o que o seu bebê necessita. Para se ter uma 
ideia, estudos indicam que mães que mantém a amamentação 
exclusiva conseguem manter uma produção média de cerca de 
800mL por dia no 6º mês.
Sendo assim, durante as consultas de acompanhamento e 
crescimento e desenvolvimento (CD) o pediatra ou a enfermei-
ra responsável farão a avaliação do ganho de peso da criança e 
poderão auxiliar na manutenção de uma amamentação eficaz. 
Se for o caso, suplementos poderão ser prescritos.
• Cuidados Essenciais com o Coto Umbilical
O coto umbilical nada mais é do que a parte do cordão umbili-
cal que permanece presa ao corpo do RN por um período médio de 
Paula FrassinetiOs Primeiros Cuidados ao Berço
58 Nutrição da gestação à infância
sete dias. Os cuidados com o coto umbilical são cercados de mitos 
e crenças que contribuem ainda mais para a insegurança de mães, 
principalmente as de primeira viagem. Algumas práticas, tais como 
a de enfaixar o coto, colocar moeda, utilizar preparados caseiros 
(folhas de arruda, de fumo, banha de galinha) não são recomenda-
das, sendo nocivas para o bebê.
Vale lembrar que o coto umbilical é uma porta de entrada 
para diversas infeções. Dentre elas, o tétano neonatal é uma de 
maior preocupação. Pela gravidade da doença, além da limpeza 
correta do coto umbilical, o Ministério da Saúde recomenda 
a vacinação antitetânica a todas as mulheres em idade fértil, 
grávidas ou não, com idades entre 10 e 49 anos.
Deve-se aqui considerar que a OMS, baseada em estudos 
diversos, sugere que o melhor cuidado com o coto umbilical é 
mantê-lo limpo e seco, não havendo necessidade de uso de an-
tissépticos ou ligaduras (“dry cord care” – cuidado seco). Con-
tudo, havendo qualquer tipo de sujidade é recomendável a sua 
limpeza com água potável. Em locais onde há precariedade de 
condições sanitárias adequadas, sugere-sea limpeza com água 
fervida e uso de antissépticos tópicos. Os mais comuns são o 
álcool 70% e a solução de clorexidina 4%. Ambos com excelente 
eficácia e tolerância, sendo o primeiro mais acessível.
Abaixo, os procedimentos recomendados para a limpeza do 
coto umbilical:
• Lavar bem as mãos com água e sabão antes de cuidar do coto 
umbilical, para evitar que os micróbios presentes nas mãos en-
trem no coto umbilical e causem doenças ao bebê;
Paula FrassinetiOs Primeiros Cuidados ao Berço
59 Nutrição da gestação à infância
• Suspender com uma das mãos o coto umbilical e com a ou-
tra mão passar um pano lavado e passado a ferro, gazes, al-
godão ou cotonete molhado em álcool a 70% em toda a base 
do coto umbilical;
• Utilizar outro pano lavado e passado a ferro, algodão ou cotone-
te quando estes estiverem sujos, sempre que necessário;
• Lavar também o coto umbilical com álcool a 70 % (encontrado 
nos Postos de Saúde ou farmácias);
A limpeza do coto deve ser diária, podendo ser realizada várias 
vezes. Recomenda-se que esta seja feita após o banho e a troca de 
fraldas, até que a ferida umbilical esteja completamente cicatrizada.
Lembrando que não se deve usar gazes e nem tampouco 
faixas para cobrir o coto umbilical. A fralda deve ser sempre 
colocada abaixo do dele, para que ele fique sempre seco. Caso 
se observe qualquer alteração (vermelhidão, umidade em 
volta do coto umbilical, secreção e mal cheiro) deve-se procu-
rar um serviço de saúde, o mais rápido possível, para que seja 
dado o tratamento adequado.
O mito gerado pelo cuidado com o coto umbilical faz com 
que, em algumas regiões do nosso país, o primeiro banho do 
RN seja adiado para após a queda do coto. Contudo, não há 
nenhuma evidência que tal atitude previne a infecção do coto 
umbilical ou reduzam o tempo de sua cicatrização.
Importante considerar que após a queda do coto, pode ser 
que a região do umbigo permaneça inchada e continue a vazar 
um líquido. Essa é uma condição denominada de granuloma 
umbilical e desaparece rapidamente com o tratamento adequa-
Paula FrassinetiOs Primeiros Cuidados ao Berço
60 Nutrição da gestação à infância
do. Sendo assim, é muito importante que ela seja informada 
ao profissional de saúde na primeira consulta do bebê, a qual 
ocorre normalmente no décimo dia de vida.
Também pode surgir uma saliência logo abaixo do umbigo 
conhecida como hérnia umbilical. Geralmente, trata-se de uma 
condição que não causa maiores problemas e costuma desapa-
recer até o quinto ano de vida.
• Os cuidados na hora do banho
Considerando que a manutenção da temperatura corporal do RN 
é fundamental para a sua adaptação à vida extrauterina, o primeiro 
banho é dado no hospital somente após a estabilização dos sinais 
vitais do bebê. Isso ocorre, normalmente, nas primeiras quatro horas 
de vida. Sendo assim, recomenda-se que o primeiro banho ocorra 
não antes das 6 primeiras horas de vida.
O banho por imersão é o preferível, visto que provoca menos 
perda de calor. Deve-se utilizar somente água fervida ou soro 
fisiológico, numa temperatura de 37ºC. O banho deve ter uma 
duração máxima de 5 minutos, pois, no início, é considerado um 
estressor para muitos bebês. Sendo assim, é normal que alguns 
bebês chorem bastante nos primeiros banhos e isso costuma a 
aumentar o medo de algumas mães de estarem machucando-
-os ou maltratando-os. Sendo assim, vale novamente lembrar 
que se trata de um aprendizado mútuo, que exige paciência, 
persistência e tranquilidade.
Para o RN a termo (aquele que nasce no tempo previsto), 
Paula FrassinetiOs Primeiros Cuidados ao Berço
61 Nutrição da gestação à infância
são recomendados banhos diários ou em dias alternados. É 
importante lembrar que neste período, os bebês não são ex-
postos à sujidade, visto que praticamente a mãe ou cuidador 
permanecem mais em contato direto com ele. Bebês prematu-
ros devem ser banhados com água potável ou fervida, ou soro 
fisiológico, de 4/ 4 dias.
Algumas recomendações importantes para o sucesso do banho:
1. Local adequado: escolher um ambiente deve ser fechado, com 
uma temperatura agradável e sem correntes de ar;
2. Material necessário: algodão, sabonete neutro, fralda de pano, 
toalha macia, cotonete, álcool 70%, óleo mineral, banheira com 
água morna. Deve-se checar a temperatura da água, antes de se 
despir o bebê. O uso de baldes de imersão é uma prática que vem 
sendo adotada. Cabe à mãe a decisão em relação ao uso da ba-
nheira ou do balde;
3. Passo a passo (banho com banheira):
I. Despir o bebê, mantendo-o de fralda e enrolado em 
uma toalha.
II. Acomodá-lo em um dos antebraços, cuja mão deve apoiar 
a cabeça e proteger os ouvidos. 
III. Lavar o rosto do bebê somente com água.
IV. Utilizar um chumaço de algodão embebido com sabone-
te neutro para lavar o couro cabeludo e os cabelos. Enxaguar 
jogando a água para trás.
V. Levar o bebê ao trocador e secar o rosto e os cabelos. Com 
o auxílio de um cotonete, secar a borda das orelhas e do nariz.
VI. Retirar a fralda. Se a região da fralda estiver suja, limpar 
Paula FrassinetiOs Primeiros Cuidados ao Berço
62 Nutrição da gestação à infância
com algodão embebido em óleo mineral antes de colocá-lo na água.
VII. Colocar o bebê imerso na água, colocando a palma da 
mão não dominante na cabeça e no tronco do RN. Molhar o 
corpo do bebê do pescoço para baixo, aproveitando para lavar 
bem e cuidadosamente a região do cordão umbilical.
VIII. Virar o bebê e lavar as costas e as partes íntimas.
IX. Retirar o bebê da água e enrolá-lo em uma toalha macia.
X. Secar cuidadosamente o bebê e fazer a limpeza e secagem 
do coto umbilical (conforme descrito anteriormente)
XI. Colocar a fralda e colocar primeiramente a roupa que 
cobrirá o tronco. 
XII. Finalizar a colocação da roupa e cobrir o bebê com um 
cueiro ou manta, conforme indicado na Figura 3.
Paula FrassinetiOs Primeiros Cuidados ao Berço
63 Nutrição da gestação à infância
Figura 3: Técnica sugerida para a dobradura de mantinhas/cueiros.
(Fonte: http://www.minhasdikas.com/2011/04/saquinho-de-dormir-para-bebe.html)
Idealmente, recomenda-se que o banho seja dado ao fim da 
tarde, pelo seu efeito relaxante. Na tabela apresentada na pági-
na seguinte, são descritos alguns banhos utilizados em algumas 
situações especiais.
Paula FrassinetiOs Primeiros Cuidados ao Berço
64 Nutrição da gestação à infância
Paula FrassinetiOs Primeiros Cuidados ao Berço
65 Nutrição da gestação à infância
• Trocas de Fraldas e Cuidados com a pele
A pele, considerada o maior órgão do corpo humano, tem diver-
sas funções que vão além da proteção. Dessa forma, a manutenção 
da sua integridade é essencial em todas as fases da vida. Após o 
nascimento, diversos mecanismos contribuem para a maturação 
da função de barreira atribuída à pele, a qual é fundamental para 
a adaptação do bebê à vida extrauterina.
Assim, quanto menos interferentes forem utilizados no 
processo, mais rápido ele ocorrerá. Deve-se também consi-
derar que muitos dos produtos disponibilizados no mercado 
de cosméticos não foram desenvolvidos para esta faixa etá-
ria. Essa é a razão pela qual o seu uso deve ser mínimo nos 
primeiros meses de vida.
É recomendado que a troca de fraldas seja realizada antes 
das mamadas ou quando houver presença de fezes, cujos pro-
dutos agridem e lesionam a pele do bebê. A limpeza do local 
deve ser feita somente com água morna, previamente fervida. 
O surgimento de dermatite das fraldas, vulga assadura, é ex-
tremamente influenciado pela umidade da pele. Sendo assim, a 
região das fraldas deve ser seca por completo antes de se colocar 
a fralda limpa. Vale ressaltar que a umidade torna a pele não 
somente susceptível a lesões, mas contribui para a sua coloni-
zação por microorganismos diversos.A fragilidade cutânea do RN restringe a utilização de de-
terminados produtos de higiene, principalmente no primeiro 
mês de vida. Sendo assim, recomenda-se a utilização de fraldas 
Paula FrassinetiOs Primeiros Cuidados ao Berço
66 Nutrição da gestação à infância
superabsorventes, as quais devem ser selecionadas de acordo 
com o poder aquisitivo dos pais e a adaptação do RN às mesmas.
A utilização de emolientes, principalmente os formulados 
à base de óxido de zinco ou de petrolato, auxiliam na proteção 
cutânea e auxiliam na prevenção das assaduras. Os primeiros 
são bastante populares, pois além de efetivos, são de baixo custo. 
A presença de descamação e placas avermelhadas podem ser 
indicativas de uma infecção fúngica. Caso ocorra, é necessá-
rio que o RN seja avaliado por um médico para que se tenha o 
diagnóstico e o tratamento adequados.
• Cuidados com o ambiente: ruídos, luminosidade e visitas
O ambiente de referência do RN após o nascimento é, sem dú-
vida, o seu berço. É comum que as mães queiram decorá-lo com 
bichinhos, almofadas e outros objetos. Contudo, é preciso lembrar 
que ele passou os últimos 9 meses dentro do útero materno, o qual 
era um ambiente calmo, silencioso, escuro e com uma temperatura 
bastante confortável. Sendo assim, sugere-se que nas primeiras 8 
semanas a sua adaptação a um mundo cheio de ruídos, claridade 
e informações visuais desconhecidas seja feita de forma gradual. 
Abaixo, algumas dicas para auxiliar nesse período de adaptação:
I) Evite colocar bichinhos de pelúcia dentro do berço do 
bebê ou outros objetos que possam causar alergias ou provo-
car acidentes desnecessários. Haverá o momento certo em 
que ele vai se interessar mais por brinquedos e você pode-
rá explorá-los, inclusive, para incentivar o desenvolvimento 
Paula FrassinetiOs Primeiros Cuidados ao Berço
67 Nutrição da gestação à infância
motor e cognitivo do seu bebê;
II) Os lençóis e roupas devem ser lavadas com sabão neutro e, 
preferencialmente, secadas ao sol. Utilize uma bacia ou um balde 
para lavar separadamente as roupas do RN;
III) Evite pintar a parede do quarto com cores fortes, utilizando 
tons mais claros.
IV) Dê preferência às roupas de algodão, de cor clara ou tons 
pastel. Os tecidos sintéticos e coloridos, os quais são popularmente 
comercializados pelo seu baixo valor, apresentam um maior po-
tencial alergênico.
O quarto do bebê deve ser mantido limpo e arejado, recebendo, 
preferencialmente a luminosidade da manhã. Posicione o berço, 
de forma tal, que o bebê consiga visualizar a janela. Observar as 
cores naturais e os efeitos da claridade no quarto pode se tornar 
uma atividade curiosa para o pequeno ser que se encontra num 
momento único de descoberta.
Lembre-se que além de um ambiente com luminosidade ade-
quada, é muito importante que se mantenha um ambiente calmo 
e limpo. Ruídos são sons que incomodam bastante o RN. Estudos 
demonstram que estes provocam diversas alterações comportamen-
tais nas crianças que se evidenciam na vida adulta.
A limpeza do quarto, o que inclui berço e outras superfícies, 
dever ser diária e pode ser realizada com uma solução de vinagre e 
água (1 xícara de vinagre em 3,5 L de água). Outras dicas para o uso 
do vinagre como solução de limpeza são encontradas em diversos 
sites, como os descritos abaixo:
Paula FrassinetiOs Primeiros Cuidados ao Berço
68 Nutrição da gestação à infância
• http://pt.wikihow.com/Usar-Vinagre-Para-Limpeza-Dom%-
C3%A9stica;
• https://blogdamamaesustentavel.wordpress.com/2014/03/05/
vinagre-para-o-chao/
• http://www.saltoaltoemamadeiras.com.br/lavando-a-roupinha-
-do-bebe-e-o-vinagre-como-solucao/
• Visitas ao bebê
As visitas nas primeiras semanas ocorrem com maior frequên-
cia, cabendo aos pais, educadamente informar aos parentes e ami-
gos que nem sempre o bebê estará “disponível”. Sugere -se manter 
nas proximidades do berço um frasco com álcool gel, devendo ser 
solicitado aos visitantes que desejem segurar o bebê que o utilizem 
ou lavem as mãos. Deixe por perto um cueiro ou uma fralda de 
pano a ser utilizado para colocar sobre a roupa do visitante.
Pessoas resfriadas, gripadas, tossindo ou com qualquer doença 
infectocontagiosa não devem se aproximar do bebê. Muitas ve-
zes, a mãe não se sente confortável em solicitar que o visitante se 
aproxime do RN. Contudo, tal atitude é fundamental para que se 
evitem doenças para as quais o organismo do bebê ainda não se 
encontra preparado para resistir/combater. Lembre-se de que fir-
meza e educação quando demonstradas são atitudes que evitam 
constrangimentos desnecessários.
Paula FrassinetiOs Primeiros Cuidados ao Berço
69 Nutrição da gestação à infância
• Uso de chupetas
O uso de chupetas é uma prática que, apesar de cultural, vem 
sendo desaconselhada por diversos motivos. Abaixo, foram destaca-
dos alguns. Novamente, cabe aos pais a decisão final quanto à sua 
utilização. Dados apontam que o desmame precoce tem maior pro-
babilidade de ocorrência em crianças que usam chupetas. Contudo, 
os mecanismos dessa associação permanecem sob investigação. Um 
dos aspectos investigados refere-se à frequência da amamentação. 
Estudos indicam que crianças que usam chupetas são amamenta-
das com menos frequência e isso contribui para uma redução na 
produção de leite.
Outro aspecto a ser considerado refere-se à ocorrência de outras 
condições indesejadas. Candidíase oral (“sapinho”), otite (“infecção de 
ouvido”) e alterações no palato (“céu da boca”) são observadas mais 
frequentemente em crianças que usam chupetas.
• Posicionamento do bebê no berço
Nas primeiras semanas de vida, o RN costuma dormir de 
18-21h, sendo estas horas igualmente intervaladas nos espaços 
do dia e da noite. Normalmente, os estados de vigília são raros 
e ocorrem antes das mamadas. Segundo a Pastoral da Crian-
ça, nem todos os pais colocam os bebês para dormir na posi-
ção recomendada, apesar de existirem evidências que cuida-
dos adequados durante o sono reduzem em 70% os riscos de 
morte súbita de crianças.
Paula FrassinetiOs Primeiros Cuidados ao Berço
70 Nutrição da gestação à infância
Atualmente, é consensual entre diversos profissionais (Sociedade 
Brasileira de Pediatria, Sociedade Brasileira de Enfermeiras Pediá-
tricas, Sociedade Americana de Pediatria) que os bebês devem ser 
colocados no berço em decúbito dorsal (“de barriguinha para cima”), 
visto que a associação entre a síndrome da morte súbita do lactente 
ocorre mais frequentemente em bebês que dormem de bruços.
Contudo, apesar de tal situação, as mães ainda são orientadas 
na alta hospitalar a colocarem os bebês lateralizados nos berços, 
com medo de que que os bebês se sufoquem, em caso de regurgi-
tamento, se forem colocados em decúbito dorsal.
• Transporte Seguro
Toda criança deve ser conduzida em cadeirinha apropriada 
para o seu tamanho e peso desde o momento que sai do hospital. 
A cadeirinha deve ser acoplada ao banco traseiro, com o encosto 
voltado para o banco do passageiro, para que ela permaneça no raio 
de visão do motorista (Figura4). Sob nenhuma hipótese, o bebê dever 
ser retirado da cadeirinha, enquanto o veículo se encontra em mo-
vimento. Se necessário, pare o veículo em um local seguro e atenda 
à demanda do bebê, confortando-o.
Contudo, ele deve ser recolocado na cadeirinha tão logo se per-
ceba que se encontra bem. Muitos pais ainda resistem ao uso das 
cadeirinhas, mesmo estas sendo obrigatórias no Brasil. Mais uma 
vez é preciso considerar que o seu uso é embasado por diversos 
estudos e essa deve ser uma prática absorvida por todos, visto que 
dados demonstram a sua efetividade. É preciso também considerar 
Paula FrassinetiOs Primeiros

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