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Resumo de Civil I (prova) V1

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Direito Civil I 
1. Leis de Introdução às Normas do 
Direito (LINDB) 
 
 Não é parte integrante do Código Civil 
 Consiste em um rol que disciplina a 
aplicação das leis em geral 
 Conhecida também como ‘‘uma lei 
sobre as leis’’ 
 Sua função é reger as normas, 
indicando como interpretá-la ou aplica-
las, determinando-lhe a vigência e a 
eficácia 
 As principais finalidades da LINDB: 
I. Validade: significa sua 
identificação como compatível ao 
sistema jurídico que integra; o 
descumprimento das regras de 
validade importará ao 
reconhecimento da 
inconstitucionalidade ou 
ilegalidade da norma 
estabelecida, considerando-a 
não pertinente ao sistema 
II. Vacatio legis: é o período entre 
o início da vigência da lei e o 
momento de sua entrada em 
vigor 
III. Vigência: tempo de validade da 
norma, ou seja, período que vai 
do momento em que ela passa a 
ter força vinculante até a data em 
que é revogada ou que se esgota 
o prazo para sua duração (leis 
temporárias) 
IV. Eficácia: qualidade da norma 
que se refere à possibilidade de 
produção concreta de efeitos 
 Visão geral do Direito Civil: 
 Considerações iniciais: 
o A ciência do Direito está em 
constante atraso/desigualdade em 
relação à sociedade 
o A vida é cheia de situações e a lei 
não as consegue prever totalmente 
o Nas hipóteses de ausência de lei, 
diante de determinada 
relação/situação, ocorre o que se 
denomina lacunas de leis 
 A LINDB prevê mecanismos 
inteligentes que tem a tarefa de 
completar, tornar íntegro o 
ordenamento, suprindo eventuais 
lacunas 
 Com o intuito de solucionar a 
lide e por não haver lei que a 
estabeleça, usa-se a analogia ou os 
costumes ou os princípios gerais do 
direito 
Princípios Gerais do Direito são diretrizes 
norteadores de todo o ordenamento 
jurídico; correspondem aos três princípios 
gerais já encontrados no direito romano: 
viver honestamente, dar a cada um o que 
e seu e não lesar o próximo 
 
 Interpretação das normas jurídicas: 
o É feita por meio das fontes do direito 
e de determinados meios de 
interpretação 
 Fontes do Direito: 
 Lei: preceito jurídico escrito, 
emanado do poder estatal competente, 
com o caráter obrigatório e generalizado 
 Costume: é o uso geral, 
constante e notório de uma regra 
estabelecida pelo povo e não pelo poder 
estatal; e uma prática reiterada e 
uniforme de comportamento; são 
requisitos dos costumes, para que 
possam ser considerados fonte do direito: 
continuidade, uniformidade, diuturnidade, 
moralidade e obrigatoriedade 
 Jurisprudência: é o conjunto de 
pronunciamentos do Poder Judiciário, em 
determinado sentido, a respeito de certo 
objeto, de modo constante e pacífico por 
parte dos Tribunais 
 Princípios Gerais do Direito 
 
 Direito Civil I 
 Doutrina: reflexões/opiniões 
dos estudiosos do direito (fala da lei) 
 Meios de interpretação: 
o Quanto à natureza: 
 Interpretação gramatical: 
consiste numa leitura inicial do texto 
onde se busca captar seu conteúdo 
e observar sua linguagem 
 Interpretação lógica: examina 
o sentido da locuções e orações, dá-
se pelo sentido de premissas e 
conclusão 
 Interpretação histórica: indaga 
sobre as condições de meio e de 
momento da elaboração da norma 
legal, levando em conta os aspectos 
sociais, econômicas, e políticos da 
nação no momento do julgamento 
do fato 
 Interpretação teleológica: 
examina a finalidade da lei 
 Interpretação sistemática: 
busca a intencionalidade objetiva do 
legislador por meio da conexão da 
norma interpretada com os demais 
elementos do sistema 
o Quanto à extensão: 
 Interpretação declarativa: 
quando foi verificado que o 
legislador utilizou de forma 
adequada e correta todas as 
palavras contidas na lei, ocorrendo 
exata equivalência entre os sentidos 
e a vontade presente na lei 
 Interpretação extensiva-
ampliativa: quando a lei carece de 
amplitude, ou seja, diz menos do 
que deveria dizer, devendo o 
intérprete verificar qual os reais 
limites da norma 
 Interpretação restritiva: é 
aquela cujo resultado se mostra 
menos amplo do que as expressões 
utilizadas pelo legislador 
 Princípios que regem o Código Civil: 
I. Eticidade: consiste em evitar ao 
máximo o processo 
II. Socialidade: advém do princípio 
social da justiça; tendo em vista 
que a verdadeira igualdade está 
no tratamento desigual aos 
desiguais na proporção e medida 
de sua desigualdade 
III. Operabilidade: apresentação de 
soluções interpretativas que 
pragmatizam a aplicação de 
norma (ex.: a diferença entre 
prescrição e decadência) 
 
2. Das pessoas 
 
 Pessoa: é o titular de direitos e 
obrigações na ordem jurídica, ou seja, o 
ser humano 
 Poderá ser também um conjunto deles 
reunidos formalmente para um 
determinado fim, ou mesmo uma 
pessoa moral, constituída de bens sob 
forma de fundação, casos em que a lei 
concede o nome de pessoa jurídica 
 Entes despersonalizados: são 
patrimônios especiais que titularizam 
alguns direitos, embora não tenham 
personalidade jurídica, ou seja, não são 
formalmente registrados; encontram-se 
na linha fronteiriça entre o titular de 
direitos por excelência e os bens; 
exemplos: a herança jacente, a massa 
falida, o espólio e a pessoa jurídica sem 
registro 
 Capacidade e personalidade: o artigo 1º 
do Código Civil já estabelece a 
capacidade de direito, a aptidão 
genérica do ser humano de adquirir 
direitos e contrair obrigações, prevendo 
que: “toda pessoa é capaz de direitos e 
deveres na ordem civil” 
 Às pessoas jurídicas, também se 
concede tal capacidade de direito; e se, 
por um lado, capacidade de direito é o 
atributo que todo ser humano tem de 
 
 Direito Civil I 
adquirir direitos e contrair obrigações, 
por outro lado, nem todos podem 
exercer tais direitos 
 O conjunto dessas capacidades 
forma o que se denomina 
personalidade, ou seja, a qualidade das 
pessoas, desse ente, como nome, 
dignidade, intimidade, entre outros 
 Personalidade é a medida da 
capacidade 
 Capacidade de Direito: a mera condição 
de existir, de ser pessoa com vida, já 
confere titularidade do art. 1º 
 A capacidade de direito confere ao 
cidadão a possibilidade de ser titular de 
direitos e obrigações na ordem civil, 
qualquer que seja a sua idade, condição 
social, aptidão mental e grau de 
consciência. É uma aptidão concedida a 
todo indivíduo que nasce com vida 
 Início da capacidade: no CC em seus 
arts. 2º e 6º é previsto da seguinte 
forma: ‘‘A personalidade civil da pessoa 
começa do nascimento com vida (...)’’ e 
‘‘A existência da pessoa natural termina 
com a morte (...)’’; quanto ao 
nascimento, o legislador exigiu o 
nascimento com vida, para proclamar 
alguns direitos inerentes 
Exemplo: imagine uma situação de 
herança, um empresário rico que vem a 
falecer poucos dias após saber que sua 
namorada (não companheira) estava 
grávida. Na hipótese da criança nascer 
com vida e logo depois morrer, a criança 
mesmo que viva por alguns segundos 
adquiriu plena capacidade de direito, 
plena personalidade, portanto, nesse 
intervalo de vida, adquiriu todo patrimônio 
do pai, e assim que faleceu, transmitiu 
para a mãe. Na hipótese da criança ser 
natimorta (não nascer com vida), ela não 
adquiriu personalidade, não teve direitos, 
portanto,nada recebeu do pai para 
transmitir. A herança nesse caso, seria 
transmitida aos pais do empresário, pela 
força do art. 1829, CC 
 
Art. 1.829 – A sucessão legítima defere-
se na ordem seguinte: 
I – aos descendentes, em concorrência 
com o cônjuge sobrevivente, salvo se 
casado este com o falecido no regime da 
comunhão universal, ou no da separação 
obrigatória de bens; ou se, no regime de 
comunhão parcial, o autor da herança 
não houver deixado bens particulares; 
II – aos ascendentes, em concorrência 
com o cônjuge; 
III – ao cônjuge sobrevivente; 
IV – aos colaterais. 
 
 Nascituro: o Código Civil prevê a figura 
do nascituro que é a criança concebida, 
mas não nascida, ou seja, que se 
encontra no ventre materno; a lei não 
lhe confere personalidade, mas também 
não o esquece e tutela sua frágil 
situação 
Art. 2º – A personalidade civil da pessoa 
começa do nascimento com vida; mas a lei 
põe a salvo, desde a concepção, os 
direitos do nascituro. 
 Esta proteção se exterioriza de diversas 
pelo Código afora. O art. 542 permite a 
doação ao nascituro, desde que aceita pelo 
seu representante; o art. 1779 prevê sua 
curatela quando sua mãe não tiver poder 
familiar e seu pai falecer durante a gravidez; 
o art. 1798, outorga-lhe a capacidade 
sucessória 
 A jurisprudência tem outorgado ao 
nascituro a capacidade de estar em juízo, 
representado pela mãe, a fim de investigar a 
paternidade do indigitado pai 
 Capacidade de Fato: capacidade de 
exercer, fruir pessoalmente de seus 
direitos e de cumprir pessoalmente com 
seus deveres; a capacidade de fato tem 
a ver com a aptidão para lidar com o 
exercício dos seus direitos, com a 
fruição dos direitos e deveres civis 
 
 Direito Civil I 
 
Exemplo: o absolutamente incapaz 
tem capacidade de direito por poder 
receber a herança de seu pai. Têm 
aptidão para tornar-se proprietário 
dos bens deixados pelo seu 
ascendente, porém, sendo menor, 
não possui capacidade civil para 
negociar, transferir, alienar, 
permutar, alugar pessoalmente os 
bens. Ou seja, não possui 
capacidade de fato, que é essa 
capacidade de exercer seus direitos 
pessoalmente. Se o menor o faz, o 
negócio é declarado nulo de pleno 
direito 
 
 Absolutamente Incapaz de Fato: o art. 
3º do Código Civil traz um rol de 
pessoas privadas da capacidade de fato 
Art. 3º – São absolutamente incapazes 
de exercer pessoalmente os atos da vida 
civil os menores de 16 (dezesseis) anos. 
 O art. 3º, CC deve ser compreendido 
com cautela. Apesar do menor de 16 anos 
ainda não ser considerado totalmente capaz 
para exercer vários dos atos de sua vida 
civil, isso não impede que seja devidamente 
ouvido em suas vontades. É o caso, por 
exemplo, de litigância de guarda do menor 
de 16 anos por seus pais. É extremamente 
razoável que o menor manifeste sua 
decisão e sua vontade seja considerada 
para o juiz proferir decisão final 
 Cabe ressaltar que o analfabeto é 
plenamente capaz de exercer seus direitos 
e obrigações, portanto, o art. 3º, CC deve 
ser interpretado restritivamente. O 
analfabetismo por si só não é causa de 
incapacidade, caso essa pessoa consiga se 
manifestar por palavras, assinatura a rogo, 
etc, não se considera incapaz para fins de 
exercício de direitos e deveres 
 O absolutamente incapaz deverá ser 
REPRESENTADO pelos pais, tutor ou 
curador. A desobediência a este 
pronunciamento gera nulidade absoluta 
 Relativamente Incapazes de Fato: são 
os ébrios habituais, viciados em tóxicos, 
excepcionais sem desenvolvimento 
mental completo, ou aqueles que por 
deficiência mental tenham 
discernimento reduzido, pródigos e os 
que estão com idade entre 16 anos e 18 
anos, ou seja, pessoas que por vício, 
idade ou saúde, precisam de 
ASSISTÊNCIA de outras pessoas para 
desempenhar atos na sua vida civil 
Art. 4º – São incapazes, relativamente a 
certos atos ou à maneira de os exercer: 
I – os maiores de dezesseis e menores de 
dezoito anos; 
II – os ébrios habituais, os viciados em 
tóxicos, e os que, por deficiência mental, 
tenham discernimento reduzido; 
III – os excepcionais, sem 
desenvolvimento mental completo; 
IV – os pródigos; 
Parágrafo único – a capacidade dos 
índios será regulada por legislação 
especial. 
Parágrafo único – a capacidade dos 
indígenas será regulada por legislação 
especial. 
 O fato dos índios ter proteção especial 
está relacionado ao fato deles não serem 
totalmente integrados à sociedade 
 Desta forma, é considerado os 
integrados, meio integrados e totalmente 
integrados 
 Índios totalmente integrados à 
civilização nacional, que gozam de plenos 
direitos civis, são responsabilizados como 
qualquer cidadão brasileiro pelos atos 
praticados 
 
 Maioridade Civil: atingir a capacidade 
de fato, significa ganhar autonomia 
própria para a prática em geral de todos 
os atos da vida civil 
 
 Direito Civil I 
 Ao completar 18 anos a lei estabelece a 
presunção de que o ser humano já possui 
formação e experiência suficiente para a 
prática desassistida dos atos da vida civil 
 A maioridade civil é um dos fatores que 
gera a extinção do poder familiar (art. 1635, 
III, CC) e de todos os deveres dele 
decorrentes, como por exemplo, o de 
sustentar os filhos 
 Nesse aspecto, se há dependência 
alimentar e recursos para a educação dos 
filhos maiores, sustenta o art. 1694, CC que 
persiste a responsabilidade dos pais 
 
Art. 1.635 – Extingue-se o poder familiar: 
I – pela morte dos pais ou do filho; 
II – pela emancipação, nos termos do art. 
5º, parágrafo único; 
III – pela maioridade; 
IV – pela adoção; 
V – por decisão judicial, na forma do art. 
1638. 
 
Art. 1.694 – Podem os parentes, os 
cônjuges ou companheiros pedir uns aos 
outros os alimentos de que necessitem 
para viver de modo compatível com a sua 
condição social, inclusive para atender às 
necessidades de sua educação. 
§ 1º – Os alimentos devem ser fixados na 
proporção das necessidades do 
reclamante e dos recursos da pessoa 
obrigada. 
§ 2º – Os alimentos serão apenas os 
indispensáveis à subsistência, quando a 
situação de necessidade resultar de culpa 
de quem os pleiteia. 
 
 Emancipação: é a aquisição de 
capacidade civil antes da idade legal, ou 
seja, é a aptidão para exercer, por si só, 
os atos da vida civil 
Art. 5º – A menoridade cessa aos dezoito 
anos completos, quando a pessoa fica 
habilitada à prática de todos os atos da 
vida civil. 
Parágrafo único – Cessará, para os 
menores, a incapacidade: 
I – pela concessão dos pais, ou de um 
deles na falta do outro, mediante 
instrumento público, independentemente 
de homologação judicial, ou por sentença 
do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 
dezesseis anos completos; 
II – pelo casamento; 
III – pelo exercício de emprego público 
efetivo; 
IV – pela colação de grau em curso de 
ensino superior; 
V – pelo estabelecimento civil ou 
comercial, ou pela existência de relação 
de emprego, desde que, em função deles, 
o menor com dezesseis anos completos 
tenha economia própria. 
 Penalmente será julgado somente aos 
18 anos de idade, menor que isso responde 
através do ECA 
 O emancipado permanece menor de 
idade, mas agora com capacidade de fato 
 Não há revogação da emancipação 
 A emancipação pode ser voluntária. 
Ordinariamente a lei concede capacidade 
de fato ao cidadão com 18 anos, contudo, 
deixa ao arbítrio do particular antecipar tal 
concessão ao seu filho, desde que ele tenha 
16 anos. Se os pais (ambos) concordam 
com a emancipaçãodo filho, ela será feita 
mediante instrumento público, sem 
intervenção do poder judiciário. Se há 
discordância entre um dos pais, poderá ser 
requerido ao juiz a anuência para o ato 
 Casamento: tem como requisito a idade 
mínima de 16 anos, salvo hipóteses do art. 
1520, CC. Essa é a chamada idade núbil 
prevista no art. 1517, CC que exige a 
autorização dos pais até a maioridade civil. 
Considerando que o casamento e a 
constituição da família seria um dos fatos 
mais relevantes para o ordenamento, a lei 
entendeu que o casamento por si só- seria 
motivo justo para se antecipar a capacidade 
de fato 
 
 Direito Civil I 
Art. 1.517 – O homem e a mulher com 
dezesseis anos podem casar, exigindo-
se autorização de ambos os pais, ou de 
seus representantes legais, enquanto 
não atingida a maioridade civil. 
Parágrafo único – se houver divergência 
entre os pais, aplica-se o disposto no 
parágrafo único do art. 1.631, CC. 
 
Art. 1.520 – Excepcionalmente, será 
permitido o casamento de quem ainda 
não alcançou a idade núbil (art. 1517), 
para evitar imposição ou cumprimento de 
pena criminal ou em caso de gravidez. 
 
Art. 1.631 – Durante o casamento e a 
união estável, compete o poder familiar 
aos pais; na falta ou impedimento de um 
deles, o outro o exercerá com 
exclusividade. 
Parágrafo único – Divergindo os pais 
quanto ao exercício do poder familiar, é 
assegurado a qualquer deles recorrer ao 
juiz para solução do desacordo. 
 
 Interdição/curatela: um processo judicial 
por meio do qual a pessoa é declarada 
civilmente incapaz parcialmente, para a 
prática dos atos da vida civil, tais como: 
vender, comprar, testar, casar, votar, 
assinar contratos, etc. Para tanto, essa 
pessoa declarada civilmente incapaz, 
deve ser representada ou assistida por 
uma outra pessoa civilmente capaz, 
denominada curador 
 A curatela é dada a todos aqueles 
considerados incapazes devido a 
problemas como aos ébrios habituais, 
aos viciados em drogas e aos pródigos 
 Curador é a pessoa nomeada pelo 
juiz para assistir o indivíduo 
considerado civilmente incapaz 
(curatelado) nas manifestações de sua 
vontade, ou seja, o curador vai agir junto 
do curatelado 
 Nos casos de interdição, o curador 
é responsável pela prática de todos os 
atos do curatelado, dentro dos limites 
em que for decretada sua incapacidade. 
Isto quer dizer que o curatelado poderá 
praticar alguns atos de sua vida civil 
 A limitação parcial é decretada em 
função das possibilidades de cada 
pessoa; isto é, se o juiz assim entender, 
o curatelado poderá, por exemplo, 
receber, pessoalmente, sua 
aposentadoria no banco 
 
A Interdição para os com deficiência 
mental acabo por não mais existe por 
força do art. 6º da lei 13.146/2015, 
segundo o qual a deficiência não 
afeta a plena capacidade civil da 
pessoa, inclusive para: 
a) casar-se e constituir união 
estável; 
b) exercer direitos sexuais e 
reprodutivos; 
c) exercer o direito de decidir sobre o 
número de filhos e de ter acesso a 
informações adequadas sobre 
reprodução e planejamento familiar; 
d) conservar sua fertilidade, sendo 
vedada a esterilização compulsória; 
e) exercer o direito à família e à 
convivência familiar e comunitária; 
f) exercer o direito à guarda, à tutela, 
à curatela e à adoção, como adotante 
ou adotando, em igualdade de 
oportunidades com as demais 
pessoas. 
 
 Levantamento da interdição: nos raros 
casos em que desaparece a causa 
justificadora da interdição judicial e o 
próprio interditado solicita ao juiz 
levantamento, é o caso de se readquirir 
a capacidade de fato 
 
Art. 756 – Levantar-se-á a curatela 
quando cessar a causa que a 
determinou. 
§ 1º – O pedido de levantamento da 
curatela poderá ser feito pelo 
interdito, pelo curador ou pelo 
Ministério Público e será apensado 
aos autos da interdição. 
 
 Direito Civil I 
§ 2º – O juiz nomeará perito ou 
equipe multidisciplinar para proceder 
ao exame do interdito e designará 
audiência de instrução e julgamento 
após a apresentação do laudo. 
§ 3º – Acolhido o pedido, o juiz 
decretará o levantamento da 
interdição e determinará a publicação 
da sentença, após o trânsito em 
julgado, na forma do art. 755, § 3º, ou, 
não sendo possível, na imprensa 
local e no órgão oficial, por 3 (três) 
vezes, com intervalo de 10 (dez) dias, 
seguindo-se a averbação no registro 
de pessoas naturais. 
§ 4º – A interdição poderá ser 
levantada parcialmente quando 
demonstrada a capacidade do 
interdito para praticar alguns atos da 
vida civil. 
 Nesses casos, a lei convida o 
outrora interditado a retornar à sua 
condição de plena capacidade de fato. 
O pedido é juntado aos autos de 
interdição e a perícia médica é 
obrigatória. Concedida a sentença, a 
publicação deverá atender as mesmas 
exigências e prazos da sentença que a 
decretou, seguido então da averbação 
no registro civil 
 
 Capacidade de fato e legitimação: é a 
aptidão para – pessoalmente – exercer 
os atos da vida civil 
 Uma vez atingida a capacidade de 
fato, a pessoa torna-se perfeitamente 
apta a exercer seus deveres e adquirir 
seus direitos, para o bom andamento de 
sua vida 
 Todavia, há pessoas plenamente 
capazes de fato, que por uma 
característica especial e em situações 
especiais, estão impedidas de praticar 
determinado negócio jurídico 
 O que lhes falta não é 
capacidade, e sim legitimação 
 Legitimação é a 
autorização legal para a prática de um 
ato ou negócio jurídico 
 
É o caso, por exemplo, de um pai 
com três filhos maiores impedido de 
vender uma casa à um deles. Pais e 
filhos todos têm plena capacidade de 
direito, todos possuem capacidade 
de fato, são maiores, lúcidos, etc, 
mas para específica situação de 
venda de ascendente para 
descendente, é necessária a 
legitimação do pai para o ato de 
venda à um dos filhos, que sozinho 
ele- pai, não possui. 
O pai não possui capacidade de 
legitimação, o art. 496, CC, só 
permite que a venda de ascendente 
para descendente seja legal, se 
houver consentimento de todos 
descendentes e cônjuge. Ou seja, 
sozinho, o pai, não possui 
capacidade de legitimação para 
alienação de bens aos filhos 
 
Art. 496 – É anulável a venda de 
ascendente a descendente, salvo se 
os outros descendentes e o cônjuge 
do alienante expressamente 
houverem consentido. 
Parágrafo único – Em ambos os 
casos, dispensa-se o consentimento 
do cônjuge se o regime de bens for o 
da separação obrigatória. 
 
 
3. Da extinção da pessoa 
 
 Não é apenas a morte física, ou seja, 
perda dos sinais vitais de uma pessoa 
que leva à extinção da personalidade, 
outros motivos podem gerar esses 
efeitos legais 
 O art. 6º trata do término da existência 
da pessoa natural: 
 
Art. 6º – A existência da pessoa 
natural termina com a morte; 
 
 Direito Civil I 
presume-se esta, quanto aos 
ausentes, nos casos em que a lei 
autoriza a abertura de sucessão 
definitiva. 
 Há situações em que a lei não 
possui prova física (não existe corpo), 
não tem certeza absoluta do óbito, ou 
ainda a pessoa é tratada como morta 
para fins sucessórios, portanto, para 
fins legais, é a extinção da 
personalidade 
 
 Comoriência: nos termos da lei, é 
quando duas pessoas falecem ao 
mesmo tempo (simultaneamente), o 
que para fins sucessórios, possui 
bastante relevância 
 Na realidade, quando não presentes 
testemunhas, fica impossível saber em 
determinados acontecimentos, quem 
faleceu primeiro. Diante disso, o 
legislador brasileiro, muitoastutamente, 
decidiu presumir em certos casos, que 
quando não se sabe quem faleceu 
primeiro e dado o mesmo evento, 
entende-se que faleceram ao mesmo 
tempo 
 
Art. 8º – Se dois ou mais indivíduos 
falecerem na mesma ocasião, não se 
podendo averiguar se algum dos 
comorientes precedeu aos outros, 
presumir-se-ão simultaneamente 
mortos. 
 
 Vale lembrar que a comoriência só 
se estabelece quando não é possível se 
verificar quem faleceu primeiro 
 Uma vez feita a presunção de 
comoriência, há necessidade de prova 
científica para derrubá-la, não bastando 
a testemunhal 
 
 Ausência: 
 
Art. 22 – Desaparecendo uma 
pessoa do seu domicílio sem dela 
haver notícia, se não houver deixado 
representante ou procurador a quem 
caiba administrar-lhe os bens, o juiz, 
a requerimento de qualquer 
interessado ou do Ministério Público, 
declarará a ausência, e nomear-lhe-á 
curador. 
 Isso não impede dos seus 
dependentes auferirem renda do 
desaparecido, haja vista que eles não 
podem ser prejudicados pelo fato 
 
 Da curadoria dos bens do ausente: 
Nessa primeira fase, o ausente acabou 
de “ir embora”, ou seja, está 
desaparecido. A ausência ainda é muito 
recente e por isso mesmo o juiz 
arrecadará os bens, nomeará curador 
na ordem estabelecida pelo art. 25 e 
publicará editais de 2 em 2 meses, 
anunciando a arrecadação e chamando 
o ausente a entrar na posse de seus 
bens (art. 1161, CC) 
 
Art. 25 – O cônjuge do ausente, 
sempre que não esteja separado 
judicialmente, ou de fato por mais de 
dois anos antes da declaração da 
ausência, será o seu legítimo 
curador. 
§ 1º – Em falta do cônjuge, a 
curadoria dos bens do ausente 
incumbe aos pais ou aos 
descendentes, nesta ordem, não 
havendo impedimento que os iniba 
de exercer o cargo. 
§ 2º – Entre os descendentes, os 
mais próximos precedem os mais 
remotos. 
§ 3º – Na falta das pessoas 
mencionadas, compete ao juiz a 
escolha do curador. 
 
Art. 1.161 – A sociedade em 
comandita por ações pode, em lugar 
de firma, adotar denominação 
designativa do objeto social, aditada 
da expressão "comandita por ações". 
 
 
 Direito Civil I 
 Passado 1 ano da arrecadação dos 
bens (ou no caso 3 anos, na 
probabilidade de o ausente ter deixado 
procurador que não queira ou não 
possa exercer ou continuar o mandato, 
ou os seus poderes forem insuficientes), 
os interessados (art. 27, CC) e na falta 
do Ministério Público, poderão solicitar 
que seja declarada a ausência e aberta 
a sucessão provisória 
 O casal, estando a 2 anos, 
separados de fato, não terá direito a 
herança 
 O fato de ação da vida civil, exclui 
totalmente o fator de ausência (casos 
em que a pessoa some, mas verifica-se 
que há movimentação na conta 
bancaria 
 
Art. 27 – Para o efeito previsto no 
artigo anterior, somente se 
consideram interessados: 
I – o cônjuge não separado 
judicialmente; 
II – os herdeiros presumidos, 
legítimos ou testamentários; 
III – os que tiverem sobre os bens do 
ausente direito dependente de sua 
morte; 
IV – os credores de obrigações 
vencidas e não pagas. 
 
 Não havendo interessados, os bens 
serão declarados como herança 
jacente. De qualquer forma, tal 
sentença produzirá efeitos em 180 dias 
após ser publicada pela imprensa. 
Concedida a sentença, entra-se na 
segunda fase do procedimento, que é a 
sucessão provisória 
 
Art. 28 – A sentença que determinar 
a abertura da sucessão provisória só 
produzirá efeito cento e oitenta dias 
depois de publicada pela imprensa; 
mas, logo que passe em julgado, 
proceder-se-á à abertura do 
testamento, se houver, e ao 
inventário e partilha dos bens, como 
se o ausente fosse falecido. 
§ 1º – Findo o prazo a que se refere 
o art. 26, e não havendo 
interessados na sucessão provisória, 
cumpre ao Ministério Público 
requerê-la ao juízo competente. 
§ 2º – Não comparecendo herdeiro 
ou interessado para requerer o 
inventário até trinta dias depois de 
passar em julgado a sentença que 
mandar abrir a sucessão provisória, 
proceder-se-á à arrecadação dos 
bens do ausente pela forma 
estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823. 
 
 Da sucessão provisória: Mais de 1 ano 
se passou desde que o indivíduo sumiu, 
não houve mais notícias, ele não 
retornou e não há comprovação de seu 
falecimento, a redação da lei é dada 
pelo art. 26, CC 
 
Art. 26 – Decorrido um ano da 
arrecadação dos bens do ausente, 
ou, se ele deixou representante ou 
procurador, em se passando três 
anos, poderão os interessados 
requerer que se declare a ausência e 
se abra provisoriamente a sucessão. 
 Aberta a sucessão provisória, a 
alienação de bens (venda) só é 
permitida com ordem judicial, conforme 
preceitua o art. 31, CC. Frutos e 
possíveis rendimentos são todos do 
herdeiro possuidor. 
 
Art. 30 – Os herdeiros, para se 
imitirem na posse dos bens do 
ausente, darão garantias da 
restituição deles, mediante penhores 
ou hipotecas equivalentes aos 
quinhões respectivos. 
§ 1º – Aquele que tiver direito à posse 
provisória, mas não puder prestar a 
garantia exigida neste artigo, será 
excluído, mantendo-se os bens que 
lhe deviam caber sob a 
administração do curador, ou de 
 
 Direito Civil I 
outro herdeiro designado pelo juiz, e 
que preste essa garantia. 
§ 2º – Os ascendentes, os 
descendentes e o cônjuge, uma vez 
provada a sua qualidade de 
herdeiros, poderão, 
independentemente de garantia, 
entrar na posse dos bens do 
ausente. 
 
Art. 31 – Os imóveis do ausente só 
se poderão alienar, não sendo por 
desapropriação, ou hipotecar, 
quando o ordene o juiz, para lhes 
evitar a ruína. 
 
Art. 32 – Empossados nos bens, os 
sucessores provisórios ficarão 
representando ativa e passivamente 
o ausente, de modo que contra eles 
correrão as ações pendentes e as 
que de futuro àquele forem movidas. 
 
Art. 33 – O descendente, 
ascendente ou cônjuge que for 
sucessor provisório do ausente, fará 
seus todos os frutos e rendimentos 
dos bens que a este couberem; os 
outros sucessores, porém, deverão 
capitalizar metade desses frutos e 
rendimentos, segundo o disposto no 
art. 29, de acordo com o 
representante do Ministério Público, 
e prestar anualmente contas ao juiz 
competente. 
Parágrafo único – Se o ausente 
aparecer, e ficar provado que a 
ausência foi voluntária e injustificada, 
perderá ele, em favor do sucessor, 
sua parte nos frutos e rendimentos. 
 
Art. 34 – O excluído, segundo o art. 
30, da posse provisória poderá, 
justificando falta de meios, requerer 
lhe seja entregue metade dos 
rendimentos do quinhão que lhe 
tocaria. 
Art. 35 – Se durante a posse 
provisória se provar a época exata do 
falecimento do ausente, considerar-
se-á, nessa data, aberta a sucessão 
em favor dos herdeiros, que o eram 
àquele tempo. 
 
Art. 36 – Se o ausente aparecer, ou 
se lhe provar a existência, depois de 
estabelecida a posse provisória, 
cessarão para logo as vantagens dos 
sucessores nela imitidos, ficando, 
todavia, obrigados a tomar as 
medidas assecuratórias precisas, até 
a entrega dos bens a seu dono. 
 
 Fica notório, pela leitura dos artigos, 
que há uma responsabilidade enorme 
por parte dos herdeiros ou possuidor 
dos bens do ausente, que deverá 
prestar contas de seus atos durante a 
sucessão 
 
 Da sucessão definitiva: A sucessão 
definitiva acontece após 10 anos, desde 
o trânsito em julgado da sentença de 
sucessão provisória; ou se provando 
que o ausente conta com 80 anos de 
idade e que de 5 anos datam suas 
últimas notícias 
 Na sucessão definitiva todos os 
herdeiros terãoseus direitos 
sucessórios exercitados, adquirindo 
assim a propriedade resolúvel dos bens 
(não pode vender). As garantias 
oferecidas na fase de sucessão 
provisória devem ser levantadas. É 
apenas com a decretação da sucessão 
definitiva que o ausente passa a ser 
considerado PRESUMIVELMENTE 
MORTO (art. 6º, CC) 
 Após a sucessão definitiva, mesmo 
sendo presumidamente morto, o 
ausente tem o lapso temporal de mais 
10 anos para regressar, caso em que 
terá direito aos bens existentes no 
estado em que os achar, os sub-
rogados em seu lugar ou o preço que os 
herdeiros tiverem recebido pelas 
 
 Direito Civil I 
alienações. Depois desse prazo, 
nenhum direito mais assiste ao ausente 
 
Art. 39 – Regressando o ausente nos 
dez anos seguintes à abertura da 
sucessão definitiva, ou algum de 
seus descendentes ou ascendentes, 
aquele ou estes haverão só os bens 
existentes no estado em que se 
acharem, os sub-rogados em seu 
lugar, ou o preço que os herdeiros e 
demais interessados houverem 
recebido pelos bens alienados 
depois daquele tempo. 
Parágrafo único – Se, nos dez anos 
a que se refere este artigo, o ausente 
não regressar, e nenhum interessado 
promover a sucessão definitiva, os 
bens arrecadados passarão ao 
domínio do Município ou do Distrito 
Federal, se localizados nas 
respectivas circunscrições, 
incorporando-se ao domínio da 
União, quando situados em território 
federal. 
 
 Morte presumida sem previa decretação 
de ausência: se na hipótese de 
ausência a lei caminha por trilhos 
estreitos, temerosa de que um dia o 
cidadão possa retornar e reclamar todos 
os seus bens; se nesta situação a 
dúvida sobre o paradeiro e a 
incolumidade do ausente remanesce na 
mente do legislador, haverá hipóteses 
em que a probabilidade da morte é 
muito maior (acidentes catastróficos, 
como em Brumadinho). Nestes casos, 
não seria razoável exigir que a família 
aguardasse mais de uma década por 
alguém que viveu situação catastrófica 
ou bélica, onde as chances de 
sobrevivência são mínimas. Pensando 
nisso, a lei prevê o instituto da morte 
presumida sem decretação de ausência 
 
 O art. 7º, CC deve ser lido em 
consonância com o art. 89 da Lei de 
Registros Públicos (lei nº 6015/73). São 
as hipóteses gravíssimas 
(desaparecimento em campanha, ou 
feito prisioneiro, não encontrado até 2 
anos pós término de guerra, naufrágio, 
inundação, incêndio, terremoto ou 
qualquer outra catástrofe, além da 
própria previsão genérica do Código 
para quando for extremamente provável 
a morte de quem estava em perigo de 
vida). Assim, a família da vítima pode se 
socorrer dos arts. 861 a 866 do CPC 
para obter sentença em procedimento 
de justificação de óbito e então dar início 
à sucessão normalmente 
 
Art. 7º – Pode ser declarada a morte 
presumida, sem decretação de 
ausência: 
I – se for extremamente provável a 
morte de quem estava em perigo de 
vida; 
II – se alguém, desaparecido em 
campanha ou feito prisioneiro, não 
for encontrado até dois anos após o 
término da guerra. 
Parágrafo único – A declaração da 
morte presumida, nesses casos, 
somente poderá ser requerida depois 
de esgotadas as buscas e 
averiguações, devendo a sentença 
fixar a data provável do falecimento. 
 
4. Dos direitos da personalidade 
 
 Os direitos de personalidade são para 
PESSOAS 
 Alguns direitos são inerentes à condição 
humana, são intrínsecos ao ser 
humano, tendo origem desde a 
concepção e prosseguindo ativos, 
mesmo após a morte de seu titular 
 Há direitos que jamais podem ser 
subtraídos do ser humano 
 A honra, a moral, a imagem, o sossego, 
a intimidade, a privacidade, o próprio 
corpo, o nome, são, ao mínimo, os que 
resguardam a dignidade humana 
 
 Direito Civil I 
 
4.1 Características 
 
Art. 11 – Com exceção dos casos 
previstos em lei, os direitos da 
personalidade são intransmissíveis e 
irrenunciáveis, não podendo o seu 
exercício sofrer limitação voluntária. 
 
 Contudo, melhor redação traz o Projeto 
de Lei 699/2011 que traz um rol 
exemplificativo destes direitos de 
personalidade, aumentando o número 
de suas características pessoais: “O 
direito à vida, à integridade físico-
psíquica, à identidade, à honra, à 
imagem, à liberdade, à privacidade, à 
opção sexual e outros direitos 
reconhecidos à pessoa são natos, 
absolutos, intransmissíveis, 
indisponíveis, irrenunciáveis, 
ilimitados, imprescritíveis, 
impenhoráveis e inexpropriáveis” 
 Não é lícito alguém alienar seu nome, 
honra ou moral. É lícita a exploração 
econômica da imagem, voz, direitos 
autorais, etc 
 Pode-se afirmar que os direitos da 
personalidade possuem as seguintes 
características: direitos inatos; vitalícios; 
absolutos; indisponíveis; 
extrapatrimoniais; intransmissíveis 
 
4.1.1 Nome 
 
 É o elemento identificador do ser 
humano perante a sociedade 
 Juridicamente, ter um nome é um dos 
direitos mais relevantes, posto ser 
considerado pelo próprio legislador 
como um direito de personalidade 
Art. 16 – Toda pessoa tem direito ao 
nome, nele compreendidos o prenome e 
o sobrenome 
 
 Tornar-se plenamente identificável 
perante a sociedade é direito do 
cidadão 
 É de interesse do Estado que cada ser 
humano possua uma sinal 
individualizador perante a sociedade 
 Como direito que é, o nome deve ser 
protegido. Assim, fazem os arts. 17 e 18 
proibindo sua divulgação em hipóteses 
em que se exponham ao desprezo 
público quanto nas hipóteses de 
propaganda comercial 
Art. 17 – O nome da pessoa não pode ser 
empregado por outrem em publicações 
ou representações que a exponham ao 
desprezo público, ainda quando não haja 
intenção difamatória. 
 
Art. 18 – Sem autorização, não se pode 
usar o nome alheio em propaganda 
comercial. 
 
4.1.2 Prenome 
 
 O nome é composto de um elemento 
pessoalmente identificável, seguido de 
outro que identifica a origem, a família à 
qual pertence aquela pessoa 
 Cabe ressaltar que em princípio, não se 
altera o prenome. Não é de interesse 
social que o prenome fique sujeito à 
instabilidade. Aliás, sua mudança por 
mero capricho do titular implicaria 
enorme insegurança jurídica, 
premiando aqueles que maliciosamente 
alterasse sua identificação para 
subtrair-se de obrigações e 
responsabilidades 
 Até 1 ano depois de completada a 
maioridade é possível a modificação do 
prenome 
 
4.1.3 Agnome 
 
 
 Direito Civil I 
 É a designação de descendente direto 
familiar ao nome (exemplo: Neto, 
Bisneto, Filho, Júnior, III, etc) 
 
4.1.4 Estrangeiro 
 
 O estrangeiro que possua nome de 
difícil entendimento, tem direito à 
concessão da mudança do prenome, 
mas porque o legislador entendeu que 
assim poupando o constrangimento da 
difícil pronúncia, pode o estrangeiro 
adaptar-se mais facilmente à sociedade 
 
4.1.5 Erro de grafia 
 
 Quanto à correção gráfica do nome, 
também é possível. Art. 110 da Lei de 
Registros Públicos: “A correção de 
erros de grafia poderá ser 
processada no próprio cartório onde 
se encontre o assentamento, 
mediante petição assinada pelo 
interessado, ou procurador, 
independentemente de pagamento 
de selos e taxas”. Mas a lei não subtrai 
tal procedimento do poder judiciário, 
exigida ainda, a participação do 
Ministério Público 
 
4.1.6 Mudança de sexo 
 
 Tal hipótese foi criada pela 
jurisprudência atualizada 
 Alguns Tribunais concederam 
ultimamente tal direito àquelas pessoasinsatisfeitas com a escolha da natureza, 
possibilitando a felicidade do ser 
humano e sua dignidade sem causar 
prejuízo à outrem 
 Como visto, os direitos da 
personalidade não podem sofrer 
limitação e são inexpropriáveis. A opção 
sexual é um desses direitos, portanto, 
nada mais justo que feita a mudança de 
sexo, haja possibilidade de modificação 
no assento civil para constar o 
modificação do prenome 
 
4.1.7 Apelido público notório 
 
 Ao portador de apelido é facultado 
trocar seu prenome de registro por 
aquele pelo qual notoriamente é 
conhecido (exemplo: o Pelé, seu nome 
de registro é Edson Arantes do 
Nascimento, mas se quisesse poderia 
se chamar Pelé Arantes do Nascimento 
 Lei 9708/98: “O prenome será 
definitivo, admitindo-se, todavia, a 
sua substituição por apelidos 
públicos notórios” 
 Não apenas obviamente as pessoas 
conhecidas podem alterar o prenome, 
toda sociedade tem esse direito 
 
4.1.8 Proteção de testemunhas e 
vítimas 
 
 A Lei 9807/99 tinha como principal 
objetivo proteger testemunhas e vítimas 
que tinham voluntariamente prestado 
efetiva colaboração à investigações 
policiais e processos criminais. A 
disciplina foi completa com o “Programa 
federal de assistência às vítimas e 
testemunhas ameaçadas”, dando ao 
cidadão ameaçado a possibilidade de 
alterar o nome completo. A lei modificou 
o art. 58 da Lei de registros públicos, 
que passou a ter a seguinte redação: “A 
substituição de prenome será ainda 
admitida em razão de fundada coação 
ou ameaça decorrente da colaboração 
com a apuração de crime, por 
determinação, em sentença, de juiz 
competente, ouvido o Ministério 
Público.’’ 
 
4.1.9 Adoção 
 
 
 Direito Civil I 
 O ECA previu a hipótese de adoção 
plena que passa a ser a única forma de 
adoção em nosso ordenamento a partir 
de 2003, com as disposições 
complementares do CC 
 
4.1.10 Alteração de sobrenome 
 
 Mais comum, entretanto, é a hipótese 
de alteração do sobrenome. O CC 
deixou claro em seu art. 1565, § 1º que 
ambos os nubentes – pessoas que vão 
casar – podem acrescer ao seu 
sobrenome do outro 
Art. 1565 – Pelo casamento, homem e 
mulher assumem mutuamente a 
condição de consortes, companheiros e 
responsáveis pelos encargos da família. 
§ 1º – Qualquer dos nubentes, querendo, 
poderá acrescer ao seu o sobrenome do 
outro. 
§ 2º – O planejamento familiar é de livre 
decisão do casal, competindo ao Estado 
propiciar recursos educacionais e 
financeiros para o exercício desse direito, 
vedado qualquer tipo de coerção por 
parte de instituições privadas ou públicas. 
 
 Nos casos de divórcio (direto ou por 
conversão) o cônjuge poderá manter o 
nome de casado, salvo no caso de 
divórcio por conversão se a sentença de 
separação disser o contrário – exemplo: 
Luíza Brunet 
 Independentemente de culpa no 
divórcio, o juiz pode manter o 
sobrenome do ex cônjuge, para que não 
acarrete prejuízo para sua identificação, 
dano grave ou manifesta distinção entre 
o seu nome e o de seus filhos (art. 1578, 
CC) 
Art. 1578 – O cônjuge declarado culpado 
na ação de separação judicial perde o 
direito de usar o sobrenome do outro, 
desde que expressamente requerido pelo 
cônjuge inocente e se a alteração não 
acarretar: 
I – evidente prejuízo para a sua 
identificação; 
II – manifesta distinção entre o seu nome 
de família e o dos filhos havidos da união 
dissolvida; 
III – dano grave reconhecido na decisão 
judicial. 
§ 1º – O cônjuge inocente na ação de 
separação judicial poderá renunciar, a 
qualquer momento, ao direito de usar o 
sobrenome do outro. 
§ 2º – Nos demais casos caberá a opção 
pela conservação do nome de casado. 
 
4.1.11 Direito à imagem 
Art. 20 – Salvo se autorizadas, ou se 
necessárias à administração da justiça ou 
à manutenção da ordem pública, a 
divulgação de escritos, a transmissão da 
palavra, ou a publicação, a exposição ou a 
utilização da imagem de uma pessoa 
poderão ser proibidas, a seu requerimento 
e sem prejuízo da indenização que 
couber, se lhe atingirem a honra, a boa 
fama ou a respeitabilidade, ou se se 
destinarem a fins comerciais. 
Parágrafo único – em se tratando de 
morto ou de ausente, são partes legítimas 
para requerer essa proteção o cônjuge, os 
ascendentes ou os descendentes. 
 
 Qualquer pessoa, por ter direito de 
personalidade, pode proibir a 
veiculação de seu direito de imagem, 
ainda que não fira à honra e bons 
costumes, desde que destinada a fins 
comerciais – exemplo: flagrantes por 
redes de televisão em que civis são 
submetidos a constrangimentos, 
(câmera escondida, etc) e depois são 
transmitidas em rede nacional. Nestas 
situações, as emissoras de televisão, 
após a prática, devem solicitar expressa 
autorização da “vítima”, sob pena de 
incorrer em violação grave aos direitos 
 
 Direito Civil I 
do cidadão, sob pena de arcar com a 
indenização devida 
 
4.1.12 Direito ao corpo 
 
 Em vida: 
 O direito à inviolabilidade do corpo 
humano e a segurança que se outorga 
à sua integridade física são 
preocupações constantes do nosso 
ordenamento 
 O livre arbítrio confere ao titular a 
prerrogativa de proceder em relação ao 
seu corpo da maneira que lhe aprouver, 
resguardada a razoabilidade dentro do 
exercício deste direito 
 São vedadas utilizações do corpo 
com intuito contrário à dignidade da 
pessoa humana, ou que contrariem a 
moral e os bons costumes 
 Uma das consequências do direito 
que o indivíduo possui sobre o próprio 
corpo é a possibilidade de doação em 
vida de órgãos e tecidos do corpo 
humano, dentro dos parâmetros legais. 
A lei 9434/97 diz que só podem ser 
doados órgãos duplos ou partes do 
corpo cuja retirada não impeça o 
organismo doador de continuar vivendo 
sem risco para sua integridade, desde 
que não cause mutilação ou 
deformação inaceitável e não 
comprometa aptidão vital e saúde 
mental do doador 
 Outras possibilidades de utilização 
do corpo válidas, dentro de certos 
parâmetros: relações sexuais, barriga 
de aluguel, cirurgia de sexo 
 Após a morte: 
 Deve ser observado o direito à 
integridade e respeito ao cadáver, 
permitida em certas situações o estudo 
do corpo quando doado para tal fim e 
remoção de órgãos e tecidos 
amparados na legislação 
 
4.1.13 A tutela dos direitos da 
personalidade 
Art. 12 – Pode-se exigir que cesse a 
ameaça, ou a lesão, a direito da 
personalidade, e reclamar perdas e 
danos, sem prejuízo de outras sanções 
previstas em lei. 
Parágrafo único – Em se tratando de 
morto, terá legitimação para requerer a 
medida prevista neste artigo o cônjuge 
sobrevivente, ou qualquer parente em 
linha reta, ou colateral até o quarto grau. 
 
 Percebe-se que o art. 12 do Código 
Civil versa sobre os mecanismos da 
tutela dos direitos da 
personalidade, tanto no sentido 
de prevenção (tutela preventiva) como 
de cessação da ocorrência de lesão, 
podendo a parte cumular estes pedidos 
com perdas e danos 
 Súmula n. 403 do STJ: Independe 
de prova do prejuízo a indenização pela 
publicação não autorizada de imagem 
de pessoa com fins econômicos ou 
comerciais 
 Ainda que se trate de pessoa 
pública, o uso não autorizado da sua 
imagem, com fins exclusivamente 
econômicos e publicitários, gera danos 
morais. A jurisprudência do STJ firmou-
se no sentido de que a indenização pela 
publicação não autorizada de imagem 
de pessoa com fins econômicos ou 
comerciais independe de prova doprejuízo. Assim, a obrigação de 
indenizar, tratando-se de direito à 
imagem, decorre do próprio uso 
indevido desse direito, não havendo, 
ademais, que se cogitar de prova da 
existência de prejuízo 
 
5. Individualização da Pessoa Natural 
 
 Modos de individualização: 
 É essencial que os sujeitos das 
diversas relações sejam 
 
 Direito Civil I 
individualizados, perfeitamente 
identificados como titulares de direitos e 
deveres na ordem civil 
 Essa identificação interessa não só 
a eles, mas também ao Estado e a 
terceiros, para maior segurança dos 
negócios e da convivência familiar e 
social 
 Os principais elementos 
individualizadores da pessoa natural 
são: 
o Nome: designação que a 
distingue das demais e a 
identifica no seio da sociedade 
o Estado: que indica a sua posição 
na família e na sociedade política 
o Domicílio: que é a sua sede 
jurídica (Arts. 70 ao 78, CC) 
 
5.1 Estado 
 
 Constitui a soma das qualificações da 
pessoa na sociedade, hábeis a produzir 
efeitos jurídicos 
 É uma situação jurídica resultante de 
certas qualidades inerentes à pessoa 
 Estado político: leva-se em conta se 
o sujeito é nacional (brasileiro nato ou 
naturalizado) ou estrangeiro. A matéria 
está tratada em vários dispositivos da 
CF/88, como no seu art. 12, que elenca 
o rol dos indivíduos considerados como 
brasileiros 
 Estado profissional: leva-se em 
conta a atuação econômica da pessoa 
natural. Na visão clássica, a partir das 
lições de Limongi França, estão 
incluídos os funcionários públicos, os 
empregadores, os empregados, os 
sacerdotes, os trabalhadores 
autônomos, os militares, entre outros. 
Podem ser mencionados ainda os 
empresários, cujas atividades estão 
descritas no art. 966, caput, CC 
(“Considera-se empresário quem 
exerce profissionalmente atividade 
econômica organizada para a produção 
ou a circulação de bens ou de serviços”) 
 Estado individual: são abrangidas 
algumas peculiaridades da pessoa, tais 
como sua idade (inclusive se a pessoa 
é maior ou menor), seu estado psíquico, 
sua saúde, sua imagem, seu 
temperamento, sua experiência, entre 
outros 
 Estado familiar: leva-se em conta a 
situação da pessoa no âmbito de 
constituição de uma família, tratada pelo 
art. 226, caput, da CF/88 como a base 
da sociedade 
 No âmbito do estado civil familiar 
é que cabem considerações pontuais, 
especialmente tendo em vista a 
realidade jurídica nacional 
contemporânea. São situações 
existenciais tidas como modalidades 
desse estado civil: 
o Solteiro 
o Casado 
o Viúvo 
o Divorciado 
o Separado juridicamente 
(judicialmente ou 
extrajudicialmente) 
 
6. Pessoa Jurídica 
 
 A razão de ser da pessoa jurídica está 
na necessidade ou conveniência de os 
indivíduos unirem esforços e utilizarem 
recursos coletivos para a realização de 
objetivos comuns, que transcendem as 
possibilidades individuais 
 Essa constatação motivou a 
organização de pessoas e bens como o 
reconhecimento do direito, que atribui 
personalidade ao grupo, distinta da de 
cada um de seus membros, passando 
esta a atuar na vida jurídica com 
personalidade própria 
 Pode-se afirmar que pessoas jurídicas 
são entidades a que a lei confere 
personalidade, capacitando-se a 
 
 Direito Civil I 
serem sujeitos de direitos e 
obrigações 
 Principal característica: 
 As pessoas jurídicas atuam na vida 
jurídica com personalidade diversa da 
dos indivíduos que as compõem (CC, 
art. 50 e art. 1024) 
 A distinção está na diferenciação 
entre o seu patrimônio e o dos seus 
instituidores, não se confundindo com a 
condição jurídica autonomamente 
conferida àquela entidade com a de 
seus criadores. Em vista disso, não 
podem, em regra, ser penhorados bens 
dos sócios por dívida da sociedade 
 Natureza jurídica: 
 Apesar de existirem teorias que 
neguem a existência da pessoa jurídica, 
teorias negativista, a grande maioria 
procuram explicar esse fenômeno pelo 
qual um grupo de pessoas passa a 
constituir uma unidade orgânica, com 
individualidade própria reconhecida 
pelo Estado e distinta das pessoas que 
a compões, são as teorias 
afirmativistas 
 Dentre elas, podemos explicar duas: 
o Teoria da ficção: são em grande 
número e podem ser divididas em 
duas categorias – não são 
aceitas 
 Teoria da ficção legal: 
desenvolvida por Savigny, 
considera a pessoa jurídica uma 
criação artificial da lei, um ente 
fictício, pois somente a pessoa 
natural pode ser sujeito da 
relação jurídica e titular de 
direitos subjetivos. A finalidade é 
patrimonial, construindo uma 
ficção jurídica, considerada pelo 
ordenamento 
 Teoria da ficção doutrinária: 
seus adeptos afirmam que a 
pessoa jurídica não tem 
existência real, mas apenas 
intelectual, ou seja, na 
inteligência dos juristas, sendo 
assim uma ficção criada pela 
doutrina 
o Teoria da realidade: para os que 
defendem esta teoria, as pessoas 
jurídicas são realidades vivas e 
não mera abstração, tendo 
existência própria como os 
indivíduos. A divergência, entre 
os adeptos, está apenas no modo 
de aprecias essa realidade. As 
que se destacam são: 
 Teoria da realidade objetiva 
ou orgânica: sustenta que a 
pessoa jurídica é uma realidade 
sociológica, ser com vida própria, 
que nasce por imposição das 
forças sociais. Proclama que a 
vontade, público ou privada, é 
capaz de dar vida a um 
organismo, que passa a ter 
existência própria, distinta da de 
seus membros, capaz de tornar-
se sujeito de direito, real e 
verdadeiro 
 Teoria da realidade jurídica 
ou institucionalista: assemelha-
se à realidade objetiva pela 
ênfase dada ao aspecto 
sociológico. Considera as 
pessoas jurídicas como 
organizações sociais destinadas 
a um serviço o ofício e, por isso, 
personificadas. Parte da análise 
das relações sociais, não dá 
vontade humana, constatando a 
existência de grupos organizados 
para a realização de um ideia 
social útil 
 Teoria da realidade técnica: 
entendem que a personificação 
dos grupos sociais é expediente 
de ordem técnica, a forma 
encontrada pelo direito para 
reconhecer a existência de 
grupos de indivíduos que se 
unem na busca de fins 
 
 Direito Civil I 
determinados. A personificação é 
atribuída a grupos em que a lei 
reconhece vontade e objetivos 
próprios. A personalidade jurídica 
é, portanto, um atributo que o 
Estado defere a certas entidades 
havidas como merecedoras 
desse benefício por observarem 
determinados requisitos por ele 
estabelecidos – teoria adotada 
pelo direito brasileiro 
 Requisitos para constituição da pessoa 
jurídica: 
 A formação da pessoa jurídica 
exige: uma pluralidade de pessoas ou 
de bens e uma finalidade especifica 
(elemento material), bem como um ato 
constitutivo e respectivo registro no 
órgão competente (elemento formal) 
 Pode-se dizer que são três 
requisitos para a constituição da pessoa 
jurídica: 
o Vontade humana criadora: 
intenção de criar uma entidade 
distinta da de seus membros, 
materializando-se no ato de 
constituição, que deve ser 
escrito. São necessárias duas ou 
mais pessoas com vontades 
convergentes, ligadas por uma 
intenção comum 
o Observância das condições 
legais: elaboração e o registro do 
ato constitutivo. Tal ato é 
requisito formal exigido por lei esua denominação muda de 
acordo com o tipo de pessoa. 
Para as associações, que não 
tem fins lucrativos, o estatuto; 
para as sociedades, simples 
(civis) ou empresárias 
(comerciais), o contrato social e 
para as fundações, escritura 
pública ou testamento. O ato 
deve ser levado ao registro pra 
que comece, então, a existência 
legal da pessoa jurídica de direito 
privado. Antes do registro, não 
passará de mera “sociedade de 
fato”. Muitas vezes o registro será 
precedido de autorização ou 
aprovação do Poder Executivo 
o Licitude de seu objetivo: a 
licitude, a determinação e a 
possibilidade do objetivo são 
indispensáveis para a formação. 
Seja ele o lucro, ou finalidades 
religiosas, morais, educacionais, 
filantrópicas, recreativas, 
esportivas, culturais, de 
assistência, etc. Objetivos ilícitos 
ou nocivos constituem causa de 
extinção da pessoa jurídica 
 No caso das pessoas jurídicas de 
direito público, outros fatores permitem 
sua existência como a lei ou atos 
administrativos, bem como fatores 
históricos, de previsão constitucional e 
de tratados internacionais, sendo 
regidas pelo Direito Público, e não pelo 
CC 
 Começo da existência legal: 
 Para o ordenamento, a pessoa 
jurídica só passa a existir com a devida 
inscrição no registro competente 
Art. 45 – Começa a existência legal das 
pessoas jurídicas de direito privado com a 
inscrição do ato constitutivo no respectivo 
registro, precedida, quando necessário, 
de autorização ou aprovação do Poder 
Executivo, averbando-se no registro todas 
as alterações por que passar o ato 
constitutivo. 
 
 A doutrina ainda diverge quanto a 
natureza das pessoas jurídicas sem registro. 
Enquanto para alguns seria uma sociedade 
irregular, para outro seria mera sociedade de 
fato e para outro um mero ente 
despersonalizado 
 Sem o registro não há 
personalidade jurídica a acobertar os sócios, 
 
 Direito Civil I 
não havendo, portanto, separação 
patrimonial entre estes e a própria pessoa 
jurídica 
 
 Direitos da personalidade das pessoas 
jurídicas: 
 A pessoa jurídica possui direitos e 
deveres assegurados 
 Tem direito ao nome que a 
individualiza perante a sociedade e que 
merece a devida proteção e não pode 
ser utilizado ardilosamente por terceiros 
 São frequentes as ações de 
reparação civil por infringência deste 
dever de abstenção 
 
 Classificação das pessoas jurídicas: 
 Quanto à nacionalidade: 
Nacional: organizada em 
conformidade com a lei brasileira e 
que tenha no país a sede de sua 
administração (art. 1126, CC e art. 
176, § 1º e art. 222, CF) 
 Estrangeira: qualquer que seja 
seu objeto, não pode sem 
autorização do Poder Executivo, 
funcionar no país (art. 1134, CC) 
Quanto à estrutura interna: 
 Corporação: caracteriza-se pelo 
seu aspecto eminentemente 
pessoal/conjunto de pessoas – 
associações, sociedades 
 Fundação: aspecto dominante é 
o material, compõe-se de um 
patrimônio personalizado e 
destinado a determinado fim – 
acervo de bens que recebe 
personalidade para realização de 
fins determinados. Constitui-se de 2 
elementos: patrimônio e fim 
 OBSERVAÇÃO: as corporações 
visam à realização de fins 
internos, estabelecidos pelos 
sócios. Os seus objetivos são 
voltados para o interesse e o 
bem-estar de seus membros, 
visando atingir fins internos e 
comuns. As fundações ao 
contrário, têm objetivos externos, 
estabelecidos pelo instituidor 
Quanto à função ou órbita de sua 
atuação: 
 Pessoas Jurídicas de Direito 
Privado: corporações e fundações 
 Pessoas Jurídicas de Direito 
Público: 
 Externo: nações 
estrangeiras e organismos 
internacionais (ONU, OTAM, OIT, 
Unesco, OEA, etc) 
 Interno: 
 Administração direta: 
União, Estados, Municípios e 
DF 
 Administração indireta: 
autarquias e fundações 
públicas 
 
7. Entes ou grupos despersonalizados 
 
 Também denominados grupos 
despersonificados, são meros conjuntos 
de pessoas e de bens que não possuem 
personalidade própria ou distinta, não 
constituindo pessoas jurídicas, são 
estes: 
 Família: pode ter origem no 
casamento, união estável, entidade 
monoparental, nos termos do art. 226 
da CF/1988; ou mesmo outra origem, já 
que o rol previsto na Constituição é 
exemplificativo. A família, base da 
sociedade, é mero conjunto de pessoas 
não possuindo sequer legitimidade ativa 
ou passiva, no campo processual 
 Espólio: conjunto de bens formado 
com a morte de alguém, em decorrência 
da aplicação do princípio saisine (art. 
1.784 do CC/2002) – estabelece que a 
posse dos bens do de cujus se transmite 
aos herdeiros, imediatamente, na data 
de sua morte. Possui legitimidade, 
devendo ser representado pelo 
inventariante 
 
 Direito Civil I 
 Herança jacente e vacante: nos 
termos dos arts. 1.819 a 1.823, não 
deixando aos herdeiros, os seus bens 
devem ser destinados ao Poder Público, 
sendo certo que a massa formada pela 
morte do de cujus em casos tais 
também não pode ser tida como pessoa 
jurídica 
 Massa falida: conjunto de bens 
formado com a decretação de falência 
de uma pessoa jurídica. Não constitui 
pessoa jurídica, mas mera arrecadação 
de coisas e direitos 
 Sociedade de fato: são os grupos 
despersonalizados presentes nos casos 
envolvendo empresas que não 
possuem sequer constituição (estatuto 
ou contrato social), bem como a união 
de pessoas impedidas de casar, nos 
casos de concubinato, nos termos do 
art. 1.727, CC 
 Sociedade irregular: empresas que 
possuem estatuto ou contrato social que 
não foi registrado, caso por exemplo de 
uma sociedade anônima não registrada 
na Junta Comercial Estadual. É 
denominada pelo Código Civil 
“sociedade em comum”. Prevê o art. 
986, CC que “Enquanto não inscritos os 
atos constitutivos, reger-se-á a 
sociedade, exceto por ações em 
organização, pelo disposto neste 
Capítulo, observadas, subsidiariamente 
e no que com ele forem compatíveis, as 
normas da sociedade simples” 
 Condomínio: conjunto de bens em 
copropriedade, com tratamento 
específico no livro que trata do Direito 
das Coisas. Para muitos doutrinadores, 
constitui uma pessoa jurídica o 
condomínio edilício, o que justifica a sua 
inscrição no CNPJ (Cadastro Nacional 
das Pessoas Jurídicas) 
 
8. Dos bens 
 
 A parte geral do CC é dividida em três 
livros, que tratam respectivamente de 
três elementos: pessoa, objeto e bens 
 Conceito: No mundo jurídico, é algo que 
tem uma raridade e uma utilidade que a 
torne objeto de apreciação econômica. 
Ao preencher tais requisitos, a lei lhes 
atribui a qualidade de “bens” e passa a 
classificá-los 
 Os bens perceptíveis aos órgãos do 
sentido são comumente denominados 
de “bens materiais”. Um carro, uma 
casa, um livro, são exemplos. Já os que 
não podem ter essa percepção são 
chamados de “bens imateriais”. 
Exemplo clássico é a energia elétrica. 
Nossos órgãos e sentidos não são 
aptos a percebê-la em todas suas 
formas, portanto, o legislador a definiu 
como bem no art. 82, do CC 
Art. 82 – São móveis os bens suscetíveis 
de movimento próprio, ou de remoção por 
força alheia, sem alteração da substância 
ou da destinação econômico-social. 
 
 Se a utilidade é flagrante, mas não há 
raridade, não estamos diante de um 
bem juridicamenteconsiderado 
 É preciso também que além do quesito 
raridade e utilidade, haja a apreciação 
econômica. Exemplos: ar atmosférico, 
água do mar, alimentos, água da chuva, 
embora úteis, não são considerados 
dentro do conceito jurídico de bem 
 
8.1 Patrimônio 
 No sentido amplo, é composto por 
um conjunto de bens de qualquer ordem 
que pertencem a uma pessoa ou a uma 
coletividade definida ou não, tenham ou 
não uma apreciação econômica 
imediata – exemplo: um imóvel, uma 
dívida, direitos da personalidade, meio 
ambiente) 
 No sentido estrito, é composto pelas 
relações jurídicas ativas e passivas de 
 
 Direito Civil I 
que a pessoa é titular e que tenham 
valor econômico 
 
8.2 Distinção entre bens e coisas 
 Bens: são coisas que podem ser 
apropriados pelo homem, por ter valor 
econômico – espécie 
 Coisas: é tudo o que existe 
objetivamente, salvo o homem, não tem 
valoração econômica o que impede que 
sejam consideradas como bens – 
gênero 
 De acordo com Silvio Rodrigues e 
Maria H. Diniz todo o bem seria uma 
coisa, mas nem toda a coisa seria um 
bem. Esta posição é criticada por 
aqueles que alegam que determinados 
bens não poderiam ser coisas – 
exemplo: o nome, a honra e a imagem 
de uma pessoa 
o As coisas abundantes no universo, 
como o ar atmosférico e a água dos 
oceanos, são denominadas de coisas 
comuns, não são bens em sentido 
jurídico, salvo se apreendidos em 
pequenas quantidades 
o Res nullius é coisa sem dono (caça, 
peixe). Res derelicta é a coisa 
abandonada 
 
8.3 Critérios de classificação dos bens 
 
 O legislador civilista tratou de analisar o 
bem e classificá-lo sob diversos prismas 
 Bens considerados em si mesmos: 
analisou o bem como parte individual, 
por si próprio, sem se preocupar com o 
dono e sem compará-lo com outros 
bens 
o Corpóreos: os que tem existência 
física, material 
o Incorpóreos: os que tem existência 
abstrata – não é real/verdadeiro – 
mas com valor econômico 
o Imóveis: os que não podem ser 
removidos de um lugar para outro 
sem destruição e os assim 
considerados para efeitos legais 
o Móveis: os suscetíveis de 
movimento próprio ou de remoção 
por força alheia 
o Fungíveis e infungíveis: os bens 
móveis que podem e os que não 
podem ser substituídos por outros 
da mesma espécie, qualidade e 
quantidade 
o Consumíveis: os bens móveis cujo 
uso importa destruição imediata da 
própria substância (consumíveis 
de fato), sendo também 
considerados tais os destinados à 
alienação (consumíveis de direito) 
o Inconsumíveis: são os que 
admitem uso reiterado, sem 
destruição de sua substância 
o Divisíveis: os que se podem 
fracionar sem alteração na sua 
substância, diminuição 
considerável de valor ou prejuízo 
do uso a que se destinam 
 Os bens podem ser indivisíveis 
por natureza (os que não se podem 
fracionar sem alteração na sua 
substância, diminuição de valor ou 
prejuízo), por determinação legal 
(as servidões, as hipotecas) ou por 
vontade das partes (convencional) 
o Singulares: os que, embora 
reunidos, são considerados na sua 
individualidade – uma árvore 
o Coletivos: os encarados em 
conjunto, formando um todo – uma 
floresta 
 Abrangem as universalidades 
de fato – rebanho, biblioteca – e as 
de direito – herança, patrimônio 
 Bens reciprocamente considerados: 
colocou-os lado a lado, comparando 
uns em relação aos outros, 
reciprocamente 
 Bens quanto a titularidade: apenas 
separou os bens por sua titularidade, 
criando dois imensos grupos de 
 
 Direito Civil I 
titulares, os públicos e os particulares, 
cada um desde analisado 
individualmente 
 
8.4 Bens imóveis 
 
 Estes bens são aqueles que não podem 
ser removidos sem perder as suas 
características/essências – exemplo: 
terreno não pode ser transportado 
Art. 79 – São bens imóveis o solo e tudo 
quanto se lhe incorporar natural ou 
artificialmente. 
Art. 80 – Consideram-se imóveis para os 
efeitos legais: 
I – os direitos reais sobre imóveis e as 
ações que os asseguram; 
II – o direito à sucessão aberta. 
Art. 81 – Não perdem o caráter de 
imóveis: 
I – as edificações que, separadas do 
solo, mas conservando a sua unidade, 
forem removidas para outro local; 
II – os materiais provisoriamente separados 
de um prédio, para nele se reempregarem. 
 
8.4.1 Imóveis por natureza 
 
 É o solo e tudo aquilo que lhe incorpora 
naturalmente, por sua natureza 
 Também considera-se o subsolo, a 
superfície e o espaço aéreo, etc 
 Lembrando que subsolo e espaço 
aéreo são bens da União 
 
8.4.2 Imóveis por incorporação natural 
ou acessão natural ou física 
 
 São aqueles que se incorporam 
naturalmente ao solo – exemplo: 
formação de ilhas, árvores sem 
destinação econômica, grama, planta, 
etc 
 
8.4.3 Imóveis por incorporação artificial 
 
 São aqueles que se incorporam pelas 
mãos do homem, (criado, transformado, 
anexado) por isso ditos artificiais – 
exemplos: prédios, plantações, etc 
 
8.4.4 Imóveis por determinação legal 
 
 São os mencionados no art. 80, CC 
 Na verdade trata-se de bens 
incorpóreos (direitos), mas que o 
legislador considera como imóveis por 
motivos de maior segurança nas 
relações jurídicas 
 Aqui se inclui a servidão, propriedade, 
posse, o usufruto, etc., bem como as 
ações que lhes digam respeito 
 Direito à sucessão aberta (inciso II) que 
é o conjunto de bens e direitos deixados 
pelo falecido. Ainda que todos os bens 
deixados sejam bens móveis o seu 
conjunto é considerado, antes que se 
faça a partilha, um bem imóvel. A 
herança é imóvel legalmente 
determinada. A universalidade de bens 
é imóvel, enquanto não repartidos 
 
8.4.5 Imóveis por utilidade ou uso 
 
 O art. 81 do CC elenca uma 
classificação de bens imóveis que se 
mantêm com a característica de imóveis 
pela sua utilização pré determinada 
 Exemplos – os materiais de construção 
que se encontrarem em edificações que 
forem retirados para se empregarem em 
outro lugar (janelas, portas, etc) 
enquanto manterem essa característica 
de se empregarem em outro lugar, são 
considerados imóveis. Se não forem 
utilizados, são considerados móveis. As 
casas de madeira desmontáveis que 
foram levadas para outro local, também 
são consideradas imóveis 
 
9. Bens móveis 
 
 
 Direito Civil I 
Art. 82 – São móveis os bens suscetíveis 
de movimento próprio, ou de remoção por 
força alheia, sem alteração da substância 
ou da destinação econômico-social. 
Art. 83 – Consideram-se móveis para os 
efeitos legais: 
I – as energias que tenham valor 
econômico; 
II – os direitos reais sobre objetos móveis 
e as ações correspondentes; 
III – os direitos pessoais de caráter 
patrimonial e respectivas ações. 
Art. 84 – Os materiais destinados a 
alguma construção, enquanto não forem 
empregados, conservam sua qualidade de 
móveis; readquirem essa qualidade os 
provenientes da demolição de algum 
prédio. 
 
 Exemplos de bens que podem ser 
transportados sem a perda das suas 
características são: cadeira, 
eletrodomésticos, eletroeletrônicos, 
automóvel, etc – Art. 82, CC 
 Os bens móveis podem ser divididos em 
três aspectos: 
 Acessão física: possuem 
movimento próprio ou de remoção por 
natureza. Dentro desta esfera podemos 
destacar uma espécie de bens móveis 
que tem movimento próprio são os bens 
semoventes – exemplos: cavelo, gado, 
etc. Outrosbens destacados nesta 
esfera são as coisas que podem se 
movimentar por remoção sem alteração 
da sua substância e perda econômico-
social – exemplo: cadeira, carro, etc 
 Determinação legal: já sabemos que 
os bens móveis podem determinados 
pela lei. São aqueles bens, obviamente 
considerados por uma determinação 
legal, estes são considerados móveis 
para que se submetam ao regime dos 
bens móveis. Para tal o artigo 83 do CC 
considera bens móveis: 
 As energias com valores 
econômicos – exemplo: energia elétrica 
 Os direitos reais sobre os bens 
móveis – exemplo: penhor – e suas 
respectivas ações 
 Os direitos pessoais de caráter 
patrimonial e suas respectivas ações – 
exemplo: ações de sociedade mercantil 
 Acessão intelectual: embora 
incorporados ao solo, são destinados a 
serem destacados e convertidos em 
móveis – exemplo: árvores no contrato 
de compra e venda de uma plantação 
de eucalipto, embora incorporados ao 
solo, destinam-se à separação e serão 
convertidos em móveis, como é o caso 
das árvores que se converterão em 
lenha, ou da venda de uma casa para 
demolição 
 É importante mencionar que para 
alguns autores os navios e as 
aeronaves são consideradas bens 
imóveis. No entanto, para César Fiúza e 
Francisco Amaral são considerados 
bens móveis. Para os autores, a 
confusão decorre do fato de que os 
navios e as aeronaves podem ser 
hipotecadas e necessitam de registros, 
situações próprias dos bens imóveis 
 
10. Dos bens reciprocamente 
considerados 
 
 Bens principais: são aqueles que não 
dependem de outros, não estão presos 
a outros, não seguem a sorte de outros 
– o solo é sempre principal; tudo o mais 
que está preso a ele é acessório 
 Já os acessórios são aqueles que 
seguem a sorte do principal – tudo o que 
acontece ao principal acontece aos 
acessórios 
 Os bens acessórios podem ser: 
as pertenças, as acessões, 
os frutos naturais, industriais e civis, os 
produtos, os rendimentos e 
as benfeitorias 
 
 Direito Civil I 
 Têm-se basicamente dois critérios para 
ser aferido, o que é principal e o que é 
acessório: 
 Critério econômico: isto é, na 
verdade, o valor de cada um dos bens 
seria determinante para se aferir o que 
seria principal ou acessório 
 Critério funcional (majoritário): 
principal é aquilo que atribui função ao 
todo, e o acessório atinge a sua 
finalidade enquanto se vincula àquele 
 O Código Civil apresenta norma que 
adota o critério econômico, é a 
chamada acessão invertida: 
 
Art. 1.255 – Aquele que semeia, planta ou 
edifica em terreno alheio perde, em 
proveito do proprietário, as sementes, 
plantas e construções; se procedeu de 
boa-fé, terá direito a indenização. 
Parágrafo único – Se a construção ou a 
plantação exceder consideravelmente o 
valor do terreno, aquele que, de boa-fé, 
plantou ou edificou, adquirirá a 
propriedade do solo, mediante pagamento 
da indenização fixada judicialmente, se 
não houver acordo. 
 
 Pertenças: os bens que, não 
constituindo partes integrantes, se 
destinam, de modo duradouro, ao uso, 
ao serviço ou ao aformoseamento de 
outro (exemplo: molduras de quadros, 
acessórios de um automóvel, máquinas 
de uma fábrica, aparelho de ar 
condicionado) – são imóveis por 
acessão intelectual 
 Partes integrantes: são acessórios que, 
unidos ao principal, formam com ele um 
todo, sendo desprovidos de existência 
material própria, embora mantenham 
sua identidade (exemplo: as lâmpadas 
de um lustre) 
 Frutos: são as utilidades que a coisa 
periodicamente produz, sem desfalque 
da sua substância. Podem ser: 
 Naturais: tudo aquilo que a coisa 
produz por si mesma, independente do 
esforço ou engenho humano – 
exemplos: frutos de árvores, crias de 
animais 
 Industriais: quando as utilidades 
provêm da coisa mas com a 
contribuição necessária do trabalho do 
homem – exemplo: produção de uma 
fábrica 
 Civis: quando, por uma extensão 
gerada pela capacidade humana de 
abstração, os rendimentos ou 
benefícios são tirados de uma coisa 
utilizada por outrem – exemplos: juros, 
rendimentos, dividendos – para alguns, 
aluguéis 
 Produtos: são aquelas utilidades 
extraídas da coisa, mas com a perda da 
substância desta – exemplos: as pedras 
de uma pedreira os metais de uma 
mina, o sal de uma salina. O elemento 
diferenciador entre frutos e produtos é a 
presença ou ausência da periodicidade 
da reprodução 
 Benfeitorias: podem ser: 
 Voluptuárias: as de mero deleite ou 
recreio, que não aumentam o uso 
habitual do bem, ainda que o tornem 
mais agradável ou sejam de elevado 
valor – exemplo: construção de piscina 
com mármore carrara 
 Úteis: as que aumentam ou facilitam 
o uso do bem – exemplo: construção de 
uma garagem 
 Necessárias: as que têm por fim 
conservar o bem ou evitar que se 
deteriore – exemplo: reconstrução de 
um assoalho que apodreceu 
 OBSERVAÇÃO: deve ser observada 
em conjunto à regra dos arts. 453, 
504, 505, 878, 1.219, 1.220, 1.221, 
1.660, 1.922, 2.004 todos do Código 
Civil, pois é normal tal indagação nas 
provas objetivas 
 
11. Dos bens públicos 
 
 Direito Civil I 
 
 São públicos os bens do domínio 
nacional pertencentes às pessoas 
jurídicas de direito público interno, todos 
os outros são particulares, seja qual for 
a pessoa a que pertencerem. Aqueles 
pertencem ao domínio nacional, ou 
seja, à União, aos Estados ou aos 
Municípios 
 Espécies dos bens públicos: 
 Os de uso comum do povo: não 
exigem autorização prévia, porém, 
como Marcos Ehrhardt Jr. afirma, o seu 
titular deve se responsabilizar pela 
manutenção – exemplos: rios, mares, 
estradas, ruas e praças 
 Os de uso especial: tais como 
edifícios ou terrenos destinados a 
serviço ou estabelecimento da 
administração federal, estadual, 
territorial ou municipal, inclusive os de 
suas autarquias – escolas públicas, 
secretarias, ministérios, quartéis, etc 
 Os dominicais (dominiais): 
constituem o patrimônio das pessoas 
jurídicas de direito público, como objeto 
de direito pessoal ou real, de cada uma 
dessas entidades – títulos de dívida 
pública, estradas de ferro, telégrafos, 
oficinas e fazendas do Estado; ilhas 
formadas em mares territoriais ou rios 
navegáveis; terras devolutas – 
consideram-se dominicais os bens 
pertencentes às pessoas jurídicas de 
direito público a que se tenha dado 
estrutura de direito privado. Importante 
mencionar as Jornadas de Direito Civil

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