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A RESPONSABILIDADE CIVIL EM DECORRÊNCIA DO BULLYING NO AMBIENTE ESCOLAR

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a responsabilidade civil em decorrÊncia do bullying nO ambiente escolar
CIVIL LIABILITY IN BULLYING THE CONSEQUENCE OF SCHOOL ENVIRONMENT
Aline Pereira dos Santos Gobbo[1: Acadêmica do Curso de Direito da UNIVEL – Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. ]
Paulo Roberto Pegoraro Junior[2: Doutorando em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUC/RS. Mestre em Direito Processual e Cidadania pela Universidade Paranaense – UNIPAR. Professor do Curso de Direito da UNIVEL – Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel.]
Resumo: Muitas crianças e adolescentes tem sofrido bullying no ambiente escolar. Tal fenômeno dificilmente poderá passar despercebido a um profissional da educação, pois este é um fenômeno social de grande relevância, e ainda, possuem características especificas que são possíveis ser identificadas. Pode-se dizer que o mais lesivo seja o seu poder de causar danos psicológicos irreparáveis ao psiquismo, á personalidade, ao caráter e até mesmo á autoestima de suas vitimas, se não identificados e tratados. E quando esse dano é causado, alguém deve ser responsabilizado civilmente. O estabelecimento de ensino deve ser um lugar de encontro de igualdade, de desenvolvimento, ainda, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e a Constituição Federal, o aluno tem o direito de receber atenção e respeito de colegas, professores, funcionários e colaboradores da escola, independente de idade, sexo, raça, cor, credo, religião, origem, nacionalidade, deficiências, estado civil, orientação sexual ou crenças políticas. Portanto, caso um aluno venha sofrer bullying no meio escolar, o mesmo terá seus direitos garantidos judicialmente. 
Palavras-chave: Bullying. Consequências. Responsabilidade. Civil. 
ABSTRACT: 
Many children and adolescents have suffered bullying at school. This phenomenon can hardly go unnoticed to a professional education, as this is a social phenomenon of great importance, and also have specific characteristics that are possible to be identified. It can be said that the most harmful is its power to cause irreparable psychological damage to the psyche, will personality, the character, and even self-esteem will of their victims, if not identified and treated. And when this damage is caused, someone must be held responsible civilly. The educational institution must be a meeting place of equality, development, yet, according to the Law of Directives and Bases of Education and the Federal Constitution, the student has the right to receive attention and respect of colleagues, teachers, staff and employees of the school, regardless of age, sex, race, color, creed, religion, origin, nationality, disability, marital status, sexual orientation or political beliefs. So if a student will suffer bullying at school, it will have their rights guaranteed in court.
KEYWORDS: Bullying. Consequences. Responsibility. Civil.
1 INTRODUÇÃO 
O bullying sempre existiu entre nós, mas só hoje, é abertamente discutido na mídia, e recentemente, tem despertado o interesse da área jurídica.
Muitas crianças e adolescentes tem sofrido bullying no âmbito escolar. Tal fenômeno dificilmente pode passar despercebido a um profissional de educação, pois este é um fenômeno social de grande relevância, e ainda, possuem características especificas que são possíveis ser identificadas. Pode-se dizer que o mais lesivo seja o seu poder de causar danos psicológicos irreparáveis ao psiquismo, á personalidade, ao caráter e até mesmo á autoestima de suas vitimas, se não identificados e tratados.
E quando esse dano é causado, alguém deve ser responsabilizado civilmente. O estabelecimento de ensino deve ser um lugar de encontro de igualdade, de desenvolvimento, ainda, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e a Constituição Federal, o aluno tem o direito de receber atenção e respeito de colegas, professores, funcionários e colaboradores da escola, independente de idade, sexo, raça, cor, credo, religião, origem, nacionalidade, deficiências, estado civil, orientação sexual ou crenças políticas. Portanto, caso um aluno venha sofrer bullying no meio escolar, o mesmo terá seus direitos garantidos judicialmente.
Dessa forma, analisaremos quem será responsabilizado judicialmente quando tratar-se de dano decorrente desse fenômeno em ambiente escolar.
2 O FENÔMENO BULLYING 
2.1 O CONCEITO DE BULLYING NO ASPECTO PSICOLÓGICO
O bullying vem se espalhando sutilmente entre os estudantes, onde aumenta e cerca de forma quase epidêmica um número cada vez maior de alunos (SILVA, 2010). 
Sua ação traumatiza o psiquismo de suas vitimas estimulando a delinquência e induzindo outras formas de agressão. Além disso, tem um poder destrutivo capaz de gerar graves danos psicológicos imensuráveis e irreparável á sua vitima para o resto da vida. Podendo ainda, acarretar prejuízos á saúde física, e em sua futura constituição familiar e criação de seus filhos, e em sua relação de trabalho (FANTE, 2011).
Os traumas causados podem não ser superados. Caso isso ocorra, poderá desencadear processos judiciais ao seu desenvolvimento psíquico, mas para evitar novos traumas do que para buscar sua auto superação, pois o trauma causado influenciará inconscientemente em seu comportamento, gerando sentimentos negativos, baixa autoestima, problemas para conseguir emprego no futuro, falta de confiança, vontade de faltar às aulas, desejo de mudar de escola ou até mesmo de abandonar os estudos, desejo de isolar-se, depressão, síndrome do pânico, insônia ou pesadelo, desenvolvimento de dificuldade para falar ou gagueira, sentimento de culpa por ter problemas ou dificuldades, mau comportamento em casa, etc., além disso, tudo, a vitima pode ser tão lesado a ponto de querer vingança, podendo chegar ao homicídio e até ao suicídio (SANTANA, 2011).
''Podemos conceituar o bullying como um conjunto de ações agressivas intencionais e repetitivas, praticadas por alguém contra outra ou mais pessoas sem motivação aparente, causando sofrimento'' (SANTANA, 2011, p 17).
Para Teixeira (2011, p. 19), podemos definir o bullying como
comportamento agressivo entre estudantes. São atos de agressão física, verbal, moral ou psicológica que ocorrem de modo repetitivo, sem motivação evidente, praticados por um ou vários estudantes contra outro individuo, em uma relação desigual de poder. (TEIXEIRA, 2011, p. 19).
Fante (2011, p. 28) trás a definição universal do bullying como sendo
[...] um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas que ocorrem sem motivação evidente, adotado por um ou mais alunos contra outros, causando dor, angustia e sofrimento. Insultos, intimidações, apelidos cruéis, gozações que magoam profundamente, acusações injustas, atuação de grupos que hostilizam, ridicularizam e infernizam a vida de outros alunos. (FANTE, 2011, p. 28). 
Podemos então, definir esse fenômeno como um comportamento cruel no convívio entre pessoas/alunos, em que os mais fortes agridem os mais fracos, até mesmo transformando-os em objetos de diversão e prazer, através de ''brincadeiras'' que disfarçam a intenção de maltratar e intimidar, causando dessa forma sérios danos a vitima (FANTE, 2011).
Fica claro que o bullying se relaciona com o poder. Teixeira (2011) trás em sua obra que quando vemos dois alunos brigando, e não há entre eles desequilíbrio de poder, não estamos lidando com o bullying. 
Tal fenômeno pode ser dividido pela forma como as agressões são direcionadas as vitima, sendo em formas diretas ou indiretas. No primeiro a vitima é atingida verbalmente. Segundo Teixeira (2011) no bullying direto vemos agressões deliberados. Ou seja, o bully/agressor agride a vitima de forma verbal, através de xingamentos, ameaças e intimidações ou fisicamente com chutes, socos e empurrões. Já no segundo, se caracteriza quando presenciamos atos velados, escondidos, onde o bully agride a vitima de forma subliminar, normalmente é praticado por difamação, isolamento e exclusãosocial (TEIXEIRA, 2011).
Fante (2011, p. 159) classifica a violência direta como sendo “contra as pessoas, interpessoal”, ou ainda “contra utensílios, bens ou patrimônios (destroços ou vandalismo, furto)”. 
Dessa forma, entendemos que o bullying estimula a delinquência e outras formas de violência, produzindo, gerando pessoas estressadas, deprimidas, com baixa autoestima, baixa capacidade de autoaceitação e resistência á frustração, reduzida capacidade de autoafirmação e de autoexpressão, podendo ainda, facilitar desenvolvimento de sintomatologias de estresse, de doenças psicossomáticas, de transtornos mentais e de psicopatologias graves (FANTE, 2011).
2.2 BULLYING NA ESCOLA
O bullying é “um fenômeno mundial tão antigo quanto a própria escola” (FANTE, 2011, p. 44).
É normal vermos desentendimentos, tensões entre estudantes, ação agressiva. Essas relações entre eles, ás vezes ocorre como diversão ou como forma de autoafirmação ou ainda, para se afirmar as relações de força ou poder que os alunos têm entre si (FANTE, 2011).
Esse fenômeno não tem um lugar especifico para acontecer. Santana (2010, p. 27) traz alguns locais: ''banheiro, biblioteca, corredores, pátio, play ground, sala de aula, sala de leitura, imediação da escola, caminho casa-escola e vice-versa''.
Segundo Teixeira (2011) o lugar que mais ocorre às agressões é na própria sala de aula, em sequencia o pátio do recreio escolar, além dos arredores da escola, durante o período de chegada e saída dos alunos. 
''Os estudos indicam que muitos episódios de bullying ocorrem na escola em situações em que não existe nenhuma supervisão de um adulto'' (TEIXEIRA, 2011, p. 76). Dessa forma, as quadras esportivas, pátios, campos de recreação e lazer são os locais que mais devem ser supervisionados por funcionários da escola.
Essa supervisão será importante e necessária, entretanto esses profissionais precisam estar capacitados para saber intervir rapidamente quando presenciarem caso o bullying ou mesmo para intervir em situações suspeitas em que esteja suspeitando que algo possa ocorrer. (TEIXEIRA, 2011, p. 76).
O autor afirma ainda que os monitores devem ser firmes, repassar a mensagem de que tal ato não será admissível, para que assim, fique claro que a inviolabilidade da regra acarretará consequências negativas ao agressor. Além dos professores e funcionários intervir na inibição de atos de bullying, o (a) professor (a) dos alunos envolvidos deve ficar ciente do ocorrido em se tratando de estudantes do ensino fundamental, em se tratando de alunos do ensino médio a referencia pode ser a coordenadora pedagógica (TEIXEIRA, 2011).
Santana (2011, p. 26) afirma que ''sendo constatado que o caso é bullying, educadores, pais e comunidade devem intervir diretamente, procurando ajudar a vitima e agressor, para fazer cessar as agressões [...]''. 
Mas vale ressaltar que não é qualquer comportamento agressivo que é caracterizado como bullying.
Segundo Teixeira (2005), para que um comportamento seja caracterizado como bullying é necessário distinguir os maus tratos ocorridos ocasionalmente e não graves, dos maus tratos habituais e graves. 
É notório que quando o aluno é ofendido uma ou duas vezes não se caracteriza o fenômeno bullying, mas quando a agressão se repete diariamente sem um motivo que justifique o porquê começou, fica claro que esta ocorrendo uma violência escolar.
''Alguns pesquisadores consideram ser necessário ao mínimo de três ataques contra a mesma vitima durante o ano para a sua classificação como bullying'' (FANTE, 2011, p. 28).
A prática do bullying geralmente acontece contra vitimas que não são capazes de se defender, gerando assim a repetição da agressão. Segundo Teixeira (2011, p. 21),
[...] o estudante alvo de bullying pode ser exposto a diferentes formas de agressão, entretanto não é capaz de se defender. Esse desequilíbrio de poder determina a repetição e a manutenção do comportamento agressivo de estudantes que tentam a todo custo dominar e humilhar o outro aluno. (TEIXEIRA, 2011, p. 21).
Estudiosos do comportamento bullying classificam os protagonistas do fenômeno em duas categorias, sendo elas: vítimas típicas, atípicas, provocadoras e agressoras.
As vítimas típicas são aqueles alunos que, sendo poucos sociáveis, tímidos, inseguros e incapazes de reagir as agressões, possuem característica física diferente, como uma mancha no rosto, alguma deficiência física, gordinho, enfim.
Já a vítima atípica é classificada por Fante (2011) como sendo alunos pouco sociável, que sofre inesperadamente as agressões e não dispõe recursos, status ou habilidades para reagir ou fazer com que acabe as condutas danosas. 
Para Silva (2010, p. 37) as vitimas típicas aqueles alunos que apresentam pouca habilidade de se comunicar. Diz ainda que, ''são tímidas e reservadas, e não conseguem reagir aos comportamentos provocadores e agressivos dirigidos contra elas''. 
Essas vitimas tem as seguintes características: 
aspecto físico mais frágil que o de seus companheiros; medo de que lhe causem danos ou de ser fisicamente ineficaz nos esportes e nas brigas, coordenação motora deficiente, extrema sensibilidade, timidez, passividade, submissão, insegurança, baixa autoestima, alguma dificuldade de aprendizado, ansiedade e aspecto depressivo. (FANTE, 2011, p. 72).
Sobre as características Santana (2011) diz que a vitima passiva, pode ser alvo por obter notas altas, possuir sotaque diferente, ser gaga, falar fino (menino) falar grosso (menina), ser negra, usar óculos, enfim qualquer uma dessas características na visão do agressor é motivo para a prática de bullying.
Quanto às vitimas provocadoras, estas vitimas são aquelas que provocam a agressão, são consideradas de ''gênio ruim'', e após a provocação não consegue lidar com as agressões com êxito, quando são atacadas tentam se defender mas geralmente sem êxito (FANTE, 2011).
Silva (2010, p. 40) trás que 
as vitimas denominadas provocadoras são aquelas capazes de insuflar em seus colegas reações agressivas contra si mesmas, no entanto, não conseguem responder aos revides de forma satisfatória. Elas, em geral, discutem ou brigam quando são atacadas ou insultadas. (SILVA, 2010, p. 40).
Segundo Fante (2011, p. 72), ''estas vitimas podem ser hiperativa, inquieta, dispersiva e ofensora [...]''.
Teixeira (2010, p. 37) traz que ''a vitima provocadora é aquela estudante que deliberadamente provoca e irrita os colegas de sala de aula, despertando o desejo de ataque dos bullies''. 
Finalmente, a vitima agressora é aquela que depois de atingida, procura uma outra vitima mais frágil que ela, para que possa atingir esta, da mesma forma que foi atingido.
Segundo Fante (2011, p. 72) ''vitima agressora é aquela que reproduz os maus-tratos sofridos''. 
Para Silva (2010, p. 42) ''ela reproduz os maus-tratos sofridos como forma de compensação, ou seja, ela procura outra vitima ainda mais frágil e vulnerável, e comete contra esta todas as agressões sofridas''. 
Quanto aos agressores/ bullies, geralmente manifesta pouca empatia. Há pouco relacionamento afetivo com a família ou nenhum e quando há algum problema, para resolvê-lo, os pais são violentos ou agressivos com o filho (FANTE, 2011).
Geralmente é corajoso, intimidador, briguento, não aceita ser contrariado, é autoconfiante, não possui baixa autoestima, é habilidoso socialmente, comunicativo, e pode ser considerado popular por muitos estudantes (TEIXEIRA, 2011).
''Podem agir sozinho ou em grupo. Quando ele está acompanhado de seus ''seguidores'', seu poder de ''destruição'' ganha reforço exponencial, o que amplia seu território de ação e sua capacidade de produzir mais e novas vitimas'' (SILVA, 2010, p. 43).
Esses alunos geralmente tem um desempenho escolar deficitário, porém, isso não quer dizer que tenham uma deficiência intelectual ou de aprendizagem (SILVA, 2010).
No geral, nota-se que, o que falta para estas crianças é afeto, carinho pelos demais, tanto pelos pais quanto pelos colegas. Essa ausência de afeto pode vir delares desestruturados ou no próprio temperamento do aluno (SILVA, 2010).
	Dentre os protagonistas do bullying há ainda os espectadores. Estes são aqueles alunos que veem o agressor atingindo a vitima e não fazem nada para impedir, apenas assistem a agressão.
Segundo Fante (2011, p. 73), o espectador '' é o aluno que presencia o bullying, porém não o sofre nem o pratica''. 
A maioria das vezes, as testemunhas/ espectadores não fazem nada com medo de ser a próxima vitima, dessa forma, preferem ficar calados, porém, mesmo não sofrendo as agressões diretamente, muitos deles acabam se sentindo inseguros e incomodados (FANTE, 2011).
Segundo Teixeira (2011, p. 38) ''esse silêncio ajuda na manutenção de comportamentos hostis contra as vitimas''. Quando há esse silencio, o bully acata como aprovação ás agressões, pois as testemunhas nada fazem para impedi-lo de continuar a praticar as agressões. 
2.3 O PAPEL DOS PAIS E EDUCADORES
Os pais devem acompanhar o desenvolvimento e o comportamento dos filhos na escola. Tanto o pai quanto a mãe, devem diariamente pedir para o filho como foi na escola, o que ocorre lá, de maneira franca e aberta, incentivá-lo com entusiasmo e corrigi-lo com brandura (FANTE, 2011).
Saber identificar se o filho ou aluno está sendo vitima ou correndo o risco de sofrer o bullying é imprescindível para um trabalho preventivo e de intervenção na escola (TEIXEIRA, 2011).
Quando os pais notarem que seu filho esta sendo vitima de violência escolar, devem elevar a autoestima de seu filho, destacar suas qualidades e capacidades, e não culpá-lo. Não devendo ainda, aceitar tal fato, porém, não deve influencia-lo a revidar os ataques, pois isso apenas acabará gerando mais violência, devendo sugerir que ele evite o bully e/ou busque a ajuda de professores, do treinador ou de algum adulto que saiba como agir nesse caso (FANTE, 2011).
Após a identificação de um caso de bullying, é fundamental que os pais comuniquem a direção da escola (FANTE, 2011). E ainda, que haja uma conversa com os envolvidos na violência, primeiramente uma conversa individual, devendo a escola deixar claro para o (os) autor (es) do bullying que tal comportamento não Será tolerado e que punições serão adotadas. Dependendo da gravidade do fato, os pais devem ser chamados também para uma conversa (TEIXEIRA, 2011).
Quanto a vitima, deve ser oferecido apoio, e esclarecer que este tipo de violência não será aceito, e ainda, que receberá proteção e ajuda necessária para superar este problema (TEIXEIRA, 2011).
A escola deve ainda ficar atenta se não é algum problema emocional ou domestico que esta colaborando para as agressões ocorridas na escola, e convocar os pais ou responsável para uma reunião (TEIXEIRA, 2011).
Quando os pais recorrer á escola, esta deve tomar uma atitude para que encerre a violência. Caso nenhuma atitude seja tomada, os pais podem recorrer a justiça para que de alguma forma alguém possa ser responsabilizado.
2.4 AS CONSEQUÊNCIAS DO BULLYING
No geral, as consequências do bullying afetam todos os envolvidos, porém, o mais afetado é a vitima, que pode levar o sofrimento além do período escolar. A violência pode prejudicar sua futura relação de trabalho, sua constituição familiar, criação dos filhos entre outros (FANTE, 2011).
Como já dito anteriormente, quando o bully vai escolher sua vitima, ela geralmente opta por pessoas com desigualdade de poder, este, geralmente já apresenta baixa autoestima. Quando recebe a agressão, o problema pré-existente acaba se agravando, e ainda pode trazer outros problemas graves, como por exemplo, transtornos psíquicos e/ou comportamentais, como transtorno do pânico, fobia escolar, depressão, anorexia e bulimia, que, podem trazer danos irreversíveis (SILVA, 2010).
De acordo com alguns estudos científicos, ''a violência sofrida por esses alunos, os prejuízos a longo prazo podem ser irreparáveis'' (TEIXEIRA, 2011, p. 55). A superação dependerá das características da vitima, e ainda, com sua habilidade de se comunicar com a família, meio social ou consigo mesma (FANTE, 2011).
''Outra grave consequência do bullying é a prevalência de índices elevados de pensamento de morte e ideação suicida'' (TEIXEIRA, 2011, p. 56). As tentativas de suicídio geralmente ocorrem quando existe um quadro depressivo instalado e quando o nível de estresse esta muito elevado (TEIXEIRA, 2011).
Quanto ao agressor, as consequências também não são nada agradáveis. Estes estudantes apresentam maior probabilidade de ser alcoólatras e usuários de drogas, e ainda, tem maior envolvimento em brigas, crimes, porte de armas, atitudes delinquentes como, por exemplo, furto, destruição de patrimônio publico, etc.. E ainda, os filhos do bully têm mais chances de ser um agressor no futuro, e geralmente são abusados físico e psicologicamente pelos pais (TEIXEIRA, 2011).
Segundo Fante (2011, p. 81), ''este fenômeno passou a ser um problema de saúde publica, devendo ser reconhecido pelos profissionais de saúde em razão dos danos físico-emocionais sofridos por aqueles que estão envolvidos nele''. 
3 DO BULLYING E A RESPONSABILIDADE CIVIL
Como observamos até aqui, o bullying é profundamente danoso, portanto, gera responsabilidade civil, ainda que, praticado por menor, relativamente ou absolutamente incapaz (FERRIANI, 2011).
Segundo Stoco (1997), a responsabilidade se da através da pratica do ato ilícito do sujeito. 
Sendo assim, a responsabilidade civil, nada mais é, do que o dever/ obrigação de reparar o dano causado a outrem, por fato próprio ou de terceiro ou coisas que dela dependam (RODRIGUES, 2003).
Toda atividade que acarreta prejuízo trás em seu bojo, como fato social, o problema da responsabilidade. Destina-se ela a restaurar o equilíbrio moral e patrimonial provocado pelo autor do dano.Exatamente o interesse em restabelecer a harmonia e o equilíbrio violados pelo dano constitui a fonte geradora da responsabilidade civil. (GONÇALVES, 2015, p. 19).
O objetivo de se estabelecer o instituto da responsabilidade civil é oferecer proteção aos lesados, àqueles que agem conforme a lei, reprimindo o ilícito, assegurando assim, a punição aquele que causou o dano (BARBOSA, 2015).
O bullying gera responsabilidade mesmo quando é praticado por menor, relativamente ou absolutamente incapaz (FERRIANI, 2011).
Porém, quando o bully for pessoa incapaz, não responderá diretamente pela reparação do dano que causar. Portanto, deve-se analisar a quem decairá a responsabilidade. Se está será dos pais do bully ou da escola. Deverá analisar ainda, onde a violência ocorreu, para definir quem estaria responsável no momento do ocorrido (AQUINO; DANTAS, 2014).
A Responsabilidade Civil poderá ser tanto patrimonial quanto moral. Havendo despesas com médicos, terapias, remédios, enfim, constituirá dano patrimonial. O dano moral fica evidente, pois o bullying trás constrangimento, dor, sofrimento, entre outros, a vitima (FERRIANI, 2011).
3.1 CLASSIFICAÇÕES DA RESPONSABILIDADE CIVIL
A responsabilidade civil pode ser subjetiva ou objetiva. A diferença entre ambas, esta na existência ou não de culpa por parte do agente que causou o dano á vitima. Dessa forma, é necessário que a vitima comprove a culpa do causador do dano, para que assim, possa haver o dever de indenizar por parte do lesante. Na responsabilidade subjetiva, o ônus da prova sempre caberá ao autor de que tal culpa é do réu (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2015). A não ser nos casos previstos no artigo 6º, inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor, que dispõe:
Art. 6º. São direitos básicos do Consumidor:
[...]
VIII- a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do Juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências. (BRASIL, Lei n.° 8.078, 1990).
E ainda, no Código de Processo Civil, no artigo 373, parágrafo 1º, onde dispõe que
Art. 373. O ônus da prova incumbe:
[...]
§ 1o Nos casos previstosem lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas á impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. (BRASIL, Lei n.° 13.105, 2015).
Segundo Gagliano e Pamplona Filho (2015), a responsabilidade civil subjetiva decorre do dano causado em razão de ato doloso ou culposo. Caracterizando-se quando o agente causador do dano agir com negligencia ou imprudência.
O Código Civil em seu artigo 159 dispõe que: ''aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligencia ou imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano'' (BRASIL, Lei n.° 10.406, 2002).
O artigo 186 do mesmo dispositivo ainda trás que: ''aquele que por ação ou omissão voluntaria, negligencia ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito'' (BRASIL, Lei n.° 10.406, 2002).
Mas há casos em que o ordenamento jurídico atribui a responsabilidade civil a sujeitos que não causou o dano diretamente, mas sim, por um terceiro com quem mantém alguma relação jurídica. Trata-se aqui, de uma responsabilidade civil indireta, onde, a culpa é presumida, em decorrência de um dever de vigilância a que esta obrigado o réu (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2015).
A responsabilidade objetiva se da, quando, ''a atividade normamente desenvolvida pelo autor do dano, implicar por sua natureza, risco para os direitos de outrem [...]'' (GLÓRIA, 2011, s.p.).
Segundo o Código Civil, em seu artigo 927: 
Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único: 'Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os diretos de outrem. (BRASIL, Lei n.° 10.406, 2002).
Conclui-se que se, que nesta espécie de responsabilidade, é irrelevante juridicamente o dolo ou a culpa na conduta do agente causador do dano. Sendo apenas necessário a existência da ligação entre a causalidade, o dano e a conduta do agente responsável para que haja a obrigação de indenizar (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2015).
3.2 A RESPONSABILIDADE OBJETIVA DOS ESTABELECIMENTOS DE ENSINO
As escolas são responsáveis pelos danos advindos de sua prestação de serviço. Em regra, são responsáveis objetivamente.
O artigo 37 em seu parágrafo 6º da Constituição Federal, dispõe que:
As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. (BRASIL, Constituição, 1988).
Percebe-se então, que a responsabilidade do estabelecimento de ensino diante do fenômeno bullying será objetiva, desde que, o dano tenha sido provocado por agentes públicos e em razão desta qualidade, podendo haver posteriormente, ação de regresso pela instituição em face do sujeito causador do dano. 
Porém, se ficar comprovado que a escola se omitiu em tomar as medidas cabíveis, como por exemplo, interferir quando ver ou souber da ocorrência do bullying, a responsabilidade se dará de forma subjetiva, visto que, houve culpa da parte do estabelecimento de ensino (BARBOSA, 2015)
O artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor traz que:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. (BRASIL, Lei n.° 8.078, 1990).
Segundo Venosa (2013, p. 89),
O aluno é consumidor do fornecedor de serviços, que é a instituição educacional. Se o agente sofre prejuízo físico ou moral decorrente da atividade no interior do estabelecimento ou em razão dele, este é responsável. Responde, portanto, a escola, se o aluno vem a ser agredido por colega em seu interior ou vem a acidentar-se em seu interior. (VENOSA, 2013, p. 89).
Afirma ainda que
Enquanto o aluno se encontra no estabelecimento de ensino e sob sua responsabilidade, este é responsável não somente pela incolumidade física do educando, como também pelos atos ilícitos praticados por este a terceiros ou a outro educando. Há um dever basilar de vigilância e incolumidade inerente ao estabelecimento de educação que modernamente, decorre da responsabilidade objetiva do Código de Defesa do Consumidor. (VENOSA, 2013, p. 83).
Fica claro, que a responsabilidade da escola é indiscutível. Os pais aos deixar seus filhos no estabelecimento de ensino, não tem comando sobre estes enquanto ali permanecem. Dessa forma, a escola tem o dever de manutenção da ordem e da integridade tanto física quanto psíquica de seus alunos (FERRIANI, 2011).
Se a escola optar pela omissão, ''negando a existência do problema, ou atribuindo a responsabilidade a familiares do agressor, certamente a escolas será responsável pelo dever de reparar o dano, vez que o bullying não foi impedido pela omissão do estabelecimento de ensino [...]'' (VAZ, 2010, s.p.).
Temos como exemplo de omissão do estabelecimento de ensino, o caso de João, 12 anos de idade, paciente de Teixeira (2011) há pouco mais de um ano. Seus pais procuraram Teixeira porque João vinha apresentando diversos problemas na escola. Naquele ano, seu pai havia mudado de emprego, o que gerou a mudança de residência do Leblon para a Barra da Tijuca. João foi matriculado em uma outra escola, era um ótimo aluno, porem passou a ter problemas de relacionamento com um grupo de garotos. João era o único aluno novo na turma, e passou a ser diariamente ridicularizado e excluído no recreio, sendo chamado de ''estranho'' e '''esquisito'' pelo grupo de bullies. João começou a apresentar um grande desinteresse, a mãe notou, inicialmente pensou se tratar de um período normal de adaptação, contatou a coordenação, que prometeu a prestar mais atenção em João. Três meses depois, alem das agressões verbais e exclusão, João passou ser agredido fisicamente por empurrões e pontapés. A mãe de João, através de uma conversa com a mãe de um colega da mesma sala, descobriu que seu filho vinha sendo agredido diariamente no recreio.
A mãe então procurou à escola, que não deu atenção às queixas, referindo-se ao comportamento dos alunos como algo normal da idade, dando como justificativa, que tudo passaria com o tempo, visto que João era aluno novo na turma.
João, desmotivado, triste e com medo de ir a escola, apresentava um baixo desempenho acadêmico, muito abaixo do esperado.
Teixeira entrou em contato com a escola várias vezes, com o intuito de auxiliar com intervenções escolares e orientações e prevenção ao bullying e para a proteção do aluno contra as agressões, porem, a escola não acreditou no problema. As agressões na escola em face de João aumentaram, além de tudo, ele é chamado de ''dedo-duro'' e de ''mulherzinha''.
Diante da negação da existência das agressões e a notória incapacidade de agir contra a questão, que colocava em risco a aprendizagem de João, foi tomado a decisão de muda-lo de escola. Estando João feliz em sua nova escola, tirando boas notas e sendo aceito pelos demais colegas de classe (TEIXEIRA, 2011).
3.3 NEXO CAUSAL E CONDUTA NA RESPONSAILIDADE CIVIL PELO BULLYING
Segundo Cavalieri Filho (2005), é preciso analisar se o agente deu causa ao resultado, antes de ponderar se ele agiu ou não com culpa, visto que, não faz sentido culpar um sujeito que não deu motivo para que o dano ocorresse.
 ''O nexo causal consiste na relação de causa e efeito entre a conduta praticada pelo agente e o dano sofrido pela vitima'' (GUERRA, 2015[?], s.p.).
''São pressupostos essenciaispara a constituição da responsabilidade civil, a conduta, o nexo causal e o dano'' (BATISTA; SANTOS, 2013, p. 8).
A conduta é atribuída ao agressor, ou seja, ao praticante do bullying, aquele que deu causa ao dano, já o nexo causal é um laço que une a conduta ilícita praticada pelo agente agressor ao dano sofrido pela vitima (BATISTA; SANTOS, 2013).
Dessa forma, podemos alisar o nexo de causalidade entre a escola e o dano sofrido pela vitima, onde, a escolar tem o dever de vigiar seus alunos enquanto estão sob sua responsabilidade, não podendo deixar que ocorra nenhum tipo de violência entre os alunos, devendo intervir de forma rápida para que nenhum dano seja causado. Porém, quando o dever de vigiar não é do estabelecimento de ensino, será somente os pais do agressor responsável pela reparação do dano.
Sobre o nexo causal entre a conduta da escola e o dano sofrido pelo aluno, não é exigido nenhuma prova sobre o ocorrido ao representando legal do mesmo. Cabendo o ônus da prova ao estabelecimento de ensino. A prova atribuída a vitima será apenas de verossimilhança (RAMOS, 2015).
3.4 O FATO DE TERCEIRO NA PRÁTICA DO BULLYING
No tocante a responsabilidade civil por fato de terceiro, os pais se responsabilizará pela reparação civil decorrente de atos ilícitos praticados pelos filhos menores, que estiverem sob seu poder e em sua companhia (SANTOS, 2011).
Santos (2011, s.p.), trás que há duas responsabilidades, ''a do causador direto do dano (bully), e da pessoa também encarregada de indenizar''. Mas que para que isso ocorra, é preciso que o agente tenha agido com culpa, ou sendo incapaz, que a conduta seja contrario ao Direito. Portanto, o estabelecimento de ensino responde pelos danos decorrentes do bullying, mesmo sem pratica-lo, pois devido à falta de vigilância, monitoriamente aos seus alunos foi possível que a violência ocorresse.
Portanto, quando houver a pratica de bullying, e o agressor a vitima estiver sob o domínio da escola e a violência ocorrer por falta de cuidado e atenção do estabelecimento de ensino, está se responsabilizará pelos danos. 
Segundo o artigo 934, do Código Civil: ''Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago, daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou absolutamente incapaz.” (BRASIL, Lei n.° 10.406, 2002).
Desse modo, a escola pode entrar com ação regressiva contra os pais do causador direto do dano, para restituir o valor pago na indenização.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como vimos no decorrer da pesquisa, os alunos mais propensos a sofrer o bullying são aqueles incapazes de se defender, pouco sociáveis, tímido. Já os agressores, geralmente são corajosos, intimidadores, briguentos, comunicativos. 
Os danos decorrentes do fenômeno bullying podem ser irreparáveis. Podendo ainda, afetar a saúde física e a futura constituição familiar e criação dos filhos da vitima. Para que a agressão seja considera bullying, deve haver no mínimo três agressões no decorrer do ano.
Quando há esse dano, acarretará uma responsabilidade para o agente causador do dano, ou aquele que deu causa.
A escola tem o dever de monitorar seus alunos, tanto em sala de aula quanto fora. Ou seja, no recreio, no pátio, na saída da escola.
E quando o aluno se torna vitima de bullying nas repartições escolares, onde esta deveria estar monitorando e não o fez, a escola se responsabilizará civilmente, para que de alguma forma esse dano venha a ser reparado diante da omissão e da negligência. Esta responderá objetivamente, independente de culpa, visto que, a escola foi omissa frente às praticas do bullying. A escola é responsável pelos danos advindos de sua prestação de serviço, porém, a mesma, poderá entrar com ação de regresso contra os pais do aluno agressor, para que estes restituam o valor pago a vitima. Porém, quando o dever de vigiar não é da escola, o responsável pela reparação do dano será apenas dos pais do agressor, tais como quando a prática decorre em circunstância alheia ou estranha ao ambiente escolar.
REFERÊNCIAS
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