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Infecções do trato urinário Prof: Juliana Cogo CENTRO UNIVERSITÁRIO CESUMAR Trato urinário Porção superior Porção inferior Trato urinário Cerca de 120 mL de sangue tem seus detritos retirados por minuto. 100 L de sangue são filtrados diariamente nos glomérulos. Após absorção seletiva nos túbulos, produz cerca de 1-2 L de urina por dia. A principal função é eliminar os produtos finais (resíduos) do metabolismo, principalmente uréia, creatinina e acido úrico, recolhidos da corrente sanguínea e excretados em forma de urina Definição de infecção do trato urinário ITU Invasão e multiplicação de microrganismos nos rins e nas vias urinárias.” (FIGUEIRÓ-FILHO, et.al – 2009) “... abrange uma variedade de entidades clínicas, incluindo bacteriúria assintomática (BUA), cistite (bexiga), prostatite e pielonefrite (rim)” (HARRISON MEDICINA INTERNA – 18ª Ed) “ ... presença e replicação de bactérias no trato urinário, provocando danos aos tecidos do sistema urinário. (DUARTE, et. al. - 2008) Dados epidemiológicos * 2ª infecção bacteriana mais comum – 130-175 milhões de casos/ano * ITU ocupa 80% das consultas de nefrologia; * 2ª infecção mais frequente em crianças; * 1/4 das crianças que morrem podiam ser salvas, se a ITU fosse diagnosticada tempestivamente; * Normalmente associada a uropatias malformativas; * Diagnóstico difícil pelo espectro de manifestações clínicas; • > freqüência em mulheres jovens, com atividade sexual • (80-90% casos) Dados epidemiológicos 20% 50% 1,20% 4,50% 0,50% 10% 0,10% 1-2% 0,03% 1-2% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% > 65 anos Reprodutiva Escolar Pré-escolar < 2 anos Fem. Masc. Dados epidemiológicos Homens: muito raro; Mulheres 1/3 tem pelo menos 1 episódio ITU antes dos 24 anos; 50% mulheres pelo menos 1 episódio ITU na vida. 25 -30% mulheres tem ITU de repetição; MORBIDADE Média 6,1 dias com sintomas; 2,4 dias restrição atividades 0,4 dia perdido de trabalho El Sakka N, Gould IM. Expert Rev Clin Pharmacol. 2016;9(8):1047-56 Barber AE, et al. Clin Infect Dis. 2013;57(5):719-24. Bouchillon SK, et al. Clin Ther. 2013;35(6):872-7 Dados epidemiológicos Porque mais comum no sexo feminino? Maior proximidade da uretra com o anus. mulheres 5 cm, homens 20 cm Menor comprimento da uretra. Uso de roupas apertadas. Ato de limpar-se de tras para a frente. Baixa ingesta hídrica. Retardar demasiadamente a micção. Bexiga neurogênica. https://www.youtube.com/watch?v=0FsL4j1SUEI Mecanismos protetores da uretra e da bexiga A urina na bexiga é estéril. “lavagem” pelo fluxo de urina (uretra) Altas concentrações de uréia e hiperosmolaridade da urina pH urinário ácido Propriedades antimicrobianas do epitélio: Camada protetora (mucopolissacarídeos) Capacidade de gerar respostas inflamatórias crônicas Produção de anticorpos e células imunes. Embora a urina seja um bom meio de cultura para algumas bactérias, para outras espécies (flora uretral normal) possuem ação inibidora. Fatores que favorecem (*) Esvaziamento incompleto da bexiga: - micção infrequente (aumento da bexiga) - micção apressada - obstrução por fecalomas (obstipação) (*) Uropatias malformativas: Alterações anatômicas - obstrutivas Mecanismo de invasão do trato urinário Via ascendente Via hematogênica Mais frequênte Via hematogênica • S. aureus • Salmonella Typhi • Leptospira spp. • Mycobacterium tuberculosis • Candida albicans Bacteremia Estafilocócica Bacilemia da tuberculose Candidemia Mecanismo de invasão do trato urinário Vírus – raramente envolvidos em infecções urinárias. Alguns sorotipos de Adenovírus parecem estar envolvidos com cistite. Poliomavírus JC e BK e citomegalovírus podem ser isolados de urina na ausência de doença do TU Via ascendente TU é geralmente invadido por MO a partir do exterior, via uretra, que em primeiro lugar, o organismo tenta expulsar através da micção. Os MO desenvolveram mecanismos de fixação: Ex: O gonococo e as clamídias possuem um peptídio nos “pili” bacterianos que ligam-se a um polímero de carboidrato na célula uretral e a célula, então, internaliza a bactéria (endocitose, dirigida pela bactéria). Mecanismo de invasão do trato urinário Via ascendente Flora Intestinal – Escherichia coli uropatogênica Principal agente etiológico de infecções urinárias Mecanismo de invasão do trato urinário (Patogênese) 50% Cistites - 100% Pielonefrites Fímbrias – estruturas da membrana celular da bactéria; Adesinas – lecitinas da estrutura das fímbrias que têm receptores na superfície da célula epitelial. Fator de virulência bacteriana A maioria das ITUs provém da flora fecal mas apenas as espécies aeróbicas e facultativas como a E. coli possuem os atributos para colonizar e infectar o trato urinário. Apenas alguns sorogrupos de E. coli são capazes de infectar o trato urinário (01,02,04,06,07 e 075). O sucesso dessas cepas pode ser atribuído, em parte, à sua capacidade de colonizar as áreas periuretrais. Algumas possuem “fímbrias” (pili) que favorecem a adesão ao epitélio. Outras espécies possuem “adesinas” para as células uroepiteliais. Etiologia Escherichia coli: espécie mais frequente. Bacilos Gram Negativos: Proteus, Klebsiella, Enterobacter, Serratia, Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter sp. (hospitalares) , e outros. Gram Positivos: Staphylococcus saprophyticus; (comunidade); S. epidermidis, Enterococcus, Corynebacterium urealyticum (hospitalares). Disseminação hematogênica: Salmonella typhi, S. aureus, Mycobacterium tuberculosis. Thomas M Hooton, MDSection Editor:Stephen B Calderwood, MDDeputy Editor:Allyson Bloom, MD last updated: Feb 09, 2016. As infecções ascendentes do trato urinário são comumente causadas por: Enterobacteriaceae E. coli Mais comum (80% entre pacientes não hospitalizados) Proteus mirabilis Frequentemente associado a cálculos renais; porque produz urease, que atua na uréia, tornando a urina alcalina Klebsiella spp. Frequentemente encontrado em infecções adquiridas em hospitais, uma vez que a resistência destes aos antibióticos favorece sua seleção em pacientes hospitalizados Enterobacter spp. Serratia spp. Pseudomonas aeruginosa Staphylococcus saprophyticus Mais comum em pacientes jovens, sexualmente ativas Staphylococcus epidermidis Mais comum em pacientes hospitalizados, e a resistência aos antibióticos pode dificultar o tratamento Enterococcus spp. Salmonella typhi Podem ser encontrados no trato urinário quando da propagação hematogênica Staphylococcus aureus Mycobacterium tuberculosis Tuberculose renal – Adesinas • Fimbrias – Fimbrias P –Toxinas • Hemolisinas – provocam lise dos eritrócitos –Estruturais • LPS (polissacarideos) • Antígenos capsulares –Produção de ureases •Proteus spp. Fator de virulência bacteriana e patogênese Fonte: Mims. Microbiologia Médica. 3ª edição, 2005. Principais definições • Presença de bactéria na cultura quantitativa ou microscopia Bacteriúria • ≥ 104 leucócitos no sedimento urinário; • Estéril (ausência bacteriúria) → corpo estranho, cálculo, neoplasia, infecções genitais, outros microrganismos. • Clamídia; Tuberculose; Vírus; Nefropratias por drogas; leptospirose; Uso de antibiótico; etc. Piúria • Presença de bactéria por cultura quantitativa ou microscopia em pacientes sem sinais e sintomas d ITU • Idosos e Caterizados Bacteriúria assintomática Manifestações clínicas e complicações Bacteriúria assintomática Infecção verdadeira ou colonização ?? Grupo normalmente constituídode Meninas em idade escolar (1 a 2%) Mulheres jovens com vida sexual ativa (5%) com risco maior de desenvolver ITU no futuro. Cerca de 25% delas passam espontaneamente a ter uroculturas negativas no prazo de um ano. Manifestações clínicas e complicações Bacteriúria sintomática Infecção do Trato inferior Disúria (dor) Urgência e frequência de micção (polaciúria) Dor supra-púbica ou pélvica Infecção do Trato Superior Sintomas do trato inferior + geralmente: Febre Edema de face Hipertensão Problemas cardiovasculares Perda da função renal Necessidade de tratamento imediato Infecções recorrentes ≥ 2 ITU em 6 meses ou ≥ 3 ITU em 12meses; 20% a 30% das mulheres com ITU terão recorrência; Recidivantes mesma cepa bacteriana Reinfecção por organismos diferentes ANTIBIOGRAMA Manifestações clínicas e complicações FATORES DE RISCO RECORRÊNCIA MULHERES: o Predisposição genética e familiar; o ITU antes dos 15 anos; o Relações sexuais; o Anatomia pélvica; o Virulência do patógeno; o Menopausadas: incontinência e resíduo urinário; Beerepoot M, Geerlings S. Pathogens. 2016;16;5(2). Grabe M, et al. European Association of Urology 2015 Classificação condições pré-existentes ITU NÃO COMPLICADA Mulher jovem, saudável, não grávida ITU COMPLICADA Condição prévia - risco de falência tratamento Esta divisão é baseada na existência de condições prévias que tanto aumento o risco de ITU como também são fator de risco para má evolução. Também norteia a abordagem diagnóstica e de tratamento. As ITUs não complicadas são as mais freqüentes. Não complicada: Aquelas que ocorrem em pacientes com estrutura e função normais do trato urinário e adquirida fora do ambiente hospitalar. Complicada: Aquelas associadas a fatores complicadores como: Obstrução (hipertrofia de próstata; tumores; urolitíases (pedra); estenose de junção uretero-piélica; corpos estranhos, etc.) Anatomo-funcionais (bexiga neurogênica, refluxo vesico-ureteral, rim espongiomedular, cistos renais, divertículos vesicais) Metabólicas (insuficiência renal, diabetes mellitus, transplante renal) Cateter de demora ou qualquer tipo de instrumentação Classificação condições pré-existentes Classificação localização ITU alta Rins (pielonefrite), bexiga, próstata, uretra ITU baixa Bexiga (cistite), próstata (prostatite), uretra Manifestações clínicas e complicações Urocultura positiva Sintomas Colonização microbiana Invasão tissular de qualquer ponto do trato urinário Invasão tissular, e conseqüente reação inflamatória, é a responsável pelo aparecimento dos sintomas que é o que faz o paciente buscar atendimento médico ITU CISTITE PIELONEFRITE Infecções do trato urinário inferior 11% das mulheres/ ano 50% de todas as mulheres 3,6 milhões de consultas/ ano nos EUA entre mulheres de 18 a 75 anos Custos diretos de U$ 1,6 Bi Afeta principalmente mulheres jovens Cistite CONCEITO infecção bacteriana aguda da bexiga Infecções do trato urinário superior Cistite Sintomas: Intensos Disúria, urgência miccional, nictúria e dor suprapúbica Rápida evolução Enterobactérias Escherichia coli Proteus sp Enterobacter Klebsiella pneumoniae Pseudomonas aeruginosa Staphylococcus saprophyticus Infecções do trato urinário superior 200.000 hospitalizações/ ano nos EUA Mortalidade de 10 a 20%/internados Incidência 5 Mulheres:1 Homem 1 a 2% das gestantes Pielonefrite CONCEITO Invasão microbiana do parênquima e pelve renal levando a sintomatologia característica Infecções do trato urinário superior Pielonefrite Sintomas: Trato urinário inferior Febre (↑ 38 oC) Dor lombar, uni ou bilateral Estafilococos causa mais comum Frequência causa de perda da função renal hipertensão Assintomática Gestantes e crianças Indivíduos submetidos a instrumentação do trato urinário Importante: Lesão renal crônica Bacteremia Habitualmente se inicia como um quadro de cistite Diagnóstico laboratorial das ITUs O exame de urina é essencial para confirmar o diagnóstico A infecção e contaminação podem ser identificadas por métodos quantitativos de cultura. A bacteriúria deve ser de uma única espécie bacteriana Ser superior a 105 organismos/mL. A bacterúria significante não será considerada se a coleta de urina for “suprapúbica” ou urina coletada de cateteres. Cuidados na coleta da urina são essenciais. - - Tipo de amostra - - Coleta - - Antibióticos Fatores pré-analíticos que interferem no exame Coleta e preservação da urina A amostra preferencial é a 1º amostra da manhã (amostra de 8 h) – Jato médio ou dar um intervalo mínimo de 4 horas após a última micção. Coleta em frasco estéril Higienização local com água e sabão ou clorexidina aquosa 0,2% A urina deve ser examinada dentro de 2 horas após sua coleta. Se isso não for possível, poderá ser refrigerada por 24 horas Homem: Lavar as mãos, em seguida lavar o pênis, retraindo todo o prepúcio, enxaguar e secar com gaze estéril ou toalha bem limpa. Deve ser desprezado o jato inicial e final, coletando somente a urina média Mulher: No momento da higiene e da coleta, manter os grandes lábios afastados. Lavar a região genital de frente para trás, enxaguar e secar, usando gaze estéril ou toalha bem limpa. Deve ser desprezado o jato inicial e final, coletando somente a urina média Exames laboratoriais detecção de ITU Parcial de urina – auxiliar Bacterioscopia – urina não centrifugada 1 ou mais MO/campo de urina não centrifugada ≥ 105 UFC/mL de urina * Comparar com os resultados de cultura e urinálise Urinocultura/Urocultura – Quantitativa Padrão ouro A partir de esfregaço realizado com 1 gota (10mL) de urina Exames laboratoriais detecção de ITU Exame – Parcial de urina Auxiliar A urina apresenta-se turva Piúria (leucócitos) Bacteriúria e/ou Hematúria Aspecto (turvação) Densidade Exame – Parcial de urina Indireto – Fita reativa Esterase leucocitária todos casos Principal achado Hematúria Nitrito BGN converte nitrato em nitrito pH – menos ácido El Sakka N, Gould IM. Expert Rev Clin Pharmacol. 2016;9(8):1047-56 Barber AE, et al. Clin Infect Dis. 2013;57(5):719-24. Bouchillon SK, et al. Clin Ther. 2013;35(6):872-7 Sensibilidade 81% a 94% Especificidade 69% a 83% Sensibilidade 35% a 85% Especificidade 95% Avaliação da Piúria Método direto: sedimentoscopia a fresco. Mais de 10 piócitos/campo de 400X (boa sensibilidade – 95%) Visualização de cilindros leucocitários e hemácias (pielonefrite) Exame – Parcial de urina Sensibilidade 95% Urina não centrifugada, apenas homogeneizada Esfregaço usando alça de 10 μL Deixar secar, fixar na chama e corar pelo Gram. Com objetiva de imersão (1000x) fazer contagem. < 1 MO/campo Provável cultura com contagens baixas (alça 10 μL) ≥ 1 MO/campo Provável cultura com contagem > 105 UFC/mL (alça 1µL) Observar a presença de leucócitos e o(s) tipo(s) e quantidade de microrganismo(s) presente(s) auxilia na escolha do meio de cultivo (adição do ágar sangue), tempo de incubação e na interpretação da cultura. Presença de células epiteliais e vários tipos morfológicos de bactérias sugere contaminação. Exame – Bacterioscopia Baixa Sensibilidade 40 a 70% Alta Especificidade 85-95% Coloração de GRAM urina Exame – Urocultura Semi-quantitativo Face CLED com contagem/ MacConkey Quantitativo Meio CLED, MacConkeySangue Laminocultivo https://www.youtube.com/watch?v=5A-1zd3sTXA Exame – Urocultura – Meios de cultura Cistina lactose deficiente de eletrólitos (CLED) Não seletivo Fermentação da lactose Inibe o véu de Proteus spp. Exame – Urocultura – Meios de cultura Cistina lactose deficiente de eletrólitos (CLED) Não seletivo Fermentação da lactose Inibe o véu de Proteus spp. Exame – Urocultura – Meios de cultura MacConkey Seletivo – Bacilos Gram-negativos Enterobactérias e não fermentadores Inibe: Gram-positivos (Especialmente: Enterococcus e Staphylococcus) Fermentação da lactose Exame – Urocultura – Meios de cultura MacConkey Seletivo – Bacilos Gram-negativos Fermentação da lactose Exame – Urocultura – Meios de cultura Meio cromogênico Diferenciação das reações enzimáticas Substratos específicos Expressos em cor O lamino-cultivo consiste de um recipiente plástico cilíndrico, com uma tampa ligada a um suporte plástico com duas faces contendo meios de cultura como CLED e Mac Conkey ou outras combinações. Esta técnica tem sido muito utilizada tanto por laboratórios com pequena rotina, como aqueles de grande movimento pelos seguintes motivos: Facilita a semeadura, pois não necessita de alça calibrada. Facilita o transporte da urina semeada utilizando o próprio. Fácil conservação do produto em temperatura ambiente por cerca de seis meses. Identificação sumária dos principais patógenos encontrados, dependendo do produto adquirido. As principais desvantagens do método são: o método é semi-quantitativo superfície menor de leitura e observação de crescimento Exame – Urocultura - Laminocultivo Exame – Urocultura - Semeio Semeio - Quantitativo Alça calibrada alça 1 mL Fator = 103 Diâmetro = 1,45±0,06 mm (Fio 26) alça 10 mL Fator = 102 Diâmetro = 04±0,06 mm (Fio 19) Cuidados Aferição Freqüência de Calibração: mensal ou sempre que mudar de alça (novo lote) Após homogeneizar adequadamente a amostra, proceder a semeadura utilizando a alça apropriada e o meio de cultura escolhido pelo laboratório Estria central, seguida de um estiramento perpendicular a estria inicial, possibilitando a obtenção de colônias isoladas Exame – Urocultura - Semeio INÓCULO, MEIO E CONDIÇÕES DE INCUBAÇÃO CUMITECH 2B, 1998 Cultura de Rotina Inóculo: 1mL Meio de cultura: Ágar sangue e MacConkey CLED e MacConkey Incubação: 35-37°C / 24 ou 48 horas Se o resultado da cultura for negativo após as 24 horas e na sedimentoscopia foi observado a presença de bactérias ou número elevado de leucócitos, incubar por mais 24 horas. Exame – Urocultura – Reportar o resultado Cultura: Negativa Contagem de Colônias: < 103 UFC/mL ou < 102 UFC/mL Cultura: Desenvolvimento de ....... Contagem de Colônias: Superior a 105 UFC/mL urina Ou ............. UFC/mL urina O laudo da urocultura deve conter o tipo de amostra coletada (Ex: urina de jato médio, saco coletor, etc). A identificação bacteriana, se houver crescimento, e as respectivas contagens em UFC/mL Resultados e interpretação Devo considerar mais de uma bactéria na urina? Caso cresçam dois microrganismos com contagem ≥ 100.000 (105) UFC/mL. • Caso cresçam mais de dois microrganismos na amostra, considerar contaminação e solicitar repetição de coleta. • Na amostra colhida por punção suprapúbica, qualquer contagem de bactérias é relevante. INTERPRETAÇÃO Kass – 1956,1957 Após vários estudos demonstrando a importância de infecções com contagens baixas (102 UFC/mL ), principalmente em mulheres com manifestações clínicas de ITU, estes critérios foram reavaliados e atualmente outros protocolos de interpretação estão sendo propostos. Contagens 102 UFC/mL com Clínica ? ≥ 105 UFC/mL Infecção = 105 UFC/mL Avaliação ≤ 105 UFC/mL Contaminação Interpretação O critério de Kass (1956), determina a contagem ≥ 105 UFC/ml como limite indicativo de infecção urinária. Contudo, mulheres apresentando infecção urinária sintomática não complicada, este limite corresponde a uma alta especificidade e uma baixa sensibilidade. De fato, cerca 1/3 das mulheres com síndrome clínica de disúria, freqüência, urgência e piúria e que melhoram com o uso de antimicrobianos, apresentam contagens entre 102 a 104 UFC/ml, segundo critério de Stamm (1982). Portanto, atualmente torna-se necessário que os laboratórios utilizem os critérios propostos por Stamm e comecem a detectar microrganismos a partir de 102 UFC/ml, principalmente nesta população de mulheres. PROCEDIMENTOS INACEITÁVEIS Cultura de: • Ponta de cateter • Amostras de urina em caldo • Sedimento urinário • Urina emitida ou cateterizada para anaeróbios • Anaeróbios como procedimento de rotina • Amostras com mais de 2 horas sem refrigeração Antibiograma direto da urina Tratamento Infecções não complicadas (dose única ou em três dias) Infecções complicadas (tratamento por 10 dias ou mais, até o rim apresentar-se estéril) ANTIBACTERIANOS: Ampiciliana e Amoxicilina ( Beta-lactâmico) Aumentina (Beta-lactâmico e inibidor de Lactamase) Cefalexina e Cefaclor ( Beta-lactâmico) Trimetroprim (inibidor da síntese de ac nucléicos) Cotrimoxazol – Trimetoprim+sulfametoxazol (inibidor da síntese de ac nucléicos) Nitrofurantoína (anti-séptico urinário) Ac nalidíxico (quinilona) Ciprofloxacin (quinilona) Antibiograma Verifica a sensibilidade microbiana aos agentes antibióticos. Escherichia coli - Intestinais: • E. coli enteropatogênica (EPEC) • E. coli enteroemorrágica (EHEC) • E. coli enteroagressiva (EAEC) • E. coli enterotoxigênica (ETEC) • E. coli enteroinvasivas (EIEC) • E. coli comensais -Extra-intestinais (ExPEC): • E. coli uropatogênica (UPEC)* = causam infecções do trato urinário (sorogrupo O: O1, O4, O6, O18 e O25) • E. coli de sorotipos que causam meningite (MNEC), infecção intraperitoneal, entre outros. Escherichia coli - BGN - Fermentador de lactose - UPEC 40% infecções urinárias nosocomiais 80% infecções urinárias não-nosocomiais - Causa mais frequente de cistite (bexiga) e pielonefrite (rins) - Epidemiologia = composição anatômica - Fatores de virulência: pili, fímbrias, adesinas, antígeno O e K, a- hemolisina. Escherichia coli Diagnóstico Laboratorial - Urina rotina - Bacterioscopia - Cultura (Cled + AS) ou (Cled + MacConkey) - Contagem = sup 105 UFC/mL de urina - Identificação bioquímica - Antibiograma Klebsiella pneumoniae, Enterobacter cloacae e Serratia marcescens -Patógenos oportunistas infecções nosocomiais - Normalmente Intestino grosso - Klebsiella mais patógeno cápsula (anti-fagocitária) - Enterobacter e Serratia nosocomiais contaminação de aparelhos Klebsiella pneumoniae, Enterobacter cloacae e Serratia marcescens Klebsiella pneumoniae Serratia marcescens Enterobacter cloacae Klebsiella pneumoniae cápsula Proteus mirabilis - Normalmente Intestino grosso - Apresentam grande mobilidade (colonização) crescimento em véu - Urease Cólon uretra Hidroliza uréia amônia ↑ pH formação de cálculos Urina alcalina favorece crescimento de MO Proteus mirabilis Diagnóstico Laboratorial - Urina rotina - Bacterioscopia - Cultura (Cled + AS) ou (Cled + MacConkey) -Cled inibe crescimento em véu - Contagem = sup 105 UFC/mL de urina - Identificação bioquímica - Antibiograma Esses organismoscrescem bem em meio utilizados na rotina: ágar sangue, MacConkey, CLED, este último inibe o “swarming”, permitindo colônias isoladas no meio. A identificação é feita por provas bioquímicas Proteus mirabilis
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