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APG 19 - Confissões de uma adolescente

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APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 
 1 
 APG 19 – Confissões de uma adolescente
1) REVER AS ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DAS GRAVIDEZ 
 As alterações fisiológicas observadas na gestação decorrem, 
principalmente, de fatores hormonais e mecânicos, e os 
ajustes verificados no organismo da mulher devem ser 
considerados normais durante o estado gravídico, embora 
determinem, por vezes, pequenos sintomas que afetam a 
saúde da paciente. 
 HORMÔNIOS DA GESTAÇÃO 
 Durante os primeiros 3 a 4 meses de gestação, o corpo lúteo 
no ovário continua secretando progesterona e estrogênios, 
que mantêm o revestimento do útero durante a gestação e 
prepara as glândulas mamarias para secretar leite, sendo que 
as quantidades secretadas, são um pouco maiores do que as 
produzidas após a ovulação em um ciclo menstrual normal. 
 A partir do terceiro mês até o restante da gestação, a 
própria placenta fornece os níveis elevados necessários 
de estrogênios e progesterona. 
 O cório da placenta secreta gonadotropina coriônica humana 
(hCG) no sangue, que por sua fez estimula o corpo lúteo a 
continuar a produção de progesterona e estrogênios = 
atividade necessária para evitar a menstruação e continuar a 
inserção do embrião e do feto ao revestimento do útero, 
fazem com que o endométrio continue a crescer e armazenar 
grandes quantidades de nutrientes, em vez de se descamar 
em produto menstrual. 
 No oitavo dia após a fertilização, o hCG pode ser 
detectado no sangue e na urina de uma mulher grávida. 
 O pico de secreção de hCG ocorre por volta da nona 
semana de gestação. 
 Durante o quarto e o quinto mês de gestação, os níveis 
de hCG diminuem acentuadamente e, em seguida, zeram 
até o parto. 
 A relaxina, um hormônio produzido inicialmente pelo corpo 
lúteo do ovário e depois pela placenta, aumenta a flexibilidade 
da sínfise púbica e dos ligamentos das articulações sacroilíaca 
e sacrococcígea e ajuda a dilatar o colo do útero durante o 
trabalho de parto. 
 Ambas as ações facilitam o nascimento do recém-
nascido. 
 O terceiro hormônio produzido pelo cório da placenta é o 
lactogênio placentário (LP) e sua taxa de secreção aumenta 
em proporção à massa placentária, alcançando níveis máximos 
após 32 semanas e permanecendo relativamente constante 
depois disso. 
 Acredita-se que esse hormônio ajude a preparar as 
glândulas mamárias para a lactação, aumente o 
desenvolvimento materno pela elevação na síntese de 
proteínas e regule determinados aspectos do 
metabolismo, tanto da mãe quanto do feto. 
 O LT diminui a utilização de glicose pela mãe e promove a 
liberação de ácidos graxos de seu tecido adiposo, 
aumentando a disponibilidade de glicose para o feto. 
 Outro hormônio encontrado produzido pela placenta é o 
hormônio liberador da cortitropina (HCL), que em não grávidas 
é secretado apenas pelas células neurossecretoras do 
hipotálamo. 
 A secreção de HLC pela placenta começa em 
aproximadamente 12 semanas e aumenta enormemente 
no final da gestação. 
 As mulheres que têm altos níveis de HLC no início da 
gestação têm maior probabilidade de dar à luz 
prematuramente, aquelas que têm níveis baixos são mais 
propensas a dar à luz após a sua data estimada de parto. 
 O HLC produzido pela placenta tem um segundo efeito 
importante: aumenta a secreção de cortisol, que é 
necessário para a maturação dos pulmões do feto e para 
a produção de surfactante. 
 
 ALTERAÇÕES DURANTE A GESTAÇÃO 
 Perto do final do 3º mês, o útero ocupa a maior parte da 
cavidade pélvica. À medida que o feto continua crescendo, o 
útero se estende ainda mais para dentro da cavidade 
abdominal. 
 APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 
 2 
 Perto do final de uma gestação a termo, o útero preenche 
quase toda a cavidade abdominal, chegando até acima da 
margem costal, quase até o processo xifoide do esterno. 
 Sendo assim, ele desloca o intestino, fígado e o estomago 
maternos superiormente, eleva o diafragma e amplia a 
cavidade torácica. 
 Alterações fisiológicas dividias nos principais sistemas: 
 SISTEMA CARDIOVASCULAR 
 O volume sanguíneo materno aumenta consideravelmente 
durante a gestação, atingindo valores 30 a 50% maiores do 
que os níveis pré-gestacionais. 
 A hipervolemia no organismo materno está relacionada 
com a necessidade de suprimento sanguíneo nos órgãos 
genitais, principalmente no território uterino, cuja 
vascularização encontra-se aumentada na gestação. 
 Há também um aumento na concentração das células 
vermelhas em cerca de 30%, estabelecendo um estado de 
hemodiluição, uma vez que o aumento não acompanha o 
aumento do volume sanguíneo total. Dessa forma, há uma 
diminuição da viscosidade plasmática, diminuindo também o 
trabalho cardíaco. 
 O SRAA tem maior atividade na gestação para suplantar a 
ação dos mecanismos excretores, como o aumento da 
filtração glomerular e do peptídeo atrial natriurético. 
 Quando uma gestante está em decúbito dorsal, o útero 
aumentado pode comprimir a aorta, resultando em diminuição 
do fluxo sanguíneo para o útero . A compressão da veia cava 
inferior também diminui o retorno venoso, o que leva a edema 
nos membros inferiores e veias varicosas. A compressão da 
artéria renal pode levar a hipertensão renal. 
 A partir de 20 semanas de 
gestação, o útero gravídico 
impede o retorno venoso 
ao coração, quando a 
gestante assume a posição 
supina pela compressão da veia cava inferior. 
Consequentemente, muitas mulheres experimentam a 
chamada síndrome de hipotensão supina, podendo 
chegar a apresentar perda da consciência. O débito 
cardíaco é restaurado quase automaticamente ao se 
adotar o decúbito lateral esquerdo. 
 O sopro cardíaco sistólico é comum devido à redução da 
viscosidade sanguínea e do aumento do DC. Cerca de 90% das 
gestantes apresentam sopro sistólico leve, 20% apresentam 
sopro diastólico e 10% apresentam sopro contínuo, 
consequente à hipervascularização das mamas. 
 Há um aumento no débito cardíaco, devido ao aumento da 
frequência cardíaca (em torno de 15 a 20 bpm) e à elevação 
do volume sistólico. Esse processo se inicia por volta da 5ª 
semana, se estabiliza por volta de 24 semanas e atinge seu 
ápice no pós-parto imediato, com aumento de 80% no DC. 
 Observa-se uma redução da resistência vascular periférica 
extremamente acentuada, devido à vasodilatação periférica e 
ao surgimento da circulação uteroplacentária (de baixa 
resistência). Devido a isso, há uma queda também na pressão 
arterial sistêmica, apesar do aumento do DC. 
 Por fim, devido às modificações anatômicas e funcionais do 
coração, pode haver alterações fisiológicas 
eletrocardiográficas nas ondas T e Q, no segmento ST e 
desvio do eixo cardíaco para a esquerda 15 a 20°. 
 SISTEMA HEMATOPOIÉTICO 
 A concentração de hemoglobina está levemente diminuída 
durante a gestação (“anemia fisiológica”) devido à hemodiluição 
e, por isso, valores de hemoglobina até 11g/dl são aceitos. 
 Em relação aos glóbulos brancos, a leucocitose pode estar 
presente na gravidez normal, com valores de leucócitos totais 
entre 5.000 e 14.000/ mm³. Durante o parto e o puerpério 
imediato, os valores de leucócitos podem chegar a 
29.000/mm³, possivelmente relacionados à atividade das 
adrenais no momento de estresse. 
 Os níveis plaquetários estão discretamente reduzidos na 
gravidez normal, em parte devido à hemodiluição, e em parte 
relacionado ao consumo de plaquetas e à coagulação 
intravascular no leito uteroplacentário. Considera-se 
plaquetopenia na gestação uma contagem de plaquetas 
inferior ou igual a 100.000/mm³. A contagem de plaquetas 
volta a aumentar logo depois do parto e atinge valores basais 
após 4 semanas, aproximadamente. 
 SISTEMA ENDÓCRINO E METABOLISMO 
 As alterações endócrinas e metabólicas do organismo 
maternovisam garantir o aporte nutricional para o 
desenvolvimento do feto. 
 Para que isso ocorra, várias transformações funcionais das 
glândulas maternas coexistirão com a placenta, novo órgão 
que apresenta importante função endócrina. 
 APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 
 3 
 
 PELE E ANEXOS 
 A produção placentária de estrógenos leva à proliferação da 
microvasculatura de todo o tegumento (angiogênese). 
 Devido ao estado hiperprogestogênico, ocorre vasodilatação 
de toda a periferia do organismo, levando a eventos 
vasculares da pele e anexos como eritema palmar, 
teleangectasias, aumento da secreção sebácea e da 
sudorese, entre outros. 
 A alopecia é rara, mas pode ocorrer em decorrência das 
alterações hormonais. 
 A hiperpigmentação da pele da gestante também está 
relacionada aos altos níveis de progesterona, que parecem 
aumentar a produção e secreção do hormônio melanotrófico 
da hipófise. 
 Este hormônio induz a produção excessiva de melanina, 
levando ao aparecimento de máculas hipercrômicas, 
conhecidas como cloasma ou melasma. 
 Os locais de maior incidência são: face, fronte, projeção 
cutânea da linha alba (que passa a ser chamada de linha 
nigra), aréola mamária e regiões de dobra. 
 Podem piorar com a exposição solar e costumam 
desaparecer após a gestação. 
 A distensão da pele do abdome, das mamas e do quadril pode 
provocar o aparecimento de estrias nestas regiões. Os 
fatores de risco são história familiar e, principalmente, ganho 
de peso excessivo na gestação. 
 SISTEMA ESQUELÉTICO 
 As articulações, de modo geral, sofrem um processo de 
relaxamento durante a gravidez. 
 As articulações da bacia óssea (sínfise púbica, sacrococcígea 
e sinostoses sacroilíacas) se apresentam com maior 
elasticidade, aumentando a capacidade pélvica e modificando 
a postura e a deambulação da gestante, preparando-a para 
o parto. 
 O aumento do volume abdominal e das mamas desvia 
anteriormente o centro de gravidade materno. De forma 
instintiva, a gestante direciona o corpo posteriormente, com 
intuito de compensar e encontrar um novo eixo de equilíbrio. 
 Como consequência, surgem 
hiperlordose e hipercifose da 
coluna vertebral, aumento da base 
de sustentação, com afastamento 
dos pés e diminuição da amplitude 
dos passos durante a deambulação 
(marcha anserina). 
 O aumento da flexão cervical causa 
compressão das raízes dos nervos 
ulnar e mediano, levando a fadiga 
muscular, dores lombares e 
cervicais e parestesias de 
extremidades. 
 SISTEMA DIGESTÓRIO 
 Náuseas e vômitos são ocorrências muito prevalentes no 
primeiro trimestre de gestação devido aos altos níveis de HCG. 
 Além disso, muitas gestantes se queixam de alterações no 
apetite e sede, essa alteração parece ocorrer devido 
resistência à ação da leptina e às mudanças na secreção de 
ADH. 
 A progesterona tem uma potente ação relaxante sobre as 
fibras musculares lisa levando a uma série de alterações no 
sistema digestório como: relaxamento do esfíncter esofágico 
inferior, redução do peristaltismo, diminuição da contratilidade 
da musculatura lisa do intestino. 
 Como consequência, são frequentes as queixas de pirose e 
constipação durante a gestação. 
 As alterações hepáticas e pancreáticas observadas na 
gestação são eminentemente funcionais e relacionadas ao 
metabolismo energético. 
 Com o aumento do volume uterino, ocorrem alterações 
anatômicas que desviam o estômago e o apêndice para cima 
e para a direita e os intestinos para a esquerda. O apêndice 
cecal pode ocupar o flanco direito, dificultando o diagnóstico 
clínico de apendicite na gravidez. 
 SISTEMA RESPIRATÓRIO 
 As vias aéreas superiores apresentam modificações 
significativas durante a gestação. 
 Ocorre ingurgitamento e edema da mucosa nasal, que leva a 
um aumento das obstruções nasais, sangramentos e rinite 
durante a gestação. 
 O edema da mucosa também acomete a laringe e a faringe, 
diminuindo o lúmen dessas vias e podendo, inclusive, 
representar maior dificuldade para intubações orotraqueais 
nessas pacientes. 
 APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 
 4 
 Alterações anatômicas da caixa torácica podem ser notadas 
já no início da gestação. 
 Observa-se elevação do diafragma de aproximadamente 4 
cm e maior capacidade 
de excursão do mesmo, 
em torno de 2 cm. A 
caixa torácica 
apresenta aumento de 
5 a 7 cm em sua 
circunferência e 2 cm 
em seu diâmetro anteroposterior, com consequente 
ampliação dos ângulos costofrênicos, de até 35°. 
 A amplitude do movimento do diafragma se reduz ao longo da 
gestação devido ao aumento do volume abdominal que ocorre 
com o crescimento uterino. A capacidade pulmonar total está 
reduzida em aproximadamente 200 mL devido à elevação do 
diafragma em razão da redução do volume residual. 
 
 
 SISTEMA RENAL/URINÁRIO 
 O aumento da volemia, em associação com a redução da 
resistência vascular periférica, provoca elevação do fluxo 
plasmático glomerular, com consequente aceleração do ritmo 
de filtração glomerular. 
 O fluxo plasmático glomerular pode ter um acréscimo de 50 
a 80%, enquanto o ritmo de filtração glomerular aumenta 
entre 40 e 50% já no final do primeiro trimestre de 
gestação. 
 A osmolaridade plasmática também se modifica na gravidez 
devido à ativação do SRAA e da redução do limiar para 
secreção de ADH. 
 A liberação de ADH e o mecanismo da sede são, portanto, 
desencadeados por menores níveis osmóticos. 
 As grávidas, em geral, filtram maiores quantidades de sódio e 
água no glomérulo, o que é compensado por maior reabsorção 
tubular desses elementos, resultado da ação da aldosterona e 
do ADH. 
 Todo esse complexo sistema de modificações transforma a 
função renal e, por isso, a avaliação dos exames laboratoriais 
das gestantes requer novos parâmetros de referência. 
 A compressão da bexiga pelo útero ampliado pode produzir 
sinais/sintomas urinários, como polaciuria, urgência para 
urinar e incontinência urinária de esforço. Um aumento no 
fluxo plasmático renal de até 35% e um aumento na taxa de 
filtração glomerular de até 40% elevam a capacidade de 
filtração renal, o que possibilita a eliminação mais rápida dos 
resíduos adicionais produzidos pelo feto. 
 SISTEMA GENITAL 
 As alterações no sistema genital incluem edema e aumento 
da vascularização do pudendo feminino e aumento na 
flexibilidade e vascularização da vagina. 
 A massa do útero aumenta de 60 a 80 g em não gestantes 
para 900 a 1.200 g a termo, por causa da hiperplasia das 
fibras musculares do miométrio no início da gestação e da 
hipertrofia das fibras musculares durante o segundo e 
terceiro trimestres de gestação. 
 O pH vaginal fica oscilando entre 3,5 e 6, auxiliando na defesa 
bacteriana, porém pode facilitar a candidíase. 
 Ocorre o aumento do volume mamário, se apresentando com 
cor acastanhada e os limites da Ariela não precisos, dando 
origem ao sinal de Hunger. Além disso, os tubérculos de 
Montgomery são visíveis nas mamas, nas areolas e mamilos, 
devido a hipertrofia das glândulas sebáceas. 
 SISTEMA NERVOSO 
 Ocorre a sonolência, devido aos altos níveis de progesterona. 
 Pode surgir a fadiga associada a distúrbios do sono, 
principalmente no final da gravidez, facilitando a hiperêmese 
gravídica, enxaqueca e quadros psíquicos. 
 Apresenta também dificuldade de concentração e na 
memória, que tendem a piorar com a evolução da gravidez. 
2) ENTENDER AS TÉCNICAS DIAGNÓSTICAS DA GRAVIDEZ 
 Na prática clínica, é muito importante o diagnóstico precoce 
da gravidez, o que tantas vezes coloca em risco o prestígio 
do médico. 
 O diagnóstico pode ser clínico, hormonal ou ultrassonográfico. 
 DIAGNÓSTICO CLÍNICO 
 Os sintomas da gravidez são classificados em: de presunção, 
de probabilidade e de certeza.APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 
 5 
 SINAIS DE PRESUNÇÃO 
 4 SEMANAS: 
 Amenorreia: é o sinal mais precoce, em mulheres jovens, 
com ciclos menstruais regulares e vida sexual ativa, a 
ausência da menstruação pressupõe gravidez. 
 5 SEMANAS: 
 Náuseas: durante o 1º trimestre da gestação, mais de 
50% das mulheres sofrem de náuseas, geralmente 
matutinas, tendo como consequência imediata vômitos e 
anorexia. Outras, podem apresentar o contrário = maior 
apetite, síndrome de pica ou extravagância alimentar. 
 Congestão mamária: as pacientes relatam que as mamas 
estão congestas e doloridas. Na 8ª semana, a aréola 
primária torna-se mais pigmentada e surgem os 
tubérculos de Montgomery, em torno de 16 semanas, é 
produzida secreção amarela (colostro), que pode ser 
obtida por expressão mamária correta. Em torno da 20ª 
semana, surge a aréola secundária, que aumenta a 
pigmentação em volta do mamilo. 
 6 SEMANAS: 
 Polaciúria: No 2º e no 3º mês de gestação, o útero, com 
maior volume e em anteflexão acentuada, comprime a 
bexiga, levando à micção frequente, com emissão de 
quantidade reduzida de urina. No 2º trimestre, tal 
sintomatologia cessa, retornando nas duas últimas 
semanas, ao insinuar a apresentação fetal. 
 SINAIS DE PROBABILIDADE 
 6 SEMANAS: 
 Amenorreia: após 10 a 14 dias de atraso menstrual, 
considera-se provável sinal de amenorreia; 
 Aumento do volume uterino: o toque combinado infere as 
alterações que a gravidez imprime ao útero. Fora da 
gestação, o órgão é intrapélvico, localizado abaixo do 
estreito superior. Na gravidez, expande-se, apresenta 
volume de tangerina com 6 semanas, de laranja com 10 
semanas, e tamanho da cabeça fetal a termo com 12 
semanas. 
 8 SEMANAS: 
 Alteração da consistência uterina: o útero vazio é firme, 
e na gravidez, adquire consistência cística, elástico-
pastosa, principalmente no istmo (sinal de Hegar). 
 
 Alteração do formato uterino: inicialmente, o útero 
cresce de modo assimétrico, desenvolvendo-se mais 
acentuadamente na zona de 
implantação. A sensação tátil é de 
abaulamento e amolecimento no 
local, sendo possível notar, 
eventualmente, sulco separando 
as duas regiões (sinal de Piskacek). 
 A partir de 8 semanas, 
quando a matriz de piriforme assume o formato 
globoso, o dedo que examina os encontra ocupados 
pelo corpo uterino (sinal de Nobile-Budin). 
 Há percepção dos batimentos do pulso vaginal nos 
fundos de saco (sinal de Osiander) devido à 
hipertrofia do sistema vascular. 
 16 SEMANAS: 
 Aumento do volume abdominal: o útero torna-se palpável 
com 12 semanas, e nota-se o aumento do volume 
abdominal progressivo em torno de 16 semanas. 
 SINAIS DE CERTEZA 
 São dados pela existência do concepto, anunciada pelos 
batimentos cardiofetais (BCF) e pela sua movimentação ativa; 
a ultrassonografia é capaz de rastreá-los com 7 a 8 semanas. 
 14 SEMANAS: 
 Sinal de Puzos: trata-se do rechaço 
fetal intrauterino, que se obtém ao 
impulsionar o feto com os dedos 
dispostos no fundo de saco anterior. 
 18 SEMANAS: 
 Percepção e palpação dos movimentos ativos do feto: 
inicialmente discretos, tornam-se vigorosos com o evoluir 
da gestação. 
 Palpação dos segmentos fetais: o volume do feto é maior 
nesse período, e começa a palpar cabeça e membros. 
 20 SEMANAS: 
 Auscultação: Trata-se da identificação dos batimentos 
cardiofetais (BCF), o mais fidedigno dos sinais de gravidez. 
 DIAGNÓSTICO HORMONAL 
 Constitui o melhor parâmetro para o diagnóstico de gravidez 
incipiente, em função de sua precocidade e exatidão. 
 Apoia-se na produção de gonadotrofina coriônica humana (β-
hCG) pelo ovo. 
 Essa identificação pode ser feita através de teste 
urinário ou exame de sangue da paciente, sendo que este 
último representa, atualmente, o exame padrão-ouro 
para confirmar a ocorrência da gravidez. 
 APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 
 6 
 O teste urinário avalia a presença ou não da β-hCG na urina 
da mulher, ou seja, oferece um resultado qualitativo (positivo 
ou negativo). 
 Possui baixa taxa de resultados falso positivo, mas uma 
elevada taxa de falso negativo e, devido a isso, esse teste 
não é o mais indicado para o diagnóstico, uma vez que 
pode levar a atrasos no início do pré-natal. 
 O exame do sangue periférico consiste na dosagem 
quantitativa de β-hCG no plasma sanguíneo e pode ser obtido 
entre 8 a 11 dias após a concepção. 
 Os níveis plasmáticos de β-hCG aumentam rapidamente 
até atingir o pico entre 60 e 90 dias de gravidez. 
 Há variação dos níveis plasmáticos de β-hCG no decorrer 
da gestação: 
 
 Na prática, níveis menores que 5mUI/mL são 
considerados negativos e acima de 25mUI/mL são 
considerados positivos. 
 DIAGNÓSTICO ULTRASSONOGRÁFICO 
 Com 4-5 semanas, na parte superior do útero, começa a 
aparecer a formação arredondada, anelar, de contorno 
nítidos, que corresponde à estrutura ovular, denominada 
SACO GESTACIONAL (SG). 
 
 A partir de 5 semanas, é possível visualizar a vesícula vitelina 
(VV) e, com 6 semanas, o eco embrionário e a sua pulsação 
cardíaca (BCF). 
 
 Em torno de 10 a 12 semanas, nota-se espessamento no SG, 
que representa a placenta em desenvolvimento e seu local de 
implantação no útero. 
 Com 12 semanas, a placenta pode ser facilmente identificada 
e apresenta estrutura definida com 16 semanas. 
 Quando indicada, a ultrassonografia precoce (1º trimestre) 
pode auxiliar no diagnóstico oportuno das gestações múltiplas, 
na datação mais acurada da idade gestacional, reduzindo, 
assim, o número de induções por gestação prolongada, além 
de evidenciar a viabilidade fetal. A via transvaginal é preferível 
nesta ocasião, pelo fato de o transdutor estar mais próximo 
do feto. 
 
 A datação da idade gestacional (IG) por USG deve ser sempre 
baseada na 1ª USG realizada e nunca deve ser recalculada 
com ultrassonografias posteriores. 
 A avaliação ultrassonográfica da IG é mais precisa da 6ª até 
a 12ª semana de gestação, período em que se emprega como 
parâmetro o comprimento cabeça-nádega (CCN) do embrião. 
 Quanto maior o tempo de gestação, maior a margem de erro 
no cálculo pela USG em comparação com a data da última 
menstruação (DUM) confiável. 
3) CONHECER OS MÉTODOS CONTRACEPTIVOS 
 A anticoncepção é um conjunto de métodos e técnicas 
utilizadas com o intuito de impedir a gravidez. 
 A partir da década de 1996 pela Lei n. 9263, o planejamento 
familiar foi oficialmente empregado no Brasil, que 
corresponde ao recurso que permite ao casal a decisão do 
número de filhos e intervalo entre as gestações que desejam, 
de maneira programada e consciente. 
 Os métodos contraceptivos podem ser agrupados de 
diferentes maneiras, como o tipo de método, o potencial de 
reversibilidade e de acordo com a sua efetividade. 
 
Gestação de 8 semanas 
(ultrassonografia 3D). E, 
embrião; VV, vesícula vitelina. 
 APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 
 7 
 MÉTODOS REVERSÍVEIS (NÃO-DEFINITIVOS) 
 MÉTODOS COMPORTAMENTAIS 
 Os métodos anticoncepcionais comportamentais se baseiam 
na identificação do período fértil por meio da observação de 
sinais e sintomas, durante o qual as relações sexuais devem 
ser evitadas. 
 Esses métodos possuem a vantagem se serem baratos, 
naturais, sem efeitos adversos e são bem aceitos quando as 
crenças religiosas do casal não permitem outros métodos. 
 No entanto, possuem altas taxas de falhas, pois requerem 
longos períodos de abstinência sexual e estão susceptíveis à 
irregularidade menstrual. Além disso, esses métodos não 
protegem contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). 
 Os principais métodos são: 
 TABELINHA: Para usar esse método, a mulher deveregistrar o número de dias de cada ciclo menstrual por, 
pelo menos, seis meses. 
 TEMPERATURA BASAL: Nesse método a mulher deve 
observar as variações da temperatura corporal basal, 
buscando identificar o provável dia de ovulação. O 
princípio se baseia no fato de que após a ovulação, o 
aumento da progesterona liberada pelo corpo lúteo 
atinge o centro termorregulador do hipotálamo, levando 
ao aumento da temperatura corporal em 0,2 a 0,5 
graus. 
 MÉTODO DA OVULAÇÃO OU DO MUCO CERVICAL 
(MÉTODO DE BILLINGS): Nesse método, busca-se 
observar as características do muco cervical sob ação 
estrogênica, durante período ovulatório. Nessa fase, o 
muco cervical torna-se filante, como clara de ovo, 
permitindo ao espermatozoide a sobrevivência e 
locomoção. 
 COITO INTERROMPIDO: Esse método se baseia na 
retirada do pênis da vagina antes da ejaculação. Por isso, 
requer grande atenção do homem durante o ato sexual. 
Além disso, apesar de incomum, o fluido seminal que 
precede a ejaculação, pode conter espermatozoides, 
levando a uma possível gestação indesejada. Dessa 
forma, esse método possui altas taxas de falhas, 25% 
ao ano. 
 MÉTODOS DE BARREIRA 
 São métodos que formam uma barreira entre os 
espermatozoides e a cavidade uterina, impedindo a 
fecundação. 
 O nível de eficiência desses métodos varia entre 2 a 6%, a 
depender se seu uso é correto. 
 Todos os métodos de barreira, além do efeito contraceptivo, 
também reduzem a transmissão de ISTs. 
 PRESERVATIVOS (CAMISINHA): Dentre os métodos de 
barreira os preservativos são os mais utilizados. Existem 
os preservativos masculinos e femininos. 
 DIAFRAGMA: O diafragma é um disco de borracha ou 
látex, colocado na vagina, recobrindo colo do útero para 
impedir a entrada de espermatozoides. Possui vários 
tamanhos, por isso, antes 
do início do uso, é 
necessária uma consulta 
com o ginecologista para 
ser indicado o tamanho 
mais adequado para a paciente. 
 Geralmente é usado em associação aos 
espermicidas, adquirindo em conjunto um bom índice 
de efetividade. 
 O diafragma é colocado na vagina até no máximo 1 
hora antes da relação sexual, deve ser retirado no 
mínimo 6 horas depois e nunca deve ultrapassar 24 
horas. 
 Sua colocação requer certa habilidade, sendo que 
seu mau posicionamento pode resultar em falha do 
método. 
 ESPERMICIDA: Os espermicidas são substâncias em 
forma de tabletes de espuma, geleia ou creme que 
provocam a ruptura da membrana das células dos 
espermatozoides matando-os ou retardando sua 
passagem pelo canal cervical. 
 É recomendado o seu uso apenas em associação 
com outros métodos contraceptivos, como o 
diafragma. 
 No entanto, não deve ser usada com preservativos 
masculinos, pois pode aumentar o risco de 
contaminação pelo vírus da imunodeficiência humana 
(HIV). 
 DISPOSITIVOS INTRAUTERINOS (DIUS) 
 Consistem em um objeto de formato variável que é inserido 
na cavidade uterina. 
 Eles são amplamente difundidos como métodos contraceptivos 
reversíveis, possuem pequenas taxas de falha e 
descontinuidade, poucas contraindicações e têm um ótimo 
custo-benefício. 
 DIU de cobre: é o dispositivo mais utilizado no Brasil, sendo 
o único fornecido pelo SUS no Brasil. 
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 Tem formato de T, é feito de um fio de prata 
corado com cobre e pode ser eficaz de 10 a 12 
anos. 
 O DIU-Cu age por meio da indução de uma reação de 
corpo estranho, levando à inflamação, visto que o 
cobre induz a liberação de interleucinas e citocinas 
que têm ação espermicida. 
 Além disso, leva a mudanças bioquímicas e 
morfológicas no endométrio, além de produzir 
modificações no muco cervical e alterar a 
espermomigração e transporte do óvulo. 
 Apesar dos inúmeros benefícios, esse método 
também está relacionado a alguns efeitos adversos 
como aumento da dismenorreia e aumento do 
sangramento uterino. 
 Contraindicações do DIU de cobre: gravidez, 
alteração da cavidade endometrial, presença de 
infecções, sangramento uterino inexplicado, câncer 
cervical ou endometrial, período de 48h a 4 
semanas após o parto e alergia ao cobre. 
 SIU de levonorgestrel (SIU- LNG): também conhecido pelo 
nome comercial Mirena, é um dispositivo de poliuretrano 
em forma de T que libera 20 mcg levonorgestrel por dia. 
 Tem validade de cerca de 5 anos, apesar de alguns 
estudos admitirem até 7 anos. 
 Funciona levando ao efeito a atrofia do endométrio, 
tornando o muco cervical espesso e dificultando a 
espermomigração e motilidade tubária. Além disso, 
provoca a reação inflamatória de corpo estranho, 
como o DIU de cobre. = pode ter efeito anovulatório 
 Possui o benefício de reduzir a dismenorreia e 
causar amenorreia em alguns casos. No entanto, em 
algumas pacientes pode levar a cefaleia, mastalgia, 
acne, depressão, cisto ovarianos funcionais e 
spotting (sangramento uterino irregular). 
 Para a inserção dos DIUs, deve ser realizada uma 
anamnese e exame físico minucioso, buscando identificar 
contraindicações ao método. 
 O melhor momento para ser inserido é durante a 
menstruação, pois nesse período o colo do útero está 
mais pérvio, facilitando a inserção 
 CONTRACEPÇÃO HORMONAL 
 Os contraceptivos hormonais são métodos extremamente 
difundidos e eficazes. No entanto, seu índice de sucesso 
depende fundamentalmente da paciente. 
 Com isso, na prática seu índice de falhas aumenta 
consideravelmente decorrente do uso incorreto. 
 Contraceptivos hormonais combinados (CHCs): Os CHCs 
possuem a combinação de um estrogênio e um 
progestogênio no mesmo método. Desse grupo fazem 
parte as pílulas contraceptivas de uso oral, o injetável 
mensal, o adesivo transdérmico e o anel intravaginal. 
Apresentam bons níveis de efetividade e continuidade do 
uso do método. 
 O mecanismo de ação dos CHCs ocorre pela inibição 
da ovulação = O componente de estrogênio dos CHCs 
inibe o FSH (responsável pelo recrutamento e 
desenvolvimento folicular), enquanto que o 
progestogênio age inibindo o LH (responsável pela 
ovulação). 
 Além disso, a progesterona presente nesses 
contraceptivos torna o muco cervical espesso, 
dificultando a espermomigração, reduz a motilidade 
tubária e ainda tem efeito antiproliferativo no 
endométrio. 
 Já o estrogênio contido na formulação estabiliza o 
endométrio, reduzindo os sangramentos e aumenta 
a produção hepática da globulina carreadora de 
hormônios sexuais (SHBG), reduzindo a fração livre 
de testosterona. 
 Contraceptivo oral combinado (COCs): Também são 
conhecidos como pílulas anticoncepcionais. 
 O principal estrogênio utilizado é o etinilestradiol. 
Mas novas formulações podem conter o estradiol e 
o valerato de estradiol que são estrogênios naturais. 
 As pílulas devem ser iniciadas no primeiro dia do ciclo 
menstrual. 
 As cartelas a depender do tipo esquema utilizado 
indicam pausas mensais que podem variar de quatro 
a sete dias. 
 Alguns anticoncepcionais de 28 dias podem ser 
utilizados sem pausa. 
 No caso de esquecimento, deve se fazer o uso da 
pílula esquecida mais a pílula do dia para evitar 
sangramento por colapso endometrial. Já o restante 
da cartela deve ser consumido com uma pílula por 
dia. 
 Em caso de mais de um dia esquecido, deve-se 
utilizar um contraceptivo de barreira por pelo 
menos 7 dias para evitar gestação. 
 
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 CONTRACEPTIVOS APENAS DE PROGESTOGÊNIO (COPS) 
 Esses contraceptivos possuem como hormônio apenas a 
progesterona. 
 Dentro desse grupo está a pílula de progesterona isolada, o 
injetável trimestral, o implante subdérmico e o SIU de 
levonorgestrel 
 IMPLANTE SUBDÉRMICO: O implante subdérmico é composto 
contendo progestágenos como o etonogestrel (Implanon) e o 
levonorgestrel (Norplant). O primeiro tem duraçãode 3 anos, 
enquanto que o segundo dura até 5 anos. Esse dispositivo é 
implantado na parte subdérmica do antebraço, entre os 
músculos bíceps e tríceps. 
 O implante de levonorgestrel atua inibindo a ação do LH, 
impedindo a ovulação. Além disso, leva à atrofia 
endometrial e alteração do muco cervical. Por não 
apresentar um componente estrogênico que estabiliza o 
endométrio, pode ocorrer como efeito adverso o 
spotting. 
 Já o implante de levonorgestrel previne a gestação por 
meio da ação sobre o muco cervical que se torna 
impenetrável aos espermatozoides. 
 ANTICONCEPCIONAL DE EMERGÊNCIA – PÍLULA DO DIA 
SEGUINTE 
 A contracepção de emergência é um método que visa 
prevenir uma gestação inoportuna após relação sexual. 
 Pode ser indicada no ato sexual desprotegido, falha ou uso 
inadequado do método contraceptivo em uso ou violência 
sexual. 
 O mecanismo de ação desses métodos varia de acordo com o 
período do ciclo menstrual no qual é utilizado. 
 Se o uso ocorre na primeira fase do ciclo, antes do pico 
do LH (hormônio luteinizante), ele altera o 
desenvolvimento folicular, impedindo ou retardando a 
ovulação. 
 Já quando é usado na segunda fase do ciclo menstrual, 
ou seja, após a ovulação, ele modifica as características 
do muco cervical, deixando-o mais viscoso e com isso 
alteração o transporte dos espermatozoides. 
 Atualmente estão disponíveis vários métodos contraceptivos 
de emergência. Os mais utilizados são o método Yuzpe e o 
contraceptivo de levonorgestrel isolado. 
 MÉTODOS IRREVERSÍVEIS (DEFINITIVOS) 
 LIGAÇÃO DE TROMPAS (LAQUEADURA) 
 Na ligadura tubária realiza-se a obstrução do lúmen tubário, 
principalmente o istmo, seja com fio cirúrgico e/ou secção da 
trompa, eletrocoagulação ou obstrução mecânica com clips ou 
anéis. Com isso, se impede o 
transporte do óvulo e o encontro 
dos gametas femininos e 
masculinos. Pode ser realizado 
tanto por via laparotômica, 
laparoscópica, vaginal ou 
histeroscópica. 
 Recentemente, começaram a valer 
novas regras para laqueadura e 
vasectomia (no aparelho reprodutor masculino) com a 
atualização da lei do planejamento familiar: 
 A idade mínima passou de 25 para 21 anos; 
 Quem tem pelo menos 2 filhos vivos também está 
autorizado, independentemente da idade; 
 Foi dispensada a autorização do cônjuge para realizar a 
cirurgia; 
 Pessoas sem filhos podem fazer a esterilização, desde 
que tenham a idade mínima; 
 Mães podem fazer laqueadura imediatamente após o 
parto; 
 É necessário esperar 60 dias entre a manifestação da 
vontade e o ato cirúrgico. 
 VASECTOMIA 
 Na vasectomia se faz a ligadura do ducto deferente, podendo 
ser realizado apenas com anestesia local. 
 Esse procedimento não altera o aspecto do sêmen e não 
afeta o desempenho sexual. 
4) DISCUTIR O IMPACTO DE GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA 
 A gravidez na adolescência é uma realidade que nos convoca 
a refletir sobre o assunto para buscar compreendê-lo e, a 
partir desta compreensão, propor modos de lidar com o 
fenômeno. 
 Sem dúvida, existem evidências a indicar que há uma série de 
riscos para a saúde relacionados com a gravidez na 
adolescência, tanto para a mãe quanto para o bebê. S 
 abe-se, também, que as demandas da gestação e da 
maternidade implicam diversas transformações no modo de 
vida das adolescentes, o que acaba limitando ou prejudicando 
o seu envolvimento em atividades importantes para o seu 
desenvolvimento durante esse período da vida, como escola e 
lazer. 
 Conforme ressaltado pela literatura, porém, a gravidez na 
adolescência não é um fenômeno homogêneo. Dependendo do 
contexto social em que a adolescente vive, o significado da 
gestação, assim como o impacto dessa experiência de vida no 
 APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 
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desenvolvimento da jovem, pode assumir diferentes 
contornos. 
 Em camadas sociais mais abastadas, por exemplo, a gravidez 
na adolescência tende a não prejudicar tanto o percurso de 
escolarização e profissionalização das jovens quanto nas 
camadas menos favorecidas, em virtude da maior 
disponibilidade de recursos e apoios para lidar com essa 
situação e suas demandas. 
 Dessa forma, a perspectiva de futuro das adolescentes 
grávidas de classe média não é afetada tão intensamente 
quanto a perspectiva das adolescentes de classe baixa, 
considerando-se os aspectos de escolarização e 
profissionalização. 
 Contudo, a análise do fenômeno da gravidez na adolescência 
não pode se resumir aos impactos negativos quanto às 
perspectivas de vida. As pesquisas mostram que, muitas 
vezes, a gravidez pode ser desejada pelas jovens, pois é tida 
como uma via de acesso a um novo estatuto de identidade e 
de reconhecimento através do papel materno. 
 A maternidade, nesses casos, pode ser vista como uma 
ocupação, um papel que dá um sentido à vida da jovem. Na 
falta de outros projetos de vida, ou frente à dificuldade em 
vislumbrar a possibilidade de efetivar planos alternativos, a 
gravidez pode ser percebida pela adolescente como uma 
forma de reconhecer a si mesma, de marcar seu próprio 
espaço na família e de ser reconhecida nos seus ambientes 
de convívio. 
 Portanto, é preciso cuidado ao se emitir juízos de valor a 
respeito da gravidez na adolescência . Ainda que, do ponto de 
vista da saúde pública, esse seja um fenômeno com 
repercussões negativas, na medida em que implica riscos de 
saúde para mães e bebês, riscos de cuidados inadequados aos 
bebês e riscos de empobrecimento nas perspectivas de 
escolarização, trabalho e renda das adolescentes e suas 
famílias, ele também pode ter consequências consideradas 
positivas pelas adolescentes. 
 Além disso, é preciso reconhecer que, nas camadas sociais 
nas quais as possibilidades educacionais e de ascensão social 
são restritas, a maternidade precoce pode ser um dos 
projetos de vida mais acessíveis para as adolescentes, devido 
à falta de outras oportunidades oferecidas em seu contexto 
de vida. 
 Assim, pensar a gravidez na adolescência como algo não 
desejado ou fora do esperado corresponde a uma 
perspectiva normativa da adolescência que exclui a 
maternidade precoce como uma alternativa de vida. 
 As evidências sugerem, contudo, que podem existir, e 
certamente existem, outros modos de ser adolescente e 
viver a adolescência, sendo que a maternidade pode fazer 
parte desses diferentes modos de ser adolescente, ainda que 
isso possa trazer consequências negativas, dependendo do 
ângulo sob o qual se analisa a questão. 
REFERÊNCIAS 
 TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível em: 
Minha Biblioteca, (14ª edição). Grupo GEN, 2016. 
 MONTENEGRO, Carlos Antonio B.; FILHO, Jorge de R. Rezende 
Obstetrícia Fundamental, 14ª edição . Rio de Janeiro. Grupo 
GEN, 2017. 
 Hoffman BL et al. Ginecologia de WILLIAMS. 2. ed. Porto 
Alegre: Artmed. 2014

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