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Pratica 1 - Ação Pauliana

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE MACAÉ/RJ
GERSON (sobrenome), brasileiro, solteiro, médico, portador da carteira de identidade _______, expedida pelo _______, inscrita no CPF/MF sob o nº _______, (endereço eletrônico), (domicílio), (endereço completo),vêm perante Vossa Excelência, por seu advogado _____ com escritório profissional em ______, para fins do artigo 77, inc. V, do CPC, vem a este juízo propor: 
AÇÃO PAULIANA 
pelo procedimento comum em face de BERNARDO, (nacionalidade), (viúvo), (profissão), portadora da carteira de identidade _______, expedida pelo _______, inscrita no CPF/MF sob o nº _______, (endereço eletrônico), (domicílio), (endereço completo) em Salvador/BA; JANAÍNA (sobrenome), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portadora da carteira de identidade _______, expedida pelo _______, inscrita no CPF/MF sob o nº _______, (endereço eletrônico), (domicílio), (endereço completo) em Macaé/RJ, pelos fundamentos de fato e de direito abaixo aduzidos.
I. DA OPÇÃO DO AUTOR PELA REALIZAÇÃO OU PELA NÃO REALIZAÇÃODA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO
Tendo em vista o conteúdo do CPC em seu art. 334 CPC, solicita-se a este juízo que seja designada coordenada para realização da audiência de conciliação. 
1. DOS FATOS
O fato expõe que Gerson é credor legítimo de Bernardo mediante nota promissória no valor de 80.000,00 (oitenta mil reais) cujo vencimento deu-se na data de 10 de outubro de 2016 sem a respectiva quitação da mesma. Ocorre que, o réu, possuindo ciência da falta de pagamento, ainda, faz um contrato unilateral de doação transferindo 2 (dois) de seus imóveis um localizado em na cidade de Aracruz e o outro localizado em Linhares , ambos no Espírito Santo, no valor de R$ 300.000,00 para sua filha, Janaína, menor impúrbere, a qual reside com a mãe em Macaé no Rio de Janeiro, com cláusula de usufruto vitalício em seu favor do próprio Bernardo , além da cláusula de incomunicabilidade, conforme Certidão de Ônus Reais. O réu, insolvente, já possui uma notória dívida a qual excede o valor de 400.000,00 (quatrocentos mil reais), além disso, o imóvel doado para sua filha encontra-se alugado para terceiros. 
1. DOS FUNDAMENTOS
O direito do autor está amparado no art. 171, II, do Código Civil, o qual expressa o vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. Um negócio jurídico, entre outros expressamente declarados em lei, anulável. Ressalta-se a intenção do devedor de fraudar o direito do autor, quando este, transfere à filha os imóveis que possuí com cláusula de incomunicabilidade e usufruto vitalício para seu próprio aproveito. Evidenciando seu domínio sobre a situação de fato. 
 Outrossim, no art. 158, caput, do Código Civil, que assim dispõe “Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.” Não resta dúvidas que o negócio jurídico com Janaína possui um vício derivado à fraude e deve ser anulado. 
Nesse sentido, o tribunal se pronunciou na seguinte forma: 
“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO PAULIANA. FRAUDE CONTRA CREDORES. CONSILIUM FRAUDIS. A ação pauliana é adequada para buscar o decreto judicial de anulação da compra e venda e, ou doação de veículo, feita de pai para filho quando há dívida pendente de pagamento e o devedor se desfaz do único bem de que dispunha para garantir o débito. Em se tratando de transferência de propriedade para descendente, descabe a alegação de boa-fé do adquirente que, presumidamente, tinha conhecimento das condições financeiro-econômicas e das posses do genitor. APELAÇÃO PROVIDA. (Apelação Cível Nº 70033962226,... (TJ-RS - AC: 70033962226 RS, Relator: Ana Maria Nedel Scalzilli, Data de Julgamento: 12/04/2012, Décima Sexta Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 17/04/2012)” 
Doutrinadores expõem-se nesse sentido na seguinte forma: 
Segundo Silvio Rodrigues (2007, p. 228) “diz-se haver fraude contra credores, quando o devedor insolvente, ou na iminência de tornar-se tal, pratica atos suscetíveis de diminuir seu patrimônio, reduzindo, desse modo, a garantia que esse representa, para o resgate de suas dívidas”. De forma mais sintética, porém igualmente abrangente, Roberto Senise Lisboa (2003, p. 586) conceitua fraude contra credores como sendo “todo expediente por meio do qual o devedor se torna insolvente, através da diminuição de seu patrimônio, inviabilizando, assim, a percepção de direitos de seus respectivos credores”.
1. DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS
Diante do exposto, o autor requer à esse juízo: 
1. A citação do réu para integrar a relação processual;
1. A intervenção do Ministério Público
1. Designação da audiência de conciliação ou mediação e intimação do réu para seu comparecimento;
1. Que seja julgada procedente a ação de anulação pauliana;
1. A condenação do réu ao pagamento das despesas processuais e honorários advocatícios;
1. DAS PROVAS 
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial a prova documental, a prova pericial, a testemunhal e o depoimento pessoal do Réu.
1. DO VALOR DA CAUSA 
Dá-se o valor da causa de 300.000,00 (trezentos mil reais).
Pede deferimento.
Rio de Janeiro, 16.08.2018
Local/Data
 OAB/RJ

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