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AD 4 FILOSOFIA E ÉTICA



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Universidade Federal Fluminense (UFF)
Curso de Administração Pública
Disciplina: Filosofia e Ética
Nome do Aluno: Klariely Alves Gomes
Polo: Bom Jesus do Itabapoana – RJ
Matrícula: 19113110103
QUESTÕES – AD4
Qual o sentido da crítica de Aristóteles à Teoria das Ideias de Platão?
R: Discípulo de Platão durante 19 anos, Aristóteles rompe com os ensinamentos a ele passado após a morte de seu mestre e passa a elaborar seu próprio sistema filosófico a partir de uma crítica ao pensamento de Platão, sobretudo a teoria das ideias. O ponto central dessa crítica consiste na rejeição do dualismo representado pela teoria das ideias. Aristóteles inicialmente levanta a questão que diz respeito às dificuldades de se explicar a relação entre o mundo inteligível (das ideias) e o mundo sensível (material). É possível inclusive que em sua crítica, Aristóteles retome uma discussão já existente na Academia e que aparecem no início do diálogo Parmênides de Platão, em que são examinados problemas referentes à teoria das ideias. Aristóteles critica as teorias de Platão por serem excessivamente idealistas e não baseadas na experiência, de modo que não seriam capazes, de acordo com Aristóteles, de retratar a realidade dos fenômenos humanos, se limitando a retratar uma visão racionalizada e falsa das coisas. Por conta disto Aristóteles rompeu intelectualmente com Platão e fundou a sua própria escola, o Liceu, criando as bases para o modelo experimental, que posteriormente se desenvolveria no modelo científico. Aristóteles considerou necessário um novo ponto de partida para sua metafísica, isto é, sua concepção de real, evitando assim o dualismo dos dois mundos.
Compare a concepção de conhecimento e do processo de conhecer de Platão na Alegoria da Caverna com o processo de conhecimento concebido por Aristóteles.
R: Para o filósofo Platão o conhecimento nada mais é do que a crença verdadeira e justificada. Desta forma o homem deveria buscar ascender do mundo sensível ao inteligível para ter um real conhecimento dos seres. Segundo ele a ideia é um principio inteligível que não se corrompe e por causa disso é o fundamento do conhecimento. A missão do homem seria alcançar as ideias pela sua razão, pelo pensamento reflexivo que se abstrair todas as particularidades físicas e sensitivas, uma vez que o inteligível transcende o sensível e as ideias são espirituais. Essa teoria abrange o conhecimento teórico como um conjunto que inclui apenas informações que explicam o mundo a nossa volta. Platão acreditava que o conhecimento tinha que descrever a realidade, o que tornava necessária a sua aplicação e comprovação no mundo real com a antecipação de uma realidade futura. Platão ainda identificava quatro graus de conhecimento que são a crença, opinião, raciocínio e indução. Para ele as duas primeiras poderiam ser descartadas já que não são concretas. Já as duas últimas seriam as formas de chegar à verdade. Platão utiliza-se da metáfora do “Mito da Caverna” para mostrar à humanidade como os limites do horizonte podem ser mais curtos do que se imagina, e de como as pessoas podem ficar prisioneiras do conhecimento pelo medo de entrar em contato com as novidades. Platão constrói o Mito da Caverna ao descrever um lugar onde os habitantes que ali se encontram não conhecem a realidade externa. E, eles se negam a conhecer outra realidade que não seja aquela a que estão habituados. Com esta metáfora Platão propõe que os humanos busquem a saída do mundo dos sentidos, das impressões, para chegar ao mundo das ideias por meio do conhecimento. O mito da caverna é uma metáfora para Platão explicar a diferença entre o mundo das ideias e o mundo dos sentidos; o processo de saída da caverna, do mundo dos sentidos para a parte exterior, ou seja, para o mundo das ideias que acontece por meio da crítica, do conhecimento, da filosofia. Por outro lado, seu aluno Aristóteles formulou conceitos um pouco distintos sobre o conhecimento. Para o filósofo o conhecimento deveria ter uma justificativa lógica e argumentos que o sustentasse. O seu argumento era que nenhum efeito poderia existir sem que estivesse ligada a alguma causa. Seguindo essa linha de raciocínio, ele dividia o conhecimento em seis graus distintos: sensação, percepção, imaginação, memória, raciocínio e intuição. O verdadeiro conhecimento seria formado a partir da soma de todos esses graus, mas não poderia haver ruptura entre eles. Dessa forma a ciência que produziria um conhecimento fiel à realidade por estar amparado no observável e pela sua característica de necessidade. Ele cresceria em um continuo da sensação para a intuição, último grau ou o ato de pensamento puro, aquele que não pode ser negado nem contestado. Essa concepção de conhecimento deu as bases necessárias para o pensamento racional e empírico que ganhou espaço na Idade Moderna. Até os dias de hoje, embora não se tenha um consenso sobre o que é conhecimento, o homem de forma geral defende que o conhecimento precisa ter relação com a realidade e não pode estar baseado apenas em crenças e dogmas antigos. Embora eles ainda sejam concebidos por muitas pessoas, não são tidos como conhecimento absoluto e sim como uma forma de se chegar a ele.
Conceitue essência, acidente, necessidade, contingência, ato, potência e as quatro causas segundo Aristóteles.
R: 
Essência: determina o ser de cada coisa, ou seja, diz o que a coisa é. É o que, apesar de todas as transformações que esse ser possa passar irá mantê-lo sendo o que é. A essência ou ousia é a realidade primeira e última de um ser, aquilo sem o qual um ser não poderá existir ou sem o qual deixará de ser o que é. É a unidade interna e indissolúvel entre uma matéria e uma forma, unidade que lhe dá um conjunto de propriedades ou atributos que a fazem necessariamente aquilo que ela é. Exemplo: um ser humano é por essência ou essencialmente um animal mortal racional dotado de vontade, gerado por outros semelhantes a ele e capaz de gerar outros semelhantes a ele;
Acidente: o que muda no ser em questão e é variável. As mudanças acidentais sofridas pelos seres não afetarão o que lhe é essencial. Exemplo: Sócrates é homem (ser homem é essência de Sócrates); Sócrates é calvo (ser calvo é efeito de transformação sofrida que não afeta a característica essencial de ser humano). É uma propriedade ou atributo que uma essência pode ter ou deixar de ter sem perder seu ser próprio. O acidente é o que, existindo ou não existindo, nunca afeta o ser da essência. Por exemplo, um ser humano é racional ou mortal por essência, mas é baixo ou alto, gordo ou magro, negro ou branco, por acidente.
Necessidade e Contingência: são termos relacionados à essência e acidente. Necessidade é o que é essencial é necessário, pois não pode deixar de ser o que é. O que é contingente é acidental, pois pode ou não ocorrer e não afetará a definição essencial do ser em questão. 
Ato: é uma das formas em que o Ser pode se apresentar. Apresentar-se em ato, é apresentar a realização de potência(s) desse ser. É a atualidade de uma matéria, isto é, sua forma num dado instante do tempo; o ato é a forma que atualizou uma potência contida na matéria. Por exemplo, a árvore é o ato da semente, o adulto é o ato da criança, a mesa é o ato da madeira, etc.
Potência: É uma das formas em que o Ser pode se apresentar. Apresentar-se em potência, é apresentar, desse ser, o que ele pode vir a ser. É o que está contido numa matéria e pode vir a existir, se for atualizado por alguma causa. Exemplos: a criança é um adulto em potência ou um adulto em potencial; a semente é a árvore em potência ou em potencial;
Causa formal: trata-se da forma ou modelo, que faz com que a coisa seja o que é. É a resposta à questão: O que é x?
Causa material: é o elemento constituinte da coisa, a matéria de que é feita. Responde à questão: De que é feito x?
Causa eficiente: consiste na fonte primária da mudança, o agente da transformação da coisa. Responde à questão: Por que x é x? O que fez com que x viesse a ser x?
Causa final: trata-se do objetivo,propósito, finalidade da coisa. Responde à questão: Para que x? A visão aristotélica é fortemente teológica, isto é, supõe que tudo na realidade possui uma finalidade. A natureza apresenta uma regularidade, uma ordem, e isso não pode ser obra do acaso: deve existir m propósito.
Referências Bibliográficas: Marcondes, Danilo. Iniciação à história da filosofia dos pré-socráticos a Wittgenstein.