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Termodinâmica Prof. João Felipe Bassane Engenharia Mecânica 1 Capítulo 5 – Entropia 2 5) Entropia Para um motor térmico de Carnot (reversível) temos que: 5.1) Desigualdade de Clausius 3 5) Entropia Para um motor térmico irreversível operando entre os mesmos reservatórios 𝑇𝐻 e 𝑇𝐿 e recebendo a mesma quantidade de calor 𝑄𝐻 temos que: 5.1) Desigualdade de Clausius Para todos os motores térmicos irreversíveis: 4 5) Entropia Para um ciclo de refrigeração de Carnot (reversível) temos que: 5.1) Desigualdade de Clausius Para todos os ciclos de refrigeração reversíveis: 5 5) Entropia Para um ciclo de refrigeração irreversível operando entre os mesmos reservatórios 𝑇𝐻 e 𝑇𝐿 e recebendo a mesma quantidade de calor 𝑄𝐿 temos que: 5.1) Desigualdade de Clausius Para todos os ciclos de refrigeração irreversíveis: 6 5) Entropia 5.1) Desigualdade de Clausius Para todos os ciclos podemos escrever: Sendo a igualdade válida para os ciclos reversíveis e a desigualdade válida para os ciclos irreversíveis. 7 5) Entropia 5.1) Desigualdade de Clausius Calcule 𝛿𝑄 𝑇 considerando 1 kg de fluido de trabalho. 8 5.2) Entropia – Uma propriedade do sistema Considere que um sistema percorra um processo reversível do estado 1 ao 2, representado pelo caminho A, e que o ciclo seja concluído por meio de um processo reversível, representado pelo caminho B. Como este ciclo é reversível podemos escrever: 9 5.2) Entropia – Uma propriedade do sistema Considere agora, outro ciclo, reversível que tem o processo inicial alterado para o representado pelo caminho C e completado pelo mesmo processo reversível B. Para este ciclo: Subtraindo a segunda equação da primeira, temos: 10 5.2) Entropia – Uma propriedade do sistema Como 𝛿𝑄 𝑇 é constante para todos os caminhos reversíveis entre os estados 1 e 2, concluímos que essa quantidade é independente do caminho e é uma função apenas dos estados inicial e final; portanto, ela é uma propriedade. Essa propriedade é denominada entropia e é designada por 𝑆. 𝑑𝑆 ≡ 𝛿𝑄 𝑇 𝑟𝑒𝑣 A variação da entropia de um sistema, em uma mudança de estado, pode ser obtida integrando a equação anterior: Obs: Para se efetuar essa integração, a relação entre T e Q deve ser conhecida. 11 5.3) A entropia para uma substância pura A unidade da entropia específica nas tabelas de propriedades termodinâmicas é 𝑘𝐽 𝑘𝑔𝐾 e os valores são dados em relação a um estado de referência arbitrário. Nas tabelas de vapor d’água, atribui-se o valor zero para a entropia do líquido saturado a 0,01 °C. Para muitos fluidos refrigerantes, atribui-se o valor zero para a entropia do líquido saturado a - 40 °C. Na região de saturação, a entropia pode ser calculada usando o título: 12 5.3) A entropia para uma substância pura As propriedades termodinâmicas de uma substância são frequentemente apresentadas nos diagramas temperatura- entropia e entalpia- entropia, que também é conhecido como o diagrama de Mollier. Diagrama temperatura-entropia para o vapor d’água 13 5.3) A entropia para uma substância pura As propriedades termodinâmicas de uma substância são frequentemente apresentadas nos diagramas temperatura- entropia e entalpia- entropia, que também é conhecido como o diagrama de Mollier. Diagrama entalpia-entropia para o vapor d’água 14 5.3) A entropia para uma substância pura Para a maioria das substâncias, a diferença entre a entropia do líquido comprimido e a do líquido saturado, à mesma temperatura, é muito pequena. Normalmente, o processo de aquecimento de um líquido a pressão constante é representado por uma linha coincidente com a linha de líquido saturado até que se atinja a temperatura de saturação correspondente. Então, se a água a 10 Mpa é aquecida de 0 °C até a temperatura de saturação, o processo pode ser representado pela linha ABD, que coincide com a linha de líquido saturado. Diagrama temperatura-entropia mostrando as propriedades de um líquido comprimido (água) 15 Consideremos como sistema o fluido de trabalho de um motor térmico que opera segundo o ciclo de Carnot. O primeiro processo é o da transferência de calor isotérmica do reservatório a alta temperatura para p fluido de trabalho. Para esse processo, podemos escrever 5.4) Variação de entropia em processos reversíveis 16 O segundo processo é adiabático e reversível e, portanto, a entropia permanece constante neste processo. O terceiro processo é isotérmico reversível, no qual o calor é transferido do fluido de trabalho ao reservatório térmico a baixa temperatura. Para esse processo, podemos escrever: 5.4) Variação de entropia em processos reversíveis O processo final é adiabático e, portanto, de entropia constante. 17 O ciclo de Carnot no diagrama temperatura-entropia fica da seguinte forma: 5.4) Variação de entropia em processos reversíveis A área abaixo da linha 1-2, a área 1-2-b- a-1, representa o calor transferido ao fluido de trabalho durante o processo. A área abaixo da linha 3-4, a área 3-4-a- b-3, representa o calor transferido do fluido de trabalho ao reservatório a baixa temperatura. 18 O ciclo de Carnot no diagrama temperatura-entropia fica da seguinte forma: 5.4) Variação de entropia em processos reversíveis Como o trabalho líquido do ciclo é igual à transferência líquida de calor, é evidente que a área 1-2-3-4-1 representa o trabalho líquido do ciclo. O rendimento térmico do ciclo pode ser também expresso em função de áreas: 19 Se o ciclo for invertido, teremos um refrigerador ou uma bomba de calor. 5.4) Variação de entropia em processos reversíveis 20 Consideremos os processos reversíveis de transferência de calor. Uma mudança de estado de líquido saturado para vapor saturado a pressão constante corresponderia ao processo 1-2 no diagrama T-s. A área 1-2-b-a- 1 representa o calor transferido. 5.4) Variação de entropia em processos reversíveis Como esse é um processo a pressão constante, o calor transferido por unidade de massa é igual a ℎ𝑙𝑣. 21 Se transferirmos calor para o vapor saturado, a pressão constante, o vapor será superaquecido ao longo da linha 2-3. Para esse processo podemos escrever: 5.4) Variação de entropia em processos reversíveis Como T não é constante, a expressão anterior não pode ser integrada, a menos que se conheça uma relação entre a temperatura e a entropia. Entretanto, verificamos que a área abaixo da linha 2- 3, a área 2-3-c-b-2, representa a integral de 𝑇𝑑𝑠 3 2 entre os estados 2 e 3. Portanto essa área representa o calor transferido durante o processo reversível mencionado. 22 O fluido de trabalho utilizado em uma bomba de calor, que opera segundo um ciclo de Carnot, é o R-134a. A temperatura do fluido refrigerante no evaporador da bomba de calor é 0 °C e o fluido deixa o evaporador como vapor saturado. A temperatura do fluido refrigerante é 60 °C no condensador da bomba de calor e o fluido deixa o condensador como líquido saturado. Determine, nessas condições, a pressão de descarga do compressor e o coeficiente de desempenho (COP) do ciclo térmico. 5.4) Variação de entropia em processos reversíveis Exercício 1 23 Um conjunto cilindro-pistão contém 1 litro de líquido saturado de R-410a, a 20 °C. A posição do pistão é alterada vagarosamente até que a pressão interna se torne igual a 400 kPa. Admitindo que o processo de expansão seja isotérmico e reversível, determine o trabalho e a transferência de calor neste processo. 5.4) Variação de entropia em processos reversíveis Exercício 2 24 5.5) Duas relações termodinâmicas importantes 𝑇𝑑𝑆 = 𝑑𝑈 + 𝑃𝑑𝑉 𝑇𝑑𝑆 = 𝑑𝐻 − 𝑉𝑑𝑃 Equações de Gibbs ou 𝑇𝑑𝑠 = 𝑑𝑢 + 𝑃𝑑𝑣 𝑇𝑑𝑠 = 𝑑ℎ − 𝑣𝑑𝑃 25 5.6) Variação de entropia em um sólido ou líquido Para os sólidos e líquidos, o termo do volume específico é muito pequeno e pode ser desprezado: 𝑇𝑑𝑠 = 𝑑𝑢 + 𝑃𝑑𝑣 Considerando C constante: 26 5.6) Variação de entropia em um sólido ou líquido Um quilograma de água líquida é aquecido de 20 °C a 90 °C. Calcule a variação da entropia, admitindo que o calor específico seja constante e igual a 4,184 𝑘𝐽 𝑘𝑔𝐾 Exercício 3 27 5.7) Variação de entropia em um gás ideal 28 5.7) Variação de entropia em um gás ideal Os casos mais simples são aqueles onde 𝐶𝑝0 e 𝐶𝑣0 são constantes, e a integração nos fornece: A segunda possibilidade, relativamente ao calor específico, é utilizar uma equação analítica de 𝐶𝑝0 em função da temperatura. 29 5.7) Variação de entropia em um gás ideal A terceira possibilidade é integrar os resultados dos cálculos da termodinâmica estatística, desde a temperatura de referência 𝑇0 até qualquer outra temperatura 𝑇, e definir uma função Essa função pode ser apresentada como uma tabela em que a única entrada é a temperatura. A variação da entropia entre qualquer dois estados 1 e 2 pode, então, ser calculada do seguinte modo: 30 5.7) Variação de entropia em um gás ideal Calcule a variação de entropia específica para o ar, quando este é aquecido de 300 K a 600 K e a pressão diminui de 400 kPa para 300 kPa, admitindo: 1. Calor específico constante; 2. Calor específico variável. Exercício 4 𝑅𝑎𝑟 = 0,287 𝑘𝐽 𝑘𝑔𝐾 31 5.7) Variação de entropia em um gás ideal Considerando um processo isotrópico temos que: 32 5.7) Variação de entropia em um gás ideal 33 5.7) Variação de entropia em um gás ideal Um conjunto cilindro-pistão contém um quilograma de ar. Inicialmente, a pressão e a temperatura são iguais, respectivamente, a 400 kPa e 600 K. O ar é, então, expandido até a pressão de 150 kPa em um processo adiabático e reversível. Calcular o trabalho realizado pelo ar. Exercício 5 34 5.8) Processo politrópico reversível para um gás ideal Processo politrópico - 𝑃𝑉𝑛 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 35 5.8) Processo politrópico reversível para um gás ideal 36 5.8) Processo politrópico reversível para um gás ideal 37 5.8) Processo politrópico reversível para um gás ideal Para um processo isotérmico reversível com um gás ideal temos que: Como não há variação de energia interna ou entalpia em processos isotérmicos, o calor transferido é igual ao trabalho. 38 5.9) Variação de entropia do sistema durante um processo irreversível Considere um sistema que percorra os ciclos na figura abaixo. 39 5.9) Variação de entropia do sistema durante um processo irreversível Considere um sistema que percorra os ciclos na figura abaixo. Nessas equações, a igualdade vale para um processo reversível e a desigualdade para um processo irreversível. 40 5.10) Geração de entropia e equação da entropia Uma das principais conclusões da seção anterior é que a variação de entropia em um processo irreversível é maior que aquela referente a um processo reversível que apresente o mesmo 𝛿𝑄 e T. Podemos reescrever a versão diferencial da equação anterior: O termo 𝛿𝑆𝑔𝑒𝑟 representa a geração de entropia no processo, em virtude da ocorrência de irreversibilidades no sistema. Essa equação mostra que o trabalho realizado no processo irreversível é menor que o trabalho no processo reversível, e que a diferença é proporcional a geração de entropia. Por esse motivo, o termo 𝑇𝛿𝑆𝑔𝑒𝑟 , é muitas vezes, denominado trabalho perdido. 41 5.10) Geração de entropia e equação da entropia Integrando a equação a seguir temos: Esta equação é o balanço de entropia para o sistema. Esta equação pode ser escrita na forma geral: ∆ 𝐸𝑛𝑡𝑟𝑜𝑝𝑖𝑎 = 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎𝑠 − 𝑠𝑎í𝑑𝑎𝑠 + (𝑔𝑒𝑟𝑎çã𝑜) Como a geração de entropia não pode ser negativa, há somente um único modo pelo qual a entropia do sistema pode ser diminuída: Transferindo-se calor do sistema. Em um processo adiabático o aumento de entropia está sempre associado às irreversibilidades. 42 5.11) Princípio do aumento de entropia 43 5.11) Princípio do aumento de entropia 44 5.11) Princípio do aumento de entropia A entropia aumenta e, portanto, não é conservada. Somente se os processos forem reversíveis em todas as partes do universo é que os termos de geração de entropia serão nulos. Esse conceito é conhecido como princípio do aumento da entropia. 45 5.11) Princípio do aumento de entropia Suponha que 1 kg de vapor d’água saturado a 100 °C seja condensado, obtendo-se um líquido saturado a 100 °C em um processo a pressão constante, por meio da transferência de calor para o ar ambiente que está a 25 °C. Qual é o aumento líquido de entropia para o conjunto sistema e ambiente? Exercício 6
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