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A falsa dicotomia: Aprovação automática x Progressão Continuada.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA 
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO 
Curso de Especialização em Gestão Pública Municipal 
 
 
 2018R 
 
 
Aluno (a): Luana Renata Raposo do Nascimento 
Tutor (a): Antônio Savio 
Polo: Bicas 
Disciplina: O Estado e os problemas contemporâneos. 
 
A falsa dicotomia: Aprovação automática x Progressão Continuada. 
 
 
Quando falamos sobre educação há várias vertentes a serem exploradas. No que se 
refere a educação escolar podemos assimilar esta com aprendizagem, sensibilização 
cultural e processo de socialização dos indivíduos. No Brasil, a educação é garantida 
através da Constituição Federal Brasileira que afirma que esta é direito de todos e dever do 
Estado e da família: 
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será 
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho. 
 
Partindo da premissa que nosso país é um país no qual a população é amplamente pobre, 
as escolas públicas são de suma importância. No entanto, a qualidade da educação que 
está sendo oferecida pela rede pública vem sendo questionada pela sociedade. 
 Atualmente, a chamada “aprovação automática” vem sendo confrontada por 
governantes e até mesmo professores que afirmam que esta é similar a progressão 
continuada, diretriz aplicada atualmente por algumas escolas da rede pública. O presidente 
eleito Jair Bolsonaro escreveu em seu plano de governo que além de mudanças no método 
de gestão no que se refere a educação, é preciso modernizar a metodologia e o conteúdo e 
ainda afirmou que: “Isso inclui a Alfabetização, expurgando a ideologia de Paulo Freire, 
mudando a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e impedindo a aprovação automática". 
 Mas, aclarando os fatos, aprovação automática e progressão continuada são 
instrumentos distintos. A progressão continuada é uma tática educacional que visa organizar 
o aprendizado em blocos contínuos tentando assim evitar repetências frequentes e as altas 
taxas de evasão escolar como consequência destas, logo que os ciclos são de três ou cinco 
anos e a repetição só ocorrerá ou não no final de cada período. Enquanto a aprovação 
automática trata-se da aprovação dos alunos que são levados anos após anos mesmo sem 
absorver o conteúdo “sem avaliação, sem orientação, sem cobrança, sem algum apoio. 
Sendo assim, sem nenhum critério, o aluno é empurrado adiante, correndo ele os riscos de 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA 
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO 
Curso de Especialização em Gestão Pública Municipal 
 
 
não estar preparado para nada e podendo, mais tarde, atribuir à escola”. 
 De acordo com Palma “os argumentos usados hoje contra o regime de ciclos são 
numerosos: “falta referencial teórico”; “prejudica o interesse dos alunos”; “os alunos se 
tornam mais agressivos” mas esses buscam tirar o foco do que realmente tem sido 
prejudicial a educação escolar como a falta de condições de trabalho em diversas escolas 
que impedem os professores de até mesmo cumprir os programas das disciplinas. 
 Além disso, os mais conservadores são favoráveis a reprovação pois, acreditam ser 
um método excelente de avaliar e punir o aluno, o que na verdade pode ser extremamente 
prejudicial. Colocar o aluno em uma classe com colegas menores pode causar novos 
problemas relacionados a adaptação e a desinteresse escolar. Ainda é necessário visualizar 
que cada ser humano é único, dessa forma, a aprendizagem e a interação de cada um será 
dessemelhante do outro, não sendo possível estabelecer padrões. No mais, a reprovação 
na rede pública gera evasão escolar o que leva milhares de adolescentes e jovens pobres a 
marginalidade. 
Em síntese, a escola tem obrigação de oferecer educação a todos e promover 
desenvolvimento e cidadania. E no momento atual, no qual foi levantado pelo governo a 
proposta de uma mudança sem fundamentos, faz se necessária a discussão a respeito 
dessa falsa dicotomia: aprovação automática x aprovação e a manifestação dos 
educadores, profissionais com excelência para abordar sobre o assunto. 
 
 
 
 
Referências: 
 
 
BRASIL. Constituição(1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível 
em:http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf_legislacao/superior/legisla_superior_const.pdf 
Acesso em: 28 de março de 2019. 
 
Nova Escola. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/13225/existe-aprovacao-
automatica-nas-escolas-do-brasil Acesso em: 28 de março de 2019. 
 
Nova Escola. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/287/progressao-
continuada-nao-aprovacao-automatica Acesso em 29 de março de 2019. 
 
PALMA FILHO, J. C.; ALVES, M. L.; DURAN, M. C. G. Ciclo Básico em São Paulo: 
memórias da educação nos anos 1980. São Paulo: Xamã, 2003.

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