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SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR - MÓDULO X - UNIME

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Saúde da Mulher, 
Sexualidade Humana e 
 Planejamento Familiar
 MÓDULO X
 Lorena Fagundes
 Lorena Fagundes 
 
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1. Ciclo Menstrual 
1.1 Eixo Hipotálamo Hipófise Gonadal 
As mudanças na puberdade acontecem por consequência de glândula localizada no 3º 
ventrículo, o hipotálamo, que secreta o hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) 
através de neurônios do núcleo arqueado do hipotálamo, os quais passam pelo trato 
túbero-infundibular e desembocam no sistema porta hipotalâmico-hipofisário, seguindo 
para adeno-hipófise, onde o hormônio luteinizante (LH) e o hormônio 
folículoestimulante (FSH) são acionados e secretados pelos gonadotrofos, que enviam 
mensagens ao sistema límbico. O LH e o FSH são os responsáveis pela secreção de 
testosterona, estrogênio e progesterona no ser humano, os quais são hormônios 
secretados pelas gônadas sexuais. 
Na mulher, o LH faz a ovulação e o FSH causa o crescimento de 6-12 folículos e eleva 
a produção de estrogênio e inibina, que fazem o seu feedback negativo. O 
estrógeno/estrogênio aumenta o LH; estimula a continuação da oogênese/ovogênese; 
início de ciclo menstrual e do ciclo ovariano; aumento de trompas; ovários, vagina, 
útero; vulva passa a acumular gordura; epitélio externo que era cuboide se torna 
estratificado; as mamas se desenvolvem; crescimento ósseo; aumento metabólico; 
elevação de armazenamento de gordura; pele se torna macia e lisa, porém com aumento 
de oleosidade. Já a progesterona, liberada pelo corpo lúteo, altera as mamas e promove 
crescimento de endométrio, bem como faz feedback negativo de FSH. 
O amadurecimento pode ser avaliado através do estagiamento de Tanner: 
 Telarca: M1 – mama infantil; M2 (8-13 anos) – fase de broto mamário, com 
elevação da mama e aréola como pequeno montículo; M3 (10-14 anos) – maior 
aumento da mama, sem separação dos contornos; M4 (11-15 anos) – projeção da 
aréola e das papilas para formar montículo secundário por cima da mama; M5 
(13-18 anos) – fase adulta, com saliência somente nas papilas. 
 Pubarca: P1 – fase de pré-adolescência (não há pelugem); P2 (9-14 anos) – 
presença de pêlos longos, macios e ligeiramente pigmentados ao longo dos 
grandes lábios; P3 (10-14,5 anos) – pêlos mais escuros e ásperos sobre o púbis; 
P4 (11-15 anos) – pelugem do tipo adulto, mas a área coberta é 
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consideravelmente menor que a do adulto; P5 (12-16,5 anos) – pelugem do tipo 
adulto, cobrindo todo o púbis e a virilha. 
1.2 Ciclo Menstrual 
Ocorre mediante as mudanças hormonais determinadas pelo ciclo ovariano, as quais 
alteram o revestimento uterino. O ciclo se inicia na fase menstrual (5-8 dias), ou seja, 
quando o endométrio tem suas camadas compacta (glândulas + estroma denso) e 
esponjosa (glândulas + estroma frouxo), que compõem a camada funcional, eliminadas 
pela vagina; ação denominada de menstruação. Esse estágio ocorre na ausência de 
fecundação, portanto, queda brusca de progesterona e presença de vasoconstrictor 
(endotelina), que causam vasoespasmos em endométrio e miométrio. Assim, há 
isquemia, necrose e hemorragia (lesão de vasos propicia ruptura de suas paredes e 
extravasamento de sangue) tecidual. Não há coagulação por conta da liberação de 
fibrolisina com material necrótico. 
 Enorme quantidade de leucócitos é liberada na menstruação, dando certa 
resistência uterina contra infecções. 
Na fase proliferativa, que ocorre durante 9 dias e em desenvolvimento folicular, o 
aumento de estrógeno promove regeneração tecidual do endométrio com suas glândulas, 
secretoras de muco auxiliador pela entrada de espermatozoides no canal cervical, e 
arteríolas. Deste modo, o endométrio alcança a espessura de 12mm. 
Após a ovulação, há a fase secretora, que duram 13 dias, induzida pela progesterona, 
que estimula as glândulas a secretarem substância rica em glicogênio e a se tornarem 
tortuosas, largas e saculares. As artérias crescem de modo a formarem anastomoses 
arteriovenosas diretas e o endométrio se alarga. 
 Menstruação normal - fluxo menstrual com duração de três a oito dias com 
perda sanguínea de 30 a 80ml; ciclo com duração de 30±4 dias. 
 Menstruação anormal - sangramento que ocorre a intervalos de 21 dias ou 
menos, com mais de sete dias de fluxo e/ou volume total > 80ml. 
 Amenorréia - ausência completa de menstruação em uma mulher na fase 
reprodutiva da vida. Pode ser amenorréia primária (ausência de menarca 
aos 16 anos de idade) ou secundária (ausência de menstruação por mais de 
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seis meses ou pelo menos três dos intervalos de ciclos menstruais 
precedentes em uma mulher que tenha ciclos menstruais normais 
previamente). 
 Oligomenorréia - ciclos menstruais com intervalos maiores que 40 dias. 
 Polimenorréia - ciclos regulares com intervalos de 21 dias ou menos. 
 Hipermenorréia (menorragia) - sangramento uterino excessivo em 
quantidade e duração, ocorrendo a intervalos regulares. 
 Metrorragia – não excessivo ocorrendo em intervalos irregulares. 
 Menometrorragia – excessivo e prolongado ocorrendo a intervalos 
irregulares. 
 Hipomenorréia – regular, mas reduzido em quantidade. 
 Sangramento intermenstrual - ocorre entre ciclos menstruais regulares 
1.3 Distúrbios Menstruais 
São comuns em adolescentes, particularmente nos primeiros 2 a 3 anos após a menarca. 
As irregularidades menstruais (IM) são definidas como ciclos anovulatórios 3 anos após 
a menarca e são decorrentes de uma imaturidade do eixo hipotálamo-hipófise-ovário, 
sendo explicadas pela ausência do feedback positivo do estradiol sobre a secreção do 
LH. Além disso, a precocidade desta está relacionada com um IMC alto e vice-versa, 
bem como com poluição química e pouco exercício físico, desse modo, em países mais 
desenvolvidos, as jovens menstruam mais cedo do que nos subdesenvolvidos. 
Contudo, baixo peso corporal, desnutrição, exercício excessivo, estresse e restrição 
calórica com balanço energético negativo, ovário policístico podem alterar o ciclo ou 
até gerar amenorreia. Esses fatores existem por influência social, cultural e econômica, 
que acarretam em transtornos alimentares nas mulheres. 
Em adolescentes, há a amenorreia primária, que corresponde à ausência de menarca até 
15 anos de idade na presença de características sexuais secundárias normais e 
crescimento regular; ou à ausência de características sexuais secundárias em uma 
menina de 13 anos de idade; ou na presença de telarca isolada por mais de 3 anos. Já 
amenorreia secundária é a ausência de menstruação por mais de 3 meses quando 
precedida por ciclos menstruais regulares. Ademais, ela é responsável por densidade 
mineral óssea diminuída ou carcinoma endometrial. Acontece, também, a reversão da 
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secreção
pulsátil do hormônio luteinizante (HL) para os padrões pré-púberes, com 
supressão da produção pituitária de LH e do hormônio folículo-estimulante (FSH). 
Porém, ciclos diferentes de 21-45 dias não são normais e indicam patologias, como a 
Síndrome do Ovário Policístico (SOP), a Síndrome Metabólica (SM), Síndrome de 
Cushing, neoplasias secretoras de andrógenos, hipotireoidismo, hiperprolactinemia, 
hiperplasia adrenal congênita e falência ovariana precoce. 
A insulina estimula a produção androgênica das células da teca ao nível ovariano e inibe 
a síntese hepática de globulina carreadora de hormônios sexuais (SHBG), assim, a 
proporção de testosterona bioativa aumenta tanto quanto a frequência dos pulsos de 
GnRH, favorecendo a secreção de LH e o excesso de esteroides no ovário. Em uma 
espécie de círculo vicioso, o hiperandrogenismo feminino favorece o acúmulo de 
gordura visceral, que por sua vez está vinculado à redução dos níveis de adiponectina e 
agravamento da resistência à insulina, propiciando todo o processo já citado. 
 Critérios indicatórios de SOP: hiperandrogenia (acne, alopecia e hirsutismo), 
oligo/anovulação (amenorréia e infertilidade), morfologia de ovários policísticos 
em USG e hiperinsulinemia (DM, dislipidemia e obesidade). 
2. Contracepção 
Apesar de o homem poder opinar, é importante priorizar a decisão da mulher de iniciar 
ou não o uso do método, procurando levar em conta as considerações socioculturais, 
bem como as sensações e emoções vividas pela mulher. 
Além disso, quando se deseja usar ou trocar um método de contracepção, é inerente a 
avaliação clínica e a problematização dos métodos disponíveis, ou seja, questionam-se 
as condições econômicas, o estado de saúde, aspirações reprodutivas, características do 
parceiro(a) e da mulher, fatores culturais e religiosos e etc. Assim, para eleger o 
anticoncepcional adequado, deve-se questionar à mulher se ela pretende engravidar e 
dentro de qual prazo, assim como perguntar seu estilo de vida. 
2.1 Métodos 
Tabelinha: consiste em evitar relações sexuais durante período fértil/ovulação (3 dias 
após menstruação e 7 dias antes). Melhor para mulheres com ciclo menstrual regular. 
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Muco Cervical/Billings: analisar a variação de muco vaginal no período fértil (não 
aparece após 2/3 dias de menstruação; similar à clara de ovo), de modo que quando ele 
estiver presente, não deve ser feita a relação sexual. Contraindicado para mulher com 
infecção vaginal/corrimento. 
Temperatura/Ogino-Knauss: temperatura normal varia de 36ºC a 36,5ºC, contudo, na 
mulher, diminui antes da ovulação e sobe durante. 
Coito Interrompido: quando homem retira o pênis antes de ejacular. Pouco seguro, pois 
o homem tem que ter muito autocontrole e não deve ter espermatozoides escapando 
antes. 
Camisinha/Preservativo: capa de borracha usada no homem ou na mulher. No pênis, 
colocar antes da ereção, deixando uma folga na ponta, apertando-a antes para retirar o 
ar. Desenrola-se até o fim do pênis e a retira após a ejaculação com o pênis ainda ereto, 
segurando a camisinha pela borda. Na mulher, é uma bolsa com forma de tubo, fina e 
resistente que é colocada dentro da vagina. A vantagem da camisinha é a prevenção não 
só de gravidez, mas de doenças também. 
Espermicidas: geleias/comprimidos que destroem os espermatozoides. É colocado na 
vagina 10-15 minutos antes do ato sexual. 
Diafragma: pequeno disco de borracha colocado na vagina com o dedo e esperar 8 horas 
para retirar. Exige-se consulta médica para a orientação de seu uso. Deve ser lavado e 
conservado seco. Durabilidade: 2 anos. 
Dispositivo Intra-Uterino: pequeno objeto de plástico sobre o qual se enrola um fio de 
cobre e que tem vários formatos. Colocado no útero durante fase menstrual, causando 
reação ao endométrio, o qual libera substâncias e não cresce, impedindo implantação do 
óvulo. 
Sistema Intra-Uterino: libera progesterona, que age sobre o útero, atrofiando o 
endométrio. Dura 3-5 anos e 80% das mulheres não menstruam. Indicado para quem 
tem endometriose, obesidade, fuma e com mais de 35 anos. 
Pílula Anticoncepcional: composto por estrogênio e progesterona, impedindo liberação 
de óvulo. Contraindicada para mulheres que tenham coagulopatia, fumantes, obesas, 
com mais de 35 nos ou hepatopatia. Esperar 3 meses para engravidar. 
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Anticoncepcional Injetável: aplica-se hormônio via intramuscular a cada mês/trimestre. 
Eles impedem ovulação e aumentam viscosidade e muco cervical. Deve ser levada em 
conta a irregularidade menstrual, o aumento de peso e a demora para retornar à 
fertilidade. Ademais, a injeção trimestral não é mais tão usada por reduzir a libido, 
aumentar peso e causar sangramento irregular. 
Anel Vaginal: contém progesterona e estrogênio; é inserido na vagina, liberando 
diariamente hormônios. Deve ser usado por 3 semanas e retirado por 1 semana, porém 
também pode-se fazer uso contínuo 
Implantes Sudérmicos/Norplant: implantes subcutâneos de tubinhos/cápsulas de 
silástico contendo hormônio. São feitos no braço/antebraço com agulha e anestesia e 
dura 5 anos. É interessante para mulheres com tolerâncias gástricas ao tomar pílula. 
Laqueadura: tubas uterinas são amarradas e seccionadas ou há oclusão por agrafo/anel. 
Vasectomia: secção do ducto deferente. 
Anticoncepcional de Emergência (pílula do dia seguinte): indicado em estupro e em 
mulheres que tiveram relação sexual sem contraceptivo e não querem ter filhos. 
Também, usado em rompimento de camisinha, diafragma retirado antes do previsto e 
quando há esquecimento de pílulas. Consiste em altas doses de estrogênio e 
progesterona. Há efeitos colaterais. 
Na Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde, realizada em 1996, observa-se a 
concentração no uso de dois métodos contraceptivos: a laqueadura tubária e a pílula 
(40% e 21%, respectivamente), sendo que este primeiro é mais prevalente nas regiões 
onde as mulheres têm menor escolaridade e condições socioeconômicas mais precárias. 
Nessa mesma pesquisa, não houve relato sobre o uso de diafragma e os demais métodos 
tiveram porcentagem mínima, o que revela limitado acesso das mulheres às demais 
opções. Ainda segundo a referida pesquisa, 43% de usuárias de métodos 
anticoncepcionais interrompem o uso durante os 12 meses após a sua adoção, e nos 
cinco anos que antecederam o estudo, aproximadamente 50% dos nascimentos não 
foram planejados, o que resultou após os cinco anos seguintes à pesquisa, em mulheres 
insatisfeitas com a gravidez/anticoncepção e consequentemente em abortos inseguros. 
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A gravidez na adolescência vem sendo motivo de discussões controvertidas. Enquanto 
existe uma redução da taxa de fecundidade total, a fecundidade no grupo de 15 a 19 
anos de idade vem aumentando. Esse aumento é averiguado mais nas regiões mais 
pobres, áreas rurais e na população com menor escolaridade. A baixa escolaridade e 
classe social são inversamente proporcionais
à possibilidade de negociação com o 
parceiro sobre o uso de preservativo. Porém, mesmo com maior poder aquisitivo, grau 
de instrução e independência financeira, a mulher ainda tem pouco espaço de 
negociação nas relações. 
A capacidade de abstração e o pensamento crítico também se desenvolvem na 
juventude, juntamente com um maior senso de independência emocional e de 
autoconhecimento. Na adolescência, a sexualidade tem uma dimensão especial que é o 
aparecimento da capacidade reprodutiva no ser humano, concomitante à reestruturação 
do seu psiquismo. 
2.2 Orientação Sexual e Reprodutiva para o Adolescente 
 Incluir adolescentes e jovens nas ações coletivas, individuais de prevenção e 
acompanhamento de DST/AIDS, se for necessário. 
 Ofertar e/ou encaminhar para diagnóstico de HIV, sífilis e hepatites. 
 Fornecer preservativos sem barreiras, (independentemente de estar cadastrado 
no programa da UBS ou ter prescrição médica, entre outros entraves 
burocráticos). 
 Disponibilizar métodos anticoncepcionais de emergência. 
 Reforçar a dupla proteção. 
 Realizar aconselhamento, priorizando os passos de reflexão sobre o contexto de 
vulnerabilidade de adolescentes e jovens. 
 Incluir os/as adolescentes e jovens nas ações coletivas e individuais de 
planejamento sexual e reprodutivo. 
 Orientar os pais ou responsáveis legais de adolescentes que buscam orientações 
pertinentes sobre saúde sexual, garantindo o direito ao sigilo e à autonomia do 
adolescente. 
 Verificar as razões da recusa de adolescentes em terem os pais na consulta sobre 
saúde sexual se for o caso. 
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3. Atendimento Ginecológico ao Adolescente 
Para estatuto da criança e do adolescente (ECA), adolescente é a pessoa que tem entre 
12 e 18 anos de idade. Porém, os serviços de saúde consideram a adolescência a fase 
entre 10 e 19 anos, pois, a partir dos 10 anos, iniciam-se várias transformações no seu 
corpo, no seu crescimento, na sua vida emocional, social e nas suas relações afetivas. O 
ECA reconhece que todas as crianças e adolescentes têm direito à proteção integral para 
que possam se desenvolver física, mental, moral, espiritual e socialmente em condições 
de liberdade, segurança e dignidade. Ele garante prioridade às necessidades e aos 
direitos de crianças e adolescentes. 
É importante para as adolescentes que não sejam fornecidas informações em demasia, 
em uma só consulta; que sejam incentivadas a perguntar e tratadas com seriedade. A 
escassa educação sexual nas famílias e na escola é uma das causas prováveis do pouco 
conhecimento sobre o corpo e acerca da sexualidade. A explicação prévia dos 
procedimentos e da finalidade do exame é relevante para tranquilizá-las e diminuir seus 
temores. A respeito da família, a conduta mais desejável é permitir que a própria 
adolescente defina o grau de participação que os pais devem ter no assunto, desde que 
seja avaliado que a jovem, por si só, é capaz de cuidar de sua saúde naquele momento. 
Os princípios éticos de atendimento à saúde de adolescentes referem-se especialmente à 
privacidade (não permissão de outrem no espaço da consulta), à confidencialidade 
(acordo entre profissional de saúde e cliente de que as informações discutidas durante e 
após a consulta não podem ser passadas aos responsáveis sem a permissão do 
adolescente), ao sigilo (regulamentado pelo artigo 104 do CEM) e à autonomia (artigo 
17 do ECA). Entretanto, existem situações em que o profissional percebe que a 
adolescente não tem condições de arcar sozinha com a sua saúde ou se conduz de forma 
a causar danos a si ou a outras pessoas. Portanto, nestas ocasiões (gravidez, AIDS, 
percepção de suicídio ou homicídio, drogadição e recusa ao tratamento), a quebra do 
sigilo é justificada e isto deve ser dito ao paciente. 
 3.1 Fluxograma para Atraso Menstrual e Amenorréia
 
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3.2 Fluxograma para Atraso Menstrual e Gravidez 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.3 Sangramento Uterino Anormal 
O fluxo menstrual médio dura de 3 a 8 dias, com uma perda sanguínea de 30 a 80ml, 
sendo a variação cíclica entre 24-34 dias. Portanto, sangramento uterino anormal é 
aquele que apresenta uma alteração em duração, frequência ou quantidade. Assim, há as 
seguintes patologias relacionadas ao sangramento uterino anormal orgânico: 
A. Polimenorreia: intervalos menores que 21 dias. B. Oligomenorreia: intervalos 
maiores que 35 dias. C. Amenorreia: falta de menstruação por um período de tempo 
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maior do que três ciclos prévios. D. Hipermenorreia: menstruação dura mais de 8 dias. 
E. Hipomenorreia: dura menos de 2 dias. F. Menorragia: excessiva perda de sangue. G. 
Metrorragia: a perda de sangue não obedece ao ritmo do ciclo menstrual. H. 
Dismenorreia: conjunto de sintomas que podem acompanhar a menstruação. 
Ainda, o sangramento uterino anormal orgânico pode ser genital, que é causado por 
gravidez e suas complicações, patologias uterinas e pélvicas benignas/malignas; ou 
extragenital, que pode ser gerado por distúrbios da coagulação, doenças sistêmicas, 
endocrinopatias extra-ovarianas, ou uso de medicamentos que alteram balanço 
endócrino ou coagulatório. 
Contudo, quando é causado por um estímulo hormonal inadequado sobre o endométrio, 
é chamado de sangramento uterino disfuncional/endócrino, que é ovulatório ou 
anovulatório, ou seja, em mulheres que ovulam e nas que não. No primeiro tipo, as 
causas são: sangramento da ovulação (elevação de estrogênio gerando trombos), 
sangramento pré-menstrual (deficiência de progesterona; endometriose), polimenorréia, 
descamação irregular (áreas com influência de hormônios distintos), 
hipermenorréia/menorragia (gerada por miomas, pólipos, adenomiose e distúrbios da 
coagulação) e persistência do corpo lúteo (confundido com gravidez ectópica). Já no 
sangramento uterino anovulatório, que representa 80% das causas disfuncionais e é 
gerado pelo eixo HHG antes da menarca, pela falência funcional dos ovários na 
menopausa ou por SOP. 
 
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3.4 TPM e TDPM 
A síndrome/tensão pré-menstrual (SPM/TPM) é representada por um conjunto de 
sintomas físicos, emocionais e comportamentais, que apresentam caráter cíclico e 
recorrente, iniciando-se na semana anterior à menstruação e que aliviam
com o início do 
fluxo menstrual. 
São sinais e sintomas comumente observados: aumento do tamanho e da sensibilidade 
das mamas; inchaço nas pernas e, às vezes, no corpo todo; ganho de peso; cefaleia; 
fadiga; dor nas pernas; aumento do volume abdominal; acne; ansiedade; irritabilidade; 
depressão; mudanças de humor; depreciação da autoimagem e alteração do apetite. 
Outros transtornos, como hipo/hipertireoidismo, enxaqueca, fadiga crônica e síndrome 
do intestino irritável, devem ser excluídos na medida em que podem se intensificar no 
período pré-menstrual. Quando se tem até 3 sintomas, a TPM é considerada leve e até 4 
é moderada. 
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Considera-se o transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM) como sendo um subtipo e 
também como a forma mais grave da TPM. Deve haver pelo menos um dos 4 sintomas 
a seguir: depressão, ansiedade/tensão, instabilidade afetiva, raiva/irritabilidade 
persistente. Além disso, pode ser diagnosticada com 5 dos demais: diminuição do 
interesse pelas atividade habituais, dificuldade de atenção, letargia/fadiga fácil, 
hipersonia/insônia, descontrole emocional, inchaço, cefaleia, dor muscular. 
A causa da TPM teria origem genética e é causada por alterações hormonais, como 
deficiência na produção de progesterona ou desequilíbrio na razão 
estrogênio/progesterona, na medida em que os estrogênios, a progesterona e os seus 
metabólitos ativos atuam como moduladores dos neurotransmissores serotoninérgicos 
(5-HT) do sistema nervoso central. Estes são responsáveis pelas alterações de humor, de 
ansiedade, de apetite, de sono e de excitação. Ademais, os hormônios sexuais modulam 
o ácido gama-aminobutírico (GABA), que regula o afeto e o funcionamento cognitivo. 
A abordagem terapêutica para TPM e TDPM é subjetiva e depende da gravidade dos 
sintomas. São sugeridas mudanças no estilo de vida, incluindo-se a prática de exercícios 
aeróbicos e modificações na dieta e uso de preparados herbários, inicialmente. Pode-se 
administrar vitamina B6, visto que é coenzima de serotonina e dopamina. Também, 
mostrou-se que há aumento do paratormônio durante fase folicular, ou seja, a 
hipocalcemia está atrelada a sintomas de agitação, mania e irritabilidade, logo, o 
aumento do cálcio extracelular, na medida em que estimularia a junção neuromuscular, 
auxiliaria no tratamento da TPM. Ademais, o carbonato de cálcio tem sido usado para 
amenizar a fadiga e a redução de apetite, bem como o magnésio no 15º dia do ciclo 
ajuda a diminuir os sintomas. 
Fitoterápicos: a) vitex agnus-castus: modula prolactina pela dopamina; b) oienoterra 
biennes. 
Em relação aos contraceptivos hormonais combinados, eles diminuem os sintomas da 
TPM/TDPM, porém geram irritabilidade e retenção hídrica. Em especial, aqueles que 
contém a drospirenona como componente progestogênico e utilizados em ciclos de 21-
24 dias com pausa de sete/quatro dias, pelo período de três ciclos menstruais 
consecutivos, demonstram melhoras nos sintomas pré-menstruais. 
Ainda, existem os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), como 
fluoxetina, paroxetina e sertralina, que são os fármacos de primeira linha por serem os 
mais eficazes para TPM e TDPM. Eles podem ser usados diariamente, durante a fase 
lútea ou de sete a dez dias antes do início do ciclo menstrual. 
 4. Dor Pélvica
Dor pélvica aguda é motivo de procura a serviços de saúde em 10 a 40% das queixas 
ginecológicas e a dor pélvica crônica tem prevalência estimada em até 23% das 
mulheres em idade fértil. 
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A prevalência estimada de dor pélvica crônica é de 3,8% em mulheres de 15 a 73 anos 
(superior à enxaqueca, asma e dor nas costas), variando de 14 a 24% em mulheres na 
idade reprodutiva, com impacto direto na sua vida conjugal, social e profissional. 
A dor é um mecanismo de proteção que alerta sobre uma ameaça imediata e determina o 
afastamento de algum estímulo nocivo. A depender das fibras nervosas, ela pode ser: a) 
Somática – é uma dor aguda, local e origina-se de nervos aferentes do sistema nervoso 
somático que inerva peritônio parietal, pele, músculos e tecidos subcutâneos; b) 
Visceral – dor difusa, próxima ao local afetado e com origem em fibras aferentes do 
sistema nervoso autônomo que transmite informações das vísceras e do peritônio 
visceral. A visceral geralmente tem como estímulo estiramento, distensão, isquemia, 
necrose ou espasmos dos órgãos abdominais. 
Os sintomas associados também podem direcionar o diagnóstico, pois, em geral, as 
causas ginecológicas estão associadas a sangramento vaginal, leucorreia, dispareunia ou 
amenorreia. A exclusão de diarreia, constipação ou sangramento gastrintestinal reduz a 
probabilidade de doença gastrintestinal, assim como uma urina sem alterações exclui 
problemas urinários. 
A dismenorreia também é um fator associado à dor pélvica. Ela pode ser: primária 
quando a dor menstrual cíclica é sem patologia associada identificada, e a secundária 
em geral relaciona-se com endometriose, leiomiomas, DIP, adenomiose, pólipos 
endometriais e obstrução do fluxo menstrual. Causa aumento intenso de prostaglandinas 
nos primeiros dias da menstruação e pode estar associada às bactérias como clamydia e 
neisseria. 
Ainda, a dor pélvica pode ser aguda quando dura menos de 7 dias e crônica quando não 
é cíclica e persiste por > 6 meses; localizada em pelve, próxima ou em cicatriz 
umbilical, região lombossacral ou nádegas; de intensidade suficiente para causar 
incapacidade funcional ou levar à intervenção médica. 
4.1 Principais Causas 
Doença Inflamatória Pélvica (DIP) - é causada pela infecção polimicrobiana do trato 
genital superior, originária de foco uretral, vaginal ou cervical. Caracterizada por 
corrimento branco/amarelado, sangramento vaginal, dispareunia (dor durante sexo), 
disúria, febre. Um hemograma com leucocitose, a presença de leucócitos abundantes no 
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exame a fresco do corrimento cervical; e detecção de gonococo ou clamídia na 
endocérvice são fatores diagnósticos da DIP. 
Endometriose – caracterizada pela presença do endométrio fora da cavidade uterina. 
Sintomas: cólicas menstruais intensas e dor durante a menstruação; dor pré-menstrual, 
durante o sexo, difusa/crônica na pelve; sangramento intenso/irregular; alterações 
intestinais ou urinárias durante menstruação; dificuldade para engravidar. 
 Adenomiose – ocorre um espessamento dentro das paredes do próprio útero 
provocando sintomas como dor, sangramento ou cólicas fortes, especialmente 
durante a menstruação. Caracterizada por inchaço da barriga, cólicas muito 
fortes, dispareunia, aumento e fluxo menstrual, prisão de ventre e dor ao 
evacuar. Ademais, é considerada um tipo de endometriose. 
Mioma Uterino – neoplasia benigna de útero, a qual dificilmente se torna maligna. O 
estrogênio auxilia na hipertrofia do tumor, logo, mulheres grávidas estão predispostas. 
Caracterizada por dores durante as relações sexuais, dor pélvica, período menstrual 
muito longo
e com sangramento excessivo, prisão de ventre, dores constantes nas 
pernas e nas costas, vontade intermitente de urinar e compressão nos ureteres ou em 
outras estruturas pélvicas. 
Malformações do Trato Genital – k 
Infecção Urinária Baixa – k 
Gravidez Tópica/Ectópica – 
4.2 Fluxograma para Dor Pélvica 
 
 
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4.3 Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s) 
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Em 1999, a OMS estimou o total de 340 milhões de casos novos por ano de IST’s 
curáveis em todo o mundo, entre indivíduos de 15 e 49 anos, sendo 10 a 12 milhões 
desses casos no Brasil. Outros tantos milhões não curáveis (virais), incluindo o herpes 
genital, infecções pelo papilomavírus humano, hepatite B e infecção pelo HIV ocorrem 
anualmente. 
Das mulheres com infecções não tratadas por gonorreia/clamídia, 10 a 40% 
desenvolvem doença inflamatória pélvica (DIP). Destas, mais de 25% se tornarão 
inférteis. Abortos espontâneos, natimortos, baixo peso ao nascer, infecção congênita e 
perinatal, estão associadas às IST não tratadas em gestantes. As IST’s de notificação 
compulsória são Aids/HIV na gestante e criança exposta, sífilis na gestação e sífilis 
congênita. 
  HIV/AIDS 
Doença causada pelo retrovírus (HIV I e HIV II), que utiliza o material genético do 
linfócito T para se reproduzir. As formas de transmissão são: relações sexuais; 
transfusão de sangue e hemoderivados; transmissão na gestação de mãe para filho. 
Alterações nos genitais não se incluem entre as manifestações mais comuns da doença. 
Para que se suspeite de infecção pelo vírus da AIDS, os sintomas não podem ser 
analisados isoladamente, sendo eles: suores noturnos, calafrios, cansaço profundo, 
apatia, depressão, inchaço de gânglios em todo o corpo, tosse, diarréia prolongada, 
manchas avermelhadas na pele, emagrecimento exagerado e febre permanente. 
  Sífilis 
Causada pelo Treponema pallidum (espiroqueta; gram negativo), exclusiva ao ser 
humano e pode ser transmitida pelas vias sexual e vertical. Aumenta o risco na pessoa 
de ser contaminada por HIV. Ademais, é o responsável por 40% dos abortos, óbito fetal 
e morte neonatal. 
A transmissão ocorre quando a mãe não é tratada adequadamente ou quando não busca 
o tratamento. 
A sífilis ocorre em 4 estágios: 
A) Primária – presença de cancro duro com linfadenomegalia regional (pênis, colo 
uterino, vagina, ânus). Anticorpos surgem após 7-10 dias seguintes ao cancro, quando é 
feito o teste FTA-Abs e outros testes treponêmicos. Se não houver reação nos testes, são 
repetidos 30 dias depois, sendo que o tratamento deve ser feito se o diagnóstico foi 
provável ou se a pessoa não puder retornar ao consultório brevemente. Surge 3 semanas 
após contato com individuo infectado. 
B) Secundária – ocorre 2-10 semanas pós-cancro e com disseminação de espiroquetas 
em pele e tecidos mucocutâneos, gerando lesões nas palmas das mãos e nas solas dos 
pés, as quais podem ser maculopapulares, escamosas ou postulares. Áreas úmidas, como 
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a região anogenital, parte interna das coxas e axilas, podem ter condyloma lata (placas 
elevadas e de base ampla). Há erosões superficiais cinzas em membranas mucosas 
(boca, faringe, genitália externa). Além disso, febre, linfadenopatia, perda de peso 
ocorrem durante muitas semanas. Todos os testes diagnósticos são reagentes e são 
achados títulos altos de VDRL. Mesmo que ela seja tratada, os testes treponêmicos dão 
positivo. 
C) Latente – Quando não é feito o tratamento, o doente entra nesse estágio, no qual não 
manifestação clínica, mas apresenta testes positivos e redução de títulos nos testes não 
treponemicos. 
D) Terciária – pode se manifestar de três formas: sífilis cardiovascular, que representa 
80% dos casos e aparece em forma de aortite, que é a dilatação progressiva do ramo e 
arco aórticos, causando insuficiência da válvula aórtica e aneurisma na aorta proximal. 
Neurossífilis é assintomática ou com apresentação de doença meningovascular crônica. 
Já a terciária benigna é a formação de gomas, que são lesões nodulares relacionadas à 
hipersensibilidade tardia, nos ossos, na pele e nas mucosas das vias aéreas superiores. 
E) Congênita – o T. pallidum atravessa a placenta, infectando o feto. Quando não 
tratada, causa morte perinatal e intrauterina. Manifestada pelo corrimento e congestão 
nasais nos primeiros meses de vida, assim como por exantema descamante ou bolhoso 
em mãos, pés, ao redor da boca e ânus. Hepatomegalia, osteocondrite e priostite 
também são encontrados. Essas características podem surgir até os 2 anos de idade 
(sífilis infantil/precoce). Também, há a sífilis tardia/atrasada, em que a tríade ceralite 
intersticial, dentes de Hitchinson e surdez aparecem. 
  Gonorréia 
Seu agente é a Neisseria gonorrhoeae, que é transmitido durante relação sexual. A 
Gonorréia trata-se de infecção de uretra ou colo uterino, que pode propagar-se para 
glândulas e órgãos vizinhos, sendo eventualmente a infecção local primitiva 
extragenital, produzindo quadros de: conjuntivite, oftalmia, faringites e anoretite. Nem 
sempre é localizada, pois, dependendo das condições imunológicas do hospedeiro, pode 
produzir septicemia, com manifestações gerais e sistêmica. 
  Cancro Mole 
Doença sexualmente transmissível, de evolução aguda, causada por bacilo Gram-
negativo do gênero Haemophilus e caracterizada clinicamente pela presença de 
ulcerações dolorosas, em número variado, de bordas irregulares e frequentemente 
envoltas por halo eritematoso vivo, localizadas em região genital, anal ou anogenital, 
acompanhadas ou não de adenopatia satélite. 
  Candidíase 
Doença feminina, determinada pelo fungo Candida albicans. Pode ser transmitida via 
relação sexual, entretanto, algumas mulheres têm predisposição para desenvolverem a 
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infecção. Os principais sinais e sintomas são: corrimento vaginal branco e leitoso; 
coceira intensa; irritação da vulva e vagina; dor durante o coito e a micção. 
  Herpes Genital 
Doença viral transmitida pela relação sexual e o contato com a lesão. O bebê pode ser 
contaminado durante o parto. As manifestações da doença constituem a formação de 
bolhas doloridas na região genital que podem desaparecer. O vírus continua no 
organismo e, em condições de estresse, podem reaparecer os sintomas. 
4.4 Tratamento 
O tratamento da dor normalmente se inicia com analgésicos orais, como paracetamol ou 
medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs). O paracetamol é um agente 
amplamente utilizado e um analgésico efetivo a despeito de não ter propriedades anti-
inflamatórias significativas. Alternativamente, os AINEs são particularmente úteis se 
houver reação inflamatória subjacente à dor. Se não
se obtiver melhora satisfatória, 
pode-se associar um opioide leve, como codeína, propoxifeno ou hidrocodona 
Os opioides são mais efetivos e o risco de dependência é mínimo, se administrados de 
forma planejada e em doses que aliviem a dor de forma adequada. Se a dor persistir, 
opioides mais potentes, como morfina, metadona, fentanil, oxicodona e hidromorfina, 
podem substituir os mais brandos. É essencial manter a paciente sob acompanhamento 
próximo e regular. Uma alternativa aos opioides clássicos é o hidrocloreto de tramadol 
que, além do seu efeito opioide central, também inibe a serotonina e a recaptação de 
norepinefrina. 
 O extrato de papoula foi inicialmente empregado para controlar diarréias, 
entretanto suas propriedades analgésicas logo foram observadas. Quando seco 
este suco passa a se chamar pó de ópio, que contém morfina e codeína. 
Os opióides têm a função de reduzir a atividade do SNC, produzindo analgesia, hipnose 
(narcóticos), deprimem os centros da tosse, deprimem os centros respiratórios, os 
batimentos cardíacos e pressão arterial. Quando a pessoa para de usar, eles geram 
náuseas e vômitos, diarreia, câimbras musculares, cólicas intestinais, lacrimejamento, 
corrimento nasal, etc. que pode durar até 8-12 dias. Há os sintéticos, Endorfina e 
Encefalina, que funcionam como os opióides endógenos e servem para dor intensa. Seus 
receptores estão em SNC (tronco encefálico, tálamo, medula, sistema límbico e 
periferia) e TGI e estão acoplados à proteína G, assim, ao se conectarem a eles, os 
opióides inibem a adenil-ciclase, diminuindo o níveis celulares de AMPc o que afeta as 
vias de fosforilação das proteínas e dessa forma a função celular. Além disso, ativam 
correntes de K+, causando hiperpolarização, ou seja, impedindo a propagação de 
potencial de ação, e inibem as de Ca²+, reduzindo a liberação de neurotransmissores. 
Acontece que quando há um estímulo nocivo gerando dor, a despolarização dos 
neurônios libera NO que fomenta a dor, bem como histaminas, prostaglandinas, 
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tromboxano e substância P. Logo, a função do opióide é inibir essas substâncias, de 
modo que aqueles que são locais aumentam o Na+ e reduzem o K+, enquanto os 
sistêmicos inibem Ca2+ e aumentam K+. 
Além disso, os opioides podem ser classificados quanto: 
A) a origem – naturais (morfina, codeína e papaverina), semissintéticos (heroína, 
metadona e zipeprol) e sintéticos (meperidina, profexeno, fentanil). 
B) intensidade do mecanismo de ação – fortes (todos exceto codeína) e fracos (codeína). 
C) tipo do mecanismo de ação – antagonistas (naloxona, nalorfina e naltrexona) e 
agonistas (nalorfina e nevalorfan). 
Morfina → analgesia, euforia, reduz FR, antitussígeno, gera miose, êmese, diminui 
diarreia, libera histamina (urticária, sudorese e vasodilatação). Aplicado via EV, IM e 
SC. 
Meperidina → analgesia. Aplicado VO ou IM. 
Metadona → VO; utilizado para desmame de morfina e heroína. 
Fentanil → mais forte que morfina; utilizado como anestésico. 
Codeina → raramente causa dependência; mais fraco que morfina; VO. 
Naloxona → reverte quadro das drogas opióides. 
 
5. Atendimento Ginecológico em Nível Primário 
5.1 Propedêutica 
Anamnese: a idade da mulher é importante para saber se ela está na infância, puberdade, 
maturidade, climatério ou senilidade, visto que cada uma dessas fases têm doenças 
prevalentes e incidentes. A raça (lemioma uterino em mulheres negras), a 
naturalidade/procedência (câncer de mama nos EUA), profissão (grávidas em ambientes 
muito tóxicos) pelo mesmo motivo. Ademais, religião e estado civil. 
Além disso, há a QP, HMA, AF (atenção para lemiomas, diabetes, hipertensão, câncer, 
alergias e doenças infecto-contagiosas), AP (algumas doenças interferem no aparelho 
reprodutivo feminino, como rubéola, toxoplasmose, sarampo, caxumba, além de que 
outras caracterizam a má formação do aparelho urinário, como infecção urinária; 
também, atenção para cirurgias já feitas, anestesia, transfusão sanguínea e alergias), HV 
(drogas), CS ( 
Também, o IS, no qual questiona-se aspectos do segmento cefálico (principalmente 
sobre nódulos linfático e tireoide), respiratório (inclusive tuberculose, bronquite crônica 
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e surtos de eczema que estão relacionados a infecção urinária), cardiovascular (gravidez 
promove sobrecarga a esse sistema), gastrointestinal (queixas desse são parecidas com 
as ginecológicas, como sintomas de diverticulite e apendicite), urinário (cistites e 
litíases renais) e mamas (questionar número, local, tempo de aparecimento, 
consistência, mobilidade, crescimento rápido ou não na presença de nódulo; se houver 
secreção, definir coloração, quantidade, saída espontânea, se é uni ou bilateral, se por 
um ou mais ductos; na presença de dor, perguntar intensidade, ritmo, característica e 
local). 
Em especial, os Antecedentes Ginecológicos, no qual se questiona a menarca (que deve 
ter sido entre 11-13 anos), a DUM, data da menopausa (48-52 anos), intervalo entre as 
menstruações (deve ser de 26-32 dias), duração do fluxo menstrual (4-5 dias, apesar de 
que variações de 3-8 dias podem ocorrer), bem como a sua quantidade (25-100 mL), 
fluidez (sem coágulos) e cor (vermelho escuro). Outrossim, questionar aspectos 
menstruais e pré-menstruais, como ingurgitamento mamário, mastalgia, distensão 
abdominal, dor do meio (ocorre quando a rotura do folículo ovulatório se acompanha de 
sangramento, o que provoca irritação peritoneal), algomenorréia (menstruação com 
dor). 
Outro ponto inerente à anamnese ginecológica, são os Antecedentes Sexuais, nos quais 
se a paciente relata vida sexual ativa, deve-se questionar a respeito de sua libido, 
frequência de relações, orgasmo, dispareunia, sinusorragia (sangramento durante o 
sexo), métodos contraceptivos. Além disso, é imprescindível perguntar sobre a presença 
de corrimento e se há, discorre-lo através de tempo, quantidade, coloração, odor, 
variações do ciclo menstrual, tratamento utilizado e resultado. Ainda, aborda-se sobre 
cauterização, alterações vulvares (prurido, tumores, fístulas e prolapsos). 
Por último de divergência, são os Antecedentes Obstétricos, nos quais se relatam 
gestações, parto, vitalidade, abortos, evolução do puerpério, peso dos filhos ao nascer, 
amamentação, causa fatal da morte dos fetos. 
Exame Físico: sinais vitais, cabeça e pescoço, aparelho respiratório, urinário, 
cardiovascular e, em especial, o abdome (tensão, presença de estrias, cicatrizes, 
pigmentação e presença de ascite). 
Especialmente no exame físico ginecológico, vê-se: 
a) mamas – exame dividido em três seções: A) inspeção estática → paciente deve estar 
ereta/sentada para observação de tamanho, regularidade de contornos, forma, simetria, 
abaulamento e retrações, pigmentação areolar, morfologia da papila e circulação 
venosa; B) inspeção dinâmica → pede-se a paciente que eleve os MMSS até a cabeça e 
depois, estenda os membros para frente e incline o tronco de modo que as mamas 
fiquem pêndulas, perdendo todo o apoio da musculatura peitoral e palpação para 
observar as características da inspeção estática. Por último, pede-se que a paciente apoie 
as mãos e pressione as asas do ilíaco, bilateralmente para verificar
retrações e 
abaulamentos; C) Palpação → toca-se em cadeia linfática com a paciente sentada e a 
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seguir, pede-se que deite e toque a cabeça com as mãos (um lado de cada vez) a fim de 
que cada quadrante das mamas possa ser palpado. 
b) vulva – observar cada estrutura anatômica, principalmente a existência de carúnculas 
uretrais no meato uretral, corrimento na fúrcula vaginal (região de fusão dos grandes 
lábios posteriormente), rotura (mucosa>músculo>esfíncter anal) através do exame no 
períneo. Também, é importante a visualização do hímen, pois a mulher pode tê-lo 
mesmo com vida sexual ativa, chamado de hímen complacente, ou podem ficar 
vestígios, denominados de carúnculas himenais. 
c) vagina – usa-se espéculo bivalvar e se observa as paredes vaginais (coloração, 
rugosidade, trofismo, comprimento, elasticidade, fundos de saco e presença de secreção 
e corrimento). 
d) colo uterino – seguinte ao exame de vagina, é observada a coloração, forma, volume 
e tamanho do orifício externo (deve ser puntiforme nas nulíparas e em fenda transversa 
nas multíparas). Também, averiguar presença de muco no orifício, situação do colo 
quanto ao eixo vaginal e presença de ectopia (crescimento do epitélio glandular 
endocervical). 
Após isso, calçar as luvas, lubrifica-las com vaselina para o toque bidigital bimanual 
com dois dedos em extensão e polegar em adução de 90°. Os lábios vaginais são 
afastados e os dedos são introduzidos até a cavidade vaginal. Explora-se toda a região a 
procura de massas. Para o colo de útero, verifica-se seu comprimento, forma, 
consistência e superfície. 
Depois, faz-se o exame do corpo uterino para observar base, volume (entre 30 e 90 cc, e 
o comprimento deve alcançar cerca de 7 cm na vida adulta), possíveis massas e 
retrações, a orientação (anterior (ante-versão), posterior (retro-versão) ou se curvar 
sobre si mesmo anteriormente (ante-verso-fletido) ou posteriormente (retro-verso-
fletido). A consistência deve ser firme e o seu amolecimento deve levantar a hipótese de 
gravidez, enquanto o endurecimento, a hipótese de leiomiomas. Por fim, o toque 
bimanual não deve provocar dor. 
Após isso, procura-se palpar ovários (difícil de palpar em obesas) e trompas uterinas 
(não palpáveis). 
Exames Laboratoriais: 
1. Exame a Fresco – o esfregaço vaginal é o mais barato e rápido e permite identificar 
corrimento e colpite infecciosa. 
2. Conteúdo Vaginal – tem pequeno volume (1,5 a 2,0 g) e tende a se acumular nos 
fórnices vaginais. Pode ser incolor, de aspecto mucoso, ou brancacento, como leite 
diluído ou pastoso. Caracteriza-se por não apresentar odor e não sujar ou manchar a 
roupa íntima. A flora vaginal é constituída por bactérias facultativas e anaeróbias 
(Lactobacillus sp.), na proporção de 10:1, em relação às bactérias aeróbias. Além disso, 
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pH vaginal é entre 3.8 e 4.5, o que pode ser alterado com ectrópio, lacerações cervicais, 
DIU, pólipos endocervicais, menstruações, coito e duchas vaginais. 
pH vaginal: utiliza-se uma tira de papel de nitrozima/tornassol que é colocado com uma 
pinça de Cherron em contato com o conteúdo vaginal e depois, é comparado com os 
parâmetros de referência. 
Teste da Amina (ou do cheiro): misturar 1 gota do conteúdo vaginal com 1 ou 2 gotas de 
solução aquosa de KOH a 10%. A liberação de aminas voláteis (putrescina e 
cadaverina), quando presentes, faz exalar odor de peixe morto e indicam exacerbação da 
flora anaeróbica. 
Lâmina a Fresco: a depender da suspeita do patógeno, faz-se de forma divergente. 
Assim, na suspeita de Cândida sp., analisa-se 1 gota do conteúdo vaginal que é colocada 
em uma lâmina e adiciona-se solução aquosa de KOH a 10%. Quando for fungo, cobre-
se o conteúdo com lamínula no microscópio, se observa os esporos e micélios do 
patógeno. Para protozoários, repete-se o mesmo, mas sem acrescentar KOH e sim soro 
fisiológico a 0,9%. Na suspeita de Gardnerella vaginalis, é observado no material 
embebido de soro a presença de bactérias acumuladas sobre uma célula do epitélio 
vaginal (denominada de célula-guia). Ainda, podem ser vistas Trichomonas vaginalis 
movimentando-se pela lâmina. 
 O número de leucócitos presente no esfregaço nos dá a ideia da intensidade da 
reação inflamatória. 
5.2 Corrimentos Vaginais 
A secreção vaginal é uma resposta fisiológica do organismo feminino e apresenta-se de 
cor clara ou branca, sendo composta de líquidos cervicais, podendo variar na quantidade 
e no aspecto, dependendo do período do ciclo menstrual. No entanto, quando algum 
processo infeccioso ou inflamatório encontra-se presente, as características da secreção 
mudam e ela passa a se chamar corrimento vaginal, a qual está comumente associada a 
prurido e dispareunia. 
A infecção é a causa mais frequente do corrimento vaginal, sendo ela decorrente de um 
ou mais agentes, dentre os quais os mais comuns são bactérias (Gardnerella vaginalis, 
Chlamydia trachomatis, Neisséria gonorrhoeae), fungos (Candida sp.), protozoários 
(Trichomonas vaginalis) e por vírus (Herpes simples e Papilomavirus humano). 
 A vaginose bacteriana não é considerada uma infecção sexualmente 
transmissível, uma vez que o tratamento do parceiro não diminui a freqüência 
ou o intervalo das recorrências. 
Geralmente, o corrimento vaginal é causado por: 
Clamídia: corrimento vaginal purulento, sangramento pós-coital ou intermenstrual, dor 
abdominal baixa e dispareunia. 
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Gonorréia: pode aparecer corrimento espesso e purulento. 
Tricomoníase: corrimento abundante, delgado, espumoso e mal cheiroso, de cor 
acinzentada, amarelada ou esverdeada. 
Gravidez: corrimento vaginal é comum e decorre principalmente da hipertrofia do 
epitélio vaginal com aumento de células contendo glicogênio. Há também maior 
vulnerabilidade para infecções. A presença de corrimento vaginal purulento, mal-
cheiroso, coceira ou dor abdominal deve ser investigada. 
 Bactérias naturais: Lactobacillus sp., Difteróides, Staphylococcus epidermidis, 
Staphylococcus, Streptococcus alfa-hemolíticos, treptococcus beta hemolíticos, 
Streptococcus não hemolíticos, Streptococcus do grupo D, Eschirichia coli. 
Vulvovaginites e vaginoses são as causas mais comuns de corrimento vaginal 
patológico, sendo afecções do epitélio estratificado da vulva e/ou vagina, diferenciando-
se das cervicites, que acometem a mucosa glandular, onde as causas mais comuns são 
infecções por clamídia e gonococo. A candidíase é a mais comum e é caracterizada por 
prurido, ardência, corrimento grumoso e 
sem odor, dispareunia e disúria. 
Como medidas gerais, preconiza-se abstinência sexual e utilização de duchas vaginais 
com peróxido de hidrogênio a 1,5 %. O tratamento farmacológico consiste em 
metronidazol ou clindamicina, nas formulações oral ou tópica. 
6. Gestação 
6.1 Consultas 
No primeiro trimestre, a gestante tem a primeira consulta, na qual é verificada a DUM, é 
feita a ultrassonografia transvaginal de primeiro
trimestre (11-16 semanas), e localizado 
o DNA fetal livre no sangue materno para rastrear aneuploidias, diagnosticar o sexo e o 
Rh fetal. 
Além disso, a respeito da nutrição, o ganho ponderal médio ideal da grávida é de 
aproximadamente 12,5 kg, sendo que para obesas o ganho máximo ponderal é de 9,1kg. 
O ganho semanal adequado é de 400 g no segundo e terceiro trimestres. Ganho menor 
que l kg ou maior que 3 kg em 1 mês é sugestivo de mudanças nos hábitos alimentares 
ou de outros fatores que possam contribuir para alterações no peso, como a retenção 
hídrica na pré-eclâmpsia. 
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Exames complementares: 
Urina I – deve ser a matinal, densidade > 1.025, pH < 6,5, e a proteinúria é negativa (ou 
inferiora 0,05 g/L), assim como a glicose, os corpos cetônicos e as bilirrubina. 
Urocultura – pesquisa-se bacteriúria assintomática. 
Protoparasitológico de fezes – solicitam-se três amostras par a busca de protozoários e 
parasitas 
Grupo sanguíneo e fator Rh – rastreia risco de incompatibilidade sanguínea e riscos de 
aloimunização; quando a mãe tem Rh+ e o pai Rh-. 
Hemograma Completo – Hb>11g/dL; leucócitos<14.000/mm³, visto que espera-se 
leucocitose com aumento de neutrófilos; e plaquetas podem estar levemente diminuídas 
por conta da hemodiluição. 
Glicemia de jejum – para gestantes obesas, com ou mais de 35 anos, histórico familiar 
de DM, história prévia de DM gestacional, óbito fetal no termo anterior sem causa 
aparente. Ela deve ser <92mg/dL em jejeum, <180mg/dL após 1hr de sobrecarga e 
<153mg/dL após 2hrs de sobrecarga. Faz-se um teste entre as 24 e 28 semanas com 
75mg de glicose; se a glicose em jejum for entre 92 e 125mg/dL, é declarada a DM 
gestacional; acima de 126mg/dL, considera-se que a DM é prévia e não foi tratada 
antes. Assim, solicita-se a hemoglobina glicada (HbA1C), que se for >6,5%, está 
confirmada a DM. Caso Após parto, esses dois exames forem controversos, refaz-se o 
primeiro para estabelecer diagnóstico definitivo. 
Reações Sorológicas – 
a. Sífilis → primeiro, faz-se o teste treponêmico, como ELISA e FTA-Abs, depois, 
se der positivo, realiza-se o não treponêmico, como o VDRL, que se der 
positivo, é preconizado pelo MS o FTA-Abs. 
b. Toxoplasmose → se IgG e IgM sejam negativos, deve-se fazer orientações 
higienodietéticas; caso somente IgG seja positivo, a mulher está imunizada; se ambos 
derem positivo, deve-se fazer o teste de avidez para saber se o contágio foi antes ou 
após gestação. 
c. HIV → realiza-se o ELISA, se der positivo, faz-se mais uma vez; caso positivar 
novamente, faz-se o exame de Western Blot. 
d. Hepatite B → procura-se anti-HBC, IgG e IgM e depois, AgHBs, anti-HBS, 
AgHBe e anti-HBe. 
e. Hepatite C → faz-se o teste para detecção dos anticorpos totais antivírus da 
hepatite C – VHC – ou dois testes por Elisa; caso dê positivo, realiza-se o Imuno 
blot ou o PCR. 
f. Rubéola → caso IgG e IgM sejam negativos, deve haver a vacinação e evitar 
gestação até 3 meses após; caso apenas IgG seja positivo, a paciente está 
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imunizada; se IgM for positivo, a gestante deve ser encaminhada para a 
medicina fetal para ser avaliada. 
g. Citomegalovírus → pacientes que trabalham com crianças ou em ambiente de 
diálise. 
Rastreamento de clamídia e gonorréia 
Cultura para Streptococcus Agalactiae – a pesquisa é feita com material coletado por 
swab no introito vaginal e perianal. 
Hormônio estimulante da tireoide (TSH) 
Ultrassonografia pélvica (buscar anomalia de anexos e útero) 
 
Citologia cervicovaginal 
Colpocitologia oncótica (Papanicolau) – pesquisa se há ectopia ou outras lesões 
cervicais, vaginais ou vulvares. 
 Exames de mamografia e radiografia (de tórax. dentária) devem ser 
prioritariamente programados antes da concepção. 
Nas gestantes de baixo risco, após a realização da primeira consulta, o retorno é 
agendado para 15 dias depois para avaliação dos exames complementares solicitados. A 
partir de então, as consultas têm periodicidade mensal até 28 semanas e a cada 2 a 3 
semanas até 36 semanas. A partir de 36 semanas gestacionais até a ocorrência do pano, 
o retomo ao pré-natal é semanal. Gestantes de alto risco necessitam de retornos mais 
frequentes de acordo com a doença de base 
Mensalmente: 
 Pesquisa de anticorpos irregulares (ou Coombs indireto): é repetida 
mensalmente para as gestantes RhD- com parceiro RhD+. 
 Sorologia para toxoplasmose no caso de a gestante apresentar imunoglobulinas 
IgM e IgG negativas. 
Entre 24 e 28 semanas de gestação: 
 Teste de tolerância oral à glicose de 75 g se a glicemia em jejum na primeira 
consulta for <92 mg/dL. 
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 Ecocardiografia fetal nas pacientes com indicação 
Terceiro Trimestre: 
 Sorologia para sífilis, hepatites B e C (apenas se a gestante apresentar risco) e 
HIV. 
 Pesquisa de colonização vaginal e perianal por Srreptococcus agalactiae nas 35-
37 semanas. 
7. Assistência Obstétrica Humanizada 
Anteriormente à década de 1980, remontava à descoberta da anatomia patológica, onde 
o interesse médico foi se voltando cada vez mais para as estruturas internas do 
organismo, na busca de lesões que explicassem as doenças, e com isso, a importância do 
sujeito foi se tornando cada vez mais secundária. 
O corpo da mulher é encarado como uma máquina complexa que só pode ser entendida 
por meio do método científico que separa as partes do todo. A mulher também é tida 
como incapaz de compreender as intricadas nuances médicas e científicas envolvidas 
nas decisões. Em relação à tecnologia, tal modelo acredita que, para aumentar a 
eficiência de uma máquina imperfeita, ou seja, o corpo da mulher, são necessárias várias 
outras máquinas. Em consequência, várias tecnologias sofisticadas são utilizadas sem a 
devida avaliação da sua real necessidade e eficácia e, principalmente, sobre a sua 
segurança. 
O Plano de Qualificação da Atenção em Maternidades e Rede Perinatal na Amazônia 
legal e Nordeste (PQM) que teve como objetivo geral desenvolver condições 
institucionais e técnicas para alterar processos de trabalho, visando reduzir a taxa de 
mortalidade materna e neonatal, a partir da qualificação da atenção ao parto e ao 
nascimento, assegurando modos de cuidado humanizado e integral às mulheres e às 
crianças, nas 26 principais maternidades da Amazônia legal e do Nordeste brasileiro, a 
partir das referências da Política Nacional de Humanização (PNH) e das diretrizes das 
áreas Técnicas de Saúde da Mulher e da Criança do Ministério da Saúde. 
7.1 Avaliação de Maturação e Vitalidade Fetal 
Não há interesse em iniciar os testes de vitalidade fetal antes da viabilidade (26 
semanas; para mães diabéticas, 32-36 semanas), assim como em conceptos com 
malformações incompatíveis com a vida. A avaliação anteparto da vitalidade fetal está 
indicada especialmente nas gestações que cursam com insuficiência placentária, capaz 
de determinar o sofrimento fetal crônico, muitas vezes
associado ao crescimento 
intrauterino restrito (CIR). 
A. Contagem dos movimentos fetais: o correto são 6 a cada 2 h. 
B. Cardiotocografia (CTG): a frequência cardíaca fetal (FCF) basal normal está 
localizada entre 110 e 160 bpm, logo, alterações indicam sofrimento fetal. A 
 Lorena Fagundes 
 
 Lorena Fagundes 
CTG é considerada reativa (boa vitalidade fetal) quando apresenta ≥ 2 
acelerações ao movimento fetal, com amplitude ≥ 15 bpm e duração ≥ 15 s, em 
20 min de traçado. Em particular, no pré-termo (< 32 semanas), considera-se 
normal a aceleração com amplitude ≥ 10 bpm e duração ≥ 10 segundos. A CTG 
é não reativa (vitalidade comprometida) quando mostra < 2 acelerações em 20-
40 min de traçado. 
C. Perfil biofísico fetal (PBF): avalia, durante 30 min, o movimento respiratório 
fetal, movimento fetal, tônus e volume do líquido amniótico (vLA). A contagem 
8 a 10 (vLA sendo 2) é normal; 6, equivocada e ≤ 4, anormal. O diâmetro do 
bolsão deve ser entre 8 e 10, sendo que alterações conferem oligodramnia (que 
pode ser vista pelo vLA) ou polidramnia. 
D. Doppler: 
 da artéria uterina avalia a resistência dos vasos que suprem a placenta. O 
resultado é anormal (pré-eclâmpsia e CIR) quando a média das duas 
uterinas mostra índice de resistência (RI) > 0,58 e caso haja incisuras 
diastólicas em ambas as artérias. 
 da artéria umbilical avalia se há ausência de fluxo diastólico (diástole-
zero), o que acontece quando > 80% das vilosidades funcionais estão 
obliteradas. Pode ser dividida em normal, classe I (diástole diminuída), 
classe II (diástole/zero) e classe III (diástole reversa). 
7.2 Sinais e Mecanismos do Parto 
7.2.1 Contratilidade Uterina 
É importante conhecê-la para a inibição de contrações nos casos de trabalho de parto 
prematuro, para a indução do parto, e para miotamponamento e a regressão do útero no 
dias seguíntes ao nascimento. 
As células miometrais têm cinco características importantes: 
a) Sensibilidade Dolorosa 
b) Excitabilidade – a presença de noradrenalina e adrenalina propicia a sua 
contração. 
c) Elasticidade – elas são extensíveis e retráteis (a redução abrupta de liquido 
amniótico causa a redução das fibras sem diminuição do tônus, assim como após 
o parto, quando elas ainda continuam comprimindo, garantindo homeostasia local. 
d) Tonicidade – é a pressão intrauterina entre duas contrações. 
e) Contratilidade – pode ter baixa (tipo A) ou alta (tipo B ou de Braxton Hick; 
ausentes antes da 28ª semana) frequência. 
Molecularmente Falando... 
A contração ocorre com a interação do complexo proteico entre si, a qual é induzida 
pela cinase. Esta enzima é influenciada por cálcio, calmodulina e AMPc, de modo que 
 Lorena Fagundes 
 
 Lorena Fagundes 
os dois primeiros a acionam e o último a inibe. Assim, ao ser ativada, a cinase modula a 
fosforilação de miosina, o que propicia a contração local. 
A ativação uterina é realizada pelas uterotropinas, cuja principal função é tornar o útero 
responsivo aos estímulos contráteis determinados pelas uterotoninas (protaglandinas e 
ocitocina). Além disso, elas são representadas pelos receptores da ocitocina, de 
prostaglandinas, gap junctions, IL (6 e 8) e cidoxigenase (COX). 
Antes de as contrações irem em direção ao fundo do útero, há diminuição da 
concentração total de colágeno; alteração da solubilidade do colágeno, dependendo da 
degradação e também da síntese das fibras de colágeno com estrutura mais fraca, e 
aumento da colagenólíse. Junto a isso, ocorre uma resposta inflamatória caracterizada 
pela maior concentração de macrófagos, neutrófilos e eosinófilos e pelo aumento de 
interleucinas (IL-8) e prostag1andinas. 
Como Ocorre? 
Nas 28 semanas, a contratilidade tipo B faz com que o volume abdominal diminua, o 
utero se distenda e haja um encurtamento cervical. Porém, as contrações B e as de 
trabalho de parto são diferentes, visto que estas são rítmicas em comparação àquelas. 
As contrações vão da parte superior do útero e se propagam com intensidade 
decrescente pelo corpo do útero até atingir o segmento inferior (Tríplice Gradiente 
Descendente). 
O início do trabalho de parto é considerado quando a dilatação atinge 2 cm, estando a 
atividade uterina compreendida entre 80 e 120 Unidades Montevidéu. Durante a fase de 
dilatação, a frequência das contrações uterinas é de 2/3 em 10 minutos, com intensidade 
de 30 mmHg, enquanto que no período expulsivo, pode chegar a 5 contrações em 10 
minutos, com intensidade de 50 mmHg. Nessa última etapa, há também uma contração 
voluntária da musculatura abdominal, denominada puxo, cuja função é aumentar a 
pressão abdominal e facilitar a expulsão do feto. 
As contrações são percebidas pela palpação quando sua intensidade é superior a 10 
mmHg, sendo elas dolorosas quando acima de 15mmHg (valor suficiente para distender 
o útero e estimular circulação fetal) e são calculadas pela atividade uterina expressa pelo 
produto entre a intensidade e a frequência de contrações em 10 minutos. 
Finalizado o parto, ocorre a dequitação fisiológica, iniciada após a expulsão da placenta 
com 2/3 contrações indolores, que duram 6-10 mins, chamado de tempo corpóreo. Além 
disso, no puerpério imediato, há um fenômeno de miotamponamento que determina a 
1aqueadura viva dos vasos uterinos e faz com que o útero fique devidamente contraído, 
o que foi denominado globo de segurança por Pinard. Até 12 hrs pós-parto, de 10 e 10 
mins, contrações são identificadas, bem como durante amamentação, a liberação de 
ocitocina pela mãe e induzida pela sucção estimula a contração uterina. 
Fatores Intrínsecos 
 Lorena Fagundes 
 
 Lorena Fagundes 
Além disso, há intervenção hormonal, visto que a progesterona consolida ligação do 
Ca²+ no retículo sarcoplasmático, logo, reduzindo a quantidade dessa substância livre e 
propiciando maior limiar de excitabilidade da fibra do miométrio (Bloqueio 
Prostagênico). Já as prostaglandinas (produzidas pela decídua, pelo miométrio e pelas 
membranas fetais, principalmente pelo âmnio) alteram a permeabilidade da membrana 
celular de modo que aumenta-se a concentração de cálcio intracelular, favorecendo a 
contração. Também, o estrogênio auxilia na sincronização da contratilidade, uma vez 
que esimula as junções gap existentes entre essas células musculares. 
 O acetato de atosibana é um bloqueador dos receptores da ocitocina cuja eficácia 
valida. 
Teoria da Gangorra – a distensão excessiva da fibra muscular leva a sua contração 
reflexa e é inibida pela alta concentração de progesterona que mantém o útero refratário 
às contrações. Do mesmo modo, a diminuição do nivel de progesterona deflagra o parto. 
Teoria Prostaglandinica - concomitantemente com a ação das COXl (produzida durante 
a gravidez) e COX2 (aumentada com ocitocinas), há evidências de que o aumento da 
sensibilidade uterina seja decorrente de um incremento na expressão de receptores 
estinlulantes específicos para as prostaglandinas. 
Consequências Puerperais 
Admite-se que com as contrações de trabalho de parto,
300mL sejam empurrados para 
dentro da placenta, aumentando o retorno venoso, logo, incremento do volume ejetado 
na sístole. Após a expulsão, a veia cava inferior para de ser pressionada, portanto, 
favorecendo o aumento desse volume também. É importante que pacientes cardiopatas 
sejam observados para que não haja edema pulmonar agudo. 
7.2.2. Parto 
É caracterizado por contrações das fibras miometriais, cujas principais funções são a 
dilatação cervical e a expulsão do feto através do canal de parto. 
 Diagnóstico do trabalho de parto: 2 contrações a cada 10 mins + dilatação 
(minimo de 2cm) + esvaecimento cervical. 
Quiescência 
 Lorena Fagundes 
 
 Lorena Fagundes 
Ausência de resposta a agentes que determinam a contratilidade uterina. Ela se inicia 
com a implantação do zigoto e perdura por quase toda a gestação. Apesar de algumas 
poucas contrações serem observadas nesse período, elas não modificam a estrutura 
cervical nem causam dilatação do colo uterino. 
Ativação 
Prepara o útero e o canal cervical para o trabalho de parto e dura 6-8 semanas, bem 
como realiza algumas modificações cervicais e caracteriza-se pela descida do fundo 
uterino. 
Estimulação 
Dilatação – é quando ocorre o esvaicimento/apagamento cervical e a dilatação 
propriamente dita. Nas primíparas, ocorrem nessa ordem, já nas multíparas, são 
simultâneos. O primeiro processo é gerado pela reposição e fragmentação das fibras de 
colágeno e consequentemente, aumento de filtrado inflamatório no canal cervical, o que 
é estimulado pelas prostaglandinas e inibido pela progesterona. Ao decorrer dessa 
atividade, surge um espaço entre o polo cefálico e as membranas ovulares (amnio e 
córion), onde fica o liquido amniotico, responsável por auxiliar no deslocamento do 
istmo e que é liberado (bolsa rota) com 6cm de dilatação. Se essa rotura ocorrer 
juntamente à expulsão do feto, denomina-se de nascimento de feto empelicado, e se 
ocorrer antes do trabalho de parto, chama-se de rotura das membranas ovulares antes do 
trabalho de parto (RMPO). 
Já a dilatação é dividida em: 
a) Fase Latente – dura 8 hrs; tem contrações mais coordenadas e intensas 
b) Fase Ativa – subsegregada em Aceleração, Dilatação (passa-se de 2/3cm para 
8/9cm) e Desaceleração (dilatação completa). Cada uma delas dura 2hrs. 
Expulsão – contrações uterinas e abdominais transforma o canal cervical e vaginal em 
um só, bem como há uma imobilização por parte dos ligamentos redondo, uterossacral e 
largo para expelir o feto para fora do corpo da mãe. A criança vai passar pela fase 
pélvica, quando ocorre a dilatação completa, e pela perianal, quando a cabeça da criança 
roda. Geralmente, dura 60mins-3hrs nas primíparas e 30mins-2hrs nas multíparas. É 
nesta fase que ocorre o Mecanismo do Parto. 
Dequitação – é o expelimento da placenta e membranas através de contrações não 
dolorosas. Há dois tipos de descolamento da placenta: o central (ou Baudelocque-
Schultze), quando começa no centro e é vista a face fetal da placenta, e o 
marginal/periférico (ou ainda Baudelocque-Duncan), quando começa lateralmente e é 
vista a face materna, além de ter escoamento de sangue antes da expulsão da placenta. 
Dura de 10 a 30 mins. 
 Lorena Fagundes 
 
 Lorena Fagundes 
Primeira Hora Pós-Parto – com a redução de volume uterino, os vasos mudam sua 
angulatura e causam diminuição da perfusão uterina, assim, é quando acontecem as 
defesas contra a hemorragias: 
1. Miotamponamento: oclusão dos vasos miometrais causada pela contração do 
útero, gerando o globo vivo de Pinard. 
2. Trombotamponamento: formação de trombos nos grandes vasos 
uteroplacentários, que se promovem coágulos intrauterinos, os quais não devem 
ser retirados. 
3. Indiferença Miouterina: contração e relaxamento das fibras miometriais. Esse 
efeito pode ser prolongado nos trabalhos de partoo laboriosos, nas multíparas e 
quando há distensão excessiva do útero (fetos com macrossomia ou 
polidrâmnio). 
4. Contração Uterina Fixa: surge ao fim desse tempo e por promover maior tônus, 
auxilia na involução. 
Involução 
Retorno ao estado pré-gravídico. 
Mecanismo do Parto 
É o conjunto de movimentos e fenômenos ativos e, principalmente, passivos do reto 
durante sua passagem pelo canal de parto. Assim, é necessário entender as relações 
uterofetais: 
i. Atitude: disposição dos membros e da coluna vertebral. Geralmente, é flexão 
generalizada. 
ii. Situação: relação entre o maior eixo da cavidade uterina e o maior eixo fetal. Ela 
pode ser longitudinal, transversa e oblíqua. 
iii. Apresentação: para sua existência, é necessário que o volume da região fetal seja 
capaz de encontrar obstáculo na sua 
passagem pelo canal. Se a situação for 
longitudinal, ela pode ser cefálica, 
sendo que estas, ainda, podem ser 
subclassificadas em fletida, defletida 
ou em extensão em três graus 
(bregma>glabela>mento); ou pélvica, 
que se segrega em de nádegas/agripina 
ou de joelhos/pés. Caso a situação seja 
transversal, ela se subdivide em 
córmica (de ombro) e dorsais superior 
ou inferior. 
iv. Posição: esquerda ou direita. Através 
do toque vaginal, deve-se identificar as fontanelas lambdoide e bragmática. 
v. Insinuação: passagem do feto pelo maior diâmetro pélvico 
 Lorena Fagundes 
 
 Lorena Fagundes 
vi. Descida: móvel (maior que -3cm), ajustada/fixada (-3, -2, -1 cm), insinuada (0), 
fortemente insinuada (+1, +2, +3 cm), baixa (+4/+5 cm). Há a bipartição do 
crânio na sutura sagital para que ela ocorra. 
vii. Rotação Interna: coincidir o diâmetro anteroposterior do polo cefálico com o 
maior diâmetro da bacia materna. 
viii. Desprendimento Cefálico: o diâmetro suboccipitobregmático ocupa o diâmetro 
anteroposterior do estreito inferior e a fronte do feto rechaça o cóccix, 
aumentando esse diâmetro para 11cm, o que se denomina retropulsão coccígea. 
Após isso, o feto segue os diâmetros suboccipitobregmático (9,5cm), 
suboccipitofrontal (10,5cm) e suboccipilomentoniano (9,5cm). Nas rotações 
posteriores, em que o occipicio se alinha com o sacro materno, a extensão a ser 
vencida é a parede posterior da pelve. 
Acontece que para a criança nascer num canal em forma de “J”, faz-se imprescindível 
que haja movimentos de flexão (anteroposterior e lateral), rotação (interna e externa) e 
mecanismos de cavalgamento ósseo. 
Apresentação Cefálica Fletida → na insinuação, usa-se o diâmetro biparietal; direciona 
sutura sagital na descida. No inicio, a cabeça fetal mostra-se em atitude indiferente ou 
semifletida, oferecendo o diâmetro occipitofrontal (l2 cm) à passagem pelo estreito 
superior da bacia. Sucedendo-se as contrações, ocorre a substituição por diâmetros 
suboccipitofrontal (10,5 cm) e suboccipitobregmático (9,5 cm). 
Durante o processo de insinuação, um dos ossos parietais atravessará o estreito superior 
da pelve antes do outro, aproximando a sutura sagital de um dos ossos do eixo 
anteroposterior da bacia materna (assinclitismo posterior). Ao contrário, quando a sutura 
sagital está mais próxima ao

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