Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Orientações para linha de raciocínio na hora da prova 1. Quem é o agente causador? 2. Como ele provoca a doença? 3. Possui toxina endógena ou exógena? 4. Quais são suas características que driblam a defesa do corpo humano? 5. Qual tipo de exame deve ser feito para obter um diagnóstico? 6. Qual tipo de cultura deve ser feita? Por que? 7. Quais são os fatores de virulência e o que eles fazem? Microscopia: ● Sem coloração ou com coloração? ● Se com coloração, deve ser simples, diferencial ou específico? Meio de enriquecimento seletivo ou não seletivo? O ágar chocolate é um meio de enriquecimento feito com sangue cozido, o cozimento do sangue explode as hemácias que liberam seu conteúdo intracelular, um desses conteúdos que é muito importante é o ferro que acaba sendo liberado e assim é facilmente utilizado por algumas bactérias que não conseguem normalmente adentrar as hemácias ● Teste imunológico? Biofilme bacteriano e bactérias com capsuladas possuem uma camada multicelular que 1)atrapalha fisicamente a penetração do antibiótico e 2)tem modificações de genes de resistência (plasmídeo) Meios de cultura Meios de enriquecimento Componentes da bactéria e fatores de virulência Por que o flagelo é um fator de virulência de colonização? O flagelo bacteriano, apesar de sua grande importância para o desenvolvimento bacteriano e consequentemente para a patogenicidade, ainda é pouco conhecido e estudado. Esta estrutura é resultado de um longo processo evolutivo, que se desenvolveu ao longo de milhares de anos. O flagelo pode ser considerado como sendo um nano-motor da célula bacteriana, o que dá mobilidade a célula bacteriana, além disto também é um sensor mecânico que detecta alterações no ambiente. O flagelo bacteriano é constituído por três partes: um filamento grosso e longo, que constitui a parte exterior; o gancho, visto como um elo flexível entre o exterior e a parte interior; e a parte interior, que é o próprio motor. Esta estrutura bacteriana trata-se de um importante fator de virulência na patogênese bacteriana, desempenhando um papel de grande importância nos processos de colonização, penetração adesão ou invasão bem como exploração para a competição com a microbiota nativa. O flagelo bacteriano é um motor rotativo reversível, alimentado por uma diferença de potencial eletroquímico de íons específicos, através da membrana citoplasmática. O flagelo é um dos primeiros critérios para a classificação bacteriana, podendo esta ser classificado como sendo atríquea, monotríquea, lofotríquea, peritríquea ou anfitríquea. Resumo P2 Microbiologia INFECÇÕES DAS VIAS AÉREAS Doenças microbianas do trato respiratório serão classificadas de acordo com a sua predominância, pois o mesmo microorganismo que causa rinite pode causar um derrame pleural. A disseminação dos microorganismos pelo trato respiratório é muito fácil, pois dentro do sistema respiratório não há nenhuma barreira física entre os órgãos, entre eles há sempre conexões. ● Diagnóstico: Sinais, sintomas (ex: otorréia, corrimento nasal, febre, placas de pus na garganta etc). No caso de doenças infecciosas do trato respiratório, em muitos casos não há a necessidade de conhecer o agente etiológico, pois se ele faz parte do grupo de microorganismos que causam tal doença, os tratamentos que temos acesso hoje em dia abrange todo esse grupo de microrganismos. Raio X: Muito utilizado nos seios da face e no pulmão Parte laboratorial: Por meio de cultura e análise de GRAM. Os meios usados são: Ágar Sangue, Ágar Chocolate e McConkey (bacilos, bastonetes e cocos gram negativos, geralmente são bactérias do trato intestinal mas que podem causar doenças no trato respiratório). Fenotipagem: Elisa (sorologia). Geralmente usado para detectar vírus. RADT-GAS (amigdalite bacteriana). 1. Resfriado e rinite: Causado por um vírus, geralmente: rinovirus, coronavirus, parainfluenza, adenovirus, RSV. Sintomas: rinorréia, espirros. Possível a tosse e febre baixa. 2. Gripe: Causado pelo vírus influenza. Sintomas: Febre alta (acima de 38º), tosse seca ou dor de garganta, frequentemente acompanhada de dor de corpo, dor de cabeça ou dor articular. Duração de 7 dias sem tratamento e 14 dias com tratamento. Num geral, a gripe não se trata, mas existe um tratamento para casos graves. O que diminui a infecção de gripe é o fato de existirem vacinas. 3. COVID19: Febre alta (acima de 38º), tosse seca e cansaço. Dor de cabeça, dor de garganta, perda de olfato, paladar e diarréia. Falta de ar. O SARS-COV-2 ataca sistematicamente o corpo. Não há tratamento, apenas tratamento para os sintomas e possíveis consequências da doença (ex: se o paciente possui muita inflamação pulmonar, se ministra um corticóide. Se o paciente tem chances de desenvolver uma doença bacteriana então é administrado azitromicina para evitar mais infecções). 4. Sinusite: Inflamação dos seios da face. A sinusite bacteriana pode ser causada por uma infecção viral anterior mal curada, se o paciente já teve alguma infecção viral. Seu diagnóstico se dá se o paciente tem febre alta, dores de cabeça e no corpo, obstrução no nariz, secreção purulenta pós nasal atrás das garganta. Seu agente etiológico são microorganismos que já se encontram nas vias aéreas: Streptococcus pneumoniae (cocos gram +), Haemophylus influenzae (cocobacilos), Staphylococcus aureus (geralmente em infecções hospitalares), bactérias anaeróbicas. As complicações de uma sinusite são: uma meningite (bactéria atravessa a barreira encefálica e inflama as meninges). Tratamentos: Amoxicilina (c/ ou s/ clavulanato), Azitromicina, Claritromicina, Ciprofloxacino, Levofloxacino, Cefalosporinas. Sinusite viral: lavagem com soro fisiológico até o 5º dia de sintomas. 5. Faringotonsilite: Inflamação da faringe + amigdalite. Apresentação Clínica: Inflamação, dor e vermelhidão, tosse, placas de pus. A maior parte das faringotonsilites são em sua maior parte viral, mas há um tipo de faringotonsilite bacteriana. Num geral, não seria necessário ministrar um antibiótico, mas como há a possibilidade de ser bacteriana então é ministrado. Meningites Conceito: inflamação nas membranas que recobrem a medula espinhal. Agente causador: vírus, fungos e bactérias; as 3 principais bactérias são Neisseria meningitidis ( meningococo diplococo, Gram -, encapsulado, cápsula polisacarídica antifagocítica, oxidase/catalase +; colonização por receptor de Pili das células não ciliadas da nasofaringe; anaeróbios facultativos), Haemophilus influenzae (bastonete/cocobacilo, Gram -, encapsulado, cápsula polissacarídica antifagocítica, anaeróbia facultativa) e Streptococcus pneumoniae (estreptococo em pares ou até 4 cocos, Gram +, encapsulado, cápsula polissacarídica, anaeróbio facultativo). Fator de virulência Meningococo Hib Pneumococo Cápsula + + + Protease IgA + + + Endotoxina + + - Pili + + - OMPS (outras proteínas de membranas) + + - Sintomas: dores na cabeça e nuca, rigidez no pescoço, febre, náusea, vômito, fotofobia, confusão mental e manchas na pele (petéquias); na sua forma grave, apresenta purpura fulminans, manchas hemorrágicas na pele (evolução das petéquias); pode deixar sequelas, como perda auditiva, distúrbio de linguagem, déficit cognitivo, anormalidades motoras e distúrbios visuais. Transmissão: a bactéria entra no corpo através das vias respiratórias, após a inalação de gotículas expelidas por pessoas contaminadas ao tossir ou espirrar; uma vez no corpo, entram na corrente sanguínea e chegam ao cérebro (geralmente há infecção em uma parte do corpo, como garganta ou pulmões, e dali se espalha para o cérebro); em pessoas com a imunidade afetada, a bactéria é capaz de atravessar a barreira hematoencefálica, ativando o sistema imune e causando inflamação nas meninges; e líquor também é afetado, havendo aumento da pressão intracraniana. Diagnóstico: feito com base nos sintomas; testes físicos: busca pela rigidez na nuca (incapacidade do paciente de tocar o queixo no peito), sinais de Brudzinski (ao erguer o pescoço/tórax,as pernas flexionam) e sinais de Kernig (ao erguer as pernas o tórax/pescoço flexiona); e testes laboratoriais: coleta e análise de líquor. A análise do líquor é importante pois a velocidade com que o líquor pinga determina o agente causador da meningite. A coleta de líquor se dá por punção na lombar, a punção lombar deve ser feita entre L3-L4/L4-L5; tomar os devidos cuidados com assepsia/antissepsia; anestesia local; a agulha irá atravessar diversas camadas até chegar ao líquor (15 camadas); coletar as gotas que caem do abocate (se a amostra vir com sangue, está inutilizada, fazer outra); mede-se a pressão de saída do líquor (membranas inflamadas aumentam a pressão intracraniana), analisa-se a transparência (o líquor normal é translúcido, presença de fungos/bactérias causam turvidez); retira-se 4 tubos: um para análise da presença de células inflamatórias (que não deviam estar ali, faz-se a contagem/diferenciação), o segundo tubo para química de proteínas e glicose (bactéria se alimenta de glicose, logo, sua concentração estará menor; teremos presença de proteínas e células inflamatórias) e o terceiro para cultura e Gram (na cultura, cada bactéria causa um efeito no meio; os meios são ágar chocolate e Thayer-Martin; no Gram verei o Gram da bactéria e neutrófilos/leucócitos); todas as análises devem ser feitas imediatamente, pois os microorganismos não são muito resistentes ao oxigênio (e a cultura deve ser feita em microaerofilia). Tratamento: deve ser feito com o infectado e as pessoas próximas dele (quimioprofilaxia); terapia antibiótica (ceftriaxona, penicilina e rifampicina) e medicação de apoio (antiinflamatórios, antitérmicos); cerca de 10% das pessoas que se curam da meningite ficam com sequelas permanentes (surdez, paralisias, amputações, mudanças do humor); há vacinas contra as 3 principais bactérias causadoras da meningite. Meios de cultura: Meio enriquecido com bastante proteínas e alguns fatores adicionais. N. menigitidis: ● Ágar chocolate. ● BHI ou base Muller - Hinton ● Ágar thayer martin chocolate seletivo para Neisserias. H. influenzae: ● Ágar chocolate. ● BHI S. pneumoniae ou agulactiae: ● Ágar sangue de carneiro. ● Ágar chocolate - Base BHI - O ágar chocolate tem sangue de cavalo ou carneiro fervida para liberar hemácias e alguns fatores necessários aos organismos festidiosos. Patogenicidade: Cápsula polisacarídica antifagocítica. Essa cápsula consegue burlar o sistema imune e consegue chegar até o SNC. INNFECÇÕES GASTROINTESTINAIS 1. Virais Agente causador: principalmente o Rotavírus (Adenovírus/Norovírus também podem causar); - Sintomas: diarréias agudas e vômitos, principalmente em crianças de países emergentes; em casos mais graves, febre e desidratação. Contaminação: altera a função do epitélio do intestino delgado, causando saída de cálcio das células, o que causa também a saída de água, gerando a diarreia. Diagnóstico: exame laboratorial (análise de amostra de fezes em busca do vírus). Tratamento: tratamento de sintomas (principalmente a desidratação), já que, por ser um vírus, é autolimitado; existe vacina para o Rotavírus; sua transmissão é por via fecal-oral. 2 - Bacterianas Agente causador: bactérias (1) Staphylococcus aureus (Gram +, “cachos de uva”; nasofaringe; tem enterotoxinas termorresistentes), (2) Vibrio cholerae e parahaemolyticus ( Gram -, fica em água contaminada, flagelado, produz toxina tipo AB5 ), Fctérias, em especial (3) Escherichia coli (segunda foto, bacilo, Gram -; trato gastrointestinal, flagelada) e Salmonella spp. (terceira foto, bacilo, Gram -, localizado no intestino de aves, flagelado), (4) Bacillus cereus (bacillus, Gram +, cresce em cereais, produtor de toxinas) e (5) Clostridium spp. -exceto C. tetani- (bacilos, Gram +, formadores de esporos, produtores de toxina). (1) Staphylococcus aureus: Gram + Causa intoxicação alimentar, pois possuem uma enterotoxina termoresistente, essa toxina causa danos no sistema digestivo que acaba perdendo muito líquido. (2) Vibrio cholerae e parahaemolyticus: Gram - A mais grave das infecções intestinais, tem grande velocidade e causa surtos. Causa uma toxi-infecção alimentar (toxina colérica). Contaminação por frutos do mar contaminados com fezes de pessoas que tiveram essa bactéria. Diarréia típica com cor de água de arroz, esbranquiçada. Causa desidratação extrema, provocando falha cardíaca e renal. A bactéria consegue ser detectada nas fezes (por imunocromatografia). Em grande parte o tratamento das gastroenterites é de hidratação, mas no caso da cólera precisa de tratamento e geralmente são com tetraciclina e doxiciclina. (3) Escherichia coli: . Gram - Pertencente às Enterobactérias. São fermentadores de glicose com produção de ácidos. São anaeróbicos facultativos, possuem motilidade, não possuem cápsulas. Crescem em meios seletivos específicos, muitos contendo bile e sais biliares (McConkey/Caldo Bile Verde Brilhante/ TEAGUE/SSA). Caldos com lactose e com glicose. Dentro das enterobactérias temos dois grandes grupos que começam sua divisão pela fermentação ou não fermentação de lactose. Segue o esquema abaixo. Bactérias lactose negativas definitivamente não deveriam estar dentro do nosso corpo. Sintomas: diarréia, febre (em alguns casos) e vômito; pode haver evolução para desidratação e bacteremia/septicemia; Como ocorre a infecção: Staphylococcus aureus libera enterotoxina termorresistente e causa toxinfecção de início rápido; está em alimentos contaminados (provavelmente durante o manuseio); Vibrio cholerae/parahaemolyticus é de contaminação fecal-oral, sua toxina (tipo AB5 ) inverte a osmose intestinal, causando diarreia; em 24h são perdidos 250mL de água; está em alimentos (geralmente frutos do mar) e água contaminados; Escherichia coli causa diarreia com sangue; uma cepa pode produzir toxinas e causa a diarreia do viajante; está em água e alimentos contaminados; Salmonella spp. causa diarreia, dor abdominal, enjoo e vômito entre 12-48h após a infecção; está presente em alimentos contaminados (aves/ovos); Salmonella typhi pode se disseminar no sangue e causar febre tifóide, que causa sintomas gerais de gripe, delírios e diarréia; esta se encontra apenas em humanos, então sua transmissão se dá pelo consumo de água ou alimentos contaminados por um portador; Bacillus cereus libera toxina e causa intoxicação; está presente em cereais contaminados; Clostridium spp. pode causar gastroenterites por toxinas (botulismo, neurotoxina) ou por infecção; a intoxicação tem início entre 6-24h após a ingestão da bactéria, e geralmente não se estende por mais do que 4h; está em alimentos contaminados; Como diagnosticar: exame laboratorial (análise de amostra de fezes ou o alimento em busca das bactérias e culturas -as bactérias requerem meios diferentes). Cultura e microscopia de GRAM, finalizando com uma série de testes bioquímicos para saber com precisão qual é a bactéria. O teste de GRAM em primeiro momento é inútil, pois há muitas bactérias nas fezes. Então primeiro faz-se uma cultura em meio seletivo (ex: SSA/MC/EMB Teague/CBCB) e posteriormente é feito o GRAM. Após isso é feito o meio de triagem bioquímico (TSI (três açúcares e ferro)). Por último faz-se uma série bioquímica os quais se testam os gostos da bactéria em relação à açúcares, aminoácidos, intermediários de vias glicolíticas, motilidade, H2S e outros gases. Diferença entre as principais diarréias (gastroenterites). Diarréia com febre baixa ou sem febre: febre baixa é diarréia secretora, secretar muito líquido (perda de água), é causada por uma toxina que atinge o sistema digestivo. Diarréia com febre: possui células inflamatórias nas fezes do paciente (presença de neutrófilos nas fezes). Gastroenterite inflamatória. Os neutrófilos são o tipo leucocitário mais abundante em circulação, constituem a primeira linha de reconhecimento e defesa contra agentes infecciosos no tecido, tradicionalmente iniciam uma inflamação aguda e são responsáveis por uma resposta imune pró-inflamatória eficaz. Febre entérica ou febre tifóide:possui células inflamatórias nas fezes do paciente (presença de glóbulos brancos dos gânglios linfáticos (linfócito) ou do sistema reticuloendotelial (monócitos)). Tratamento: principalmente hidratação (reposição de líquidos por via oral/parenteral/i.v.), e em casos de infecção (presença da bactéria no intestino/estômago), uso de antibióticos (tetraciclina/doxiciclina -cólera). INFECÇÕES URINÁRIAS: 1. Prostatite Agente causador: principalmente enterobactérias (Klebsiella sp., Proteus sp., E. coli, Chlamydia -como todas da família das enterobactérias, são Gram -, bacilares). Sintomas: disúria, urgência ao urinar, dor no períneo/pênis/testículos, podendo haver febre; Modo de transmissão: causa inflamação na próstata, podendo gerar abscessos; as bactérias podem chegar na próstata por bacteremia ou como resultado do espalhamento de infecções em outras porções do trato urinário; Diagnóstico: exame físico (sinais e sintomas) e exame laboratorial (análise de amostra de urina e cultura em busca de bactérias); Tratamento: tratamento de sintomas, antibiograma e uso de antibióticos; 2. Uretrite Agente causador: principalmente bactérias causadoras de ITS´s (Neisseria gonorrhoeae, Chlamydia trachomatis, Trichomonas vaginalis), mas também pode ser causado por vírus, protozoários e fungos; Sintomas: disúria, urgência ao urinar, podendo haver febre; Como causa: causa inflamação na uretra, podendo causar o estreitamento da mesma, além de abscessos; podem levar a outras infecções do trato urinário; Diagnóstico: exame físico (sinais e sintomas) e exame laboratorial (análise de amostra de urina e cultura em busca de bactérias); Tratamento: tratamento de sintomas, uso de antibióticos/antifúngicos/antivirales/antiparasitarios e antibiograma. 3. Cistite - Agente causador: em geral Escherichia coli e outras bactérias que colonizam a área genital, mas também pode ser causada por fungos; - Sintomas: disúria, urgência ao urinar e urina em pouca quantidade, podendo haver febre e dores locais; Como causa: causa inflamação na bexiga; geralmente secundária à uretrite; mais comum em mulheres; Diagnóstico: exame físico (sinais e sintomas) e exame laboratorial (análise de amostra de urina e cultura em busca de bactérias); Tratamento: tratamento de sintomas, uso de antibióticos/antifúngicos e antibiograma; 4. Pielonefrite Agente causador: em geral Escherichia coli e outras bactérias que colonizam a área genital (Proteus, Klebsiella, Enterobacter e Pseudomonas; S. aureus é menos comum, mas pode ocorrer). Sintomas: disúria, urgência ao urinar, podendo haver febre, náusea, vômitos e dores locais. Como causa: causa inflamação dos rins (parênquima renal); geralmente secundária, onde a bactéria se dissemina no sangue e assim chega aos rins; mais comum em mulheres. Diagnóstico: exame físico (sinais e sintomas) e exame laboratorial (análise de amostra de urina e cultura em busca de bactérias); - Tratamento: tratamento de sintomas, uso de antibióticos e antibiograma; SEPTICEMIAS (SEPSE) - Agente causador: bactérias e raramente fungos; Sintomas: febre ou baixa temperatura corporal, aumento das frequências cardíaca e respiratória, calafrios, fraqueza, queda da pressão arterial, menor frequência e quantidade ao urinar, confusão mental; Como causa: é resultado de outras infecções bacterianas que se disseminaram no/pelo sangue, chegando à outros locais do corpo; sua evolução é a seguinte: sepse: resposta inflamatória à infecção (SIRS*), início dos sintomas; sepse grave: acometimento de um ou mais órgãos; choque tóxico: queda drástica da pressão arterial (não mais responsiva ao tratamento); a taxa de mortalidade no país é de 60%, e é a principal causa de morte nas UTIs; SIRS: Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica. Diagnóstico: exame físico (sinais e sintomas, radiografias/exames de imagem em busca do foco da infecção) e exame laboratorial (análise de amostra de urina ou sangue e cultura -se der tempo- em busca de bactérias); Cultura de sangue (e outros). Tratamento: o salvamento deve ser feito em até 1h para garantir sucesso; tratamento de sintomas (líquidos i.v., oxigênio, retirada da fonte da infecção, medicamentos para controle da pressão arterial) e uso de antibióticos; *Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica; resposta do sistema imune à uma infecção, causa aumento da temperatura, frequência cardíaca e frequência respiratória; o corpo libera citocinas para ajudar a conter a infecção, porém em um corpo debilitado elas podem causar a dilatação dos vasos sanguíneos (diminuição da pressão arterial) e a coagulação do sangue em vasinhos dentro de órgãos. Evolução da doença: SEPSE ----> SEPSE GRAVE ----> CHOQUE SÉPTICO (hipotensão intensa). INFECÇÕES DE PELE Infecções de pele podem ser causadas por vírus, fungos, bactérias e parasitos. Foco da aula é em bactérias. Quando é analisado uma infecção de pele, temos que olhar bem para alguns elementos, como: ● Alterações da cor ● Formações sólidas ● Se há líquidos ● Se há alteração na espessura da pele ● Se há perdas teciduais. Alterações de cor: 1. Vásculo-sanguíneas: como eritemas, exantemas, púrpura, petequia, angioma, mancha anêmica, etc 2. Pigmentares: Hipocrômicas e hipercrômicas. Alteração na solidez da pele: Pápulas, nódulo, tubérculo, gomas, verrugas. Líquidos: em forma de vesículas e bolhas (áculo de líquido claro, tipo bolha de “água”. Pústula e abscesso (acúmulo de pus), hematoma (acúmulo de sangue) Alterações na espessura: Edema (pele mais grossa por conta do líquido que tem por baixo, tipo um inchaço). Se é uma alteração dura é chamada de esclerose. Pode ser também uma atrofia ou cicatriz. Perda tecidual: Escama (descamação), erosão, escara, crosta, fissura. Classificação das doenças: Quanto mais próximo da superfície, mais resistente ao oxigênio é a bactéria. Se ela é estritamente aeróbica, então ela se encontrará sempre na superfície. Quanto mais profunda a infecção, menos resistente a O2 será o microorganismo. 1. Streptococcus spp. Agente Causador: bactéria Streptococcus pyogenes (cocos Gram + organizados em cadeias, β-hemolítico, anaeróbios facultativos, catalase -). Sintomas: febre escarlatina (língua de framboesa, depois de faringite não curada) impetigo não bolhoso (crosta), erisipela, celulite, furúnculos, fasceíte necrosante, síndrome do choque tóxico. Como causa: geralmente são infecções secundárias; produz toxina (febre escarlatina); por ser anaeróbia facultativa, pode atacar tecidos profundos (músculo/tecido adiposo com fasceíte necrosante); pode causar bacteremia, que leva à sepse. Diagnóstico: exames físicos (cada doença apresenta características específicas que levam ao diagnóstico) e laboratoriais (análise de amostra -febre escarlatina com swab de garganta, outros com amostra do local- para descobrir Gram -positivo- e morfologia -cocos em cadeia longa- cultura -em ágar sangue, pois é β-hemolítico- , provas bioquímicas -catalase -). Tratamento: tratamento de sintomas (drenagem de abscesso - furúnculo -, debridamento fasceíte necrosante) e uso de antibióticos. 2. Staphylococcus spp. Agente Causador: bactéria Staphylococcus aureus (Gram +, “cachos de uva” aeróbios/anaeróbios facultativos, mesófilos, não forma esporos, catalase +, coagulase +/-); está presente na nossa nasofaringe; tem fatores de virulência e evasão (enterotoxinas). Sintomas: foliculite, furúnculo, carbúnculo, impetigo bolhoso, terçol, intoxicações, bacteremia, endocardite e sepse. Como causa: como se encontra naturalmente na nossa microbiota, necessita de algum desequilíbrio para poder causar doença (perda de barreiras mecânicas -cortes/queimaduras- e queda na imunidade); capaz de invadir a corrente sanguínea e causar choque tóxico). Diagnóstico: exames físicos (cada doença apresenta características específicas que levam ao diagnóstico) e laboratoriais (microscopia pra ver morfologia -cocos em cacho de uva- e Gram -positivo-, cultura -em ágar manitol salgado, capaz de fermentar manitol e deixar o meio amarelo-, provas bioquímicas - catalase +, coagulase +,DNAse +). Tratamento: tratamento de sintomas e uso de antibióticos. 3. Bacillus spp. Agente Causador: bactéria Bacillus anthracis (bastonete, Gram +, formadora de esporos, anaeróbia facultativa); localizada no solo. Sintomas: antraz/carbúnculo. Como causa: os esporos da bactéria penetram na pele acidentada e causam pequenas feridas que evoluem para vesículas, que passam a ser úlceras e por fim se tornam escaras (crosta escura característica); muito comum em agricultores. Diagnóstico: exames físicos e laboratoriais (análise de amostra para encontrar o bastonete Gram positivo esporulado); Tratamento: tratamento de sintomas e uso de antibióticos; 4. Pseudomonas spp. Agente Causador: bactéria Pseudomonas aeruginosa (bacilo, Gram -, aeróbica); localizada no solo; patógeno oportunista; Sintomas: infecta o sistema respiratório e lesões por queimadura; Como causa: fator de virulência (sendo/exotoxinas/biofilme); Diagnóstico: exames físicos e laboratoriais (análise de amostra para encontrar o bacilo Gram negativo); Tratamento: tratamento de sintomas e uso de antibióticos; 5. Clostridium spp. Agente Causador: bactérias Clostridium perfringens e Clostridium tetani (bacilos, Gram +, formadores de esporos, anaeróbios, produtores de toxina); Sintomas: C. perfringens causa gangrena gasosa; C. tetani causa tétano; Como causa: a gangrena gasosa ocorre após a bactéria entrar na pele através de trauma/ferida; C. perfringens produz colagenase (enzima que destrói o colágeno) e toxinas e metabólitos (ácido/protease/gás); o tétano ocorre da mesma maneira, e a bactéria afeta os músculos, causando contrações nos mesmos; produz neurotoxinas e hemolisinas; Diagnóstico: exames físicos (os sinais e sintomas são característicos para cada doença) e laboratoriais (análise de amostra para encontrar os bacilos Gram positivos; são extremamente sensíveis ao oxigênio, então tudo deve ser feito com cuidado e em anaerobiose); Tratamento: tratamento de sintomas (remoção dos tecidos mortos e soro antitetânico, que neutraliza a toxina da bactéria) e uso de antibióticos; há vacina para o tétano, que é tomada na infância em 3 doses, com 2 reforços e depois com reforços a cada 10 anos.
Compartilhar