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Resenha Amartya Sen desigualdade reexaminada capítulo 1

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Resenha Capítulo 1 do livro "Desigualdade Reexaminada" de Amartya Sen
Marina Maria Machado Flores
Após a introdução apresentar as questões e temas abordados ao longo do livro, iniciamos o capítulo 1 em torno de duas questões distintas, porém correlacionadas: “Por que igualdade?”, “Igualdade de que?”. Há diversas teorias que tem como papel central a igualdade, com a características comuns pró-igualdade, porém conflitantes. Alguns filósofos e políticos elaboraram temáticas sobre a igualdade, John Rawls por exemplo, trouxe a teoria que deveria haver igual liberdade, assim como igualdade na distribuição dos bens primários, já Ronald Dworkin dissertou em torno dos tratamentos iguais e a igualdade de recursos. 
Pode ser difícil entender com transparência a igualdade, pois geralmente é definida num espaço particular. Ser igualitário não é unificador. O utilitarismo maximiza a soma de todas as utilidades, atribuindo igual peso a utilidade de umas pessoas às outras. Mas afinal qual é a natureza da função objetivo que ela maximiza? 
Igualdade de que? Igualdade ideal moral. Pessoas são por si só desiguais, então devem ser tratadas desigualmente. As parcelas poderiam ser maiores para os necessitados e merecedores, devendo haver igual satisfação das necessidade. Tratamento igual para merecimentos iguais, mesma recompensa acaba sendo gerada. 
Harry Frankfurt apresentou o “igualitarismo econômico”, crendo que não deve haver desigualdade na distribuição do dinheiro. Frankfurt discordou da interpretação comum do igualitarismo econômico, para ele a igualdade não tem a importância essencial maior, ela implica na violação de valores individuais importantes, como a igual atenção a todos. Ser igualitário num determinado espaço pode implicar em antiigualitarismo em outro espaço. Querer igualdade não coloca todos os grupos do mesmo lado. 
Deve haver igual consideração por todos? Por que tantas teorias tem como característica comum exigir a igualdade de alguma coisa? O raciocínio ético sobre os problemas sociais, tal como a desigualdade, deve haver consideração elementar por todos em algum nível critico. Todos deveriam ter o raciocínio ético sobre ordenamentos sociais. Escolher o sistema, ou qual teoria seria mais interessante e racional seguir à partir da necessidade comum a todos. 
Thomas Scanlon apresentou a analise que os outros deveriam ser capazes de aceitar os motivos pelos quais apresentássemos perante as nossas ações sem que eles pudessem rejeitar. Com base na teoria da justiça de Rawls contrastando com o requisito de “equidade” deve poder determinar o que se pode ou não razoavelmente rejeitar. Para traçar um caminho de igual consideração deve-se levar em conta a “universalizacidade”, a imparcialidade e igual consideração. Hoje existe a necessidade de explicar a diferença nas vantagens de alguns indivíduos em coisas que importam para o todo.
O ser humano é diferente nas características, circunstancias, heranças, responsabilidades, ambientes, comunidades, oportunidades, poder, foco, fatores epidemológicos, saúde, bem estar, aptidões, assim como no ambiente natural e social em que vive. Também devemos levar em conta os potenciais capazes de valorizar ou desvalorizar o que podermos ou não fazer. A pluralidade dessas variantes remete a uma difícil posição a respeito da melhor decisão que pode ser tomada diante da desigualdade. A escolha do espaço para analise também é um determinante, pois além de existirem pessoas diferentes, também há espaços diferentes a serem considerados. A “diversidade humana” tem como consequência que a igualdade em num espaço tende a andar, de fato, conjunto a desigualdade em outro. Podemos exemplificar através da renda, rendas iguais podem refletir em desiguais nosso potencial de fazer o que podemos valorizar fazer. 
Os direitos iguais deveriam refletir em consequências iguais para todos. Mais um fator que indica que não conseguiríamos atingir níveis de igualdade no quesito bem-estar por exemplo. A pergunta “igualdade de que?” apoiará a igualdade naquele espaço especifico a qual escolhemos, mas terá consequências de longo alcance sobre os padrões distributivos, ao qual inclui também as necessárias desigualdades nos outros espaços. 
Os pensadores libertários são visto co mo antiigualitários, por terem como característica principal o interesse prioritário na liberdade. A promoção geral da liberdade independe da distribuição, se levássemos em conta a renda, em parte o conflito entre concentrar na liberdade e nas rendas, e o conflito entre um interesse por padrões distributivos e considerações agregarias não distributivas. 
A igualdade pode ser interpretada de diversas formas diferentes, sendo assim, a condição não pode ser tomado como uma verdadeira exigência substantiva. A condição geral da necessidade de valorizar a igualdade determinando um espaço é importante, mas deve ser feita com imparcialidade. A igualdade pode ser uma exigência rigorosa e vigorosa. O princípio da transferencia de Dalton exige que uma pequena parte da renda de uma pessoa mais rica seja transferida para uma mais pobre, com o objetivo de melhoramento distributivo. A classificação e a analise de igualdade podem ser diferentes e forçadas. A diversidade de espaços com a igualdade exigida, revela uma diversidade mais a fundo, refletindo nos diferentes diagnósticos dos objetos que possuem valor. 
A “otimalidade de Pareto” chama atenção para a economia do bem-estar, na qual a utilidade de nenhuma pessoa pode ser aumentada sem que outra pessoa tenha a sua utilidade reduzida. A pluralidade de espaços em que a igualdade pode ser considerada pluralidade relativa a noção apropriada de vantagem individual em comparações sociais, reflete nas diversidades de abordagens substantivas da vantagem individual e da base informacional de comparações individuais. 
A igualdade basal pode ser diretamente responsável pelas desigualdades nos outros espaços. Rawls na sua teoria da “justiça como equidade”, no seu “princípio da diferencia”, análise da eficiência e da igualdade são correlacionadas com a parcela individual dos bens primários. Na relação entre bens primários e o bem estar pode variar por causa das diversidades pessoais na possibilidade de converter seus bens primários em realizações de bem estar. Percebemos que há variações individuais. 
A ética da igualdade deve levar em conta as diversidades individuais que afetam as relações nos diferentes espaços. A magnitude que a desigualdade real de oportunidades não pode ser deduzida apenas com base na extensão da desigualdade das rendas, pois nossas ações, necessidades e poder de realizar, não depende somente de suas rendas. 
A desigualdade na perspectiva de Atkinson é avaliada conforme a perda de bem-estar social, advindo da desigualdade na distribuição da renda agregada. Questionou qual o propósito de avaliar a desigualdade nos mesmos espaços. 
Portanto, podemos perceber que as formas de analisar a desigualdade pode ser observada por diferentes perspectivas, citadas acima. O problema da desigualdade vai além do social, até mesmo se a igualdade fosse alcançada em alguns casos ainda sim resultaria na desigualdade. A análise da desigualdade deve ser feita por um ambiente especifico e conforme a pluralidade de cada individuo.

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