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Seminário Do Trabalho De Conclusao Do Curso - Livro Texto – Unidade II

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Unidade II5
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Dando continuidade ao nosso estudo, esta unidade tem 
como propósito mostrar os tipos de pesquisa mais utilizados 
nos trabalhos acadêmicos: a pesquisa qualitativa, a pesquisa 
quantitativa e a pesquisa quanti-qualitativa e suas diferenças, o 
uso da entrevista e do questionário para a coleta de dados.
Objetivos de aprendizagem
Nesta unidade, você obterá os seguintes conhecimentos:
1. O que é uma pesquisa qualitativa.
2. O que é uma pesquisa quantitativa.
3. O que é uma pesquisa quanti-qualitativa.
4. Entrevistas: conceitos e tipos.
5. Questionários.
Ao iniciarmos o estudo sobre pesquisa qualitativa, 
quantitativa e quanti-qualitativa, faz-se necessário falar sobre 
a importância da entrevista nesses tipos de pesquisa, sobre a 
diferença entre essas pesquisas, sobre a aplicação do grupo 
focal e a utilização do questionário para a coleta de dados – que 
veremos em tópicos específicos, objetivando o entendimento da 
relevância dessas metodologias para o sucesso da pesquisa.
É importante que o aluno tenha claro, para a sequência 
de seus estudos, que antes da pesquisa vem o conhecimento. 
E esse conhecimento pode ser de dois tipos: senso comum e 
conhecimento científico.
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7 SENSO COMUM
O senso comum também é conhecido como conhecimento 
popular, que é transmitido pela educação informal e baseia-se 
na experiência pessoal.
Trata-se de acontecimentos passados de geração à geração, 
sem justificativa.
O senso comum resolve problemas imediatos diante dos fatos 
e fenômenos do dia a dia; não é programado ou planejado, segue 
ordem natural dos fatos, não possuindo um aprofundamento 
crítico. Possui uma objetividade superficial e limitada, pois 
está relacionado à vivência e ação de crenças pelas pessoas 
(subjetividade).
Exemplo: simpatias.
8 CONHECIMENTO CIENTÍFICO
O conhecimento científico exige pesquisa, configura a busca 
sistemática do conhecimento sobre:
• Situações.
• Fenômenos.
• Seres.
• Objetos.
• Teorias.
Exemplos:
• Situações: o Movimento Sem-Terra.
• Fenômenos: desemprego, aquecimento global.
• Seres: vegetais, animais e inorgânicos.
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• Objetos: celular, computador.
• Teorias: psicanálise, relatividade.
O conhecimento científico é produto da investigação 
científica e obedece a princípios e métodos, além de ser crítico.
A investigação científica se inicia:
• com a identificação de uma dúvida, de uma pergunta que 
ainda não tem resposta;
• com o reconhecimento de que o conhecimento existente 
é insuficiente ou inadequado para esclarecer a dúvida;
• com o reconhecimento de que é necessário construir uma 
resposta para esta dúvida;
• com a necessidade de que a resposta ofereça segurança e 
confiabilidade que a configurem como satisfatória.
8.1 Características do conhecimento científico
• É fatual: isso diz respeito à apresentação de conclusões, 
explicações sobre causas e manifestações de eventos, 
fatos, fenômenos, em suas regularidades e/ou tendências 
quando observadas em situações idênticas. Apoia-
se na observação ou experimentação sistemática e 
documentada, na verificação ou repetição.
• É objetivo: o cientista afasta qualquer subjetividade. 
Exemplo: o morador de rua (quer se concorde ou não ele 
é real, não existem dúvidas).
• É crítico: analisa, procura a verdade, a evidência, a 
clareza; examina o conteúdo das ideias e a exatidão das 
experiências e observações, vai a fundo, até esclarecer 
os fatos. Exemplo: é capaz de enxergar o problema do 
morador de rua.
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• É honesto: respeita os dados, não podendo ignorar, ocultar 
algum dado, mesmo que não se queira ou não se aceite.
EXERCÍCIOS
1)Que tipo de conhecimento se deve ter antes da pesquisa?
________________________________________________
________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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2) Comente sobre o senso comum.
________________________________________________
________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________
________________________________________________
3) Comente sobre o conhecimento científico.
________________________________________________
________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________
________________________________________________
4) Fale sobre as características do conhecimento científico.
________________________________________________
________________________________________________
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Resolução dos exercícios
1) É importante que o aluno tenha claro para a sequência dos 
seus estudos que antes da pesquisa, vem o conhecimento. 
E, esse conhecimento se apresenta em tipos: o senso 
comum e conhecimento científico.
2) A evolução humana ou conhecimento humano estão 
num primeiro plano fundamentado nos usos e costumes. 
De geração em geração o aprendizado vai acontecendo. 
Através da convivência e dos costumes vão se definindo os 
limites e o universo da sociedade, ao que se dá o nome de 
senso comum ou conhecimento popular. O senso comum 
define os procedimentos das relações interpessoais e 
pessoais e a forma de conduta e de agir da comunidade e 
da sociedade.
3) O aprimoramento do senso comum se dá através de 
estudos técnicos, da implementação de mecanismos, da 
formação das pessoas, da graduação das pessoas; a esse 
estágio dá-se o nome de estruturação para o conhecimento 
científico.
O conhecimento científico exige pesquisa, para, através do 
resultado dessas, implantar mecanismos que preencham 
as necessidades e anseios da população.
Essa é a busca sistemática do conhecimento por:
a. pontuar situações;
b. identificar os fenômenos;
c. estudar os seres;
d. definir os objetos;
e. analisar as teorias.
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4) Características do conhecimento científico:
É fatual. Diz respeito à forma de apresentação dos 
resultados dos experimentos realizados, feita de forma 
científica, com ponderações e razões apresentadas de 
forma conclusiva, inclusive sendo feitas comparações 
entre os vários fenômenos ou experimentos. É importante 
salientar que toda essa apresentação deverá estar 
documentalmente comprovada.
É objetivo. O experimento, fenômeno ou objeto deve 
ser real, não apresentando nenhuma dúvida sobre a sua 
existência ou realização.
É crítico. Contra fatos não há argumentos. Dessa forma o 
experimento será apresentado de forma clara e cristalina, 
sem omitir dados ou pessoas, irá apontar como resultado 
aquilo que realmente é.
É honesto. O realizador ou aluno terá um posicionamento 
imparcial, mesmo que os resultados não lhe sejam 
agradáveis, mas manterá sempre a realidade, a verdade 
dos fatos.
9 PESQUISA QUALITATIVA
O processo investigatório em uma pesquisa se inicia pela 
coleta de dados, que pode ser na forma de entrevistas ou pesquisas 
em fontes variadas como (vídeo, livros, revistas, filmes, internet 
e outro material documental). Esses dados posteriormente 
passarão pelo que se chama de “tratamento dos dados”. Para 
Mello (2006, p. 41), “a relação entre a fundamentação teórica, 
o objeto a ser pesquisado e o campo que se pretende explorar, 
é fundamental para a realização de um trabalho de pesquisa 
qualitativa”, por isso é importante que o aluno pesquisador 
conheça o tema a ser pesquisado, assunto esse que já vimos no 
módulo I.
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Para que se efetue a pesquisa qualitativa é necessária a 
realização de entrevistas com os sujeitos pesquisados. Essas 
entrevistas podem ser: entrevista aberta, entrevista fechada ou 
entrevista semiestruturada. Veremos esse assunto em tópico 
específico.
Muitos são os conceitos sobre pesquisa qualitativa, vejamos 
alguns desses conceitos:
Essa pesquisa tem por objetivo trazer à tona o que os 
participantes pensam a respeito do que está sendo 
pesquisado, não é só a minha visão de pesquisador 
em relação ao problema, mas é também o que o 
sujeito tem a me dizer a respeito. (Martinelli,1999, 
p.21)
A pesquisa qualitativa se caracteriza, principalmente, 
pela ausência de medidas numéricas e análises 
estatísticas, examinando aspectos mais profundos e 
subjetivos do tema em estudo (Dias, 2000, p.141).
A expressão “pesquisa qualitativa” assume diferentes 
significados no campo das ciências sociais. Compreende 
um conjunto de diferentes técnicas interpretativas 
que visam a descrever e a decodificar os componentes 
de um sistema complexo de significados. Tem por 
objetivo traduzir e expressar o sentido dos fenômenos 
do mundo social; trata-se de reduzir a distância entre 
indicador e indicado, entre teoria e dados, contexto e 
ação (Neves apud Maanen,1979, p. 520).
Podemos observar, por meio desses conceitos, que a 
pesquisa qualitativa é mais apropriada a estudos que visam 
às áreas das ciências humanas (sociologia, antropologia, 
psicologia, serviço social etc.), pois com ela o pesquisador se 
aproxima do fenômeno a ser pesquisado, do objeto de estudo. 
Para Mello (2006, p.44):
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a ferramenta principal, nos métodos qualitativos, é 
a pessoa do próprio pesquisador, seus processos de 
razão e sensibilidade, especialmente o uso de sua 
intuição e seus outros atributos humanos referentes 
à comunicação humana, haja vista que os estudos 
qualitativos preocupam-se mais com a qualidade dos 
dados do que com a quantidade destes.
Por isso, ressaltamos a importância da integração do tema 
com os conhecimentos do aluno pesquisador, para que haja um 
melhor entendimento quando da análise dos dados. A pesquisa 
qualitativa possui diferentes abordagens, para Dias (2000, p. 142 
apud Calder, 1977), os métodos qualitativos são classificados em: 
“exploratórios, fenomenológicos e clínicos”, já para Gil (2009, 
p.41) a pesquisa está classificada em: exploratória, descritiva e 
explicativa. Vejamos um quadro comparativo entre elas:
Quadro 1: comparativo entre métodos qualitativos.
Autor GIL, (2009, p. 41-42)
Pesquisa 
exploratória
Tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o 
problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir 
hipóteses, o aprimoramento de ideias ou a descoberta de 
intuições. Na maioria dos casos, essas pesquisas envolvem: a) 
levantamento bibliográfico; b) entrevistas com pessoas que 
tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; c) 
análise de exemplos que “estimulem a compreensão”.
Descritiva
Tem com objetivo primordial a descrição das características 
de determinada população ou fenômeno, ou então, o 
estabelecimento de relações entre variáveis. Uma das 
características mais significativas está na utilização de técnicas 
padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a 
observação sistemática. Exemplo de pesquisa descritiva: estudar 
as características de um grupo: sua distribuição por idade, sexo, 
procedência, nível de escolaridade, estado de saúde física, mental, 
etc. Este tipo de pesquisa é mais solicitada por instituições 
estudantis, empresas comerciais, partidos políticos etc. 
Explicativa
Tem por objetivo identificar os fatores que determinam ou que 
contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Esse é o tipo de 
pesquisa que mais aprofunda o conhecimentoda realidade, por 
que explica a razão, o porquê das coisas. Pode-se dizer que o 
conhecimento está assentado nos resultados oferecidos pelos 
estudos explicativos. 
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Objetivamos com o demonstrativo do quadro acima que em 
sua futura pesquisa, você aluno, tenha conhecimento quando 
da escolha do método a ser utilizado, qualificando-a melhor.
Podemos inferir, ao ler os tipos diferentes de pesquisa, que 
a pesquisa exploratória é a que melhor traz resultados quando 
queremos nos aproximar dos sujeitos pesquisados a fim de 
descobrir seus desejos, insatisfações, percepções e opiniões 
sobre determinado produto ou serviço.
EXERCÍCIOS
1) A pesquisa qualitativa é mais indicada para qual área?
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2) Quais os tipos de pesquisa qualitativa?
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________________________________________________
Resolução dos exercícios
1) Podemos observar por meio desses conceitos que a pesquisa 
qualitativa é mais apropriada a estudos que visam às áreas 
das ciências humanas (sociologia, antropologia, psicologia, 
serviço social etc.), pois com ela o pesquisador se aproxima 
do fenômeno a ser pesquisado, do objeto de estudo.
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2) Pesquisa exploratória, descritiva, explicativa.
10 PESQUISA QUANTITATIVA
A pesquisa quantitativa, como o próprio nome diz, quantifica 
por meio de números ou percentuais dados que se quer obter.
A pesquisa quantitativa normalmente se mostra 
apropriada quando existe a possibilidade de medidas 
quantificáveis de variáveis e inferências a partir de 
amostras de uma população. Esse tipo de pesquisa usa 
medidas numéricas para testar constructos científicos 
e hipóteses, ou busca padrões numéricos relacionados 
a conceitos cotidianos. (Dias, 2000, p.141)
Quando se opta pela pesquisa quantitativa é preciso levar 
em conta o problema e os objetivos da pesquisa, para não se 
incorrer, ao final do trabalho, na produção de meros relatórios 
descritivos sem relevância científica. O método quantitativo é 
utilizado principalmente em pesquisa de mercado, nos períodos 
eleitorais para que se saibam as preferências do eleitorado. 
Quando utilizamos essa pesquisa temos que validar os dados 
estatísticos encontrados e isso se faz por meio do estudo das 
variáveis.
10.1 Pesquisa quantitativa
No desenvolvimento da pesquisa quantitativa é necessário 
que o pesquisador, antes de sua aplicação em campo, defina:
• o universo: consiste no conjunto de todos os elementos ou 
unidades relacionadas com a pesquisa. Exemplo: centro de 
saúde, escolas, igrejas, visita de porta em porta, terminal 
de ônibus etc.;
• o elemento do universo ou população em cada unidade. 
Exemplo: no universo escola, o elemento poderá ser o 
aluno ou o professor.
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Dentro do universo, as amostras consistem em uma parte 
significativa na pesquisa quantitativa.
11 AMOSTRA REPRESENTATIVA
Deve conter todas as características comuns a todos os 
elementos do universo.
Exemplo: fazer uma pesquisa quantitativa com todos 
os alunos de ensino superior nas faculdades de Sorocaba. 
Abrange todas as faculdades de Sorocaba, ou seja, define 
o objeto de pesquisa, o sujeito dessa pesquisa tem que ser 
de um mesmo grupo. Ex. somente os alunos da faculdade 
UNIP.
11.1 Tipos de amostra
Amostra aleatória acidental: o pesquisador sai 
encontrando as pessoas e aplica a pesquisa, exemplo de 
amostra: alunos da UNIP. Entretanto, não está definido 
nem que curso frequentam nem a quantidade de sujeitos, 
inclui qualquer aluno que venha à faculdade, o elemento 
comum nesta amostra é o fato de ser composta apenas 
de alunos na UNIP.
Amostra aleatória simples ou casual: é composta por 
sorteio simples. Exemplo: pode-se colocar os nomes dos 
alunos no papel e sortear, ou os 20 primeiros alunos que 
entrarem em sala de aula, ou os 20 alunos que começam 
com a letra A etc.
Amostra aleatória sistemática ou intencional: é 
composta mediante critérios estabelecidos a priori pelo 
pesquisador. Exemplo: só há interesse em se fazer uma 
pesquisa na sala de aula, com os alunos casados, ou 
somente com os alunos solteiros.
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12 TIPOS DE PESQUISA
a. Comparativa: essa pesquisa procura comparar duas ou 
mais realidades. Exemplo: selecionar os alunos da turma 
A e os da turma B, e fazer uma comparação.
b. Piloto: é uma pesquisa feita com o intuito de abrir 
caminhos para uma pesquisa mais ampla. Exemplo: uma 
pesquisa que envolva somente o bairro do Campolim em 
Sorocaba (Piloto) para verificar sua aplicabilidade, depois 
disso estabelece-se parâmetro e em caso de sucesso, 
amplia-se a pesquisa para outros bairros da cidade.
c. Estatística: é a análise da frequência e da variabilidade 
da incidência de determinada característica, através de 
levantamento de dados e relatório de análise da situação. 
Exemplo: analisar o crescimento do contingente de 
jovens infratores em determinado período.
d. Levantamento social: busca ter uma visão geral de 
grandes áreas, colher dados que permitam posteriormente 
aprofundar o conhecimento. Exemplo: quando um 
político vai fazer uma visita a uma determinada região e 
levanta dados sobre as escolas, o comércio, os postos de 
saúde, ou seja, faz uma pesquisa rápida em que ele tenha 
uma visão geral para depois disso se aprofundar.
13 INSTRUMENTOS E TÉCNICAS DE PESQUISA
a. Fonte primária: os dados são colhidos diretamente pelo 
próprio investigador (pesquisador) em primeira mão 
junto ao sujeito da pesquisa. Exemplo: o pesquisador 
entrevistando um morador de rua.
b. Fonte secundária: nesse caso os dados existentes foram 
colhidos anteriormente por uma outra pessoa, dados de 
segunda mão. Exemplo: um boletim de ocorrência de 
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uma delegacia, teremos as informações que queremos, 
porémfoi outra pessoa quem entrevistou o sujeito.
14 INSTRUMENTO DE PESQUISA
Questionário: preenchido pelo informante.
Formulário: preenchido pelo pesquisador.
Dentro desses instrumentos existem duas formas de 
perguntas, são elas perguntas abertas e perguntas 
fechadas.
Nas perguntas abertas, existe a possibilidade de mais de 
uma resposta.
Exemplo: Cite 3 necessidades que considera importante 
para melhoria de seu bairro.
Resposta: Centro de saúde, creches, mais linhas de ônibus.
Nas perguntas fechadas, normalmente, há somente uma 
alternativa possível
Exemplo: Qual é o seu estado civil
Resposta: ( ) casado, ( ) solteiro, ( ) separado, ( ) viúvo.
EXERCÍCIOS
1) Fale sobre a pesquisa quantitativa.
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2) Quais os tipos de amostras que são importantes para a 
pesquisa?
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3) Quais os tipos de pesquisa dentro da pesquisa 
quantitativa?
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4) Fale sobre as fontes de pesquisa.
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5) Fale sobre instrumento de pesquisa.
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Resolução dos exercícios
1) A pesquisa quantitativa, como o próprio nome diz, 
quantifica por meio de números ou percentuais dados 
que se quer obter.
2) Amostra aleatória acidental: o pesquisador sai encontrando 
as pessoas e aplica a pesquisa.
Amostra aleatória simples ou casual: é composta por 
sorteio simples.
Amostra aleatória sistemática ou intencional: 
compõe-se mediante critérios estabelecidos a priori pelo 
pesquisador.
3) Comparativa: a pesquisa comparativa ocorre com a 
avaliação e identificação das diferenças e igualdades 
entre dois grupos.
Piloto: é uma pesquisa realizada com uma pequena 
amostra de um universo maior. Em muitos casos, utiliza-
se de uma pesquisa piloto para verificar a viabilidade de 
realizar uma pesquisa maior, mais ampla.
Levantamento social: O levantamento social é uma 
maneira de se obter uma avaliação de determinada 
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situação sem aprofundar-se nas causas que geraram 
aqueles resultados. Aprofundar-se nas causas demanda a 
pesquisa detalhada.
4) Fontes de pesquisa:
Fonte primária: quando o próprio pesquisador vai a 
campo, e obtém informações, mesmo que superficiais, 
que retratam de forma ampla o objeto a ser pesquisado.
Fonte secundária: a fonte secundária é caracterizada 
pela existência de dados colhidos em momento anterior 
por outra pessoa.
5) Instrumentos de pesquisa
Questionário: preenchido pelo informante.
Formulário: preenchido pelo pesquisador.
Dentro desses instrumentos existem duas formas de 
perguntas, são elas perguntas abertas e perguntas fechadas.
Nas perguntas abertas, existe a possibilidade de mais de 
uma resposta.
Exemplo: Cite 3 necessidades que considera importante 
para melhoria de seu bairro.
Resposta: Centro de saúde, creches, mais linhas de ônibus.
Nas pergunta fechadas, normalmente, há somente uma 
alternativa possível, para resposta.
Exemplo: Qual é o seu estado civil
Resposta: ( ) casado, ( ) solteiro, ( ) separado, ( ) viúvo.
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15 VARIÁVEIS
As variáveis são propriedades que podem se diversificar 
entre indivíduos, objetos ou coisas, entre outros. A 
variável traz consigo quatro partes: um nome, um 
tipo de definição verbal, um conjunto de classe e um 
processo que permite a ordenação lógica. De acordo 
com a forma como se apresenta, dividem-se em 
gêneros, espécies e categorias, os quais, por sua vez, 
têm suas subdivisões. (Fachin, 2006, p. 85)
Ancorados nessa autora, trazemos aqui os conceitos das 
divisões relacionadas acima. As variáveis se classificam como: 
variáveis de gênero, espécie e categorias (idem, p.74).
a. Gênero: esta variável compreende três tipos: variáveis 
dicotômicas, que são as variáveis que simplesmente 
divergem pela afirmação ou negação de uma das posições 
pertencentes à mesma série. Exemplo: homem ou mulher; 
singular ou plural; variáveis contínuas, são aquelas 
que podem assumir qualquer valor numérico, bem como 
possibilitar medidas. Exemplo: a variável “aproveitamento 
escolar” que varia de zero (0) a 10 pontos; variável 
descontínua, há a ausência de gradação numérica 
e sua espécie não obedece a uma ordem sequencial 
natural de continuidade. Exemplo: os alunos da disciplina 
Metodologia de Pesquisa de uma faculdade; as pessoas 
que são filiadas a um clube (idem, p.74-76).
b. Espécie: há três tipos de variáveis; variável independente: 
é aquela que se constitui a provável causa das 
modificações de outra variável. Ela influencia, determina 
ou afeta a denominação da variável dependente; 
variável dependente: é aquela cujas modalidades estão 
relacionadas às alterações da variável independente;variável interveniente: é a causa capaz de condicionar 
o fenômeno sem, contudo, ter uma explicação essencial, 
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nem decorrer dele, muitas vezes ocorre por conta do 
acaso ou por erro do pesquisador. Acaba ficando entre 
a variável dependente e independente com o intuito de 
anular, ampliar ou diminuir o impacto de uma sobre a 
outra.
c. Categorias: são variáveis em que o pesquisador pode alterar 
ou fixar os valores; variável quantitativa: é determinada 
em relação aos dados ou à proporção numérica que possam 
ser quantificados cientificamente. Os procedimentos mais 
usados para quantificar são a contagem e mensuração; 
variável qualitativa: é caracterizada pelos seus atributos 
e relaciona aspectos não somente mensuráveis, mas 
também definidos descritivamente (idem, p.78-81).
Percebemos, por meio do exposto acima, que definir variáveis 
requer clareza sobre o objeto de pesquisa. Para colaborar com 
sua pesquisa trouxemos alguns exemplos de quando aplicar a 
pesquisa quantitativa:
1 – Se você quer saber quantas pessoas usam um 
produto ou serviço ou têm interesse em um novo 
conceito de produto, a pesquisa quantitativa é o 
que você precisa. Ela também é usada para medir 
um mercado, estimar o potencial ou volume de um 
negócio e para medir o tamanho e a importância de 
segmentos de mercado1.
2 – A pesquisa quantitativa tenta estimar qual a 
porcentagem de uma determinada população que 
tem certo hábito, ou pensa de certa maneira, ou que 
tenha adquirido certo produto nos últimos meses2.
Com esses dois exemplos, podemos entender qual a 
utilidade de uma pesquisa quantitativa. Mas você deve estar se 
perguntando como se obtém esses dados, de que forma aplico 
esse método? Antes de passarmos à entrevista, que é a forma pela 
1 Disponível em: <http://www.ead.unicamp.br/trabalho_pesquisa/
Pesq_quanti.htm>.
2 Disponível em: <http://www.pesquisademercado.info/pesquisa-
quantitativa>.
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qual se obtém os dados, vejamos um quadro comparativo entre 
pesquisa quantitativa e qualitativa, que o auxiliará a perceber a 
diferença entre uma e outra e colaborará na definição de qual 
poderá ser utilizada na sua pesquisa.
De acordo com Neves (1996, p.2), os métodos qualitativos 
e quantitativos não se excluem, mesmo que se diferenciem no 
que se refere à forma e à ênfase; os métodos qualitativos trazem 
como contribuição ao trabalho de pesquisa uma mistura de 
procedimentos de cunho racional e intuitivo capaz de contribuir 
para a melhor compreensão dos fenômenos. Portanto, cabe ao 
aluno, junto com seu orientador, escolher qual melhor método e 
em que circunstância é importante utilizar ambas as pesquisas.
Quadro comparativo3
Quantitativo Qualitativo
Busca a extensão. Busca a profundidade.
Parte do particular para o todo. Parte do todo para o particular.
Inicia de um objetivo concreto Inicia de uma avaliação que é subjetiva
Amostra é ampla, calculada a priori, 
estratificada.
A amostra é pequena, obtida no 
campo, não causada, intencional.
Trabalha com dados, indicadores e 
tendências.
Trabalha com valores, crenças, 
opiniões, atitudes e representações.
Descarta variáveis não representativas. Todas as variáveis são importantes.
Trabalha com hipótese. Trabalha com pressupostos.
Para facilitar o seu estudo e compreensão acerca do 
desenvolvimento e aplicação do método quantitativo, 
encontramos em Mello (2006) algumas dicas:
1. defina o objetivo a ser alcançado com a pesquisa;
2. faça o levantamento da amostra a ser pesquisada;
3. elabore e aplique o pré-teste para validação do questionário;
4. faça o cruzamento e tabulação dos dados;
3 Quadro 3: Comparativo entre pesquisa qualitativa e 
quantitativa FONTE: Disponível em: <http://www.pgsc.ufma.br/arquivos/
pesquisaqualitativa.pdf>.
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5. elabore o relatório para análise.
Com isso sua pesquisa estará pronta para ser aplicada.
EXERCÍCIOS
1) Como se classificam as variáveis?
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2) Fale sobre as variáveis de gênero.
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3) Fale sobre as variáveis de espécie.
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4) Fale sobre as variáveis de categorias.
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Resolução dos exercícios
1) As variáveis se classificam em variáveis de gênero, espécie 
e categorias.
2) Gênero. Essa variável é compreendida por variáveis 
dicotômicas, variáveis contínuas, variável descontínua:
variáveis dicotômicas: quando num mesmo universo, de 
uma mesma classe, existir a possibilidade de divergências 
afirmativas ou negativas. Exemplo: homem ou mulher; 
singular ou plural;
variáveis contínuas: as variáveis contínuas são 
reconhecidas pelo fato de serem demonstradas ou 
quantificadas numericamente. Exemplo: a variável 
“aproveitamento escolar” que valoriza o desempenho 
individual do aluno por nota que varia de zero a dez 
pontos;
variável descontínua: quando no universo avaliado, não 
há a identificação individual, mas sim, do universo como 
um todo. Exemplo: os alunos da disciplina Metodologia de 
Pesquisa de uma faculdade.
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3) Espécie: quanto à espécie, há três tipos de variáveis: 
variável independente; variável dependente, variável 
interveniente.
Variável independente: a variável independente é aquela 
que tem a capacidade própria de definição de fator ou 
causa, não depende de outra para ser identificada, mas 
sim, até pode dar causa para outra espécie dependente 
dela.
Variável dependente: a variável dependente, normalmente 
está relacionada à fragmentação ou mutações de um tipo 
independente.
Variável interveniente: é o tipo que tem a capacidade 
de colocar-se entre a variável dependente e a variável 
independente, sem fazer-se geradora de condições ou 
resultados para o fato ou causas.
4) Categorias: são variáveis com características e capacidade 
de proporcionar ao pesquisador a possibilidade de alterações 
e mensuração de seus valores. As Categorias definem-se 
por: variável quantitativa e variável qualitativa:
variável quantitativa: ocorre com a possibilidade de 
mensurar e quantificar, com procedimentos científicos;
variável qualitativa: define-se pela possibilidade de 
descrever todos os aspectos, e mensurá-los em relação ao 
universo pesquisado.
16 PESQUISA QUANTI-QUALITATIVA
Na pesquisa quanti-qualitativa, como o próprio nome diz, 
temos uma pesquisa composta por dados quantitativos e por 
dados qualitativos. Esse tipo de pesquisa busca dar ao mesmo 
tempo uma interpretação mensurável (em números) e uma 
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compreensão do objeto de estudo a partir dos relatos dos 
sujeitos envolvidos na pesquisa.
17 ENTREVISTA: CONCEITOS E TIPOS
A entrevista é a técnica utilizada quando queremos obter 
dados para a elaboração da pesquisa, para validar hipóteses e 
objetivos. Para Duarte (2005, apud Fontana & Frey,1994, p.361), 
“entrevista é uma das mais comuns e poderosas maneiras que 
utilizamos para tentar compreender nossa condição humana”. Para 
esse mesmo autor (Duarte, 2005, p. 62), “a entrevista tornou-se 
técnica clássica de obtenção de informações nas ciências sociais, 
com larga adoção em áreas como sociologia, comunicação, 
antropologia, administração, educação e psicologia”. Vejamos 
agora os tipos de entrevistas e seus conceitos.
17.1 Tipos de entrevistas
As entrevistas são divididas em três tipos: abertas, 
semiabertas e fechadas. São utilizadas de acordo com o tipo de 
pesquisa escolhida. O formulário a ser utilizado para a entrevista 
é chamado questionário, que pode ser enviado pelo correio ou 
por e-mail, caso se queira atingir um número expressivo de 
pessoas, ou pode ser respondido pessoalmente se a opção for 
entrevista individual.
Nesse caso, o que definirá a entrevista individual é o número 
de pessoas a serem entrevistadas.
O ideal é que se consiga mesclar entrevistas individuais 
com as que serão enviadas por correio ou e-mail. Importante 
ressaltar que ao enviar o formulário de entrevista pelo correio, 
se faça uma carta de apresentação com informações sobre a 
pesquisa, ressaltando o quão importante é a participação do 
sujeito pesquisado, lembrando sempre que há uma data limite 
para o retorno do questionário que deve ser enviado junto com 
um envelope para o retorno do mesmo.
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Com isso espera-se motivar o entrevistado a responder 
as questões. Quando enviada eletronicamente, a carta de 
apresentação pode ser enviada no corpo do e-mail. Duarte 
(2006, p.64-66) conceitua a entrevista da seguinte maneira, a 
entrevista aberta se caracteriza
por ter um tema central que flui livremente, sendo 
aprofundada em determinado rumo, de acordo com 
aspectos significativos identificados pelo entrevistador 
enquanto o entrevistado define a resposta segundo 
seus próprios termos, utilizando como referência 
seu conhecimento, percepção, linguagem, 
realidade, experiência. (...) Muitas vezes é realizada 
como sondagem, para a elaboração de roteiros 
semiestruturados ou questionários estruturados.
A entrevista semiaberta parte de
questionamentos básicos, apoiados em teorias e 
hipóteses que interessam à pesquisa, e que, em 
seguida, oferecem amplo campo de interrogativas, 
fruto de novas hipóteses que vão surgindo à medida 
que se recebem as respostas do informante (Trivinos, 
1990, p.146, apud Duarte 2006).
A entrevista fechada: é realizada a partir de 
questionários estruturados, com perguntas iguais 
para todos os entrevistados, de modo que seja 
possível estabelecer uniformidade e comparação 
entre respostas. (Duarte, 2006)
Quando há a aplicação de entrevistas individuais, temos que 
observar as questões éticas que envolvem pesquisa com seres 
humanos, bem como solicitar a aceitação, preferencialmente por 
escrito, quando se tratar de entrevistar pessoas em empresas, 
associações; com isso estaremos validando, de forma melhor, a 
pesquisa e agregando seriedade ao trabalho.
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As pesquisas, quando feitas na área da saúde envolvendo 
pacientes, antes passam pelo comitê de ética da instituição 
em que é realizado o curso que a solicita para, se aprovada, 
poder ser feita com o paciente. O documento que permite a 
pesquisa é chamado Consentimento Livre Esclarecido, em que 
há um roteiro específico, definido pelo Conselho Nacional de 
Saúde por meio da Resolução no. 196/96, bem como a folha de 
rosto para pesquisas envolvendo seres humanos4. Para fins de 
conhecimento, abaixo estão alguns dos princípios do documento 
Consentimento Livre Esclarecido, a saber:
O respeito devido à dignidade humana exige que 
toda pesquisa se processe após consentimento livre e 
esclarecido dos sujeitos, indivíduos ou grupos que por 
si e/ou por seus representantes legais manifestem a 
sua anuência à participação na pesquisa.
1 - Exige-se que o esclarecimento dos sujeitos se faça 
em linguagem acessível e que inclua necessariamente os 
seguintes aspectos:
a) a justificativa, os objetivos e os procedimentos que 
serão utilizados na pesquisa;
b) os desconfortos e riscos possíveis e os benefícios 
esperados;
c) os métodos alternativos existentes;
d) a forma de acompanhamento e assistência, assim 
como seus responsáveis;
e) a garantia de esclarecimentos, antes e durante o 
curso da pesquisa, sobre a metodologia, informando 
a possibilidade de inclusão em grupo controle ou 
placebo;
f) a liberdade do sujeito de se recusar a participar ou 
retirar seu consentimento, em qualquer fase da 
4 Disponível em: <http://conselho.saude.gov.br/docs/FolhaRosto0312.
doc>.
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pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo 
ao seu cuidado;
g) a garantia do sigilo que assegure a privacidade dos 
sujeitos quanto aos dados confidenciais envolvidos 
na pesquisa;
h) as formas de ressarcimento das despesas decorrentes 
da participação na pesquisa; e
i) as formas de indenização diante de eventuaisdanos 
decorrentes da pesquisa.
2 - O termo de consentimento livre e esclarecido 
obedecerá aos seguintes requisitos:
a) ser elaborado pelo pesquisador responsável, 
expressando o cumprimento de cada uma das 
exigências acima;
b) ser aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa que 
referenda a investigação;
c) ser assinado ou identificado por impressão 
dactiloscópica, por todos e cada um dos sujeitos da 
pesquisa ou por seus representantes legais; e
d) ser elaborado em duas vias, sendo uma retida pelo 
sujeito da pesquisa ou por seu representante legal e 
uma arquivada pelo pesquisador.
3 - Nos casos em que haja qualquer restrição à 
liberdade ou ao esclarecimento necessário para o 
adequado consentimento, deve-se ainda observar: 
a) em pesquisas envolvendo crianças e adolescentes, 
portadores de perturbação ou doença mental e 
sujeitos em situação de substancial diminuição em 
suas capacidades de consentimento, deverá haver 
justificação clara da escolha dos sujeitos da pesquisa, 
especificada no protocolo, aprovada pelo Comitê 
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de Ética em Pesquisa, e cumprir as exigências do 
consentimento livre e esclarecido, por meio dos 
representantes legais dos referidos sujeitos, sem 
suspensão do direito de informação do indivíduo, no 
limite de sua capacidade.5
Sempre que possível, nas entrevistas individuais, é 
importante que o pesquisador seja apresentado à pessoa que 
ele irá entrevistar, por alguém que o pesquisado conheça, 
estabelecendo, com isso, uma relação de confiança.
Como toda a entrevista, há vantagens e desvantagens ao 
realizá-la. Para Goldenberg (1997, p. 88), as vantagens em 
realizar uma pesquisa são:
as pessoas têm maior paciência e motivação para falar 
do que para escrever; permite maior profundidade no 
relato das informações; estabelece uma relação de 
confiança e amizade entre pesquisador e o pesquisado, 
o que propicia o surgimento de outros dados.
Já as desvantagens na realização da entrevista apresentam 
as seguintes características:
o entrevistado afeta o entrevistador; exige mais 
tempo, atenção e disponibilidade do pesquisador; 
é mais difícil comparar as respostas; o pesquisador 
fica na dependência do pesquisado: se quiser ou não 
falar, que tipo de informação deseja dar e o que quer 
ocultar (idem, p.88-89).
Podemos inferir, por meio das vantagens da entrevista 
individual, que ela enriquece a pesquisa a ser realizada quando 
conseguimos fazer com que o entrevistado perceba a importância 
do trabalho que estamos realizando; nesse caso, caberá ao 
entrevistador ser hábil no seu convencimento e arguição para 
com o entrevistado.
5 Disponível em <www.univap.br/ipd/docs/consentimento_livre_
esclarecido_cep.pdf>
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EXERCÍCIOS
1) O que é entrevista?
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2) Quais os tipos de entrevistas?
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3) Comente sobre entrevista aberta.
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4) Comente sobre entrevista semiaberta.
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5) Comente sobre entrevista fechada.
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6) Quais as vantagens de realizar a entrevista?
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7) Quais as desvantagens de realizar a entrevista?
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Resolução dos exercícios
1) A entrevista é a técnica utilizada quando queremos 
obter dados para a elaboração da pesquisa, para validar 
hipóteses e objetivos.
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2) As entrevistas estão definidas em três tipos: abertas, 
semiabertas e fechadas.
3) Entrevista aberta: a entrevista aberta não contém roteiro 
predeterminado, isto é, ela evolui de acordo com as 
respostas do entrevistado. O entrevistador tem em mente 
um objetivo final, e procura encaminhar as perguntas 
seguindo essa determinação. Porém, o conteúdo, o tipo 
de pergunta, as reperguntas, tudo flui de maneira natural. 
A entrevista aberta pode inclusive ser baseada em um 
estudo preliminar, em coleta de dados e estudos para 
domínio, por parte do entrevistador, do conteúdo a ser 
colhido, ou pode simplesmente basear-se na meta a ser 
atingida naquela entrevista.
4) Entrevista semiaberta: a entrevistasemiaberta contém 
as características da entrevista aberta, porém, possui 
uma certa estruturação. Existe um roteiro a ser seguido, 
independente do nível de resposta do entrevistado, de certa 
forma, seria uma entrevista semiorganizada. Já buscando 
determinadas hipóteses predefinidas e necessárias como 
resultado desta entrevista.
5) Entrevista fechada: a entrevista fechada é totalmente 
planejada, com começo, meio e fim definidos 
antecipadamente, com total de perguntas, tempo 
para resposta, entrevistados definidos e metas 
predeterminadas.
6) As vantagens da utilização da entrevista como método 
ou procedimento para a elaboração da pesquisa 
dizem respeito ao fato de que os entrevistados terão 
uma participação bem maior do que se escrevessem, 
por exemplo, pois as pessoas normalmente preferem 
falar a escrever. E um aspecto fundamental é que o 
entrevistador irá criar um ambiente adequado para a 
realização do trabalho da pesquisa deixando as pessoas 
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à vontade, naturais, em um ambiente de confiança e 
reciprocidade.
7) Já as desvantagens estarão diretamente relacionadas 
à participação, ou não, do entrevistado, da sua 
disponibilidade, da confiança no trabalho a ser realizado, 
nos objetivos da pesquisa. Assim, o resultado da pesquisa 
dependerá diretamente do entrevistado.
Para facilitar seu entendimento sobre que modalidade de 
entrevista aplicar na pesquisa escolhida, veja o quadro resumo, 
abaixo:
Pesquisa Questões Entrevista Modelo Abordagem Respostas
Qualitativa
Não estruturadas Aberta Questão central
Em profundidade Indeterminadas
Semiestruturadas Semiaberta Roteiro
Quantitativa Estruturadas Fechada Questionário Linear Previstas
Quadro 4: Modelo de tipologia em entrevista
Quando optamos pela pesquisa qualitativa podemos utilizar 
como método de coleta de dados o tipo de entrevista acima 
descrito, ou podemos utilizar o grupo focal, que é o assunto que 
veremos no próximo tópico.
17.2 Grupo focal
Os estudos acerca do grupo focal surgiram na década de 
1940, e sua utilização inicial é atribuída às ciências sociais (Costa, 
2005), mas o que observamos por meio de autores que estudam 
métodos de pesquisa é a utilização desse tipo de técnica na área 
de marketing, políticas públicas, educação e mais recentemente, 
na saúde.
O grupo focal é bastante flexível, pois pode ser utilizado 
em pesquisas qualitativas e quantitativas como complemento. 
Para Costa (2005, p.180), “o grupo focal, quando bem orientado, 
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permite a reflexão sobre o essencial, o sentido dos valores, dos 
princípios e motivações que regem os julgamentos e percepções 
das pessoas”.
Para uma melhor compreensão do que seja grupo focal, 
trouxemos alguns conceitos: para Dias (2000, p.144) grupo 
focal são: “pequenos grupos de pessoas reunidos para avaliar 
conceitos ou identificar problemas”.
Já para Costa (2005, p. 181), grupos focais são um tipo de 
pesquisa qualitativa que tem como objetivo perceber os aspectos 
valorativos e normativos que são referência de um grupo em 
particular. São na verdade uma entrevista coletiva que busca 
identificar tendências; enquanto que para Iervolino & Pelicioni 
(2001, p.116), “o grupo focal pode ser utilizado no entendimento 
das diferentes percepções e atitudes acerca de um fato, prática, 
produto ou serviço”.
O que podemos inferir sobre os conceitos acima citados 
é que o grupo focal é uma técnica que colabora quando se 
quer investigar com mais profundidade o objeto de pesquisa, 
principalmente quando esse se trata de elementos que não 
podem ser mensuráveis pela via quantitativa. Podendo ser 
“uma técnica perfeitamente adaptável a qualquer tipo de 
abordagem: exploratória, fenomenológica ou clínica” (Dias, 
2000, p. 144).
17.2.1 Características, vantagens e desvantagens
Podemos citar como característica principal do grupo focal 
“a interação entre os participantes e o pesquisador que objetiva 
colher dados a partir da discussão focada em tópicos específicos 
e diretivos” (Iervolino; Pelicioni, 2001, p. 116).
De acordo com Dias (2000), conforme o tipo de pesquisa 
a ser utilizada, (vide item 1 deste módulo), será direcionado o 
objetivo do grupo focal. Por exemplo:
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Pesquisas exploratórias, seu propósito é gerar novas 
ideias ou hipóteses e estimular o pensamento do 
pesquisador. Em pesquisas fenomenológicas, ou 
de orientação, é aprender como os participantes 
interpretam a realidade, seus conhecimentos e 
experiências. Pesquisas clínicas, há uma modalidade 
de grupo focal, conhecida como entrevista de 
grupo focal em profundidade (in-depth focus group 
interview), cujo objetivo é identificar informações 
mais profundas do que as que se encontram acessíveis 
nos relacionamentos interpessoais. (idem, p.145)
O que percebemos é que o grupo focal é uma técnica flexível 
que quando bem aplicada, colabora com o pesquisador na busca 
de seus constructos na efetivação do seu objeto de pesquisa.
Outras características que compõem o grupo focal são:
• o grupo é formado por seis a dez pessoas (Dias, 2000); 
(Iervolino & Pelicioni, 2001);
• a seleção dos participantes é feita por aproximação de 
características de perfil;
• cada reunião deve durar uma hora e meia (1h30), no 
máximo duas horas (2h), (GOMES & BARBOSA, 1999);
• o pesquisador deve escolher até cinco tópicos para 
discussão;
• o pesquisador tem uma agenda onde estão delineados os 
principais tópicos a serem abordados;
• esses tópicos são geralmente pouco abrangentes, de modo 
que a conversação sobre os mesmos se torne relevante; 
(Gomes & Barbosa, 1999).
Em muitas literaturas o pesquisador é também chamado de 
moderador e em muitos casos é comum que haja uma segunda 
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pessoa, na figura de Observador, que tem como função ajudar o 
pesquisador nas anotações pertinentes aos assuntos ali tratados. 
Como toda a técnica a ser aplicada há vantagens e desvantagens 
como:
O grupo focal apresenta como vantagem a sinergia 
gerada pela participação conjunta do grupo de 
entrevistados; a interação entre os participantes 
que enriquecem as respostas; por outro lado, o que 
é considerado como desvantagem é o fato de que 
não é um ambiente natural e pode refletir, ou não, 
o comportamento individual, a possibilidade de 
circunstancialmente as opiniões serem influenciadas 
pelo comportamento de um integrante mais 
exuberante do grupo, por exemplo; o grupo focal é 
altamente recomendável quando se quer ouvir as 
pessoas, explorar temas de interesse em que a troca 
de impressões enriquece o produto esperado, quando 
se quer aprofundar o conhecimento de um tema 
(Costa, 2005, p.182-183).
De acordo Dias (2000, p. 146), o objetivo do grupo focal 
é “identificar percepções, sentimentos, atitudes e ideias dos 
participantes a respeito de um determinadoassunto, produto 
ou atividade”. O grupo focal requer a realização de reuniões, há 
necessidade de um moderador, temas para discussão e seleção 
dos participantes. Para que o pesquisador tenha sucesso com 
a aplicação da técnica, faz-se necessário um planejamento 
que envolve um roteiro para entrevistas, questões a serem 
abordadas, definição do público-alvo, o pesquisador/moderador, 
o observador, a condução da reunião e a análise dos dados. 
Vejamos cada item do planejamento:
a. Elaboração do roteiro de entrevistas: é o primeiro item e 
deve conter o “objeto da entrevista, o foco da dinâmica 
da pesquisa” (Costa, 2005, p.183). Esse roteiro não deve 
“engessar“ a pesquisa de modo a não permitir que outras 
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perguntas sejam feitas, ao contrário, cabe ao pesquisador/
moderador flexibilizá-lo na medida em que achar 
conveniente.
b. O público-alvo: como já dissemos anteriormente, deve 
ser escolhido por características de perfil homogêneo, 
o grupo deve ter “nível socioeconômico e acadêmico 
semelhante, para evitar inibições e constrangimentos” 
(idem, p.185).
c. Pesquisador/moderador: como já foi mencionado, o 
moderador é o pesquisador, aquele que vai conduzir 
a reunião, estabelecendo regras. Ele terá o papel de 
facilitador, tendo o cuidado de não “induzir às respostas” 
(ibidem). Pode e deve fazer intervenções sempre que 
necessário para o bom andamento do grupo, quando há 
divergências de opiniões.
d. A condução da reunião: é aprazível que o pesquisador 
receba os participantes um a um, disponibilize café ou 
água, dê as boas-vindas e agradeça a participação, e se 
o orçamento da pesquisa permitir, “forneça brindes ou 
almoço em restaurante, amostras do produto” (Iervolino 
& Pelicioni, 2001, p.117). Para que haja uma maior 
interatividade entre os participantes, o pesquisador, após 
se apresentar, pode solicitar que cada participante se 
apresente. É nesse momento, também, que o pesquisador 
fala sobre a pesquisa, define algumas regras, informa os 
participantes a fim de obter, de antemão, sua permissão 
para gravar a reunião. Para que não haja inibições e 
constrangimentos, o pesquisador deve identificar cada 
participante por um número, mesmo tratando-os pelo 
nome no decorrer da reunião. De acordo com Costa (2005, 
p.187), a disposição dos participantes na sala onde será 
feita a reunião deve ser da seguinte forma: sentar-se ao 
redor de uma mesa de reuniões ou em círculo e ter à sua 
frente a identificação com nome e número para facilitar a 
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atuação do pesquisador/moderador. O observador registra 
as respostas usando apenas o número.
e. Análise dos dados: temos que ter em mente que não 
será possível quantificar os dados coletados neste tipo 
de técnica, pois os mesmos são de natureza qualitativa e 
devem receber igual tratamento. Para Gomes & Barbosa 
o pesquisador deve considerar:
Palavras: avalie o significado das palavras utilizadas 
pelos participantes. Contexto: considere as 
circunstâncias nas quais um comentário foi feito, 
tom e intensidade do comentário. Concordância 
interna: descubra se a mudança de opiniões durante 
as discussões foi causada pela pressão do grupo. 
Precisão de respostas: verifique quais respostas 
foram baseadas em experiência pessoal. Quadro 
geral: defina as ideias preponderantes. Propósito 
do relatório: considere os objetivos do estudo e a 
informação necessária para a tomada de decisão. Os 
relatórios de grupos focais são tipicamente: relatórios 
orais breves que destacam descobertas chaves; 
relatórios descritivos que resumem a discussão; e 
relatórios analíticos que fornecem tendências, padrões 
ou descobertas e incluem comentários selecionados 
(1999, p. 6-7).
Podemos concluir, a partir do uso do grupo focal, que ele é uma 
ferramenta que tende a enriquecer o trabalho do pesquisador, 
principalmente quando este tem por interesse, entender os 
desejos, crenças e percepções dos sujeitos pesquisados.
18 QUESTIONÁRIO
Quando falamos em entrevista, nos ocorre pensar no 
questionário, formulário usado sempre que quisermos aplicar 
uma pesquisa. Vejamos então dois conceitos de questionário. 
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No dicionário Aurélio (2008, p. 409), significa “série de questões 
ou perguntas”, para Fachin (2006, p. 158 apud Theodorson 
& Theodorson, 1970), questionário significa “um modelo ou 
documento em que há uma série de questões, cujas respostas 
devem ser preenchidas pessoalmente pelos informantes”. Por 
meio desses conceitos percebemos que o questionário é a forma 
pela qual se faz a coleta de dados para a pesquisa, sendo esse o 
mais autêntico documento, pois expressa com maior fidelidade 
a percepção dos respondentes sobre o assunto em questão. Para 
se elaborar um questionário devem-se levar em conta alguns 
aspectos, tais como:
• O questionário não deve ser muito extenso, mas também 
não muito sucinto, ele deve responder as informações 
desejadas que vão contribuir com sua pesquisa.
• As questões não devem induzir o informante à resposta.
• “Usar palavras e expressões familiares ao pesquisado, 
evitando o emprego de expressões compreensíveis 
somente por determinado grupo cultural” (FACHIN, 2006, 
p. 160).
• Deve-se “decidir que tipo de questionário deverá ser usado 
(aberto, fechado, aberto e fechado)”. (GOLDENBERG, 1997, 
p.89).
• As questões devem ter uma sequência lógica: dados 
pessoais, dados sociodemográficos, perguntas referentes 
ao objeto da pesquisa.
• Devem-se mesclar as questões abertas ou fechadas, 
quando for o caso.
• Quando o questionário for enviado pelo correio é preciso ter 
toda a atenção no que diz respeito à qualidade do material 
a ser enviado: qualidade do papel, qualidade da impressão, 
envio de outro envelope já preparado para retorno.
• “Ao elaborar as questões, considerar o nível intelectual da 
população pesquisada, fazendo com que o questionário se 
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torne compreensível; utilizar, se possível, expressões do meio ou 
da vida profissional dos pesquisados”. (FACHIN, 2006. p.161)
• Para validar o questionário a ser aplicado na pesquisa, 
inicialmente, se realiza o pré-teste cujo objetivo é 
verificar a consistência das perguntas para posterior 
encaminhamento aos sujeitos a quem se irá aplicar o 
questionário. Pode-se escolher um grupo determinado ou 
aleatório. O importante é mesclar pessoas que já tenham 
passado por alguma experiência em pesquisa que poderão 
dar um feedback mais crítico. Executado tal procedimento 
e tendo a opinião das pessoas sobre o questionário, são 
feitas a análise e ponderação.
Aplicar a pesquisa.
EXERCÍCIOS
1) Defina grupo focal.
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2) Defina grupo focal, segundo Dias (2000, p.144).
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3) Defina grupo focal, segundo Costa (2005, p. 181).
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4) O que Iervolino & Pelicioni (2001, p.116), dizem sobre 
grupo focal?
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5) Como pode ser o grupo focal?
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6) Fale sobre a elaboração do roteiro de entrevistas.
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7) Comente sobre o pesquisador/moderador.
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8) Comente sobre como conduzir a reunião.
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