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PETIÇÃO INICIAL - AULA 2

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ALUNO: GUSTAVO RIBAS | MATRÍCULA: 201707205761 | DATA: 07/03/2019
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE MACAÉ/RJ
GERSON, brasileiro, solteiro, médico, portador do documento de identidade RG. N..., inscrito no CPF sob o n..., tendo como endereço eletrônico..., domiciliado e residente em Vitória/ES, na rua..., por meio de seu advogado que este subscreve, com endereço profissional à..., nesta Comarca, onde recebe intimações, vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, propor
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE DOAÇÃO
Pelo procedimento comum, em face de BERNARDO, nacionalidade, viúvo, profissão, portador do documento de identidade RG. N..., inscrito no CPF sob o n..., tendo como endereço eletrônico..., domiciliado e residente em Salvador/BA, na rua..., e JANAINA, menor impúbere, nascida em …, representada por sua genitora NOME, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora do documento de identidade RG. N..., inscrita no CPF sob o n..., tendo como endereço eletrônico..., domiciliada e residente em Macaé/RJ, na rua..., pelos motivos de fato e de Direito a seguir expostos.
I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
O requerente não encontra-se em condições financeiras para arcar com as custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo do seu sustento e de sua família. Nesse sentido, junta-se declaração de hipossuficiência (Doc. X), cópia da Carteira de Trabalho do requerente (Doc. X) e certidão de nascimento dos filhos (Doc. X). 
Por tais razões, pleiteiam-se os benefícios da Justiça Gratuita, assegurados pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV e pela Lei 13.105/2015 (CPC), artigo 98 e seguintes.
II – DA AUDIÊNCIA
Nos termos do artigo 319, VII, CPC, o requerente manifesta seu interesse pela autocomposição, ainda conforme o artigo 334, CPC.
III – DOS FATOS
Gerson, brasileiro, solteiro, médico, residente em Vitória/ES, é credor de Bernardo, viúvo, residente em Salvador/BA, conforme nota promissória no valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), já vencida em 10/10/2016. Ocorre que, Bernardo, dias após o vencimento da dívida e o não pagamento da mesma, fez uma doação, de seus dois imóveis, um localizado na cidade de Aracruz e o outro em Linhares, ambos no Espírito Santo, no valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) para sua filha Janaina, menor impúbere, residente em Macaé/RJ, com sua genitora, com cláusula de usufruto vitalício em seu favor, além da cláusula de incomunicabilidade, conforme Certidão de Ônus Reais.
IV – DOS FUNDAMENTOS
Com fundamento no artigo 171, II, do Código Civil, que expõe:
Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Ainda no Código Civil, o artigo 158, caput, estabelece:
Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.
O artigo 178, II, do Código Civil traz ainda, com relação ao prazo de decadência:
É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico.
Houve fraude contra credores, com isso o artigo 171, II, do Código Civil possibilita a ação de anulação de doação, verifica-se também em jurisprudência acerca do assunto:
TJ-RS - Apelação Cível AC 70071790836 RS (TJ-RS)
Data de publicação: 05/07/2017
EMENTA
FRAUDE CONTRA CREDORES CARACTERIZADA. Demonstrada a pré-existência da dívida quando da doação realizada ao seu filho em prejuízo a credor, de forma a conduzir o devedor à insolvência. Fraude contra credores configurada. Inteligência do art. 158 do CCB. Declarada a nulidade das doações realizadas, com retorno, dos imóveis, ao patrimônio do devedor. Sentença reformada. Redimensionados os ônus sucumbenciais. DERAM PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO. UNANIME. (Apelação Cível Nº 70071790836, Décima Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Marlene Marlei de Souza, Julgado em 29/06/2017).
Com relação à fraude contra credores, o doutrinador Renan Lotufo traz ainda:
A fraude contra credores, ademais, constitui-se, em nosso sistema, um dos chamados vícios sociais, pois nela a vontade do agente existe e funciona normalmente, havendo, inclusive, correspondência entre a intenção interna e a sua declaração, no entanto, ela é avessa à lei ou à boa-fé, eis que orientada no sentido de prejudicar terceiros ou de infringir o Direito (LOTUFO, 2003, p. 445).
V – DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, requer a Vossa Excelência:
A – Designação da audiência de conciliação ou mediação e intimação do réu para seu comparecimento;
B – Gratuidade de justiça;
C – Que seja julgado procedente o pedido para anulação do negócio jurídico;
D – Intervenção do Ministério Público;
E – Condenação dos réus nas custas processuais e nos honorários advocatícios.
VI – DAS PROVAS
Requer provar o alegado por todos os meios e provas em direito admitidos, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial a prova documental, a prova pericial, a testemunhal e o depoimento pessoal dos réus.
VII – DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais).
Termos em que,
Pede deferimento.
Macaé/RJ e data.
Advogado.
OAB/UF

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