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A Sociedade e o Estado Noções de Sociedade e Estado: - Comunidade: (comum+unidade); indivíduos unidos em torno de um bem comum, de um objetivo singular, com ideal de ajuda mútua. - Sociedade: simplificadamente, sociedade é ordenamento dos relacionamentos humanos que se sobrepõe a outras opiniões. Organização político filosófica que orienta a luta entre os seres humanos pelo poder econômico, social e político. Teorias que explicam a origem da sociedade: - Diante da complexidade que envolve o conceito de sociedade, algumas considerações são necessárias, a saber: 1. Etapas de Desenvolvimento social (Karl Marx e Friederich Engels) - comunismo primitivo; - sociedade antiga ou escravista; - sociedade feudal; - sociedade capitalista. Obs: sociedade de consumo e desigualdade social. Elementos característicos da sociedade: - finalidade ou valor social: A sociedade alcança seus objetivos por meio de três possibilidades concretas: a cooperação (unificando esforços para a obtenção de uma finalidade ); a agressão (as finalidades perseguidas são diversas, assim como os métodos para conquista-las); neutralidade ou indiferença (o ser humano seria alheio à sorte de seus semelhantes). - manifestações de conjunto ordenadas: Para que uma sociedade atinja a estabilidade, se faz necessário a organização de comportamentos humanos, dirigidos à procura de alguns objetivos básicos. Nas sociedades onde o uso da violência prevalece, fica mais difícil alcançar os anseios sociais. - poder social: Todas as sociedades perseguem a meta de garantir que a posse das coisas seja em certa medida estável, sem estar sujeita a desafios constantes e ilimitados. É difícil enxergar condições de desenvolvimento senão se determina um processo produtivo, pois uma sociedade que não gera bens de consumo está condenada à extinção. Uma sociedade onde as desigualdades sociais e as condições de miserabilidade são constantes será uma sociedade propensa a conflitos sérios, inclusive envolvendo violência física. Obs.: A sociedade deve buscar o bem comum. Entende-se por bem comum o “conjunto de todas as condições de vida social que consistam e favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade humana” (Papa João XXIII – Encíclica Pacem in Terris). Para o alcance do bem comum é necessário que exista um ordenamento preestabelecido, um conjunto de valores e de fins compartilhados (os textos normativos), que expressarão o poder social. O poder determinante na sociedade é o poder do Estado, fruto da organização política, da construção de uma institucionalidade governamental e de um processo de auto regulação normativa das atividades diversas de seus membros, considerados pessoas e cidadãos, em busca de metas previamente definidas. Estado-Poder e Estado-Sociedade: - Estado-Sociedade: o Estado é um fato social, estudado a partir de seus elementos de origem, composição e características de seu povo, com base na sociologia, antropologia e psicologia social. - Estado-Poder: o Estado é um fenômeno normativo. Daí a utilização da expressão Estado para designar o governo, o órgãos executivo, legislativo e judiciário, a polícia e as repartições burocráticas. Estudado com base na sua capacidade de exercer soberania, nacional e internacionalmente. - Conceito de Estado: poder institucionalizado, que deve sempre garantir a liberdade do homem, de acordo com seus desejos legítimos, mediante regras preestabelecidas. É igualmente centro de decisões e de comportamentos ou impulsos, visando à realização das finalidades humanas. - Características do Estado (matrizes mínimas e irredutíveis de atuação Estatal): 1. Centralização do Poder; 2. Institucionalização (a autoridade não se pode confundir com a pessoa que a exerce); 3. Coercitibilidade (administra a justiça e possui o monopólio da força); 4. Autonomia (capacidade de alcançar os objetivos gerais como o bem estar social, a manutenção da paz e da segurança da sociedade e na sociedade); 5. Sedentariedade (território e espaço físico de atuação); Evolução histórica do Estado: - A origem do Estado não é tão importante quanto o fundamento jurídico do Estado, uma vez que este se constitua. - Teorias sobre a origem do Estado 1. Teorias que abordam a origem do Estado a partir da existência de uma sociedade “pura e simples” Inicio do Estado através da manifestação da vida social Teoria que expressa que o Estado sempre existiu: Segundo o historiador Eduard Meyer, Estado e sociedade se confundem. Não há como separar o surgimento do Estado da origem e do desenvolvimento da sociedade, tendo em vista a necessidade de organização imposta pelo desenvolvimento social. Teoria que sustenta que o Estado aparece em determinado momento da história da sociedade: O Estado, como sociedade organizada institucionalmente a partir de normas obrigatórias e cogentes (imperativas), aparece em um determinado momento da evolução humana. A primeira dessas teorias esboça o contrato social, e evolui historicamente conforme se observa abaixo: - Althusius (1557-1638) – Alemanha; - Hugo Grócio (1583-1645) – Holanda; - Thomas Hobbes (1588-1679) – Inglaterra – Leviathan - Immanuel Kant (1724-1804) – Alemanha - J. J. Rousseau (1712-1778) – Suíça – Do Contrato Social Para Rousseau, logo após a humanidade atravessar um estado de natureza, os homens renunciaram a sua independência e fundaram a sociedade e o Estado através de um pacto, o contrato social. Karl Marx (1818-1883) critica tal visão de Estado ao afirmar que o Estado não pode ser tomado como a materialização do interesse geral, por cima do interesse particular, posto que sua existência é a concretização da existência de classes. Nesta visão, o surgimento do Estado está atrelado à propriedade privada e às condições de apropriação daquilo que a princípio era tido como bem comum. Teoria que sustenta que o Estado se origina com o aparecimento de suas características essenciais: Guerra dos Trinta Anos (1618-1648): série de guerras que diversas nações europeias travaram entre si a partir de 1618, especialmente na Alemanha, por motivos variados: rivalidades religiosas, dinásticas, territoriais e comerciais, e que originaram-se das rivalidades entre católicos e protestantes e assuntos constitucionais germânicos e foram gradualmente transformados numa luta europeia. Apesar de os conflitos religiosos serem a causa direta da guerra, ela envolveu um grande esforço político da Suécia e da França para procurar diminuir a força da dinastia dos Habsburgos, que governavam a Áustria. As hostilidades causaram sérios problemas econômicos e demográficos na Europa Central e tiveram fim com a assinatura, em 1648, de alguns tratados que, em bloco, são chamados de Paz de Westfália. A partir da assinatura desse tratado, definiu-se os elementos do Estado, quais sejam: a soberania, o povo e o território. 2. Surgimento de novos Estados a partir de Estados preexistentes Descolonização Potência (ou metrópole) x colônia: a metrópole, através da força, domina a colônia que perde sua soberania. Etapas: 1945-1960 (Oriente Médio e Sudeste Asiático) 1960 (respaldo da ONU, que adotou a Resolução nº 1514, denominada “Declaração de Outorga da Independência aos Países e aos Povos Coloniais. Separação Desmembramento de um território ou Estado, para constituir novo Estado. União de Estados Vários Estados ou territórios, com identidade de características, podem unificar-se constituindo nova soberania, novo povo e novo território. Formas atípicas: Ex.: Estado de Israel; Estado Alemão; Dissolução da União Soviética; Estado da Cidade do Vaticano. Os elementos constitutivos do Estado: Soberania: A soberania é o exercício da autoridade que reside num povo e que se exerce por intermédio dos seus órgãos constitucionais representativos. A soberania é entendida, também, como a dignidade estatal, ou seja, a capacidade de autodeterminação interna e de independência de atuação na sociedade internacional.Território: É o espaço em que o poder do Estado pode desenvolver sua atividade específica, que é o poder público. Povo: Conceito sociológico: agrupamento humano com cultura semelhante (língua, religião, tradições) e antepassados comuns; supõe certa homogeneidade e desenvolvimento de laços espirituais entre si. Conceito político-jurídico: conjunto de indivíduos submetidos às mesmas leis. São os súditos das leis ou os cidadãos de um mesmo Estado e sua aceitação como elemento essencial para a constituição e existência do Estado é unânime. Um conceito simplificado é dado por aqueles que consideram o povo como o conjunto de cidadãos de um Estado. Para fazer parte de um povo, é preciso ser cidadão, ou seja, que possuam direitos e deveres que permitam a esse indivíduo participar da formação da vontade do Estado. Povo é, portanto, um elemento constitutivo necessário a existência do Estado. Finalidade do Estado: O Estado deve buscar o bem comum de seus indivíduos.
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