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Projeto de Pesquisa

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE PEDAGOGIA
JAINA CARINE SANTOS BRITO
A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
SALVADOR
2019
JAINA CARINE SANTOS BRITO
A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
 
Projeto apresentado como exigência da disciplina Pesquisa e Prática em Educação – Projeto. Orientador(a) : Márcia Cristina de Faria.
SALVADOR
2019
LINHA DE PESQUISA
TEMA: LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
TÍTULO: A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
1. INTRODUÇÃO
O presente projeto uma revisão da literatura onde tem como foco principal retratar a importância da ludicidade, do brincar, do brinquedo na educação infantil. Buscou-se realizar uma análise dos benefícios do brincar na fase de desenvolvimento da criança e quais as contribuições para esse desenvolvimento.
TEMA
A importância da ludicidade na educação infantil
PROBLEMA
Que relação pode ter a criança e o brinquedo ou brincadeira, como também com os jogos e quais aprendizagens são possíveis durante essa interação?
OBJETIVOS
Objetivo Geral: Demonstrar a importância da inserção de atividades lúdicas, o brinquedo, o brincar, visando uma melhor prática no desenvolvimento da criança.
Objetivos Específicos: 
Analisar a importância do lúdico no ensino das crianças;
Analisar a contribuição do brincar e do educar no processo de desenvolvimento das crianças;
Compreender as atividades lúdicas como fator importante no processo de ensino e aprendizagem.
JUSTIFICATIVA DA PESQUISA
Na Educação Infantil, as crianças compartilham um conjunto de situações que envolvem ações estruturantes para o bem-estar das crianças na escola e para a progressiva construção de valores significativos na interação social, como a autonomia e a cooperação. Propor um espaço para brincar e conviver com os outros na Educação Infantil destacam a interação com os diversos aspectos da cultura como eixo estruturante da aprendizagem nesse segmento escolar.
METODOLOGIA UTILIZADA
O presente estudo será conduzido através de pesquisa exploratória, e que tem como objetivo proporcionar uma maior compreensão diante do estudo exposto. Para isso, a estratégia de pesquisa utilizada será a do levantamento bibliográfico, explorando alguns autores como referência. Celso Antunes foi escolhido para retratar sobre o histórico da educação infantil, onde as crianças não eram o centro das atenções. Kishimoto será mencionado para expor suas contribuições a respeito do brincar, dos jogos e brincadeiras no processo educativo das crianças na educação infantil. Trouxemos também alusões do Referencial Curricular da Educação Infantil, contribuições de Froebel e os tipos de jogos estudados por Piaget.
 CRONOGRAMA
	CRONOGRAMA
	ATIVIDADES DA PESQUISA
	Fev
	Mar
	Abr
	Maio
	Junho
	PRODUÇÃO
	Pesquisa Bibliográfica acerca do tema
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	Produção de dados teóricos
	Leitura Bibliográfica
	
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	Livros, Textos e Artigos
	Escrita do projeto
	
	
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	Produção de material
	Entrega do trabalho final
	
	
	
	
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	Produção de material científico-acadêmico
2. LEVANTAMENTO DO REFERENCIAL OU EMBASAMENTO TEÓRICO DA PESQUISA
 A ludicidade é assunto que tem conquistado espaço atualmente, principalmente na educação infantil. Por ser o brinquedo essencial na infância, o seu uso permite um trabalho pedagógico que possibilita a produção da aprendizagem e do conhecimento. Independentemente de época, cultura e classe social, os jogos e brinquedos fazem parte da vida da criança, pois elas vivem em um mundo de fantasia, de encantamento, de alegrias, de sonhos onde a realidade e o faz de conta se confundem. 
Durante muitos anos, o brincar era separado do aprender. Havia uma distância enorme entre esses conceitos. Quando as crianças terminavam a atividade, havia um determinado momento em que podiam brincar, pegar em jogos e brinquedos: na hora do recreio. E, também, era difícil o adulto sentar com os alunos para brincar junto.
Conforme retrata Antunes (2017) “houve um tempo em que se buscava oposição entre o brincar e o aprender e, por isso, o “lugar das brincadeiras” não se confundia com sala de aula, que era “o lugar das aprendizagens””.
Qualquer pessoa pode beneficiar-se de atividades lúdicas, tanto pelo aspecto de diversão e prazer, quanto pelo aspecto da aprendizagem. Através das atividades lúdicas desenvolvemos várias capacidades, exploramos e refletimos sobre a realidade, a cultura na qual vivemos, incorporaremos e, ao mesmo tempo, questionamos regras e papéis sociais. Podemos dizer que nas atividades lúdicas ultrapassamos a realidade, transformando-a através da imaginação. A incorporação de brinquedos na prática pedagógica pode desenvolver diferentes atividades que contribuem para inúmeras aprendizagens e para a ampliação da rede de significados construtivos tanto para crianças como para os jovens. 
Do século XIII ao XVII, na sociedade ocidental a criança era vista como adulto em miniatura, aos sete (07) anos a criança iniciava uma etapa importante de sua vida entrava na escola ou começava a trabalhar. 
O brincar é o primeiro experimentar do mundo que se inicia na vida da criança. Hoje a originalidade deste momento de brincar esta se perdendo, pois os caminhos mecanizados e informatizados do mundo levam o ser humano a se robotizar no pensar e no agir. O educador deve ser ativo no processo de elaboração dos conceitos e significados que são transmitidos culturalmente. 
A imaginação surge da ação que está presente na consciência da criança e está totalmente ausente em animais. Na idade pré-escolar surgem na criança desejos que não podem ser imediatamente satisfeito ou esquecidos, então ela se envolve num mundo imaginário e ilusório do mundo dos brinquedos. 
O mundo da infância da criança e do brincar é certamente um baú de metáforas, o qual se abre para o mundo imaginário, evidenciando um caminho metodológico. É o mundo em que a criança se desloca da realidade e voa pelas asas da fantasia, encantando-se com o universo colorido e mágico das brincadeiras e dos brinquedos, na exploração do sentido literal das coisas, de ser e de estar. 
Uma das principais mudanças é que hoje sabemos que nossas crianças se desenvolvem cognitiva e afetivamente a partir do brincar. 
Durante muito tempo nas escolas, isso era desenvolvido de forma muito limitada pensava em somente em áreas específicas matemática (números), linguagem (ler escrever) não davam atenção aos problemas que estimulassem o raciocínio lógico ou a criatividade por exemplo. O brincar se sobressai em muitas matérias do que outras em que a criança não consegue atingir. Assim, o brincar ajuda nas dificuldades de aprendizagem. 
Temos que ter claro que os brinquedos não devem ser utilizados como um segundo plano, e sim com uma ferramenta pedagógica. 
Segundo Kishimoto (Froebel, 1912c, p.55 apud KISHIMOTO, 1998, p. 68): 
Froebel, filósofo do período romântico, conhecido como “psicólogo da infância”, foi o primeiro a colocar os jogos e brincadeiras como parte essencial do trabalho pedagógico, para ele. A brincadeira é a atividade espiritual mais pura do homem, neste estagio e ao mesmo tempo, típico da vida humana enquanto um todo da vida natural interna no homem e de todas as coisas. Ela dá alegria, liberdade, contentamento, descanso externo e interno, paz com o mundo... A criança que brinca sempre, com determinação auto – ativa, perseverando, esquecendo sua fadiga física, pode certamente torna-se um homem determinado, capaz de auto sacrifício para a promoção do seu bem e de outros. Como sempre indicamos, o brincar em qualquer tempo não é trivial, é altamente sério e de profunda significação. 
 A utilização do brincar como recurso pedagógico tem de ser vista, primeiramente, com cautela e clareza. Brincar é uma atividade essencialmentelúdica; se deixar de sê-lo, descaracterizar-se-á como jogo ou brincadeira. Como atividade infantil, na qual há construção de conceitos, eles podem e devem ser utilizados na escola. 
Brincar é uma ação que ocorre no campo da imaginação, assim, ao brincar estará fazendo uso da linguagem simbólica. Poder brincar já é um processo terapêutico, brinca-se com o que não se pode entender, brinca-se para poder entender melhor e brinca-se para ressignificar a vida. Na brincadeira o sujeito exercita-se cognitivamente, socialmente e efetivamente. 
Além disto, ao brincar as crianças atribuem significados diversos aos objetos escolhidos, um cabo de vassoura vira um cavalo, sendo um ato que ocorre por meio da metacognição. 
As brincadeiras que divertiam antigamente e que divertem hoje fazem parte da cultura popular. As brincadeiras populares estão presentes em todos os lugares e são transmitidas de geração em geração. 
O brincar também proporciona que as crianças venham a desenvolver o ato de solucionar problemas, contribuindo para esse processo a partir de três elementos: a aquisição de nova informação, sua transformação ou reciclagem e avaliação. 
Para Kishimoto:
A aquisição de novas informações depende do método aplicado, sendo que as informações devem ser transmitidas visando às descobertas por meio da brincadeira, e, ocorre a partir dos conhecimentos prévios do educando. “O ato lúdico representa um primeiro nível de construção do conhecimento, o nível do pensamento intuitivo, ainda nebuloso, mas que já aponta uma direção” (1998, p. 144). 
 No entanto não pode se deixar de lado à sistematização do ensino. O ato de brincar tem muitas funções, perpassando entre simples prazer ou passa tempo à aquisição de normas sócias, aquisição da linguagem, entre outras. Ao brincar a criança está ensaiando e especulando a sua cultura e as normas contidas nela. 
As culturas da infância não podem ser compreendidas de forma separada e isolada dos contextos sociais da vida das crianças, mas como um contexto dentro do qual suas relações sociais e culturais, possam ser descritas. Assim, é que sustentamos que as relações emocionais, sociais, culturais e materiais específicas das crianças representam exemplos diários das produções das crianças. 
As brincadeiras de faz de conta, os jogos de construção e aqueles que possuem regras, como os jogos de sociedade (também chamados de jogos de tabuleiro), jogos tradicionais, didáticos, corporais etc., propiciam a ampliação dos conhecimentos infantis por meio da atividade lúdica. É o adulto, na figura do professor, portanto, que, na instituição infantil, ajuda a estruturar o campo das brincadeiras na vida das crianças. Consequentemente é ele que organiza sua base estrutural, por meio da oferta de determinados objetos, fantasias, brinquedos ou jogos, da delimitação e arranjo dos espaços e do tempo para brincar. 
Por meio das brincadeiras os professores podem observar e constituir uma visão dos processos de desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada uma em particular, registrando suas capacidades de uso das linguagens, assim como de suas capacidades sociais e dos recursos afetivos e emocionais de que dispõem. 
Brincando a criança explora e compreende o mundo ao seu redor, pela curiosidade descobre coisas e situações novas, desse mundo real tão assustador e encantador ao mesmo tempo. Interagindo ludicamente com o mundo real, por meio de desenhos, pinturas, danças, cantos, rabisco bagunça brincadeiras, entre outros, a criança estabelece uma harmônica sintonia entre os dois. 
Dessa forma compreende-se que o brincar para a criança é algo fundamental para seu crescimento e desenvolvimento, pois desta forma lúdica, busca compreender o mundo real do adulto, interagindo com ele intensamente, de variadas formas simbólicas. 
Na educação infantil todo o aprendizado é adquirido de forma lúdica, pois assim a criança tem prazer em aprender, pois o aprendizado se confunde com a brincadeira. 
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998, p, 27): A brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vinculo essencial com aquilo que é o “não brincar”. Se a brincadeira é uma ação que ocorre no plano da imaginação isto implica que aquele que brinca tenha o domínio da linguagem simbólica. 
Isto quer dizer que é preciso haver consciência da diferença existente entre a brincadeira e a realidade imediata que lhe forneceu conteúdo para realizar-se. Nesse sentido, para brincar é preciso apropriar-se de elementos da realidade imediata de tal forma a atribuir-lhe novos significados. Essa peculiaridade da brincadeira ocorre por meio da articulação entre a imaginação e a imitação da realidade. Toda brincadeira é uma imitação transformada, no plano das emoções e das idéias, de uma realidade anteriormente vivenciada. 
Isso significa que uma criança que uma criança que, por exemplo, bate ritmicamente com os pés no chão e imagina-se cavalgando um cavalo, está orientando sua ação pelo significado da situação e por uma atitude mental e não somente pela percepção imediata dos objetos e situações. 
Que a partir das brincadeiras as crianças conseguem representar a vida real através do faz de conta, usando a imaginação transformam-se em príncipes, heróis, monstros, animais, árvores e dessa forma adquirem conhecimentos de vários conceitos no simples ato de brincar. 
A brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial com aquilo que é o não brincar. Se a brincadeira é uma ação que ocorre no plano da imaginação isto implica que aquele que brinca tenha o domínio da linguagem simbólica. Isto quer dizer que é preciso haver consciência da diferença existente entre a brincadeira e a realidade imediata que lhe forneceu conteúdo para realizá-la. 
Para brincar é preciso que as crianças tenham certa independência para escolher seus companheiros e os papéis que irão assumir no interior da um determinado tema e enredo, cujo desenvolvimento depende unicamente da vontade de quem brinca. 
Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas mesmas, as crianças podem acionar seus pensamentos para a resolução de problemas que lhes são importantes e significativos. Proporcionando a brincadeira, portanto, cria-se um espaço no qual as crianças podem representar o mundo e internalizar uma compreensão particular sobre as pessoas, os sentimentos e os diversos conhecimentos. 
Existe algo muito importante para levarmos em nossa caminhada pedagógica: não importa a quantidade ou a qualidade do material que temos, se nossa função na sala de aula não é clara. Observamos professores que se viram com sucata e materiais alternativos, realizando trabalhos extraordinários. O empenho e a motivação são essenciais quando o assunto é tão sério: brincar. 
O brincar permite, ainda, aprender a lidar com as emoções. Pelo brincar, a criança equilibra as tensões provenientes de seu mundo cultural, construindo sua individualidade, sua marca pessoal e sua personalidade. Mas, é Piaget que nos esclarece o brincar, implica uma dimensão evolutiva com as crianças de diferentes idades, apresentando características específicas, apresentando formas diferenciadas de brincar. 
O brinquedo representa certas realidades. Uma representação é algo presente no lugar de algo. Representar é responder a alguma coisa e permitir sua evocação, mesmo em sua ausência. O brinquedo coloca a criança na presença de reproduções: tudo o que existe no cotidiano, na natureza e construções humanas. Pode-se dizer que um dos objetivos do brinquedo é dar à criança um substituto dos objetos reais, para que possa manipulá-los. Duplicando diversos tipos de realidades, o brinquedo as metamorfoseia e fotografia, não reproduzindo apenas objetos, mas uma totalidade social. 
A realidade representada sempre incorpora modificações: tamanho, formas delicadas e simples, estilizadas ou ainda, antropomórficas. Os brinquedos podem incorporar, também, um imaginário preexistente criado pelos desenhos animados, seriadostelevisivos, mundo da ficção cientifica com motores e robôs, mundo encantado dos contos de fada, estórias de piratas e índios. 
Ao representar realidades imaginárias, os brinquedos expressam, preferencialmente, personagens sob forma de bonecos, como manequins articulados ou super-heróis, mistos de homens, animais, máquinas e monstros. O brinquedo propõe um mundo imaginário à criança e representa a visão que o adulto tem da criança. No caso da criança, o imaginário varia conforme a idade: para pré-escolar de 3 anos, está carregado de animismo; de 5 a 6 anos, integra predominantemente elementos da realidade. O adulto introduz nos brinquedos imagens que variam de acordo com a sua cultura. 
O brinquedo contém sempre referência ao tempo de infância do adulto com representações veiculadas pela memória e imaginação. O vocábulo brinquedo não pode ser reduzido à pluralidade de sentidos do jogo, pois conota criança e tem uma dimensão material, cultural e técnica. Como objeto, é sempre suporte de brincadeira. É estimulante material para fazer fluir o imaginário infantil, tendo relação estreita com o nível de seu desenvolvimento. 
Entre as concepções sobre o brincar, destacam-se as de Froebel, o primeiro filósofo a justificar seu uso para educar pré-escolares. Alguns recorrem a pressupostos do autor para justificar a expansão de estabelecimentos infantis, criando formas diversificadas de conceber o lúdico na educação. 
Entende também que a criança necessita de orientação para seu desenvolvimento. Os programas froebelianos permitem a inclusão de atividade orientada e livre por meio do uso de brinquedos e brincadeiras. 
Nesta perspectiva, a brincadeira deixa de ser coisa de criança e passa a se constituir em coisa séria, digna de estar presente entre recursos didáticos capazes de compor uma ação docente comprometida com os alvos do processo de ensino-aprendizagem que se pretende atingir. 
Assim, tanto nas formas de arte, como em diferentes formas do brincar, existe uma riqueza de oportunidades criativas para que adultos e crianças expressem seu pensamento e apreciem o talento de outros. Todos nós recebemos a arte, assim como a criamos, e a maioria de nós sabe do que gosta por causa da nossa personalidade, nossas experiências, nosso conhecimento e nossas capacidades pessoais, ou sabe se expressar de formas comunicáveis aos outros.
O uso de jogos, brinquedos e brincadeiras, aliados ao ensino dos conteúdos escolares, e mediados por um professor preocupado com a transformação, compreensão e efetiva aprendizagem, além de tornar as aulas mais produtivas e divertidas, ainda contribui para o desenvolvimento do raciocínio. 
Para Piaget: 
A evolução do jogo na criança é dividida em três categorias: o jogo do exercício sensório-motor, o simbólico e o de regras, neste jogo a criança desenvolve a criação de estratégias, trabalha seus limites para conviver em grupos e na família estimula sua compreensão cooperação para com ostros colegas sua competição para poder aprender que no jogo a momentos que perdemos e outros que ganhamos assim ela trabalha com informações e situações de sua vivencia e consegue ter uma melhor percepção da realidade que não é nada fácil.(1998). 
 Desta forma, a escola deve facilitar a aprendizagem utilizando-se de atividades lúdicas que criem um ambiente alfabetizador para favorecer o processo de aquisição de autonomia de aprendizagem. Para tanto, o saber escolar deve ser valorizado socialmente e a alfabetização deve ser um processo dinâmico e criativo através de jogos, brinquedos, brincadeiras e musicalidade. 
A educação está carente de profissionais que chamem o aluno para a construção do conhecimento, que o instiguem a desbravar o mundo do saber, da curiosidade, estimulem a criatividade e a atenção. 
Profissionais comprometidos estão sempre em busca de novas metodologias de trabalho para melhorar a qualidade do ensino e deixá-lo atrativo, prazeroso, equilibrando a prática com a teoria. 
Aprender com prazer torna a criança criativa, ajuda na convivência com os colegas e testa suas habilidades, destrezas, inteligência e linguagem. Isto sem falar que na brincadeira a criança descarrega suas energias muitas vezes reprimidas no dia a dia da sala, onde ela permanece sentada em sua cadeira, ou ainda no seu lugar na fila. 
Podemos observar que brincar não significa apenas recrear, é muito mais, pois é uma das formas mais complexas que a criança tem de comunicar-se consigo mesma e com o mundo. 
 O empenho dos adultos em estimular os bebês a interagirem com aqueles que lhe são próximos e com seus brinquedos, é uma forma espontânea de iniciação ao ato lúdico. O ato de brincar assim evolui, altera-se de acordo com os interesses próprios da faixa etária, conforme as necessidades de cada criança e também com os valores da sociedade a qual pertence. 
 Cada vez mais reconhecidas como fonte de benefícios para as crianças, as brincadeiras tradicionais vêm recebendo a valorização de pais, educadores e recreacionistas. Conscientemente, muitos procuram contrapor-se à super oferta de produtos lúdicos comercializados pela indústria especializada, com a transmissão de seu legado cultural às novas gerações. A programação curricular tem incluído várias dessas atividades lúdicas, especialmente nas escolas infantis e nas primeiras séries do ensino fundamental. 
 A tradição com que tais brincadeiras se mantêm em nossa sociedade atestam sua importância no processo histórico-cultural. O significado da atividade lúdica para a criança está ligado a vários aspectos: o primeiro deles, é o prazer de brincar livremente; seguem-se o desenvolvimento físico que exige um gasto de energia para a manutenção diária do equilíbrio, do controle da agressividade, a experimentação pessoal em habilidades e papéis diversificados, a compreensão e incorporação de conceitos, a realização simbólica dos desejos, a repetição das brincadeiras que permitem superar as dificuldades individuais, a interação e a adaptação ao grupo social, entre outros. 
 As brincadeiras variam de uma região para outra e adquirem peculiaridades regionais ou locais. No entanto, é possível reconhecer uma mesma brincadeira e identificar as variantes surgidas, as fusões ocorridas no decorrer do tempo. Muitas atividades desaparecem quando deixam de ser funcionais aos grupos lúdicos, podendo vir a reaparecer em novas combinações. 
3. REFERÊNCIAS
ANTUNES, Celso. O jogo e a educação infantil: falar e dizer,olhar e ver, escutar e ouvir. Petrópolis-RJ: Vozes, 2017.
KISHIMOTO, T.M. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. 6. ed. São Paulo: CORTEZ, 1994. 
PIAGET, J. A Psicologia da Criança. Ed Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.
REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA EDUCAÇÃO INFANTIL. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.

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