Buscar

Escola Funcionalista

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

0 
 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade I: 
 
Unidade: Escola 
Funcionalista 
 
 
 
1 
 
U
n
id
a
d
e
: 
E
s
c
o
la
 F
u
n
c
io
n
a
lis
ta
 
 
Unidade: Escola Funcionalista 
MODERNIDADE E MEIOS DE COMUNICAÇÃO 
A partir do século XVI até meados do século XX, houve muitas 
mudanças de paradigmas, baseados em três núcleos de significação, segundo 
Polistchuck &Trinta (2003). Essas mudanças foram ampliadas a partir do 
século XX e caminharam em direção ao século XXI. 
Esses núcleos são: 
a) Significação cultural, cognitiva e ética: filosofia humanista, no evolucionismo 
de Charles Darwin, no positivismo de Auguste Comte, no ideal de democracia, 
no materialismo histórico de Karl Marx. 
b) Significação econômica social: industrialização e urbanização – capitalismo 
c) “Significação política: formação dos Estados Nacionais, que construíram o 
„tipo ideal de governo” tendo como base, na sua maioria, o sistema 
democrático. 
 
Nesse período, com o desenvolvimento do capitalismo, surgem também 
as primeiras contradições sociais e é inevitável surgir com elas as primeiras 
manifestações sociais: movimentos de massa. 
Essas manifestações sociais obtiveram visibilidade diante do coletivo da 
sociedade através dos meios de comunicação que surgiram nesse período. 
 
Mas, quais são as características desse período? 
 a sociedade é denominada “da informação”, baseada nos meios de 
comunicação; 
 Afirma-se a autonomia humana; 
 Há o fortalecimento da burguesia; 
 Aumento do consumo (fordismo e taylorismo); 
 Crítica ao consumo – Karl Marx sinaliza a alienação das massas; 
 Desterritorização – redução da perspectiva espaço geográfico; novas 
fronteiras imaginárias, o mundo passa ser mediado pelos meios de 
comunicação que encurta distâncias. 
 Meios de Comunicação: (mass media; media ou mídia): crescem as cadeias de 
rádio, cinema, jornais, revistas, redes de televisão, novas tecnologias: internet, 
intranet, etc. 
 
 
2 
 
U
n
id
a
d
e
: 
E
s
c
o
la
 F
u
n
c
io
n
a
lis
ta
 
 
 A “Cultura da Sociedade Midiática” sob influência dos media. 
 Sistema Midiático: poder da mídia relaciona-se à sociedade de massa ; 
 A mídia se torna cada vez mais persuasiva e advoga em causa própria. 
 
A ESCOLA NORTE AMERICANA DE COMUNICAÇÃO 
MODELO MATEMÁTICO-INFORMACIONAL DE BERLO E 
SCHRAMM 
A principal característica foi buscar, na ciência, maior grau de 
cientificidade nos estudos comunicacionais .Representantes: David K Berlo e 
Wilbur Schramm 
Esse modelo sofreu influências da psicologia com John Watson (1878-
1958) e do Behaviorismo ou ciência do comportamento que pregava entre 
outras coisas os automatismos comportamentais. 
No mesmo ano em que os estudos de Shannon foram divulgados, seu 
ex professor Norbert Wiener (1894-1965) publica Cybernetics or Control and 
Commmunication in the Animal and Machine no qual ele profetiza o uso da 
informação (Mattelart&Mattelart, 2000), mas faz um alerta, também, a seu 
excesso. E isso significaria a “entropia que é a tendência que tem a natureza 
de destruir o ordenado e precipitar a degradação biológica e a desordem social 
(...)” ordenação da natureza. (id,2000 p.66) 
A informação deve poder circular, mas ela só pode existir se não houver 
obstáculos, se não se transformar em objeto ou se os níveis de acesso forem 
díspares. 
Com base no Modelo de Aristóteles, cria-se a orientação sociológica 
baseada num esquema simples. 
 
 
 
3 
 
U
n
id
a
d
e
: 
E
s
c
o
la
 F
u
n
c
io
n
a
lis
ta
 
 
Acompanhe o esquema: 
 
 
 
 
 
EMISSOR MENSAGENS TROCADAS RECEPTOR 
 
POSSUI ALGUM CONHECIMENTO CULTURA/SOCIEDADE 
 
FAZ ALGUM RECONHECIMENTO PARTICIPAÇÃO DO RECEPTOR 
PARTILHA 
 
CÓDIGO COMUM CAPACIDADE DE 
 PROVOCAR SENTIDOS 
 
 
MODELO MATEMÁTICO-INFORMACIONAL DE SHANNON E 
WEAVER ou TEORIA DA INFORMAÇÃO 
 
Principais Representantes: Claude Shannon, Warren Weaver (engenheiros 
da CIA TELEFÔNICA/EUA) 
 
Esse modelo é também conhecido por Teoria da Informação. O 
esquema formulado pelos autores é o seguinte: 
 
fonte informação transmissor canal receptor destino 
 sinal ruído sinal 
 
 
Neste esquema, a comunicação é feita por meio de uma fonte de 
informação que seleciona uma mensagem desejada a partir de um conjunto de 
mensagens possíveis. Em outras palavras, a comunicação é realizada a partir 
de uma mensagem, por meio de um canal e levada ou entregue ao 
destinatário. 
 
 
4 
 
U
n
id
a
d
e
: 
E
s
c
o
la
 F
u
n
c
io
n
a
lis
ta
 
 
Observe como esse modelo é semelhante às nossas práticas diárias. 
Vamos enviar uma carta? O que você faz primeiro? Escreve a carta, depois a 
envia e depois alguém a recebe e a lê. 
 
Então, voltemos ao esquema: 
 
 
carta correio carteiro destinatário endereço 
fonte/informação transmissor canal receptor destino final 
 
 
leitura da carta = compreensão da mensagem 
 
 
 
 
Mas o que é o ruído na comunicação? Quando acontece? Quando a 
mensagem não for assimilada ou mal entendida pelo receptor. Lembra-se da 
brincadeira do telefone sem fio que quase sempre a última pessoa diz outra 
coisa do que foi dito inicialmente à primeira pessoa? Pois é, nesse caso, houve 
falha na emissão da mensagem e então aconteceu o ruído. 
Esse modelo não está preocupado com a comunicação social ou seus 
desdobramentos, mas com o processo mecânico, matemático. Ele é conhecido 
como o Mass Comunication Research. (ARAÚJO,2008 in Teorias da 
Comunicação). 
 
ESCOLA FUNCIONALISTA E O MASS COMMUNICATION 
RESEARCH 
Como já vimos, no início do século XX, as mudanças de paradigmas 
sociais, econômicos e políticos influenciaram os estudos sobre a sociedade. 
No primeiro quartel do século XX, as mudanças já eram conhecidas, 
estudadas e a corrente norte-americana de pensamento sociológico, que já 
estudamos, a Escola de Chicago, realizava pesquisas para compreender 
melhor essas mudanças. 
 
 
5 
 
U
n
id
a
d
e
: 
E
s
c
o
la
 F
u
n
c
io
n
a
lis
ta
 
 
Na década de 40, também nos EUA e mais precisamente na 
Universidade de Harvard em Colúmbia, surge a Escola Funcionalista que tem, 
entre seus representantes, Robert Merton, Paul Lazarsfeld e Talcot Parsons. 
Então, convidamos você para conhecer um pouco da história do 
Funcionalismo na Comunicação. 
A origem do funcionalismo inicia-se com o pensamento do sociólogo 
inglês Herbert Spencer (1882-1903) e a do francês Emile Durkheim (1855-
1917). 
Para saber sobre Durkheim, acesse esse link. O artigo é pequeno e 
interessante: http://www.adelmo.com.br/bibt/t080.htm 
Para conhecer Herbert Spencer, acesse o link: 
http://educacao.uol.com.br/biografias/herbert-spencer.jhtm 
Agora, vamos lembrar um pouco do que já dissemos sobre a Escola de 
Chicago. Naquela época, viveu-se a experiência e o desenvolvimento das 
ciências naturais e o mundo era regido por elas. Tanto assim, que a Ecologia 
Humana comparou as sociedades aosorganismos vivos. Dessa forma, 
sociedade e tudo que era organismo vivo se relacionavam entre si e tanto um 
como outro acabavam interdependentes. Essas partes eram os subsistemas 
(estruturas) que funcionavam de maneira independente, mas que dependiam 
também do todo. Grosseiramente, podemos dizer que cada parte era como um 
pedaço, uma peça de alguma coisa. Mas o que isso tinha a ver com a 
sociedade? 
 Cada „pedaço‟ da sociedade desempenha um papel ou papéis sociais 
que contribuem para torná-la estável e, de forma organizada, formar o todo 
social. A essa teoria damos o nome de funcionalista-estrutural. 
Dessa maneira, tudo se inter-relaciona na sociedade: a economia, a 
política, a família, a educação. Todos são interdependentes e atuam 
simultaneamente, isto é, interagem entre si para garantir funcionamento do 
todo. Se uma das partes não funcionar corretamente, o sistema torna-se 
instável. 
Eles imaginaram essa interpelação a partir do que conheciam das 
ciências físico-biológicas. Imagine o corpo humano e todos os órgãos que têm 
dentro dele. Se o rim não funciona, aumenta a pressão arterial; se aumenta a 
pressão arterial, o coração sofre sobrecarga e por aí vai, entendeu? 
 
 
6 
 
U
n
id
a
d
e
: 
E
s
c
o
la
 F
u
n
c
io
n
a
lis
ta
 
 
„Transportaram‟ essa idéia para compreensão da sociedade... Ficou mais 
claro? Bem, então quando a sociedade tem algum problema, Robert Merton 
chamou essa instabilidade de disfunção social. 
Para saber mais veja esse link: 
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/2002/07/08/000.htm 
Várias áreas de conhecimento se utilizaram dessa teoria: a Psicologia, a 
Economia, a Comunicação. Na Comunicação, esses estudos foram chamados 
de Mass Comunication Research. 
Mas, o que The Mass Comunication Research tem em comum com as 
outras áreas de conhecimento? 
Segundo Araújo,(2008) são quatro características em comum: 
1. Orientação empiricista de estudo, privilegiando os estudos quantitativos; 
2. Orientação pragmática, mais política do que científica que determinou a 
problemática dos estudos. Orientou-se inicialmente em pesquisas para o 
Estado americano, Forças Armadas, ou grandes conglomerados de área de 
comunicação com o objetivo de otimizar os resultados; 
3. Objeto de estudo voltado para a comunicação mediática; 
4. Modelo comunicativo que fundamenta os estudos. (ARAÚJO, C.A – A pesquisa 
norte-americana in Teorias da Comunicação, 2008. P.120) 
O estudo da Mass Comunication Research inicia-se com a Teoria 
Matemática de Comunicação ou Teoria da Informação, elaborada por 
Shannon e Weaver (1949) que sistematizaram o processo comunicativo da 
seguinte maneira: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A referência dos estudos empíricos é de Laswell com a obra 
Propaganda Techniques in the World War (1927) sobre as lições aprendidas 
 
FONTE TRANSMISSOR FONTE DE INTERFERÊNCIA RECEPTOR DESTINO 
 
 
 
SINAL SINAL RECEBIDO 
 
 
7 
 
U
n
id
a
d
e
: 
E
s
c
o
la
 F
u
n
c
io
n
a
lis
ta
 
 
acerca da I Grande Guerra Mundial. 
Segundo Mattelart&Mattelart (2000), “Os meios de difusão surgiram 
como instrumentos para a „gestão governamental das opiniões‟, tanto de 
populações aliadas como de inimigas, e de maneira mais geral, partindo das 
técnicas de comunicação, do telégrafo e do telefone, para o cinema, passando 
pela radiocomunicação , deram um salto considerável.(...) A propaganda 
constitui o único meio de suscitar a adesão das massas; além disso, é 
mais econômica que a violência, a corrupção e outras técnicas de 
governo desse gênero. (...) Pode ser utilizada para bons ou maus fins 
(grifo nosso) . 
Essa visão instrumental consagra uma representação da onipotência da 
mídia, considerada como ferramenta de circulação „eficaz dos símbolos‟”. 
(MATTELART&MATTELART, 2000.p.37) 
 Segundo esses autores, a audiência é vista como algo amorfo ou 
informe e que obedece sem questionar aos estímulos recebidos: 
 
 
ESTÍMULO RESPOSTA 
 
 
Surge desse pensamento a teoria da bala mágica ou ”bullit magic”, ou da 
agulha hipodérmica que pode ser traduzida como o efeito que os meios de 
comunicação têm sobre a sociedade. Dessa maneira, os meios de 
comunicação atuam de maneira uniforme, é direto, indiscreto, indeterminado e 
afeta a todos indiscriminadamente: 
 
 
 
FONTE CANAL EMISSOR 
 
RECEPTOR CANAL MENSAGEM 
 
 
 
Por essa teoria, o receptor da mensagem é passivo e a sociedade é 
 
 
8 
 
U
n
id
a
d
e
: 
E
s
c
o
la
 F
u
n
c
io
n
a
lis
ta
 
 
vista como massa que reage mecanicamente aos estímulos recebidos. 
Esse pensamento tem suas raízes nas teorias da psicologia que 
estavam na moda, como já dissemos anteriormente. Agora, vamos 
reapresentá-las rapidamente para que você possa memorizá-las,OK? 
a-) A psicologia das massas de Le Bon que dizia que as multidões são 
conduzidas por alguém. Há um condutor e um conduzido; 
b-) O behaviriosmo (1914) que trata do comportamento; 
c-) As teorias de Ivan Pavlov que fala do condicionamento; 
d-) Os estudos de Mac Dougall pioneiro da psicologia social que 
levantava a influência dos impulsos/instintos sobre os homens e 
animais. 
Essas teorias ajudavam a explicar a influência das mídias sobre as 
pessoas. Há um fato que demonstra essa influência. É a novela “A Guerra dos 
Mundos” cuja refilmagem com o nome de “Marte ataca” originou uma onda de 
pânico na cidade de Nova York. 
O fato é que essa teoria inaugurou a chamada pesquisa de opinião que 
é quantitativa e foram usadas por várias agências de pesquisa, entre elas, a 
Gallup para traçar o perfil de leitores, eleitores e tendências americanas. 
A sociologia funcionalista da mídia elaborou a fórmula clássica: 
 
 
1. QUEM DIZ O QUÊ? 
2. POR QUAL CANAL? 
3. COM QUE EFEITO? 
 
 
Essa mesma fórmula foi ampliada para: 
 
 
1. QUEM DIZ O QUÊ? 
2. QUANDO-PERÍODO? 
3. ONDE – QUAL O MEIO? 
4. POR QUE – QUAL A INTENÇÃO? 
5. PARA QUEM - PÚBLICO ALVO? 
 
 
 
9 
 
U
n
id
a
d
e
: 
E
s
c
o
la
 F
u
n
c
io
n
a
lis
ta
 
 
 
Dessa fórmula, originaram-se as análises de conteúdo, das mídias, de 
audiência e de efeitos. 
Por exemplo: Quando uma empresa lança um determinado produto no 
mercado, ela precisa saber o que ele representou para os seus consumidores, 
ou quando se lança uma campanha sobre um determinado produto e quer 
saber qual foi o impacto gerado na sociedade, então se pesquisam os efeitos 
da mídia. A fórmula para medir é simples: 
 
 
MENSAGEM RECEPTOR EFEITOS 
 
 
Um pouco mais tarde, a esse modelo foram adicionados outros fatores: 
idade, sexo, etc. que visam „fechar‟ a pesquisa, ou seja, dirigi-la aos públicos 
alvo adequados. 
Segundo Laswell, o processo de comunicação cumpre três funções 
principais na sociedade : 
a-) vigilância do meio, revelando tudo o que poderia ameaçar ou afetar 
os sistemas de valores de uma comunidade ou das partes que a 
compõem; 
b-) o estabelecimento de relações entre os componentes da sociedade 
para produzir uma resposta ao meio; 
c-) a transmissão da herança social”. (LASWELL,1948 in 
MATTELART&MATTELART,2000 p.41) 
 
Um pouco mais tarde dois outros sociólogosPaul F. Lazarsfeld e Robert 
K.Merton acrescentaram uma quarta função ao processo comunicacional, a 
de entretenimento ou diversão. Para eles, “as funções da comunicação 
impedem que as disfunções precipitem a crise no sistema”. (id,42) 
O duplo flow step da comunicação (Lazarfeld e Elihu Katz) iniciou-se 
com o estudo sobre o comportamento dos consumidores de moda e forma de 
lazer e “permitiu compreender o papel dos „líderes de opinião”. (Ibid,48) No 
primeiro degrau, estão as pessoas bem informadas sobre determinado assunto 
 
 
10 
 
U
n
id
a
d
e
: 
E
s
c
o
la
 F
u
n
c
io
n
a
lis
ta
 
 
e as expostas à mídia; no segundo degrau, estão as pessoas com pouca ou 
nenhuma informação sobre o tema. 
Então, quantas vezes você assistiu a um programa de televisão cujo 
tema desconhecia? Muitas vezes, não é? Mas você observou que nesses 
programas tem sempre alguém para explicar ou opinar sobre o tema tratado? 
Pois é, olha aí o duplo flow step . Por esses programas, a gente pode adotar 
como verdade o tema, pode descartá-lo, pode questioná-lo. 
Aí os especialistas de marketing elaboraram o modelo AIDA. Não, não é 
um nome de mulher, mas uma sigla. Veja seu significado: 
 
 
A TENÇÃO 
I NTERESSE 
D ESEJO 
A QUISIÇÃO OU A ÇÃO 
 
 
Por esse modelo, é possível verificar as diferentes impressões sobre 
determinados produtos. Por exemplo, por que comprar um determinado sabão, 
uma marca de café, uma margarina, etc. 
Mas ainda assim faltava alguma coisa. Era preciso verificar o que o mais 
poderia ser feito para saber sobre o receptor de mensagens. Nessa época, 
surge Kurt Lewin que era do Massachusetts Institute of Technology, o MIT com 
seus estudos sobre “decisão do grupo”. Essa decisão permite estudar, por 
meio da mensagem emitida, as reações de cada membro do grupo. Na 
realidade, ele estudou como as pessoas são persuadidas ou convencidas a 
adotar um determinado comportamento, ou comprar um determinado produto. 
Na pesquisa, existirá alguém que terá a função de controlar o andamento das 
informações que são repassadas, garantindo que se construa o formador de 
opinião informal a que se dá o nome gatekepeer. 
Ah! Você quer um exemplo? Quando um determinado produto ainda não 
foi lançado, há nas agências de publicidade ou de pesquisa de opinião uma 
lista de possíveis pesquisados (mail list). 
 
 
11 
 
U
n
id
a
d
e
: 
E
s
c
o
la
 F
u
n
c
io
n
a
lis
ta
 
 
Então, de posse dessa lista, a agência convida pessoas com um 
determinado perfil de consumidor para participar de uma pesquisa num 
determinado local. Lá, no loca,l as outras pessoas que também participarão do 
mesmo processo formam a opinião do produto que entrará no mercado. Então, 
o produto pode ser modificado, ou mantido do jeito que está e ir direto para as 
prateleiras do consumidor. Ficou fácil de entender? 
 
FINALIZANDO 
A partir da década de 60, surge outra corrente de pensamento que é a 
dos “Usos e Gratificações” e pela qual é possível pensar comunicação e meios 
de comunicação de forma integrada e pela qual se estuda as interpretações e 
as satisfações do receptor em relação à recepção das mensagens. 
Nessa situação, o receptor que vinha sendo visto como massa passiva 
passa a ser agente capaz de interpretar e satisfazer suas necessidades 
(Araújo, 2008 in Teorias da Comunicação.) 
Ainda surge no mesmo período a Teoria dos Efeitos a Longo Prazo que 
introduz a hipótese da agenda setting e que pensa nos meios de comunicação. 
Wolf (2003) utiliza Shaw para esclarecer essa teoria: 
Essa hipótese defende que «em consequência da acção dos 
jornais, da televisão e dos outros meios de informação, o 
público sabe ou ignora, presta atenção ou descura, realça ou 
negligencia elementos específicos dos cenários públicos. As 
pessoas têm tendência para incluir ou excluir dos seus próprios 
conhecimentos aquilo que os mass media incluem ou excluem 
do seu próprio conteúdo. Além disso, o público tende a atribuir 
àquilo que esse conteúdo inclui uma importância que reflecte 
de perto a ênfase atribuída pelos mass media aos 
acontecimentos, aos problemas, às pessoas» Shaw, 1979 
apud Wolf 2003, p.96. 
Esta formulação clássica da hipótese inscreve-se na linha que 
vai de Lippmann aos Lang e a Noelle Neumann: «a hipótese do 
agenda-setting não defende que os mass media pretendam 
persuadir [...]. Os mass media, descrevendo e precisando a 
realidade exterior, apresentam ao público uma lista daquilo 
sobre que é necessário ter uma opinião e discutir. O 
 
 
12 
 
U
n
id
a
d
e
: 
E
s
c
o
la
 F
u
n
c
io
n
a
lis
ta
 
 
pressuposto fundamental do agenda-setting é que a 
compreensão que as pessoas têm de grande parte da 
realidade social lhes é fornecida, por empréstimo, pelos mass 
media» Shaw, 1979 apud Wolf 2003, p.101. 
Como afirma Cohen, se é certo que a imprensa «pode, na 
maior parte das vezes, não conseguir dizer às pessoas como 
pensar, tem, no entanto, uma capacidade espantosa para dizer 
aos seus próprios leitores sobre que temas devem pensar 
qualquer coisa» Shaw, 1979 apud Wolf 2003,p. 114. 
 
Então o que essa citação nos conta? Ela nos conta que por essa 
hipótese que as pessoas usam os assuntos veiculados em suas conversas. 
Então a mídia pauta a conversa cotidiana. 
Como isso acontece? Por exemplo, um crime de repercussão nacional e 
explorado como notícia na mídia se torna tema recorrente nas conversas 
cotidianas inclusive criando opinião pública parcial sobre ele. 
Na realidade, apesar da escola norte-americana ser criticada pelo seu 
pragmatismo e hoje ter cedido a outras correntes mais atuais, ela 
indubitavelmente foi muito importante por ter introduzido os estudos e 
pesquisas quantitativas, pela preocupação das causas e efeitos e pela 
preocupação demonstrada aos estudos da comunicação. 
E enquanto isso, como aprendizes, caminharemos em direção à Escola 
de Frankfurt ou Teoria Crítica do final do segundo quartel do século XX. 
 
 
 
 
 
13 
 
U
n
id
a
d
e
: 
E
s
c
o
la
 F
u
n
c
io
n
a
lis
ta
 
 
Referências 
COHN, G. Comunicação e IndÚstria Cultural. 2. ed. São Paulo: Companhia 
Editora Nacional, 1975. 
MATTELART, A.; MATTELART, M. Historia das Teorias da Comunicação. 7. 
ed. São HOHLFELDT, A. Teorias da Comunicação: Conceitos, Escolas e 
Tendências. 4. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2005.Paulo: Edições Loyola, 2004. 
POLISTCHUCK,I&TRINTA,A.R- Teorias da Comunicação. Rio de 
Janeiro:Campus, 2003. 
WOLF, M. Teorias da Comunicação. 8. ed. Lisboa: Editorial Presença, 2003. 
 
 
 
14 
 
Responsável pelo Conteúdo: 
Profª Ms. Wildney Feres Contrera 
Profª Sandra Lúcia Botelho R. Oliveira 
 
Revisão Textual: 
Profª Dra. Roseli Lombardi 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
www.cruzeirodosul.edu.br 
Campus Liberdade 
Rua Galvão Bueno, 868 
01506-000 
São Paulo SP Brasil 
Tel: (55 11) 3385-3000

Outros materiais