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Percepção, Consciência e Emoção MÓDULO IX Lorena Fagundes Lorena Fagundes 1. Embriologia do Sistema Nervoso O desenvolvimento do Sistema Nervoso se inicia na 3ª semana, em que o disco bilaminar vira trilaminar em prol da formação da Linha Primitiva, visto que células epiblásticas migram ao plano mediano da cauda para região cefálica, em que ficam o nó, fosseta e sulco primitivo. Entre ectoderma (que gera o SNC) e o endoderma, surge o mesoderma/mesênquima, que tem as suas células aos poucos invaginadas, formando sulco, processo e canal notocordais, constituindo a Notocorda. Depois, as células da ectoderma, dorsalmente, formam a placa, sulco, pregas e tubo neurais, processo denominado de Neurulação. Acima do tubo, as células se unem, formando uma camada, a epiderme. Além disso, é importante salientar que 1/3 caudal da placa e tubo neurais corresponde à medula espinhal e 2/3 cefálicos constitui o encéfalo, de modo que ambos são delimitados até o 4º par de somitos. Ademais, há uma região denominada de organizadora que junto aos BMP’s e Shh acionam a neurulação. Algumas células perdem a afinidade, compondo uma massa superior ao tubo (SNC), a crista neural e se divide e migra para região lateral, onde ficam os gânglios cranianos e espinhais, que juntos formarão o SNP. O canal neural vira sistema ventricular do encéfalo e no canal central da medula. Reguladoras do ciclo: gaba + glutamato Moléculas Sinalizadoras: TGF beta, Shh (secretado por tubo neural e notocorda) e BMP’s (bloqueiam o bloqueador; suprime o BMP vizinho) Fatores Indutores: a) ativadores de genes rostrais - folistatina, noguina e cordina; b) ativadores de genes caudais - FGF8 e ácido retnóico. O Shh (sonic hedgehog), responsável pela neurulação e produzido pela notocorda, atua de modo que tem alta concentração no corno ventral do tubo, onde serão desenvolvidos neurônios motores. Já a sua baixa concentração no corno dorsal, implica na diferenciação de neurônios sensitivos nessa região do tubo. Além disso, é importante citar que sua concentração é inversamente proporcional à dos BMP’s. Além disso, o tubo neural é dividido em cornos transversalmente: corno dorsal, corno lateral e corno ventral. Também, há, da região mais dorsal até a mais ventral, a lâmina do tecto, lâmina alar (neurônios sensitivos), lâmina basal (neurônios motores) e lâmina do assoalho, sendo que são divididas pelo sulco limitante, que surge com o espessamento do tubo neural. Lorena Fagundes A medula espinhal é a parede do canal neural até 9ª/10ª semana, quando se torna canal central/epêndima. Essa parede tem células pseudoestratificadas colunares, compondo a zona ventricular/camada ependimária, que origina neurônios e macróglia. Externamente, há duas camadas: a zona marginal, onde estão os axônios, tornando-a uma zona de substância branca, e a zona intermediária, composta por neuroblastos (neurônios primordiais) resultantes de mitoses em zona ventricular. As células neuroepiteliais, também, geram glioblastos/espongioblastos, os quais migram para a zona intermediária ou marginal, onde viram: a) astroblastos (precursores do astrócitos), b) oligodendroblastos (precursores dos oligodendrócitos). Após essa produção, as células neuroepiteliais se diferenciam em células ependimárias (epêndima), que revestem o canal central e posteriormente, os ventrículos, por onde passam o líquor. Entre as camadas, passam neurônios mais maduros, a glia radial, que servem como trilho para a migração de células. Já o encéfalo primitivo (ou Arquencéfalo) será a parte cranial dilatada, de modo que na 4ª semana se dilata novamente, após o fechamento do tubo neural, formando as vesículas encefálicas, que são: Prosencéfalo, Mesencéfalo e Romboencéfalo. Ao 2º mês gestacional, essas vesículas se dilatam e formam divertículos, de modo que: prosencéfalo mesencéfalo telencéfalo diencéfalo aqueduto vesículas ópticas infundibulo glândula pineal neuro-hipófise hemisférios ventrículos laterais III ventrículo forames de Monroe * Por onde passa o líquor e possuem epitélio cuboide, chamado epêndima Lorena Fagundes Ainda, surgem flexuras/curvaturas no arquencéfalo e que são divididas pelo surgimento: flexura cefálica (entre mesencéfalo e prosencéfalo), flexura cervical (entre medula e arquencéfalo) e flexura pontina (entre meta e mesencéfalo), sendo que as duas últimas desaparecem ao longo do tempo. Os sulcos, fissuras e giros surgem após 4/5 meses, quando os órgãos crescem mais rápido que a caixa cerebral. O romboencéfalo apresenta rombômeros que são intumescências com genes específicos (genes homeóticos) a cada parte do tronco encefálico, o que dará origem e especificidade aos núcleos, visto que os neurônios são diferenciados por conta das proteínas liberadas pelos genes homeóticos. Aos 6 meses, a medula espinha esta na 1ª vertebra sacral e ao nascer, o RN apresenta-a até L2/L3. As raízes nervosas correm obliquamente pelas vertebras, de modo que as últimas formam um feixe, a cauda equina. Os neurônios têm seu primeiro axônio emergindo em forma de cauda de crescimento, a qual tem protrusões, denominadas de filopódios, que encontram os reagentes químicos e são revestidos por membranas, os lamelipódios. Os filopódios são compostos por actina, que proporcionam flexibilidade às celulas. O axônio em crescimento realiza um percurso específico através de um meio cheio de sinais moleculares que o vão orientando até alcançar o seu alvo, também específico. Eles são identificados por receptores externos (extracelular) e internos (voltados ao citoplasma e que emitem sinais para o movimento de filopódios). Alguns sinais promovem inibição ou promoção de crescimento do cone de crescimento, como as lamininas, a fibronectina e os proteoglicanos, que são reconhecidos por integrinas. Desse modo, o neurônio consegue atingir seu alvo (outro neurônios ou órgão) através de sinais de repulsão ou adesão (caderinas e Ig) que o direcionam ao alvo. Quando encontrar outro axônio, o cone pode crescer junto a ele, processo denominado de fasciculação, formando os fascículos, feixes, nervos. Além disso, há sinais de longa distância, as quimioatratoras, como as netrinas, e os quimiorepulsores, como semaforinas e efrinas. No alvo, o axônio sofre arborização, ou seja, se ramifica, permitindo a sinaptogênese (formação de sinapses). Os reflexos são originados a partir da irritabilidade (sensibilidade ao estímulo), condutibilidade (condução de impulso) e contratilidade (encurtamento de neurônio em resposta a estímulo nocivo). 1.1 Funções Macroscópicas romboencéfalo mielencéfalo metencéfalo IV ventrículo Lorena Fagundes O SNC tem duas funções importantes: 1) sensibilidade - organismo recebe informações indispensáveis à conservação do indivíduo e da espécie; 2) motricidade - relação íntima entre músculos e sistema nervoso para a movimentação corporal. Especificamente, há também, visão, audição, tato, olfato, gustação. Além disso, o SNC se divide funcionalmente em: somático, que relaciona o organismo ao meio ambiente, e visceral, que realiza controle e inervação de vísceras. No sistema nervoso somático, os nervos aferentes levam informação do meio ambiente aos centros nervosos e os eferentes acionam os músculos após a resposta dada pelos centros. No visceral, também há essa subdivisão, contudo os aferentes levam informação das vísceras aos centros nervosos e os eferentes destes para glândulas, m. liso e m. cardíaco. Ademais, no SNV, o componente eferente é denominado de sistema nervoso autônomo, que pode ser simpático ou parassimpático. Função dos lobos cerebrais: Frontal – controle da motricidade, da aprendizagem da motricidade, produção da fala, planejamento de ações, solução de problemas, pensamento abstrato e criativo, respostas afetivas, comportamento, atenção seletiva, libido e olfato. Occiptal – visão e leitura. Parietal – tato, dor, calor, identifica objetos pela sua forma, propriocepção. Temporal – audição, medo, fala, linguagem, comportamento, emoções. Ínsula – emoções e paladar. 1.2 Teratógenos Teratógenos são fatores que acarretam em mal-formações fetais, como fazem os medicamentos (talidomida, misoprostol, ácido retinóico), doenças maternas (diabetes, epilepsia, hipotireoidismo), infecções congênitas (sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus), radiações (radioterapia), substâncias químicas (mercúrio, chumbo), álcool, fumo, cocaína. Eles causam morte celular, alterações no crescimento dos tecidos (hiperplasia, hipoplasia ou crescimento assincrônico) e interferência na diferenciação celular. Assim, geram morte do concepto/infertilidade, malformações, retardo de crescimento intra-uterino (RCIU) e deficiências funcionais. A ação dos teratogênicos depende de estágio de desenvolvimento do concepto, dose x efeito, genótipo materno-fetal e do mecanismo patogênico de cada agente. 1.3 Ácido Fólico e Hormônios Tireoidianos O ácido fólico/folato/vitamina B9 atua como coenzima no metabolismo de aminoácidos (glicina) e síntese de purinas e pirimidinas, síntese de ácido nucléico DNA e RNA e é vital para a divisão celular e síntese protéica. Assim, é inerente à formação do tubo neural, sendo que na sua ausência, pode haver: anencefalia (um tronco encefálico rudimentar e um tecido nervoso funcionante); espinha bífida (má-formação da medula espinhal, na qual algumas vértebras não se Lorena Fagundes formam completamente, permitindo que parte da medula espinal se projete na abertura nos ossos); encefalocele (herniação do cérebro e das meninges por aberturas no crânio). Encontrado em espinafre, alface, brócolis, feijão, cereais, couve de bruxelas, batata, arroz integral, frutas e carne de fígado. O hipotireoidismo congênito é a causa mais comum de retardo mental, resultante da deficiência de hormônios tireoidianos, que são essenciais para a organogênese do SNC até 2 anos de idade. Ela ocorre por disfunção glandular, defeito no transportador de iodeto na membrana ou mutações nos fatores de transcrição (TTF2, TTF1, PAX-8). Assim, o TSH para de ser estimulado. Hipotireoidismo Primário/Disgenesia Tireoidiana – permanente (defeito na formação glandular) ou transitório. Hipotireoidismo Central – ocorre por falta de estímulo ao TSH e TRH. Hipotireoidismo Subclínico/Doença Tireoidiana Mínima – ocorre por aumento de TSH sérico e inalteração de T3 e T4. A deficiência deles pode afetar a visão, linguagem e cognição; causar retardo do desenvolvimento de neuropilema (rede de neurofibrilas) no córtex cerebral e em células de Purkinje do cerebelo; reduz mielinização em córtex da visão e audição, hipocampo e cerebelo. Também, há alteração funcional cardiorrespiratória e da maturação óssea. A inserção de iodo nos dois primeiros trimestres previne o hipotireoidismo congênito. A circulação materna desses hormônios é menor no último trimestre. No primeiro trimestre, quando a tireoide anda não está formada, T3 e T4 são detectados no cérebro fetal. Ademais, T3 é detectado apenas nesse tecido. No segundo trimestre, T4 materno é identificado na criança. O T4 é convertido em T3 por influência de 5-monodeiodinases do tecido cerebral, que aumentam na 22ª semana junto aos hormônios tireoidianos. Deste modo, no hipotireoidismo, essas enzimas atuam mais e a concentração de T4 é baixa. T3 tem sido estimulante da produção de 17-beta-estradiol, de fator de crescimento da epiderme e do desenvolvimento placentário. A placenta é permeável ao iodato e ao TRH (responsável pelo controle do eixo hipotálamo-hipofise-tireoide antes do amadurecimento deste), mas impermeável ao TSH (encontrado na hipófise em alta concentração na 11-12 semanas). Isso ocorre de modo que há receptores tireoidianos (TR), os quais aumentam a quantidade junto com a capacidade de ligação de T3. Os genes de TR estão baixos quando há muito baixo peso e T3 e T4 estão baixos em RCIU. Além disso, eles regulam os processos terminais de desenvolvimento do SNC, como crescimento de dendritos e de axônios, sinaptogênese, migração neuronal e mielinização. Lorena Fagundes 1.4 Irrigação do SNC As artérias levam o sangue para o encéfalo e na medula, abrem-se em vasos cada vez mais finos, capazes de se ramificar mais e irrigar o SNC. Esse aporte deve ser contínuo e intenso, visto que a glicose e oxigênio não são armazenados nesse tecido. Assim, a pressão arterial deve ser estável, contudo o fluxo deve ser alterado com o uso do sistema, visto que regiões ativas precisam mais de sangue do que as inativas. Elas são divididas em: artérias piais (superficiais ao encéfalo e medula; ficam no espaço subaracnoide com o líquor) e artérias penetrantes (penetram parênquima). Há poucas anastomoses, deixando a circulação dependente de uma única artéria/veia, porém alguns vasos se superpõem, possibilitando possível substituição. O controle do fluxo sanguíneo é realizado através de variação do diâmetro das arteríolas, o qual responde a pequenas variações da pressão arterial sistêmica (entre 60 e 150 mmHg) e a concentração dos gases respiratórios (O2 e CO2). Assim, a queda de fluxo que seria causada pela vasoconstrição sistêmica é compensada pela vasodilatação neural, e ele permanece constante no encéfalo e na medula As arteríolas têm a sua contratilidade reduzida, pois as suas células/periquitos não funcionam bem como o m. liso, logo, elas normalmente são reguladas pelo óxido nítrico, pelos pedículos dos astrócitos (secretam CO, o nucleosídeo adenosina e o ácido araquidônico) e por prolongamentos dos axônios. Assim, essa regulação do fluxo sanguíneo em função da atividade neural é chamada acoplamento neurovascular, sendo os seus contribuintes denominados de unidades neurovasculares. Trajetos das artérias: 1) via anterior ou carotídea, que irriga os hemisférios cerebrais e o tronco encefálico; 2) via posterior ou vertebrobasilar, que compartilha com as carótidas a irrigação do tronco encefálico e encarrega-se também da medula espinhal; e 3) via sistêmica, que irriga a medula por anastomose com a via posterior. A camada ependimária do plexo coroide é uma barreira hematoliquórica e a camada de células aracnóideas fortemente seladas entre si representa uma barreira que mantém o líquor confinado dentro do espaço aracnóideo. Lorena Fagundes A pressão nas artérias é diminuída por elas serem sinuosas. 1.5 Meninges Dura-Máter: externa, resistente e inelástica; reveste encéfalo e medula espinhal. Aracnóide: camada média. Pia-Máter: interna, fina, muito vascularizada e separada da aracnoide por um liquido, chamado de liquido cefalorraquidiano e que é produzido pelos plexos coroides (localizados nos ventrículos), preenchendo um espaço, denominado de subaracnoide. 2. Morfofisiologia do Tecido Nervoso O sistema nervoso possui dois tipos de células, sendo ambas compostas por membrana plasmática, citosol e organelas. A) Neurônios – são sinalizadores e divididos em corpo celular (núcleo + corpúsculo de Nissi/RER), dendritos basais (recepção de sinais aferentes; o RE Liso com complexo de Golgi formam prolongamentos denominados de espinhos dendríticos, os quais podem ser longos, curtos e finos ou em formato de cogumelo), axônio (leva sinais elétricos, denominados de potencial de ação, do corpo celular a outros neurônios pelas terminações pré-sinápticas, também chamadas de dendritos apicais; não possuem RER, ribossomos nem complexo de Golgi). Os potenciais de ação são formados na zona de gatilho, próxima ao segmento inicial do axônio, e se propagam de 1 a 100 m/s, sendo eles constantes. O potencial de ação tem a função de transmitir uma informação, porém ele é idêntico em qualquer local do Sistema Nervoso, portanto o que define a diferenciação da mensagem repassada é a via do sinal, assim, o cérebro consegue interpretá-la de diversas formas. Além disso, para esse sinal elétrico ser transmitido rapidamente, há uma membrana lipídica – bainha de mielina - ao redor de algumas partes do axônio, tornando-as eletricamente isoladas, logo, forçando o potencial de ação a passar apenas pelas regiões em que ela não está, denominadas de nodos de Ranvier. Assim, que o sinal chega ao fim do axônio, terminações nervosas/pré-sinápticas, encontra a fenda sináptica, região onde os neurônios pré e pós-sinápticos entram em contato. Por fim, é importante saber que o potencial de ação segue o Princípio da Polarização Dinâmica, no qual é dito que sinais elétricos são unidirecionais, sendo obrigatoriamente na ordem: dendritos, corpo celular, axônio, terminações nervosas. Lorena Fagundes Dendritos: microtúbulos a partir de tubulina com polaridade negativa para a célula e positiva para o meio dendritos/axônio. São estabilizados graças às MAP’s, de modo que MAP3 fica em axônio, MAP2 em dendritos. Já os axônios vão ser compostos prevalentemente por neurofilamentos (fibras). Especificidade Conectiva – os neurônios não fazem conexões randômicas e sim especificas. Além disso, os neurônios podem ser unipolares (sistema nervoso autônomo; possuem apenas um axônio e as outras ramificações são dendritos), bipolares (células sensoriais da visão e do olfato; corpo oval com um dendrito que recebe sinal do SNP e um axônio que leva essa informação ao SNC), pseudounipolares (células sensitivas de dor, tato e pressão; se iniciam como bipolares, porém as duas ramificações importantes se fundem; o axônio se conecta ao SNP – músculos, articulações e pele - e o dendrito à medula espinhal) e multipolares (um axônio e vários dendritos ao redor do corpo celular; pode variar). Ainda, estes últimos podem se classificar em: a) neurônio motor, que se conecta aos m. esqueléticos; b) célula piramidal do hipocampo, que tem corpo celular triangular e dendritos emergindo do ápice e da base; c) célula de Purkinje do cerebelo, que possui uma enorme árvore dendrítica partindo do corpo celular. Funcionalmente, os neurônios podem ser: i) motores transmitem informação do SNC ao SNP, como músculos e glândulas, sendo chamados de eferentes; ii) sensitivos levam informação de SNP ao SNC, normalmente sendo chamados de aferentes; e iii) interneurônios estão em maior quantidade, são de retransmissão/projeção/relés, que têm axônios longos e transmitem informação a longa distância, ou locais, com axônios curtos e transmitem informação a curta distância. Ainda, estes ultimos são subdivididos de acordo com o estímulo sensorial, localização, tamanho e densidade. B) Células Gliais/Glia – são o suporte aos neurônios, sendo mais numerosas que eles, visto que os circundam. Apesar de terem as mesmas células precursoras dos neurônios, não possuem axônios ou dendritos e não são excitáveis eletricamente. São divididas em: micróglias, pertencentes ao sistema imune, atuando como fagócitos em infecções ou traumas; e macróglias, que são a maioria, sendo elas os oligodendrócitos, células de Schwann (menor quantidade da macróglia), células NG2 (células-tronco e controle do brotamento dos axônios no nodo de Ranvier), células ganglionar satélite (isolamento elétrico de neurônios), ependimócito (regula troca de substâncias com sangue e liquor, forma plexo coroide e participa da barreira hematocefálifca), glia embainhante olfatória (célula olfatória e mielinizante) e astrócitos. Essas duas primeiras macróglias formam a bainha de mielina, de modo que os oligodendrócitos envolvem de 1 a 30 axônios e são encontrados no SNC, enquanto as células de Schwann estão em SNP, circundam apenas um axônio (sua camada enrolada é denominada de mesaxônio) e se regeneram por ausência de proteínas. Os astrócitos são células de corpos irregulares, entram em contato com artérias e veias do encéfalo e são classificados em: protoplasmáticos, que expressam muito GPAF, são encontrados na massa cinzenta, têm processo em formato de folha, circundam neurônios; e os fibrosos, pouco expressam GPAF, são achados em massa branca, com prolongamentos finos, longos e com feixes Lorena Fagundes empacotados e em contato com os nodos de Ranvier. Os astrócitos têm seis possíveis funções: isolam os neurônios por grupos funcionais e conexões; secretam trombospondina, que propicia formação de novas sinapses; funcionam como tampões espaciais, pois regulam concentrações de K+, pois são muito permeáveis a essa substância, logo, impedindo excesso de potássio na fenda sináptica; armazenamento e liberação de Ca²+ através de rede de astrócitos, o que auxilia na circulação sanguínea e na nutrição do sistema nervoso, visto que as ondas de cálcio propiciam a secreção de gliotransmissores, como glutamato, aspartato, ATP, taurina e a D-serina; captação de neurotransmissores; secretam fatores de crescimento para neurônios vizinhos. Os astrócitos são encontrados pela presença única de proteína ácida fibrilar glial (GPAF) nelas. Redes Neurogliais: os astrócitos e NG2 recebem impulsos nervosos dos neurônios, o que pode fazê-los liberar substâncias ativadoras de impulso elétrico. Deste modo, as células gliais fazem parte da sinapse junto aos neurônios, formando uma rede. Reflexo Excitatório: músculo transmite sinal sensorial ao SNC > neurônio motor acionado pelo SNC e que chega ao músculo > inibição de músculos opositores à ação > formações enviadas ao encéfalo o permitem controle e coordenação de movimentos. Importante citar que um neurônio sensorial faz contato com 45-50 neurônios motores, caracteristica denominada de divergência, enquanto que um neurônio motor recebe aferência de 130 neurônios sensoriais, aspecto chamado de convergência. Assim, o neurônio motor é capaz de interpretar várias mensagens e é dependente de vários neurônios para sua ativação. Reflexo Inibitório a) Pró-ação: contração de músculos extensores e Lorena Fagundes inibição de flexores através de interneurônios. No reflexo, isso é de forma recíproca/mútua. b) Retroalimentação: neurônio motor é excitado por interneurônio, que o inibe, ou por músculo. Sinalização para ação: sinal aferente, sinal de gatilho, sinal condutor e sinal eferente. Isso ocorre através de propriedades elétricas da membrana, de forma que se inicia com um potencial de repouso de membrana (meio intracelular = -65mV e meio extracelular = 0mV; contudo, isso pode variar, sendo neurônio muscular o que tem esse potencial mais alto), quando a célula esta em repouso. Assim, a célula muscular ou nervosa é dita como excitável quando há uma alteração rápida e considerável desse potencial. Ele é determinado pela concentração K+ e Na+, que é controlada pela bomba Na+- K+, que joga sódio para fora e potássio para dentro da célula, e pelos rins. Naturalmente, as membrana nervosas são permeaveis ao K+ e menos ao Na+, ambas as moléculas migrando pelos canais iônicos. O K+ e o Cl- tendem a ir ao meio extracelular, deste modo, ao K+ atravessar a membrana, deixa cargas negativas no interior dela. Portanto, para que haja um potencial de ação, há um desequilibrio do potencial de repouso, de modo que a membrana fica mais permeavel ao Na+ subitamente por conta do aumento de seus canais dependentes de voltagem. Assim, com sua entrada no meio intracelular, esses íons são capazes de neutralizar a carga negativa deixada pelo K+ e tornar o potencial de ação igual a +40mV. Logo, esse impulso é propagado e a região neuronal torna-se inexcitável com a saída de K+, até que o neurônio volte a ter potencial de repouso. Em caso de redução do potencial, há a despolarização, que funciona como mecanismo excitatório, ou seja, aumenta a capacidade da célula de ser excitada. Já para o aumento do potencial, há a hiperpolarização, mecanismo inibitório, ou seja, torna a célula menos propensa a desenvolver um potencial de ação. A sinapse, ainda, pode ser simétrica, ou seja, com a membrana pós-sináptica mais espessa que a membrana pré-sináptica e que tem vesículas inibitórias; ou asssimétrica, visto que tem essas membranas de mesma espessura e vesículas excitatórias. Quando há estiramento de um músculo, ocorre um influxo grande de Na+ para dentro do neurônio sensorial, por conta da abertura dos canais de Na+ decorrentes dessa ação muscular e que causa uma redução de potencial de ação, despolarizando. Esse potencial é diminuido ao decorrer de sua propagação, portanto, deve ser potencializado. Assim, há três estados: 1) repouso, durante o qual o canal está fechado, mas pode ser ativado (aberto) a qualquer momento; 2) ativo, durante o qual o canal está aberto, e por ele passa o fluxo iônico; 3) refratário, durante o qual está fechado e não pode ser ativado. Alosteria: proteínas podem assumir conformações moleculares diferentes, modificando sua disposição espacial. Lorena Fagundes Zona de gatilho: avalia as informações e decide a resposta a elas. É o local com mais canais de Na+, logo, se torna mais vulnerável À formação de um potencial de ação a partir da soma/gera potenciais de receptor/sinápticos. A intensidade da sensação é determinada pela frequência dos potenciais de ação, enquanto que a duração é pelo tempo que eles são transmitidos. Os neurotransmissores são peptideos, como substância P e hormônio liberador do LH, ou moléculas orgânicas, como acetilcolina e glutamato, os quais ficam em vesículas sinápticas e se acumulam nos terminais axonais, denominados de zonas ativas, para serem liberados através da exocitose. A secreção desses neurotransmissores é definida pela quantidade e intensidade de potenciais de ação. Eles são necessários para neurônios incapazes de gerar o próprio potencial de ação (ausência de canais de Na+ específicos que produzem esse estímulo sem neurotransmissores). Importante citar que internamente, as células podem ser acionadas pelos segundos mensageiros, que são AMPc, GMPc, Ca²+ e cinase ligada a fosfato. Os neurotransmissores são de três tipos químicos: aminoácidos (GABA, glutamato, glicina e aspartato), aminas (Ach, adrenalina, dopamina, histamina, noradrenalina e serotonina) e purinas (adenosina e ATP), enquanto que os neuromoduladores são peptídeos (gastrina, vasopressina, ocitocina, insulinas, opioides, secretinas, somatostatinas e taquicininas), lipídios (anandamida e 2 –araquidonoilglicerol) e gases (CO e NO). Lorena Fagundes Bloqueadores de canais: tetrodotoxina (TTX), bloqueadora dos canais de Na+, e o tetraetilamônio (TEA), bloqueador dos canais de K+. Uma vez que os neurotransmissores alcançam a célula pós-sináptica, eles podem entrar por dois receptores: a) ionotrópicos, que são canais iônicos dependentes de ligantes (neurotransmissores se ligam a eles, causando alosteria e então, permitindo passagem excessiva de Na+ para dentro – despolarização/PPSE; ou de K+ para fora/Cl- para dentro – hiperpolarização/PPSI); e b) metabotrópicos, cujos efeitos sobre o neurônio pós-sináptico são produzidos indiretamente por meio de uma proteína intracelular chamada proteína G (proteína que liga trifosfato de guanosina - GTP), ou através de ação enzimática intracelular efetuada pelo próprio receptor. Além disso, nos metabrotópicos, quando o neurotransmissor ou neuromodulador mudam a conformação alostérica do receptor a proteína G libera o seu GDP e o substitui por um GTP retirado do citosol, o que separa a subunidade a do complexo, e esta "desliza" internamente na membrana até encontrar, nas proximidades, outras proteínas integrais da membrana, que realizam diferentes funções. PPSI: potencial pós-sináptico inibitório. PPSE: potencial pós-sináptico excitatório. Fluxo Axoplasmático: movimento contínuo de moléculas ou de organelas membranosas que utilizam os microtúbulos como trilhos. O fluxo anterógrado pode ser feito através de cinesinas (da família das ATP’s; compostas por cabeça globular, haste enrolada e terminal carboxila), que realizam transporte rápido/saltatório de vesículas sinápticas através de metabolismo oxidativo independente do corpo celular; ou de proteínas do citoesqueleto, que fazem transporte axonal lento (0,2-2,5 mm/dia ou o dobro disso). No movimento retrógrado, em prol da degradação/reutilização de substâncias, há ação de dinesina dependente de MAP- 1C e carreamento de moléculas dentro dos lisossomos. No transporte de RNAm, são utilizadas MAP2, actina, proteinase dependente de Ca²+/calmodulina. Sequência de sinais de ação reflexa: estiramento muscular produz potencial de receptor, que é proporcional à ação e se espalha para a zona de gatilho, disparando potencial de ação que se propaga até o terminal do axônio, ativando os neurotransmissores. Estes cairão na fenda sináptica, se ligando aos receptores do neurônio motor do músculo estirado. Neste neurônio, a zona de gatilho é acionada e o potencial de ação propagado, terminando no terminal sináptico, onde os neurotransmissores são liberados na fibra muscular, disparando potencial sináptico, que pode gerar potencial de ação no músculo, causando a sua contração. Assim, os neurônios têm três vias sinalizantes: canais ativados por ligantes/neurotransmissores, canais de vazamento (geram potencial de repouso, determinam a distribuição, duração e limiar para potencial de ação) e canais dependentes de voltagem (geram potencial de ação). Porcessamento Paralelo: a capacidade de diferentes tipos de neurônios expressarem a mesma informação por vias distintas. Redes Neurais: diferentes tipos de modelos de processamentos paralelos. Lorena Fagundes Para o fim da sinapse, há recaptação do neuromediador (exceto para Ach) e degradação enzimática do neuromediador. 3. Consciência: Lobo Occiptal e Tronco Encefálico A consciência é considerada como estado de autopercepção caracterizado por unidade (várias modalidades sensoriais estão reunidas em uma única experiência), subjetividade (adquirida com as experiências) e intencionalidade (sequência de experiências que têm um objetivo). O conjunto de feixes que controlam a consciência é denominado de formação reticular, que se estende desde o bulbo até o mesencéfalo. O balanço entre os diversos neurotransmissores de liberação difusa no tecido neural faria modular a excitabilidade dos neurônios, e com isso seria possível controlar dinamicamente o seu nível geral de atividade, ou seja, faria-se o controle do nível de consciência e da atividade comportamental geral do indivíduo. 3.1 Tronco Encefálico Esta entre a medula e o diencéfalo, ventralmente ao cerebelo. Composto por núcleos dos nervos cranianos e próprios; tratos descendentes, ascendentes e de associação; formação reticular. Nele, há a formação reticular que realiza o controle da atividade cerebral pela transmissão de sinais nervosos específicos e também pela liberação de neurohormônios excitatórios ou inibitórios para dentro da substância do cérebro: serotonina (núcleo da rafe), noraepinefrina (locus ceruleus), acetilcolina (núcleo gigantiocelular) e dopamina (substância negra). No tronco encefálico, os corpos se unem, formando os núcleos, e os axônios se transformam em feixes/fascículas. Se divide em: a) Bulbo/Medula Oblonga – Na área ventral do bulbo, observa-se a fissura mediana anterior, e de cada lado dela existe uma eminência alongada, a pirâmide, formada por um feixe compacto de fibras nervosas descendentes que ligam as áreas motoras do cérebro às da medula (trato corticoespinhal). Na parte caudal do bulbo, fibras deste trato cruzam obliquamente o plano mediano em feixes que constituem a decussação das pirâmides. Na sua área lateral, há as olivas, das quais, ventralmente, há o nervo XII, enquanto do sulco lateral saem os nervos IX, X e XI. Na cauda do bulbo, abre-se um canal por onde sai o nervo VII. Na área posterior bulbar, há o fascículos grácil e cuneiforme (ascendentes; passam pelos núcleos e finalizam nos tubérculos, ambos com mesma nomenclatura dos fascículos), bem como o sulco intermédio posterior. Lorena Fagundes b) Ponte – Entre bulbo (do qual se separa pelo sulco bulbo-pontino, de onde emergem os nervos cranianos VI, VII e VIII) e mesencéfalo; possui fibras que convergem ao pedúnculo cerebelar médio, o qual fica acima do V nervo craniano, que emerge pelas raizes sensitiva e motora. c) Mesencéfalo – entre ponte e diencéfalo; é atravessado pelo aqueduto cerebral que une o Ill ao IV ventrículo. Possui dois pedúnculos: tegmento (dorsal) e base do pedúnculo (ventral), que são separados pela substância negra (neurônios com melanina) e pelos sulcos medial (de onde emerge nervo III) e lateral. Além disso, possui colículos superiores (via óptica) e inferiores (via auditiva; de onde, na região proximal sai o nervo craniano IV/troclear) que se ligam aos corpos geniculados lateral e medial, respectivamente. 3.2 Lobo Occiptal Apresenta dois sulcos importantes na face medial do cérebro a) sulco calcarino - inicia-se abaixo do corpo caloso, contém a área visual/estriada. b) sulco parietoccipital - muito profundo, separa o lobo occipital do parietal e encontra, o sulco calcarino. Entre esses sulcos, há o cuneus, um giro de forma triangular. Abaixo do sulco calcarino situa-se o giro occípito-temporal medial, que continua anteriormente com o giro para-hipocampal, já no lobo temporal Além disso, o lobo occiptal é responsável pela visão e processamento visual, compreensão de imagens. Assim, se houver lesão nele, a pessoa terá problemas de visão, como epilepsia, alucinações, cegueira. 3.3 Sono-Vigília O eletroencefalograma (EEG) é uma medida que permite visualizar a atividade do córtex cerebral através do sono e da vigília. Quando um grupo de células é excitado simultaneamente, os menores sinais somam-se para gerar um sinal grande na superficie (estado de sono), enquanto que se cada célula receber a mesma quantidade de excitação, porém em tempo disperso, os sinais são fracos e irregulares (estado de vigilia). Assim, essas alternâncias ritmicas caracterizam os estados de sono e vigilia, além de epilepsia e coma. Via Auditiva Via Óptica Colículo Superior Colículo Inferior Corpo Geniculado Lateral Corpo Geniculado Medial Lorena Fagundes Os ritmos podem ser: Beta – rápidos, baixa amplitude, >14Hz e indicam um córtex ativo. Alfa – 8-13Hz e se associa com estados de vigilia em repouso. Teta – entre 7 e 4Hz e representa estados do sono. Delta – lentos, grande amplitude, <4Hz e aponta o estado profundo do sono. A atividade de um grande número de neurônios produzirá oscilações sincronizadas de duas maneiras: a) obtendo informações do marcapasso (tálamo); ou b) compartilhando/distribuindo a função de marcador de tempo entre eles, excluindo um e inibindo outro. Isso ocorre de modo que as células talâmicas tem um conjunto particular de canais iónicos dependentes de voltagem que permite que cada célula gerem padrões de potenciais elétricos ritmicos auto-sustentáveis, mesmo quando não existe aferência externa ativando as células. Ademais, esse neurônios têm ação inibitória e excitatória entre si, forçando o grupo a agir em conjunto, assim, excitando neurônios corticais (que também podem ter função de marcapasso). O sono é um estado facilmente reversivel de reduzida responsividade e interação com o meio ambiente, sendo coma e anestesia geral não encaixados nessa classificação. Ele pode ser: i) Não REM – alta voltagem, ritmo lento, sensação fraca/ausente, pensamento lógico e repetitivo, movimento ocasional e voluntário, movimentos oculares raros; ii) REM – baixa voltagem, ritmo rápido, sensação vivida e interna, pensamento ilógico/bizarro e vivido, paralisia muscular (movimentos comandados pelo cerebro, mas não executados) e movimentos oculares frequentes. Ciclo do Sono: Estágio 1 (Sono Transicional) – ritmos alfa se tornam cada vez mais irregulares e minguam, olhos fazem lenta rotação, dura poucos minutos e pode-se acordar alguém facilmente. Estágio 2 – dura de 5 a 15 minutos, mais profundo, ritmo 8-13Hz/alpha (fuso do sono, que desaparece ao decorrer do ciclo, sendo substituidos pelos ritmos beta) com onda de alta amplitude (complexo K), movimentos quase cessando. Estágio 3 – ritmo delta e sem movimentos oculares e corporais. Estágio 4 – profundo, ritmo delta, dura 20-40 minutos no primeiro ciclo. Após o último estágio, retorna-se para o 2º por 10-15 minutos e entra-se em sono REM, com ritmo beta e movimentos oculares e corporais. Durante a noite, o sono não REM vai reduzindo sua duração, de modo que há aumento do REM (normalmente dura o ultimo terço inteiro do sono). Além disso, cada ciclo REM é seguido por no minimo, 30 minutos de não REM. o Sonho não quer dizer estar em sono REM, porque ele também pode ocorrer no não REM. o É dito que o sono REM auxilia na consolidação da memória. o O sono REM não necessita do córtex cerebral para sua produção. Lorena Fagundes o Sistema Límbico mostrou-se mais ativo durante o sono REM. o Fatores promotores do sono: IL-1, adenosina (presente no café, chá, coca-cola; inibe Ach, nora e serotonina) e peptideo muramil. Já a vigilia apresenta baixa voltagem, ritmo rapido, sensação vivida e gerada externamente, pensamento lógico e progressivo, movimento contínuo e voluntário, movimentos oculares frequentes. Durante a vigilia, neurônios do tronco encefálico secretam serotonina (núcleo da rafe), noradrenalina (locus ceruleus), histamina (mesencéfalo) e alguns colinérgicos (tronco encefálico e prosencéfalo basal), apesar de a acetilcolina atuar mais no sono. Assim, esses neurotransmissores causam despolarização dos neurônios, aumento de excitabilidade e supressão dos ritmos. Também, o Sistema Ativador Reticular Ascendente (SARA), uma região da formação reticular correspondente ao pedúnculo tegmento do mesencéfalo, é dito como atuante no despertar e estado de alerta. o A quantidade necessária de sono pode ser medida pela qualidade da vigilia e manuteção da atenção. Ainda, a vigilia é caracterizada pela permanente ativação das vias talamocorticais por sinapses excitatórias (glutamatérgicas) das fibras aferentes, na medida em que os neurônios-relés dessas vias são mantidos ligeiramente despolarizados. Já no sono, os neurônios-relés (controlados por os sistemas do tronco encefálico e por núcleo reticular do tálamo) são menos excitáveis, visto que estão hiperpolarizados, e só conseguem disparar potenciais de ação em salvas periódicas de acordo com a chegada contínua e irregular de impulsos aferentes. Esse último evento ocorre pois no tálamo, há canais de Ca²+ dependentes de voltagem que só se ativam quando a membrana hiperpolariza, produzindo uma corrente de cálcio que gera potenciais de ação, que são momentâneos. Também, para a vigilia são importantes os neurônios histaminérgicos do hipotálamo posterior, visto que em sua lesão, há esturpor mental/coma e sincronização de EEG. Assim como é relevante a modulação do núcleo reticular talâmico pelos sistemas aminérgicos do tronco encefálico Além disso, possuimos o ciclo circadiano, que ocorre por conta de um relógio biológico – núcleo supraquiasmático – no III ventriculo que tem vias aferentes sensíveis à luz, ou seja, trato retino-hipotalâmico, assim, mantendo o ciclo escuro- claro. As vias eferentes desse relógio migram para regiões próximas ao hipotálamo, mesencéfalo e diencéfalo. Ademais o neurotransmissor usado por esses neurônios é o GABA, bem como eles secretam vasopressina. o Os potenciais de ação são ditos como desnescessários para a ritmicidade do ciclo circadiano. 4. Sistema Somatosensorial A somestesia é constituída por: o tato, que corresponde à percepção das características dos objetos que tocam a pele; a propriocepção, que consiste na capacidade de distinguir a posição estática e dinâmica do corpo e suas partes; a termossensibilidade, que nos permite perceber a temperatura dos objetos e do ar Lorena Fagundes que nos envolve; e a dor, que é a capacidade de identificar estímulos muito fortes, potenciais ou reais causadores de lesões nos nossos tecidos. Além da pele, que é o maior órgão somestésico, há o “miniórgão”, composto por extremidade de uma fibra nervosa, que pode estar livre ou então associada a células não neurais. As fibras originadas do gânglio trigêmeo e espinhais podem ser mielinizadas ou não, e vão-se juntando em filetes nervosos e nervos periféricos até, por fim, penetrar no SNC através das raízes dorsais da medula espinhal ou através de alguns nervos cranianos diretamente no encéfalo. Esse sistema é dividido em subsistemas de acordo com sua funcionalidade e morfofisiologia. Assim, há o sistema epicrítico, o qual abrange as fibras do tato fino e da propriocepção e que tem grande capacidade discriminativa e alta precisão sensorial (acuidade); enquanto o sistema protopático, reúne as fibras de termossensibilidade, dor e tatéis de sensibilidade grosseira, o qual é pouco discriminativo e menos preciso. Contudo, segundo Charles Sherrington, a subdivisão segue desta forma: exteroceptivo, que engloba a sensibilidade tátil discriminativa proveniente da pele; proprioceptivo, que acopla a sensibilidade proveniente dos músculos e articulações, servindo essencialmente à coordenação motora; e interoceptivo, que reuniria diversos receptores em todo o corpo capazes de monitorar o seu estado funcional, incluindo as emoções. Lorena Fagundes Deste modo, temos neurônios primários conectados aos secundários (nervo trigêmeo/craniano V), que na maioria são contralaterais, ou seja, levam estímulo do ambiente ao córtex do lado oposto. Depois, os neurônios terciários são ativados, os quais ficam em tálamo ou, quando é o mesmo lado, cerebelo, de onde partem ao córtex. 4.1 Tato Desenvolvido a partir de mecanorreceptores (corpúsculo de Meissner, corpúsculo de Pacini, e Disco de Merkel) na pele que detectam estiramento e flexões nela, bem como estão no centro das ramificações não mielinizadas dos axônios, os quais possuem canais iônicos mecanossensíves. Esses receptores variam quanto à frequência, pressão e tamanho do campo receptivo, portanto, possibilitando que vibração, pressão, aguilhada e toque sejam sentidos, bem como curvatura e puxamento de pelos. Como a medula acompanha a coluna vertebral, ela tem 30 partes, divididas em: cervical (Cl a C8), torácico (TI a T12), lombar (LI a L5) e sacro (Sl a S5). A área da superficie corporal que é inervada por um segmento medular é chamada dermátomo, o qual diferencia as regiões medulares. Assim, os segmentos cervicais correspondem aos dermátomos da parte posterior do couro cabeludo, os do pescoço, ombros e a maior parte dos braços. Os segmentos torácicos cobrem os dermátomos do tórax e de uma parte do abdome. Os lombares recebem do abdome e da região anterior das pernas. Finalmente, os segmentos sacros cobrem os órgãos genitais, o períneo e a face posterior das pernas. Porém, é importante saber que o limite entre dermátomos não é bem definido, de modo que sempre invadem a área do outro consideravelmente. Miótomo: grupo de músculos inervado por uma raiz nervosa. Além disso, o nervo trigêmeo/craniano V se ramifica em: a) ramo oftálmico - cobre o território da testa, olhos e a frente do nariz; b) o ramo maxilar - recebe as fibras táteis das maçãs do rosto, do lábio superior, dentes superiores e cavidades nasal e oral; e c) ramo mandibular - cobre das têmporas até o queixo e incluindo os dentes inferiores. Ademais, suas fibras são fibras Aẟ (menor velocidade de propagação) que Lorena Fagundes desembocam no núcleo espinhal trigêmeo ou por fibras Aβ, que terminam no núcleo principal do trigêmeo. O estímulo em regiões do pescoço para baixo passa por fibras que convergem na coluna dorsal, que possui fascículos ao longo dela. Assim: i) fascículo grácil: MMII + tronco e estabelece sinapse com o núcleo grácil do bulbo; ii) fascículo cuneiforme: MMSS + ombro + pescoço e estabelece sinapse com o núcleo cuneiforme do bulbo. Via do Tato Fino: Via do Tato Grosseiro: Ademais, as fibras de dor e térmicas também acompanham esta última via. Assim, temos uma caricatura corporal, denominada de Homúnculo Somatotópico. O giro pós-frontal/S1 é dividido em: Área 3a: os campos receptores são grandes, as células respondem a estímulos de músculos e articulações, identificam a posição espacial relativa de cada parte do corpo. Área 3b: são simples e pequenos e as células respondem ao toque leve de objetos pontiagudos na pele, realizam a discriminação da forma dos objetos. Área 1: são grandes, células são estimuladas pelo deslocamento sobre a pele em uma certa direção, discrimina texturas. Área 2: são também grandes, sendo que os neurônios respondem ao toque mais forte de objetos maiores e a estímulos proprioceptivos, discrimina objetos segundo forma e tamanho. A respeito de S2, seus neurônios se projetam para o córtex insular e regiões do lobo temporal atreladas à memória, portanto, S2 participa dos processos de aprendizagem tátil. Assim, S2 será dividido em: área 5, que realiza conexões inter-hemisféricas através do corpo caloso e realiza a coordenação das mãos; área 7, que recebe informações somestésicas e visuais, possibilitando a avaliação de relações espaciais entre objetos e entre estes e o corpo do indivíduo. Por que algumas regiões são mais sensíveis, como os dedos? Há uma densidade muito maior de mecanorreceptores; riqueza em receptores com campos pequenos; Axônios Exteroceptivos e Proprioceptivos Lemnisco Medial Núcleo Ventral Posterior do Tálamo Cápsula Interna Giro Pós-Central no Lobo Parietal Área Somestésica Primária (S1) Área Somestésica Secundária (S2) Axônios Interoceptivos Lemnisco Espinhal Finaliza apenas em S1 Lorena Fagundes mais tecido cerebral; mecanismos neurais especiais destinados a discriminações de alta resolução. Mecanorreceptores: > Corpúsculos de Vater-Paccini: captam especialmente estímulos vibráteis e táteis. São formados por uma fibra nervosa amielínica. Possui várias camadas, sendo a c. terminal capaz de captar a pressão, a qual é transmitida para as outras camadas e enviada aos centros nervosos correspondentes. > Corpúsculos de Meissner: táteis e presentes nas saliências da pele sem pelos. São formados por um axônio mielínico, cujas ramificações terminais se entrelaçam com células acessórias. > Discos de Merkel: de sensibilidade tátil e de pressão. Uma fibra aferente costuma estar ramificada com vários discos terminais destas ramificações nervosas. Estes discos estão englobados em uma célula especializada, cuja superfície distal se fixa às células epidérmicas por um prolongamento de seu protoplasma. Assim, os movimentos de pressão e tração sobre epiderme desencadeiam o estímulo. 4.2 Propriocepção É a percepção de posição do próprio corpo. Os receptores proprioceptivos são mecanorreceptores situados no interior dos músculos (fusos musculares, capazes de detectar as variações de comprimento do músculo no qual estão situados através das fibras 1a), tendões (órgãos tendinosos de Golgi formados por fibras 1b, que são estimuladas por tensão) e articulações (ativadas por variações de ângulo articular). Essas informações são enviadas a 3ª do giro pós-frontal. 4.3 Termossensibilidade Necessária ao controle da temperatura corporal para que esta não se afaste do nível ótimo para as reações químicas orgânicas das células. Logo, há receptores conscientes e inconscientes. Os potenciais de ação são conduzidos ao longo de fibras de tipo Aẟ ou C (com pouca ou nenhuma mielina e baixa velocidade de condução) em direção à medula espinhal através dos nervos espinhais, ou até o tronco encefálico através do nervo trigêmeo. Os axônios de segunda ordem migram da coluna anterolateral na medula espinhal e do núcleo espinhal do trigêmeo, formando o lemnisco espinhal, que termina no núcleo ventral posterior, de onde alcança S1 do córtex cerebral. Outra parte considerável dos neurônios de segunda ordem da termossensibilidade localiza-se na lâmina I da medula, logo na entrada do corno dorsal, e conectam-se ao córtex insular por núcleos talâmicos distintos do ventral posterior. Assim, fazem parte do sistema somestésico interoceptivo. Neurônios Polimoidais: sensíveis ao mesmo tempo a estímulos mecânicos e químicos. Termorreceptores: sua membrana apresenta moléculas da família TRP (transient receptor potential), que são canais iônicos termossensíveis e têm a propriedade de Lorena Fagundes produzir potenciais receptores quando a temperatura do tecido se afasta da temperatura corporal normal (em torno de 36-37 °C na maioria das pessoas). A faixa de detecção dos termorreceptores situa-se entre 10 e 45ºC, visto que se for superior ou abaixo disso, o potencial de ação não é transmitido e são acionados receptores de dor. > Bulbos terminais de Krause: receptores térmicos de frio. São formados por uma fibra nervosa cuja terminação possui forma de clava. Situam-se nas regiões limítrofes da pele com as membranas mucosas (por exemplo: ao redor dos lábios e dos genitais). > Corpúsculo de Ruffini: receptores térmicos de calor. 4.4 Dor É um mecanismo de demarcação de limites para o organismo, e de aviso sobre a ocorrência de estímulos lesivos provenientes do meio externo ou do próprio organismo. > Terminações Nervosas Livres: sensíveis aos estímulos mecânicos, térmicos e especialmente aos dolorosos. São formadas por um axônio ramificado envolto por células de Schwann sendo, por sua vez, ambos envolvidos por uma membrana basal. Pode ser rápida/aguda, porque cessa com a interrupção do estímulo, ou lenta/crónica, que ocorre pelo disparo de reações inflamatórias no tecido ferido, mesmo após a interrupção do estímulo inicial. Na dor aguda, há ativação de terminações livres de fibras do tipo Aẟ, que podem ser sensíveis a estímulos mecânicos, outras a estímulos térmicos, outras a ambos. Entretanto, a dor lenta é causada por substâncias algogênicas (serotonina/5-HT, histamina, bradicinina) e irritantes (prostaglandinas), liberadas em lesão tecidual, e que ativam as fibras C (polimoidais). A despolarização dos nociceptores provoca a secreção - pelas próprias terminações nervosas periféricas - de prostaglandinas e neuropeptídeos com ação vasodilatadora local, que acentuam a vermelhidão e o edema, prolongando a dor. Esta ação neurosecretora resulta na reação inflamatória neurogênica que acompanha a reação inflamatória primária causada pelo primeiro estímulo lesivo sobre o tecido. Os receptores da dor distribuem-se por praticamente todos os tecidos do organismo, exceto em SNC, apesar de presentes nos vasos sanguíneos cerebrais mais calibrosos e nas meninges que o circundam. A simples sensibilização dos nociceptores, isto é, uma leve despolarização de seu potencial de repouso, aproximando-o do limiar de disparo de potenciais de ação, faz com que qualquer estímulo normalmente inócuo passe a provocar dor (Hiperalgesia). Isso decorre da sensibilização de receptores sensitivos (sensibilização periférica) ou sinápticos/no corno dorsal da medula (sensibilização central). Alodínia é causada por sensibilização central e é a indução de dor por estímulos que em geral são inócuos, sem que haja necessariamente inflamação periférica. Além Lorena Fagundes disso, a estimulação repetitiva de nociceptores provoca somação pós-sináptica na medula espinhal, logo, potenciais pós-sinápticos maiores e ativação dos receptores glutamatérgicos do tipo NMDA, que amplificam a transmissão sináptica. A forma mais complexa e duradoura de alodínia é provocada por um fenômeno semelhante a isso, de modo que ativa a expressão gênica provocando aumento da síntese da enzima ciclo-oxigenase (COX), e assim uma maior secreção de prostaglandinas. Dor Neuropática: dor crônica, intensa e de difícil tratamento, durante a qual o paciente sente dor até mesmo provocada pelas roupas que veste. A maioria dos neurônios de segunda ordem na dor situa-se em diversas lâminas do corno dorsal da medula e no núcleo espinhal do trigêmeo (na verdade, tudo em somestesia fica nesses locais), o que caracteriza a dor com baixa localidade. E dai se incorporam aos feixes espinotalâmicos situados na coluna anterolateral da medula, que ascendem ao tronco encefálico, onde encontram com as fibras do nervo trigêmeo, formando o lemnisco espinhal, o qual segue ao núcleo ventral posterior e posterior. Outro ponto importante é o fato de existir uma terceira via para a dor, de modo que os neurónios de segunda ordem que conduzem das vísceras torácicas localizam-se no septo entre os fascículos grácil e cuneiforme e os das abdominais ficam na região mediana da coluna dorsal. Assim, pode-se ter a dor referida, caracterizada por neurônios de primeira ordem de tecidos diferentes convergindo em um mesmo neurônio de segunda ordem, o que causa dor em ambos ou em um dos órgãos. Bloqueio da Dor: vias descendentes moduladoras da dor, que se originam no córtex somestésico e no hipotálamo, projetam-se à grísea periaquedutal (região mesencefálica situada em torno do aqueduto cerebral), de onde migram ao núcleo parabraquial e aos núcleos da rafe, os quais, se estimulados elétrica ou farmacologicamente, são inibidos, logo, não alcançando o corno dorsal da medula. Coceira: ocorre apenas na pele, causando o ato de coçar, e nas mucosas, podendo provocar espirros, pigarros ou tosse. Ela inibe a dor e tem característica prazerosa. As fibras são as mesmas da dor, porém seus receptores são estimulados por histamina, liberada por mastócitos e extravasamento de plasma, substância P, fator de crescimento neural e algumas interleucinas. 5. Audição (http://forl.org.br/Content/pdf/seminarios/seminario_28.pdf) É a capacidade de perceber os sons, sendo estes perturbações vibratórias que somos capazes de perceber. A amplitude é uma grandeza proporcional à energia sonora e também à nossa percepção de intensidade do som, sendo medida em decibel (dB). Já a frequência equivale a um ciclo/segundo, sendo a sua unidade de medida o hertz Dor Lenta Dor Rápida Feixe Neoespinotalâmico ou Espinotalâmico Lateral Feixe Paleoespinotalâmico ou Espinotalâmico Medial Tálamo Formação Reticular Lorena Fagundes (Hz), que equivale a um ciclo por segundo, desta forma, quando ela aumenta, a sensação é de mudança de tom. Já a fase é a relação de tempo entre duas ou mais ondas, assim, quando elas têm mesma amplitude, não há emissão de som, pois estão em oposição, logo, se anulam. Por fim, há o timbre, que é quando a composição de ondas de um é diferente da outra, embora haja mesma frequência (frequência fundamental). o O ser humano só consegue ouvir sons entre 20 e 20.000 Hz (espectro audível). A estrutura do sistema auditivo é constituída por um conjunto de receptores que realizam a transdução dos estímulos sonoros em potenciais receptores. O neurônios de segunda ordem, que são do nervo auditivo (componente do VIII nervo craniano), então se encarregam de realizar a codificação destes. Daí em diante a informação auditiva entrará no SNC, passando por uma série de núcleos, até chegar ao córtex cerebral. O sistema de auditivo possui estágios sinápticos no SNC, ou seja, do nervo craniano VIII em diante: bulbo (nos núcleos cocleares, divididos em dorsal, anteroventral e posteroventral), ponte (complexo olivar superior, composto por núcleos provenientes dos cocleares ventrais: superior lateral, superior medial e do corpo trapezóide), mesencéfalo (colículo inferior, dividido em núcleos central e externo e córtex dorsal, que fazem a percepção auditiva e reflexão audiomotora), diencéfalo (núcleo geniculado, segregado em ventral, dorsal e medial) e córtex cerebral (lobo temporal; sulco lateral; giro de Heschi/região auditiva central, que é circundada pelo cinturão auditivo e este pelo paracinturão auditivo). Além disso, quase todos os núcleos auditivos são conectados reciprocamente, e é grande o número de cruzamentos que as fibras efetuam, através de decussações e comissuras. As fibras do núcleo dorsal migram por corpo trapezoide e estrias auditivas, sem realizar sinapses, ou seja, pulando o estágio da ponte, seguindo ao colículo inferior. A lesão do núcleo coclear é a única lesão do SNC que provoca surdez unilateral, visto que qualquer outro dano causa consequência em ambos os lados. Os núcleos superior lateral, superior medial e do corpo trapezóide formam um feixe denominado lemnisco lateral. Lorena Fagundes O complexo olivar superior é responsável pela localização espacial do som. Lesões: a) unilateral, a surdez pode ser "de condução", quando a lesão atinge o tímpano ou a cadeia ossicular, ou "neural" quando estão acometidos os receptores auditivos ou as fibras do nervo VIII. b) bilateral, atinge as regiões auditivas do tronco encefálico, mesencéfalo, tálamo e córtex cerebral. Destrinchando algumas submodalidades auditivas... Quando um som penetra no ouvido externo, faz vibrar a membrana timpânica de modo proporcional, logo, quanto mais intenso (amplitude) for o som, mais "forte" vibrará o tímpano. Essa vibração passa à cadeia ossicular, que a amplifica mas mantém a amplitude, de modo que essa onda fará a membrana da janela oval e a perilinfa da escala vestibular vibrarem. Assim, haverá uma deflexão dos estereocílios dos receptores, resultante do movimento oscilatório, gerando um potencial receptor também oscilatório. Além disso, quanto maior a intensidade do som, mais receptores com esteriocílios são recrutados. Em relação ao volume, no canal auditivo a frequência pode sofrer mudanças, mas é proporcional à intensidade. Isso ocorre de modo que o foco de atenção da pessoa pode estar em outro local invés do emissor sonoro e quão maior a frequência, mais fibras são acionadas. Além disso, há um reflexo de atenuação, cuja função é regular automaticamente a rigidez da membrana timpânica e da cadeia ossicular, atenuando a amplitude de sons muito fortes, de forma que a proporcionalidade entre a intensidade e ela é a mesma, porém o coeficiente fica mantido. Isso ocorre através da contração de dois músculos: tensor do tímpano (aderido ao martelo à parede óssea do ouvido médio) e estapédio (aderido ao estribo e à parede do ouvido médio). Cada célula estereociliada responde com um potencial receptor bifásico (alternadamente despolarizante e hiperpolarizante) às vibrações da membrana basilar. Há uma salva de PAs em cada ciclo da onda sonora, ou então a cada dois, três ou mais ciclos (dependendo do tempo que a membrana da fibra auditiva precisa para se repolarizar completamente e gerar uma nova salva), processo denominado de sincronia de fase. De qualquer modo, a relação entre a periodicidade das salvas de PAs e a frequência da onda sonora será linear, o que representa um código para os diferentes tons. Além disso, é importante notar que a frequência das salvas cai a cada segundo, pois os receptores se adaptam ao estímulo contínuo. Sobre a tonotopia, sabe-se que as frequências mais baixas fazem vibrar melhor as regiões da membrana basilar mais próximas do ápice da cóclea e mais rígida, mas não conseguem mover facilmente as regiões próximas à base. O inverso é verdadeiro também (frequências altas). Lorena Fagundes 5.1 Morfologia A função da orelha externa é coletar e encaminhar as ondas sonoras até a orelha média, amplificar o som, auxiliar na localização da fonte sonora e proteger a orelhas média e interna. Além disso, realiza a proteção da membrana do tímpano, além de manter um certo equilíbrio de temperatura e umidade necessários à preservação da elasticidade dela. Já a orelha média é uma “bolsa” preenchida por ar, que comunica-se com a nasofaringe através da tuba auditiva e possui em seu interior a cadeia ossicular, composta por: martelo (em contato direto com a membrana timpânica); bigorna e estribo (em contato com a cóclea através da janela oval). Sua função é corrigir a perda que ocorre na transmissão da onda sonora do meio aéreo para o meio líquido da cóclea, através de mecanismo hidráulico e de alavanca-bigorna. Também, protege a orelha interna pela presença mecânica da membrana timpânica e reflexo do estapédio. Na orelha interna, a cóclea (dividida em rampas vestibular, média e timpânica) tem a função de transdução de energia acústica (mecânica) em energia elétrica. Nas rampas vestibular e timpânica, há a perilinfa, contendo muito Na+ e na média, há a endolinfa, composta por muito K+. Além disso, essa alternância de energia é realizada pelo órgão de Corti, composto por 5 células: ciliadas internas, ciliadas externas, Deiters, Hensen, Claudius, sendo essas três últimas células de sustentação. 5.2 Fisiologia Auditiva A vibração gera deflexão das células ciliadas internas, que estão conectadas entre si pelo “tip link”, o qual é esticado, abrindo canal de transdução e permitindo influxo de Ca²+ e K+, depolarizando a membrana. Assim, há contrações mecânicas rápidas das células ciliadas externas, logo, determinando a amplificação da vibração, o que gera contato dos cilios mais longos com a membrana tectórica e consequente inclinação dos mesmos. Essa inclinação e estimulação dos cílios gera, liberação de neurotransmissores (glutamato) e a formação de uma mensagem sonora codificada em impulsos elétricos, que é transmitida ao SNC pelo nervo acústico. Além disso, o aparelho auditivo tem dois tipos de receptores auditivos: as células estereociliadas internas, em fileira única, e as células externas, em fileira tripla. Lorena Fagundes Em suma, a entrada de sons no canal auditivo faz com que a membrana timpânica vibre com o som, o qual tem suas vibrações atravessando dos ossículos para a cóclea. Nela, seu há um líquido que se move, causando contração das células ciliadas, que criam sinais neurais captados pelo nervo auditivo. Este envia sinais ao cérebro pelos estágios sinápticos. Nervo Craniano VIII/Auditivo/Coclear: o corpo celular de suas fibras está no gânglio espiral, que recebe dendritos da lâmina espiral (lâmina óssea onde está inserida a membrana basilar) e manda axônios para o núcleo coclear. 6. Visão É a capacidade de formar imagens precisas do mundo exterior através da interação da luz com os receptores especializados que se encontram na retina. Submodalidades da visão: medida da intensidade da luz ambiente, localização espacial, brilho, discriminação de formas, detecção de movimento e cores. Agnosia: a sensação, embora percebida, não se torna reconhecida Afasia: distúrbio de formulação ou expressão do pensamento. Apraxia: incapacidade de realização de um movimento ou ação desejada por falta de formulação de um plano de seu desenvolvimento ou por falha na sua aplicação. Ilusões: erros de interpretação. Alucinações: sensações ou percepções suscitadas por estímulos externos. 6.1 Componentes Pupila: permite entrada de luz. Iris: cerca a pupila e caracteriza a cor dos olhos; possui dois músculos responsáveis pela midríase e miose. Córnea: superfície vítrea externa responsável pela nitidez. Esclera: branco dos olhos; forma a parede do globo ocular. Contém os músculos extraoculares (movimenta globo dentro da orbita) e nervo optico que sai pela região posterior. Órbita Ocular: parte óssea onde fica o globo. Lorena Fagundes Retina: contém vasos sanguíneos originados da papila óptica, de onde as fibras saem e não há. No seu centro, há a macula lútea, região mais escura e avascular, dedicada à visão central. Ainda, na macula, há a fóvea, que também é central e é onde a retina é mais delgada e que divide a retina em: nasal e temporal. 6.2 Formação da Imagem 1) Refração/Focalização: a) córnea – a luz incide sobre e converge na retina (distância focal: do objeto à retina, de modo que quanto menor o raio de curvatura, menor essa distância); b) cristalino – dioptria menor que a córnea e responsável pela acomodação (se planifica para objetos longes através do relaxamento dos músculos ciliares e se curva/arredonda para os próximos através da contração desses músculos). o Campo Visual: espaço total visto na retina, mesmo fixando em um ponto, entretanto, o do lado esquerdo é formado no canto direito da retina e vice- versa. o Acuidade Visual: capacidade do olho de distinguir dois pontos. 2) Fototransdução: a) Bastonetes – predominante nas regiões laterais e é responsável por visão escotópica, pois é mais sensível a baixas intensidades luminosas, acromática e com alta capacidade resolutiva; formada em retina periférica. A fototransdução ocorre através do seguinte processo: Na despolarização, ou seja, na não recepção da luz, há uma entrada de Na+ (corrente de escuro) e saida de K+, de modo que o potencial vai de -65mV para -30mV. Sendo que a entrada de Na+ ocorre graças à ação de um neurotransmissor que ativa a proteína G (transducina), desfosforilando-a e produzindo GTP a partir de GDP. Este GTP fosforila GMP, produzindo GMPc, o qual abre os canais de Na+, permitindo a despolarização. Quando há incidência de luz, há ativação da proteína G (transducina) pelos fotopigmentos/rodopsinas, que é composta por retinal (carotenoide relacionado a aldeídos de vitamina A) e opsina, sendo que este primeiro absorve luz e ativa o outro através de um processo denominado de rodopsina; localizados nos segmentos externos dos bastonetes. Com isso, a fosfodiesterase é acionada, hidrolisando o GMPc e impedindo a abertura dos canais de Na+, portanto, hiperpolarizando a célula. b) Cones – predominante na região central e responsável pela visão fotópica, visto que discrimina cores e formas, boa resolução, sensível a altas intensidades luminosas relativamente altas. A sua fototransdução é praticamente a mesma, exceto que as opsinas são diferentes, visto que há três tipos de opsina com cor em cada cone, permitindo a detecção delas. Transferência de Energia Fotorreceptores Células Horizontais Células Bipolares Células Amácrinas Células Ganglionares Nervo Óptico Lorena Fagundes 7. Motricidade 7.1 Cerebelo Apresenta um corpo medular contendo massa branca e cinzenta no seu córtex/superfície. Ele forma o teto do IV ventrículo. Repousa-se sobre a fossa cerebelar e se separa do lobo occipital pela foice do cerebelo, que é uma parte da dura-máter. Se liga ao tronco encefálico pelos pedúnculos inferior, médio e superior. Em uma visão macroscópica, medialmente, há o vérmice, dividindo os dois hemisférios cerebelares, que são segregados em folhas e lobos através de sulcos/fissuras, sendo as principais: póstero-lateral (entre lobo posterior e floculonodular) e prima (fica entre lobos posterior e anterior, que constituem o corpo do cerebelo). Ventralmente, há as tonsilas em cada hemisfério na região dorsal. Microscopicamente, o córtex do cerebelo pode ser dividido em camadas, da mais externa à interna: a) camada molecular: constituída de fibras em paralelo e células estreladas e células em cesto, sendo estas últimas responsáveis por sinapses axossomáticas com as células de Purkinje. b) camada de células de Purkinje: elas são piriformes e grandes com dendritos muito ramificados e com axônio em lado oposto se conectando aos núcleos centrais do cerebelo. São as únicas células eferentes desse órgão. c) camada granular: consiste em células granulares com pequeno citoplasma e tamanho, além de possuírem axônio atravessando a camada de Purkinje e alcançando a camada molecular, onde se bifurca em T, gerando ramificações dispostas paralelamente ao eixo da folha cerebelar e as quais realizam sinapses com os Lorena Fagundes dendritos das células de Purkinje. Também, há um segundo tipo: células de Golgi, que têm muitas ramificações e são menos numerosas que as granulares. A Conexão Intrínseca (corpo medular – córtex) pode ocorrer por vias glutamatérgicas: fibras musgosas (emitem ramificações colaterais que excitam núcleos centrais) ou trepadeiras (se enrolam nas células de Purkinje), além das serotoninérgicas (parte do núcleo da rafe) e noradrenérgicas (partem do locus seruleus). O corpo medular do cerebelo é formado por: i) fibras aferentes do cerebelo – entram pelos pedúnculos cerebelares e saem no córtex pelas fibras musgosas. ii) axônios das células de Purkinje – do córtex aos núcleos centrais do cerebelo. No corpo medular, internamente, há os núcleos, do mais lateral ao medial: a) Denteado; b) Emboliforme; c) Globoso; d) Fastigal. O segundo e o terceiro são muito parecidos funcionalmente e localmente, sendo denominados em conjunto de núcleo interpósito. Longitudinalmente, o cerebelo pode ser dividido em zonas que vão corresponder às áreas funcionais dele, assim: A) Vestibulocerebelo – corresponde ao lobo floculonodular, que se conecta aos núcleos vestibulares. B) Espinocerebelo – corresponde à zona intermédia e media; se conecta a medula espinhal. C) Cerebrocerebelo – corresponde à zona lateral; se conecta ao córtex. As Conexões Extrínsecas, assim, serão aquelas que entram e saem no cerebelo nessas regiões, com especifica funcionalidade. Suas vias são ipsi/homolaterais, de modo que se houver cruzamento, ele é duplo. Fibras Musgosas Núcleos Centrais Camada Molecular (fibras paralelas) GABA Inibição dos Núcleos Fibras Trepadeiras (no núcleo olivar inferior) Glutamato Célula de Purkinje Excitação dos Núcleos Célula de Purkinje Lorena Fagundes Ao Vestibulocerebelo chegam fibras dos núcleos vestibulares, que penetram o cerebelo pelo fascículo vestibulocerebelar, chegando ao lobo floculonodular e trazendo informações sobre a posição da cabeça, postura e equilíbrio. As células de Purkinje dessa região se projetam em 1) núcleo vestibular lateral – de onde sai o trato vestibuloespinhal para manter a musculatura em função da marcha, controlando equilíbrio e postura. 2) núcleo vestibular medial – através do fascículo longitudinal medial, transfere informações sobre a coordenação ocular e da cabeça. No Espinocerebelo, há dois tratos nas vias aferentes: 1) trato espinocerebelar posterior – chega pelo pedúnculo cerebelar superior após dois cruzamentos; leva ao cerebelo sinais proprioceptivos de tendões, músculos e articulações, assim como de velocidade e posições corporais. 2) trato espinocerebelar anterior – chega pelo pedúnculo cerebelar inferior; leva sinais de grau de atividade do trato corticoespinhal. Nas vias eferentes, a zona intermedia faz sinapse com núcleo interpósito, que tem conexões com: a) núcleo rubro – que origina o trato rubroespinhal. b) tálamo – que se conecta a área cortical motora, de onde parte o trato corticoespinhal. Já a zona medial realiza sinapses com núcleo fastigial, dando origem ao trato fastigiobulbar, que tem fibras fastigiovestibulares e fastigioreticulares, de onde, primeiras alcançam os núcleos vestibulares e as segundas, a formação reticular, de onde migram para a medula espinhal. Esses tratos influenciam neurônios da região medial da coluna anterior e tem influencia sobre musculatura axial e proximal para manter postura e equilíbrio. No Cerebrocerebelo, as fibras aferentes vão ter a conexão cortico-ponto-cerebelar, uma vez que são trazidas informações das áreas motoras do córtex ao núcleo pontino e dele ao cerebelo. Já as eferentes são feitas do núcleo denteado, de onde são mandadas informações ao tálamo e dele à área motora cortical. Sobre os aspectos funcionais, o cerebelo promove equilíbrio e postura pelo vestibulocerebelo, que realiza a manutenção de musculatura axial e proximal. Além Lorena Fagundes disso, o núcleo denteado e interpósito mantém tônus muscular, mesmo em ausência de movimentação pelos tratos rubroespinhal e corticoespinhal. O controle do movimento ocorre de duas etapas: a) Planejamento – quando há intenção de fazer um movimento, ela surge no córtex cerebral, passa pela ponte e através das fibras ponto-cerebelares, penetra em pedúnculo cerebelar médio, chegando ao núcleo denteado/zona lateral. Da via cortico- ponto-cerebelar, o plano motor segue ao tálamo, em seu núcleo ventral lateral, por onde chega ao córtex motor/giro pré-central. Neste, os sinais se unem aos do próprio córtex pela área primária, resultando na Execução do movimento. b) Correção – os proprioceptores enviam informações do movimento que está sendo feito pelo trato espinocerebelar anterior, que penetra no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar superior para alcançar o núcleo interpósito/zona intermédia. Dessa via, seguem as informações de correção ao tálamo (núcleo ventral lateral) e dele ao córtex motor/giro pré-central, corrigindo a ação. c) Aprendizado – ocorre pelo núcleo olivar superior, de onde fibras olivocerebelares partem para as células de Purkinje pelas fibras trepadeiras (detecta informações sensoriais que chegam e as esperadas). Ataxia: incapacidade de coordenar os movimentos. Além das funções motoras, o cerebelo realiza operações cognitivas, como montagem de quebra-cabeças, identificação de figuras complexas, cálculos aritméticos e entre outras por estar se conectando ao córtex pré-frontal. Qualquer lesão pode gerar: perda de coordenação de movimentos (ataxia), de equilíbrio e do tônus. 7.2 Núcleos da Base São conjuntos de massa cinzenta, localizados na base do telencéfalo/cérebro, sendo eles: A) Núcleo Caudado: volumoso e comprido; está relacionado com os ventrículos laterais; dividido em cabeça (extremidade anterior) corpo e cauda. B) Putamen: faz parte do núcleo lentiforme. Lorena Fagundes C) Globo Pálido: possui uma parte medial e outra lateral, cada uma com suas distintas funções e conexões. D) Claustrum: situado entre Putâmen e córtex da ínsula; faz conexão com quase todas as áreas corticais. E) Corpo Amigdaloide/Amígdala – parte do sistema límbico. F) Núcleo Basal de Meynert G) Accumbens: fica entre cabeça do Caudado e Putâmen; é parte do sistema límbico. Sendo que o Putâmen, Caudado e Globo Pálido formam o Corpo Estriado Dorsal (modula atividade do trato corticoespinhal), enquanto que o Núcleo Basal de Meynert com o Accumbens formam o Corpo Estriado Ventral. Além disso, o Putâmen com o Globo Pálido formam o Núcleo Lentiforme. Corpo Estriado Dorsal Dividido em neoestriado/striatum, composto por Putâmen e Caudado, e paleoesriado/pallidum, constituído pelo Globo Pálido, onde as fibras da outra parte convergem, tornando-o pálido. Corpo Estriado Ventral Faz parte do sistema límbico, ou seja, é responsável pelas emoções. Os corpos não possuem conexão aferente ou eferente direta a medula espinhal. Assim, áreas corticais projetam-se ao corpo estriado e deste ao tálamo, que retorna sinais à origem. Logo, surgem os circuitos em alça corticoestriado-tálamocorticais: I) Motor: realiza as ações voluntárias e começa nas áreas motoras e somestésicas, projeta-se ao Putâmen de forma somatotópica (em cada região do córtex, há uma área correspondente nesse núcleo da base). Deste núcleo, os sinais podem seguir duas vias: Ligado a esse circuito, há um circuito subsiadiário, no qual o putâmen faz ligação com uma substância negra através de fibras dopaminérgicas denominadas de Direta Indireta Putamen Globo Pálido Medial Lateral Núcleos Ventrais Anterior e Lateral Núcleo Subtalâmico Tálamo Áreas de Origem Lorena Fagundes nigroestriatais. Por meio dessa conexão há ação inibitória na via direta pelo receptor D1 e excitatória na indireta pelo receptor D2. Naturalmente, o globo pálido medial inibe o tálamo, deste modo, na via direta, o putâmen inibe o pálido medial, cessando sua inibição, logo, ativando ação cortical. Na via indireta, ocorre o oposto, ou seja, o putâmen estimula o pálido medial, inibindo função cortical. II) Oculo-Motor – começa e termina em campo ocular motor e realiza movimentos oculares. III) Pré-Frontal Dorsolateral – começa na área dorsolateral do córtex pré-frontal, segue ao núcleo caudado, depois globo pálido, núcleo dorsomedial do tálamo
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