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1- Richard Gill, professor de economia em Harvard, diz que “as questões econômicas do mundo atual são de uma profundidade e de uma gravidade não registradas pela história em épocas passadas. Tanto nas sociedades opulentas, quanto nas emergentes, os problemas são de imensa gravidade e, diante deles, a economia não reúne condições para, sozinha, encontrar todas as soluções”. Para destacá-la mais, grifamos a palavra sozinha. Reflita sobre as razões deste destaque. R: A economia se define a partir de um conjunto de complexas variáveis. Dada às limitações do espaço geográfico e dos meios naturais, é influenciada por fatores antropológico-culturais, pelo ordenamento político, pelo progresso tecnológico e pelo imprevisível comportamento dos diferentes grupos sociais de que se constituem as nações. Portanto sozinha a economia não tem como encontrar as soluções desejáveis, necessita desse conjunto de variáveis para ter êxito no seu processo de construção. 2-Quais os principais ramos das ciências humanas com que a economia registra relações biunívocas? Qual o significado dessa expressão e como justificá-la? Não é difícil encontrar exemplos de aspectos da realidade econômica que são fortemente influenciados por fatores extra econômicos. Apresente alguns exemplos, extraídos de recentes fatos. R: São principais ramos das ciências humanas: A Ética, a Filosofia, o Direito, a Antropologia Cultural, a Psicologia, a Sociologia e a Política. Em síntese, pode se inferir que as interfaces da economia com outros ramos do conhecimento social decorrem de que as relações humanas e os problemas nelas implícitos ou delas decorrentes não são facilmente separáveis segundo níveis de referência rigorosamente pré-classificados. O referencial econômico deve ser visto apenas como uma abstração útil, para que se analisem aspectos específicos da luta humana pela sobrevivência, prosperidade, bem- estar, individual e bem comum. Podemos citar um exemplo dos aspectos dessa realidade econômica: a má distribuição de recursos nas regiões mais desfavorecidas do nosso país, como no Nordeste onde sofrem com a seca e a fome decorrentes da falta de um planejamento político-social que englobe soluções para o problema da seca e da fome. 3-Liste pelo menos dez grandes temas que gravitam no campo de interesse da economia. Como estimuladores de ideia, considere o polinômio clássico produção/distribuição, dispêndio/acumulação ou, então, o trinômio da sistematização de Robbins, recursos, necessidades, prioridades. R: Emprego: O emprego dos recursos. A ociosidade dos que se encontram disponíveis. O desemprego, suas causas e consequências. Produção: O processo produtivo como categoria básica. Decorrências da produção: a geração de renda, o dispêndio e a acumulação. A riqueza, a pobreza e o bem-estar. Agentes: Como se comportam os agentes econômicos - Em que conflitos de interesse se envolvem. Quais suas funções típicas. Quais suas motivações. Trocas: Fundamentos do sistema de trocas: divisão do trabalho, especialização, busca por economias de escala. Eficiência comparativa dos sistemas de trocas em relação à auto- suficiência. Valor: Fundamentos do valor dos recursos e dos produtos deles decorrentes. Razões objetivas e subjetivas que definem o valor. Moeda: Como e por que se deu aparecimento, como evoluiu. Formas atuais e futuras de moeda. Razões da variação de seu valor. Consequências das duas categorias básicas de variação do valor da moeda: a inflação e a deflação. Preços: Diferentes abordagens. Os preços como expressão monetária do valor. Como resultado da interação de forças de oferta e de procura. Como orientadores para o emprego dos recursos. Como mecanismo de coordenação do processo econômico como um todo Mercado: Tipologia e características dos mercados. A procura do processo econômico como um todo e oferta: fatores determinantes. O equilíbrio: as funções e as imperfeições dos mercados. Concorrência: Diferentes estruturas concorrenciais: da concorrência perfeita ao monopólio. Razões para controle de suas imperfeições. Razões para sua preservação. 4-Uma das características diferenciadoras da economia, em relação a outras ciências humanas, é a possibilidade de quantificação. As variáveis econômicas são expressões indicativas de diferentes categorias de atividades econômicas – transações, processos e resultados. Diferencie variáveis-fluxo de variáveis-estoque, citando exemplos. Dê também exemplos de relações entre variáveis e cite pelo menos três formas usuais de indicações quantitativas em economia. R: Variáveis de fluxo, é quando se refere necessariamente, de transações ocorridas a um longo espaço de tempo. Ou seja, quando um Estado quantifica tudo o que sua economia produziu no período de um ano estabelecendo assim o PIB (Produto Interno Bruto); que por sua vez é um grande exemplo de uma variável de fluxo. A variável – estoque se refere a um espaço de tempo reduzido, referindo a aquele momento, para citar um exemplo de uma variável de estoque, são, os conjuntos de empresas que são negociadas na bolsa de valores. Variáveis quantitativas na economia, aplica-se as variáveis econômicas, onde podemos citar alguns exemplos: renda gerada em algum processo de produção; Quantidade de oferta e procura de algum bem econômico; E por fim a taxa de juros de alguma transação econômica. 5- Com Lionel Robbins, na primeira metade do século XX, surgiram os elementos fundamentais das definições contemporâneas da economia: 1. Escassez de recursos; 2. Escolha de fins; e 3. Necessidades humanas ilimitáveis. Explique cada um desses elementos e dê uma definição de economia que os leve em consideração. R: Escassez de recursos: Dar-se pela diferença entre uma grande demanda das empresas por determinado recurso natural e este encontra-se numa quantidade abaixo desta demanda. Este problema, acarretara num preço final muito maior do que o normal, já que comprará o recurso, o produtor que pagar mais, e consequentemente, esse valor pago será repassado ao consumidor final, que também pagará mais. Escolha de fins: Saber como alocar os recursos limitados que temos. Isso é fundamental, pois o desperdício não é uma opção, então, os recursos têm de ser explorados da melhor forma possível, e cabe a economia dizer qual a melhor forma de o faze-lo. Necessidades humanas ilimitáveis: Como o próprio nome diz, o ser humano é motivado pelo desejo de ter, e mesmo quando tem, ainda não está satisfeito, tornando assim seus desejos ilimitados. Não seria um problema, se não fosse pelo fato de que alguns recursos disponíveis na natureza são limitados. E aí está o grande problema da economia, como mediar os desejos ilimitados com os recursos limitados. 6-Diferencie proposições positivas de proposições normativas. Dê exemplos, se possível relacionados a recentes questões econômicas. R: A diferenciação é importante para o entendimento da compartimentalização usual da Economia. Diferenciação de expressões: economia positiva e economia normativa. “A capacidade de separar os juízos normativos dos positivos deve ser vista como uma das principais razões do progresso da economia e também de outros ramos do conhecimento humano” (Introdução à economia positiva, Lipsey) Economia positiva: trata a realidade como ela é (Fatos econômicos ==> Observação sistematizada do mundo real ==> Economia descritiva ==> Teoria econômica ==> Análise econômica). Ex. A pergunta " Quais são as medidas que reduzem o desemprego e quais as que evitam a inflação? " é de natureza positiva. A pergunta pode ser respondida objetivamente, por esquemas conceituais da economia. Uma lista de diferentes medidas possíveis,dificilmente será objeto de controvérsias. Economia normativa: a economia normativa considera mudanças na realidade observada, propondo como ela deve ser. Envolve o "Juízo de valor" Ex. na proposição "Devemos dar mais importância ao desemprego do que a inflação." A proposição é normativa e passível de controvérsia: afinal a proposição oposta é também admissível. Uma ou outra estarão na dependência de juízos de valor sobre questões direta e indiretamente envolvidas com a proposição original. Pode-se diferenciar então, a teoria econômica situa-se, preponderantemente, no campo da economia positiva e a política econômica é, preponderantemente, normativa, uma vez que, as proposições de política econômica são, quanto a sua própria significação, normativas. Necessariamente, envolvem escolhas fundamentadas em juízo de valor. 7- A Microeconomia E a Macroeconomia, da forma como atualmente são conceituadas, são divisões usuais da teoria econômica. Em síntese, de que aspectos da realidade econômica cada uma delas trata? O que, fundamentalmente, as diferencia? R: O papel da microeconomia é estudar como ocorre a formação de preços no mercado e como ocorre a discussão entre empresas e consumidor para definir a quantidade e o preço final do produto ou serviço no mercado, ou seja, estuda a oferta e a demanda. Já a macroeconomia estuda a economia como um todo, exemplo: renda e produto, nível geral de preço e desemprego. Na microeconomia, o foco principal é o individual (consumidor e empresa), os preços por produto e o faturamento de uma empresa, já na macroeconomia, o estudo é geral, o foco é na média dos preços gerais e no estudo do PIB. É como a microeconomia estudasse uma pessoa e a macroeconomia estudasse um país. 8- Por que as leis econômicas são hipóteses estatísticas probabilísticas? O que significa essa expressão, no sentido com que é empregada para qualificar as leis da economia? R: As leis econômicas são, portanto, de probabilidade e não de relações exatas. São leis hipotéticas e probabilísticas. Hipotéticas porque só se verificam se reunirem as condições e hipóteses que foram previamente estabelecidas quando de sua formulação. Probabilísticas porque sempre se referem ao resultado global de uma infinidade de fatos elementares, diversos e independentes, cujas características se distribuem ao acaso, embora se entrelacem em seu jogo simultâneo, determinando a uniformidade de médias estatísticas, demonstráveis matematicamente pelo cálculo de probabilidades. 9- Em que consiste a expressão latina ceteris paribus? Por que razões os economistas recorrem a esta expressão, quando, por exemplo, estabelecem relações entre duas ou mais variáveis? R: Desta forma, a validade das leis econômicas implica que sejam mantidos inalterados todos os demais fatores que podem interferir nas magnitudes das variáveis sob observação. É exatamente a esta particularidade que os economistas querem referir- se quando utilizam a expressão ceteris paribus. É uma condição que significa: mantidos inalterados todos os demais fatores, ou, ainda, permanecendo iguais todos os demais elementos. Em resumo, as leis econômicas pressupõem, portanto, um conjunto de hipóteses simplificadoras. Elas são formuladas levando em conta os fatores principais (previsíveis ou mensuráveis) que interferem preponderantemente no fenômeno sob observação. Os demais fatores são admitidos como constantes. Qualquer alteração que venham a registrar pode perturbar a direção e a intensidade das regras básicas formuladas. Por essas razões, e na impossibilidade de os economistas manterem sob rigoroso controle todos os fatores que podem interferir no andamento de determinado fato econômico, as leis da Economia estão sempre contingenciadas pela condição ceteris paribus. 10- Na manhã de uma segunda-feira, o cidadão K é informado de que ele foi o único ganhador do maior prêmio lotérico acumulado já pago no país, tornando-se rico “da noite para o dia”. Por que, então, o governo não autoriza a emissão de moeda em quantidade suficiente para depositar nas contas bancárias de todos os cidadãos uma importância equivalente à que foi ganha pelo cidadão K? Em uma manhã qualquer de segunda-feira, se todos a recebessem, não se tornariam também ricos da “noite para o dia”? Explique o que essa proposta tem a ver com o sofisma de composição. R: Sofisma de composição é bastante comum, no campo da Economia, considera-se para o conjunto certos princípios ou leis que são válidos apenas para uma parte do todo. Esta é uma forma incorreta de raciocinar. Nem sempre o que é válido para um indivíduo ou empresa o é também para o sistema econômico como um todo. Imagine-se que um produtor agrícola individual, cuja produção atenda apenas a pequena parcela do mercado, obtenha uma colheita excepcional. Obviamente sua renda excederá as expectativas. Entretanto, se o conjunto dos produtores agrícolas obtiver excelentes colheitas, não se pode afirmar que a renda de todos se expandirá, em comparação com períodos anteriores, não tão satisfatórios. As excelentes safras poderão provocar redução nos preços, dificultando a realização de lucros. Da mesma forma, a poupança, na escala individual, é considerada uma virtude. Contudo, se o nível total de poupança for excessivamente elevado em relação à renda nacional, o consumo fatalmente se reduzirá e, como consequência, o nível de produção baixará, reduzindo-se o emprego e a renda da sociedade. Assim, a validade de um a lei econômica está contingenciada por determinada escala de observação. Quando se imputa ao conjunto certos princípios válidos apenas para uma parte do todo, incorremos num sofisma de composição.
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