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agosto/setembro de 2012 – ano 2 – no 16 Dos ensinamentos milenares até as mais avançaDas criações tecnológicas, Descubra como o estilo oriental poDe fazer a Diferença na hora De aDministrar Descubra o que é e como funciona o Design thinking a fantástica indústria do fetiche a conversa da administradores com a lenda viva do marketing r$ 12,50 INFOGRÁFICO MERCADO DO SEXO PHILIP KOTLER www.administradores.com Os segredOs dO Oriente Estratégia: nem tão secretos 3administradores.comagosto/setembro 2012 eDitorial expeDiente Quando pedimos para as pessoas apontarem cinco no- mes relevantes do marketing, pode ter certeza, um nome estará presente na maioria dessas listas: Philip Kotler. Sua extrema facilidade em transmitir conceitos e premissas sobre o marketing já inspirou pelo menos cinco milhões de pessoas que compraram seus livros. Kotler, inclusive, é o detentor de diversas teorias estudadas nas universidades e aplicadas nas empresas em todo o planeta. Apesar de já ter tido o pri- vilégio de assistir a uma pales- tra de Kotler em 2010, foi ape- nas em junho desse ano que tive a felicidade de conversar pessoalmente com o profes- sor. Minutos antes do contato, mais parecia uma criança próxima de abrir seu presente de aniversário. Ansiedade, coração batendo rápido, mãos suando... Afinal, não é todo o dia que o ícone do marketing está na minha frente. A conversa, compartilhada com outros jornalistas, não demorou muito, um pouco menos de uma hora. Mas foi tempo suficiente para o pro- fessor de 81 anos mostrar toda a sabedoria que o faz ser tão aclamado pelo mundo. Esse bate-papo está na Administradores (págs. 38, 39) e inaugura uma nova editoria na revis- ta: Troca de ideias. A edição que está em suas mãos traz também temas bastante peculiares. Na matéria de capa, busca- mos desvendar os segredos orientais sobre estratégia. Disciplina, respeito, busca pela excelência, harmonia física e social. Fomos atrás das milenares referências da China e do Japão – como o samurai Musashi e o general Sun Tzu – para entender como os dois países conseguem se manter até hoje referências na hora de fazer negócios e na construção de uma carreira. Entre as descobertas está o engajamento de toda a organização em torno de valores comuns e a sua transmissão para os clientes. Os outros segredos você descobre lendo a reportagem. Na editoria de Jornalis- mo gonzo, o repórter Simão Mairins foi às compras em um shopping center de duas formas distintas (o rico e o pobre) para saber se existem diferenças no atendimento entre os consumidores. O resultado foi surpreendente. E tem mais: o mercado lucrativo do sexo, a vida além da academia para os doutores, a inclusão de portadores de necessidades especiais no mercado, o lado negro das redes sociais e as tendências do futuro na gestão de pessoas são algumas das reportagens que preenchem essa edição que está suculenta de conteúdo. Em nome daqueles que fazem a revista e o portal, aproveito a ocasião para dese- jar um parabéns especial para todos os administradores pelo Dia do Administrador, come- morado em 9 de setembro. Estamos realizando uma campanha em prol da valori- zação do profissional, que vai desde o adesivo que você está recebendo com a revista até diversas ações pela internet, principalmente no Facebook (facebook.com/portaladmi- nistradores). Movimente essa ideia conosco, afinal: “A Administração move o mundo”. Agora é contigo. Boa leitura! Fábio Bandeira de Mello editor DO ENCONTRO COM KOTLER AO ORIENTE CONTATOS Publisher leandro vieira leandro@ administradores.com.br redação editor fábio bandeira de mello fabio@ administradores.com.br rePórteres agatha Justino agatha@ administradores.com.br eber freitas eberfreitas@administradores.com.br, fábio bandeira de mello, mayara emmily mayara@administradores.com.br e simão mairins simao@administradores.com.br revisão allana Dilene colaboradores carlos hilsdorf , esperanza suarez ru, flávio perazzo, henry mintzberg, José ramón pin arboledas, leda maria vieira, michael D. Watkins, raniere rodrigues, rodolfo araújo, seth godin, stephen Kanitz e vanessa versiani. arte direção João faissal | imaginária Design design@ imaginaria.cc design e ilustração thiago castor thiago@administradores. com.br comercial diretor comercial Diogo lins diogo@administradores.com.br Financeiro anna vita vieira annavitavieira@administra- dores.com.br atendimento ao leitor anna valéria onofre annavaleria@adminis- tradores.com.br imPressão gráFica moura ramos www.mouraramos.com.br assinaturas www.administradores.com.br/revista Publicidade comercial@administradores.com.br +55 (83) 3247 8441 corresPondência av. nossa senhora dos navegantes, 415 / 304 - tambaú - João pessoa - paraíba cep 58039-110 redação revista@administradores.com.br 4 administradores.com agosto/setembro 2012 34 iNFOgrÁFiCO Descubra o que é e como funciona o Design Thinking 53 artigO - O espetacular (administrador) Homem-Aranha | Leandro Vieira - Tempos modernos, hábitos nem tanto | Flávio Perazzo 51 pEi, buF Como fazer seu marketing pessoal? ínDice 20 CarrEira - Os dilemas e obstáculos dos deficientes no mercado profissional - Sete transições que bons líderes devem fazer - As tendências para os próximos 20 anos na gestão de pessoas 18 iNsight Criando uma teoria sobre a criação de teorias | Henry Mintzberg 58 ambiENtE iNtErNO Logística, Finanças, TI, Marketing e RH pelo Brasil 52 mENtE abErta Como ganhar dinheiro na internet | Seth Godin 16 aCaDÊmiCO Existe vida para doutores fora da academia? Descobrimos que sim! 36 tENDÊNCia O lado negro das redes sociais 38 trOCa DE iDEias As lições de Philip Kotler sobre marketing 32 CONtrapONtO Qual é o melhor tipo de profissional para as empresas: generalista ou especialista? 28 NEgÓCiOs Mercado do sexo: a fantástica indústria do fetiche 40 Capa Os segredos (nem tão secretos) do oriente 47 QuiZ Você se comporta de maneira correta no ambiente de trabalho? 08 ambiENtE ExtErNO 09 ONLiNE 07 agENDa 06 FEEDbaCk 10 ENtrEvista A.K. Pradeep explica o poder do neuromarketing na relação empresa/ consumidor 48 jOrNaLismO gONZO O tratamento muda para consumidores de classes sociais diferentes?56 aDmiNis- traDOrEs Na histÓria Brian Epstein: O verda- deiro líder dos Beatles 57 aDmiNistraDOr DO FuturO A iniciativa do estudante Pietro Franzero 66 pONtO FiNaL Como nunca acumular problemas | Stephen Kanitz 55 O QuE DruCkEr Faria As dúvidas dos leitores tiradas com os conceitos do pai da Administração moderna 60 FOra DO QuaDraDO 62 ENtrEtENimENtO - Curiosidades e humor - Ações para um mundo melhor - Leitura: Imagine: how creativity works - Cinema: Erin Brockovich 5administradores.comagosto/setembro 2012 aDmiNistraDOr púbLiCO O artigo O diário de um gestor público, da Isabela Couto, retrata exatamente a reali- dade do serviço público. As soluções apre- sentadas são completamente plausíveis. A questão é saber quem tem interesses que ocorram essas mudanças?! DaysE saNtaNa aDmiNistraDOr púbLiCO 2 Venho trazer minha opinião sobre o artigo O diário de um gestor público. Sou servidora há dois anos e concordo em parte. Primeiramente, é necessário haver mudança de pensamento de generalizar que todos os servidores não trabalham. Realmente existem pessoas que se acomodam, mas quem disse que não há o mesmo tipo de pessoa no setor privado? Acho que devem sim haver incentivos de meritocraciapara busca constante por aprendizado. O serviço público não tem concorrente, mas é essencial para o bem da sociedade, e, portanto, deve ter um projeto de gestão melhor. Acho que ambos os setores dão contribuições para a sociedade, cabendo a cada pessoa decidir o que é melhor para si, a estabilidade ou a constante busca do reequilíbrio. viviane KoenigKan sObrE a Capa 1 Bonita, intrigante e inspiradora. A cara da Administradores. breno Dias pinheiro sObrE a Capa 2 Essa capa quebra o antigo paradigma do Terno e a Gravata! Perfeita e atual! cleverson souza iNtuiçãO Para vencer não precisamos de bola de cristal, mas um pouco de intuição não é nada mau. antonio marcos menezes ENtrEvista COm gOLEmaN Realmente, amei a entrevista com Daniel Goleman. Vocês acertaram na edição, é um assunto novo e de grande valia para os administradores, pois usar inteligente- mente a emoção a seu favor é um dife- rencial para os profissionais, e principal- mente, para as lideranças. Valeu a pena ser assinante da Administradores. rosária cal bastos assiNaNtE 1 Fico muito admirado com a facili- dade que a Administradores acha, independentemente do assunto, argu- mentos para mostrar sempre algo interes- sante sobre a área da administração. thiago paulino assiNaNtE 2 A edição está EXCELENTE! Design e texto no topo da cadeia alimentar! Para- béns por mais esse excelente trabalho! :) Jamile ferreira até O pLÁstiCO! Gostaria de parabenizá-los pela revista Administradores! Recebi ontem, amei... a capa, o material, o plastiquinho e tudo! Material excelente... Nota-se a diferença de outras por aí... A qualidade, muito boa. liliane miranDa EvENtO Estudo ADM. Irei a um evento em novembro e seria legal divulgar na revista. Não sei se já foi feito o contato, mas vale a pena tentar: 4º Encontro Magno dos Estudantes de Administração – EMEAD. 15 a 17 de novembro, em Florianópolis-SC. saulo tarso mande também o seu recado Para a administradores através do revista@administradores.com.br errata Na edição de junho/julho, o link para os documentos na hora de abrir uma empresa (pág 34) é adm.to/documentos_info. A data correta do ENEAD (pág 7) era 16 de julho de 2012. 6 administradores.com agosto/setembro 2012 * TAXA DE IMPLANTAÇÃO DE R$ 499,00 MAIS VALOR MENSAL DOS MÓDULOS CENTRAL DE ATENDIMENTO: 46 3225 6234 SKYPE: VENDASHABIL1 | VENDASHABIL2 EMAIL: VENDASHABIL.COM.BR KOINONIA SOFTWARE LTDA. RUA ITAPUÃ, 1258 CEP 85504060 PATO BRANCO PR www.HABILENTERPRISE.com.br ROBUSTO, RÁPIDO E SEGURO... SUPORTA O CRESCIMENTO DA SUA EMPRESA INTERFACE MODERNA SEGUINDO AS TENDÊNCIAS ATUAIS BANCO DE DADOS CLIENTE/SERVIDOR FIREBIRD ECF / TEF / PAF-ECF / NF-e / nFP / Sintegra HOMOHOMOLOGADO PAFECF E TEF INÚMEROS UTILITÁRIOS PARA FACILITAR O SEU DIAADIA E MUITOS OUTROS RECURSOS ÓTIMO CUSTO/BENEFÍCIO PARA CLIENTES DE DIVERSOS SEGMENTOS SUPORTE VIA TELEFONE, CHAT, TICKET’S E ACESSO REMOTO DOS MESMOS DOS MESMOS CRIADORES DO HÁBIL EMPRESARIAL MAIS DE 20 ANOS DE ATUAÇÃO NO RAMO DE AUTOMAÇÃO COMERCIAL LICENCIAMENTO MENSAL POR MÓDULOS A ESCOLHER, COM VALORES MUITO ATRATIVOS* HábilHábil E N T E R P R I S E EVENTOS Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas Responsável: ABRH Nacional Local: São Paulo – SP Info: adm.to/conarh12 Executive Marketing Summit Responsável: Informa Local: São Paulo – SP Info: adm.to/ summit_set VI ENEC Responsável: Estudos do Consumo Local: Rio de Janeiro – RJ Info: adm.to/ vi_enec XXII ENBRA Responsável: CRA/RJ Local: Rio de Janeiro – RJ Info: adm.to/enbra EnAPG 2012 Responsável: ANPAD Local: Salvador – BA Info: adm.to/enapg Simpósio 2012 Responsável: ANPAD Local: Salvador – BA Info: adm.to/ simposio2012 Formação e Certificação Internacional Professional & Self Coaching Responsável: IBC Coaching Local: São Paulo – SP Info: adm.to/coaching_ago EnANPAD 2012 Responsável: ANPAD Local: Rio de Janeiro – RJ Info: adm.to/ enanpad12 XXIII ENANGRAD Responsável: ANGRAD Local: Bento Gonçalves – RS Info: adm.to/ enangrad23 XLVII CLADEA Responsável: ESAN Local: Lima – Peru Info: adm.to/ cladea2012 16 agosto 30 agosto 18 setembro12 setembro 05 novembro 18 novembro 18 novembro 22 setembro 28 outubro 22 outubro th in ks to ck 7administradores.comagosto/setembro 2012 Quem quer ter mais reconhecimento faz Vestibular UNINASSAU. Quem quer ter mais reconhecimento Vestibular UNINASSAU FACEBOOK.COM/UNINASSAU Engenharia Civil Engenharia Química Engenharia Mecânica Engenharia Elétrica Engenharia de Produção Engenharia Ambiental Engenharia de Telecomunicações Odontologia Psicologia Educação Física Biomedicina Nutrição Farmácia Enfermagem Fisioterapia Direito Turismo Administração Ciências Contábeis Jornalismo Publicidade e Propaganda Arquitetura e Urbanismo Sistemas de Informação Medicina Medicina Veterinária Engenharia de Petróleo Engenharia Eletrônica Engenharia de Controle e Automação Engenharia Naval Engenharia de Alimentos Engenharia da Computação Geologia Ciência da Computação Agronomia Ciências Biológicas Serviço Social Relações Públicas Letras - Português (Lic.) Letras - Inglês (Lic.) Pedagogia Música (Lic.) NOVOS CURSOS - CURTA DURAÇÃO Pilotagem de Aeronaves (2 anos) Fotografia (2 anos) Jogos Digitais (2,5 anos) Petróleo e Gás (3 anos) Estética e Cosmética (3 anos) Negócios Imobiliários (2 anos) Produção Audiovisual (Cinema) (2 anos) Eventos (2 anos) Gestão Comercial (2 anos) Design de Interiores (2 anos) Logística (2 anos) Marketing (2 anos) Gestão de Segurança Pública (2 anos) Gestão de Recursos Humanos (2 anos) Gestão Portuária (2 anos) Gastronomia (2 anos) Design de Moda (2 anos) Gestão da Qualidade (2 anos) Gestão Financeira (2 anos) Análise e Desenvolvimento de Sistemas (2,5 anos) Redes de Computadores (2,5 anos) Sistemas para Internet (Webdesign) (2,5 anos) Sistemas de Banco de Dados (2,5 anos) Radiologia (3 anos) Segurança no Trabalho (3 anos) Construção de Edifícios (3 anos) NOVOS CURSOS 2012.2 CURSOS CURSOS CURTA DURAÇÃO ANUNCIO.indd 1 7/12/12 11:52 8 administradores.com agosto/setembro 2012 ambiente externo | ráPidas ADmINIStRADoRES APOIA PLATAFORMA LIDERANçA SuSTENTÁVEL ELEIçõES 2012! O quE OS CANDIDATOS PODEM (E O quE NãO PODEM!) NA INTERNET BRASIL VAI CRESCER MENOS quE OS EuA, DIz FORBES BICICLETAS PAuLISTAS NãO RECOMENDADAS A Plataforma Liderança Sustentável, projeto idealizado por Ricardo Voltolini (foto) e que reuniu dez líderes brasileiros ligados à sustentabilidade em uma série de diálogos, terá uma segunda etapa. Nesta nova fase, mais dez presidentes de grandes empresas serão integrados à iniciativa, que agora conta oficialmente com o apoio institucional do Administradores. com e da revista Administradores. Para a edição 2012, o tema das conversas é “Como as empresas estão envolvendo e educando líderes para a sustentabilidade”. » paga em qualquer veículo; » em veículos de pessoas jurídicas, mesmo que gratuita; » em veículos ou canais oficiais. » Em site do candidato, com endereço comunicado à justiça eleitoral; » Em site do partido ou da coligação a que o candidato pertence; » Por e-mail, desde que não seja para endereços comprados; » Em blogs, redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas. Em meio ao intenso debate relacionado à preocupação com questões ambientais e transportes alternativos, o Diário Oficial do Estado de São Paulo publicou em julho (11) uma reportagem sobre os prejuízos provocados pelo aumento deciclistas na capital paulista. Intitulada “Mais ciclistas, mais acidentes”, a matéria ressalta que 3,4 mil pessoas foram internadas pelo SUS na cidade em 2011, “gerando custo de R$ 3,25 milhões à administração esta- dual”. A matéria mostra também boxes e entrevistado orientando a não utilização das bicicletas “para não colocar a vida de quem pedala em risco”. A revista americana Forbes apontou que o crescimento do Brasil vai ser menor que o dos Estados Unidos em 2012. De acordo com reportagem de julho, o PIB estadu- nidense deve crescer por volta de 2% este ano, mas o crescimento econômico brasileiro estancou. Além disso, a revista diz que o Brasil não tem dados bons o suficiente para crescer acima dos 2,6% de 2011. “A menos que os EUA tenham um segundo semestre terrível, o mais provável é que a economia do Brasil fique aquém da do Tio Sam”, diz o texto. No entanto, a perspectiva pelo Ministério da Fazenda este ano é otimista, de 4%. clientes nos Perguntaram se Poderiam abrir uma conta conosco Para ter um cartão com a imagem de Karl marx ROGER WIRTz porta-voz do banco alemão sparkasse chemnitz. a empresa lançou cartões de crédito com uma figura do autor do livro o capital, obra fundamental na crítica ao capitalismo. a minha mãe me ensinou que não devo roubar REjANIEL DE jESuS catador de material reciclável, em são paulo. ele e sua esposa acharam na rua r$ 20 mil e entregaram o dinheiro à polícia. se você inovar Frequentemente terá muitos Fracassos, mas se não inovar, sairá do maPa PHILIP KOTLER o “papa” do marketing mundial, em recente palestra dada no brasil para empresários e empreendedores sobre a importância da empresa manter uma política de inovação. vocês são muito lentos ROLF HEuER diretor-geral do centro europeu para a pesquisa nuclear (cern), sobre o brasil não integrar o grupo de pesquisas que comprovou a existência do bóson de higgs. o projeto no país está parado na câmara. FRASES di vu lg aç ão é proibido fazer propaganda: é permitido fazer propaganda: 9administradores.comagosto/setembro 2012 online | www.administradores.com OS 7 ERROS MAIS COMuNS DE uM PROFISSIONAL MAL SuCEDIDO GREENCAM O quE VOCê PODE APRENDER SOBRE CARREIRA COM uM CAMPEãO DO uFC? WikibrandS: OS DESAFIOS DAS MARCAS DE MIL DONOS TRILHA DO EMPREEN- DEDOR E SE PHILIP KOTLER FOSSE VISITAR SuA EMPRESA? O professor Marcos Morita mostra o que você não deve fazer para se dar bem na carreira Aplicativo gratuito que faz o computador gastar menos energia. Ele desliga o monitor quando o usuário se ausenta da frente da tela. O aplicativo, que é gratuito, mostra um roteiro para iniciar um negócio próprio. Alfredo Passos fala sobre o que Kotler costuma apontar para que as empresas se tornem bem-sucedidas Minotauro fala sobre a impor- tância de ter foco e disciplina na busca pelo sucesso profissional Mike Dover, autor do Wikibrands, explica porque as marcas deixaram de ser estáticas e intocáveis TWITTER @admnews FACEBOOK adm.to/ facebookadm ORKuT adm.to/ orkutadm LINKEDIN adm.to/ linkedinadm ARTIGOS #FICADICA ENTREVISTA aPPENQUETE CINCO LIçõES DO Guia do MoChilEiro daS GaláxiaS PARA A VIDA PROFISSIONAL FRASES ASSASSINAS: COMO DESTRuIR IDEIAS E FRuSTRAR PESSOAS FOI DESTAquE NA WEB Obra escrita por Douglas Adams faz representações metafóricas sobre a vida real e as situações que enfrentamos Economista e professor de finanças explica quais são os melhores meios para a negociação “Não vai dar certo” e “Você está louco?”, são, sem dúvida, as frase destruidoras mais célebres adm.to/galaxias adm.to/sete_erros adm.to/visita_kotler adm.to/wikibrands_adm adm.to/minotauro_ufc adm.to/assassinas adm.to/dividas_adm di vu lg aç ão th in ks to ck th in ks to ck 33.65% 26.28% prestar concurso público abrir seu próprio negócio VOCê, ESTuDANTE DE ADMINIS- TRAçãO, PRETENDE SEGuIR quAL CAMINHO AO CONCLuIR O CuRSO? não vai dar cer to você tá louco? você nào entende u é complicado! CINCO DICAS ESTRATéGICAS PARA VOCê NEGOCIAR SuAS DíVIDAS 28.52% trabalhar para empresas privadas7.43% seguir carreira acadêmica 4.12% outros 10 administradores.com agosto/setembro 2012 entrevista | a.K. PradeeP A.K. Pradeep, um dos principais estudiosos da área no mundo, fala com exclusividade à Administradores sobre como as pesquisas cerebrais podem desvendar o que está por trás da decisão do consumo. por fábio bandeira de mello | foto divulgação e thinkstock Como o neuromarketing pode alterar a relação entre empresas e consumidores? 11administradores.comagosto/setembro 2012 Aprimorar produtos antes de levá-los ao mercado, evitar o desperdício da verba de anúncios e saber as motivações dos consumidores são os desafios de dez entre dez empresas, independente do segmento. O neuromarketing é capaz de desvendar esses segredos? qual é a diferença do neuromarketing para as pesquisas convencionais de mercado? Sim. Os testes neurológicos – que medem as respostas do cérebro a um estímulo no nível subconsciente – podem au- xiliar as empresas a entender o que funciona e o que não, quando o produto se encontra em um estágio conceitual ou na criação de uma peça publicitária. Para completar, entre outras coisas, nós testamos os conceitos para o cliente. Medir as respostas dos consumidores revela, de forma clara e específica, a eficácia deste conceito e o que pode ser feito para melhorá-lo. Isto pode ajudar os clientes a poupar dinheiro, pois eles terão mais chances de acertar o conceito já no come- ço – e então, poderão alcançar o sucesso no mercado quando o produto ou a propaganda estiverem lançadas de fato. As formas tradicionais, como pesquisas e grupos focados, con- fiam-se apenas no que se chama de “respostas articuladas”. Essa é uma forma de perguntar aos consumidores o que eles gostaram, perceberam, sentiram ou do que eles lembram sobre a embala- gem de um produto ou uma propaganda. Entretanto, o neuromar- keting mede como eles realmente respondem, em nível subcons- ciente no mesmo instante em que eles estão experimentando algo. Nós medimos antes que os fatores externos como lingua- gem, educação, influências étnicas e culturais alterem ou distor- çam a maneira com que as pessoas respondam as perguntas. Eis um fato interessante: quando se pede ao cére- bro para que ele formule uma resposta a uma questão so- bre algo que ele vivenciou, o processo de formulação da res- posta altera a informação original e a recordação que se tem da experiência. Então, enquanto os consumidores ten- tam, de boa fé, lembrar de forma apurada como eles se sen- tiram sobre algo, podem confundir suas intenções. Como os testes neurológicos trabalham no subconscien- te, as informações que coletamos são bem precisas, detalha- das e apuradas, e nós reunimos muitas, mais que qualquer pesquisa mercadológica. Medir o subconsciente é extrema- mente valioso para as companhias, porque é onde o marke- ting crítico é formado, inclusive em relação ao interesse ini- cial pelo produto, intenção de compra e lealdade à marca. ntes de iniciar a leitura desse texto, pare por um instante e tente lem- brar quantas propagan- das você viu hoje. Lembrou? Ainda não? Realmente, é um teste difícil. Não precisamos nem sair de casa para começar o bombardeio de empresas divul- gando sua marca. Seja no rádio, na televisão, na internet, no encarte que deixam na caixa de correio, fora tantas outras espalhadas pelos ou- tdoors, atrás dos ônibus e em pontos estratégicos pela cidade. Em meioa centenas de publicidades, não é fácil para as empresas atrair e prender a atenção de nós consumidores. No entanto, parece que as coisas podem mudar. Alguns cientistas estão mapeando o cérebro do consumidor e conseguindo identifi- car do que gostamos e porque gostamos. A técnica utilizada é chamada de neuro- marketing e já vem sendo adotada por organizações como a Intel, PayPal, MCDonald’s, Unilever, Google, HP, Citi e Microsoft. A administradores conversou com A. K. Pradeep, um dos maio- res pesquisadores de neuroma- rketing do mundo e CEO da Neu- roFocus, empresa referência nesse segmento. Ele contou mais detalhes sobre essa técnica e alguns segredos que se escondem atrás do subconsciente do consumidor. A “Medir o cérebro é complicado, porém essa é a melhor forma de conseguir respostas precisas de seus consumidores” 12 administradores.com agosto/setembro 2012 A NeuroFocus atende grande empresas multi- nacionais nessa área da neuroci- ência. Entre os vários relatórios e pesquisas que participou, quais os resultados mais surpre- endentes? Dr. Pradeep, ge- ralmente quando mencionamos o neuromarketing, encontramos casos relaciona- dos a grandes empresas. é caro realizar pesqui- sas dessa nature- za? uma empre- sa de pequeno ou médio porte tem condições de arcar com esse tipo de ciência? Falando no seu livro (o cerébro consumidor: os segredos de vender para o subconsciente), você afirma, no entanto, que ho- mens e mulheres têm formas dife- rentes de pensar na hora de reali- zar uma compra. quais diferenças seriam essas? Todo dia, ao redor do mundo, nós condu- zimos estudos para os nossos clientes em seus laboratórios. Para completar, temos ti- mes em campo em outras locações do mun- do, conduzindo estudos para os clientes. Constantemente fazemos novas descober- tas, então é impossível separar cada estudo por vez. No meu livro, faço um esboço de algumas descobertas, entres muitas que já fizemos durante anos. Ultimamente, o cére- bro tem sido o objeto mais fascinante de se explorar, pois é ele quem guia nossas vidas. Nós somos muito mais parecidos que dife- rentes, quando se trata dos nossos cérebros. Realmente, muitas empresas globais criaram Neurolabs conosco, mas também há exemplos de negócios menores que se beneficiaram da neurociência do consumi- dor. Um caso em especial que eu descrevo no meu livro é a California Olive Ranch. Essa empresa, recém-criada, veio até nós com duas opções de embalagens para um novo azeite e perguntaram: “qual design venderá melhor? E por quê?”. Nós conduzimos testes neurológicos, que não apenas revelaram a embalagem vencedora, como explicaram porque aquele design particular surtia mais efeitos no consumidor. A versão campeã pontuou melhor nos primeiros testes neurológicos de atenção, engajamento emocional, retenção de memória e se saiu melhor durante o nosso indicador de desempenho no mer- cado que avaliou as intenções de compra diante da novidade, e o nível de estranha- mento das pessoas. Ao final dos testes, nós ainda ensinamos como seria possível melhorar a embalagem vencedora, para torná-la ainda mais atraente na prateleira. Então, a California Olive Ranch nos enviou um comunicado assim: “o método científico NeuroFocus permitiu a criação de uma garrafa de azeite inteligente, melho- rada, que nos poupou tempo, diminuiu os custos, e os riscos”. Ajudar empresas de diferentes portes e tipos a alcançar o sucesso é algo que nós fazemos em bases contínuas ao redor do mundo. Gênero é um dos núcleos em que os cére- bros são diferentes. Homens e mulheres possuem distinções básicas, assim como idosos e jovens. Mulheres geralmente são mais capazes de pensar holistica- mente, isto significa que elas combinam o pensamento emocional ao racional. Neurologicamente, homens se encaixam melhor em atividades competitivas. Geralmente, mulheres tendem a lembrar mais detalhes “emocionais” que os homens. Em termos de consumo, podemos explicar isso em uma frase: “mulheres consomem, homens compram”. entrevista | a.K. PradeeP “Sempre aconselhamos nossos clientes a divulgar rostos em seus materiais. O cérebro também prefere imagens à esquerda e palavras ou números à direita” E como são feitos exatamente esses estudos e aná- lises através do neuromarketing? Nós usamos sensores do tipo EEG (eletro- encefalografia) para captar a atividade das ondas cerebrais combinado a um rastrea- mento ocular. É completamente seguro e não-invasivo. Os sensores EEG “escutam” pequenos sinais que a atividade cerebral gera, então, é uma tecnologia “passiva”, bastante parecida com o eletrocardiogra- ma que o médico aplica no seu peito. Medir o cérebro é complicado, porém essa é a melhor forma de conseguir res- postas precisas de seus consumidores. Nós medimos sete núcleos: três que chamamos de análise neurométrica, que são atenção, engajamento emocional e retenção de memória. Combinamos esses fatores a um placar de eficácia geral. Da neurométrica, nós tiramos ainda: intenção de compra (ou visão) e inovação (que pode ser descrita como compreensão da mensagem). 13administradores.comagosto/setembro 2012 O que, de modo geral, as empre- sas podem fazer para atrair seus consumidores? Com todas essas ferramentas digitais – como os buscadores e as redes sociais – está cada vez mais fácil conhe- cer os hábitos das pessoas, bas- ta pesquisar na internet. Como você enxerga a competição entre o neuromarke- ting e esse siste- ma de propagan- da que alcança o consumidor de uma forma mais econômica? As pessoas pos- suem diferentes desejos e expe- riências. Como isso é trabalhado no neuromarke- ting? Não seria um risco genera- lizar o perfil do consumidor de uma empresa? Existe uma lista do que chamamos de “melhores práticas neurológicas” que as empresas utilizam para fazer seus produtos, embalagens, sites, propagandas e outras atividades mais atrativas e impactantes para o cérebro. Por exemplo, o cérebro ama rostos. Por isso, sempre aconselha- mos nossos clientes a divulgar rostos em seus materiais. O cérebro também prefere imagens à esquerda e palavras ou números à direita. Então, aconselhamos nossos clientes a seguir esse layout. O cérebro também adora quebra- -cabeças; é um dispositivo que pode ser usado para atrair o subconsciente. Mas quebra-cabeças devem ser visuais e fáceis de resolver. São esses os preferidos da nossa mente. Ele também gosta de ver a origem dos produtos alimentícios, então aconselhamos a colocá-la nas embalagens. Para lojas, sugerimos aos varejistas que criem tampas (aquelas telas nos finais das lojas) curvadas sempre que possível, já que o cérebro não gosta de bordas afiadas. Existem milhares de práticas neurológi- cas que reunimos ao longo dos anos. A neurociência do consumidor mede como as pessoas respondem inconscientemente. Eu posso lhe perguntar o que você gosta ou lembra, de uma propaganda veiculada em uma plataforma como as mídias sociais, por exemplo, e você provavelmente fará um bom esforço para lembrar das suas reações. O problema é que a resposta pode ou não ser a experiência que marcou verdadei- ramente o seu subconsciente quando ele foi exposto a uma publicidade na rede. Às ve- zes, elas podem coincidir, mas geralmente, são distintas. Uma diferença importante está ligada ao fato de que é no nível subcons- ciente que o marketing crítico, interesse no produto, intenção de compra e lealdade à marca são formados. Essa é a razão pela qual medir o subconsciente é tão importante – você estará acessando as informações no lugar ondeela é mais precisa e confiável. Então, sim, é possível observar como as pessoas migram de um site para outro, contar quantos cliques certo banner ou propaganda recebe e tantas outras formas de avaliar o comportamento das pessoas on-line. Mas como saber qual parte do site que chamou mais atenção? Que elementos do banner atingiram suas emoções? Quanto do vídeo assistido on-line ficou grava- do na memória? Essas são as pequenas coisas que a neurociência do consumi- dor consegue descobrir e quantificar. De fato, as pessoas têm diferentes dese- jos e experiências. Mas entender como o subconsciente delas respondem a uma marca, produto, ao design de uma emba- lagem, logomarca, estande de vendas, comercial de TV, e tantos outros ele- mentos de marketing é o que fazemos. Vamos usar uma marca como exem- plo. Como uma empresa pode medir a maneira com que os consumidores a percebe? Ou a maneira com que eles se sentem e o que essa marca significa para eles? O que é mais valorizado? A empresa pode tentar pedir aos consumidores que tentem explicar isso. Porém, geralmente, é difícil para uma pessoa descrever em palavras detalhadamente e de maneira confiá- vel a relação delas com uma marca. Mas, com a neurociência do consu- midor, medimos exatamente como eles respondem em níveis subconscientes a atributos bem específicos. Uma das priori- dades dos testes neurológicos é explicitar o quanto esses pequenos atributos aumentam a associação com a marca, por exemplo, a logomarca e o design da embalagem. Então, podemos identificar e medir fatores centrais que os consumidores conectam à marca, e não dependemos apenas de respostas arti- culadas e corrompidas por fatores externos. Medir diretamente no cérebro permi- te a captura de respostas mais amplas e profundas que o subconsciente elabora. É melhor que confiar apenas em respos- tas escritas ou faladas, que atravessam filtros criados pela mente, como a edu- cação, língua, bagagem cultural, e tantas outras influências que podem distorcer os resultados da pesquisa tradicional. 14 administradores.com agosto/setembro 2012 SEU FUTURO DEPENDE DAS ESCOLHAS QUE VOCÊ FAZ NO PRESENTE Cursos Presenciais e a Distância Direito Empresarial Docência do Ensino Superior Docência e Gestão na Educação a Distância Gestão Ambiental de Empresas Gestão de Cidades Gestão do Consumo Sustentável Empresarial Gestão em Responsabilidade e Marketing Socioambiental Gestão em Saúde Suplementar MBA em Análise de Conjuntura MBA em Análise de Crédito e Investimento MBA em Comunicação Corporativa MBA em Controladoria Empresarial MBA em Gestão com Pessoas MBA em Gestão da Qualidade MBA em Gestão de Contas Públicas MBA em Gestão de Pessoas no Setor Público MBA em Gestão e Estratégia Empresarial MBA em Gestão em Logística e Operações Globais MBA em Gestão Estratégica da Saúde MBA em Gestão Estratégica de Negócios MBA em Gestão Estratégica de Pessoas MBA em Gestão Estratégica de Vendas MBA em Gestão Estratégica em Comércio Exterior MBA em Gestão Financeira Empresarial MBA em Gestão Pública MBA em Gestão Tributária MBA Executivo em Finanças MBA Executivo em Finanças Corporativas MBA Executivo em Gestão Empresarial MBA Executivo em Gestão Industrial MBA Executivo em Marketing MSA Políticas Públicas em Segurança Pública Gestão/MBA Pós-Graduação Lato Sensu 2º Semestre 2012 ESCOLHA COM CERTEZA ugf@posugf.com.br 4062-0642 (ligação local) . Bahia (71) 4062-8686 . Goiânia (62) 4052-0642 . Rio de Janeiro (21) 2599-7136 . São Paulo (11) 2714-5656 . Todos os estados 0300 10 10 10 1 . Outros estados 0800 772 0149Consulte em nosso site os cursos, datas e modalidades disponíveis em sua cidade Confira também os nossos cursos de Extensão Universitária C M Y CM MY CY CMY K Anuncio_Gestao_Pos_Revista_Administradores_216x279.pdf 1 19/07/2012 15:46:47 entrevista | a.K. PradeeP Então, de certa forma, a união das duas ferra- mentas deixaria o marketing ain- da mais forte... Professor, para finalizar, uma pergunta que possivelmente gestores de todo o mundo gos- tariam de fazer para você. Por que algumas empresas conse- guem criar tanta fascinação nos consumidores, transformando- -os em “devotos” de suas marcas? Vou lhe contar sobre algo que é bem interessante – algo que já está começando a mudar a publicidade na TV e tem muitas implicações no marketing de celular. É chamado de neuro compression (neuro compreensão), e é uma tecnologia única criada pelo NeuroFocus da Nielsen. A neuro compression acontece dentro do material de vídeo. Imagine um comercial de TV com 30 segundos de duração. Atra- vés dessa técnica é possível capturar a ma- neira que o subconsciente responde, segun- do por segundo. Nosso software mede as respostas neurológicas mais fortes, isolan- do-as frame por frame – e editando-as junto. O produto é um vídeo curto, mas que detém as cenas mais impactantes do ponto de vista cerebral. E como é o cérebro quem controla o comportamento, é dele a perspectiva mais importante – certamente do ponto de vista de um marqueteiro, é. Se você é um publicitário de vídeo – na TV, YouTube, outros – a neuro compres- sion permite que você obtenha retornos melhores dos investimentos feitos nas mídias. Após aplicá-la em vários vídeos, descobrimos algo fascinante: quanto menor a versão, maior a pontuação nos testes. Os resultados são sempre melhores do que as versões originais e mais longas. Essa uma ótima, porém complexa pergunta. As empresas que tendem a fazer sucesso são aquelas que possuem uma compreen- são intuitiva de como o cérebro trabalha e do que ele gosta. Veja a Apple como um grande exemplo. Eles entendem o básico, que o cérebro prefere designs simples, que ele responde bem a ambientes simples, com poucos objetos como são as Apple Store. Eles colocam os produtos na direita e fora das vitrines, incentivando os clientes a com- prarem e usarem. Eles fazem o processo de compra o mais simples e “indolor” possível. Outras empresas líderes entendem que precisam criar embalagens com design atrativo para o cérebro, como aquelas cuja superfície tem texturas. Ainda, outro recurso utilizado pelas lojas é trazer o mostruário para as pessoas. Então, existe um número de boas práticas que as empresas podem seguir para ajudá-las a se destacar no mercado e contribuir para o seu sucesso. Nós sempre lembramos que o cérebro faz o comportamento - portanto, é importante realizar ações para atraí-lo e satisfazê-lo, em troca, o subconsciente lhe ajudará a levantar as vendas e alcançar o sucesso. SEU FUTURO DEPENDE DAS ESCOLHAS QUE VOCÊ FAZ NO PRESENTE Cursos Presenciais e a Distância Direito Empresarial Docência do Ensino Superior Docência e Gestão na Educação a Distância Gestão Ambiental de Empresas Gestão de Cidades Gestão do Consumo Sustentável Empresarial Gestão em Responsabilidade e Marketing Socioambiental Gestão em Saúde Suplementar MBA em Análise de Conjuntura MBA em Análise de Crédito e Investimento MBA em Comunicação Corporativa MBA em Controladoria Empresarial MBA em Gestão com Pessoas MBA em Gestão da Qualidade MBA em Gestão de Contas Públicas MBA em Gestão de Pessoas no Setor Público MBA em Gestão e Estratégia Empresarial MBA em Gestão em Logística e Operações Globais MBA em Gestão Estratégica da Saúde MBA em Gestão Estratégica de Negócios MBA em Gestão Estratégica de Pessoas MBA em Gestão Estratégica de Vendas MBA em Gestão Estratégica em Comércio Exterior MBA em Gestão Financeira Empresarial MBA em Gestão Pública MBA em Gestão Tributária MBA Executivo em Finanças MBA Executivo em Finanças Corporativas MBA Executivo em Gestão Empresarial MBA Executivo em Gestão Industrial MBA Executivo em MarketingMSA Políticas Públicas em Segurança Pública Gestão/MBA Pós-Graduação Lato Sensu 2º Semestre 2012 ESCOLHA COM CERTEZA ugf@posugf.com.br 4062-0642 (ligação local) . 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Esta situação, relatada por Henrique Freitas, professor doutor em Administração na UFRGS, mostra como educadores - espe- cialmente os que têm uma trajetória acadê- mica avançada, como os doutores - precisam ser atualizados e atuantes no mercado e na prática. E a importância de se ter essa vivên- cia concreta do conhecimento também pode ser sentida em sala de aula. No momento em que a prática da Administração é questiona- da por um aluno, como um professor que há anos mantém seu foco apenas na academia responderá a esse tipo de pergunta com pro- priedade e conhecimento de causa? A saída está na conciliação de atividades magine um universo de professores doutores em gestão numa dada faculdade. Cabem num ônibus. Feche o ônibus e anuncie que está rumando para uma empresa onde eles todos irão mostrar como as coisas deveriam funcionar. No entanto, apenas 1/3 deles fi- cará confortavelmente sentado no ônibus, pois têm essa vivência essencial, esse contato que faz com que aliem a teoria à prática em permanência. Já o restante estará em maus lençóis, pois se exporá ao ridículo, posto que não têm tido a chance de confrontar teoria e realidade, ou por terem uma prática equivocada do que seja pesquisa em gestão, ou ‘ficam pesquisando as empresas sem sair dos muros protetores da academia’.” “I DOuTORES EMPREENDEDORES por mayara chaves | fotos divulgação fonte: censo da educação superior de 2010 Rubens sonhava em empreender desde a juventude. Sua primeira atuação foi no ramo de serviços, ajudando o pai, quando tinha cerca de 16 anos. “Meu pai tinha uma empresa de limpeza de telefones na cidade de São Carlos, época em que a cidade tinha os primeiros telefones automáticos recém instalados e eu acabei ficando responsável pelas visitas a clientes para a higienização quinzenal. Eu fazia as visitas usando uma bicicleta e no bagageiro ia uma bolsa com os equipamentos. Foi o meu primeiro em- preendimento!”, relembra. Com o tempo, atuou em várias empresas, realizou con- sultorias e foi professor na FGV e na USP. Hoje atua como consultor independente com empresa própria (RS Consultoria e Assessoria) em sociedade com a esposa. Estudante de Engenharia Elétrica, Bruno fundou a empresa Allagi Consultoria, especializada em Open Innovation, na incubadora da Unicamp em 2004. Logo depois, esse projeto serviu de base para o seu mestrado, também em Engenharia. A empresa acabou se desenvolvendo mais na área de gestão e ele começou a estudar mais sobre o assunto. “Tive que viajar e estudar pra conhecer mais essas práticas e resolvi então entrar na FGV, onde eu poderia seguir as disciplinas do douto- rado dentro daquilo que me interessava. No meu doutorado, analisei o processo de decisão dos empreendedores na hora de constituir uma rede desse tipo”, afir- ma. Inicialmente em cargo de operação na empresa, há três anos faz parte do conselho da empresa, como chairman. No final de 2011, a professora da Macken- zie e da ALFA-GO Kavita foi convidada para ser sócia em uma empresa de frozen yogurt. Inicialmente foi montado um plano de negócios. Levou-se quatro meses para montar um plano de negócios que vislum- brasse o fluxo financeiro. “Ao analisar os resultados, decidimos que valia a pena e iniciamos outras pesquisas no mercado, na busca de fornecedores e parceiros”. O negócio foi aberto ao público no dia 2 de junho deste ano, no formato de um quiosque dentro do hipermercado Extra de São Caetano do Sul. “Tem sido bastante desafiador, e finalmente sinto na pele as dificuldades que muitos empresários têm em colocar na prática aquilo que em geral eu ensino na teoria, em sala de aula”. rubens da costa santos bruno rondani Kavita miadaira hamza PHD EM MARKETING PELA USP DOUTOR EM GESTãO DE INOVAçãO PELA FGV DOUTORA EM ADMINISTRAçãO PELA USP 17administradores.comagosto/setembro 2012 acadêmicas, como ensino e pesquisa, e o contato com o mundo corporativo e o empre- endedorismo. Esse tipo de relação permite tornar o ensino do doutor em sala de aula mais dinâmico e rápido, pois existe a vivên- cia das situações de mercado, como afirma Yeda Oswaldo, professora do Doutorado da Universidade Metodista e dona de uma empresa de consultoria na área de Gestão de Pessoas. “Nesse sentido, não é necessá- rio que se espere que alguém escreva sobre alguma teoria para somente depois estudar sobre ela”, explica. DEDICAçãO EXCLuSIVA No entanto, para quem leciona em institui- ções federais, a possibilidade de atuação no mercado é limitada. De acordo com o artigo 14 do decreto 94.664/87, existem as seguin- tes possibilidades para a atuação de profes- sores, que são: tempo parcial (20 horas se- manais), exercido pela minoria dos docentes e dedicação exclusiva (40 horas semanais sem possibilidade de exercer outro trabalho remunerado, público ou privado, com poucas exceções), regime para a maioria dos educa- dores. Sobre a dedicação exclusiva, o artigo também dispõe sobre as atividades permi- tidas a esse professor, entre as quais está a possibilidade de colaborar esporadicamente em assuntos de sua área mediante autoriza- ção da instituição a qual está vinculado. “Quando realizo trabalhos de assessoria e consultoria, eles são feitos via uma norma- tização que é autorizada pela universidade e, assim, é possível realizar ações tanto em em- presas públicas como no terceiro setor”, ex- plica Magnus Luiz Emmendoerfer, professor doutor da Universidade Federal de Viçosa. Além disso, ele ressalta que o professor não pode ter um negócio ou atividade empregatí- cia atuando como um administrador. PARA ALéM DA ACADEMIA Diante disso, apesar de o professor doutor com dedicação exclusiva poder ter contato com o mercado, são anuladas suas possibi- lidades enquanto gestor que executa ativida- des e administra uma organização. No entan- to, docentes que não atuam sob esse regime e doutores que não lecionam em universidades federais têm a oportunidade de efetivamente empreender e mostrar que teoria e prática devem ser valorizadas da mesma maneira. Isso possibilita espaço para o doutor utilizar seus conhecimentos teóricos para otimizar os negócios, o que, inclusive, possibilita um complemento aos seus rendimentos. De acordo com o professor Marcos Fava Neves, chefe do Departamento de Adminis- tração da USP em Ribeirão Preto, embora as universidades façam um reajuste contínuo dos salários, em 10 anos ocorreu um desa- linhamento com o mercado. Antes um do- cente de tempo integral com boa formação recebia 40% ou 50% do que ganharia como gestor no setor privado, mas hoje ele recebe 20% dessevalor. “Uma pessoa com a mesma qualificação no setor privado chega a ganhar quatro ou cinco vezes mais. Então é neces- sário que ele possa complementar sua ren- da com seu trabalho, e com isto melhorar as aulas, as publicações e dar retorno à socie- dade também”, afirma Neves, que também é criador do Spinoff Markestrat. Há alguns doutores que já vêm atuando dessa forma e tendo ótimos resultados. Confira a as ações empreendedoras de alguns deles. 18 administradores.com agosto/setembro 2012 Existem milhões de teorias difundidas em diversas áreas pelo mundo. No entanto, você precisa saber algo que todas elas têm em comum. u não desejo cair em um bu- raco pensando em como devo desenvolver teorias. Além disso, esse é o trabalho de psicólogos cogniti- vos, que estudam a produção de conceitos e padrões de reconhe- cimento, mas nunca dizem muito sobre como pensamos. Quero começar explicando sobre o que a teoria não é, e então, passarei cautelosamente para o que elas parecem ser. O quE A TEORIA NãO é: VERDADE É importante perceber, ainda no começo, que todas as teorias são falsas. Elas são, no final das con- tas, apenas palavras e símbolos em um papel, sobre uma reali- dade que parecem descrever. Por não serem realidade, elas simplificam. Isso significa que nós devemos escolher nossas teorias, baseados no quanto elas são úteis, e não na quantidade de verdade que elas apresentam. Um exemplo simples explicará bem: em 1492, nós descobrimos a verdade. A terra é redonda, e não quadrada. Será mesmo? Para realizar essa descober- ta, Cristóvão Colombo enfren- tou os mares. Mas algum dos insight CoNHECImENto Criando uma teoria sobre a Criação de teorias E coincidência o fato de que não foi um suíço quem apresentou a ideia da terra redonda. A Suíça é o lugar da teoria que diz que a terra tem formato irregular. Essa teoria é consi- derada global (de acordo com os próprios satélites, a terra não é redonda, tem protube- râncias no Equador). Se a terra não é redonda, plana ou meio a meio, como esperar que qualquer outra teoria seja verdade? Donald Hebb, um re- nomado psicólogo, resolveu esse problema bem: “A boa teoria é aquela que se sustenta tempo suficiente até você encontrar uma te- oria melhor”. Mas como nossos exemplos já tornaram isso claro, a teoria seguinte nem sempre é melhor ou mais útil para ser aplicada. Por exemplo, nós provavelmente ainda usa- ríamos a física de Newton mais que a de Einstein. É isso que faz a moda nas ciências sociais tão disfuncional, como a obsessão dos economistas por mercados livres ou a fascinação que o behaviorismo exerce nos psicólogos. A teoria em si pode ser neutra, mas a promoção de uma ideia como verdade a torna um dogma, e isso faz com que pare- mos de pensar em prol da doutrinação. En- tão, precisamos de todos os tipos de teorias – quanto mais, melhor. Como pesquisadores, estudiosos e pro- fessores, nossa obrigação é a de estimular o pensamento, e de uma maneira positiva, que nos ofereça teorias alternativas – diversas explicações do mesmo fenômeno. Nossos estudantes e leitores devem deixar nossas salas de aulas e publicações ponderando, imaginando, pensando, e não sabendo. construtores de seus navios, ou até seus sucessores, conhecia a curvatura exata do mar? Eu acredito que não. Até então, a teoria que a terra era plana fun- cionava perfeitamente bem na construção de navios, mas não servia na hora de navegar. Aí a teoria que a terra era redonda funcionava bem melhor, ou en- tão, nós nunca teríamos notícias de Colombo de novo. Na verdade, uma viagem à Suíça facilmente provará que te- orias são mentirosas. Não é uma www.coachingourselves.com www.impm.org Desculpe-me, Einstein, mas sua teoria da relatividade é muito especulativa, não foi comprovada, então não podemos publicá-la henry mintzberg é um dos autores mais produtivos da Administração na atualidade, com 16 livros publicados, quase todos considerados referências na área. Ele é professor na McGill University, co-fundador do International Master’s Program in Practicing Management, usado por institutos de ensino em Administração no Canadá, Inglaterra, Índia, China e Brasil. Mintzberg também é responsável pelo desenvolvimento do curso CoachingOurselves, que em solos brasileiros é gerenciado pelo Grupo A. por henry mintzberg | imagem thinkstock 19administradores.comagosto/setembro 2012 ressantes. Eu, pessoalmente, sempre considerei a vida muito curta para testar teorias. Nunca deixa de me surpre- ender como nos amarramos a testar hipóteses no nosso cam- po, seja em questões do tipo “como planejamento paga?” ou “empresas agem certo ao fazer bem?”. Talvez o problema seja que nossas teorias falem sobre nós mesmos, e como podemos ser objetivos sobre isso? É isso que me motiva a ressaltar: de- vemos inventar explicações, não encontrá-las. Nós não descobrimos as te- orias, nós as criamos. E essa é a grande diversão. Se pelo me- nos alguns dos nossos estudan- tes doutores experimentassem! Mas não, eles foram ensinados a ser objetivos, científicos (no sentido limitado da palavra), o que significa que nenhuma criação, apenas a dedução, é academicamente correta. Anos atrás, em uma publicação de administração estratégica, o editor escreveu que “para nos- sa área continuar com esse crescimento, é preciso desen- volver ligações entre pesquisa e prática, e então, melhorar imaginações, insights e desco- bertas. Se eu estudasse um fe- nômeno e através dele surgisse uma boa teoria, não seria certo desenvolvê-la porque ela per- tenceria a outra pessoa? Aceite isso e você estará rejeitando praticamente todas as teorias, da física à filosofia, porque nós todos somos esforços idiossin- cráticos, invenções de mentes criativas. (Já pensou? “Descul- pe-me, Einstein, mas sua teoria da relatividade é muito especu- lativa, não foi comprovada, en- tão não podemos publicá-la”). É por isso que vemos tão pouca indução na nossa área, a criação de poucas teorias in- teressantes. O estágio inicial, o ato de conceber ou criar uma teoria, não me parece algo para chamar de uma análise lógica, por não estar suscetível a isso. A questão é de como a nova ideia surge para o homem – seja um tema musical, um conflito dramático ou uma teoria cien- tífica. Essa pode ser uma ótima sugestão de pesquisa para psi- cologia científica; mas é irrele- vante para a análise lógica do conhecimento científico. nossas pesquisas e o entendi- mento de que relevância vem do rigor” (Schendel 1995:1). Essa reivindicação não foi rigorosa, já que nenhuma evi- dência foi apresentada em seu nome. Como sempre, foi leva- do como um artigo de fé. Leia as publicações “rigorosas” da nossa área, e você chega- rá uma conclusão oposta: que esse tipo de rigor, metodoló- gico, encontra seu caminho para relevância. Pessoas muito preocupadas em fazer sua pes- quisa corretamente geralmente falham na perspicácia. Claro, o rigor intelectual não fica no ca- minho da relevância. O editor se referiu a isso como “lógica cuidadosa”, mas o que ele quis dizer foi o seguinte: “pesqui- sas nessa área não devem ser especulações, opiniões, ou jor- nalismo esperto; devem ser so- bre produção de trabalhos nos quais as conclusões possam ser desenhadas independentemen- te do público-alvo da pesquisa ou dos resultados que foram atribuídos”. Eu vejo como uma pesqui- sa burocrática, porque procura observar a dimensão humana – O quE O DESENVOLVIMENTO DA TEORIA NãO é: OBjETIVO E DEDuTIVO Se as teorias não são verdades, como elas podem ser objeti- vas? Nós fazemos uma grande confusão acerca da objetivi- dade da ciênciae na pesquisa, portanto, confundimos dois processos bem diferentes: a criação da teoria e o teste da teoria. O primeiro baseia-se no processo de indução (do par- ticular para o geral, de infor- mações tangíveis a conceitos gerais), enquanto o segundo é formado através da dedução (do geral para o particular). Eu fico feliz que outras pessoas testem teorias, façam pesquisas dedutivas. Isso é útil; nós precisamos descobrir não se aquela teoria é falsa (já que todas são), mas se pelo menos como, porque e onde ela fun- ciona melhor em comparação a outras. No entanto, eu simples- mente não acredito que preci- samos de tanta gente fazendo isto na nossa área, comparado à pequena quantidade de pes- soas que criam teorias inte- Uma das mais famosas teorias do mundo está descrita no Alcorão e na Bíblia: a de Adão e Eva no paraíso. carreira | inclusão 20 administradores.com agosto/setembro 2012 ascida no interior de Pernambuco, Joana Belarmino é filha de um casal de camponeses que teve ao todo 13 filhos, sete dos quais nascidos cegos, ela inclusa. Mas nada disso impediu que ela fosse criada e educada como qualquer outra crian- ça. E, assim, Joana estudou, aprendeu por meio do braille e fez vestibular para Jornalismo, contrariando opiniões de diversas pessoas na época. “Educadores, pedagogos e as pessoas que lidavam com a questão da profissionalização diziam que seria muito difícil eu conseguir ser jornalista”, explica. N passou a obrigar que compa- nhias com 100 ou mais funcio- nários tenham de 2% a 5% de seu quadro funcional formado por deficientes. Essa legislação, segundo o sociólogo Leo Voigt, especia- lista em responsabilidade social, gerou uma revolução que abriu um mundo de oportunidades para os deficientes e gerou no- vos desafios para eles e para as companhias. “Tanto os ambien- tes de trabalho tiveram que se adaptar ao perfil dessa mão de obra quanto esses trabalhado- res tiveram que tentar adentrar em espaços antes inacessíveis”, destaca Voigt. DESAFIOS Apesar desse esforço de ambos os lados, ainda há problemas com o cumprimento desta obri- gatoriedade pelas companhias, que muitas vezes contratam pressionadas por fiscalizações, não confiam na capacidade desses profissionais ou não oferecem estruturas físicas que promovam a acessibilidade de- les. Segundo Isabela D’Angelo, psicóloga e analista de RH da Proton Consultoria, essas organizações precisam se conscientizar de que a diver- sidade é benéfica para a so- ciedade e para o próprio pro- fissional com deficiência. “O principal é quebrar barreiras físicas e atitudinais”, afirma. No entanto, os desafios não se resumem à receptividade das empresas. Muitas organizações ainda têm dificuldades em en- contrar profissionais qualifica- dos para preencher totalmente as cotas, o que prova que ain- da existe muito o que fazer. É preciso “que (as pessoas com deficiência) estudem, desenvol- vam-se, briguem pelo direito à educação, transporte, exigin- do do governo capacitação e facilitação de sua inserção no mercado”, declara Maria Lúcia Benhame, especialista em Direi- to Trabalhista. Um desses casos em que houve busca pelo aperfeiço- amento é o de André Luís Macedo. Em 1995, um mergulho na praia em água rasa mudou completamente a vida dele, na época com 17 anos. O rapaz, que era estudante de nível médio, fraturou a cervical e ficou te- traplégico. Passou dois anos na reabilitação e após esse período, fez supletivo e prestou vestibular na área de Computação para a UERJ, onde estudou por quatro anos. “É uma outra realidade. Às vezes as provas eram em papel e eu fazia no computador. Mas consegui ir me adaptando e par- ticipando”, conta. Depois de formado, foi em No entanto, ela formou-se pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e atuou em uma empresa do ramo por nove anos. “Foi um período muito difícil no jornal O Norte, porque na época, na década de 80, nem as pessoas que enxergam usavam o computador. Era usa- da a máquina de escrever e eu fazia minhas coberturas com braille e gravador. Apesar de ter sido um período desafiante, foi muito produ- tivo. Fiz grandes reportagens e aprendi que a faculdade é o lugar em que você reflete sobre a prática, mas a redação lhe dá exatamente o que a instituição não pode, que é a rotina, o fazer cotidiano”. Após esse período, a profissional voltou a estudar, fez Mestrado, depois participou de um concurso e segue a carreira docente desde 1994 na própria UFPB, tendo concluído, em 2004, Doutorado pela PUC, em São Paulo. Joana faz parte de um grupo seleto, mas que vem aumentando nos âmbitos social e profissional: deficientes com carreiras de sucesso. Alvo de segregação e marginalidade social históricas, esse seg- mento vem, literalmente, transpondo barreiras ao longo do tempo e hoje, ser deficiente deixou de ser sinônimo de incapacidade. No entanto, essa mudança de paradigma é recente. Os avanços rela- cionados a esses profissionais no mercado de trabalho só come- çaram a ocorrer a partir da década de 90, como o estabelecimento de cotas nas empresas. No Brasil, a lei previdenciária nº 8213/91 Na busca por vagas e estabelecimento no mercado, os deficientes têm conquistado vitórias, mas ainda se deparam com a falta de acessibilidade e os preconceitos de empresas e pessoas. por mayara chaves | imagens thinkstock (D)EFICIêNCIA SEM LIMITES 21administradores.comagosto/setembro 2012 busca de emprego e encontrou barreiras de preconceito em empresas particulares, o que o fez optar pelo funcionalismo público, conseguindo ser aprovado em concurso da Petrobras para a área de Análise de Siste- mas. “No mercado particular, a gente bate com a cara na porta mesmo. A única opção seriam os concursos públicos, já que temos a legislação que fala da cota e, para mim, foi a melhor saída”, explica. E nem as adversidades impediram que André deixasse de praticar esportes. Há um ano ele e outros cadeirantes praticam o po- wer soccer (futebol em cadeira de rodas mo- torizadas). “Eu soube do esporte por meio de atendimentos e, então, comecei a ir em busca de pessoas e começamos a colocar em prática”. OBjETIVO: SER ADMINISTRADORA A prática de outras atividades, como espor- tes, dança e terapias, estimulam e possibilitam o desenvolvimento de habilidades físicas e motoras. E esse tipo de incentivo foi um alia- do no caso da estudante de Administração pela Universidade Católica de Pelotas Thaís Pinheiro Cândia. Ao nascer, ela teve uma do- ença chamada kernicterus, um tipo de icterí- cia, que evoluiu após 24h a um estado de para- lisia cerebral. Em decorrência, teve sequelas na parte da coordenação motora e audição. Diante disso, seus pais procuraram opiniões de vários neurologistas, que afirmaram que o desenvolvimento de Thaís dependeria do es- tímulo dado a ela. Assim, a partir do incentivo de seus fa- miliares, começaram os progressos. Aos 4 anos ela começou a andar e falar auxiliada por tratamentos de fisioterapia, hidroterapia e fonoaudiologia, além de ter aprendido leitura labial sozinha. Para se alfabetizar, sua mãe teve um papel fundamental. “Na primeira sé- rie, minha mãe colocava cartazes por todos os lados para que eu pudesse aprender a ler e a escrever”, conta. Após passar por várias dificuldades no en- sino fundamental e médio, com relação à falta de aparelhos auditivos e ao próprio preconcei- to de professores e colegas, ela fez vestibular para Administração na Universidade Católica de Pelotas e foi aprovada. Hoje, com 18 anos, está terminando o primeiro semestre. “Estou amando o curso e pretendo fazer um estágio na área neste semestre”, afirma. “Eu sempre sofria preconceito, tanto por ser deficiente, quanto por me sairbem nas aulas”, afirma Thaís, que quando começou a cursar o primeiro ano do ensino médio, sofreu com atitudes de pessoas da escola. “Parecia que todos os professores não me conheciam e não me aceitavam apesar de eu estar no mesmo colégio há tanto tempo. Não fazia sentindo essa discriminação. Nem meus colegas ajudavam, por eu ser diferente”, relata a estudante, que acabou repetindo a série no mesmo colégio, o que mudou a ati- tude dos professores. “Isso começou a fazer com que eles se dessem conta de que eu tinha problemas e tenho até hoje”, desabafa. thaís pinheiro cândia Estudante de Administração Em sua vida como jornalista, Joana passou por situações em que as pessoas receavam que ela não conseguiria realizar uma matéria e até mesmo fontes que acreditavam que ela se ressentiria se falassem com outros jorna- listas. “Esse tipo de preconceito está dentro da cultura, da sociedade, fica mais diluído”, afirma. Ela acredita que o maior preconceito é o institucional, pela falta de condições de trabalho para o deficiente exercer sua cidada- nia. No caso dela, esses obstáculos puderam ser superados com o apoio de uma rede de colaboração. “Os obstáculos são impostos pela falta de se pensar um modelo de cida- dania que incorpore todas as pessoas, daí a importância dessa rede colaborativa”. joana belarmino Professora doutora em Comunicação e jornalista Para André, o preconceito se deu mais na busca por oportunidades nas empresas priva- das, onde o preconceito normalmente não é exacerbado, mas quando chegava o momento de se receber um feedback, vinha uma nega- tiva. No entanto, o receio das empresas não condiz com sua atuação como profissional. “Na Petrobras realizo meu trabalho há 5 anos, já fui reconhecido com premiações internas. Se eu fosse incapaz, teria só entrado, ficado encostado, mas não é o que mostra a reali- dade. Tenho produzido muito aqui”, explica. andré luís macedo Analista de Sistemas da Petrobras abrindo os olhos dos outros é Preciso uma rede de colaboração constrangimentos inFundados carreira | inclusão 22 administradores.com agosto/setembro 2012 natureza das transições na liderança. Assim, surgiu a ideia das sete grandes mudanças pelas quais os líderes passam entre a liderança funcional e a empresarial. 1. DE PERITO A MuLTIFuNCIONAL As funções de negócios de uma empresa são subculturas gerenciais, com suas próprias regras e linguagens. Gerentes transitando entre papéis de liderança da empresa devem, portanto, trabalhar duro para atingir uma “fluência multifuncional”. Alguém do marketing obviamente não pode se tornar um expert em operações ou P&D, mas pode tornar-se fluente – confortável com os principais termos, ferramentas e ideias empregadas pelas inúme- ras funções a serem integradas. É crítico que os líderes empresariais Ao entrevistar mais de quarenta executivos seniores para ob- ter um levantamento qualitativo em primeira mão, observamos a 24 administradores.com agosto/setembro 2012 carreira | liderança Para atingir um patamar ideal de líder, os profissionais devem passar, de acordo com eles mesmos, por uma espécie de “provação”. Está na hora de você descobrir quais são eles. SETE TRANSIçõES quE BONS LíDERES DEVEM FAzER por michael d. watkins* | imagem thinkstock á transições significativas que os líderes experimentam ao assumir novas funções. E as mais difíceis ocorrem ao deixarem, pela pri- meira vez, de serem líderes funcionais para serem gerentes gerais, ou líderes das unidades de negó- cios, ou empresariais. Mas o que ainda é incerto é a natureza dessas mudanças. H Ser um definidor de agenda significa identificar e priorizar ame- aças emergentes; e comunicá-las de forma que a organização possa responder. O restante da função exige a mobilização de ação pre- ventiva e a condução da mudança organizacional. E isso cria uma organização que aprende e responde eficazmente às mudanças em seu ambiente, podendo surpreender seus concorrentes. 6. DE GuERREIRO A DIPLOMATA Líderes empresariais eficazes enxergam os benefícios de mol- dar ativamente o ambiente externo e gerir relacionamentos críticos com poderosas entidades, como governos, ONGs, a mídia e investidores. Eles identificam oportunidades de colaboração entre empresas, estendendo a mão aos rivais para ajudar a moldar as regras do jogo. Gerentes funcionais, por outro lado, tendem a focar mais no desen- volvimento e implantação de capacidades internas para lidar melhor com seus principais concorrentes. 7. DE COADjuVANTE A PROTAGONISTA Pessoas tendem a observar primeiro os líderes empresariais para obterem pistas sobre as atitudes e comportamentos “certos”, e para ter visão e inspiração. No nível de líder funcional, é aceitável ser ape- nas um gerente eficiente e eficaz, um membro do “elenco de apoio”. Líderes empresariais, pelo contrário, estão constantemente “no pal- co principal”, onde se espera um padrão mais elevado – um modelo exemplar. Para o bem ou para o mal, a liderança sênior de cada organi- zação é contagiante; os comportamentos dos líderes tendem a ser transmitido aos seus subordinados diretos, que retransmitem ao ní- vel seguinte, e assim por diante. Com o tempo, permeiam a orga- nização de cima para baixo, influenciando atividades em todos os níveis. Eventualmente, são incorporados na cultura organizacional, influenciando as pessoas que são promovidas e contratadas, criando um círculo de feedback de auto-reforço – sendo positivo ou negativo. Estas sete mudanças entre a liderança funcional e a empresarial são cruciais para o sucesso da transição. Mas é importante ter em mente que os maiores motivos pelos quais os líderes fracassam em tais transições é deixar de aprender. É impossível estar totalmente pronto para se tornar um líder empresarial pela primeira vez, mas há muito que se pode fazer na preparação; e por conhecer as conse- quências das mudanças, os líderes serão mais bem preparados para passar pela transição. tenham conhecimento suficiente para serem capazes de avaliar e contratar as pessoas certas para liderar áreas funcionais das quais não sejam especialistas. 2. DE ANALISTA A INTEGRADOR A responsabilidade primária de líderes funcionais é desenvolver e gerir seu pessoal para atingir profundidade analítica em domínios focados. Por outro lado, líderes empresariais gerenciam equipes multifuncionais com o objetivo de integrar o conhecimento coletivo e usá-lo para resolver importantes problemas organizacionais. Como se pode imaginar, é importante que os novos líderes em- presariais foquem na gestão da tomada de decisão integrada e na resolução de problemas e, ainda mais importante, aprendam a che- gar a um equilíbrio. Líderes empresariais devem também gerir nos “espaços em branco” – assumir a responsabilidade de problemas que não se enquadram perfeitamente em uma única função, mas que ainda são importantes para o negócio. 3. DE TÁTICO A ESTRATEGISTA Mais do que os líderes funcionais, líderes empresariais estabelecem e comunicam a direção estratégica de suas organizações. Sendo as- sim, devem definir e comunicar claramente a missão e os objetivos (o quê), as capacidade essenciais (quem), a estratégia (como) e a visão (por que) para seus negócios. Além disso, devem trocar as marchas com facilidade, deslocan- do-se entre o foco tático (as árvores) e o foco estratégico (a flo- resta). É importantíssimo que aprendam a pensar estrategicamente, o que significa aperfeiçoar sua capacidade de: 1. perceber padrões importantes em ambientes complexos; 2. cristalizar e comunicar en- faticamente esses padrões aos outros na organização; 3. usar estas informações para antecipar e moldar as reações outros principais players, incluindo clientes e concorrentes. 4. DE PEDREIRO A ARquITETONa medida em que gerentes avançam na hierarquia, tornam-se cada vez mais responsáveis por lançarem as bases para o desempenho superior – criando o contexto organizacional em que o avanço dos negócios aconteça. Para serem eficazes a este respeito, líderes em- presariais devem entender como as bases da estratégia, estrutura, sistemas, processos e habilidades interagem. Devem também ser especialistas nos princípios do design orga- nizacional, melhoria de processos de negócios e gestão de capital humano. Poucos líderes de potencial elevado recebem treinamen- to formal na teoria e prática do desenvolvimento organizacional, deixando-os despreparados para serem os arquitetos de suas orga- nizações, ou para serem consumidores prendados no trabalho dos consultores de desenvolvimento organizacional. 5. DE SOLuCIONADOR DE PROBLEMAS A DEFINIDOR DE AGENDA Muitos líderes são promovidos devido às suas habilidades em re- solver problemas. Mas quando chegam ao nível de líder empre- sarial, devem focar menos na correção e mais na definição da agenda da organização. 25administradores.comagosto/setembro 2012 dr. michael watkins é professor de Liderança e Mudança Organizacional do IMD, International Institute for Management Development - uma das principais escolas de negócios do mundo, localizada em Lausanne, Suíça. cenário econômico, social e demo- gráfico do século XXI exige da ges- tão de pessoas um papel proativo, capaz de contribuir para o êxito da empresa. Este papel deve ser menos centralizado no posto de trabalho e ter um foco maior nas pessoas que o desenvolvem. O aumento na idade em que se tem o primeiro filho, abrem novos desafios e marcam novas ten- dências na gestão de pessoas. A mobilidade internacional e o envelhecimento da popu- lação tornarão obrigatório um melhor gerenciamento da diver- sidade, com várias gerações, de valores diferentes, no interior de uma mesma organização. Por sua vez, a tendência para uma conciliação entre as vidas no trabalho e na família assumi- rá um papel importante, não só pelo cuidado dos filhos (ou fi- lho), mas também pelo cuidado dos pais, cuja longevidade será maior. Essa conciliação deixa- rá de ser um tema associado à mulher e será considerada uma necessidade para dotar a socie- dade de uma estrutura social com certa estabilidade. A globalização e a mobili- dade internacional dos trabalha- dores tornarão necessária uma sólida estratégia de expatriados e impatriados (estrangeiros im- portados pelas empresas). As últimas tendências apontam para o desenvolvimento de políticas de rotação internacional para quem quiser fazer carreira em uma organização. NOVAS TECNOLOGIAS Com relação à digitalização da vida e ao desenvolvimento das tecnologias e mídias sociais, é possível assegurar que estão Além disso, a circulação de trabalhadores do conhecimento de país para país, uma vida cada vez mais digitalizada e, por que não, o aparecimento de aplicações da informática com novidades e tec- nologias sociais, também favorecem esse panorama de alteração. A primeira tendência que é preciso marcar, portanto, está relacionada à personalização ou individualização na gestão de pessoas. DEMOGRAFIA, GLOBALIzAçãO E MOBILIDADE O envelhecimento da população mundial, inclusive em países jovens, como o Brasil, unido a um índice de natalidade em declínio e a um os modelos de gestão tradicionais precisam ser – urgentemente – revisados por empresas que insistem em adotar um perfil dos séculos passados. A sociedade e a forma de se fazer negócios estão mudando e o futuro indica uma mudança ainda mais drástica no principal ativo das organizações: as pessoas. por esperanza suarez ru* e josé ramón pin arboledas | imagens thinkstock AS TENDêNCIAS PARA OS PRóXIMOS 20 ANOS NA GESTãO DE PESSOAS 26 administradores.com agosto/setembro 2012 carreira | recursos humanos mudando a maneira como as pessoas se comunicam, dentro e fora do trabalho. Entre outros fatores, graças à sua existência, as pessoas estão sendo mais co- nhecidas pelo que sabem fazer do que pelo posto ocupado, o que torna obrigatório um giro de 360 graus na gestão de pessoas. Na atual e na futura cultura em- presarial, vem sendo imposto o conceito de “redarquia”, apon- tado por autores como Cabre- ra, em oposição à “hierarquia” das empresas tradicionais. A redarquia significa uma nova ordem baseada nas relações de participação surgidas de forma espontânea entre pessoas com interesses parecidos. A execução e a colocação em marcha de ações não esta- rão, portanto, focadas em quem tem o poder no nível hierárqui- co, mas naquele que, por meio de redes de colaboração, conse- guir levá-las ao fim. As gerações que se incorporarem às organi- zações daqui a duas décadas vão exigir um estilo de direção capaz de permitir que trabalhem em uma estrutura mais informal. Trata-se de uma geração digital que assume os valores da rede: participação, horizon- talidade, transparência, cola- as pessoas trabalham e se re- lacionam, e vem se arraigando profundamente. Esta nova forma de compar- tilhar coisas do trabalho, inclusi- ve fora do horário de serviço e da estrutura hierárquica da em- presa, é o que, de acordo com Shirky, está mudando o mundo, profissional e pessoal. As estru- turas serão mais planas e a for- ma de progredir em nível pro- fissional terá mais a ver com os projetos dos quais se participa do que com os cargos ocupados. Cria, também, um ambien- te propício para que as pes- soas possam demonstrar suas competências para o resto da comunidade. É a partir daí que esperamos a transformação dos profissionais daqui a 20 anos: comandos e líderes serão eter- nos estudantes, com mentali- boração, criatividade e assim por diante. Por tudo isso, outra tendência é a criação de redes sociais internas ou corporati- vas (ou plataformas colabora- tivas) de forma generalizada nas empresas. A ERA DA COLABORAçãO Neste contexto, novos conceitos vão sendo implantados, tentan- do definir a mudança que está ocorrendo na já chamada era da colaboração: inteligência coletiva, consumo colaborativo, nativos digitais, geração Face- book, geração Einstein, milen- nials (a geração nascida entre 1980 e 2000, trabalhadores da década seguinte). São conceitos que deixam claro o aparecimen- to de uma nova revolução, que tem a ver com a maneira como dade aberta e flexível, no lugar de professores sentados em suas cátedras. Resumindo, as tendências para os próximos anos serão: acentuação de políticas como a gestão da diversidade, expa- triados no mercado e concilia- ção entre o trabalho e a família; maneiras criativas de promover as pessoas, baseadas mais na colaboração em projetos do que na ascensão vertical; a liderança colaborativa e o aproveitamento das novas tecnologias coletivas para dirigir o talento. esperanza suarez ru é pesquisadora do IRCO (Centro Internacional de Pesquisa de Organizações) do IESE Business School, eleita uma entre as dez melhores escolas de negócios do mundo. ieseinsight.com José ramón Pin arboledas é professor de Gestão de Pessoas nas Organizações e Ética dos Negócios do IESE Business School. 27administradores.comagosto/setembro 2012 Comandos e líderes serão eternos estudantes, com mentalidade aberta e flexível, no lugar de professores sentados em suas cátedras 28 administradores.com agosto/setembro 2012 negócios | sexo 29administradores.comagosto/setembro 2012 Uma cidade como Pompeia seria inconcebível nos dias de hoje. Depois de quase dois milênios de transformações culturais e rede- finições de paradigmas, práticas como aquelas passaram a ser so- cialmente reprimidas. Mas
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