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Direito Civil VI 1º AVD

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Direito Civil VI – Responsabilidade Civil, 1º AVD 
Aula 1 – 07/08/2018 
Responsabilidade Civil
Evolução histórica: CC/16 – CF 88 – CC/02 
Direito civil constitucional 
Dignidade da pessoa humana, novo conceito de personalidade, dos princípios que orientam a responsabilidade civil. 
Princípio do “Nemivem laedere”
Princípio do “Restitutio in integrum”
Art. 5º, inciso X da CF. 
Do conceito de responsabilidade. Dever jurídico sucessivo – dever jurídico originário. 
Fontes da obrigação
Da teoria dualista das obrigações. 
Débito => SHULD, DEBITUM
Responsabilidade => HATFUNG, OBRIGATIO 
Existe obrigação sem responsabilidade? Art. 814 CC. 
Não reaver quem pagou indevidamente. 
Info 610 STJ = cassino no exterior
Não há ofensa: ordem pública, soberania nacional. Quando a dívida é contraída no exterior, ela pode ser executada aqui. Por exemplo: pessoa vai para Punta Del Leste e contrai dívida lá). 
§2º jogo não proibido – quem quer ser um milionário? 
Art. 882 – não se pode reaver perda da pretensão.
Art. 883 – não se pode reaver para fins ilícitos. 
P. ú: indenização social. 
Existe responsabilidade civil sem obrigação? Responsabilidade Resp. 922-462, e responsabilidade moral. 
Da obrigação de indenização. Art. 927 CC. 
Indene: íntegro ileso.
Do ato ilícito indenizante: art. 927, 187 e 186. 
Caducificante: perda do poder familiar 
Autorização; revogação de obrigação de indenizar por fato ilícito. 
Anotações:
Responsabilidade civil significa o dever de indenizar quando causar um dano, que pode ser de natureza patrimonial ou extrapatrimonial (quando há violação dos direitos da personalidade). 
Direitos da personalidade estão na Constituição Federal, se relacionam com a imagem, mas pode acarretar no que a literatura tem chamado de “indústria do dano moral” quando se trata de um mero aborrecimento. 
O direito de indenizar (obrigação de reparar) nasceu no Direito Romano. Todo aquele que causava dano era obrigado a reparar, as vezes até corporalmente. O legislador romano determinou essa obrigação de reparar. Lei das 12 tábuas, olho por olho, dente por dente. A responsabilidade era objetiva, não precisava provar a culpa. Penalidades: quadrupede causar dano, se quem causou é impúbere, deve ser açoitado...
Com o passar do tempo verificou-se que tanto a vítima como quem causou sofria danos. Daí foi desenvolvido a lei lex aquilia de damno (III a.C.)
Possibilidade de indenização por pecúnia e a responsabilidade que decorre da lei e não de um contrato nasce nessa época. O pagamento da indenização passa lentamente do corpo para a pecúnia. A lei lex aquilia de damno foi reproduzida no Código de Napoleão (século XVIII, em 1804). 
O Código de 1916 no Brasil trouxe a responsabilidade subjetiva. Já na responsabilidade objetiva, só é indenizada a vítima se ela provar culpa, imperícia, negligência de quem causou o dano. 
A Constituição Federal de 1988 trouxe a dignidade da pessoa humana e fez nascer a Teoria da Eficácia Horizontal dos Direitos Fundamentais. Nascem, aqui, os direitos humanos, ou seja, nas relações entre pessoas, os direitos fundamentais, sobretudo da dignidade humana, devem estar presentes. 
Direito Público (Constitucional, penal, administrativo, financeiro) é diferente de Direito privado (Civil, empresarial). As relações são entre pessoas físicas e pessoas físicas, entre pessoas jurídicas e pessoas físicas e, entre pessoas jurídicas e pessoas jurídicas. Mas em todas essas relações, a dignidade da pessoa humana deve estar presente. Por causa da dignidade da pessoa humana, o Código Civil sofreu mudanças de 1916 para 2002 (outros motivos também). “A dignidade da pessoa humana é qualidade intrínseca do ser humano que o torna merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do estado e da comunidade, implicando, nesse sentido, em um complexo de direitos e deveres fundamentais que asseguram à pessoa tanto quanto contra qualquer ato de cunho degradante ou desumano, como condições de existência mínima de ter uma vida saudável, além de promover e propiciar a sua participação ativa e corresponsável no destino de sua própria vida e em comunhão com os demais seres humanos. (Ingo Sabete)”
Em 1988, na Constituição Federal, o princípio da dignidade da pessoa humana foi o princípio basilar para o legislador. Direito de se autodeterminar (exemplo: casamento homoafetivo que foi decidido pelos tribunais superiores, mesmo que ainda não expresso em lei.)
As mudanças sociais e as relações entre pessoas tem que respeitar a dignidade da pessoa humana. Logicamente, a responsabilidade civil precisou ser revisitada e reformulada. Código de Defesa do Consumidor consagra a responsabilidade objetiva, ou seja, que não há necessidade de provar a culpa, apenas o nexo causal. 
Cláusula geral: hipóteses normativas muito amplas e que não trazem consequências normativas. Exemplo: conceito de personalidade antes era a capacidade do indivíduo contrair obrigações, agora é atributo da pessoa humana. 
Direito da personalidade: liberdade, imagem, honra, autodeterminação, conhecimento de origem genética (o conceito é muito amplo e toda vez que é violado, nasce para vítima o dano moral, que é extrapatrimonial)
Princípios:
Princípio “NEVINEM LAEDERE”: não lesar ninguém. O nosso ordenamento tem por finalidade reprimir o ilícito, e traz o princípio d não lesar ninguém, não aconselhando e sim ordenando. Dirigir, por exemplo, é lícito, mas há risco. Se causar dano a alguém, tem que ser reparado por quem causou. 
Princípio da “RESTITUTIO IN INTEGRUM”: reparação integral. Há situações que não há como dizer o valor, por exemplo o dano moral por atropelamento de filho menor que foi a óbito. 
Conceito d responsabilidade civil: é um dever jurídico sucessivo que surge para recompor um dano decorrente da violação de um dever jurídico originário.
Fontes das obrigações: contrato, lei, declaração unilateral de vontade, alo ilícito. Quando isso não é cumprido, surge a responsabilidade civil. 
Dívida prescrita: perda de pretensão. Não se pode cobrar em juízo essa dívida, já que está prescrita. 
Indenização social: o dinheiro do ilícito que for descoberto vai para uma instituição de caridade. 
Logo, existe obrigação sem responsabilidade. 
Já no caso de responsabilidade sem obrigação, a doutrina traz a hipótese do fiador. 
Aula 2 – 14/08/2018
Espécies de responsabilidade:
Jurídica e moral: Resp 922.462/SP. Ricardo Villas Boas. No RJ não se tem condenado pessoa por infidelidade, quando a humilhação não é pública. 
Da obrigação de indenizar: tornar indene. Ileso, íntegro. 
Do ato ilícito (art. 186) -> fato gerador por excelência da responsabilidade civil. 
Ato ilícito é a mesma coisa que responsabilidade civil? Observação: institutos estão em planos diferentes. 
Da obrigação de indenizar por ato ilícito: o ato ilícito pode ser subjetivo (tem elemento anímico, fator de atribuição – art. 186 CC); pode ser objetivo (baseado na função social do direito, com fator de atribuição no risco – art. 187 CC). 
Espécies de ato ilícito:
Indenizante;
Caducificante;
Autorizante.
Da obrigação de indenizar por ato lícito: art. 188, II CC e 929 e 930 CC. 
Teoria do Sacrifício, informativo 513 do STJ
Estado de necessidade. Observação de Nelson Rosenvald. 
Equidade, conduta altruística. Observação: Legítima defesa, reação à agressão injusta (excepcional tutela privada). 
Exemplo: sem reparação à família da vítima. 
Responsabilidade civil por lesão corporal grave. Art. 950 CC. P. ú., pagamento de uma só vez. 
Informativo 561 do STJ. 
Constituição de capital:
Aluguel de imóveis 
Rendimento de títulos da dívida pública 
Folha de pagamento 
Espécies de Responsabilidade:
Responsabilidade civil e responsabilidade moral. Maior gravidade ou imoralidade da conduta em cotejo de uma com a outra. Ilícito civil, mimus, residum, princípio da intervenção mínima (ultima ratio), sentença penal, valor mínimo de indenização, responsabilidade civil é a reparação e compensação, a responsabilidade penal é a punição. Mas não pode se enriquecerpor causa de ação indenizatória. 
Responsabilidade subjetiva. Teoria do risco da atividade do empreendimento. Observação: responsabilidade pressuposta (Giselda Hironaka), “DANO”. Observação civil das notórias e registradas (art. 22) Lei 13286, responsabilidade subjetiva assegurado direito de regresso. 
Responsabilidade contratual e responsabilidade extracontratual. Art. 393 CC, informativo 627 STJ, informativo 628 STJ (prejuízo presumido, cabe lucro cessante), art. 403 CC. Princípio da Razoabilidade (o juiz deve se pautar nesse princípio para que a responsabilidade civil e não seja usada para o enriquecimento). 
Anotações:
Para que haja responsabilidade civil existe um dever jurídico originário que não foi cumprido previamente, de forma espontânea. 
A responsabilidade civil é o dever de indenizar. 
Obrigação sem responsabilidade: obrigação natural, em que existe dívida no campo da moral, exemplo é a dívida de aposta de jogo ilícito, exceto se houver dolo e a vítima for incapaz ou interditado. 
Responsabilidade sem obrigação: fiador, o bem do fiador é penhorável, ainda que seja bem de família. 
A responsabilidade moral reside apenas na consciência do ofensor. Art. 186 Princípio de não lesar ninguém. 
Art. 187: exceder o direito no exercício de um direito, abuso do exercício de um direito. O ato ilícito e a responsabilidade não são iguais, estão em abas distintas. 
Indenização por ato ilícito, pode ser subjetivo ou objetivo. Tem como fator anímico a culpa latu sensu, que inclui o dolo (vontade livre de causar o dano) e culpa por ação ou omissão, negligência ou imperícia (art. 186). O artigo 187 trata do ilícito objetivo. 
Princípios que orientam o Código Civil: sociabilidade, eticidade e operabilidade. 
Exemplos:
Indenizantes: batida de carro, atropelamento, violação de direito de imagem. 
Caducificantes: poder familiar (conjunto de direitos e deveres que, quando extrapolado, perde-se). 
Autorizantes: doação que se tem algum ato ilícito (Suzane Hitchtofen).
Da obrigação de indenizar por ato lícito (art. 188, II cc 929, 930 CC):
Exemplo: João quebra porta de prédio, porta do apartamento e vaso chinês para salvar uma pessoa de um incêndio que foi causado pelo filho da pessoa que foi salva. João recebe citação do condomínio para indenizar a porta do prédio e a outra do filho para indenizar a porta do apartamento e o vaso chinês. João deve indenizar o condomínio, mas não o filho, por causa do nexo causal rompido. Pode João também colocar o filho como responsável para indenizar a porta do prédio. 
Nelson Rosenvald faz uma crítica em relação a essa “equidade”. Conduta altruística. 
Legítima defesa (ato ilícito): quando alguém usa moderadamente dos meios para afastar agressão injusta. Nelson Rosenvald fiz que nesses casos não há dever de indenização na esfera cível. 
Responsabilidade civil por lesão corporal grave, período de convalescência, lucros cessantes, pensão vitalícia. 
Risco: probabilidade do dano (sofrer). 
Responsabilidade pressuposta: o fator de atribuição para responsabilidade é o dano injusto. Toda vítima merece ser indenizada. 
Aula 3 – 21/08/2018 
Natureza da Responsabilidade Civil extracontratual
Norma regra – art. 186 CC 
Ilicitude subjetiva
Ilícito impróprio – art. 187 CC ou ilícito objetivo. Nem sempre gera obrigação de indenizar. 
Ex: ilícito caduficante, autorizante ou tutela de evidência. (art. 927, p. ú.)
Responsabilidade subjetiva no CC
Ato ilícito -> parte geral
Responsabilidade -> obrigações
Elementos, requisitos 
Conduta humana por ação ou omissão, que pode ser dolosa ou culposa. 
Voluntariedade na conduta. 
Fator de atribuição. 
Dano: violação a um bem jurídico.
Nexo causal -> liame. 
Responsabilidade por ato ilícito
Obrigação de indenizar alo ilícito. 
Culpa genérica ou “latu sensu”. 
Classificação da culpa:
Quanto à origem: pode ser culpa contratual (culpa in controlendo”), que pode ser inadimplemento absoluto (perdas e danos); inadimplemento relativo (execução específica + perdas e danos), e culpa aquiliana ou extracontratual.
Quanto ao critério de análise do julgador: pode ser culpa in abstrato ou culpa in concreto. 
Quanto à atuação do agente: pode ser culpa “in comittendo” ou culpa “in omittendo”. 
Quanto à presunção do conteúdo da culpa, que pode ser culpa “in vigilando” (obs: emancipado – responsabilidade in vigilando); ou culpa “in custodiando” (responsabilidade in custodiando).
Flávio Tartuce: Houve a objetivação da responsabilidade (art. 932 CC)
Da exclusão de ilicitude:
Estado de necessidade 
Legítima defesa 
Estrito cumprimento do dever legal (ex: oficial de justiça, policial, síndico)
Exercício regular do direito (ex: porta giratória, guarda volume, cobrança de dívida)
Negativação de nome 
Despedida imotivada 
Notícia crime 
Instauração de inquérito 
Felipe Peixoto Braga: VJDC “as excludentes de ilicitude não se confundem com os excludentes de responsabilidade”. 
Dano ou prejuízo
Teoria da perda de uma chance
ANOTAÇÕES:
Matriz da responsabilidade contratual: a responsabilidade civil, que é a obrigação de indenizar, se fundamentada em um tripé. 
Responsabilidade objetiva: só terá ressarcimento se provada a culpa (acidente, erro médico).
Ato ilícito do art. 186 e 187 (diferença entre eles é que a consequência é a obrigação de reparar)
O último fundamento se dá no art. 927.
Essas três são as cláusulas gerais da responsabilidade civil.
Cláusula geral é uma técnica legislativa em que o legislador usa conceitos jurídicos indeterminados, abertos, em que a hipótese de incidência é aberta, fluida, assim como o consequente normativo. O juiz vai, no caso concreto, à luz dos princípios de direito civil e constitucionais, vai extrair a norma jurídica e aplica-la. 
Exemplo: o artigo 186 traz a ilicitude subjetiva, em que o fator de responsabilidade é a culpa. Se o autor não provar a culpa, ele não terá direito de indenização. 
O artigo 187 trata do abuso do direito. Toda vez que um titular de direito, ao exercê-lo, excede os limites da boa-fé, comete ato ilícito. Caso: Maria empresta 500,00 a João, que não paga. Maria contrata um carro de som para publicizar o fato de que João não pagou.
Ilícito caducificante: exercício regular do direito que excede os limites dos bons costumes ou limites de direito. Caso: pai que abusa dos direitos do poder familiar está abusando do seu direito. A consequência desse ilícito não gera direito de indenizar no primeiro momento, o que gera é a extinção do poder familiar.
Art. 206: prazo de 03 anos para prescrever a responsabilidade civil. 
Ilícito autorizante: a tia velha doa um apartamento ao sobrinho, mas quando ela precisa do sobrinho, ele faz ofensas à ela ou some. Ela pode revogar a doação. 
Abuso de direito na Tutela de evidência: quando o réu exerce o direito de defesa de forma abusiva ao fazer atos meramente protelatórios. Caso: um rapaz que está sendo réu de ação de despejo responde às alegações do autor falando que o réu estava paquerando sua esposa. Isso é ato meramente protelatório. 
Responsabilidade subjetiva no Código Civil:
Exemplo clássico dessa responsabilidade é o acidente de carro. Se a vítima não provar a culpa, não há obrigação de indenizar. 
(J. Canotilho: teoria do sacrifício.)
Requisitos da responsabilidade subjetiva: 
Conduta humana (omissão ou ação, dolosa ou culposa – negligência, imprudência ou imperícia)
Voluntariedade da conduta (isso não significa que seja intenção – os atos sem voluntariedade são aqueles que provém, por exemplo, de sonambulismo, ato reflexo)
Fator de atribuição, que é culpa, no sentido latu sensu, ou seja, abrangendo culpa e dolo. 
Art. 403: ainda que haja dolo no campo de indenização material, vai ser exatamente o prejuízo causado. Ainda que o agente tenha agido com dolo, ele vai responder por responsabilidade civil mesmo que seja uma ação oriunda de uma conduta fora de contratos, ou seja, extracontratual. Aqui se trata de dano material. 
Dano: violação ao bem jurídico tutelado pelo ordenamento jurídico. Se o bem jurídiconão for tutelado e protegido pelo ordenamento jurídico, não há que se falar na obrigação de indenizar. 
Nexo causal: é um liame, ou seja, a ligação da conduta do agente ao dano sofrido pela vítima. Ainda que o réu seja aparentemente o causador do dano, ele pode romper com o nexo causal. Imagine que haja um atropelamento em que a vítima se encontre caída no chão na frente de um veículo. No primeiro momento, a vítima ajuíza ação contra o motorista do referido veículo. O motorista, em contraponto, alega culpa exclusiva da vítima e rompe com o nexo causal ao mostra vídeos da vítima totalmente embriagada se jogando na frente do veículo. 
Ato ilícito: o ato ilícito é o fator por excelência da responsabilidade civil. 
Mas também é possível obrigação de indenizar por ato lícito (exemplo da quebra de um bem para salvar alguém)
Culpa genérica ou culpa latu sensu:
Classificação: 
Quanto à origem, ela pode ser 
Contratual ou “culpa in controlendo” (durante muito tempo, a jurisprudência e a doutrina entendiam que por inadimplemento contratual, não caberia dano moral, apenas o dano material - muitos doutrinadores pensam da mesma forma até hoje - a não ser que o inadimplemento da relação contratual gere violações do direito da personalidade)
Exemplo de dano moral por ilícito contratual: plano de saúde que nega cobertura a assegurado. Caso: Maria tem direito a cobertura de tratamento oncológico e o plano se recusa. Obviamente, isso gera uma violação à dignidade de Maria. 
Dano moral por medida pedagógica: caráter pedagógico e punitivo, para servir de exemplo nos casos semelhantes. Exemplo: companhias de aviação que atrasavam voos por vários dias, deixando seus passageiros dormindo no chão dos aeroportos, aplica-se o dano moral como uma medida pedagógica para que aquelas ações de atraso não aconteçam. 
Quando se fala em responsabilidade civil baseado nos artigos 186 e 187 no Código Civil, estamos falando de responsabilidade civil oriunda de relações entre PESSOAS físicas, e não pessoas jurídicas. 
O inadimplemento absoluto é quando uma das partes do contrato só vai querer a reparação de dano porque pra ela já não interessa mais a realização do contrato, ela só vai querer o dano moral (exemplo: Maria que pede um vestido de casamento para uma costureira que não entrega no dia do casamento). Aqui não se quer o adimplemento, e sim a reparação do dano). 
Inadimplemento relativo: aqui sim a parte pode pedir o adimplemento da obrigação. Caso: aluga-se um carro que não é devolvido na data e a pessoa que emprestou tem que alugar um carro para suprir suas necessidades. Aqui pede-se que devolva o carro mais as perdas e danos. 
Quanto ao critério de análise do julgador: o julgador vai analisar o que o “homem médio” faria na situação.
Quanto à atuação do agente: o juiz analisa circunstâncias que são do autor no caso concreto. 
Culpa in omittendo: quando está negativado, paga-se a dívida e a outra parte não retira o nome. 
Culpa in comittendo: quando depende de uma ação. 
Quanto à presunção do conteúdo da culpa: 
- Culpa in viligando: era necessário provar a culpa dos pais para que houvesse obrigação de indenizar por dano causado pelo menor. Agora, a culpa é objetiva dos pais quando os menores agem, que é a responsabilidade in vigilando (isso mudou no código civil atual)
Art. 932: responsabilidade objetiva por dano causado pelo incapaz. 
- Culpa do empregador é a culpa “in eligendo”.
- Culpa in custodiando: Maria tem um cachorro que ataca criança na praia.
Essa responsabilidade que antes era subjetiva, agora é objetiva quando provada a culpa do terceiro que causa o dano. 
Exclusão de ilicitude: 
Crime: fato típico com conduta dolosa ou culposa, tipicidade, ilicitude e culpabilidade.
Hipóteses de exclusão de ilicitude no direito civil:
Estado de necessidade: teoria do sacrifício. Exemplo novo: João vinha dirigindo numa rua, de repente ele vê um carro em altíssima velocidade na contramão, pra ele não bater e afastar um perigo iminente, ele joga o carro num muro e destrói propriedade, se a pessoa que estava em alta velocidade for a mesma dona da casa que se quebrou, não tem obrigação de indenizar. 
Legítima defesa: João mata assaltante, não tem que indenizar. 
Estrito cumprimento do dever legal: oficial de justiça que cumpre mandado de segurança; síndico que age para proteger o regimento interno do condomínio. 
Exercício de um direito: ajuizar ação de cobrança em face de um amigo que não te paga por inadimplemento de contrato. Outros exemplos: porta giratória de banco (é direito do banco, mas ele não pode exceder aos limites desse exercício). O abuso de direito não cabe nesse quesito. Outro caso que não gera direito de indenização: quando negativa alguém de forma devida, ou seja, motivada. Outro: se uma notícia crime gera inquérito, não gera obrigação de indenizar por estar no exercício regular de um direito. 
Felipe Peixoto Braga: excludentes de ilicitude não se confundem com excludente de responsabilidade, que são: caso fortuito, força maior, culpa exclusiva da vítima e fato de terceiro. 
Dano ou prejuízo para que haja obrigação de indenizar: tem que ter algum tipo de dano, seja moral, seja material... A obrigação de indenizar é tornar indene, ou seja, tornar SEM DANO. Para que o dano seja indenizável, tem que estar presente alguns elementos. 
Aula 4 – 28/08/2018
Culpa contra a legalidade, por exemplo, acidente de carro. 
Diferença entre responsabilidade e excludentes da ilicitude. 
Excludentes da responsabilidade: 
Fato de terceiro, exemplo, artigo 932 CC, bala perdida, pedra. 
Culpa exclusiva de vítima ou fato da vítima. STJ – surfista de trem, culpa concorrente. 
Caso fortuito, que pode ser interno ou externo. 
Força maior. Cláusula de irresponsabilidade ou de não indenizar. Ex: convenção de Varsóvia, súmula 130 do STJ. 
Só cabível nas relações contratuais, quando não se trata de contrato de adesão, desde que não haja imposição legal. Observação: convenção de condomínio. 
Dos requisitos da responsabilidade subjetiva:
Conduta, que pode ser culposa ou dolosa. 
Nexo causal = liame. 
Teoria da causalidade direta e imediata. Ex: músico, teatro. 
Mitigação, atenuação do nexo causal. 
Dano. Dano indenizável e responsabilidade civil sem dano: corpo sem alma, certo e atual. 
Do dano indenizável:
Violação de bem jurídico material e moral. Inscrição indevida, Responsabilidade ambiental STJ 2017. Explosão navio Vicunha. Risco integral. Proibição de pena. Indenização aos pescadores. 
Subsistência do dano. 3º sub-rogação. 4t – STJ – seguro, seguradora. 
Certeza do dano – não cave dano hipotético. Relativização da certeza do dano, teoria da perda de uma chance. “Leading case foi o show do milhão”. STJ Resp 1577177. Interrupção do Estado de entrega remédio. Obs: venda. Exemplo 444 VJPC.
Formas de atenuação do nexo causal: 
Teoria da perda de uma chance
Dano por ricochete. Exemplo: filho de motorista de táxi. Art. 12, §1º CC. Lesados indiretos. 
Teoria da causalidade alternativa ou reponsabilidade coletiva. 
Anotações:
Culpa contra legalidade: acidente de pessoa que deveria estar a 60km/h e estava a 120km/h. O STF entende que o fato de estar fora do limite do trânsito já há uma culpa presumida. Essa presunção de culpa também acontece quando ocorre batida na traseira de carro, por exemplo. É culpa presumida mas não sempre. 
Diferença entre excludente de responsabilidade e excludente de ilicitude: na excludente de responsabilidade há sempre uma interrupção com o nexo causal. 
Excludente de ilicitude: a conduta é lícita. A regra é que o agente não vai ser obrigado a indenizar por ter praticado conduta lícita. Exemplo: legítima defesa própria. Aquele que age em legítima defesa própria não é obrigado a indenizar, desde que a vítima use de meios moderados. Outros exemplos: exercício regular de um direito, estado de necessidade quando o bem jurídico lesado é do próprio causador do dano. 
Mas, existem excludentes de ilicitude que geram obrigação de indenizar: legítima defesa putativa, estadode necessidade quando o bem jurídico lesado para afastar perigo iminente for de terceiro. 
Excludente de responsabilidade (que rompe com o nexo causal):
Hipóteses do artigo 932 (fato de terceiro); culpa presumida (responsabilidade objetiva), por exemplo, bala perdida em ônibus, a empresa não é obrigada a indenizar; culpa exclusiva da vítima, que Cristiano Chaves concebe como fato de terceiro, que é quando só a vítima concorre pra a culpa do fato, por exemplo o surfista de trem; caso fortuito, que Sergio Cavalieri diz que tudo que é impossível e, logo, inevitável; caso fortuito, que não rompe com o nexo causal, só afasta a responsabilidade, sendo a força maior previsível, porém inevitável e os dois rompem com o nexo causal a não ser que haja cláusula contratual que diga que há obrigação de indenizar mesmo em caso fortuito ou força maior; caso fortuito interno, exemplo é o motorista de ônibus que enfarta ou o assalto ao banco dentro de agência, mas se o evento danoso tem relação ou conexão com a atividade prestada pelo fornecedor de serviço, não se fala em caso fortuito ou fato de terceiro, como por exemplo o transportador terrestre intermunicipal que sofre acidente por culpa de outro motorista, nesse caso, não pode alegar força maior, caso fortuito ou fato de terceiro porque é da natureza do serviço; caso fortuito externo: rompe com o nexo causal, exemplo é a saidinha do banco, não condena; risco integral; dano por coisa caída ou lançada, p STJ entende que é risco integral, não admite nenhuma excludente. 
Cláusula de irresponsabilidade ou de não indenizar: a convenção de Varsóvia, limites de indenização para passageiros e bagagens. Mas o CC (que é lei especial) tende a prevalecer nesses casos. Antinomia (contra lei geral e especial, aplica-se lei especial). 
Essa cláusula é uma cláusula “não escrita”. Não se admite porque se tem risco e se é pago, mesmo que tenha escrito que não se responsabiliza, se responsabiliza sim. 
Essa cláusula só é cabível em relações contratuais, que não sejam de adesão, desde que haja imposição legal. 
Requisitos da responsabilidade subjetiva:
Conduta (culposa ou dolosa), nexo causal (liame etiológico).
Cristiano Chaves disse que o CPC adota a Teoria da Causalidade Direta e imediata (só responde quem deu causa operante), art. 403. 
Exemplo: músico que é atropelado no dia do seu show. O motoqueiro responde pelo dano imediato e direto, não tendo obrigação de indenizar os ingressos do show que não ocorreu. Não se estende a obrigação de indenizar. Há situações em que há uma atenuação dessa Teoria da causalidade direta e indireta. 
Dano: dano indenizável, certo e atual. 
Para ser indenizável, tem que ter: 1) violação do bem jurídico, por exemplo a negativação do nome no SPC sem motivo; 2) subsistência do dano, o dano tem que existir no momento da ação ajuizada, o terceiro que paga o dano sub-roga-se no lugar da vítima; 3) certeza da perda de uma chance, caso de show do milhão, a chance é a oportunidade, no caso não tinha resposta válida na pergunta. 
Requisitos da chance: tem que ser séria e real. 
A teoria da perda de uma chance aplica-se quando há perda da oportunidade. Esta chance te quem ser séria e real. Para Silvio Venoza, a perda de uma chance é um meio caminho das perdas e danos. Para o autor, trata-se de expressões redundantes, porque significam a mesma coisa. 
Perdas e danos são lucros cessantes e danos emergentes. A reparação do dano deve ser feita de forma a retomar à vítima ao seu “status quo” anterior. Exemplo de quem derrubou muro de vizinho, deve refazê-lo igual. A perda de uma chance implica a perda ou frustração de uma expectativa ou probabilidade. A chance implica necessariamente em uma incógnita, um determinado evento poder se produzir. Não é passível de demonstração, um determinado fato interrompeu o curso normal dos acontecimentos. 
Aula 5 – 04/09/2018
Formas de atenuação/mitigação do nexo causal
Teoria da Perda de uma chance 
Dano por ricochete
Ex: Filho de motorista de táxi. (art. 12 § 1º, lesados indiretos por violação à honra da pessoa falecida. 
Teoria da causalidade alternativa ou responsabilidade coletiva
Direito civil constitucional 
Modificações no instituto da Responsabilidade Civil 
Fator de atribuição da responsabilidade subjetiva -> “dano”.
Nova estrutura do dano
Dano moral: violação aos direitos da personalidade (dignidade da pessoa humana)
Dano patrimonial 
Dano emergente 
Lucro cessante 
Perda de uma chance 
Observação: Código Civil de 1916 – indenização de dano patrimonial. 
Código Civil de 2002 – novas categorias de dano moral 
Pela perda da fruição de férias
Perda do tempo útil e tempo livre (Observação: Teoria do desvio produtivo do consumidor – Marcus Dissoune, Resp. 1260458/SP – 01/05/2018, demora para fazer estorno). 
Demora na fila do banco 
Dano pela frustração do projeto familiar (Alemanha – congelamento de sêmen)
Dano sexual (ex: fimose, vasectomia)
Indenização por “nascimento indevido”
Dano indireto
Pablo Stolze 
Critiano Chaves 
(cadeia de prejuízos sofridos por uma mesma pessoa, exemplo: vaca contamainada)
Dano Refluxo ou por ricochete
Atinge vítima e terceiro. 
Exemplo: dano sexual.
STJ – divulgação de notícias
Agressão moral direta (familiares, pessoas afetivamente próximas (15/08/17)
Resp. 1119632/RJ
- STJ = pai em estado vegetativo (Resp. 1212322/SP)
STJ – incêndio que atingiu áreas rurais vizinhas (Resp. 1381211/TO)
Observação: noivo, sogra. 
Dano material
Titulares:
Cônjuge 
Companheiro 
Descendente 
Ascendente 
Irmãos 
Perdas e danos (art. 402 Código Civil)
Art. 948 Código Civil, responsabilidade por morte. 
Alimentos reparatórios cabe prisão civil?
“sem excluir outras reparações” (dano à imagem / perda de uma chance / dano à honra / dano moral stricto sensu”)
Observação: tutela de sobrevida do IBGE. 
Informativo 542 STJ – cumulação com benefício previdenciário. 
Responsabilidade por morte de filho menor. Súmula 491 STF.
ANOTAÇÕES:
Aula passada: não é qualquer dano que gera a obrigação de indenizar. O código civil atual tem obsessão da vedação do enriquecimento sem causa. A intenção do legislador era criar uma obrigação de reparação. Porém, não são todos os atos que vão gerar essa obrigação de reparação. 
Para ser indenizado ele tem que preencher alguns requisitos: violação de bem jurídico tutelado, tem que haver subsistência do dano no momento da reparação e a certeza do dano (o dano não pode ser hipotético). 
Cristiano Chaves traz as formas de mitigação do nexo causal:
Teoria da perda de uma chance: a doutrina fala de “chance séria e real”. A indenização, nesses casos, vai ser sempre calculada com o percentual e não com o sucesso total, não tem como a indenização ser de 100% (ex: candidata do show do milhão que recebeu 25% do valor, que era a chance que ela tinha de acertar).
O liame etiológico é o que liga a conduta ao fato danoso. A teoria direta e imediata é aquela que entende que só vai ser obrigado a reparar o dano quem causou o dano direto e imediato (exemplo do músico que é atropelado e não apresenta show, o dono do teatro não teria direito de ser ressarcido pela perda dos ingressos).
Dano em ricochete: filho que é alimentado pelo pai motorista de táxi, o taxista sofre um acidente no seu carro e ainda tem frustração do lucro. O STJ entende que o filho do motorista do táxi tem direito de ser indenizado e que o lesante tenha obrigação de pagar a alimentação. 
O artigo 12 do Código Civil diz que é possível de se pleitear violação toda vez que houver dano à honra de pessoa falecida, por exemplo. Os parentes em linha reta, cônjuge e colaterais até quarto grau. Este é um exemplo de dano em ricochete. Aqueles que sofreram em ricochete têm legitimidade para pleitear uma reparação de dano. (Atenção” Este é o único caso que alcança até o quarto grau). 
Teoria da causalidade alternativa: 
Ação de denefrestamento: quando a vítima sofre dano em decorrência de coisa caída ou coisa lançada. 
Se não for possível identificar a unidade da qualcaiu o objeto dentro de um prédio, por exemplo, utiliza-se a teoria da causalidade alternativa ou responsabilidade coletiva. Nesse caso, responsabiliza-se o condomínio. Neste caso, cabe uma ação regressiva por parte do condomínio em face do verdadeiro causador do dano. 
Existe uma prevalência do direito público na esfera dos direitos privados. A eficácia horizontal dos direitos fundamentais é o que dá base para o direito civil constitucional. Isso significa que nas relações privadas, a dignidade da pessoa humana tem que ser protegida. Obviamente que com esse novo valo constitucional, que é um fundamento previsto no parágrafo primeiro da Constituição Federal, o instituto da responsabilidade civil foi revisitado. No código civil de 1916 não era cabível o dano moral. A responsabilidade, no código de 1916, era subjetiva, ou seja, tinha que provar a culpa do lesante. O direito civil constitucional fez nascer a possibilidade do dano moral – tanto que o dano moral é cláusula pétrea previsto no artigo 5º da Constituição Federal –, que antes da constituição não estava disposto no ordenamento brasileiro, logo, precisou que o instituto da responsabilidade civil fosse revisitado. 
Cristiano Chaves disse que essa mudança é uma mudança mundial. O fato de atribuição da responsabilidade civil é o dano. Ressalta Cristiano Chaves que houve várias reestruturações no instituto do dano. 
O dano moral é violação aos direitos da personalidade (dignidade da pessoa humana)
Observação: nós temos personalidade material subjetiva, que nos autoriza sermos titulares de patrimônio e temos a personalidade formal ou objetiva, que significa os atributos da pessoa humana, que tem por valor maior a proteção da sua dignidade. 
Passeando pela teoria concepcionista, até o nascituro, embrião, tem personalidade.
O dano patrimonial, ou material: quando falamos nesse dano estamos falando de ressarcimento. Esse dano faz nascer o dano emergente, que é quando ocorre a perda do patrimônio. Exemplo: motorista de táxi que sofre acidente, no momento da batida ele já sofre um dano material. O lucro cessante, que é a frustração do lucro ou a perda do que se ia auferir ao futuro, também está aqui presente. Nasci aqui, também, a perda de uma chance. Também há quem se arrisque a falar sobre o “dano moral por motivo pedagógico”. 
O código Civil de 1916 não admitia o dano moral, somente o dano patrimonial. Agora, com o Código Civil de 2002, com essa nova leitura de dano moral, surgem novas categorias de dano. E aqui estamos a falar de dano moral. 
Hoje é possível buscar indenização, por exemplo, pela perda da fruição das férias ou a perda do tempo útil ou perda do tempo livre. Cristiano Chaves fala sobre a perda do tempo útil. 
A teoria do desvio produtivo do consumidor: o nosso tempo vale muito, essa teoria traz a perda do tempo do consumidor quando ele gasta tempo para tentar resolver algum problema decorrente de erro do fornecedor. 
A demora na fila de banco não gera dano, ainda que exista um caso de um senhor aposentado na fila de banco por cinco horas e recebeu dano social. Outro caso é o de uma moça que ficou muito tempo na fila do banco e um homem ejaculou nela. 
Dano pela frustração do projeto familiar: o homem contratou serviços de congelamento de sêmen mas quando ele foi usar a empresa tinha perdido o sêmen do rapaz. 
O dano sexual é outra categoria. Com o casamento, espera-se que tenha uma vida sexual ativa. Acontece que, quando existe dano sexual ao homem, entende-se que há dano por ricochete no cônjuge. 
Indenização por nascimento indevido: em determinada época, na França, as gestantes com rubéola tinham o direito de fazer o aborto (interceptação terapêutica). Uma mulher foi até o médico e disse que queria interromper, mas o médico disse a ela que poderia nascer com saúde tranquilamente. O menino, com 18 anos, ajuíza uma ação em face do médico por nascimento indevido. A Corte francesa decidiu em favor do menino. 
O dano indireto é como se fosse uma “cascata de dano”. Exemplo: plano de saúde se recusa a cobrir procedimentos específicos. Outro exemplo seria ao fazendeiro que compra uma vaca contaminada, que vem a prejudicar outras vacas que esse fazendeiro já tinha. Isso é chamado de dano indireto. 
O dano reflexo ou por ricochete é aquele que atinge, além da vítima, vítimas indiretas. Exemplo: filho que sofre o dano pela morte do pai. Observação: o STJ já deferiu dano moral a nascituro pela morte do seu pai em acidente de trabalho, o fundamento foi a angústia de nunca ter conhecido o pai, mas há quem entenda que o dano moral, neste caso, vai ser num valor reduzido. O STJ também já deferiu dano moral a nascituro por morte de pai torturado no período da ditadura civil-militar. 
Recentemente o STJ também deferiu dano reflexo ou ricochete para pessoas muito próximas ao ofendido, ligadas afetivamente, como por exemplo pai, mãe, filhos.
O STJ tem cada vez mais reduzido o dano moral. 
Os titulares para receber o dano material: há uma presunção absoluta de dependência econômica para cônjuge, companheiro ou descendente menor. Tem que ser provada a dependência econômica dos ascendentes e dos descendentes maiores. 
Perdas e danos: Para Cristiano Chaves e Pablo Stolze dizem que perdas e danos é para apenas danos materiais. Se dividem em lucros cessantes e danos emergentes.
Artigo 948: no caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações. Essa expressão que engloba outras reparações quer dizer que pode também pleitear outros tipos de dano. 
Para Cristiano Chaves, cabe prisão civil para alimentos reparatórios, porém não é o entendimento do STJ.
É possível cumulação de benefício previdenciário e de alimentos reparatórios. Quem paga os alimentos reparatórios é o lesante. 
No Código Civil de 1916 tinha a ideia que o dano material era imoral. Caio Mario disse que, já que não cabe dano moral, a família tem o direito de receber dano material de alimentos reparatórios. Por força da súmula que diz que ainda que a vítima não exerça atos laborativos, pode-se pleitear alimentos reparatórios. 
Os alimentos reparatórios, nos casos de morte de filho menor, são calculados assim: dois terços de salário mínimo a partir da data que o menor fizesse 14 anos. Após 25 anos, passa a um terço de salário mínimo, porque se presume que ele constituiria família nova. Até a razoável duração de vida (75 anos).
Cristiano Chaves diz que não precisa ser dor profunda e nem violação da dignidade da pessoa humana, já que existem novas categorias de dano, como vistos nesta aula. 
Dano por ofensa à honra ou à imagem de pessoa falecida: os parentes próximos podem pedir indenização. Existem duas correntes:
Anderson Schribr: os parentes têm legitimidade extraordinária, porque eles pleiteiam em nome próprio um direito alheio. 
Os parentes têm legitimidade ordinária, já que pleiteiam em nome próprio o direito próprio, porque eles sofrem danos reflexos ou por ricochete. (corrente majoritária)
Artigo 20, §3º: é possível o cônjuge, ascendente ou descente pedir reparação de dano por violação de direito à imagem. 
Julgado: os pais receberam dano moral porque foi noticiado que filho morreu de AIDS porque era homossexual. Na realidade, o filho morreu porque era hemofílico e contraiu o vírus da AIDS. 
Responsabilidade Civil no caso de biografia:
No Brasil é proibido o discurso do ódio (hate speech), por exemplo, alguém fazer uma biografia incitando o ódio contra negros ou judeus, por exemplos. Mas, o autor da obra não precisa pedir autorização para os familiares, porque isso importaria em censura, mas se os parentes do biografado ou pessoas citadas na biografia se sentirem lesados por violação à honra, imagem, vida privada, intimidade, poderão buscar reparação, direito de resposta, obrigação de nova edição da obra, ressalva. 
É possível indenização a todas as pessoas que não têm capacidade de discernir o caráter de violação aos direitos da personalidade. Uma pessoa interditada ou uma criança que não entende o caráter ofensivo da fala de alguém tambémtêm o direito de dano moral simplesmente por haver violação da dignidade da pessoa humana. Caso do Rafinha Bastos com a Wanessa Camargo quando ele fez um comentário de péssimo gosto. 
Dano moral da pessoa jurídica: tem direito a dano moral por força da súmula 227. A pessoa jurídica não pode ser titular de direitos da personalidade porque estes decorrem da dignidade da pessoa humana. A pessoa jurídica não tem estrutura bio-psicológica, elas não têm honra subjetiva, mas têm honra objetiva. Apesar de não terem direitos da personalidade, têm direito de serem indenizadas. Exemplos: pessoa jurídica não tem intimidade, mas tem direito ao sigilo e à confidencialidade. Ela não pode sofrer abalo psicológico, mas ela tem uma imagem de probidade dentro do mercado. 
Aplica-se dano moral à pessoa jurídica no que couber, fazendo um paralelo com os direitos atribuídos à pessoa natural. Não quer dizer que ela tem direitos de dignidade humana. 
Dano moral in re ipsa: não precisa ser provado, extrai-se das próprias circunstâncias do fato. Quem dita o que é dano moral in re ipsa é a jurisprudência. 
Exemplos de dano moral in re ipsa: 
Levar à boca biscoito com corpo estranho, ainda que não haja ingestão do alimento (informativo 616)
Violência doméstica contra mulher. O juiz pode arbitrar o quantum indenizatório mínimo, mas há necessidade de pedido expresso na denúncia ou queixa (informativo 616)
Uso indevido de marca de empresa. 
Paciente na UTI que sofreu queimadura na região abdominal por bisturi. 
Atraso de voo, quando a empresa deixa de atender as necessidades do passageiro. 
Negativação indevida de nome.
Morte de filho.
Artista que faz ofensa à agente da polícia em show. 
Agressões verbais de adulto a criança ou adolescente. 
Situações em que não cabe dano moral in re ipsa:
Acidente de veículo sem vítima. 
Dano moral sofrido pela pessoa jurídica. 
Dano moral à pessoa jurídica de direito público: não cabe porque isso seria uma mordaça aos veículos de comunicação. Exemplo: se um determinado jornal diz que a cidade na qual tem sua sede diz que a cidade é cidade de drogados ou prostitutos. Ainda que haja uma má falação da cidade, não se pode restringir o direito da comunicação. 
Aula 6 – 11/09/2018
Súmula 498: Dano moral não configura renda.
Quantificação do dano moral: ele é quantificado por arbitramento do juiz. É um critério subjetivo do juiz. É por isso que se vê muita disparidade nas súmulas. O STJ tem tentado estabelecer parâmetros de indenização para casos semelhantes. Exemplo: atraso significativo de voo o STJ já está arbitrando R$ 8.000,00. Embora o STJ não aprecie reexame de matéria fática, ele aprecia o quantum indenizatório arbitrado por tribunal a quo, tanto para majorar quanto para diminuir o valor arbitrado. Isso decorre do princípio da legalidade, pq a indenização não se preza a enriquecer alguém. O valor também não pode ser ínfimo ou irrisório a ponto de não compensar a vítima. 
Critérios para arbitramento da indenização:
Gravidade da culpa:
Quanto mais grave a culpa, maior o valor da indenização. Tem-se a culpa grave, leve e levíssima. Não se fala em culpa na responsabilidade objetiva, mas é considerada ainda para calcular. 
Culpa grave: quando a pessoa tem o nível de diligência a baixo da média, poderia ter evitado o dano. Exemplo: João desce a serra de Petrópolis sem verificar se os freios estão funcionando. Se ele causar um acidente, a culpa dele vai ser grave. 
Culpa leve: Quando o grau de diligência é na média, mas o agente poderia ter evitado o resultado. Exemplo: acidente decorrente de pneus carecas. 
Culpa levíssima: quando uma pessoa de diligência acima da média poderia ter evitado o resultado. Exemplo: João verificou os freios e os pneus, mas esqueceu de verificar a caixa, que decorre em um acidente. 
Repercussão da ofensa e extensão do dano: por isso que as celebridades ganham mais, porque a repercussão e a extensão do dano são maiores.
Situação econômica do ofensor e da vítima: leva-se em consideração também a situação econômica de cada uma das partes. 
Observação: Muitos advogados antigos, para não pagar o valor da causa (base de cálculo para as custas processuais), não estipulavam o valor da indenização e deixavam a quantia ao arbítrio do juiz. Mas, acontece que o pedido tem que ser certo e delimitado, qualitativamente e quantitativamente. Hoje, pelo NCPC, o advogado jamais pode fazer isso. Alexandre Câmara diz que quando o juiz arbitra, não basta ele dizer que ele arbitra no valor de 50 mil.

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