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Gerenciamento do Tempo do Projeto Planejamento do Gerenciamento do Cronograma e definição das atividades Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Ricardo Bressan Revisão Textual: Profa. Ms. Fátima Furlan 5 Planejamento do Gerenciamento do Cronograma e definição das atividades Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos: • Introdução ao tema • Orientações para leitura Obrigatória Fonte: iStock/Getty Im ages · Promover o controle do cronograma por meio de atividades e identificar as ações específicas necessárias para produzir o que o projeto deve entregar Caro(a) aluno(a), Nesta unidade, abordaremos o plano e os processos que compõem o gerenciamento do cronograma e sua integração. O processo de identificação e documentação da atividades. Bom estudo! 6 Unidade: Planejamento do Gerenciamento do Cronograma e definição das atividades Introdução ao tema O gerenciamento do tempo em projetos compreende a área do conhecimento responsável para que o projeto termine dentro do prazo. De um modo geral, a programação das atividades é realizada com o objetivo de otimizar a produção das entregas. Porém, existem dificuldades em combinar as restrições e premissas sobre os recursos com as necessidades das tarefas. Além disso, o cronograma é impactado por mudanças, fatores externos e internos do projeto. Como fazer um bom cronograma? Como executar bem o cronograma planejado? Como controlar os desvios e variações do cronograma? Os pontos principais, em um plano de gerenciamento do tempo, seriam: 1) Quem vai participar do gerenciamento do tempo? 2) Quem vai definir as tarefas para os pacotes de trabalho? 3) Como as tarefas serão definidas? 4) Como saberemos que a lista de atividades está completa e coerente? 5) Quais abordagens e ferramentas serão utilizadas para sequenciar as atividades? 6) Como serão documentadas as precedências? 7) Quem vai fornecer as estimativas de recursos para as atividades? 8) De onde virão as estimativas de duração para as atividades? 9) Vamos considerar diferentes cenários? 10) Como analisar e tratar contingências, reservas e riscos no cronograma? 11) Como serão atualizadas as tarefas (0 – 100%, 50% – 100%)? 12) Quem vai atualizar as tarefas? 13) Como será feito o monitoramento e controle do cronograma? 14) Quais análises serão necessárias (variações, tendências, indicadores etc.)? 15) Quais são as alternativas, ferramentas e técnicas a serem utilizadas em caso de desvio? (Trentim, 2013) Planejar o gerenciamento do tempo significa identificar os processos e procedimentos a serem utilizados, definir as ferramentas e técnicas apropriadas, bases para estimativas, responsabilidades e outros pontos importantes tanto para a criação do cronograma quanto para o seu monitoramento e controle. O gerenciamento do tempo em projeto engloba os processos necessários para a entrega do projeto no prazo previsto. Esses processos interagem com os processos de diversas outras áreas de conhecimento. Na quinta edição do Guia PMBOK, o gerenciamento de tempo engloba sete processos, que são: 1) Planejar o gerenciamento do cronograma, 2) Definir as atividades, 3) Sequenciar as atividades, 4) Estimar os recursos das atividades, 5) Estimar as durações das atividades, 6) Desenvolver o cronograma, 7) Controlar o cronograma. Por exemplo, uma alteração no escopo do projetos pode ter influência direta no cronograma do projeto, bem como uma alteração no prazo pode influenciar o escopo do projeto. Esse mesmo princípio se aplica a todas as demais nove áreas de conhecimento. É necessário ter uma visão sistêmica do impacto de uma determinada área nas demais, seja no planejamento ou em uma solicitação de mudança, garantindo um plano de gerenciamento de projeto integrado e consistente. O Plano de Gerenciamento do Cronograma do Projeto estabelecerá critérios, processos, procedimentos e modelos de como o cronograma será desenvolvido, monitorado e controlado, passando por todos os processos dessa área do conhecimento, definido, entre outros itens: 7 1) Técnicas e ferramentas para identificação das atividades do projeto. 2) Quais serão os modelos utilizados para o desenvolvimento do cronograma do projeto, como Método do Caminho Crítico (MCC), Método do Diagrama de Precedência (MDP) e Método da Corrente Crítica.3) Quais técnicas serão usadas para o desenvolvimento do cronograma, como o planejamento em ondas sucessivas, Program Evaluation and Review Techinique (PERT), metodologias ágeis, metodologia tradicional e Simulação de Monte Carlo.4) Quais Ferramentas computacionais serão usadas, como Microsoft Project, Primavera Clarity, entre diversas outras. 5) Quais técnicas serão usadas para estimar a duração das atividades e qual o nível de precisão dessas estimativas.6) Como será a manutenção do cronograma – definição do processo de atualização, monitoramento e controle do cronograma. 7) Quais os limites de variação permitidos e que ações ser tomadas, dependendo dos resultados dos indicadores de desempenho. 8) Regras de medição de desempenho, como Gerenciamento do Valor Agregado (GVA) ou demais técnicas; · Regras para utilização do percentual completo das atividades, como: · Atividades que começaram recém 25% · Próximo da metade do trabalho, recebe-se 50% · Ao ultrapassar a metade do trabalho, recebe-se 75% · Somente quando finalizar, recebe-se 100% · Podem ser usadas variações dessa técnica, como 50% no início e 100% no término da tarefa ou percentuais diferentes, como 25% e 100%. · Quais contas de controle serão usadas para medir o progresso. · Quais fórmulas e indicadores da técnica de GVA serão usados, como índice de Desempenho de Prazo(IDP), Variação de Prazos (VPR), entre outros. 9) Qual o formato e frequência dos relatórios de desempenho do cronograma. 10) Descrição dos demais processos de gerenciamento de tempo em projetos. (BARCAUI., 2013) As principais entradas para elaborarmos esse plano são o termo de abertura do Projeto (TAP), o Plano de Gerenciamento do Projeto (PGP) – com informações importantes, como riscos, custos, comunicação, fatores ambientais da empresa, informações relacionadas à disponibilidade dos recursos, softwares de gerenciamento de projetos disponíveis, sistemas de autorização do trabalho, informações comerciais publicadas sobre produtividade, utilização de recursos, entre outras e os ativos dos processos organizacionais com informações como dados históricos, modelos de documentos, políticas, processos e procedimentos existentes na empresa para gerenciamento do tempo, obtenção de planilhas de horas trabalhadas (timesheets), entre outros itens. Esse plano terá que ser desenvolvido principalmente por meio de reuniões de planejamento com as principais partes interessas do projeto, como o gerente de projeto, a equipe do projeto, o patrocinados e demais partes que terão alguma responsabilidade, na execução e/ou no monitoramento e controle do cronograma. Lembre-se: Sempre que possível, gerar um modelo do plano de gerenciamento do cronograma a ser usados para todos os projetos. Esse modelo dever ser ajustado, quando necessário, para a realidade do novo projeto. 8 Unidade: Planejamento do Gerenciamento do Cronograma e definição das atividades Manter esse modelo atualizado e sempre obter aprovação das partes interessadas pertinentes quanto ao conteúdo, restrições e parâmetros a serem utilizados. A primeira etapa para o desenvolvimento do cronograma do projeto é a definição das atividades e tem como principal entrada a linha de base do escopo do projeto, que compreende os seguintes documentos: · Declaração do escopo · Estrutura Analítica do Projeto (EAP) ou Work Breakdown Structure (WBS). · Dicionário da EAP. A declaração do escopo do produto é o documento que descreve o escopo do projeto, as principais entregas,assim como as premissas e restrições para que os próximos passos de gerenciamento do projeto possam se basear para a entrega dos produtos, serviços e resultados pelos quais o projeto foi concebido. Geralmente inclui os seguintes itens, entre outros; · Descrição do escopo do produto. · Critérios de aceitação. · Entregas · Exclusões de escopo. · Premissas · Restrições. Segundo o PMI, há dois métodos que são mais usados para a criação de uma EAP: a abordagem Top-Down (fortemente mais usada) e abordagem Bottom-Up. Modelos e padrões de EAP usados anteriormente e que funcionaram devem ser usados sempre que possível. Uma EAP também é utilizada para a decomposição dos portfólios e programas da empresa, uma vez feitos os ajustes nesses níveis de acordo com a estrutura hierárquica de decomposição do portfólio em projetos, programas e assim por diante. A fase de um projeto corresponde a um agrupamento lógico de atividades relacionadas de um projeto, geralmente para completar uma principal entrega do projeto. Uma entrega ou subentrega qualquer produto, serviço ou resultado que deve ser produzido para completar um processo, etapa, fase ou projeto e que pode ser verificável, sendo portanto algo concreto que possa ser aprovado pelo patrocinador ou cliente. Um pacote de trabalho é uma entrega ou grupo de atividades no nível mais baixo de cada ramo da EAP. Compreende um conjunto de atividades e marcos do projeto que precisam ser executados para completar a entrega ou componente de trabalho do pacote. A conta de controle corresponde a um ponto de controle do projeto, servindo para compararmos o planejado com o realizado e o valor agregado, verificando o escopo, o prazo e os custos de forma integrada, servindo também para melhorar a gestão do projeto em termos contábeis. Cada conta de controle agrupa vários pacotes de trabalho e serve como ponto de controle. 9 O dicionário da EAP é a descrição detalhada do trabalho e documentação técnica para os elementos da EAP, contendo geralmente as seguintes informações, entre outras: 1) Código do elemento, 2) Descrição do trabalho a ser feito, 3) Premissas e restrições, 4) Recursos necessários, 5) Estimativa de custos, 6) Requisitos de qualidade, 7) Entregas que gerará, 8) Critérios de aceitação, 9) Referências técnicas, 10) Atividades importantes. O processo de identificação das atividades envolve identificar e documentar quais atividades precisam ser realizadas para que se possa produzir as entregas do projeto. Constitui a decomposição em atividades de cada pacote de trabalho da EAP e representa uma continuação natural da decomposição do que precisa ser realizado para que o projeto seja finalizado. Essa decomposição será a base para os demais processos de gerenciamento do tempo. Em um projeto temos diversos tipos de atividades: Atividade Resumo: é o agrupamento de algumas atividades com algum relacionamento ou objetivo em comum. Cada um de seus elementos (pacote de trabalho, subentregas ou conta de controle, entregas, fases e o projeto em si) será representado em um cronograma por meio de atividades resumo. Atividade marco (milestone): um ponto, uma etapa concluída ou um evento significativo do projeto que precisa ser representado no cronograma. Atividade de nível de esforço (level of Effort Activities - LOE): corresponde ás atividades realizadas para sustentar as demais atividades e que terão a mesma duração do projeto. Exemplos dessas atividades são gerenciar o projeto e realizar atividades de rotina (fazer a limpeza, realizar a manutenção preventiva etc). Atividades periódicas: correspondem ás atividades repetitivas que serão executadas de tempos em tempos no projeto, como reuniões de planejamento, reuniões de avaliação de desempenho do projeto, auditorias, etc. Atividade detalhe: correspondem a todas as atividades que não serão decompostas em atividades menores, sendo unidades de trabalho em que os recursos e as durações serão atribuídos e que precisam ser executadas para a entrega dos pacotes de trabalho. Lembre-se: Para a elaboração da EAP e das atividades dos projetos, temos também de considerar a técnica de planejamento em ondas sucessivas e de metodologias ágeis de gestão de projetos. 10 Unidade: Planejamento do Gerenciamento do Cronograma e definição das atividades Orientações para leitura Obrigatória 1) Acessar o link: http://goo.gl/AJkL7r. 2) Assistir o vídeo que abordará uma visão geral do Ms Project 2010-2013. 3) Elaborar o item 1 do exercício Ajustes Iniciais 1. Projeto deve iniciar em 01/08/2014 2. Incluir o feriado de 07/09/2014 no Calendário do Projeto 3. Tarefas Agendadas Automaticamente 4. Inserir um marco no início do projeto 5. Inserir um marco ao final do projeto 11 Material Complementar Como leitura complementar desta unidade, observe: Leituras: Vigilância epidemiológica de doenças ocupacionais Carvalho, Fabio Câmara de Araújo. Gestão de Projetos – 1. Ed. – São Paulo. Person Education do Brasil. 2014. Disponível em: http://goo.gl/XCEstR Audio: Os Novos Processos de Planejamento de Escopo, Tempo e Custo do PMBOK® Guide 5ª Edição Podcast sobre as razões por trás da criação dos processos “5.1”, “6.1” e “7.1”, Planejar o Gerenciamento do Escopo, Planejar o Gerenciamento do Cronograma e Planejar o Gerenciamento de Custos, respectivamente. Disponível em: http://goo.gl/pO3eJo Livros: Moderno Gerenciamento de Projetos VALERIANO, Dalton. Moderno Gerenciamento de Projetos. – 2 Ed. – São Paulo. Pearson Education do Brasil.2015. Vídeos: Visão Geral do MS-Project 2013 Vídeo sobre a interface do MS-Project 2013, seus modos de visualização e algumas funcionalidades. Disponível em: https://youtu.be/q16yTkWOyJ4 12 Unidade: Planejamento do Gerenciamento do Cronograma e definição das atividades Referências GUIDE PMBOK: Um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos. Project Management Institute. – 5. ed. – São Paulo: Saraiva, 2014 BARCAUI, André Baptista; DANUBIO. Becker Borba; DA SILVA. Ivaldo Moreira; NEVES. Rodrigo Barbosa. Gerenciamento do Tempo do Projeto – 4ª. Ed. – Rio de Janeiro: FGV, 2014. ALMEIDA, Norberto. Gerenciamento do Tempo e Projetos – 1ª. ed. – Rio de Janeiro: Elsevier.2014 VALERIANO, Dalton. Moderno Gerenciamento de Projetos. - 2 Ed. – São Paulo. Pearson Education do Brasil.2015. CARVALHO, Fabio Câmara de Araújo. Gestão de Projetos – 1. Ed. – São Paulo. Person Education do Brasil. 2014 13 Anotações