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micro clinica 04- INFECÇOES DO TRATO URINARIO

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DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO DE INFECÇÕES
Professora: Mizia Saboia 
INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO
Rim
Ureter 
Bexiga
Uretra
Doenças infeciosas 
mais comuns na 
prática clinica 
Mais frequentes entre 
as infecções 
nosocomiais
ANVISA
INFECÇÕES URINÁRIAS INFECÇÃO RELACIONADA À 
ASSISTÊNCIA A SAÚDE (IRA)
Corresponde a 30-40% das IRAS 
 80% é relacionada com a cateterização vesical 
 Risco de Infecção urinária aumenta em 50%, após 7-10 dias de cateterização
Tempo de hospitalização: aumento de 4-5 dias
 Até 4% podem causar bacteremias
Taxa de mortalidade: 12%
ANVISA
• São muito comuns, especialmente em
mulheres;
Uretra mais curta, falta de secreções 
prostáticas antibacterianas e migração 
bacteriana através da relação sexual.
• Acima dos 50 anos, a incidência é similar 
em ambos os sexos.
• ORIGEM tanto comunitária, quanto
hospitalar.
• Infecção adquirida normalmente por via
ASCENDENTE (uretra). Via hematogênica
é menos comum (principal via em
neonatos).
Baixa 
Alta
Ureteres=
ureterites
ANVISA
INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO
As ITUs são divididas em:
• Sintomáticos: com 
infecção urinária
• Assintomáticos:
portadores de bacteriúria
assintomática
Bacteriúria: Grupos de pacientes com ≥ 100.000 (105)
bactérias por ml de urina.
Tratamento imediato 
Maior risco de desenvolver as 
ITUs no futuro (grupo de risco:
gestante, idosos e pcte. com 
cateter – MAIOR ATENÇÃO 
ANVISA
AS ITU PODEM SER DIVIDIDAS EM:
NÃO COMPLICADA: Ocorre primariamente em mulheres jovens sexualmente ativas 
sem anormalidade anatômica ou funcional do aparelho urinário. 
COMPLICADA - aquelas que se associam com fatores complicadores como:
OBSTRUÇÃO: presença de cálculos renais, hiperplasia prostática, neoplasias.
ANATOMO-FUNCIONAIS: bexiga-neurogênica, doença policística renal.
METABÓLICAS: diabetes melittus, transplante renal
INSTRUMENTALIZAÇÃO: cateterismo vesical, ou procedimentos cirúrgicos do trato
urinário. Pelo maior risco, as ITUs em crianças, gestantes e homens, bem como, as
infecções do trato urinário alto são consideradas infecções complicadas.
ANVISA
doença do sistema nervoso central
PATOGÊNESE
Via ascendente: Uretra, bexiga, ureter e o rim.
Via é a mais frequente.
Via hematogênica: O rim pode ser comprometido
em qualquer infecção sistêmica (via de eleição de
microrganismos como Staphylococcus aureus,
Mycobacterium tuberculosis)
Via linfática: rara possibilidade de
microrganismos alcançarem o rim pelas conexões
linfáticas
Possibilidades de um microrganismo alcançar o trato urinário
e causar infecção são:
ANVISA
SINAIS E SINTOMAS CLÍNICOS
AGENTES ETIOLÓGICOS DAS INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO
Pacientes cateterizados: 
polimicrobiana!
Gram Negativos: 
Escherichia coli;
Proteus;
Klebsiella;
Enterobacter; 
Pseudomonas aeruginosa; 
Acinetobacter.
Gram Positivos: 
Staphylococcus saprophyticus; 
Enterococcus;
Corynebacterium urealyticum;
Staphylococcus aureos;
Staphylococcus epidermidis.
Fonte: Mims. 3a ed. 2005
Dados 
Estatísticos das 
ITUs
•EXAME FÍSICO: Volume, cor, aspecto, odor, Reação e pH
e Densidade.
•EXAME QUÍMICO QUALITATIVO: Proteína, Glicose,
bilirrubina e corpos cetônicos.
•EXAME MICROSCÓPICO: cilindros, hemáceas, piócitos
•EXAME BACTERIOLÓGICO: urocultura
Urinálise
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DAS ITUS
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DAS ITUS
Exame Químico:
Fitas Reagentes:
 Meio simples e rápido de
realizar várias análises
bioquímicas simultâneas.
 Quadrados de papeis
absorventes impregnados
por substâncias químicas e
presos em tiras de plástico.
Urinálise
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DAS ITUS
Coleta da Amostra
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DAS ITUS
Coletas Especiais
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DAS ITUS
Avaliação da Piúria
O diagnostico será através dados clínicos e laboratoriais
 Métodos diretos: sedimentoscopia a fresco
Mais de 10 piócitos por campo de 400X (Sensibilidade – 95%)
Visualização de cilindros leucocitários e hemácias (pielonefrite- rins)
 Falsos positivos: quadros de calculose renal, nefrites, processos
inflamatórios trato genital, processos traumáticos vesicais e estado
febril (crianças).
 Falsos negativos: leucopenia; uso de drogas imunossupressoras;
quadros de bacteriúria assintomática.
BAIXA ESPECIFICIDADE
(70%)
Métodos diretos:
 Esfregaço de urina não centrifugada e corado pelo Gram:
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DAS ITUS
Coloque a Amostra 
na lâmina
Fixe a mancha 
usando calor
Encharque a mancha 
com violeta de 
genciana (30 a 60 seg)
Enxágue 
gentilmente a violeta 
de genciana
Encharque a 
mancha com iodo e 
enxágue (60 seg)
Adicione um 
descolorante e enxágue 
rapidamente (1 para 1 
de acetona e etanol)
Embeba a mancha com 
um corante de 
contraste e enxágue 
(safranina ou fucsina) .
Seque a 
lâmina
Prepare o 
microscópio ótico 
(400x a 1000x) 
Identifique as 
bactérias Gram-
positivas e Gram-
negativas.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DAS ITUS
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DAS ITUS
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DAS ITUS
Cultura (Urocultura)
A semeadura da urina pode ser:
Alça calibrada de
platina ou de
plástico (de 10µl ou
1µl).
Quantitativa: .
A interpretação é feita de acordo com o crescimento das colônias.
Semear Ou
Se observado cocos gram-
positivos no gram, semeadura
também em ágar-sangue.
Semiquantitativa:
Inibe Proteus spp
Cresce bacilos gram-negativos
Rosa
Marrom/ CastanhaAzul
Ágar Mueller Hinton é um meio de cultura, recomendado para a 
realização de antibiograma
INTERPRETAÇÃO E CONDUTA
Para a interpretação das culturas de urina, podemos entender o seguinte:
· Sem crescimento, sem presença de leucócitos e com presença ou ausência de
sintomatologia: NEGATIVO, e não há infecção.
· Sem crescimento, com presença de leucócitos, com ou sem sintomatologia: NEGATIVO,
mas pode haver sim infecção, como por exemplo por gonococo, ureaplasma, clamídia, ou
o paciente está fazendo uso de antibióticos.
· < 105 UFC/mL, com ausência de leucócitos, e dois ou mais microrganismos (MOs): faz-
se a identificação e leva-se em conta também a sintomatologia para interpretações mais
específicas.
· < 105 UFC/mL, sem leucócitos, e dois ou mais MOs: faz-se a identificação. Caso haja
sintomatologia, recomenda-se também o antibiograma.
· ≥ 105 UFC/mL, sem leucócitos, com um ou mais MOs: faz-se a identificação, e leva-se
em conta a sintomatologia para interpretações mais específicas.
· ≥ 105 UFC/mL, com leucócitos, com ou sem sintomatologia: além da identificação, faz-
se também antibiograma.
DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO DAS INFECÇÕES 
TEGUMENTARES
INFECÇÕES CUTÂNEAS
Grande diversidade de agentes etiológicos
Classificação
 Primária – Sem porta de entrada Ex.: Erisipela
 Secundária – Com porta de entrada Ex.: Abrasões
Aguda -
Crônica-
Monomicrobiana – Ex.: Feridas infectadas por estafilococos
 Polimicrobianas – Ex.: Condições gangrenosas cuja etiologia é o 
estreptococos microaerófilos e anaeróbios. 
De acordo com a duração 
COLETA DE MATERIAL
Aspiração
Swab
Biópsia >>>Gold Standard
Infecções Tegumentares - IMPETIGO
Bolhosas
Staphylococcus aureus
Crianças recém-nascidas
É uma infecção cutânea intra-epidérmica superficial 
que produz lesões eritematosas. 
Não Bolhoso
Streptococcus pyogenes.
Forma mais comum(70%)
Contagioso
Infecções Tegumentares - IMPETIGO
Diagnostico Laboratorial 
Através das características clínicas das
lesões.
A confirmação bacteriológica geralmente
não é necessária, mas pode-se cultivar em
Ágar sangueColeta de Material
Evidência sorológica - Streptococcus do grupo A / detecção do 
anticorpo anti-Dnase B. 
lavagem com água e sabão, 
assepsia local com álcool a 70%
Material da base da lesão 
após e remoção da crosta
Infecções Tegumentares - Celulite
 Infecção com área é pouco definida sem elevação central. 
 Agentes etiológicos mais comuns: Estreptococo do grupo A e o S. aureus
Punção com biopsia do local 
Coloração de
Gram
Cultura
Agar Sangue
(AS)
Agar Chocolate
Diagnóstico Laboratorial
Gram +
 Agente etiológico: Staphylococcus aureus
 Diagnostico Laboratorial: Gram, Cultura em Ágar Sangue
Infecções Tegumentares – Foliculite e Furúnculos.
Gram +
Infecções Tegumentares – Queimaduras 
Agente Etiologico comum: Estreptococo hemolítico e o 
estafilococo (Gram +).
Com o advento dos antimicrobianos, tais infecções foram
substituídas por Staphylococcus aureus oxacilina-resistentes (ORSA),
bacilos Gram negativos, notadamente Pseudomonas aeruginosa e
leveduras como a Candida albicans ou fungos filamentosos como
Fusarium sp.
Infecções Tegumentares – Queimaduras 
Diagnóstico laboratorial
Cultura e bacterioscópico quantitativo
Escolhe-se área com 
sinais de infecção
Após limpeza
do local retira-se um 
fragmento de tecido vivo
(acondicionar em 
recipiente estéril)
biópsia: pesada, e 
homogeneizado em 
caldo ou salina 
(homogeneizador 
elétrico)
O material é semeado em 
vários meios de cultura, 
incluindo o ágar sangue e ágar 
Mac
Os germes isolados são 
identificados e submetidos a 
estudos de sensibilidade.
105 UFC ou mais por grama de tecido
INFECÇÕES TEGUMENTARES - FERIDAS CIRÚRGICAS
Fonte de bactérias:
 Corpo dos pacientes (narinas, cavidade oral,
trato genital feminino, trato alimentar e a
pele).
 A equipe médica e de enfermagem assim
como o ambiente do hospital.
Pacientes contaminados em período intra-operatório ou 
imediatamente no peri-operatório
Os fatores: obesidade, diabetes melitus, imunodeficiências.
Os fatores microbiológicos: carga microbiana e a virulência de cada 
germe. 
As infecções de sítios remotos, por exemplo, infecção do trato urinário, 
coloca o paciente em cirurgia num alto risco de infecção pós-operatória.
INFECÇÕES TEGUMENTARES - FERIDAS CIRÚRGICAS
Os principais patógenos: S. aureus, S. epidermidis,
Escherichia coli, Klebsiella spp., Enterobacter spp.,
Pseudomonas spp., Enterococcus spp., Bacteroides spp.,
etc.
Algumas feridas crescimento de múltiplas espécies.
A exsudação mal cheirosa pode 
sugerir presença de bactérias 
anaeróbias, mas também pode 
resultar de outras bactérias como 
Proteus spp.
Podem apresentar dor, calor, 
edema e rubor. 
Diagnóstico laboratorial
O volume do pús
aspirado ou o 
swab impregnado 
com o pús
O esfregaço e a coloração 
do Gram (indicações da 
variedade da flora 
infectante
Agar sangue e ágar 
Mac Conkey assim 
como cultura em caldo
INFECÇÕES TEGUMENTARES - FERIDAS CIRÚRGICAS
Feridas profundas ou
que mostram bolhas
gás deve ser cultivado
para germes anaeróbios
assim como para
aeróbios e facultativos.
Clostridium
DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO DAS INFECÇÕES INTESTINAIS 
Principal causa de mortalidade infantil
(países em desenvolvimento)
Varia de branda e auto-limitada até grave,
com desidratação e óbito.
Transmissão: via fecal-oral
Infecções locais
Infecções sistêmicas
Multiplicação de microrganismos e 
produção de toxinas (restrita ao 
trato gastrointestinal)
Diarréia é a consequência mais comum da infecção do trato 
gastrintestinal 
CAUSAS: 
Infecciosas, causadas por bactérias, fungos, vírus, 
parasitas e protozoários.
Não infecciosas, alérgicas, causadas por erro 
alimentar, envenenamento, etc.
DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO DAS INFECÇÕES INTESTINAIS 
As causas das síndromes gastrointestinais acompanhadas de dor, 
diarréia ou desinteria podem ser:
AGENTES ETIOLÓGICOS BACTÉRIAS
1. Escherichia coli (6 patotipos) 
2. Salmonella
3. Shigella
4. Campylobacter jenuni
5. Yersinia enterocolitica
6. Vibrio cholerae
7. Vibrio parahaemolyticus
8. Staphylococcus aureus 
9. Clostridium botulinum
Enterobactéria
(Gram-negativas)
Toxi-infecções
(Gram-positivos)
DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO DAS INFECÇÕES INTESTINAIS 
COPROCULTURA - EXAME BACTERIOLÓGICO DAS FEZES
MATERIAL CLÍNICO 
Fezes: 1-2g em recipiente de boca larga, limpo
Swab anal (culturas de vigilância)
TRANSPORTE
Fezes sem conservante: encaminhadas e processadas em 1h após a coleta.
Fezes com conservante: até 24h.
Glicerina tamponada, Cary Blair
DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO DAS INFECÇÕES INTESTINAIS 
Quando possível selecionar porções de fezes contendo muco, sangue ou pús.
– Fezes líquidas ou material colhido em swab:
• Semear diretamente nas placas
– Fezes sólidas:
• Preparar solução 10% salina tamponada glicerinada (transporte)
Técnica de semeadura 
DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO DAS INFECÇÕES INTESTINAIS 
SWAB /CARY-BLAIR / PARA 
TRANSPORTE COM MEIO (ANAL)
COPROCULTURA
Meios de Cultura:
Mac Conkey e EBM(Eosina azul de metileno) : enterobacterias
(gram-negativas) todos os patógenos bacterianos intestinais (meios
diferenciais).
Salmonella Shigella: Meio seletivo (pode inibir shiguella)
Cary Blair: Todos os patógenos bacterianos intestinais
Heoktoen TCBS (Agar Tiossulfato-Citrato- Bile-Sacarose): adequado
para Salmonella Shigella
DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO DAS INFECÇÕES INTESTINAIS 
DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO DAS INFECÇÕES MENINGITES. 
DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO DAS INFECÇÕES MENINGITES . 
DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO DAS INFECÇÕES MENINGITES . 
Mais graves e menos comuns do que a viral
Causada por vários agentes bacterianos
Até 1990 – Haemophilus influenzae tipo b (Hib)
Meningite Bacteriana 
Meningite aguda bacteriana: risco de vida  tratamento específico 
urgente! 
Streptococcus pneumoniae e Neisseria meningitidis
Introdução da vacina
DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO DAS INFECÇÕES MENINGITES
• Transmissão: pessoa-a-pessoa, por
gotículas de saliva (contagiosa).
• Imunização: As vacinas contra
meningite são específicas para
determinados agentes etiológicos.
(meningocócica C – SUS)
• Contato familiar – Rifampicina por 2
dias. Quimioprofilaxia
Meningite Meningocócica
Em crianças abaixo de 9 meses observar também irritabilidade ou abaulamento de
fontanela.
• Material clínico: LCR
• Amostra colhida em tubo estéril e
encaminhada com urgência.
• Não refrigerar.
• Volume mínimo de 1mL para bactérias.
• Amostras refrigeradas podem inibir e até impedir o crescimento de
MO’s, no entanto, essas amostras servem para a pesquisa de
antígenos.
• Geralmente, a concentração dos MO’s no líquor é baixa, necessitando
centrifugar a amostra para concentrá-los.
Diagnóstico laboratorial
Devido à gravidade dessas infecções, o laboratório deve 
estar preparado para realizar o diagnóstico de modo rápido.
L3/L4
Células polimorfonucleares
> 35mg/100 ml
Teste sensibiliza 
células
células