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diferencialensino.com.br 1 
 
 DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 
 
DIREITO 
PROCESSUAL 
PENAL 
 MÓDULO I 
 
 Prof. ESP. MÁRCIO TADEU 
 
 
AULA 01. INTRODUÇÃO AO PROCESSO PENAL...................... 03 
 
AULA 02. INQUÉRITO POLICIAL.. ................................................. 24 
 
AULA 03. AÇÃO PENAL................................................................................ 41 
 
AULA 04. DAS PRISÕES ................................................................................. 53 
 
AULA 05. DAS PROVAS .................................................................................. 84 
 
AULA 06. JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA.............................................. 04 
 
AULA 07. SUJEITOS DO PROCESSO PENAL........................................... 17 
 
AULA 08. HABEAS CORPUS E SEUS PROCESSO ................................. 28 
 
AULA 09. PROCESSO DE JULGAMENTO 
DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO....................................................................... 41 
 
AULA 10. RITO DO TRIBUNAL DO JÚRI .................................................. 48 
 
AULA 11. RITO ORDINÁRIO ........................................................................... 71 
 
AULA 12. SUMÁRIO ........................................................................................... 77 
 
AULA 13. LEI DE EXECUÇÃO PENAL ........................................................ 83 
 
 
 
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 DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
AULA 01 – INTRODUÇÃO AO DIREIO PROCESSUAL PENAL 
 
1 – JURISPRUDÊNCIA RELEVANTE: 
 
Não cabe reclamação por uso indevido de algemas se este ocorreu por ordem de autoridade policial A 
apresentação do custodiado algemado à imprensa pelas autoridades policiais não afronta o Enunciado 11 da 
Súmula Vinculante. A SV 11 refere-se apenas a situações em que o emprego abusivo da algema decorre de 
decisão judicial, ou seja, no âmbito de um ato processual. Não abrange hipóteses em que seu uso decorreu de 
ato administrativo da autoridade policial. STF. 1ª Turma. Rcl 7116/PE, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 
24/5/2016 (Info 827). 
 
Indiciamento O indiciamento é ato privativo da autoridade policial, segundo sua análise técnico- 
jurídica do fato. O juiz não pode determinar que o Delegado de Polícia faça o indiciamento de alguém. STF. 2ª 
Turma. HC 115015/SP, rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 27/8/2013. 
 
STF fixa requisitos para atuação do Ministério Público em investigações penais - O STF 
reconheceu a legitimidade do Ministério Público para promover, por autoridade própria, investigações de 
natureza penal, mas ressaltou que essa investigação deverá respeitar alguns parâmetros que podem ser a seguir 
listados: 1) Devem ser respeitados os direitos e garantias fundamentais dos investigados; 2) Os atos 
investigatórios devem ser necessariamente documentados e praticados por membros do MP; 3) Devem ser 
observadas as hipóteses de reserva constitucional de jurisdição, ou seja, determinadas diligências somente 
podem ser autorizadas pelo Poder Judiciário nos casos em que a CF/88 assim exigir (ex: interceptação telefônica, 
quebra de sigilo bancário etc); 4) Devem ser respeitadas as prerrogativas profissionais asseguradas por lei aos 
advogados; 5) Deve ser assegurada a garantia prevista na Súmula vinculante 14 do STF (“É direito do defensor, 
no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento 
investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito 
de defesa”); 6) A investigação deve ser realizada dentro de prazo razoável; 7) Os atos de investigação conduzidos 
pelo MP estão sujeitos ao permanente controle do Poder Judiciário. A tese fixada em repercussão geral foi a 
seguinte: “O Ministério Público dispõe de competência para promover, por autoridade própria, e por prazo 
razoável, investigações de natureza penal, desde que respeitados os direitos e garantias que assistem a qualquer 
indiciado ou a qualquer pessoa sob investigação do Estado, observadas, sempre, por seus agentes, as hipóteses 
de reserva constitucional de jurisdição e, também, as prerrogativas profissionais de que se acham investidos, em 
nosso País, os advogados (Lei 8.906/1994, art. 7º, notadamente os incisos I, II, III, XI, XIII, XIV e XIX), sem 
prejuízo da possibilidade – sempre presente no Estado democrático de Direito – do permanente controle 
jurisdicional dos atos, necessariamente documentados (Enunciado 14 da Súmula Vinculante), praticados pelos 
membros dessa Instituição.” STF. Plenário. RE 593727/MG, rel. orig. Min. Cezar Peluso, red. p/ o acórdão 
Min. Gilmar Mendes, julgado em 14/5/2015 (repercussão geral) (Info 785). 
 
Conflito de atribuições envolvendo MPE e MPF deve ser dirimido pelo PGR Compete ao PGR, na 
condição de órgão nacional do Ministério Público, dirimir conflitos de atribuições entre membros do MPF e de 
Ministérios Públicos estaduais. STF. Plenário. ACO 924/PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19/5/2016 (Info 
826). 
 
 
 
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 DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
O MP, no exercício do controle externo da atividade policial, pode ter acesso às OMPs O 
Ministério Público, no exercício do controle externo da atividade policial, pode ter acesso a ordens de missão 
policial (OMP). Ressalva: no que se refere às OMPs lançadas em face de atuação como polícia investigativa, 
decorrente de cooperação internacional exclusiva da Polícia Federal, e sobre a qual haja acordo de sigilo, o 
acesso do Ministério Público não será vedado, mas realizado a posteriori. STJ. 2ª Turma. REsp 1.365.910-RS, 
Rel. Min. Humberto Martins, Rel. para acórdão Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 5/4/2016 
(Info 590). 
 
 
Denúncia anônima - As notícias anônimas ("denúncias anônimas") não autorizam, por si sós, a 
propositura de ação penal ou mesmo, na fase de investigação preliminar, o emprego de métodos invasivos de 
investigação, como interceptação telefônica ou busca e apreensão. Entretanto, elas podem constituir fonte de 
informação e de provas que não podem ser simplesmente descartadas pelos órgãos do Poder Judiciário. 
Procedimento a ser adotado pela autoridade policial em caso de “denúncia anônima”: 1) Realizar investigações 
preliminares para confirmar a credibilidade da “denúncia”; 2) Sendo confirmado que a “denúncia anônima” 
possui aparência mínima de procedência, instaura-se inquérito policial; 3) Instaurado o inquérito, a autoridade 
policial deverá buscar outros meios de prova que não a interceptação telefônica (esta é a ultima ratio). Se houver 
indícios concretos contra os investigados, mas a interceptação se revelar imprescindível para provar o crime, 
poderá ser requerida a quebra do sigilo telefônico ao magistrado. STF. 1ª Turma. HC 106152/MS, Rel. Min. 
Rosa Weber, julgado em 29/3/2016 (Info 819). 
 
Em regra, a busca em veículo é equiparada à busca pessoal e não precisa de mandado judicial 
para a sua realização A apreensão de documentos no interior de veículo automotor constitui uma espécie de 
"busca pessoal" e, portanto, não necessita de autorização judicial quando houver fundada suspeita de que em 
seu interior estãoescondidos elementos necessários à elucidação dos fatos investigados. Exceção: será 
necessária autorização judicial quando o veículo é destinado à habitação do indivíduo, como no caso de trailers, 
cabines de caminhão, barcos, entre outros, quando, então, se inserem no conceito jurídico de domicílio. STF. 2ª 
Turma. RHC 117767/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 11/10/2016 (Info 843). 
 
É incabível a anulação de processo penal em razão de suposta irregularidade verificada em 
inquérito policial - A suspeição de autoridade policial não é motivo de nulidade do processo, pois o inquérito 
é mera peça informativa, de que se serve o Ministério Público para o início da ação penal. Assim, é inviável a 
anulação do processo penal por alegada irregularidade no inquérito, pois, segundo jurisprudência firmada no 
STF, as nulidades processuais estão relacionadas apenas a defeitos de ordem jurídica pelos quais são afetados 
os atos praticados ao longo da ação penal condenatória. STF. 2ª Turma. RHC 131450/DF, Rel. Min. Cármen 
Lúcia, julgado em 3/5/2016 (Info 824). 
 
Tramitação direta do IP entre polícia e MP - É INCONSTITUCIONAL lei estadual que preveja a 
tramitação direta do inquérito policial entre a polícia e o Ministério Público. É CONSTITUCIONAL lei estadual 
que preveja a possibilidade de o MP requisitar informações quando o inquérito policial não for encerrado em 30 
dias, tratando-se de indiciado solto. STF. Plenário. ADI 2886/RJ, red. p/ o acórdão Min. Joaquim Barbosa, 
j. em 3/4/2014 (Info 741). 
 
Legalidade da Resolução 063/2009-CJF que determinou a tramitação direta do IP entre a PF 
e o MPF Não é ilegal a portaria editada por Juiz Federal que, fundada na Res. CJF n. 63/2009, estabelece a 
tramitação direta de inquérito policial entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal. STJ. 5ª Turma. 
RMS 46.165-SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 19/11/2015 (Info 574). 
 
 
 
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 DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
É necessário que o Ministério Público requeira ao TJ autorização para investigar a autoridade 
com foro privativo naquele Tribunal? NÃO. Não há necessidade de prévia autorização do Judiciário para a 
instauração de inquérito ou procedimento investigatório criminal contra investigado com foro por prerrogativa 
de função. Isso porque não existe norma exigindo essa autorização, seja na Constituição Federal, seja na 
legislação infraconstitucional. Logo, não há razão jurídica para condicionar a investigação de autoridade 
com foro por prerrogativa de função a prévia autorização judicial. STJ. 5ª Turma. REsp 1563962/RN, Rel. 
Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 08/11/2016. 
 
Princípio da indivisibilidade da ação penal privada - O princípio da indivisibilidade significa que 
a ação penal deve ser proposta contra todos os autores e partícipes do delito. Segundo a posição da 
jurisprudência, o princípio da indivisibilidade só se aplica para a ação pena privada (art. 48 do CPP). O que 
acontece se a ação penal privada não for proposta contra todos? O que ocorre se um dos autores ou partícipes, 
podendo ser processado pelo querelante, ficar de fora? Qual é a consequência do desrespeito ao princípio da 
indivisibilidade? Se a omissão foi VOLUNTÁRIA (DELIBERADA): se o querelante deixou, 
 
deliberadamente, de oferecer queixa contra um dos autores ou partícipes, o juiz deverá rejeitar a queixa e declarar 
a extinção da punibilidade para todos (arts. 104 e 107, V, do CP). Todos ficarão livres do processo. Se a omissão 
foi INVOLUNTÁRIA: o MP deverá requerer a intimação do querelante para que ele faça o aditamento da 
queixa-crime e inclua os demais coautores ou partícipes que ficaram de fora. Assim, conclui-se que a não 
inclusão de eventuais suspeitos na queixa-crime não configura, por si só, renúncia tácita ao direito de queixa. 
Para o reconhecimento da renúncia tácita ao direito de queixa, exige-se a demonstração de que a não inclusão 
de determinados autores ou partícipes na queixa-crime se deu de forma deliberada pelo querelante. STJ. 5ª 
Turma. RHC 55.142-MG, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 12/5/2015 (Info 562). 
 
Decisão sobre desmembramento das investigações e sobre levantamento do sigilo compete ao 
Tribunal competente para julgar a autoridade - Durante a investigação, conduzida em 1ª instância, de 
crimes praticados por pessoas sem foro privativo, caso surja indício de delito cometido por uma autoridade com 
foro no STF, o juiz deverá paralisar os atos de investigação e remeter todo o procedimento para o Supremo. O 
juiz não pode decidir separar os procedimentos e remeter ao Tribunal apenas os elementos colhidos contra a 
autoridade, permanecendo com o restante. Chegando ao STF, compete a este decidir se deverá haver o 
desmembramento ou se o Tribunal irá julgar todos os suspeitos, incluindo as pessoas que não têm foro privativo. 
Em suma, cabe apenas ao STF decidir sobre a necessidade de desmembramento de investigações que envolvam 
autoridades com prerrogativa de foro. De igual forma, se surgem diálogos envolvendo autoridade com foro no 
STF, o juiz que havia autorizado a interceptação não poderá levantar o sigilo do processo e permitir o acesso às 
conversas porque a decisão quanto a isso é também do STF. STF. Plenário. Rcl 23457 Referendo-MC/PR, 
Rel. Min. Teori Zavascki, j. em 31/3/2016 (Info 819). 
 
Crimes contra a honra praticados pelas redes sociais da internet: competência da JUSTIÇA 
ESTADUAL (regra geral) STJ. CC 121.431-SE, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 11/4/2012. 
 
Disponibilizar ou adquirir material pornográfico envolvendo criança ou adolescente - Compete 
à Justiça Federal processar e julgar os crimes consistentes em disponibilizar ou adquirir material pornográfico 
envolvendo criança ou adolescente (arts. 241, 241-A e 241-B do ECA), quando praticados por meio da rede 
mundial de computadores (internet). STF. Plenário. RE 628624/MG, Rel. Orig. Min. Marco Aurélio, Red. p/ 
o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 28 e 29/10/2015 (repercussão geral) (Info 805). 
 
 
 
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 DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
Se ficar constatada a internacionalidade da conduta: Justiça FEDERAL. Ex: publicação do 
material feita em sites que possam ser acessados por qualquer sujeito, em qualquer parte do planeta, desde que 
esteja conectado à internet. Nos casos em que o crime é praticado por meio de troca de informações privadas, 
como nas conversas via Whatsapp ou por meio de chat na rede social Facebook: Justiça ESTADUAL. Isso 
porque tanto no aplicativo WhatsApp quanto nos diálogos (chat) estabelecido na rede social Facebook, a 
comunicação se dá entre destinatários escolhidos pelo emissor da mensagem. Trata-se de troca de informação 
privada que não está acessível a qualquer pessoa. Desse modo, como em tais situações o conteúdo pornográfico 
não foi disponibilizado em um ambiente de livre acesso, não se faz presente a competência da Justiça Federal. 
STJ. 3ª Seção. CC 150.564-MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 26/4/2017 (Info 603). 
 
Redução a condição análoga à de escravo: Justiça FEDERAL - Compete à justiça FEDERAL 
processar e julgar o crime de redução à condição análoga à de escravo (art. 149 do CP). O tipo previsto no art. 
149 do CP caracteriza-se como crime contra a organização do trabalho e, portanto, atrai a competência da justiça 
federal (art. 109, VI, da CF/88). STF. Plenário. RE 459510/MT, rel. orig. Min. Cezar Peluso, red. p/ o 
acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 26/11/2015 (Info 809). 
 
Em regra, cabe à Justiça Estadual processar e julgar os crimes contra o meio ambiente, 
excetuando-se apenas os casos emque se demonstre interesse jurídico direto e específico da União, suas 
autarquias e fundações. STJ. 3ª Seção. AgRg no CC 115.159-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 
13/6/2012. 
 
 
Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada 
em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não importando a qualificação do 
órgão expedidor. 
 
Não é necessário mandado judicial para que seja realizada a busca por objetos em interior de veículo 
de propriedade do investigado quando houver fundadas suspeitas de que a pessoa esteja na posse de material 
que possa constituir corpo de delito. Será, no entanto, indispensável o mandado quando o veículo for utilizado 
para moradia do investigado, como é o caso de cabines de caminhão, barcos, trailers. STJ. 6ª Turma. HC 
216.437-DF, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 20/9/2012 
 
Papel do Poder Judiciário no acordo de colaboração premiada - A colaboração é um meio de 
obtenção de prova cuja iniciativa não se submete à reserva de jurisdição (não exige autorização judicial), 
diferentemente do que ocorre nas interceptações telefônicas ou na quebra de sigilo bancário ou fiscal. Nesse 
sentido, as tratativas e a celebração da avença são mantidas exclusivamente entre o Ministério Público e o 
pretenso colaborador. O Poder Judiciário é convocado ao final dos atos negociais apenas para aferir os requisitos 
legais de existência e validade, com a indispensável homologação. STF. Plenário. Pet 7074/DF, Rel. Min. 
Edson Fachin, j. em 21, 22, 28 e 29/6/2017 (Info 870). 
 
 
 
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 DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
Natureza da decisão que homologa o acordo de colaboração premiada- A decisão do 
magistrado que homologa o acordo de colaboração premiada não julga o mérito da pretensão acusatória, mas 
apenas resolve uma questão incidente. Por isso, esta decisão tem natureza meramente homologatória, 
limitandose ao pronunciamento sobre a regularidade, legalidade e voluntariedade do acordo (art. 4º, § 7º, da Lei 
nº 12.850/2013). O juiz, ao homologar o acordo de colaboração, não emite juízo de valor a respeito das 
declarações eventualmente prestadas pelo colaborador à autoridade policial ou ao Ministério Público, nem 
confere o signo da idoneidade a seus depoimentos posteriores. A análise se as declarações do colaborador são 
verdadeiras ou se elas se confirmaram com as provas produzidas será feita apenas no momento do julgamento 
do processo, ou seja, na sentença (ou acórdão), conforme previsto no § 11 do art. 4º da Lei. STF. Plenário. Pet 
7074/DF, Rel. 
Min. Edson Fachin, julgado em 21, 22, 28 e 29/6/2017 (Info 870). 
 
 Encontro fortuito de provas - A sentença de pronúncia pode ser fundamentada em indícios de autoria 
surgidos, de forma fortuita, durante a investigação de outros crimes no decorrer de interceptação telefônica 
determinada por juiz diverso daquele competente para o julgamento da ação principal. STJ. 5ª Turma. REsp 
1.355.432-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, Rel. para acórdão Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 
21/8/2014 (Info 546). 
 
Crime achado - O réu estava sendo investigado pela prática do crime de tráfico de drogas. Presentes 
os requisitos constitucionais e legais, o juiz autorizou a interceptação telefônica para apurar o tráfico. Por meio 
dos diálogos, descobriu-se que o acusado foi o autor de um homicídio. A prova obtida a respeito da prática do 
homicídio é LÍCITA, mesmo a interceptação telefônica tendo sido decretada para investigar outro delito que não 
tinha relação com o crime contra a vida. Na presente situação, tem-se aquilo que o Min. Alexandre de Moraes 
chamou de “crime achado”, ou seja, uma infração penal desconhecida e não investigada até o momento em que, 
apurando-se outro fato, descobriu-se esse novo delito. Para o Min. Alexandre de Moraes, a prova é considerada 
lícita, mesmo que o “crime achado” não tenha relação (não seja conexo) com o delito que estava sendo 
investigado, desde que tenham sido respeitados os requisitos constitucionais e legais e desde que não tenha 
havido desvio de finalidade ou fraude. STF. 1ª Turma. HC 129678/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ 
o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 13/6/2017 (Info 869). 
 
Segundo o art. 6º, da Lei n. 9.296/96, os procedimentos de interceptação telefônica serão 
conduzidos pela autoridade policial (Delegado de Polícia Civil ou Federal). O STJ e o STF, contudo, 
entendem que tal acompanhamento poderá ser feito por outros órgãos, como, por exemplo, a polícia militar, não 
sendo atribuição exclusiva da autoridade policial. STF. 2ª Turma. HC 96986/MG, rel. Min. Gilmar Mendes, 
15/5/2012. 
 
1.1 - O que é Processo Penal ? 
 
 “ É um conjunto de normas e princípios que regulam a aplicação jurisdicional do direito penal objetivo, a 
sistematização dos órgãos de jurisdição e respectivos auxiliares, bem como a persecução penal”- Frederico 
Marques. 
O Processo Penal em nosso país encontra-se resguardado e norteado não apenas por princípios 
infraconstitucionais, mas também por preceitos fundamentais com embasamento constitucional, retratando 
postulados essenciais da política processual penal adotada pelo ordenamento jurídico pátrio. 
 
Histórico 
A partir do momento que os indivíduos passaram a reunir-se em grupos brotou entre eles a obrigação de 
se ditar regras para a convivência harmônica. Nesse contexto, certamente, incidiram as normas, e como toda 
norma penal prevê uma sanção ao seu infrator surge o jus puniendi, ou direito de punir. 
 
 
 
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 DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 O Jus Puniendi 
Uma das atividades fundamentais do Estado, conforme atesta Mirabete é regular a conduta das pessoas 
por meio de regras objetivas, sendo que com a ausência destas a vida em sociedade seria insustentável. São assim 
estabelecidas normas para regulamentar a convivência entre os indivíduos e as relações destes com o próprio 
Estado. Essa regulamentação das condutas traz ao Estado o direito de punir o cidadão que não cumprir os 
diplomas legais. 
O jus puniendi, como ensina Tourinho Filho, pertence ao Estado e é a mais clara expressão de sua 
soberania. O estudioso ainda declara que o jus puniendi aparece em dois segmentos: in abstrato e in concreto. 
No sentido abstrato, o Estado, por meio do Legislativo, elabora as leis penais, cominando sanções aos que vierem 
a transgredi-las. Já no sentido concreto, dá ao Estado o dever de aplicar a pena ao autor da conduta proibida, o 
que chamamos de pretensão punitiva. 
 Fernando Capez assegura que cabe ao Estado o poder/dever de punir, tendo soberania para tanto, 
inclusive nos crimes de ação penal exclusivamente privada: “[...] Mesmo no caso da ação penal exclusivamente 
privada, o Estado somente delega ao ofendido a legitimidade para dar início ao processo, isto é, confere-lhe o 
jus persequendi in judicio, conservando consigo a exclusividade do jus puniendi”. ” 
 Sabendo disso, pergunta-se: como se organizaram as civilizações ao longo da história para investigar e 
punir o autor de um crime? A seguir serão abordados os sistemas processuais existentes no mundo, e em seguida 
procurar-se-á verificar qual o modelo adotado pelo Brasil. 
 
1.2 - Sistemas Processuais 
 
1-Acusatório: Era a forma de processo onde as funções de acusar, defender e julgar, eram atribuídas a 
órgãos diferentes, sem a participação do Estado. No entanto, ao juiz, através de sua imparcialidade, bom-senso 
e experiência, cabia fundamentar a sua decisão pelos elementos concluídos pela acusação e defesa. 
Neste mesmo sentido, Reis e Gonçalves traçam as principaiscaracterísticas do sistema acusatório: “[...] 
Nesse sistema, considerando que a iniciativa é do órgão acusador, o defensor tem sempre o direito de ser último. 
A produção das provas é incumbência das partes.” 
Feitosa descreve que o sistema acusatório dominou durante toda a Antiguidade e foi até a Idade Média, 
quando foi substituído pela Santa Inquisição. Para ele, foram os gregos quem criaram o sistema acusatório com 
acusação popular, desenvolvido pela república romana e conservado, até hoje, na Inglaterra. 
Neste sentido, Mirabete assevera que na Grécia antiga, os crimes mais graves, por atingirem interesses 
sociais eram apurados com a participação direta dos cidadãos e neste procedimento o que prevalecia era a 
oralidade e publicidade nos debates. 
Já sobre a democracia ateniense, Grimberg destaca que o povo tinha a função de legislar, onde os 
integrantes da “Ekklesia”, ou assembleia, tinham a missão de elaborar as leis que regiam a vida e o destino da 
cidade. O autor descreve que o regime democrático pregava que também os cidadãos, reunidos em grupos de 
aproximadamente quinhentas pessoas, oriundas das dez tribos de Atenas, teriam de julgar segundo suas próprias 
leis, assumindo compromisso através do juramente heliástico. 
Mehmeri vai além e descreve que "os antigos atenienses, já esboçavam uma espécie de inquérito com a 
finalidade de apurar a probidade individual e familiar daqueles que eram eleitos magistrados, dez dos quais – 
chamados de estínomos - eram encarregados do serviço policial”. 
 
2- Inquisitório : Era a forma de processo em que as funções de acusar, defender e julgar, eram 
atribuídas ao mesmo órgão, com a participação efetiva do Estado, representado na maioria das vezes pela Igreja 
Católica. O réu era tratado como objeto do processo, sem nenhuma garantia. Dentre as características 
fundamentais desse sistema destacam-se: a reunião dos poderes acusatório e jurisdicional em apenas um órgão, 
a redução do acusado a mero objeto das investigações, a utilização de todos os meios para a obtenção da verdade, 
inclusive a tortura. 
Para Antônio Alberto Machado, o sistema inquisitivo caracteriza-se pela ausência de contraditório, onde 
se concentra num mesmo órgão as funções de acusar, defender e julgar, não havia igualdade entre as partes, em 
suma, tem-se que o acusado é considerado um objeto do processo, não tendo qualquer garantia processual. 
 
 
 diferencialensino.com.br 9 
 
 DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
Completam Reis e Gonçalves que nesse sistema “o direito de defesa dos acusados nem sempre era 
observado em sua plenitude, em razão de os seus requerimentos serem julgados pelo próprio órgão acusador”. 
Em síntese, Eugênio Pacelli de Oliveira diferencia o sistema acusatório do inquisitivo dessa forma: “ 
[...] no sistema acusatório, além de se atribuir a órgãos diferentes as funções de acusação (e investigação) e de 
julgamento, o processo, rigorosamente falado, somente teria início com o oferecimento da acusação” . Já o 
sistema inquisitório é assim descrito pelo autor: “[...] no sistema inquisitório, como o juiz atua também na fase 
de investigação, o processo se iniciaria com anotitia criminis, seguindo-se a investigação, acusação e 
julgamento.” 
 
3- Mista: Combinação da forma de processo acusatório com inquisitório, com a participação efetiva do 
Estado. Antônio Alberto Machado descreve que por último se desenvolveu o sistema misto, surgido com o 
Código de Instrução da França, em 1808, onde prevaleceu a divisão em duas fases (bifásico). Na primeira fase, 
a investigação criminal é dirigida por um juiz de instrução, sem a possibilidade de utilizar-se do contraditório; 
já a segunda, outro juiz a preside, e aqui não se tem nenhuma característica inquisitorial, permitindo a ampla 
defesa e o contraditório. 
Feitosa também descreve que o sistema misto se desenvolveu a partir da Revolução Francesa e a 
expansão dos domínios napoleônicos e teve como marco o Code d´instruction criminelle francês de 1808. 
Igualmente afirma Guilherme de Souza Nucci que esse sistema uniu os dois anteriores, caracterizando-se pela 
divisão do processo em duas fases: preliminar, com os elementos do sistema inquisitivo, e a fase de julgamento, 
com a predominância do sistema acusatório. 
Sobre este sistema processual, Reis e Gonçalves descrevem que há uma fase de investigação preliminar, 
conduzida por um juiz (não se confundindo com o inquérito policial que possui natureza administrativa), seguida 
de uma fase acusatória, onde são assegurados todos os direitos de defesa. 
 
Acusador – O ofendido, seus parentes, ou qualquer do povo, poderia funcionar como acusador. 
Defensor – O acusado, ou qualquer do povo, poderia funcionar como defensor do acusado. Julgador 
– Juiz (Escolhido pelos interessados)ou Tribunal do Povo. 
 
O processo penal brasileiro tem a forma mais ou menos, mista, com uma fase 
inicial 
INVESTIGATÓRIA ou INQUISITÓRIA (inquérito policial) ; e outra fase 
INSTRUTÓRIA ou JUDICIAL. Portanto o sistema adotado pelo Brasil é o Sistema Brasileiro, 
onde a primeira fase não é presidida por um juiz, e sim uma autoridade administrativa 
(Delegado de Polícia). 
 
LIVRO I 
DO PROCESSO EM GERAL TÍTULO I 
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
 
 Art. 1º O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, 
ressalvados: 
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; 
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos 
crimes 
conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos 
crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2o , e 100); III - os processos da 
competência da Justiça Militar; 
IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, n 17); 
V - os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF nº 130) 
 
 
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 DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos no s. IV 
e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso. 
 Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos 
realizados sob a vigência da lei anterior. 
 Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem 
como o suplemento dos princípios gerais de direito. 
 
1.3 – Disposições Constitucionais Aplicáveis ao do Processo Penal 
 
Da Constituição podemos aplicar princípios diretamente ligados ao Direito Processual Penal. Princípio, 
etimologicamente, significa causa primária, momento em que algo tem origem, elemento predominante na 
constituição de um corpo orgânico, preceito, regra, fonte de uma ação. Em sentido jurídico, princípio jurídico 
quer dizer uma ordenação que se irradia e imanta os sistemas de normas. 
Princípio, na inteligência do mestre Celso Antônio Bandeira de Mello, "...é, por definição, 
mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre 
diferentes normas compondo-lhes o espírito e servindo de critério para sua exata compreensão e inteligência, 
exatamente por definir a lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá 
sentido do harmônico. 
É o conhecimento dos princípios que preside a intelecção das diferentes partes componentes do todo 
unitário que há por nome sistema jurídico positivo. Violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma 
norma qualquer. A desatenção ao princípio implica ofensa não apenasa um específico mandamento obrigatório 
mas a todo sistema de comandos. 
É a mais grave forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio atingido, 
porque representa insurgência contra todo o sistema, subversão de seus valores fundamentais, contumélia 
irremissível a seu arcabouço lógico e corrosão de estrutura mestra". 
 
 1.3.1 - Devido Processo Legal (Due processo law) 
O processo é o instrumento pelo qual a prestação jurisdicional é exercida pelo Estado-Juiz seguindo os 
imperativos da ordem jurídica que, como veremos, envolve a garantia do contraditório e a plenitude do direito 
de defesa, sendo estes corolários do princípio do devido processo legal. 
Com efeito, é por meio do processo que a parte pode, legal e legitimamente, obter o deferimento de sua 
pretensão, de seu direito garantido. A atividade jurisdicional do Juiz, no intuito de ofertar ao caso a solução mais 
justa, é exercida tendo como palco o processo, onde, equilibradamente, as partes têm garantia ativa - na medida 
em que, utilizando-o, a parte pode reparar ilegalidades - e passiva - porque impede a justiça pelas próprias mãos 
e possibilita a plenitude de defesa contra a pretensão punitiva do Estado, desautorizado que está de impor 
restrições á liberdade do indivíduo sem o devido processo legal. 
A Constituição Federal consagrou expressamente o princípio do due process of law, dispondo em seu 
artigo 5°, inciso LIV, que "ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal". 
Assegura-se, portanto, a toda pessoa a garantia de não ser privada de sua liberdade ou da propriedade de seus 
bens sem a tramitação de um processo segundo a forma estabelecida em lei. 
 
1.3.2 – Contraditório (Bilateralidade da audiência) 
O princípio do contraditório é uma garantia fundamental da justiça, consubstanciada no brocardo romano 
audiatur et altera pars. A Lei Maior de 1988 consagrou em seu artigo 5°, inciso LV, que "aos litigantes, em 
processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, 
com os meios e recursos a ela inerentes". 
No processo penal, diferente do que ocorre no âmbito civil, a efetiva contrariedade á acusação é 
imperativa para o atingimento dos escopos jurisdicionais, objetivo só possível com a absoluta paridade de armas 
conferida ás partes. O réu, pelo princípio do contraditório, tem o direito de conhecer a acusação a ele imputada 
e de contrariá-la, evitando que venha a ser condenado sem ser ouvido. Trata-se da exteriorização da ampla defesa, 
impondo uma condução dialética do processo, pois "a todo ato produzido caberá igual direito da outra parte de 
 
 
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 DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
opor-se-lhe ou de dar-lhe a versão que lhe convenha, ou, ainda, de fornecer uma interpretação jurídica diversa 
daquela feita pelo autor". 
 
1.3.3 - Ampla Defesa 
O Estado tem o dever de proporcionar a todo acusado condições para o pleno exercício de seu direito de 
defesa, possibilitando-o trazer ao processo os elementos que julgar necessários ao esclarecimento da verdade. 
Esta defesa há de ser completa, abrangendo não apenas a defesa pessoal (autodefesa)24e a defesa técnica 
(efetuada por profissional detentor do ius postulandi), mas também a facilitação do acesso á justiça, por 
exemplo, mediante a prestação, pelo Estado, de assistência jurídica integral e gratuita aos necessitados. Vicente 
Grego Filho afirma que a ampla defesa é constituída a partir dos seguintes fundamentos: a) ter conhecimento 
claro da imputação; 
b) poder apresentar alegações contra a acusação; 
c) poder acompanhar a prova produzida e fazer contraprova; 
d) ter defesa técnica por advogado, cuja função, aliás, agora, é essencial á Administração da Justiça (art. 
133 da CF/88; e 
e) poder recorrer da decisão desfavorável. 
Outrossim, determina o artigo 368 que "estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado 
mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o seu cumprimento". 
 
1.3.4 - Acusatório 
Julio Fabbrini Mirabete ensina que são três os sistemas processuais utilizados na evolução histórica do 
direito, distinguindo-os segundo as formas com que se apresentam e os princípios que os informam. São eles o 
sistema inquisitivo, o acusatório e o misto. 
O sistema inquisitivo teve suas raízes na organização política do império romano, onde se admitia ao juiz 
iniciar o processo ex officio. Foi revigorado na Idade Média e, a partir do século XV, por influência do Direito 
Penal da Igreja, alastrou-se pelo continente europeu e só entrou em declínio com a Revolução Francesa. 
Verificase, na verdade, que o sistema inquisitivo não é um legítimo processo de apuração da verdade, mas, nas 
palavras de Mirabete, "uma forma auto defensiva de administração da justiça". Isso porque nele inexistem regras 
de igualdade e liberdade processuais, desenrolando-se, em regra, secretamente, por impulso oficial e em busca 
da rainha das provas, a confissão, permitindo-se, para tanto, o uso da tortura. 
No processo inquisitivo, as funções de acusar, defender e julgar encontram-se concentradas em um único 
órgão, o juiz. Neste contexto, nenhuma garantia é oferecida ao réu, transformando-o em mero objeto do processo. 
Falta ao referido sistema elementos essenciais do denominado due process of law, como, por exemplo, a 
publicidade dos atos processuais, a imparcialidade do juiz e as garantias do contraditório e da ampla defesa. 
O sistema acusatório, em contrapartida, implica o estabelecimento de uma relação processual triangular 
(actum trium personarum), onde o órgão jurisdicional encontra-se como imparcial aplicador da lei e as partes 
acusadora e acusada estão em pé de igualdade, asseguradas as garantias do contraditório e da ampla defesa. Este 
sistema teve origem na Inglaterra e na França, após a revolução, e é hoje o adotado na maioria dos países 
americanos e em muitos da Europa. 
Segundo Tourinho Filho, as principais características do sistema acusatório são: 
"a) o contraditório, como garantia político-jurídica do cidadão; 
b) as partes acusadora e acusada, em decorrência do contraditório, encontram-se no mesmo pé de 
igualdade; 
c) o processo é público, fiscalizável pelo olho do povo; excepcionalmente permite-se uma publicidade 
restrita ou especial; 
d) as funções de acusar, defender e julgar são atribuídas a pessoas distintas e, logicamente, não é dado ao 
juiz iniciar o processo (ne procedat judex ex officio); 
e) o processo pode ser oral ou escrito; 
f) existe, em decorrência do contraditório, igualdade de direitos e obrigações entre as partes, pois non 
debet licere actori, quod reo non permittitur; 
g) a iniciativa do processo cabe á parte acusadora, que poderá ser o ofendido ou seu representante legal, 
 
 
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 DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
qualquer cidadão do povo ou um órgão do Estado". 
 
1.3.5 - Juiz Natural 
O princípio do juiz natural ou juiz constitucional, também chamado de princípio do juiz competente, no 
direito espanhol, e princípio do juiz legal, no direito alemão, originou-se, historicamente, no ordenamento 
anglosaxão, desdobrando-se, a posteriori, nos constitucionalismos norte-americano e francês. Entre nós, o 
referido princípio inseriu-se deste o início das Constituições. 
Trata-se de princípio que garante ao cidadão o direito de não ser subtraído de seu Juiz Constitucional ou 
Natural, aquele pré-constituído por lei para exercer validamente a função jurisdicional. 
Assegura expressamente a Constituição Federal que "ninguém seráprocessado nem sentenciado senão 
pela autoridade competente" (artigo 5°, inciso LIII) e que "não haverá juízo ou tribunal de exceção" (artigo 5°, 
inciso XXXVII). Outrossim, determina a Lei Maior que "a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário 
qualquer lesão ou ameaça a direito" (artigo 5°, XXXV). 
 
1.3.6 - Publicidade 
Determina a Constituição Federal que "a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando 
a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem" (artigo 5°, inciso LX). Estabelece ainda que "todos os 
julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário são públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de 
nulidade, podendo a lei, se o interesse público o exigir, limitar a presença, em determinados atos, ás próprias 
partes e a seus advogados, ou somente a estes" (artigo 93, inciso IX) e que "todos têm direito a receber dos 
órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas 
no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível á segurança 
da sociedade e do Estado" (artigo 5°, inciso XXXIII). 
Tem-se, portanto, a elevação a dogma constitucional do princípio da publicidade dos atos processuais, 
antes previsto apenas no caput do artigo 792 do Código de Processo Penal que já orientava que "as audiências, 
sessões e os atos processuais serão, em regra, públicos e se realizarão nas sedes dos juízos e tribunais, com 
assistência dos escrivães, do secretário, do oficial de justiça que servir de porteiro, em dia e hora certos, ou 
previamente designados". 
 
1.3.7 - Obrigatoriedade 
O princípio da obrigatoriedade, também chamado de princípio da indisponibilidade ou da legalidade, é o 
que predomina no processo penal. Segundo ele, a autoridade policial é obrigada a instaurar Inquérito Policial e 
o órgão do Ministério Público não pode deixar de promover a ação penal quando houver a prática de um crime 
apurado mediante ação penal pública, conforme dispõem os artigos 5°, 6° e 24, do CPP. Tal princípio 
contrapõese ao do da oportunidade ou disponibilidade, pelo qual o órgão estatal tem a faculdade de promover 
ou não a ação penal, de acordo com a máxima minima non curat praetor, devendo o Estado abster-se de coisas 
insignificantes e, assim, deixar de promover o jus puniendi quando verificar, sob o prisma do interesse público, 
que do exercício da ação penal poderá advir maiores inconvenientes que vantagens. 
 
1.3.8 - Presunção de Inocência , In Dubio Pro Reo ou Favor libertatis 
Garante o artigo 5°, inciso LVII, da Constituição Federal que "ninguém será considerado culpado até o 
trânsito em julgado de sentença penal condenatória", elevando o princípio da presunção de inocência a dogma 
constitucional, tal como proclamado no artigo 11 da Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948 
(Everyone charged with a penal offense has the right to be presumed innocent until proved guilty according to 
law in a public trial at which he has all the garantees necessary for his defense). 
Ressalte-se que o mencionado princípio já se encontrava inserido no ordenamento jurídico brasileiro em 
consequência da adesão do Brasil á Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa 
Rica), conforme Decreto n° 678/92, a qual dispõe em seu artigo 8°, 2, que "toda pessoa acusada de delito tem 
direito a que se presuma sua inocência enquanto não se comprove legalmente sua culpa". 
Decorre do princípio da presunção de inocência, ou do estado de inocência, como preferem alguns, que: 
 
 
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a liberdade do acusado só pode ser restringida antes da sentença definitiva a título de medida cautelar que seja 
efetivamente necessária e conveniente, nos termos da lei; cabe ao órgão acusador o ônus de comprovar a 
culpabilidade do acusado, não tendo este o dever de provar sua inocência; para prolatar a sentença condenatória, 
o juiz deve estar plenamente convencido de que o réu foi o autor do ilícito penal apurado, sendo que, havendo 
dúvidas quanto á sua responsabilidade, deverá o juizabsolver o réu. Neste último caso, tem-se o consagrado 
princípio do in dubio pro reo, ou seja, em caso de ausência de provas suficientes capazes de dirimir por completo 
qualquer dúvida a respeito da autoria do delito, deverá o juiz prolatar sentença absolutória a favor do acusado, 
na forma do artigo 386, VI, do CPP. Convém observar que os princípios da presunção de inocência e do in dubio 
pro reo, embora integrem o gênero favor rei, não se confundem. 
 
1.3.9 - Verdade no Processo Penal (Verdade Real) 
A atual concepção publicista do processo não mais admite o órgão jurisdicional agindo como se fosse 
mero expectador da demanda judicial. Reconhecida sua autonomia, enquadrada como ramo do direito público e 
considerando a finalidade sócio-política da função jurisdicional, cumpre ao Juiz, em especial no processo 
criminal, exercer o ius puniendi estatal somente contra aquele que efetivamente praticou a infração penal, nos 
limites de sua culpa. Para tanto, o Processo Penal não deve encontrar limites na forma ou na iniciativa das partes, 
ao contrário, impõe-se a busca e o descobrimento da verdade real, material, ou seja, cumpre ao Juiz averiguar 
além dos limites artificiais da verdade formal, com o intuito claro e determinado de valer fazer a função punitiva 
em face daquele que realmente tenha cometido um ilícito penal. Bastante em voga no Processo Civil, é 
denominada verdade formal . 
 
1.3.10 - Princípio da Igualdade das Partes: No Processo, as partes, embora figurem em pólos opostos, 
situam-se no mesmo plano, com iguais direitos, ônus, obrigações e faculdades. É tanto que a CF elevou a 
acusação e defesa à categoria de funções essenciais à administração da justiça (artigos 127, 133). É o princípio 
da par conditio ou da paridade de armas. Par Conditio: todo acusado tem direito a um advogado, exceto se ele 
mesmo for. Verifica-se a aplicação deste princípio sempre sempre que para uma das partes for dada oportunidade 
de se pronunciar no processo. 
 
1.3.11 - Princípio da persuasão racional ou do livre convencimento: Esse princípio, consagrado no 
artigo 157 do CPP, impede que o Juiz possa julgar com o conhecimento que eventualmente tenha extra-autos. O 
Juiz tem inteira liberdade de julgar, valorando as provas como bem quiser, sem contudo, arredar-se dos autos, 
pois o que não estiver dentro do processo é como se não existisse. Quod non est in actis non est in hoc mundo. 
Sentença em motivação é uma não-sentença. A sociedade e o particular devem saber que motivos levaram o 
Magistrado a esta ou àquela posição. 
 
1.3.12 - Princípio da Iniciativa das partes: Segundo esse princípio, cabe à parte provocar a prestação 
jurisdicional. Tal princípio vem cristalizado no velho aforismo nemo judex sine actore ou ne procedat judex ex 
officio: não há juiz sem autor, ou o Juiz não pode dar início ao processo sem a provocação da parte. Exceções: 
HC de ofício, que é uma verdadeira ação penal popular em defesa da liberdade e da concessão da prisão 
preventiva, verdadeira ação cautelar. O artigo 129, I, da CF/88, proclama ser função institucional do MP 
promover privativamente a ação penal pública. 
 
1.3.13 - Princípio do “NE EAT JUDEX ULTRA PETITA PARTIUM” (O juiz não pode ir além dos pedidos 
das partes): Iniciada a ação, fixam-se os contornos do pedido formulado em juízo. Res in judicio deducta. De 
sorte que o juiz deve pronunciar-se sobre aquilo que lhe foi pedido, que foi exposto na inicial pela parte. Se por 
acaso, ao sentenciar, o Juiz observar que a qualificação-jurídico-penal dada ao fato contestadoé diversa, nada o 
impede de corrigi-la, ainda que a pena fique mais severa, nos termos do artigo 383 do CPP, mesmo porque o réu 
se defende do fato que lhe é imputado e não da sua qualificação. 
 
1.3.14 - Princípio da Oralidade: Significa que a palavra oral deve prevalecer, em algumas fases do 
processo, sobre a palavra escrita, buscando enaltecer os princípios da concentração, da imediatidade e da 
identidade física do juiz. 
 
 
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1.3.15 - Identidade física do Juiz: O magistrado que preside a instrução, colhendo as provas, deve ser o 
que julgará o feito, vinculando à causa. “Não vigorando no nosso ordenamento processual penal o princípio da 
identidade física do juiz, estando o Titular que presidiu o processo no gozo de férias, lícito é ao Juiz substituto 
na Comarca proferir sentença” (RHC 8.980-MG, 5ª T., Rel. José Arnaldo da Fonseca, 18/11/99 ). O CPC o 
mantém no artigo 132. 
 
1.3.16 - Imediatidade: o Magistrado deve ter contato direto com a prova produzida, formando mais 
facilmente sua convicção. 
 
1.3.17 - Concentração: toda colheita da prova e o julgamento deve dar-se em uma única audiência ou no 
menor número delas. 
 
 1.4 - Aplicação da Lei Processual Penal 
 
A lei processual penal tem aplicação imediata, nos termos do artigo 2º, do CPP, que estabelece que “a 
lei processual penal aplica-se desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a urgência da lei 
anterior”.O legislador pátrio adotou o princípio do “tempus reget actum” (aplicação imediata das normas 
processuais penais), não havendo efeito retroativo, visto que, se tivesse, a retroatividade anularia os atos 
anteriores, o que não ocorre, pois os atos processuais realizados sob a égide da lei anterior se consideram válidos. 
Em decorrência do mencionado princípio, duas são as consequências, então: 
a) os atos processuais realizados sob a égide da lei anterior são considerados válidos; 
b) as normas processuais têm imediata aplicação, regulando o desenrolar restante do processo, respeitados 
o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada (CF, art.5º, XXXVI; LICC, art.6º, CPP, art.2º). 
Vale ressaltar que não é raro que as normas jurídicas possuam natureza mista, ora de natureza processual 
e ora de natureza material. Assim, se a norma processual penal possuir também caráter material penal, aplicarse-
ão, quanto à sua disciplina intertemporal, segundo Capez , as regras do art. 2º e parágrafo único do Código Penal, 
recepcionadas pelo artigo 5º, inciso XL, da Constituição Federal; em outras palavras, atribuir-se-á efeito 
retroativo ao dispositivo que for mais favorável ao réu (ultratividade e retroatividade benéfica). 
Tarefa difícil é, entretanto, fazer esta identificação. A norma terá caráter penal material quando versar 
sobre o direito de punir do Estado (tanto em sua forma abstrata quanto em seu aspecto concreto, isto é, como 
pretensão punitiva), criando-o, extinguindo-o ou modificando-o. Assim, normas relativas ao direito de 
representação, à prescrição, à decadência e a perempção serão, concomitantemente, penais e processuais penais 
(CP, art. 107, IV). 
Nota-se isso nas discussões em torno da Lei nº 9.099/95, que transformou as infrações de lesões corporais 
leves e de lesões culposas em crimes de ação penal pública condicionada à representação (art. 88). 
 
 Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação 
a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas. 
 
 O princípio na qual vige no processo penal é o da territorialidade, disposto no artigo 1º, CPP que garante 
a soberania, tendo em vista que não teria sentido consagrar normas procedimentais estrangeiras para aquilatar e 
punir um delito cuja ocorrência foi dentro do território brasileiro. 
Isto significa que deve ser estabelecido o limite geográfico que o CPP tem aplicação e as devidas 
circunstâncias, mesmo que dentro do território nacional, o mesmo não tem incidência. Assim sendo, o poder 
jurisdicional só pode ser exercido no território nacional. 
De acordo com o artigo 1º, inciso I aduz certas hipóteses de excludentes de jurisdição criminal brasileira, 
ou seja, os delitos serão considerados por tribunais estrangeiros a bordo de embarcações públicas estrangeiras 
em águas territoriais e espaço aéreo brasileiro, dentre outros. 
 Isto denota a existência de exceções à aplicação do princípio da territorialidade, como os casos das 
ressalvas elencadas no art. 5º do CP (convenções, tratados e regras do direito internacional), e dos casos de 
extraterritorialidade penal (art. 7º, CP). O professor Aury Lopez vem com algumas discussões no que concerne 
 
 
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ao campo teórico, originando várias questões envolvendo a prática de atos processuais no exterior. Quando o ato 
processual é realizado no exterior, deve ser observado o CPP brasileiro? E caso seja cometido de outra forma, 
de acordo com as regras daquele país, o ato seria nulo? 
 O autor acredita que o ato processual será perpetrado no país estrangeiro segundo as regras vigentes do 
mesmo. Isto quer dizer que as leis processuais penais não possuem extraterritorialidade, tampouco se fala em 
nulidade. Na verdade, ao necessitar da cooperação internacional, deve o país adaptar-se com a forma de que 
desempenhado o poder jurisdicional. 
 
Art. 1º O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados: 
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; 
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos 
crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal 
Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 100); 
III - os processos da competência da Justiça Militar; 
IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, no 17); 
V - os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF nº 130) 
 Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos nos. IV 
e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso. 
 Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos 
realizados sob a vigência da lei anterior. 
 Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem 
como o suplemento dos princípios gerais de direito. 
 
 
01 - (CESPE/PCPE/2016)- Em consonância com a doutrina majoritária e com o entendimento dos tribunais 
superiores, assinale a opção correta acerca dos sistemas e princípios do processo penal. 
a) O princípio da obrigatoriedade deverá ser observado tanto na ação penal pública quanto na ação penal privada. 
b) O princípio da verdade real vigora de forma absoluta no processo penal brasileiro. 
c) Na ação penal pública, o princípio da igualdade das armas é mitigado pelo princípio da oficialidade. 
d) O sistema processual acusatório não restringe a ingerência, de ofício, do magistrado antes da fase processual 
da persecução penal. 
e) No sistema processual inquisitivo, o processo é público; a confissão é elemento suficiente para a condenação; 
e as funções de acusação e julgamento são atribuídas a pessoas distintas. 
 
02 - (CESPE/TJ-AM/JUIZ/2016) - Relativamente aos sistemas e princípios fundamentais do processo 
penal, assinale a opção correta. 
a) A proibição de revisão pro societate foi expressamente integrada ao ordenamento jurídico brasileiropela 
CF, sendo fruto da necessidade de segurança jurídica a vedação que impede que alguém possa ser julgado mais 
 
 
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de uma vez por fato do qual já tenha sido absolvido por decisão passada em julgado, exceto se por juiz 
absolutamente incompetente. 
b) O direito ao silêncio ou garantia contra a autoincriminação derrubou um dos pilares do processo penal 
tradicional: o dogma da verdade real, permitindo que o acusado permaneça em silêncio durante a investigação 
ou em juízo, bem como impedindo de forma absoluta que ele seja compelido a produzir ou contribuir com a 
formação da prova ou identificação pessoal contrária ao seu interesse, revogando as previsões legais nesse 
sentido. 
c) A elaboração tradicional do princípio do contraditório garantia a paridade de armas como forma de 
igualdade processual. A doutrina moderna propõe a reforma do instituto, priorizando a participação do acusado 
no processo como meio de permitir a contribuição das partes para a formação do convencimento do juiz, sendo 
requisito de eficácia do processo. 
d) O princípio do juiz natural tem origem no direito anglo-saxão, construído inicialmente com base na ideia 
da vedação do tribunal de exceção. Posteriormente, por obra do direito norte-americano, acrescentou-se a 
exigência da regra de competência previamente estabelecida ao fato, fruto, provavelmente, do federalismo 
adotado por aquele país. O direito brasileiro adota tal princípio nessas duas vertentes fundamentais. 
e) A defesa técnica é o corolário do princípio da ampla defesa, exigindo a participação de um advogado 
em todos os atos da persecução penal. Segundo o STF, atende integralmente a esse princípio o pedido de 
condenação ao mínimo legal, ainda que seja a única manifestação jurídica da defesa, patrocinada por DP ou 
dativo. 
 
03 - (FCC/Analista Judiciário/TJ-PA/2009) A nova lei processual penal 
A) é de incidência imediata, pouco importando a fase em que esteja o processo. 
B) não é aplicável aos processos, ainda em curso, iniciados na vigência da lei processual anterior. 
C) não é aplicável aos processos de rito ordinário, ainda em andamento, quando de sua vigência. 
D) é aplicável, inclusive, aos processos já findos. 
E) é aplicável somente aos processos, ainda em curso, da competência do Tribunal do Júri. 
 
04 - (TJ-MS/Juiz Substituto/TJ-MS/2008) - Relativamente aos princípios processuais penais, é incorreto 
afirmar que: 
A) o princípio da presunção de inocência recomenda que em caso de dúvida o réu seja absolvido. 
B) o princípio da presunção de inocência recomenda que processos criminais em andamento não sejam 
considerados como maus antecedentes para efeito de fixação de pena. 
C) os princípios do contraditório e da ampla defesa recomendam que a defesa técnica se manifeste depois da 
acusação e antes da decisão judicial, seja nas alegações finais escritas, seja nas alegações orais. 
D) o princípio do juiz natural não impede a atração por continência nos casos em que o co-réu possui foro por 
prerrogativa de função quando o réu deveria ser julgado por um juiz de direito de primeiro grau. 
E) o princípio da vedação de provas ilícitas não é absoluto, sendo admissível que uma prova ilícita seja utilizada 
quando é a única disponível para a acusação e o crime imputado seja considerado hediondo. 
 
05 – (CESPE/TJ-CE/2014) - Lei processual penal : A) 
não admite interpretação sistemática. 
B) não admite aplicação analógica. 
C) não admite o suplemento dos princípios gerais de direito. 
D) não deve ser interpretada sempre restritivamente. 
E) não admite interpretação extensiva. 
 
06 – (VUNESPE/DELEGADO/2014) - A lei processual penal 
A) tem aplicação imediata, sem prejuízo dos atos realizados sob a vigência de lei anterior. 
B) somente pode ser aplicada a processos iniciados sob sua vigência. 
C) tem aplicação imediata, devendo ser declarados inválidos os atos praticados sob a vigência de lei anterior. 
D) tem aplicação imediata, devendo ser renovados os atos praticados sob a vigência da lei anterior. 
 
 
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E) é retroativa aos atos praticados sob a vigência de lei anterior. 
 
07 – (CESPE/TJ-CE/2014) - Com relação à aplicação da lei processual no tempo, assinale a opção correta. 
A) Lei processual penal anterior à nova lei continuará a ser aplicada nos processos que se iniciaram sob a sua 
vigência. 
B) Nova lei processual penal retroage para alcançar os atos praticados na vigência da lei processual penal 
anterior. 
C) Nova lei processual penal tem incidência imediata nos processos já em andamento. 
D) Atos processuais realizados sob a vigência de lei processual penal anterior à nova lei serão considerados 
inválidos. 
E) Nova lei processual penal será aplicada apenas aos processos que se iniciarem após a sua publicação. 
 
08 – (CESPE/TJ-SE/2008) - Os princípios constitucionais aplicáveis ao processo penal incluem A) 
a publicidade. 
B) a verdade real. 
C) a identidade física do juiz. 
D) o favor rei. 
E) a indisponibilidade. 
 
09 – (OAB) - A lei processual penal nova aplica-se aos: 
A) fatos passados; 
B) atos processuais já realizados; 
C) prazos processuais em andamento; 
D) atos processuais futuros. 
 
10 – (FCC/TJ-PE/OFICIAL) - A lei processual penal 
A) obriga a repetição dos atos praticados anteriormente à sua vigência. 
B) não admite interpretação extensiva. 
C) não admite interpretação analógica. 
D) não admite o suprimento dos princípios gerais de direito. 
E) tem, de regra, aplicação imediata. 
 
11 - Relativamente aos princípios processuais penais, é incorreto afirmar que: 
A) o princípio da presunção de inocência recomenda que em caso de dúvida o réu seja absolvido. 
B) o princípio da presunção de inocência recomenda que processos criminais em andamento não sejam 
considerados como maus antecedentes para efeito de fixação de pena. 
C) os princípios do contraditório e da ampla defesa recomendam que a defesa técnica se manifeste depois da 
acusação e antes da decisão judicial, seja nas alegações finais escritas, seja nas alegações orais. 
D) o princípio do juiz natural não impede a atração por continência nos casos em que o co-réu possui foro por 
prerrogativa de função quando o réu deveria ser julgado por um juiz de direito de primeiro grau. 
E) o princípio da vedação de provas ilícitas não é absoluto, sendo admissível que uma prova ilícita seja utilizada 
quando é a única disponível para a acusação e o crime imputado seja considerado hediondo. 
 
12 - Os princípios constitucionais aplicáveis ao processo penal incluem A) 
a publicidade. 
B) a verdade real. 
C) a identidade física do juiz. 
D) o favor rei. 
E) a indisponibilidade. 
 
 
 
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13 - ( ) - Embora o Ministério Público seja o principal destinatário dos elementos de convicção reunidos 
no inquérito policial, o processo penal, como um todo, é orientado pelo princípio da verdade real, de modo que 
eventuais novas provas obtidas em sede inquisitorial, ainda que já iniciada a ação penal, podem e devem ser 
juntadas aos autos. 
 
14 – (FUNCAB/PC-PA/Delegado de Polícia/2016) - No que respeita aos princípios da presunção de 
inocência e da não autoincriminação, é correto afirmar que: 
a) o direito ao silêncio pode ser utilizado em desfavor do réu. 
b) segundo a atual jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a sentença condenatória tem eficácia tão logo 
confirmadaem segundo grau de jurisdição, não importando em violação ao princípio da presunção de 
inocência. c) a exigência do recolhimento do réu à prisão para apelar não ofende os princípios da não 
culpabilidade e da proporcionalidade. 
d) é possível a invocação de investigações e ações penais em andamento como maus antecedentes na fase 
da aplicação da pena. 
e) o princípio constitucional da não culpabilidade não é óbice ao lançamento do nome do réu no rol dos 
culpados antes do trânsito em julgado da sentença condenatória. 
 
15 – (FUNCAB/PC-PA/Delegado de Polícia/2016) - Leia as frases a seguir e a partir dos respectivos 
conteúdos responda. 
1. “Esse princípio fundamental de civilidade representa o fruto de uma opção garantista a favor da tutela 
da imunidade dos inocentes” (Luigi Ferrajoli). 
2. “Basta ao corpo social que os culpados sejam geralmente punidos, pois é seu maior interesse que todos 
os inocentes sem exceção sejam protegidos" (Lauzé di Peret). 
3. “A metafísica do direito penal propriamente dita é destinada a proteger os culpados dos excessos da 
autoridade social; a metafísica do direito processual tem por missão proteger dos abusos e dos erros da 
autoridade todos os cidadãos inocentes e honestos" (Francesco Carrara). 
Qual princípio a seguir melhor sintetiza o conteúdo, as idéias e as preocupações acima expostas? a) 
Princípio da verdade real 
b) Devido processo penal 
c) Ampla defesa contraditório 
d) Nemo tenetur se detegere 
e) Presunção de inocência 
 
16 – (MPE-PR/PROMOTOR2016) - Assinale a alternativa incorreta: 
O juiz de uma causa deve ser imparcial, legalmente investido e competente, o que se harmoniza com a previsão 
de órgão colegiado em primeiro grau de jurisdição para o processo e julgamento dos crimes praticados por 
organizações criminosas; 
b) A redistribuição de processos pela instalação de novas varas ofende os princípios do devido processo 
legal, do juiz natural e da perpetuatio jurisdictionis; 
c) Não viola o princípio do juiz natural a convocação de juízes de primeiro grau para compor órgão julgador 
do respectivo Tribunal, na apreciação de recursos em segundo grau de jurisdição, ainda que observadas as 
diretrizes legais federais ou estaduais; 
d) A atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um 
dos denunciados não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal; 
e)Viola o princípio do juiz natural o desaforamento da sessão de julgamento pelo júri, quando não verificada a 
ocorrência de interesse de ordem pública, dúvida sobre a imparcialidade dos jurados, segurança pessoal do 
acusado ou comprovado excesso de serviço impeditivo da realização do julgamento no prazo de seis meses. 
 
17 – (FCC/DPE-ES/2016) - Sobre a garantia do duplo grau de jurisdição, 
é típico de sistemas processuais inquisitivos e se vale para uma melhor gestão da prova em virtude da 
colegialidade dos Tribunais. 
 
 
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b) não se aplica nos Juizados Especiais Criminais, em virtude da informalidade que vigora nesse sistema. 
c) é expressa e explicitamente prevista na Constituição de 1988, aplicando-se, inclusive, aos casos de 
competência originária do STF. 
d) a jurisprudência dominante dos Tribunais Superiores considera aplicável o duplo grau de jurisdição apenas 
em relação ao acusado, não podendo o Ministério Público recorrer em caso de absolvição em primeira 
instância. 
e) a Corte Interamericana de Direitos Humanos já decidiu que no caso de o acusado ter sido absolvido em 
primeiro grau, mas em razão de recurso da acusação, é condenado em segundo grau pela primeira vez, deve 
ser garantido recurso amplo desta decisão, podendo rediscutir questões de fato e de direito. 
 
18 – (FUNCAB/PC-PA/Delegado de Polícia/2016) - Leia as afirmativas a seguir. 
I. o nemo tenetur se detegere traduz-se na vedação da autoincriminação coercitiva. A jurisprudência do 
STF tem extraído deste princípio inúmeras limitações em matéria de produção de prova, como por exemplo, a 
garantia de ninguém ser obrigado a fornecer padrões grafotécnicos para perícia. 
II. As intervenções corporais coercitivas no processo penal, quando invasivas, violam a dignidade humana, 
destacadamente quando se pensa na fórmula-objeto de Dürig. Já as leves ou não invasivas, mesmo quando 
coercitivas, em razão da insignificância das mesmas, são toleradas e admissíveis, pois não há nada no 
ordenamento que justifique sua inadmissão. 
III. Dos cinco componentes da dignidade humana indicados pela doutrina alemã, a integridade física e 
espiritual tem especial relevância para o processo penal, em razão das limitações que impõe a colheita de provas, 
vedando, por exemplo, não só a tortura, como também a utilização de meios como soro da verdade e hipnose. 
IV. A busca da verdade real é princípio inquestionável e fundamental no processo penal. Sendo assim, 
eventualmente é possível admitir uma prova ilícita desde que haja uma ponderação e observância da 
razoabilidade, sendo a segurança pública elemento justificador da utilização da prova produzida ilicitamente 
quando esta for necessária para combater, por exemplo, o tráfico de drogas e o crime organizado. 
Está correto apenas o que se afirma em: 
a) I e II. 
b) I, II e III. 
c) I e III. 
d) III e IV. 
e) I, II e IV. 
 
19 – (FUNCAB/PC-PA/Delegado de Polícia/2016) - Leia as alternativas a seguir e assinale a correta. 
A audiência de custódia e o duplo grau de jurisdição, embora previstos em tratados internacionais, não podem 
ser considerados direitos fundamentais nos termos da Constituição, pois o artigo 5º da CRF/88 estabelece um 
rol taxativo de direitos fundamentais. 
b) O princípio do juiz natural tem tripla dimensão formal. A primeira veda os tribunais pos facto, a segunda 
proscreve a escolha de juiz. Para parte da doutrina, referido princípio apresenta, ainda, uma terceira dimensão 
formal, consiste no princípio da identidade física do juiz. 
c) A cláusula do devido processo traduz-se totalmente na garantia de um procedimento previsto em lei e 
não em um conjunto de princípios. 
d) O princípio da presunção de inocência funciona como uma regra de tratamento, sendo referência 
axiológica para o regime das prisões cautelares; e uma regra de julgamento, distribuindo o ônus da prova no 
processo penal, cabendo ao Ministério Público provar a tipicidade e à defesa provar as excludentes de ilicitude 
que alegar. 
e) São inadmissíveis no processo penal as provas ilícitas. Assim, estas não estão sob o regime das 
nulidades, que inclusive se submetem a discussão sobre sanatória . A sanção constitucional de inadmissibilidade 
é uma categoria mais rigorosa. 
 
 
 
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20 – (FUNCAB/PC-PA/Delegado de Polícia/2016) - Em consonância com a doutrina majoritária e com 
o entendimento dos tribunais superiores, assinale a opção correta acerca dos sistemas e princípios do 
processo penal. 
O princípio da obrigatoriedade deverá ser observado tanto na ação penal pública quanto na ação penal privada. 
b) O princípio da verdade real vigora de forma absoluta no processo penal brasileiro. 
c) Na ação penal pública, o princípio da igualdade das armas é mitigado pelo princípio da oficialidade. 
d) O sistema processual acusatório não restringe a ingerência, de ofício, do magistrado antes da fase processual 
da persecução penal. 
e) No sistema processual inquisitivo, o processo é público; a confissão é elemento suficiente para a condenação; 
e as funções de acusação e julgamento são atribuídas a pessoas distintas.01.C 02.D 03.A 04.E 05.D 06.A 07.C 08.A 09.D 10.E 
11.E 12.A 13.V 14.B 15.E 16.B 17.E 18.E 19.E 20.C 
 
 
EXERCÍCIOS DE NIVELAMENTO 
 
 
01 Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AP Prova: Defensor 
Público O sistema acusatório 
a) se caracteriza por separar as funções de acusar e julgar e por deixar a iniciativa probatória com as partes. 
b) se verifica quando a Constituição prevê garantias ao acusado. 
c) tem sua raiz na motivação das decisões judiciais. 
d) vigora em sua plenitude no direito brasileiro. 
e) privilegia a acusação, sedo próprio dos regimes autoritários. 
 
02 Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: DPE-AL Prova: Defensor Público 
No processo penal, as características do sistema acusatório incluem 
I. clara distinção entre as atividades de acusar e julgar, iniciativa probatória exclusiva das partes e o juiz como 
terceiro imparcial e passivo na coleta da prova. 
II. neutralidade do juiz, igualdade de oportunidades às partes no processo e repúdio à prova tarifada. 
III. predominância da oralidade no processo, imparcialidade do juiz e supremacia da confissão do réu como 
meio de prova. IV. celeridade do processo e busca da verdade real, o que faculta ao juiz determinar de ofício 
a produção de prova. 
Estão certos apenas os itens: 
a) I e II. 
b) I e IV. 
c) II e III. 
d) I, III e IV. 
e) II, III e IV. 
 
 
 
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 DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
03 Ano: 2017 Banca: FAPEMS Órgão: PC-MS Prova: Delegado de 
Polícia 
Sobre os sistemas processuais penais, assinale a alternativa correta de acordo com a doutrina majoritária, 
legislação e jurisprudência vigentes. 
a) Pelo estudo e analise histórica dos sistemas processuais penais, é possível constatar que houve uma 
evolução linear do sistema inquisitório para o acusatório e, ao final, para o misto em compasso com a valorização 
do réu como sujeito de direitos e não apenas como um objeto do processo. 
b) O princípio unificador tem por objetivo proporcionar coerência aos diversos elementos do sistema 
processual penal, a exemplo do princípio acusatório que decorre dos princípios democrático e republicano e 
requer um processo em que os sujeitos parciais possuem tratamento igual, com paridade de armas, ao 
defenderem suas pretensões em juízo. 
c) Os modelos de sistemas processuais penais estão diretamente relacionados ao exercício do poder penal 
estatal, o qual integra um plano político, social e cultural. Dessa forma, as visões históricas e teóricas sobre o 
sistema processual penal brasileiro permanecem em constante convergência e facilitam a identificação do 
modelo vigente. 
d) A Constituição Federal de 1988 traça um processo penal acusatório, porém diversos dispositivos do 
Código de Processo Penal apresentam núcleo inquisitivo exigindo uma filtragem constitucional. Nesse contexto, 
é defeso ao juiz assumir a gestão das provas, auxiliar o Delegado de Polícia na colheita de elementos de 
informação e fundamentar sua decisão em provas antecipadas. 
e) O Código de Processo Penal permite que o inquérito policial, nos crimes de ação pública, seja iniciado 
mediante requisição da autoridade judiciária; que a autoridade policial realize as diligências requisitadas pelo 
juiz; e que este realize pessoalmente busca domiciliar. Tais dispositivos são considerados como exceções dentro 
do sistema acusatório, nos casos de crimes de natureza grave, v.g., crimes hediondos. 
 
04 Ano: 2017 Banca: FAPEMS Órgão: PC-MS Prova: Delegado de 
Polícia 
As fontes do Direito Processual Penal são classificadas pela doutrina com a distinção daquelas que criam 
a norma das que a exteriorizam. Sobre esse tema, afirma-se, com exatidão, que 
a) os tratados e as convenções internacionais sobre direitos humanos, ratificados pelo Brasil por meio do 
procedimento exigido pela norma constitucional, são considerados como fontes materiais do Direito Processual 
Penal, pois equivalem às emendas constitucionais. 
b) cabe à União, de forma exclusiva e privativa, a elaboração de normas processuais penais, bem como 
legislar sobre direito penitenciário. Em questões específicas de direito local, aos Estados-membros pode ser 
atribuída a competência para legislarem sobre processo penal, através de lei ordinária. 
c) o costume, considerado fonte de cognição supletiva, é admitido para afastar ou tornar inaplicável norma 
processual penal e, com isto, revogar dispositivos legais, principalmente aqueles que não se compatibilizam com 
o sistema processual democrático inaugurado pela Constituição Federal de 1988. 
d) apesar de a lei processual penal não autorizar explicitamente a utilização dos princípios gerais do direito, 
são constantemente utilizados diversos princípios processuais constitucionais na interpretação dos casos 
concretos. 
e) o Presidente da República, somente por meio de Decreto, pode legislar sobre indulto e comutação de 
penas. Trata-se de competência privativa instituída pela Constituição Federal vigente, embora possa tal 
atribuição ser delegada por aquele aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República e ao Advogado-
Geral da União. 
 
05 Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: DPE-ES Prova: Defensor Público 
Sobre a garantia do duplo grau de jurisdição, 
a) é típico de sistemas processuais inquisitivos e se vale para uma melhor gestão da prova em virtude da 
colegialidade dos Tribunais. 
b) não se aplica nos Juizados Especiais Criminais, em virtude da informalidade que vigora nesse sistema. 
 
 
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 DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
c) é expressa e explicitamente prevista na Constituição de 1988, aplicando-se, inclusive, aos casos de 
competência originária do STF. 
d) a jurisprudência dominante dos Tribunais Superiores considera aplicável o duplo grau de jurisdição apenas 
em relação ao acusado, não podendo o Ministério Público recorrer em caso de absolvição em primeira 
instância. 
e) a Corte Interamericana de Direitos Humanos já decidiu que no caso de o acusado ter sido absolvido em 
primeiro grau, mas em razão de recurso da acusação, é condenado em segundo grau pela primeira vez, deve 
ser garantido recurso amplo desta decisão, podendo rediscutir questões de fato e de direito. 
 
06 Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: PC-PE Prova: Delegado de Polícia 
Em consonância com a doutrina majoritária e com o entendimento dos tribunais superiores, assinale a 
opção correta acerca dos sistemas e princípios do processo penal. 
a) O princípio da obrigatoriedade deverá ser observado tanto na ação penal pública quanto na ação penal 
privada. 
b) O princípio da verdade real vigora de forma absoluta no processo penal brasileiro. 
c) Na ação penal pública, o princípio da igualdade das armas é mitigado pelo princípio da oficialidade. 
d) O sistema processual acusatório não restringe a ingerência, de ofício, do magistrado antes da fase processual 
da persecução penal. 
e) No sistema processual inquisitivo, o processo é público; a confissão é elemento suficiente para a condenação; 
e as funções de acusação e julgamento são atribuídas a pessoas distintas. 
 
07 Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: DPE-RN Prova: Defensor Público 
Assinale a opção correta a respeito dos sistemas de processo penal e da interpretação da lei processual 
penal segundo o CPP e o entendimento do STJ. 
a) De acordo com o CPP, a analogia equivale à norma penal incriminadora, protegida pela reserva legal, razão 
pela qual não pode ser usada contra o réu. 
b) No sistema inquisitivo, a confissão é considerada a rainha das provas e predominam nele procedimentos 
exclusivamente escritos. 
c) A lei processual penal

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