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Resumo P2

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P A R T E    G E R A L
 LIVRO I
DAS PESSOAS
 TÍTULO I
DAS PESSOAS NATURAIS
 CAPÍTULO I
DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE
Art. 1o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.
Não trata de como a pessoa vai exercer os direitos e deveres, mas sim da possibilidade de adquiri-los
Toda pessoas (física e jurídica) é capaz de direitos e deveres na ordem civil. 
 Capacidade de direito 
Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
Personalidade Civil começa no nascimento com vida – nasceu = respirou = aderiu personalidade 
A lei garante ao nascituro alguns direitos, desde a fecundação. Por exemplo : direito a vida, direito a pré-natal, direito a integridade física. Apesar disso, o nascituro não tem personalidade. 
TEORIA NATALISTA
Art. 3o  São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.             (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)          (Vigência)
 I - (Revogado);        (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)      (Vigência)
 II - (Revogado);          (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)        (Vigência)
 III - (Revogado).          (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)        (Vigência)
Incapacidade Absoluta – somente tem a capacidade de direito, não tem a capacidade de exercício. 
Os absolutamente incapazes precisam de representantes para exercer a capacidade de exercício. 
PELO CC ANTIGO
São absolutamente incapazes:
Menores de 16 anos
Não tiverem discernimento para a pratica desses atos, por enfermidade ou deficiência mental. 
Incapacidade temporária. ( ex: pessoas em coma, sob efeito de anestesia, ou qualquer outro que impeça a livre manifestação de sua vontade).
PELO NOVO CC
São absolutamente incapazes:
Menores de 16 anos
HOUVE MUDANÇA E ATUALMENTE SÃO RELATIVAMENTE INCAPAZES
HOUVE MUDANÇA E ATUALMENTE SÃO RELATIVAMENTE INCAPAZES
Art. 4o  São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:             (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)        (Vigência)
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
 II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;         (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)         (Vigência)
 III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;          (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)        (Vigência)
IV - os pródigos.
Parágrafo único.  A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial.        (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)         (Vigência)
Incapacidade Relativa – pessoas relativamente incapazes não possuem idade, discernimento ou condições físicas de exercer plenamente a sua vontade, por isso precisa de um assistente para auxiliar nos atos da vida civil. 
A decisão dos atos tem que ser feita em conjunto.
São menores de 18 e maiores de 16 anos (assistidos pelos pais ou tutores), viciados em drogas (assistidos por seus curadores), pessoas com problemas psicológicos (assistidos por seus curadores) e os pródigos (assistidos por seus curadores).
 Pródigos - pessoas que colocam a família em situação de risco.
Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
Capacidade plena – capacidade de direito + capacidade de exercício.
Emancipação – antecipação da capacidade civil antes de a pessoa atingir a maioridade. (18 anos completos)
Há 3 tipos de emancipação: 
Emancipação Voluntaria
Requisitos:
Vontade dos pais
Vontade do menor
Realizada no Cartório, por instrumento publico.
Independente de Homologação Judicial
O menor deve ter 16 anos completos 
Emancipação Judicial
Requisitos: 
O menor precisa de um tutor
O menor precisa ter 16 anos completos
O Juiz ouvirá o tutor
A emancipação é conferida pelo Juiz, por sentença
Emancipação Legal
Pode se dar por:
Casamento
Exercício de emprego público efetivo
Colação de grau em ensino superior 
Desde que o menor, com 16 anos completos, tenha economia própria em função de : estabelecimento civil, comercial ou relação de emprego.
Art. 6o A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.
Juridicamente há 2 tipos de mortes: 
Morte Real – existência de um corpo (certificado de óbito)
Morte Presumida – tem que se presumir a morte, pois não existe corpo. Por exemplo: acidente de avião. 
Quais as consequências da extinção da personalidade? 
Extingue-se a obrigação de pagar pensão alimentícia
Dissolve-se os contratos personalíssimos
Extingue-se o Usofruto
Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.
Morte Presumida – Temos 2 tipos: 
Com decreto de ausência (art. 6) –
Pessoas que desapareceram e nunca mais se teve noticias; estão desaparecidas. Exemplo: pessoa que sai do trabalho e nunca mais foi vista.
É aberto um processo judicial de Ausência, que possui 3 fases: Curadoria, sucessão provisória e sucessão definitiva . Apenas após aberta a sucessão definitiva vai ser presumida a morte.
Sem decretação de ausência (art.7)
Extremamente provável a morte. Exemplo: em acidentes de avião, catástrofe como o 11 de setembro, tsunami...
Alguem desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o termino da guerra. Exemplo: prisioneiros de guerra, presos politico...
Art. 8o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorintes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.
Comoriência – morte simultânea; ocorre em casos como: acidentes de avião, naufrágio, acidente de carro..
Premoriência - antes da outra 
Posmoiência – depois da outra 
A comoriência somente tem importância jurídica quando se discute transferência de direitos entre os comoriêntes, ou herenças, pois não há transmissão de direito entre os comeriêntes.
Art. 9o Serão registrados em registro público:
I - os nascimentos, casamentos e óbitos;
II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz;
III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa;
IV - a sentença declaratória de ausência e de morte presumida.
O registro público tem como primordial conferir autenticidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos. 
A utilidade do registro público vai muito além, muitas situações ocorrem baseadas nos registros, tais como o chamamento de recrutas para o serviço militar, o cadastro dos eleitores, a incidência fiscal...
Art. 10. Far-se-á averbação em registro público:
I - das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal;
II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação;
III - dos atos judiciais ou extrajudiciais de adoção.           (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009)
Averbação – mudarum fato já registrado.
Realizados por escrituras públicas se não houver filhos menores ou incapazes do casal e observando os registros legais quando aos prazos. (separação consensual e divórcio consensual). 
Averbada tanto a sentença de filiação, quanto o reconhecimento voluntário. 
 CAPÍTULO II
DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
São direitos subjetivos, imprescritíveis, intransmissíveis e inalienáveis (regra) da pessoa humana e em alguns casos da pessoa jurídica. 
São direitos subjetivos da pessoa de defender o que lhe é próprio, ou seja, sua integridade física, sua integridade intelectual e sua integridade moral. (M. H. Diniz)
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.
Quando se trata de ameaça ainda não ouve lesão ao direito da personalidade. E lesão por sua vez quer dizer que se efetivou.
Medidas adotadas para defender o direito a personalidade:
Preventiva – para prevenir que haja uma lesão a personalidade. Por exemplo: impedir publicação de biografia não autorizada. 
Cominatória - aplicasse uma multa quando há lesão da personalidade. Por exemplo: multa diária para um vídeo não autorizado veicular na internet 
Repressiva – reprimir a lesão ao direito da personalidade. Por exemplo: suspensão de um nome no SERASA.
Ainda há outras medidas como Habeas Courpos, Habeas Data, Mandado de Segurança, Mandado de Injunção. Que são medidas constitucionais no sentido de dar tutela aos direitos da personalidade. 
Ainda pode ser pedidos perdas e danos além das medidas, e se esse fato constituir um crime a pessoa ainda responderá criminalmente por esse fato. 
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial.
A integridade física é um direito da personalidade, por tanto é indisponível e irrenunciável. Tutelado pelo Estado.
Quando for por existência medica, a pessoa pode ter uma disposição do próprio corpo que traga diminuição da integridade física. Por exemplo: uma amputação por conta de diabetes. 
A pessoa não pode dispor da integridade física se não for por exigência medica, salvo caos de transplantes. Contido na Constituição Federal.
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.
A pessoa pode dispor do próprio corpo para depois da morte. 
Para fins científicos, como doar o corpo para uma faculdade fazer estudos.
E para fins altruísticos, ou seja, para fazer o bem para outras pessoas, como a doação de órgãos. 
E a qualquer momento a pessoa pode revogar a disposição, ou seja, se a pessoa determinou que vai ser doadora de órgãos a qualquer momento ela pode revogar. 
Doação de órgão para depois da morte, pode ser por vontade do doador ou pela vontade da família. 
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
Principio de Autonomia da vontade esta presente no artigo. Pois se não for pela vontade da pessoa se submeter a tratamento medico ou a intervenção cirúrgica ninguém pode obriga-la a isso. 
Testamento Vital – É um instrumento utilizado para determinar a vontade da pessoa quanto ao seu tratamento medico. Pode ser feito instrumento público ou particular. Situações previstas pelo testamento vital: 
Transfusão de sangue
Quimioterapia 
Amputação 
Doação de órgãos 
Entre outros... 
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.
O nome é um direito da pessoalidade, por tanto um direito fundamental. 
O nome é uma forma de individualizar a pessoa perante a sociedade e o Estado. 
O nome é composto de prenome e sobrenome. Sendo o prenome pertencente a pessoa e o sobrenome a família (linhagem). 
Agnome – é a forma de distinguir a que possuem o mesmo nome e pertencem a mesma família. Por exemplo: junior, neto, filho...
Há possibilidade de alterar o prenome quando:
Que exponha a pessoa ao ridículo. 
Erro de grafia
Homonímia; varias pessoa que possuem o mesmo nome.
Mudança de sexo
Adoção durante a menoridade 
Proteção a vitima e testemunha 
Apelidos públicos e notórios; xuxa, pele..
Há possibilidade de alteração de sobrenome quando:
Casamento 
Divorcio
Adoção
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. 
O nome é um direito da personalidade.
Assim não é possível usar o nome em escritos, internet, radio, entre outros se levar a pessoa ao desprezo publico. 
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.
Não é permitido usar o nome alheio para vender bens ou serviço, nem para fins políticos, religiosos...
Só a própria pessoa pode explorar financeiramente o próprio nome. 
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.
Toda proteção dada aos nomes, são dadas aos pseudônimos.
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.        (Vide ADIN 4815)
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.
A divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas já que a pessoa que estiver contida nesses escritos, transmissões de palavras ou publicações tem o direito de solicitar a sua proibição. 
Além disso, se houver prejuízo a honra, boa fama ou estiver destinado a fins comerciais é possível solicitar uma indenização. 
Traz uma ferramenta de controle, de permitir ou não o direito da personalidade, já que o direito a imagem é direito da personalidade assim como o da voz. Trazendo uma tutela aos direitos da personalidade.
Exemplo: Biografias não autorizadas, nudes... 
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.       (Vide ADIN 4815)
A vida privada da pessoa natural é direito constitucional.
O juiz tomará medidas adequadas para cessar os atos contrários a essa norma.
 CAPÍTULO III
DA AUSÊNCIA
 Seção I
Da Curadoria dos Bens do Ausente
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.
Ausência = quando a pessoa desaparece do seu domicilio.
Nesse caso, a pessoa desapareceu e não deixou procurador, assim o interessado ou ministério publico ajuíza a ação de ausência da pessoa. O juiz declara ausência e nomeia um Curador para administrar os bens do ausente.
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixarmandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes.
O juiz só pode nomear um Curador se a pessoa ausente não deixou um procurador ou quando o procurador não queira exercer o mandato, não puder exercer o mandato ou os poderes do procurador forem insuficientes. 
Nesse caso, a pessoa deixou um procurador, mas ele não quis ou não pode exercer ou continuar o mandato. Então o Juiz poderá nomear um Curador.
Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações, conforme as circunstâncias, observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores.
Na decisão do juiz, já fica fixado quais são os deveres e obrigações do curador ou do tutor. 
Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador.
§ 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo.
§ 2o Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos.
§ 3o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador.
Na ordem de preferencia para ser Curador do ausente:
O cônjuge
Os pais 
Os descendentes 
E dentro dessa preferencia os mais próximos precedem os mais remotos. Ex: filhos, netos, bisnetos
Se não houver essas pessoas, o juiz escolherá um curador. Ex: irmão, amigo, sócio.. 
Seção II
Da Sucessão Provisória
Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão.
Depois de passados um ano da arrecadação dos bens da pessoa, ou seja, da curadoria ou depois de 3 anos se foi deixado um procurador, pode-se abrir sucessão provisória.
Na fase da sucessão provisória, se declara a ausência da pessoa e abre-se a sucessão provisória. 
 Na sucessão provisória: 
A pessoa é considerada ausente
Os herdeiros só possuem a posse dos bens
Os herdeiros não podem alienar o bem dos ausentes.
 Já na sucessão definitiva: 
A pessoa é considerada morta
Os herdeiros possuem a posse e a propriedade dos bens. 
Os herdeiros podem dispor dos bens da forma que entenderem
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados:
I - o cônjuge não separado judicialmente;
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte;
IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas.
Os interessados na sucessão provisória são os cônjuges, os herdeiros, quem tem direitos que dependem da sua morte (ex: direito de usofruto) e os credores.
Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido.
§ 1o Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados na sucessão provisória, cumpre ao Ministério Público requerê-la ao juízo competente.
§ 2o Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventário até trinta dias depois de passar em julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação dos bens do ausente pela forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823.
O efeito da curadoria dos bens do ausente tem efeito a partir de 180 dias após a publicação, produzira efeitos. Mas depois de transitada e julgada é possível abrir o testamento, o inventario de bens, como se a pessoa já fosse falecida. 
Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a conversão dos bens móveis, sujeitos a deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos garantidos pela União.
Importante para os bens do ausente não se percam. Para proteção dos bens. Assim o juiz decidirá quando um bem móvel terá a conversão.
Por exemplo: 
O ausente deixou um carro (carros que ficam parados muito tempo vao se deteriorando), então para a proteção do bem o juiz ordena que o carro seja vendido. 
Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos.
§ 1o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia.
§ 2o Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente.
O Herdeiro deve presta garantia do mesmo valor do bem que ele vai entrar na posse. Para dar garantia de que se acontecer algo com o bem do ausente o herdeiro vai responder com o próprio bem. 
Se o herdeiro não tiver um bem para dar de garantia: Ele será excluído e outro herdeiro entrara na posse do ausente. 
Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge NÃO precisam de garantia se provada a sua qualidade como herdeiro, assim independentemente entrarão na posse dos bens do ausente.
Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína.
Os herdeiros apenas tem a posse dos bens do ausente, assim não podendo alienar esses bens. Ex: não podem vender, doar...
Porem o Art.31 traz uma exceção. Se for para evitar a ruína o juiz pode permitir a alienação dos bens do ausente. Ou seja, precisa de decisão judicial para o bens serem alienados. Alem disso é preciso provar que é para evitar a ruína. 
Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão representando ativa e passivamente o ausente, de modo que contra eles correrão as ações pendentes e as que de futuro àquele forem movidas.
Representará o ausente tanto ativa como passivamente os empossados nos bens.
Representação ativa: autor de uma ação 
Representação passiva: réu de uma ação 
Art. 33. O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do ausente, fará seus todos os frutos e rendimentos dos bens que a este couberem; os outros sucessores, porém, deverão capitalizar metade desses frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29, de acordo com o representante do Ministério Público, e prestar anualmente contas ao juiz competente.
Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária e injustificada, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos.
Os ascendentes, descendentes e conjuge podem ficar com 100% do fruto e rendimento dos bens do ausente. No entanto, se o herdeiro que tomou posse dos bens do ausente não for descendente, ascendente ou conjuge, ele terá que capitalizar 50%, ou seja, 50% fica para ele e os outros 50% ele capitaliza (guarda) para se o ausente voltar.
Se o ausente retornar, mas sua ausência não for justificada (não tiver motivo), nesse caso ele perderá o direito aos 50% capitalizados para ele, esse 50% ficará para o herdeiro que estava cuidando dos frutos e rendimentos.
Art. 34. O excluído, segundo o art. 30, da posse provisória poderá, justificando falta de meios, requerer lhe seja entregue metade dos rendimentos do quinhão que lhe tocaria.
Herdeiro exclusivo: é aquele que tendo imissão na posse dos bens do ausente, mas não terá condições para prestar garantias para assumir a posse. Porém são amparados pelo legislador que contempla com o recebimento de metade do que lhe caberia. Porem, a administração dos bens ficará com o curador ou com outro herdeiro que tenha pagado a garantia.
Art. 35. Se durante a posse provisória se provar a época exata do falecimento do ausente, considerar-se-á,nessa data, aberta a sucessão em favor dos herdeiros, que o eram àquele tempo.
Se durante a posse provisória for achado o corpo do ausente, segundo uma pericia, o falecimento será declarado na data exata do seu falecimento 
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisória, cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono.
Se o ausente retornar durante a ausência provisória, cessa a sucessão provisória, o direito dos herdeiros que estavam na posse e os bens voltam para o “ausente”. No entanto, os herdeiros ficam responsáveis por esses bens até a entrega para o “ausente”.
 Seção III
Da Sucessão Definitiva
Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas.
O objetivo do processo de ausência é proteger o patrimônio do ausente. Na sucessão definitiva é quando se declara a morte do ausente. Por morte presumida se não for encontrado um corpo.
Segundo o art. 37: Após 10 anos de aberta e julgada a sucessão provisória, é possível abrir a sucessão definitiva. Nessa fase também é devolvida a garantia que foi dada para entrar na posse do ausente.
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que a ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.
Também é possível abrir o processo de sucessão definitiva se: O ausente tiver mais de 80 anos e 5 anos da sua ausência. 
Por exemplo: a pessoa desapareceu com 78 anos e fazem 5 anos de seu desparecimento (78+5=83), nesse caso é possível pedir a sucessão definitiva.
Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.
Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território federal.
Se o ausente retorna 10 anos seguintes de aberta a sucessão definitiva, ele terá direito há aos bens no estado que se encontram, aos bens sub-rogados ou o preço que se teve devido a venda do bem. Não só o ausente como algum herdeiro que aparecer nesse determinado período também tem o direito.
Se o ausente não voltar nesse período e nenhum herdeiro interessado abrir o processo de sucessão definitiva, os bens do ausente serão incorporados ao Município ou Distrito Federal, sendo incorporado ao domínio da União. 
 TÍTULO II
DAS PESSOAS JURÍDICAS
Conceito de pessoa jurídica: reunião de pessoas e bens, que empreendem esforços para buscar fins comuns, podendo ser sujeito de direito e deveres na ordem civil 
Requisitos:
Reunião de pessoas e bens
Finalidade em comum 
Personalidade e capacidade Jurídica própria.
Teoria mais aceita quanto a pessoa jurídica é a Teoria de Realidade Técnica. 
Teoria de Realidade Técnica de Colin e Capitant: A personalidade Jurídica é um atributo que o Estado concede a pessoas ou bens que possuem objetivos comuns e que cumprem os requisitos exigidos pela lei. Sendo assim, a lei concede personalidade a pessoa jurídica que não se confundi com a personalidade de seus membros (Pessoas Naturais). As pessoas jurídicas são reais mas baseadas em realidade técnica.
Outras Teorias da pessoa jurídica: 
Teoria da Ficção de Savigny: Somente a pessoa Natural pode ter direito e deveres na ordem civil, por esse motivo a pessoa jurídica seria uma criação artificial da lei. Sendo assim, a pessoa jurídica seria criação do direito positivo, sendo que sua capacidade civil estaria restringida as relações patrimoniais. 
Esta teoria é ultrapassada nos dias de hoje. 
Teoria da Realidade de Hauriou: Essa teoria afirma que a ideia de empresa surge da consciência dos indivíduos, que passa a atuar com o objetivo de atingir os fins sociais (serviços e ofícios), adquirindo a personalidade moral. Quando a atuação deste individuo é reconhecida como o exercício de um poder juridicamente reconhecido, a instituição adquiri personalidade jurídica. 
Esta teoria não explica definitivamente a existência de pessoa jurídica. Esta teoria é ultrapassada nos dias atuais.
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.
As pessoas jurídicas podem ser:
De direito publico interno e externo 
De direito privado 
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;         (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.
Pessoas de Direito Publico Interno:
a União – A organização politico-administrativa da Republica Federativa do Brasil compreende a União, Estado, Distrito Federal e Municípios. A União é a pessoa jurídica de direito público que representa a Republica Federativa do Brasil em suas relações internacionais. 
 os Estados, o Distrito Federal e os Territórios – São pessoas jurídicas com autonomia legislativa e administrativa. 
os Municípios - São pessoas jurídicas com autonomia legislativa e administrativa. 
as autarquias, inclusive as associações públicas – Serviço autônomo criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receitas próprias, para exercer atividades típicas de administração publica, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. Tem capacidade de autoadministração. Ex: INSS, INCRA, DNIT, Universidades, Conselho Profissional (Conselho Federal de Medicina, CREA..)
Se a pessoa jurídica for de caráter privado ela responderá pelo Código Civil, se for de caráter publico ela respondera pelas normas de direito publico. 
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
As pessoas de direito publico externo são :
Os Estados estrangeiros
Pessoas regidas pelo direito internacional publico 
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
Este artigo trata da responsabilidade do estado. Há alguns requisitos para que seja configurada a responsabilidade do estado, como: 
Que o ato lesivo tenha sido praticado por pessoa jurídica do direito público. 
Que o ato lesivo seja praticado por pessoa jurídica do direito privado prestadora de serviços públicos.
Que o dano seja causado por um agente no exercício de suas funções. 
Que haja dano a terceiros.
Teoria de risco – Risco de dano é inerente do Estado.
Teoria do Nexo da Causalidade – Para que se configure a responsabilidade do Estado é necessário apenas comprovar: 
Ato lesivo lícito ou ilícito do agente público.
Dano à terceiro 
Nexo de causalidade entre ato lesivo e dano. 
A teoria adotada pelo Estado brasileiro para a responsabilidade do Estado é a Teoria Objetiva. 
Mas para responsabilidade do agente publico é adotada a Teoria Subjetiva. 
No caso do agente público, a administração pública vai cobrarregressivamente o dano causado ao terceiro, mas para que seja cobrada do agente público é necessário provar que ele agiu com dolo ou culpa. 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;          (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
V - os partidos políticos.         (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.           (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011)         (Vigência)
§ 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento.         (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
§ 2o As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código.           (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
§ 3o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica.           (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
- Associações e Sociedades:
Associações – agrupamento organizado de pessoas físicas ou jurídicas com objetivos não empresários (CC, art.53)
Sociedade – agrupamento organizado de pessoas físicas ou jurídicas, com finalidade de desenvolver uma atividade empresaria voltada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços para depois distribuir os lucros aos sócios (CC, art. 981)
- Classificação das Sociedades:
Quanto a personificação – podem ser (a) sociedades não personificadas, compreendendo aquelas que não adquirem a personalidade jurídica, não sendo, portanto, pessoas jurídicas categoria em que se encontram as sociedades em comum, antigas sociedades irregulares ou de fato (CC, arts. 986 a 990) e as sociedades em conta de participação (CC, arts. 991 a 996); ou (b) sociedades personificadas compreendendo aquelas que adquirem personalidade jurídica com o arquivamento de seu ato constitutivo, tais como: sociedade simples, sociedade limitada, sociedade anônima e a sociedade em comandita por ações;
Quanto a atividade ou objetivo – podem ser (a) sociedade simples (cujo objetivo é o exercício de uma atividade de prestação de serviços intelectuais, de natureza cientifica, artística ou literária, a sociedade cooperativa, a sociedade rural que não tinha adaptado pelo registro como empresa mercantil; ou (b) sociedades empresarias (tem como objeto social o exercício de uma atividade empresaria entendida como a atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços podendo ser qualquer uma das sociedades mencionadas no item (b) de ‘’quanto a personificação’’;
Quanto a estrutura da sociedade – podem ser (a) sociedade de pessoas, marcadas por uma estrutura que predominam os tributos pessoais dos sócios, em que o princípio da affectio societatis (que consiste na intenção dos sócios de constituir uma sociedade) assume grande importância; ou (b) sociedade de capital, em que as cotas circulam muito mais rapidamente e livremente, sendo a titularidade das cotas muito mais irrelevante do que o efetivo aporte do capital; e
Quanto a responsabilidade dos sócios – podem ser (a) sociedades de responsabilidade ilimitada, em que os sócios respondem ilimitada, solidaria e subsidiariamente pelas obrigações sociais, categoria em que se encontram a sociedade em nome coletivo, a sociedade simples e a sociedade comum, (b) sociedades de responsabilidade limitada sendo aquelas em que a responsabilidade dos sócios é limitada ao valor de suas cotas, dentre as quais a sociedade limitada (LTDA) e a sociedade anônima (S.A.), ou ainda (c) as sociedades de responsabilidade mista, sendo aquelas sociedades formadas por sócios que respondem ilimitadamente e por sócios que tem responsabilidade limitada, dentre as quais a sociedade em conta de participação, sociedade em comandita simples e a sociedade em comandita por ações.
- Fundações: é uma organização de bens, destinada a realização de um determinado fim, a que a lei atribui personalidade jurídica. São requisitos das fundações:
Um patrimônio;
O ato constitutivo ou a dotação;
Uma finalidade especial a que se destina a fundação, o estatuto; e
Uma administração.
- Organizações religiosas: ‘’ são livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento’’ (CC, art. 44, inciso 1).
- Partidos Políticos: muito se debateu sobre a natureza jurídica dos partidos políticos antes que a lei n. 10.825/03 tivesse incluído no rol das pessoas jurídicas de direito privado. Contudo, apesar da inclusão dos partidos políticos no rol das pessoas jurídicas de direito privado ter sido feita por meio da lei n. 10.825/03, o artigo 1 da lei n. 9.096/95 já atribuía tal natureza, exigindo, contudo, seu registro perante o TSE.
- Empresas individuais de responsabilidade limitada: formada por um só sócio, titular da integralidade do capital social, desde que superior a 100 salários mínimos vigentes. (EIRELI)
- Empresas públicas: empresas públicas, que exploram atividades comerciais, se sujeitam ao regime jurídico de direito privado (será sempre o direito privado, a não ser se esteja na presença de norma expressa de direito público).
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro.
- O direito brasileiro consagrou a regra geral e inderrogável de que a pessoa jurídica apenas adquire personalidade jurídica com a inscrição de seu ato constitutivo no respectivo registro. Apenas excepcionalmente exige o direito que, além do registro, as pessoas jurídicas dependem de aprovação ou autorização para poder exercer suas atividades.
- Constituição jurídica era dividida em duas fases – a fase do ato consecutivo (que deve ser escrito) e a fase do registro público.
Art. 46. O registro declarará:
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.
- Ao afirmar que o registro é pressuposto necessário para que a pessoa jurídica adquira personalidade jurídica, o legislador buscou assegurar a necessária segurança jurídica para que terceiros interessados possam vir a se relacionar com as pessoas jurídicas. Por essa razão, cada um dos elementos necessários do registro visa a dissipar uma possível dúvida que possa comprometer a segurança do que tenham interesse em se relacionas com a sociedade sobre aspectos da sociedade que possam influenciar nos negócios jurídicos por ela celebrados.
Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo.
- A manifestação de vontade das pessoas jurídicas se dá por intermédio de seus administradores, os quais são convencidos de poderes específicos para externar a vontade da pessoa jurídica indicados pelo estatuto social. Por essa razão, os atos praticados por tais administradores vinculam a pessoa jurídica e nãoas pessoas físicas que representam. 
- A aparência do direito é a situação de fato que manifesta como real uma situação jurídica não real. Este aparecer sem ser coloca em jogo interesses humanos relevantes que a lei não pode ignorar, e por esta razão, em respeito a confiança criada no espirito de terceiros que venham a contratar com a sociedade, convencidos na legitima crença que que um falso diretor, um falso gerente ou um falso representante tenha efetivos poderes de representação, mesmo os atos praticados por tais pessoas poderão obrigar a sociedade.
Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.
- Muitas vezes a administração das pessoas jurídicas não é feira por uma única pessoa, e sim por um grupo de pessoas, que de algum modo precisam se relacionas para praticar os necessários atos de administração da pessoa jurídica. A forma pela qual a administração da pessoa jurídica será exercida é a cláusula essencial de seu ato constitutivo, que poderá livremente dispor sobre a maioria necessária para aprovar as decisões de administração da sociedade. Apenas se o ato constitutivo não dispuser de outra forma é que as decisões se tomarão por maioria simples (metade mais um) dos presentes.
- O parágrafo único afasta a regra geral dos prazos de decadência. Além disso, cumpre notar que o legislador expressamente menciona que as decisões de administração coletivas contrárias a lei ou ao estatuto levadas de simulação ficam sujeitas ao prazo decadencial de três anos.
Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório.
- Uma vez que a pessoa jurídica não pode ficar sem representação, para as excepcionais hipóteses em que os próprios membros da sociedade deixem de indicar um administrador, o juiz deverá, a requerimento de qualquer interessado, nomear um administrador provisório, cujo procedimento será o da jurisdição voluntária.
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
Consiste na possibilidade de se ignorar a personalidade jurídica autônoma da entidade moral sempre que ela é utilizada para fins fraudulentos ou diversos daqueles para quais foi constituída, permitindo que o credor de obrigação assumida pela pessoa jurídica alcance o patrimônio particular de seus sócios ou administradores para a satisfação de seu crédito.
É uma exceção à regra geral da autonomia da personalidade das pessoas jurídicas, razão pela qual deve ser interpretada sempre restritivamente e aplicada nos exatos limites de sua necessidade, como por exemplo, prática de ato irregular e, limitadamente, aos administradores ou sócios ou nas relações civis.
Caracterizado pelo simples abandono de suas atividades sem o arquivamento do ato de encerramento no respectivo registro, por si só, não permite a desconsideração da personalidade jurídica com a consequente extensão da responsabilidade patrimonial aos membros da pessoa jurídica. 
A situação mais ordinária e comum ocorre quando seus sócios ou administradores se utilizam da pessoa jurídica para satisfação de seus interesses pessoais, desviando dos interesses da própria pessoa jurídica.
Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua.
§ 1o Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua dissolução.
§ 2o As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado.
§ 3o Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica.
- Estabelece a necessidade da prévia liquidação da sociedade antes da extinção de sua personalidade jurídica. Durante a fase de liquidação, a sociedade mantém sua personalidade jurídica devendo realizar todo seu ativo e pagar todos os débitos. É apenas após a destinação de todo o patrimônio da sociedade e do pagamento de todas as dívidas que se elimina da personalidade da pessoa jurídica, cancelando sua inscrição do registro.
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
- Alguns aspectos dos direitos da personalidade podem ser aplicados as pessoas jurídicas. É o que ocorre, por exemplo, com o bom nome e a boa fama da pessoa jurídica, cuja a proteção não se nega. 
 CAPÍTULO II
DAS ASSOCIAÇÕES
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.
- Associação é um agrupamento organizado de pessoas físicas ou jurídicas com objetivos não empresários. Portanto, não pode visar a produção ou a circulação de bens ou de serviços para posterior distribuição dos lucros aos seus sócios.
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
I - a denominação, os fins e a sede da associação;
II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;
III - os direitos e deveres dos associados;
IV - as fontes de recursos para sua manutenção;
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos;           (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução.
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas.           (Incluído pela Lei nº 11.127, de 2005)
- Estatuto é um conjunto de normas abstratas e genéricas, destinado primordialmente a dispor sobre a organização da entidade coletiva sem fins lucrativos e a disciplina de seu funcionamento, tendo em vista alcançar os fins procurados pelo grupo. Assume a natureza jurídica de um acordo normativo.
Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais.
- Impõem a todos os associados direitos iguais, porém, traz exceção a essa regra facultando a instituição de categorias de associados com vantagens especiais, que devem ser previstas no estatuto da associação e também devem ser conferidas a toda uma categoria de associados (fundadores, beneméritos, honorários etc), e não a associados individualmente considerados, sob pena de desvirtuar a exceção que se permitiu instituir.
Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário.
Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto.
- É devido ao caráter pessoal existente entre os associados, que a regra da intransmissibilidade da condição ao associado existe. Mas, como todo direito disponível, essa regra pode ser afastada pela vontade dos interessados, a qual deve ser manifestada no estatuto.
- A transmissão de quota ou fração ideal do patrimônio da associação não confere ao adquirente ou ao herdeiro a condição de associado. Não é a detenção de quota ou a fração ideal ao patrimônio que outorga a condição de associado.
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.        (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
- Pode ocorreraplicação de penalidades e até mesmo exclusão de associados que desrespeitem as normas da associação ou que pratique atos contrários à sua finalidade ou aos seus princípios. Portanto, a aplicação dessas penalidades apenas é admitida mediante prévio procedimento que assegure o associado direito de defesa e de recurso.
Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto.
- nem o estatuto, nem a assembleia ou qualquer outro órgão da associação pode criar exceção ofensiva ao direito de igualdade entre os associados, o que pressupõem o direito igual de exercer funções que tenham sido designadas, como o direito a presidência, ao voto reforçado, as atribuições especificas etc. 
Art. 59. Compete privativamente à assembléia geral:          (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
I – destituir os administradores;         (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
II – alterar o estatuto.        (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido deliberação da assembléia especialmente convocada para esse fim, cujo quorum será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores.         (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
Esta é uma norma cogente: 
É aquela que se torna obrigatória, de maneira coercitiva, mesmo que venha a constranger a vontade do indivíduo a que se aplica, bastando haver a relação de casualidade para que a norma incida sobre ele.
Assembleia geral é quando é reunido todos os associados de uma associação. 
Compete à uma assembleia geral:
destituir os administradores
alterar o estatuto
Estes associados têm o poder de votar tanto quanto a destituições dos administradores como na alteração do estatuto. 
Para destituir os administradores e alterar o estatuto será necessária convocar uma assembleia geral especificamente para esse fim, ou seja, essa associação deverá mandar uma convocação para os associados e nesta convocação deverá constar a finalidade desta assembleia geral. 
O quorum será definido pelo próprio Estatuto da Associação assim como o estatuto já devera prever quais serão os critérios de eleições dos administradores. 
Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promovê-la.         (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
O próprio estatuto já deverá determinar qual a forma de convocação dos órgãos deliberativos, como por exemplo: se será trimestral, ou anual. 
Direitos das minorias das associações privadas:
No entendo, se uma minoria quiser convocar os órgãos deliberativos fora deste prazo, ela terá o direito de fazer isso, mediante à 1/5 dos associados. 
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.
§ 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação.
§ 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União.
Como toda pessoa jurídica, a Associação também poderá ser extinta. No entanto, seu patrimônio não poder ser dividido entre os associados.
 A finalidade da associação é a coisa mais importante.
Uma associação não tem fins lucrativos, por isso, a mesma recebe muitos incentivos e doações de empresas privadas e até mesmo dos municípios, aumentando seu patrimônio em razão dessas doações. Quem contribui para a Associação, contribui para sua finalidade.
Caso a dissolução da Associação, com relação ao patrimônio:
Restituição das cotas ou frações dos Associados.
O remanescente da Associação deve ser destinado a outra Associação prevista no Estatuto.
Se omisso o Estatuto, a Assembleia geral decidirá para qual Associação será destinado o remanescente do Patrimônio. 
Se não houver associação de finalidade idêntica ou semelhante, o remanescente do patrimônio será devolvido à fazenda do Estado, DF ou União.
 CAPÍTULO III
DAS FUNDAÇÕES
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de:        (Redação dada pela Lei nº 13.151, de 2015)
I – assistência social;        (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;        (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
III – educação;        (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
IV – saúde;        (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
V – segurança alimentar e nutricional;        (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;        (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos;        (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;        (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
IX – atividades religiosas; e        (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
X – (VETADO).        (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
Associação privada é a dotação de bens livres, destinadas a uma finalidade.
Fundação privada é a reunião de pessoas que se organizam para uma finalidade não lucrativa;
Fundação Privada é a dotação de bens livres, por meio de uma pessoa jurídica, para atingir uma finalidade;
A fundação por ser criada:
Em vida pelo seu instituidor por escritura pública
Após a morte por testamento. 
A dotação de bens livres significa que ao dotar os bens, e em razão destes bens é que vai ser criada essa pessoa jurídica denominada de fundação, no testamento ocorre da mesma forma. Quem define os fins que se destina a fundação será o instituidor, ou seja, no momento em que ele fizer a dotação dos bens (seja por escritura pública ou testamento) e criar a pessoa jurídica, a associação, o mesmo já ira definir qual a finalidade que ele quer para aquela fundação.
Dotação de bens livres- bens livres de quaisquer ônus. Não podem ser bens alugados, emprestados, penhorados, hipotecados...
Além de livres, os bens precisam ser suficientes para a formação de uma associação
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.
Suficiência dos bens para a formação da associação. - Quem faz a analise se os bens são, ou não, suficientes para a criar uma fundação é o Ministério Público. Caso o ministério público verificar que os bens são insuficientes para criar uma fundação e o instituidor não tiver previsto esta possibilidade, os bens serão destinados a outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.
Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial.
Adotação de bens livres e irreversível, ou seja, logo após que o instituidor fez a dotação dos bens ele não tem o poder de voltar atrás. Até o momento da criação da pessoa jurídica os bens ainda estão no nome do instituidor. Os bens podem ser transferidos para a fundação por Mandado Judicial.
Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz.
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência caberá ao Ministério Público.
O estatuto é ato constitutivo tanto de fundação quanto de associação. Encargo é a atribuição a um terceiro de elaborar o estatuto. “Aprovação da autoridade competente” se refere ao Ministério Público, que fiscalizará as fundações desde sua criação. 
Três entes poderão fazer o estatuto:
O instituidor;
O fiduciário;
O Ministério Público.
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.
§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.        (Redação dada pela Lei nº 13.151, de 2015)
§ 2o Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público.
O ministério público é responsável por fiscaliza as atividades das Fundações;
Se a fundação privada funcionar no DF ou em um Território, será responsável o MP do Distrito Federal e Territórios;
Se a fundação privada funcionar em vários Estados, será responsável o MP de cada Estado.
Atribuições do ministério público: 
Aprovar a Escritura Pública de instituição da Fundação;
Aprovar se os bens destinados são suficientes para instituir a Fundação;
Elaborar ou aprovar o Estatuto;
Aprovar as alterações do Estatuto;
Aprovar as contas;
Fiscalizar o funcionamento por meio da analise de documentos e visitas periódicas;
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação;
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta;
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.           (Redação dada pela Lei nº 13.151, de 2015)
Alteração do Estatuto:
Precisa ser aprovada por 2/3 dos membros da administração;
Não pode contrariar o fim especifico da Fundação;
Deve ser aprovada pelo MP;
A alteração do Estatuto da Fundação deverá ser submetida ao MP que poderá:
Aprovar;
Denegar a aprovação;
Propor modificações;
O interessado poderá recorrer ao juiz em dois casos:
Caso o MP, no prazo de 45 dias, não se manifestar quanto às alterações
Ou quando o MP denegue a aprovação das alterações do Estatuto;
Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em dez dias.
DIREITO DA MINORIA VENCIDA.
UNANIMIDADE - os 90 gestores da Fundação votarem a favor das alterações do Estatuto;
MINORIA VENCIADA - dos 90 gestores da Fundação, somente 75 foram favoráveis à alteração, então houve uma minoria vencida de 15 gestores.
Quando houver uma minoria vencida, os administradores, ao submeterem as alterações do Estatuto ao MP, requererão que se dê a ciência à minoria vencida para impugná-las, se quiserem, no prazo de 10 dias.
Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.
A fundação poderá ser extinta por:
Ilícita a finalidade;
Impossível a finalidade;
Inútil a finalidade;
Vencimento do prazo de existência;
A extinção da Fundação poderá ser promovida:
Pelo MP;
Qualquer interessado;
O patrimônio da fundação não pertence ao seu instituidor e nem aos seus gestores. O patrimônio serve para alcançar a finalidade da Fundação. O destino dos bens poderá constar ao Ato Constitutivo, ou do Estatuto para outra fundação ou o Juiz designará outra Fundação de finalidades iguais ou semelhantes.
TÍTULO III
Do Domicílio
Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo.
Domicílio é o local onde a pessoa é encontrada, onde ela vai responder suas obrigações, exercer seus direitos e celebrar seus negócios jurídicos.
Moradia - a pessoa não tem intenção de ficar. Ex: hotel/ casa de um amigo;
Residência - a pessoa possui o animo definitivo de se estabelecer no local. Ex: casa onde a pessoa mora.
Domicilio tem dois elementos: 
Objetivo - o lugar, o local;
Subjetivo - a intenção de permanecer com ânimo definitivo;
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.
Caso a pessoa tenha dois domicílios e viva alternadamente em cada uma delas, pode ser considerada domicilio qualquer uma das duas.
Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida.
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.
É também domicilio da pessoa natural, quanta às relações coerentes à profissão, o lugar onde esta é exercida.
Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada.
Isso ocorre muito com andarilhos, integrantes de circo, ciganos. O domicilio será o local onde for encontrada.
Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de o mudar.
Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações não fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem.
1) – O artigo fala sobre MUDANÇA de domicílio porque teoricamente, é errado falar sobre perda ou aquisição deste, já que quando você vai de um lugar para o outro, automaticamente está perdendo o domicílio que foi deixado. A mudança de domicílio é quando uma pessoa se transfere permanentemente de uma residencia para outra.
(2) – A porva da intenção de que a mudança de residência é permanente pode ser feita de duas maneiras:
a) declaração expressa que a pessoa faça às municipalidades – a pessoa faz a declaração ao município de onde está saindo e para o que está indo (pouco usada)
b) quando os motivos da mudança de residência permitam que se entenda que ela será permanente.
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
I - da União, o Distrito Federal;
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.
§ 1o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
§ 2o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.
(1) - A pessoa jurídica, não possui residência que nem a pessoa física,por isso que é considerado domicílio da pessoa jurídica o local em que localiza-se sua sede ou administração direção.
(2) O Distrito Federal é o domicílio da União.
(3) As capitais são o domicílios de seus Estados e Territórios
(4) O lugar em que fica a administração municipal é o domicílio do Município.
(5) As pessoas jurídicas de direito público de administração direta possuem domicílio em sua sede de seu governo (como as citadas acimas), já as demais pessoas jurídicas, como associações e fundações tem como domicílio o lugar em que estiver localizada suas respectivas adminastração e direção.
(6) Quando uma mesma pessoa jurídica realizer atividades em vários lugares diferentes, todos estes serão considerados domicílio.
Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso.
Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença.
 O incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso são pessoas por causa da condição física ou situação oferecida pelo trabalho, não conseguem estabelecer livremente um domicílio, é por isso que a lei estabelece-o para os indivíduos citados. Para o incapaz, seu domicílio será o mesmo de seu assistente/representante já que este é o único que pode lhe ajudar nos atos, o domicílio do servidor público será o local em que este exercer suas funções permanentemente (o servidor público temporário ou licenciado não possuem o domicílio desta forma), o militar possui domicílio no local em que estiver servindo, os que forem da Marinha ou Aeronáutica possuirão domicílio na sede do comando que este estiver subordinado e o presos, terá domicílio no local que estiver cumprindo sentença.
Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve.
Caso um agente diplomático brasileiro declarar extraterritorialidade sem especificar o local de domicílio, será demandado para o Distrito Federal ou o último lugar em que esteve.
Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.
Ao celebrarem um contrato, as partes escolhem livremente um domicílio onde o contrato será cumprido.
 LIVRO II
DOS BENS
 TÍTULO ÚNICO
Das Diferentes Classes de Bens
 CAPÍTULO I
Dos Bens Considerados em Si Mesmos
 Seção I
Dos Bens Imóveis
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.
São bens imóveis tudo que for incapaz de se locomover por vontade própria, sendo uma árvore, uma casa, um prédio, que estão sempre ligados com o solo.
O que define um bem móvel e imóvel que a questão da locomoção.
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II - o direito à sucessão aberta.
São bens imóveis que recebem direitos reais a propriedade, a superfície, as servidões, o usufruto, o uso, a habitação, o direito do prominente comprador do imóvel, o penhor, a hipoteca, a anticrese, a concessão de uso especial para fins de moradia, a concessão de direito real de uso e as ações que os asseguram são as ações possessórias, reivindicatórias, hipotecárias, etc.
Direito à sucessão aberta se refere aos bens da pessoa falecida, podem ser bens móveis ou imóveis, quando transferidos do de cujus para outra pessoa, serão individualmente considerados.
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local;
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.
Uma casa ou um prédio que forem retirados de um local para serem implantados em outro, mudando apenas o lugar onde estavam, continuam sendo bem imóvel.
Os materiais utilizados na construção de uma casa ou um prédio, como as telhas de uma casa, que forem reempregados, também continuarão sem bens imóveis.
 Seção II
Dos Bens Móveis
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.
São bens móveis os semoventes (animais, humanos, que se movem por força própria) ou aqueles de remoção por força alheia, como o carro, a moto que se movimentam com a ajuda de algo.
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:
I - as energias que tenham valor econômico;
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.
Energias como a elétrica tem valor econômico e pode ser considerada como móvel
É considerado móvel o direito que o indivíduo tem sobre um carro, por exemplo, ou qualquer outro objeto móvel.
O direito de crédito pode ser considerado móvel por ser um direito de caráter patrimonial.
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio.
Os materiais que ainda não foram utilizado na construção de um prédio, como um tijolo e os que sobraram depois de uma demolição de algum prédio, como uma porta, são considerados bens móveis.
 Seção III
Dos Bens Fungíveis e Consumíveis
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.
Um objeto que tiver vários outros iguais, como uma blusa branca da hering por exemplo, é considerado fungível. Já um quadro da Monalisa, que só existe um no mundo, é um bem infungível.
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.
São consumíveis os alimentos por exemplo, que a partir do momento que eu como, ele se destrói. Também são consumíveis os produtos que podem ser comprados.
 Seção IV
Dos Bens Divisíveis
Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.
Para ser um bem divisível é necessário que ao ser dividido, a substância, o prejuízo do uso e a diminuição considerável do valor não mude, como um bolo por exemplo. Se um cavalo ou um ser humano for divido, com certeza essas partes se alterarão, por isso, estes são considerados bens indivisíveis.
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes.
Um bem que teoricamente fosse considerado divisível, caso não seja permitido pela lei ou em um contrato, as partes determinem que ele não seja divisível, passa este a ser considerado indivisível.
 Seção V
Dos Bens Singulares e Coletivos
Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais.
Bens singulares são aqueles distintos, autônomos, singulares, mesmo que reunidos. 
Os bens singulares simples são aqueles que os componentes fazem parte do bem pela sua própria natureza. Por exemplo um cavalo (pata e rabo fazem parte do cavalo por natureza).
Os bens singulares compostos que são aqueles que formam uma unidade por partes integrantes, por obra do homem. Por exemplo um computador, que teve que reunir o mouse, tela, teclado, resultando no produto.
Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas próprias.
A universalidadede fato é vários bens singulares que são reunidos, pertencentes a uma mesma pessoa e possui uma destinação específica pela própria vontade da pessoa. Essa pessoa pode tratar dos seus bens de forma universal ou singular. Por exemplo, vários livros, podendo negociar livros unitariamente ou formando uma biblioteca.
Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.
A universalidade de direito é determinada pela lei, diferenciando da universalidade de fato. Ou seja, por determinação legal, esses bens pertencentes a uma pessoa tem essa destinação coletiva. Por exemplo, o patrimônio.
 CAPÍTULO II
Dos Bens Reciprocamente Considerados
Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.
O bem principal é aquele que tem sua finalidade independentemente de outro bem. Por exemplo, o contrato de locação é o bem principal, a multa prevista nesse contrato é o bem acessório.
O bem acessório pressupõe a existência do bem principal. A casa é o bem principal, a janela é o acessório dessa casa.
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.
O acessório propriamente dito sempre segue a classificação do bem principal. Por exemplo, se uma casa é considerada imóvel, as janelas também serão consideradas imóveis. Sempre quando o acessório segue o bem principal, é denominado de princípio da gravitação jurídica.
O acessório pertença não seguem o bem principal. Em uma casa, os móveis da casa não são considerados imóvel, são pertenças que não seguem a casa. Foram feitos para o uso e serviço do bem principal, mas não são partes integrantes do mesmo.
Se eu compro um GPS para o carro e o coloco embutido no carro, ele passa a fazer parte integrante do carro, deixando de ser uma pertença e se tornando um bem acessório.
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.
Se eu vender um bem imóvel, as pertenças não acompanharão este bem, exceto se ambas as partes concordarem no contrato. 
Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico.
Frutos e produtos são acessórios do bem principal, mas os frutos se regeram e os produtos não. Uma maçã se regenera, o petróleo não se regenera.
Os frutos são classificados em naturais, que se regeneram a partir da própria natureza, como a maçã. Já os industriais se regeneram pela força do homem, como um lápis. Também há os frutos civis, como os juros de uma conta poupança regenerando o dinheiro.
Em relação aos frutos com o bem principal, há os frutos colhidos ou percebidos, que já foram destacados do bem principal, como uma maçã que já caiu da árvore. Há os frutos pendentes, que ainda estão ligados ao bem principal, como a maçã que ainda está na árvore. Há ainda os percepiendos, que ainda estão ligados ao bem principal, mas já deveriam ter sido colhidos. Há os consumidos, que já foram separados do bem principal, mas já não existe mais porque foi consumido.
O art. 95 diz que eu posso negociar os produtos e frutos que ainda não foram destacados do principal.
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.
§ 1o São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.
§ 2o São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.
§ 3o São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.
Benfeitorias são acréscimos realizados nos bens móveis e imóveis
Benfeitorias voluptuárias são aquelas feitas por mera vontade da pessoa, para recreio ou enfeite. A pintura em uma parede e uma piscina em uma casa é uma benfeitoria voluptuária.
As benfeitorias úteis aumentam a utilidade do bem. A colocação de uma porta automática na garagem em uma casa é uma benfeitoria útil.
As benfeitorias necessárias são realizadas para conservar o bem, evitando sua deterioração. A troca de telhas em uma casa é realizada para conservação da casa.
Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.
São denominadas acessões naturais e não benfeitorias, situações em que há um acréscimo no bem, mas esse acréscimo não foi feito nem pelo possuidor, detentor ou proprietário, e sim pela natureza. Por exemplo o desvio do rio, aumentando o terreno do imóvel.
São acessões industriais acréscimos feitos pelo homem, como a construção de uma casa inteira em um terreno que estava vazio.
Também não são consideradas benfeitorias são aquelas que a obra humana é maior que o valor que a própria matéria prima. Por exemplo a pintura em relação à uma tela.
 CAPÍTULO III
Dos Bens Públicos
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
Há duas espécies de bens: os particulares e os públicos. Os bens públicos são os que pertencem à União, aos Estados, Municípios, autarquias e fundações. Por exemplo, uma escola municipal.
Art. 99. São bens públicos:
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.
Os bens de uso comum do povo são bens que podem ser utilizados pela população, sendo de forma remunerada ou gratuita.
Os bens de uso especial são bens que executam serviços administrativos e serviços públicos em geral. Como exemplos de uso especial é possível citar hospital e biblioteca pública.
Os bens dominicais são bens que não são nem bens de uso comum, nem especial. Como exemplo um terreno baldio pertencente ao município, estado ou união, que não está sendo utilizado pelo povo, mas também não tem uma finalidade pública.
O Correios por exemplo é considerado um bem dominical, pois pertencem a pessoa jurídica de direito público, com estrutura de direito privado.
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Sendo os bens de uso comum e de uso especiais inalienáveis, quando é preciso vender um desses bens, é necessário desafetar (mudar a forma de destinação) esse bem. Ele pega um terreno utilizado para um parque e altera para que seja um bem dominical, pois os bens dominicais podem ser alienados.
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.
Os bens dominicais podem ser alienados.
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.
Se uma pessoa ocupa um bem público, uma casa em cima de terreno público, ela não pode adquirir esse bem por usucapião (aquisição de propriedade pela posse prolongada e sem interrupção).
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.
Apesar do bem ser de uso comum do povo, nada impede que se cobre por essa utilização. Como por exemplo os pedágios nas rodovias.

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