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Técnicas não instrumentais para remoção de secreção Técnicas de expiração lenta • Expiração lenta prolongada (ELPr) • Expiração lenta total com a glote aberta em decúbito infralateral (ELTGOL) • Técnicas do ciclo ativo da respiração (CAR) • Drenagem autógena (DA) Expiração lenta prolongada (ELPr) • Ajuda expiratória aplicada no lactente, por meio de pressão manual toracoabdominal lenta, que se inicia ao final da expiração espontânea (CRF) e prossegue até a expiração a volume residual (VR) (Postiaux em 1980) • Objetivo: a desinsuflação pulmonar, com consequente alcance da periferia broncopulmonar, obtida por um volume expirado maior que o de uma expiração normal. Expiração lenta prolongada (ELPr) Técnica: • Posicionamento em decúbito dorsal horizontal ou elevado a 30°; • Uma das mãos sobre o tórax (entre a fúrcula esternal e a linha intermamária) e outra sobre o abdome (sobre o umbigo e as últimas costelas). • A seguir, duas ou três inspirações são limitadas durante a aplicação da técnica para prolongar a expiração. Expiração lenta prolongada (ELPr) Expiração lenta total com a glote aberta em decúbito infralateral (ELTGOL) • Utilizada em pacientes hipersecretivos, sem necessitar de equipamentos especiais para sua execução. • Técnica ativo-passiva ou ativa; • Paciente posicionado em decúbito lateral e realiza expirações lentas, partindo da capacidade residual funcional (CRF) até o volume residual (VR) com a glote aberta. • Finalidade: obter uma melhor desinsuflação no pulmão infralateral e, com isso, a mobilização contragravitacional de secreção de vias aéreas intermediárias e periféricas. Expiração lenta total com a glote aberta em decúbito infralateral (ELTGOL) • Simultaneamente, uma compressão torácica e abdominal é exercida pelo fisioterapeuta. A técnica também pode ser autoadministrada pelo paciente treinado. CICLO ATIVO DA RESPIRAÇÃO Etapas: controle da respiração, exercícios de expansão torácica e técnica de expiração forçada. Controle da respiração • Consiste em respirar com o volume corrente normal, sem esforço e ritmo regular. • O paciente deve ser estimulado a relaxar a cintura escapuloumeral e fazer a respiração diafragmática. • Ele deve ser orientado a colocar uma mão relaxada sobre o abdome para perceber o movimento deste durante o ciclo respiratório • O controle da respiração pode ajudar os pacientes com dispneia, medo, ansiedade ou pânico. Este período do CAR deve continuar até que a pessoa esteja pronta para fazer os exercícios de expansão torácica ou TEF. CICLO ATIVO DA RESPIRAÇÃO Exercícios de expansão torácica ou respiração profunda • A eficácia dos exercícios de expansão torácica advém do fenômeno de interdependência das forças expansivas que exercem entre o tecido alveolar adjacente. Em volumes pulmonares altos, as forças expansivas são maiores entre os alvéolos, propiciando a reexpansão do tecido pulmonar, o que não ocorre com o volume corrente normal. • A TEF precedida por uma inspiração com volumes pulmonares altos é executada quando as secreções estão prontas para serem eliminadas. Quando as secreções já estão nas vias centrais, o paciente pode fazer a TEF ou substituí-la pela tosse. • O CAR é flexível e deve ser adaptado ao paciente no momento da execução da técnica. • A frequência de execução depende da quantidade e do tipo de secreções que o paciente apresenta, cabendo a ele organizar o ciclo de acordo com a necessidade e a eficácia do método. DRENAGEM AUTÓGENA (DA) • Deslocamento, coleta e eliminação da secreção Fase 1 | Descolamento da secreção 1.Inspirar pelo nariz com volume menor que o volume corrente (VC). 2.Pausa de 2 a 4 s. 3.Manter a glote e as vias aéreas superiores abertas; se necessário, usar um bocal. 4.Exalar o ar lentamente com as vias aéreas superiores abertas. O tempo da expiração é maior que a inspiração. Realizar o ciclo de 1 a 3 min ou de 3 a 5 ciclos. Repetir essa fase até sentir vibrações no tórax durante a expiração. Fase 2 | Coleta da secreção 1.Inspirar volume maior, em nível da capacidade residual funcional (CRF). 2.Pausa de 2 a 4 s. 3.Expirar todo o ar lentamente, evitar a tosse. Se necessário, adaptar uma resistência externa (flutter, EPAP). 4.Nesta fase, as vibrações e as crepitações são mais evidentes. Fase 3 | Eliminação da secreção 1.Inspirar volume corrente alto, recrutando volume acima da CRF, ou seja, VRE. 2.Pausa de 2 a 4 s. 3.Exalar com glote aberta de pequeno a médio volume pulmonar da reserva inspiratória. 4.TEF com glote aberta de médio a grande volume pulmonar. 5.Tossir a partir do nível máximo de volume pulmonar. Técnicas de expiração forçada • Aumento do fluxo expiratório (AFE) • Tosse assistida e provocada Aumento do fluxo expiratório (AFE) • Barthe (1960) • Definida como o aumento passivo, ativoa-ssistido ou ativo do fluxo aéreo expiratório, com os objetivos de mobilizar, carrear e eliminar as secreções traqueobrônquicas, com ou sem a ajuda do fisioterapeuta. Pode ser realizada de modo rápido (AFE rápido) ou lento (AFE lento). Aumento do fluxo expiratório (AFE) • Na posição sentada, o terapeuta deve se posicionar atrás do paciente, envolvendo o tórax dele com os braços, de modo que seus cotovelos se apoiem sobre as costelas lateralmente e as mãos sejam posicionadas sobre o esterno do paciente. • AFE rápida. Tem por objetivo promover a progressão das secreções dos brônquios de médio para os de grande calibre, por meio do aumento do fluxo aéreo expiratório nos brônquios principais e na traqueia, a uma maior velocidade • AFE lenta. Tem por objetivo mobilizar as secreções dos pequenos brônquios até as vias aéreas proximais, por meio de uma expiração lenta e prolongada, gerando baixo fluxo e baixo volume pulmonar, propiciando a eliminação de secreções da periferia pulmonar. Tosse assistida e provocada • Valores de PFT abaixo de 160 ℓ/min estão associados à limpeza inadequada da árvore traqueobrônquica. • O PFT abaixo de 270 ℓ/min ocorre quando a capacidade vital forçada (CVF) está em torno de 1.500 mℓ ou 70% do predito. Por este motivo, o ideal é ensinar a tosse manualmente assistida e/ou a técnica empilhamento aéreo (air stacking) quando de PFT inferior a 270 ℓ/min, visando à prevenção e ao treinamento. • Fases da tosse Auxílio na fase nervosa • A tosse pode ser provocada pela estimulação de mecanorreceptores presentes na parede traqueal. • O estímulo pode ser aplicado diretamente na fúrcula esternal ou por meio de uma sonda de aspiração. • Esta última pode provocar lesões nas vias aéreas e normalmente é muito desconfortável para os pacientes. Auxílio na fase inspiratória • O volume torácico alto alonga os músculos expiratórios e os coloca em melhor posição na curva comprimento-tensão, possibilitando maior força de contração na fase compressiva e, consequentemente, aumento do pico de fluxo expiratório. • A assistência à inspiração pode ser fornecida de modo não invasivo por meio de insuflação manual, respiração glossofaríngea ou insuflação mecânica. Empilhamento aéreo (air-stacking) • Empilhamento aéreo por meio da respiração glossofaríngea. A respiração glossofaríngea utiliza a ação de lábios, língua, palato mole, faringe e laringe. • O ar é preso na laringe que age como uma válvula, quando a boca é aberta para o próximo bombeamento de ar (gulps). • A glote fecha após cada bombeamento de ar. • Uma respiração geralmente consiste em 6 a 9 bombeamentos de ar de 40 a 200 mℓ cada uma. • Além de ser útil para fornecer uma respiração profunda antes da tosse espontânea ou assistida manualmente, a respiração glossofaríngea é reconhecida como um método alternativo de ventilação pulmonar durante eventual falha do respirador. Auxílio da fase expiratória • As técnicas utilizadaspara auxiliar a fase expiratória consistem em substituir ou auxiliar a função dos músculos expiratórios. • Tosse manualmente assistida TÉCNICAS PARA MANUTENÇÃO E GANHO DE VOLUMES PULMONARES Técnicas de inspiração lenta • Incentivadores inspiratórios • Exercícios de fluxo inspiratório controlado (EDIC) Incentivadores inspiratórios - Espirômetro de incentivo (EI) • Fisiologia - padrão respiratório normal : Inspirações profundas à capacidade pulmonar total (CPT) / (intervalos distintos ~ 10 – 120 min). • Objetivo da EI: aumento dos volumes/capacidades pulmonares • EI - Recomendação: inspirações lentas (para garantir um fluxo laminar) e profunda (para aumentar a pressão transpulmonar e a expansão pulmonar) • Inspiração profunda e a “interdependência alveolar” e canais colaterais; TIPOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS INCENTIVADORES INSPIRATÓRIOS • Classificados em fluxo-dependente (EI fluxo-dependente) e volume- dependente (EI volume-dependente) • Feedback visual. Espirômetro de incentivo fluxo-dependente Espirômetro de incentivo Volume- dependente COMPARAÇÃO ENTRE OS ESPIRÔMETROS FLUXO- DEPENDENTE E VOLUME-DEPENDENTE Paisani et al. (2013) COMPARAÇÃO ENTRE OS ESPIRÔMETROS FLUXO- DEPENDENTE E VOLUME-DEPENDENTE Weindler e Kiefer (2001) MECANISMOS FISIOLÓGICOS MECANISMOS FISIOLÓGICOS EI - Indicações: •Pacientes neurológicos (quadriplegias, doenças neuromusculares e demências), nos quais podem ser observadas alterações significativas da sincronia, da força ou da atividade da musculatura respiratória •Imobilismo de diversas causas •Pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos torácicos (incluindo as cirurgias cardíacas) e abdominais (principalmente no andar superior do abdome, comprometendo a mobilidade do diafragma) •Pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) submetidos a procedimentos cirúrgicos, que, por conta de sua condição respiratória prévia, são mais vulneráveis a complicações respiratória •Pacientes com comprometimento da fase inspiratória da tosse. Bastin et al. (1997) AARC Clinical Practice Guideline, 2013 Pacientes incapazes de promover pressões inspiratórias adequadas com a capacidade vital menor que 10 mℓ/kg ou que têm CI inferior a 33% do valor predito são desaconselhados a usar o EI. Exercícios de fluxo inspiratório controlado (EDIC) • Guy Postiaux (1980) • Favorecer o aumento da negatividade da pressão pleural (região não dependente) e, consequentemente, a expansão passiva dos alvéolos da região a ser tratada. • A inspiração lenta e a pausa têm como objetivo igualar as diferentes constantes de tempo nas unidades alveolares periféricas, propiciando uma distribuição mais homogênea da ventilação. • Anterolateral e Posterolateral Anterolateral Posterolateral PEEP como recurso terapêutico para TRS e TEP Principais indicações • Aumentar o volume pulmonar [capacidade residual funcional (CRF) e volume corrente (VC)]; • Reduzir a hiperinsuflação pulmonar; • Melhorar a depuração da secreção das vias aéreas. Aumento do volume pulmonar Principais indicações: • Prevenção ou a reversão de atelectasias, pós-operatório, disfunção neurológica ou musculoesquelética, idade avançada e imobilidade. Redução da hiperinsuflação pulmonar • A PEEPi é descrita como uma carga inspiratória adicional a ser vencida pelos músculos inspiratórios para que ocorra a geração de uma pressão alveolar subatmosférica com consequente entrada de ar nos pulmões. • Expiração com resistência labial (pursed lips breathing)à redução da relação tempo inspiratório/tempo total (TI/TTOT), que aumenta o tempo expiratório. • Limitação do fluxo por colapso dinâmico da via aérea ß pequena quantidade de PEEP externa (EPAP) pode reduzir a hiperinsuflação. Resistor alinear pressórico ou a fluxo • Paciente respira através de orifícios com diâmetros cada vez menores, os quais oferecem resistência cada vez maior. • O padrão de fluxo gerado pelo paciente também pode influenciar na resistência expiratória. Resistor linear pressórico • Resistor linear pressórico dependente da gravidade (EPAP em selo d’água) • Resistor linear pressórico não dependente da gravidade (spring load)
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