Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DAU / Instituto de Tecnologia IT 822 - Mecânica dos solos Prof. Dr. Fabrício de Menezes Telo Sampaio Classificação UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO Introdução Geral Natureza: Diversidade de solos com comportamentos diferentes perante a esforços de obras da Engenharia. Classificação: agrupamento em conjuntos distintos. Objetivo: prever o comportamento de um solo. Introdução Objetivo: prever o comportamento de um solo. Forma de classificação: parâmetros físicos. Experiência: extremamente importante. Engenharia classificação baseada no potencial de um solo para uso em bases de pavimentos e fundações ou como material de construção. UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO Introdução Diversas classificações qual adotar? Finalidade da obra (rodovia, aterro, fundação...). Introdução BUENO & VILAR (1998): sistema de classificação deve ser simples, memorizável e flexível. Ex.: Classificação Pedológica do Brasil UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO Introdução Tipos de classificação: a) Classificação genética dos solos (origem): solos residuais e sedimentares. Pode ter subdivisões (ex. solo residual jovem, solo sedimentar eólico, etc.). b) Classificação NBR 6502: designa os solos de Introdução b) Classificação NBR 6502: designa os solos de acordo com as suas frações granulométricas. c) Classificação pela estrutura: agregada e isolada, subdivididas em floculada, dispersa, orientada, etc. Meio geotécnico: Sistema Unificado de Classificação do Solo e a classificação da AASHTO (American Association of State Highway and Transportation Officials). UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO Classificação Táctil Visual Análises simples e diretas por manuseio em campo ou em laboratório (análise primária). Classificação Visual UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO Classificação Táctil Visual Sempre deve ser acompanhada por ensaios específicos para ter amparo técnico. Classificação Visual UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO Classificação Táctil Visual Teste visual e táctil: misturar o solo com água. Areia: ásperas ao tacto, partículas visíveis a olho nu e permitem individualização; silte: menos áspero (mais sedoso); argilas: úmida pasta moldável e pegajosa, seca farinha, forma estruturas muito coesas. Classificação Visual seca farinha, forma estruturas muito coesas. Teste de sujar as mãos: pasta (solo + água) na palma da mão. Colocar sob água corrente observando a lavagem do solo. Arenoso: lava-se facilmente. Solo siltoso: só se limpa depois de um certo tempo com fricção. Argiloso: dificuldade de se soltarem das mãos. Obs.: agregados de silte+argila pseudo-areia. UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO Classificação Táctil Visual Teste de desagregação: torrão de solo imerso em recipiente com água, verificando a desagregação. Rápida, para solos siltosos e lenta para os argilosos. Teste de resistência dos solos secos: torrão seco sob pressão entre os dedos. Argila: resistência Classificação Visual sob pressão entre os dedos. Argila: resistência elevada, siltes e areias baixa resistência. Teste de dispersão em água: pequena quantidade de solo numa proveta com água. Agita-se e procura-se verificar o tempo para a deposição das partículas. Arenosos: rápido (30 a 60 segundos); siltosos: médio (15 a 60 minutos): e, argilosos: podem levar horas. UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO Classificação Unificada (SUCS) Sistema Unificado de Classificação de Solos: Arthur Casagrande (1942), para a construção de aeroportos. Posteriormente: barragens, fundações, entre outras. Adota a curva granulométrica e os limites de consistência do solo. Classificação Unificada consistência do solo. Solos com poucos finos: classificação feita de acordo com a sua curva granulométrica; solos que finos afetam o seu comportamento: classificação feita de acordo com suas características de plasticidade. UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO Classificação Unificada (SUCS) Classifica-se com duas letras (origem inglesa): prefixo - tipo, sufixo - granulometria e plasticidade. Quatro maiores divisões do SUCS: (1) - Solos grossos (pedregulho - G, e areia - S), (2) - Solos finos (silte - M, e argila - C), Classificação Unificada (2) - Solos finos (silte - M, e argila - C), (3) - Solos orgânicos (O), (4) - Turfa (Pt). A classificação é realizada na fração de solo que passa na peneira 75mm, anotando-se a quantidade de material eventualmente retida nesta peneira. UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO SUCS Solos Grossos Pedregulhos: > 50% da fração grossa retida na peneira 4 (4,75mm). Areias: < 50% retido na peneira 4. Grupos: dividido em 4 subgrupos (depende da curva granulométrica ou da natureza da fração fina). 1) Limpo de finos, bem graduado w, (SW e GW); Classificação Unificada 1) Limpo de finos, bem graduado w, (SW e GW); 2) Limpo de finos, mal graduado P, (SP e GP); 3) Quantidades apreciáveis de finos, não plásticos, M, (GM e SM); 4) Finos presentes, plásticos C, (GC ou SC). Obs.: finos entre 5 e 12% nomenclaturas duplas, como GW-GM, SP-SC. UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO SUCS Solos Grossos Solos SW e GW: Altos valores de g, baixa porosidade, maior resistência, menos deformável. Pedregulhos: CNU > 4. Areias: CNU > 6. Cc: entre 1 e 3. Solos GD e SD: máximo de 5 % de finos. Classificação Unificada Solos GD e SD: máximo de 5 % de finos. Sedimentares. Solos GM e SM: finos presentes (> 12 % *) afetam as propriedades de engenharia: deformabilidade, resistência cisalhamento, e permeabilidade. Solos GC e SC: mais que 12% de finos com comportamento predominante de argila. UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO SUCS Solos Grossos Classificação Unificada UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO SUCS Solos Finos Finos: mais de 50 % passa da peneira #200 (0,075 mm). Classificação: baseada apenas os limites de plasticidade e liquidez do solo, plotados na forma da carta de plasticidade de Casagrande. Carta agrupa os solos finos em diversos Classificação Unificada Carta agrupa os solos finos em diversos subgrupos (função de características de plasticidade). Possui três divisores principais: Linha A (equação: IP = 0,73.(wL - 20)), linha B (wL = 50%) e linha U (IP=0,9.(wL - 8). Subgrupos (CL, CH, ML e MH) são classificados de acordo com a sua posição em relação às linhas A e B. UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO SUCS Solos Finos Carta de plasticidade. Classificação Unificada UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO Classificação da AASHTO Bureau of Public Roads (1920): vias secundárias. Estabilidade dos solos para pista ou em conjunto com uma fina capa asfáltica. Pode ser usada para aterros, subleitos, bases e subbases de pavimentos flexíveis, etc. Classificação AASHTO subbases de pavimentos flexíveis, etc. O sistema da AASHTO classifica o solo em oito diferentes grupos:de A1 a A8 e diversos subgrupos. Os solos dentro de cada grupo ou subgrupo são ainda avaliados de acordo com o seu índice de grupo, o qual é calculado por intermédio de uma fórmula empírica. UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO Solos dos grupos A1 ao A3 Solos grossos. A1 bem graduados. A3 areias mal graduadas, muito pouco finos. A2 granulares (máx. 35% passando na peneira 200), possuem uma quantia significativa de finos. Classificação AASHTO 200), possuem uma quantia significativa de finos. UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO Solos dos grupos A4 ao A8 Solos finos, materiais silto-argilosos. Diferenciação entre grupos limites de Atterberg. Solos altamente orgânicos (incluindo-se aí a turfa) devem ser colocados no grupo A8. Como no SUCS: classificação do A8 é visualmente. Classificação AASHTO Como no SUCS: classificação do A8 é visualmente. O índice de grupo é utilizado para auxiliar na classificação do solo. Ele é baseado na performance de diversos solos, especialmente quando utilizados como subleitos. O índice de grupo é determinado utilizando-se a equação apresentada adiante: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO Solos dos grupos A4 ao A7 F: percentagem de solo passando na peneira 200. Grupos A-2-6 e A-2-7: índice de grupo determinado utilizando-se somente o índice de plasticidade. Classificação AASHTO utilizando-se somente o índice de plasticidade. Índices de grupo negativos: adotar um índice nulo. Classificação da AASHTO: com os dados necessários, seguir os passos indicados da figura, da esquerda para a direita, e encontrar o grupo correto por um processo de eliminação. A classificação completa inclui o índice de grupo. UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO Tabela AASHTO Classificação AASHTO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO Tabela AASHTO Classificação AASHTO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO Standart Penetration Test (SPT) Avalia os estados de compacidade e consistência. Areias e siltes arenosos: f (compacidade). Argilas e siltes argilosos: f (consistência). Classificação SPT UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO Classificação para os solos tropicais (MCT) SUCS: não satisfatório para solos tropicais. (Nogami e Vollibor,1961) Classificação MCT, mais apropriada, com ênfase em projetos de estradas. 2 grupos: comportamento laterítico e não laterítico. MCT (Mini-Compacto-Tropical): ensaios realizados Classificação MCT MCT (Mini-Compacto-Tropical): ensaios realizados com corpos de prova de dimensões reduzidas, compactados dinamicamente e considerando também a granulometria e propriedades pedológicas. Parâmetros principais: ensaio mini-CBR (esforço de penetração, absorção, expansão/contração, permeabilidade, perda de massa por imersão, granulometria entre 2,00 e 0,075 mm). UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO Classificação para os solos tropicais (MCT) Classificação MCT Sete regiões. Solos comportamento não Laterítico: parte superior. Cada região tem duas letras: N ou L indica o Gráfico para a classificação MCT. letras: N ou L indica o comportamento não laterítico ou laterítico. Segunda letra (A,A',S',G') indica a fração granulométrica dominante. UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO Classificação para os solos tropicais (MCT) A primeira variável usada como abscissa e simbolizada por c' representa a inclinação do trecho reto da curva Mini-MCV para 10 golpes e em ordenadas estão colocados os valores e' calculados pela equação empírica: Classificação MCT pela equação empírica: d' : inclinação do ramo seco da curva de compactação para uma energia correspondente a 12 golpes (aproximadamente igual à do Proctor Normal, 560 kJ/m³); Pi : percentagem de perda de material por imersão. UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO Classificação para os solos tropicais (MCT) Cálculo do c’: Classificação MCT O coeficiente c’ é a inclinação da curva de afundamento correspondente ao valor de correspondente ao valor de Mini-MCV = 10 (hipotética). Para tal, seguindo-se as inclinações das outras curvas, interpola-se uma curva que passe pelo ponto de abscissa = 10 golpes e ordenada 2,0 mm. UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO Outras classificações Na literatura, observamos várias classificações, como: Classificação pedológica; Classificação da movimentação de sedimentos; Classificação TRB. Classificação do solo Classificação TRB. UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO Bibliografia 1. CAPUTO, H. P. Mecânica dos solos e suas aplicações. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1978. 219 p. 2. NOGUEIRA, J. B. BUENO. Mecânica dos solos. Gráfica EESC/USP. São Carlos, 1988. Bibliografia EESC/USP. São Carlos, 1988. 3. PINTO, C. S. Curso básico de mecânica dos solos. São Paulo: Oficina de Textos, 2002. 355p. 4. Apostilas didáticas.