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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DA VARA __ CÍVEL DE FORTALEZA – CE JÚNIA SANTOS, maior, casada, administradora, cédula de identidade..., nº... expedida pela..., e CPF nº..., endereço eletrônico ..., residente e domiciliada em Fortaleza/CE na Rua..., nº...., Bairro..., neste ato representada por sua advogada, conforme procuração juntada em anexo, com escritório profissional na Rua..., nº..., Bairro..., Cidade de Fortaleza/CE, onde recebe notificações e intimações, vem, mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fulcro no Art. 319, CPC, ajuizar a presente: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C PEDIDO DE OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER Em face de ÁPICE ENGENHARIA LTDA., CNPJ nº__, com sede na Rua__, nº __, Bairro__, Fortaleza/CE, pelos motivos de fato e de direito abaixo aduzidos. • DOS FATOS No dia 20 de dezembro de 2013, a autora e a ré assinaram uma escritura pública de compra e venda do apartamento 201 e uma vaga de garagem no edifício Belo Lar, entretanto as obras do apartamento só seriam concluídas no mês de maio de 2014. Portanto o apartamento foi entregue a autora no dia 10 de julho de 2014, porém a autora ao receber o seu tão esperado apartamento notou que o acabamento interno do mesmo não condizia com o que ela havia visto no panfleto de propaganda conforme anexo que fora divulgado pela ré. Visto que o valor de R$50.000,00 (cinqüenta mil reais) orçado que deveria condizer com o acabamento entregue do apartamento e isso nos deixa em evidencia uma diferença enorme comparado ao panfleto de propaganda, segue em anexo. Se não fosse de tamanha decepção o acabamento do referido apartamento estar em divergência, temos outro fato que também a desapontou, para sua surpresa a vaga de garagem ao lado de adquirida pela autora fora vendida pela ré a uma pessoa que não possui nenhuma outra unidade no prédio, e vejamos excelência que esta prática adotada pela ré é totalmente contrária e em desacordo com a Convenção de Condomínio conforme anexo. É de se dizer que a autora sofreu grande abalo emocional com os serviços que foram prestados pela ré, é certo que ela descumpriu com o combinado. Diante da narrativa dos fatos, dos documentos juntados e da conduta irresponsável da ré, imperiosa se faz a condenação da empresa ré em indenizar a autora pelos danos que lhe foram causados, não restou alternativa a autora a não ser socorrer-se do nobre poder judiciário. • DO DIREITO Primeiramente a hipótese em tela versa sobre a relação de consumo, portanto se impõe ao fornecedor de serviços a responsabilidade civil objetiva. Além disso, devemos ter ciência que estamos diante de uma relação entre desiguais, sendo imprescindível a imposição do diploma consumerista de modo a restabelecer p equilíbrio e simetria dos pólos da demanda. Logo, o consentimento do consumidor manifesta-se por simples adesão ao conteúdo preestabelecido pelo fornecedor de bens e serviços. O Código de Defesa do Consumidor – Lei nº8. 878 de 11 de setembro de 1990 - dispõe sobre a proteção do consumidor e da outra outras providencias. Art. - É proibida qualquer propaganda enganosa ou abusiva. § 1º - É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitária, inteira ou parcialmente falsa, ou qualquer outro modo, mesmo que por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço, e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços. No caso presente vislumbra-se claramente a existência de ato ilícito praticado pela ré, uma vez que devido a sua péssima prestação de serviços diga-se a parte em que a mesma ludibriou a autora usando de um panfleto com propaganda enganosa e sua evidente má-fé, assim a prejudicando. Temos que considerar que o incorporador imobiliário é equiparado a um fornecedor de serviço, sendo a unidade autônoma adquirida qualificada com produto, tornando assim a relação entre o incorporador e o adquirente mais séria, pois estão sobre a égide do Código de defesa do consumidor. Incorporações imobiliárias LCE - Lei nº 4.591 de 16 de Dezembro de 1964 Dispõe sôbre o condomínio em edificações e as incorporações imobiliárias. Art. 29. Considera-se incorporador a pessoa física ou jurídica, comerciante ou não, que embora não efetuando a construção, compromisse ou efetive a venda de frações ideais de terreno objetivando a vinculação de tais frações a unidades autônomas, (VETADO) em edificações a serem construídas ou em construção sob regime condominial, ou que meramente aceite propostas para efetivação de tais transações, coordenando e levando a têrmo a incorporação e responsabilizando-se, conforme o caso, pela entrega, a certo prazo, preço e determinadas condições, das obras concluídas. Parágrafo único. Presume-se a vinculação entre a alienação das frações do terreno e o negócio de construção, se, ao ser contratada a venda, ou promessa de venda ou de cessão das frações de terreno, já houver sido aprovado e estiver em vigor, ou pender de aprovação de autoridade administrativa, o respectivo projeto de construção, respondendo o alienante como incorporador. A incorporação imobiliária é um negócio jurídico que, nos termos previstos na Lei em epigrafe tem por finalidade promover e realizar a construção, para a alienação total ou parcial, de edificações compostas de unidades autônomas outro ponto importante a ser abordado é o dever do incorporador de entregar o edifício de acordo com o projeto de construção e o memorial descritivo, de acordo, a responsabilidade do incorporador é de fim, sendo assim se compromete pela entrega do resultado da obra. Das obrigações de fazer CC - Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002 Institui o Código Civil. Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível. Portanto Vossa Excelência veja que a ré tem uma obrigação de resultado, entendendo-se como tal aquela em que assume a obrigação de conseguir um resultado certo e determinado, difere da obrigação de meio porque, nesta, o devedor apenas se obriga a colocar sua habilidade, técnica, prudência e diligência no sentido de atingir um resultado, sem, contudo, se vincular a obtê-lo, enquanto o conteúdo da obrigação de resultado é o resultado em si mesmo, na primeira, a culpa contratual é presumida (relativa ou absolutamente), chegando, às vezes, à responsabilidade objetiva, como no caso, de tal sorte que não obtido o resultado, o devedor fica obrigado a reparar o dano. Das obrigações de não fazer CC - Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002 Institui o Código Civil. Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos. Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido. De acordo com o código em tela, a ré em relação a garagem que fora vendida pra terceiro teria que ser desfazer o feito sob pena de perdas e danos. • DOS PEDIDOS Ante todo o exposto, a autora pleiteia o recebimento e conseqüente processamento da presente ação com os seguintes requerimentos: Citação do réu para contestar a ação no prazo de 15 dias previsto no Art. 335 CPC Indenização no valor de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) O desfazimento da venda de garagem a terceiro A produção de todos os meios de prova, especialmente prova documental: Uma cópia da matricula do apartamento 201 e da vaga de garagem; Panfleto de propaganda; Cópia da Convenção de Condomínio do Edifício Belo Lar; A total procedência da ação; • VALOR DA CAUSA Dá-se o valor da causa o valor de R$50.000,00 (cinqüenta mil reais). Termos em que Pede e Espera Deferimento Local/Data Advº_____________ OAB/SP
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