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Apostila - Processo Civil

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OAB PRIMEIRA FASE - XVI EXAME 
Processo Civil 
André Mota 
1 
Tema: JURISDIÇÃO 
 
1. CARACTERES 
 
 Substitutividade: no sentido de 
substituir a atividade das partes em 
conflito, pondo a sua vontade acima das 
mesmas. 
 
 inércia: não haverá movimentação sem 
que haja a prévia provocação, justamente 
com o intuito de impedir que o julgador seja 
influenciado pelas paixões que o levaram a 
tomar a iniciativa (art. 2º, CPC: “o juiz não 
prestará a tutela jurisdicional senão quando 
provocado, nos casos e formas legais”). 
 
 imparcialidade: o órgão julgador se 
classifica como sendo o sujeito imparcial 
da relação processual. 
 
 definitividade: a atividade jurisdicional 
é marcada pela indiscutibilidade. Após 
esgotados os atos procedimentais, e 
ocorrente o fenômeno da coisa julgada, 
não há se falar em nova discussão daquilo 
que fora objeto do decisório emitido. 
 
2. PRINCÍPIOS INFORMADORES 
 
 investidura: o conflito posto em questão 
deverá ser desatado por órgão 
constitucionalmente e legalmente revestido 
de autoridade. No ordenamento jurídico 
nacional, a tarefa em questão é atribuída 
aos juízes (art. 1º, CPC: “a jurisdição civil, 
contenciosa ou voluntária, será exercida 
pelos juízes em todo o território nacional, 
conforme as disposições que este código 
estabelece”). 
 
 juiz natural (imparcialidade): atrelada 
à característica anterior, significa que o 
julgador deve estar despido de qualquer 
intenção ou predisposição no julgamento. 
 
 aderência ao território (ou 
improrrogabilidade): além 
de estar investido na função, faz-se mister 
que a atividade jurisdicional seja exercida 
em dado limite (territorial ou material). 
 
 indeclinabilidade (ou 
inafastabilidade): uma vez provocado, o 
órgão jurisdicional não poderá se escusar 
de resolver a lide. A carta maior é clara ao 
mencionar a inafastabilidade do controle 
jurisdicional de lesão ou ameaça a direito 
(art. 5º, XXXV). 
 
3. COMPETÊNCIA 
3.1. Critérios para a determinação de 
competência interna 
 
a) territorial 
b) funcional 
c) em razão do valor 
d) em razão da matéria 
 
3.2. O Regime jurídico acerca da 
competência 
 
O regime jurídico acerca da competência 
irá variar conforme a sua natureza. 
 
Sendo relativa (territorial ou em razão do 
valor), a infração a regra da competência 
deve ser alegada pela parte, sob pena de 
preclusão e consequente prorrogação de 
competência (tornando-se competente o 
juízo que, até então não o era). 
 
Outrossim, a infração à regra de 
competência de natureza absoluta (em 
razão da matéria ou hierarquia), por estar 
apoiada em regras de ordem pública, 
acaba por gerar vício insanável, o qual 
poderá ser arguido em qualquer momento 
e grau de jurisdição (EX OFFICIO OU 
MEDIANTE PRELIMINAR DE 
CONTESTAÇÃO). 
 
3.3. Modificações de competência 
 
Não obstante inicialmente estabelecida, 
fato é que a competência em razão do 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB PRIMEIRA FASE - XVI EXAME 
Processo Civil 
André Mota 
2 
valor e do território poderá ser modificada 
pela conexão ou continência. 
 
Haverá a conexão quando entre duas ou 
mais causas houver identidade de objeto 
ou causa de pedir; já a continência se 
dará quando houver identidade de partes e 
causa de pedir, mais o objeto de uma, por 
ser mais amplo, abrande o da outra. 
 
Havendo conexão ou continência, será 
competente o juiz prevento, ou seja, aquele 
que primeiro despachou no processo (em 
se tratando de juízes de mesma 
competência terriotorial- art. 106, CPC), ou 
aquele que primeiro promoveu a citação 
válida (em se tratando de juízes de 
diferentes territórios- art. 219, CPC). 
 
 
Tema: AÇÃO 
 
 
1. ELEMENTOS 
 
 Partes: são os sujeitos parciais do 
processo, os quais se fixam num dos pólos 
da relação jurídico-processual. Autor é 
aquele formula pretensão perante o 
aparato jurisdicional, ao passo, que réu é 
aquele contra o qual a tutela jurisdicional 
fora solicitada. 
 
 Causa de pedir: é a razão do pedido. 
Consiste na motivação, de fato e de direito, 
que enseja o petitório. 
 
 Pedido: é o objeto da ação, ou seja, o 
que se busca perante o aparato 
jurisdicional. 
 
 
3. CONDIÇÕES DA AÇÃO 
 
 Possibilidade jurídica do pedido: 
consiste no amparo, em tese, que a 
suposta pretensão encontra perante o 
ordenamento jurídico nacional. 
 
 Interesse de agir: restará atendido 
quando vislumbrado o binômio 
“necessidade-adequação”. 
 
 Legitimidade: qualidade atribuída ao 
sujeito para se fixar num dos pólos da 
relação jurídica. A legitimidade está 
relacionada à titularidade do direito material 
discutido em juízo (legitimidade ad 
causam). 
 
 
Tema: PROCESSO: PRESSUPOSTOS 
PROCESSUAIS 
 
SUBJETIVOS: se referem às exigências 
em relação aos sujeitos protagonistas da 
relação processual: juiz e partes. 
 
 Quanto ao JUIZ, este deverá: a) estar 
investido de jurisdição; b) ser competente 
para apreciar a questão e c) ser dotado de 
imparcialidade. 
 Quanto às PARTES, estas deverão: a) 
ter capacidade de ser parte, b) de estar em 
juízo e c) capacidade postulatória. 
 
OBJETIVOS: são de duas ordens, a saber: 
 
 EXTRÍNSECOS à relação processual: 
(inexistência de fatos impeditivos- 
litispendência, perempção, coisa julgada, 
ausência de pagamento de custas no caso 
de repetição de ação anteriormente extinta 
sem resolução de mérito e convenção de 
arbitragem) 
 INTRÍNSECOS: (subordinação do 
procedimento às normas legais- petição 
inicial, citação e instrumento de mandato). 
 
A obediência aos pressupostos 
processuais consiste exigência de ordem 
pública, de interesse do Estado, 
cognoscível de ofício (à exceção da 
convenção de arbitragem-art. 301, par. 4º, 
CPC) e em qualquer momento e grau de 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB PRIMEIRA FASE - XVI EXAME 
Processo Civil 
André Mota 
3 
jurisdição, tendo em vista não estar sujeito 
à preclusão. 
 
Tema: PROCESSO: SUJEITOS 
 
1. PARTES 
 
A) Deveres na atuação processual 
O CPC, em seu art. 14, especifica um rol 
de deveres das partes e de todos aqueles 
que, de qualquer forma, participam do 
processo, a saber: 
 
I - expor os fatos em juízo conforme a 
verdade; 
II - proceder com lealdade e boa-fé; 
III - não formular pretensões, nem alegar 
defesa, cientes de que são destituídas de 
fundamento; 
IV - não produzir provas, nem praticar atos 
inúteis ou desnecessários à declaração ou 
defesa do direito. 
V - cumprir com exatidão os provimentos 
mandamentais e não criar embaraços à 
efetivação de provimentos judiciais, de 
natureza antecipatória ou final 
 
Velando pela leal atuação processual, o 
CPC disciplina a existência do instituto da 
litigância de má-fé, apontando que 
responderá por perdas e danos aquele que 
pleitear de má-fé como autor, réu ou 
interveniente. Segundo o legislador, reputa-
se litigante de má-fé aquele que: I- deduzir 
pretensão ou defesa contra texto expresso 
de lei ou fato incontroverso; II - alterar a 
verdade dos fatos; III - usar do processo 
para conseguir objetivo ilegal (ex: divórcio 
com separação de bens simulada para 
fraudar credores); IV - opuser resistência 
injustificada ao andamento do processo; V 
- proceder de modo temerário em qualquer 
incidente ou ato do processo; Vl - provocar 
incidentes manifestamente infundados; VII 
- interpuser recurso com intuito 
manifestamente protelatório. 
O juiz ou tribunal, de ofício ou a 
requerimento, condenará o 
litigante de má-fé a pagar multa não 
excedente a um por cento sobre o valor da 
causa e a indenizar a parte contrária dos 
prejuízos que esta sofreu (o valor da 
indenização será desde logo fixado pelo 
juiz, em quantia não superior a 20% sobre 
o valor da causa), maisos honorários 
advocatícios e todas as despesas que 
efetuou. 
Quando forem dois ou mais os litigantes de 
má-fé, o juiz condenará cada um na 
proporção do seu respectivo interesse na 
causa, ou solidariamente aqueles que se 
coligaram para lesar a parte contrária. 
 
B) Dos deveres quanto às despesas e às 
multas 
Salvo as disposições concernentes à 
justiça gratuita, cabe às partes prover as 
despesas dos atos que realizam ou 
requerem no processo, antecipando-lhes o 
pagamento desde o início até sentença 
final; e bem ainda, na execução, até a 
plena satisfação do direito declarado pela 
sentença. O pagamento será feito por 
ocasião de cada ato processual. 
As despesas abrangem não só as custas 
dos atos do processo, como também a 
indenização de viagem, diária de 
testemunha e remuneração do assistente 
técnico. 
Compete ao autor adiantar as despesas 
relativas a atos, cuja realização o juiz 
determinar de ofício ou a requerimento do 
Ministério Público. 
Entretanto, a sentença condenará o 
vencido a pagar ao vencedor as despesas 
que antecipou e os honorários advocatícios 
(esta verba honorária será devida, também, 
nos casos em que o advogado funcionar 
em causa própria). 
Os honorários serão fixados entre o 
mínimo de dez por cento (10%) e o máximo 
de vinte por cento (20%) sobre o valor da 
condenação, atendidos: 
a) o grau de zelo do profissional; 
b) o lugar de prestação do serviço; 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB PRIMEIRA FASE - XVI EXAME 
Processo Civil 
André Mota 
4 
c) a natureza e importância da causa, o 
trabalho realizado pelo advogado e o 
tempo exigido para o seu serviço. 
Se cada litigante for em parte vencedor e 
vencido, serão recíproca e 
proporcionalmente distribuídos e 
compensados entre eles os honorários e as 
despesas (sucumbência recíproca). Mas 
se um litigante decair de parte mínima do 
pedido, o outro responderá, por inteiro, 
pelas despesas e honorários. 
Se o processo terminar por desistência ou 
reconhecimento do pedido, as despesas 
e os honorários serão pagos pela parte que 
desistiu ou reconheceu. Sendo parcial a 
desistência ou o reconhecimento, a 
responsabilidade pelas despesas e 
honorários será proporcional à parte de 
que se desistiu ou que se reconheceu. 
Havendo transação e nada tendo as 
partes disposto quanto às despesas, estas 
serão divididas igualmente. 
 
2. DO JUIZ 
 
a) deveres 
 
O juiz dirigirá o processo, competindo-lhe: 
I - assegurar às partes igualdade de 
tratamento (isonomia); 
II - velar pela rápida solução do litígio 
(celeridade); 
III - prevenir ou reprimir qualquer ato 
contrário à dignidade da Justiça (zelo); 
IV - tentar, a qualquer tempo, conciliar 
as partes (composição). 
b) responsabilidade 
 
Responderá por perdas e danos o juiz, 
quando: 
I - no exercício de suas funções, proceder 
com dolo ou fraude; 
II - recusar, omitir ou retardar, sem justo 
motivo, providência que deva ordenar de 
ofício, ou a requerimento da parte. 
Reputar-se-ão verificadas as hipóteses 
previstas no no II só depois que a parte, por 
intermédio do escrivão, 
requerer ao juiz que determine a 
providência e este não Ihe atender o 
pedido dentro de 10 (dez) dias. 
 
c) atuação processual: 
Art. 126. O juiz não se exime de sentenciar 
ou despachar alegando lacuna ou 
obscuridade da lei. No julgamento da lide 
caber-lhe-á aplicar as normas legais; não 
as havendo, recorrerá à analogia, aos 
costumes e aos princípios gerais de direito 
(indeclinabilidade). 
Art. 127. O juiz só decidirá por eqüidade 
nos casos previstos em lei. 
Art. 128. O juiz decidirá a lide nos limites 
em que foi proposta, sendo-lhe defeso 
conhecer de questões, não suscitadas, a 
cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte 
(inércia). 
Art. 129. Convencendo-se, pelas 
circunstâncias da causa, de que autor e réu 
se serviram do processo para praticar ato 
simulado ou conseguir fim proibido por lei, 
o juiz proferirá sentença que obste aos 
objetivos das partes (simulação). 
Art. 130. Caberá ao juiz, de ofício ou a 
requerimento da parte, determinar as 
provas necessárias à instrução do 
processo, indeferindo as diligências inúteis 
ou meramente protelatórias (impulso 
oficial). 
Art. 131. O juiz apreciará livremente a 
prova, atendendo aos fatos e 
circunstâncias constantes dos autos, ainda 
que não alegados pelas partes; mas 
deverá indicar, na sentença, os motivos 
que Ihe formaram o convencimento 
(princípio da livre convicção motivada). 
Art. 132. O juiz, titular ou substituto, que 
concluir a audiência julgará a lide 
(princípio da identidade física do juiz), 
salvo se estiver convocado, licenciado, 
afastado por qualquer motivo, promovido 
ou aposentado, casos em que passará os 
autos ao seu sucessor. 
Parágrafo único. Em qualquer hipótese, o 
juiz que proferir a sentença, se entender 
 
 
 
 
 
 
 
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Processo Civil 
André Mota 
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necessário, poderá mandar repetir as 
provas já produzidas. 
d) Dos impedimentos e da suspeição 
O impedimento se resume a duas 
situações: a) quando o juiz atua (como 
parte, órgão de direção) ou já atuou no 
processo (juiz, mandatário, perito, órgão do 
MP ou testemunha); ou b) quando um 
parente seu estiver na condição de parte 
(linha reta ou colateral até o 3º grau) ou 
advogado (linha reta e na colateral até o 2º 
grau). 
Fora das hipóteses acima, todas as outras 
que comprometerem a parcialidade do juiz 
configurarão hipóteses de suspeição. 
Como não foi possível ao legislador listar 
todas elas, preferiu mencionar apenas 
algumas e, ao final, deixar em aberto, 
através das frases “interessado no 
julgamento da causa em favor de uma das 
partes” e “poderá, ainda, o juiz declarar-se 
suspeito por motivo íntimo”, o que nos leva 
a contemplar um rol meramente 
exemplificativo. 
 
Vejamos as hipóteses listadas: 
I - amigo íntimo ou inimigo capital de 
qualquer das partes; 
II - alguma das partes for credora ou 
devedora do juiz, de seu cônjuge ou de 
parentes destes, em linha reta ou na 
colateral até o terceiro grau; 
III - herdeiro presuntivo, donatário ou 
empregador de alguma das partes; 
IV - receber dádivas antes ou depois de 
iniciado o processo; aconselhar alguma 
das partes acerca do objeto da causa, ou 
subministrar meios para atender às 
despesas do litígio; 
V - interessado no julgamento da causa em 
favor de uma das partes. 
Parágrafo único. Poderá ainda o juiz 
declarar-se suspeito por motivo íntimo. 
 
4. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS 
 
 MODALIDADES 
 
A) ASSISTÊNCIA 
 
 aplicação: 
Modalidade de intervenção voluntária, 
consiste no ingresso de terceiro que 
objetiva a vitória de uma das partes, haja 
vista que o resultado do julgamento poderá 
afetar a sua esfera jurídica (e não 
meramente econômica!). 
 
 Regime jurídico: 
O assistente vincula-se às declarações do 
assistido. É que, apesar de figurar na 
demanda, o interesse controvertido é do 
assistido. Assim, poderá o assistido 
reconhecer a procedência do pedido, 
desistir da ação, efetuar transação, etc.. 
Fato é que a atuação é de mero auxiliar ou 
coadjuvante da parte principal. 
 
B) OPOSIÇÃO 
 aplicação: 
Modalidade de intervenção espontânea, 
onde o terceiro migra para o processo a fim 
de contrapor-se ao direito de ambas as 
partes originárias. (ex: ingresso de terceiro 
no bojo de ação reivindicatória de imóvel, 
afirmando que a coisa lhe pertence). 
 
 regime jurídico: 
A oposição deverá ser intentada até a 
prolação da sentença na ação originária. 
Apresentada até o início da audiência de 
instrução e julgamento, será a mesma 
processada em apenso aos autos 
principais, sendo julgadas na mesma 
sentença a ação e oposição; apresentada 
após o início da audiência de instrução 
e julgamento (em que todosos meios 
probatórios já foram predeterminados), a 
oposição obedecerá o rito ordinário 
(seguindo-se a sequência processual 
conforme qualquer outra causa), podendo 
o magistrado determinar a suspensão 
processual (por até 90 dias) para 
julgamento conjunto com a oposição. 
 
C) NOMEAÇÃO À AUTORIA 
 
 
 
 
 
 
 
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Processo Civil 
André Mota 
6 
 aplicação: 
Modalidade provocada, a qual visa o ajuste 
do pólo passivo. Será cabível naquelas 
situações em que o detentor é demandado 
em ação que deveria ter sido ajuizada em 
face do proprietário do objeto causador do 
dano a bem alheio e não a um mero 
detentor (ex: pessoa que invade terreno 
alheio e coloca caseiro para tomar conta) 
ou na hipótese em que ato praticado por 
ordem ou instrução de superior causa 
prejuízos a outrem. (ex: dono que manda 
gado pastar em terreno vizinho, destruindo-
lhe a plantação; patrão que manda jogar o 
lixo colhido em terreno de vizinho). 
 
 regime jurídico: 
O ato em questão deverá ser realizado no 
prazo da defesa. Sendo aceita pelo autor e 
pelo réu, haverá a substituição (ou ajuste) 
no pólo passivo (também chamado de 
“extromissão”), com a entrada daquele que 
fora nomeado. 
Não aceitando a nomeção, a ação 
continuará a tramitar entre as partes 
originárias, correndo o autor o risco de vê-
la extinta sem resolução de mérito, em 
virtude da ilegitimidade passiva. 
 
D) DENUNCIAÇÃO DA LIDE 
 
 Aplicação: 
Modalidade de intervenção provocada, 
mediante a qual se pretende exercer o 
direito de regresso, seja em virtude de 
evicção (ex: ação judicial em que se 
objetiva coisa anteriormente adquirida a 
terceiro), seja por prejuízos decorrentes de 
posse direta (ex: ação intentada contra o 
locatário de determinado bem, pelos 
prejuízos causados pelo mesmo) ou, 
finalmente, em razão de vínculo 
contratual ou legal de responsabilidade 
(ex1: empregador que é demandado pelos 
prejuízos causados por seu obreiro- art. 
932, CC; ex2: ação movida contra condutor 
de veículo, quando o mesmo denuncia à 
lide o seguro). 
 
 Regime jurídico: 
Duas observações devem ser feitas. A 
primeira, é que a denunciação poderá ser 
efetuada tanto pelo autor da ação originária 
(na própria inicial, efetuando-se a citação 
do denunciado juntamente com a do réu) 
quanto pelo réu (no prazo para contestar); 
A segunda, é que a sentença terá dupla 
função, qual seja, a de definir a relação 
obrigacional existente entre autor e réu da 
ação originária e a relação obrigacional 
regressiva entre o réu e o denunciado, 
valendo a mesma como título executivo 
judicial (art. 76, CPC). 
 
E) CHAMAMENTO AO PROCESSO 
 Aplicação: 
Modalidade de intervenção provocada, com 
o alargamento processual, na medida em 
que se inclui na demanda sujeito que 
partilha responsabilidades com o réu da 
demanda originária. 
O CPC contempla o chamamento do 
devedor principal pelo fiador; dos demais 
fiadores pelo fiador demandado; ou, 
finalmente, dos demais devedores 
solidários quando demandado apenas um 
ou alguns deles. 
 
 Regime jurídico: 
O réu efetuará o chamamento no prazo 
relativo à defesa; migrando o terceiro e 
havendo o alargamento da relação 
processual, a sentença que julgar 
procedente a ação servirá de título 
executivo em favor do que satisfizer a 
dívida para que execute o co-obrigado nos 
autos do mesmo processo. 
 
 
Tema: PROCESSO: ATOS E PRAZOS 
PROCESSUAIS 
 
1. BREVE DIGRESSÃO 
 
Assim como ocorre com os atos jurídicos 
em geral, os atos processuais são ações 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB PRIMEIRA FASE - XVI EXAME 
Processo Civil 
André Mota 
7 
voltadas à produção de feitos jurídicos. 
Aqui, todavia, o objetivo é produzí-los no 
âmbito da relação jurídica processual 
(forma “endoprocessual”). 
 
2. ATOS PROCESSUAIS 
 
a) Forma: 
Em regra, não dependem de forma, a não 
ser quando a lei expressamente 
estabelecer. 
b) Publicidade: 
Os atos serão públicos, havendo restrição 
nas hipóteses legalmente mencionadas 
(segredo de justiça- art. 155, CPC- quando 
o exigir o interesse público ou disserem 
respeito à casamento, separação, filiação, 
alimentos e guarda de menores). 
c) Comunicação: 
Expedir-se-á carta de ordem quando o juiz 
for subordinado ao tribunal do qual dela 
emanar; carta rogatória, quando dirigida à 
autoridade judiciária estrangeira; e 
precatória quando solicitada a juízo de 
mesma hierarquia, localizado em diferente 
comarca. 
 
3. PRAZOS PROCESSUAIS 
 
a) espécies: 
Baseada nos dispositivos legais pertinentes 
à matéria, a doutrina expõe a seguinte 
classificação: 
 legais: fixados pelo legislador. É a regra 
(p. exemplo, contestação, apelação); O juiz 
proferirá os despachos de expediente, no 
prazo de 2 (dois) dias e as decisões, no 
prazo de 10 (dez) dias. 
 judiciais: arbitrados pelo magistrado no 
silêncio da lei. Exemplo é aquele fixado 
para a pronúncia acerca de documentos 
trazidos aos autos. Não havendo prazo 
legal ou judicial, o ato a cargo da parte 
deverá ser realizado em 5 dias- art. 185, 
CPC); 
 peremptórios: os quais, em regra, não 
poderão sofrer prorrogação. 
 dilatórios: aqueles suscetíveis de 
redução ou prorrogação mediante 
convenção das partes (desde que feito ao 
juiz antes do vencimento e se funde em 
motivo legítimo) ou decisão judicial. 
Obs: nas comarcas de difícil transporte, o juiz 
poderá prorrogar quaisquer prazos, mas nunca 
por mais de 60 dias; em caso de calamidade 
pública, poderá ser excedido o limite em 
questão. 
 próprios: destinados às partes e cujo 
descumprimento acarreta ônus; 
impróprios: destinados aos protagonistas 
da jurisdição e cujo descumprimento não 
acarreta ônus endoprocessuais, porém 
eventuais penalidades de caráter 
administrativo. A consequência é lógica: 
não acarreta ônus ao magistrado ou aos 
serventuários pelo fato dos mesmos não 
possuírem interesse no feito. 
b) contagem dos prazos: 
“início do prazo” não se confunde com 
“início do cômputo do prazo”. O “início do 
prazo” é marcado por ser o termo inicial 
fixado para a prática do ato (não levado em 
consideração na contagem), ao passo que 
o “início do cômputo do prazo” é o primeiro 
dia levado em consideração à contagem do 
prazo. Assim, entende o legislador quando 
o mesmo apregoa que “contam-se os 
prazos excluindo-se o dia do começo e 
incluindo-se o do vencimento” (art. 185, 
CPC). Os prazos fixados são contínuos, 
não se interrompendo nos domingos e 
feriados. 
 
Tema: PROCESSO: FORMAÇÃO, 
SUSPENSÃO E EXTINÇÃO 
 
1. FORMAÇÃO 
O processo civil começa por iniciativa da 
parte (inércia da jurisdição), mas se 
desenvolve por impulso oficial. 
Para tanto, considera-se proposta a ação, 
tanto que a petição inicial seja despachada 
pelo juiz, ou simplesmente distribuída, 
onde houver mais de uma vara. 
Feita a citação, é defeso ao autor modificar 
o pedido ou a causa de pedir, sem o 
 
 
 
 
 
 
 
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consentimento do réu, mantendo-se as 
mesmas partes (estabilização dos 
elementos da ação), salvo as substituições 
permitidas por lei. 
A alteração do pedido ou da causa de pedir 
em nenhuma hipótese será permitida após 
o saneamento do processo. 
 
3. SUSPENSÃO 
Haverá a suspensão do processo nos 
seguintes casos: 
 
I - pela morte ou perda da capacidade 
processual de qualquer das partes, de 
seu representante legal ou de seu 
procurador 
II - pela convenção das partes 
III - quando for oposta exceção de 
incompetência do juízo, da câmara ou 
do tribunal, bem como de suspeição ou 
impedimento do juiz; 
IV - quando a sentença de mérito: a) 
depender do julgamento de outra causa, 
ouda declaração da existência ou 
inexistência da relação jurídica, que 
constitua o objeto principal de outro 
processo pendente; b) não puder ser 
proferida senão depois de verificado 
determinado fato, ou de produzida certa 
prova, requisitada a outro juízo; c) tiver 
por pressuposto o julgamento de 
questão de estado, requerido como 
declaração incidente: 
V - por motivo de força maior 
 
3. EXTINÇÃO 
 
A) Extingue-se o processo, sem resolução 
de mérito quando: 
 
I - quando o juiz indeferir a petição 
inicial 
Il - quando ficar parado durante mais de 
1 (um) ano por negligência das partes 
III - quando, por não promover os atos e 
diligências que Ihe competir, o autor 
abandonar a causa por 
mais de 30 (trinta) dias 
IV - quando se verificar a ausência de 
pressupostos de constituição e de 
desenvolvimento válido e regular do 
processo; 
V - quando o juiz acolher a alegação de 
perempção, litispendência ou de coisa 
julgada; 
Vl - quando não concorrer qualquer das 
condições da ação, como a 
possibilidade jurídica, a legitimidade 
das partes e o interesse processual; 
Vll - pela convenção de arbitragem; 
Vlll - quando o autor desistir da ação: 
IX - quando a ação for considerada 
intransmissível por disposição legal; 
X - quando ocorrer confusão entre autor 
e réu; 
XI - nos demais casos prescritos neste 
Código. 
 
B) Haverá resolução de mérito: 
I - quando o juiz acolher ou rejeitar o 
pedido do autor; 
II - quando o réu reconhecer a procedência 
do pedido; 
III - quando as partes transigirem; 
IV - quando o juiz pronunciar a decadência 
ou a prescrição; 
V - quando o autor renunciar ao direito 
sobre que se funda a ação. 
 
 
Tema: PROCESSO: PROCEDIMENTO 
 
1. O PROCEDIMENTO ORDINÁRIO 
Considerando a sua larga utilização no 
meio forense, de modo a consistir na 
principal modalidade de procedimento, faz-
se mister tecermos considerações acerca 
do procedimento ordinário, visualizando os 
atos processuais realizados no seu bojo. 
 
A) PETIÇÃO INICIAL 
- requisitos (art. 282, CPC). 
 
B) ADMISSIBILIDADE DA INICIAL 
- emenda 
- indeferimento liminar (art. 295, CPC) 
 
 
 
 
 
 
 
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- improcedência liminar (art. 285-A, CPC) 
- recebimento: quando devidamente 
preenchidos os requisitos legais. 
 
C) CITAÇÃO 
Diz-se “real”, pois dela se tem a certeza 
que o destinatário tomou conhecimento. É 
o caso da citação postal (correios) e por 
intermédio de oficial de justiça (art. 222, 
CPC). A “ficta”, outrossim, constitui mera 
ficção jurídica, no sentido da lei presumir 
conhecimento pelo destinatário. São 
modalidades, as citações por hora certa 
(suspeita de ocultação após a procura do 
reu por três dias distintos) e por edital (réu 
incerto ou que reside em local incerto ou 
não sabido). 
 
D) ATITUDES DO RÉU (Arts. 297 e 
seguintes, CPC) 
No prazo de 15 dias, poderá o réu 
apresentar as seguintes posturas: 
 
Inércia: 
Contestação 
exceção 
impugnação ao valor da causa (261, 
CPC) 
reconvenção 
 
E) PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES 
 
F) JULGAMENTO CONFORME O 
ESTADO DO PROCESSO 
Aqui o processo já está “maduro” para 
julgamento, não havendo que se falar em 
instrução, seja porque ocorreu a revelia, 
seja pelo fato de que a causa versa apenas 
questão de direito ou, sendo de fato e de 
direito, não houver necessidade de 
produção de provas. 
 
G) AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO 
Verificando o magistrado que o litígio versa 
acerca de direito disponíveis, designará tal 
audiência, a fim de obter a composição. 
Não havendo a composição, o magistrado 
fixará os pontos 
controvertidos da lide e designará a data 
da realização da audiência de instrução. 
 
H) INSTRUÇÃO 
Momento propício para a coleta dos 
demais elementos de prova (tendo em vista 
que a base documental já fora trazida por 
intermédio da inicial e da defesa). 
A prova pode ser definida como o 
instrumento utilização para a convicção do 
julgador acerca dos fatos da causa. Tem 
por destinatário o juiz. 
Tem por objeto os fatos (por isso não se 
prova o direito- “Iura novit cúria”, a não ser 
que diga respeito ao direito municipal, 
estadual, estrangeiro ou consuetudinário, e 
se assim determinar o juiz). Ademais, os 
fatos hão de ser controvertidos (razão pela 
qual são dispensáveis as provas dos fatos 
incontroversos, afirmados por uma parte e 
confessados pela outra, notórios e aqueles 
em cujo favor milita a presunção legal de 
existência ou veracidade- art. 334, CPC). 
Os meios de prova são os seguintes: a) 
depoimento pessoal: b) testemunhal; c) 
prova documental d) prova Pericial 
(exames, vistoria e avaliação); e) Inspeção 
Judicial; f) Confissão. 
 
I) SENTENÇA 
Possui os seguintes compartimentos ou 
elementos: 
Relatório 
Fundamentação 
Dispositivo 
 
 
Tema: COISA JULGADA 
 
 
1. DEFINIÇÃO 
É a eficácia que torna imutável a decisão 
não mais sujeita a recurso, ordinário ou na 
via extraordinária. 
 
3. ESPÉCIES 
 formal 
 material 
 
 
 
 
 
 
 
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4. INEXISTÊNCIA DE COISA JULGADA 
Considerando que o objeto da coisa 
julgada é o objeto da ação, o qual está 
contido na parte dispositiva da sentença, 
não fazem coisa julgada (por estarem 
situados no fundamento e não no 
dispositivo): 
 os motivos, ainda que importantes para 
alcançar a parte dispositiva; 
 a verdade dos fatos, estabelecida como 
fundamento da sentença; 
 a questão prejudicial: 
 
5. O REEXAME NECESSÁRIO (ART. 475, 
CPC) 
 
O reexame necessário constitui-se em 
condição de eficácia da sentença proferida 
em face da fazenda pública (união, estado, 
D.F., municípios, autarquias e fundações 
de direito público). 
 
Para que haja o reexame necessário, é 
mister que a sentença seja contrária à 
fazenda pública, seja uma sentença: 
 
 proferida num processo de 
conhecimento qualquer (art. 475, I): Ex: 
João ingressa com ação de indenização 
contra o estado de Pernambuco em virtude 
de um tiro que levou de policial militar. A 
sentença julga a ação procedente 
(contrária, portanto, à fazenda pública); 
 
 seja uma sentença que acolhe os 
embargos apresentados pelo devedor 
que sofre uma execução fiscal: Ex: carol 
sofre uma ação de execução fiscal 
movida pelo município de Recife, sob o 
argumento de que a mesma não pagou o 
IPTU de dado período. Ao apresentar a 
defesa (chamada de embargos à execução 
de "dívida ativa" ou "fiscal") o juiz acolhe os 
embargos à execução propostos por carol 
(sentença contrária, portanto à fazenda 
pública). 
Em ambos os casos, não se aplicará o 
reexame necessário quando a condenação 
não exceder a sessenta salários mínimos, 
(art. 475, par. 2o., CPC, aplicando-se o 
primeiro exemplo acima à primeira parte do 
parágrafo e o segundo exemplo à segunda 
parte deste parágrafo), bem como quando 
a decisão recorrida estiver em consonância 
com jurisprudência do plenário ou súmula 
do STF ou com súmula do STJ ou outro 
tribunal superior. 
 
 
Tema: AÇÃO RESCISÓRIA 
 
Com o objetivo de conferir segurança às 
relações jurídicas, consiste em regra do 
sistema jurídico nacional a indiscutibilidade 
das decisões que se revestiram do manto 
da coisa julgada. 
Entretanto, não obstante tenha o decisório 
se revestido de tal caráter, fato é que 
existem situações em que o legislador 
acabou por relativizar a autoridade da sua 
permanência perante o mundo jurídico, 
justamente por apresentar vício 
insuportável ou situação autorizadora, 
exaustivamente listados no artigo 485, 
CPC. 
 
A) Definição 
É o instrumento jurídico-processual que 
visa desconstituir decisório de mérito 
transitado em julgado, quando presentes 
vícios autorizadores.B) Natureza jurídica 
Como o próprio nome sugere, o 
instrumento em questão tem natureza 
jurídica de ação desconstitutiva (ou 
constitutivo-negativa). Pode ser visualizada 
como espécie de sucedâneo recursal, ou 
seja, meio de impugnação de decisão 
judicial que se desenvolve em processo 
distinto daquele ao qual a decisao fora 
emitida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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C) Objeto da rescisão 
Será a sentença de mérito, sejam elas 
nulas ou meramente rescindíveis (neste 
último caso se incluem aquelas que, não 
obstante sejam despidas de vício, possam 
ser rescindidas, haja vista expressa 
previsão legal, tal como ocorre com a 
prevista no artigo 485, VII do CPC- quando 
a parte esteja de posse de documento de 
que não pôde se valer quando da época da 
demanda originária). 
Excepcionalmente, a decisão terminativa 
será objeto de rescisão quando consistir 
naquela que acolheu a existência dos 
pressupostos processuais impeditivos 
previstos no artigo 267, V, CPC 
(Perempção, litispendência, coisa julgada), 
tendo em vista que, nos casos 
mencionados, a lei proíbe a propositura de 
nova demanda. 
Vale ressaltar que existem decisões de 
mérito que são, mediante expressa 
proibição legal, insuscetíveis de combate 
mediante o instrumento em questão. São 
eles: Acórdão proferido em Adin ou 
Adecon (art. 26 da lei 9.868/99), em ADPF 
(art. 12 da Lei 9.882/99) e em Decisões 
proferidas em sede de Juizado especial 
cível (art. 59 da Lei 9.099/95). 
O legislador também proibiu o manejo do 
instrumento em questão quando a 
sentença for meramente homologatória 
de acordo (art. 486, CPC). É que, neste 
caso a sentença não apreciou o mérito da 
demanda, limitando-se, tão somente, a 
homologar acordo celebrado entre as 
partes. Assim, existindo qualquer vício de 
vontade (erro, dolo, coação), deverá o 
mesmo ser desconstituído mediante ação 
anulatória. 
Finalmente, a doutrina entende que não há 
possibilidade de rescisão de decisão 
proferida em processo cautelar, 
justamente por não possuir natureza 
meritória, a não ser que o mesmo tenha 
sido desatado mediante a incidência do 
artigo 810, CPC (declaração de prescrição 
ou decadência). 
 
D) Hipóteses de cabimento 
A sentença de mérito poderá ser rescindida 
nas seguintes hipóteses: 
 
 se verificar que foi dada por 
prevaricação, concussão ou corrupção 
do juiz: as hipóteses em questão 
representam figuras típicas, de caráter 
penal. A primeira consistente no “retardo 
ou omissão do dever de ofício, ou na 
prática em desconformidade com a lei, tudo 
com vistas a satisfazer interesse ou 
sentimento pessoal”. A segunda na 
“exigência, para si ou para outrem, ainda 
que fora da função ou antes dela, 
vantagem indevida”. A corrupção, por sua 
vez, ocorre quando “se pede ou recebe, em 
virtude da função, vantagem indevida”(arts. 
319, 316 e 317, do CP, respectivamente). 
A possibilidade de rescisão se dá em 
virtude do decisório não ter se apoiado nos 
elementos constantes dos autos, mas, 
apenas, nos interesses pessoais do 
magistrado. 
Não obstante exista a regra máxima da 
proibição de interpretação extensiva ou 
análoga das regras penais, o dispositivo 
em questão deve ser interpretado de forma 
extensiva, de modo a abarcar todos os 
tipos de irregularidades do magistrado no 
exercício da função, preservando o 
princípio do amplo acesso à justiça (= 
ordem jurídica justa). 
 
 proferida por juiz impedido ou 
absolutamente incompetente: são 
pressupostos processuais de validade. No 
primeiro caso, o vício acaba por macular o 
requisito de parcialidade do órgão julgador, 
ao passo que o segundo requisito atinge o 
pressuposto da competência. 
Vale ressaltar que, em se tratando de 
suspeição e incompetência relativa, o 
motivo não é ensejador do remédio em 
estudo, haja vista que, in casu, as 
irregularidades acabam por convalescer 
(lembre-se: o juiz não pode decretar, de 
 
 
 
 
 
 
 
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12 
ofício, a incompetência relativa- súm. 33, 
STJ). 
 
 resultar de dolo da parte vencedora 
em detrimento da parte vencida, ou de 
colusão entre as partes, a fim de fraudar 
a lei: o dolo se caracterizará quando a 
parte ludibriar o magistrado ou a parte 
adversa, sendo que este engano seja 
decisivo no resultado do julgamento (veja-
se que o legislador se utiliza da expressão 
“quando a sentença resultar...”). é o que 
ocorre quando a parte extrai documento 
importante, o qual estava contido nos 
autos; ou quando subornou perito para 
alterar no resultado de perícia decisiva da 
lide; ou, ainda, quando criou óbice ao 
conhecimento, pelo réu, da propositura da 
ação, levando-o ao estado de revel. 
Haverá, outrossim, colusão quando as 
partes se unirem para simular demanda 
que trará prejuízos a terceiros. É o caso de 
marido e mulher que simulam separação 
judicial e partilha patrimonial que fraudará 
credores. Se o magistrado perceber tal 
fato, no transcorrer da demanda, emitirá 
sentença que obste o intento das partes 
(art. 129, CPC). No entanto, não 
percebendo, e consumando-se a coisa 
julgada, outra alternativa não restará senão 
o manejo da rescisória. 
 
 ofender a coisa julgada: a coisa 
julgada constitui-se em fato extrínseco que 
impede o ajuizamento de nova demanda 
(ora, se a nova lei não poderá prejudicar a 
coisa julgada, o que dizer de uma decisão 
posterior que ofendeu coisa julgada 
anterior?). Assim, havendo uma segunda 
coisa julgada, esta será rescindida para dar 
lugar a primeira. 
 
 violar literal disposição de lei: aqui o 
entendimento é no sentido de que o 
ajuizamento da rescisória independe da 
natureza da norma tida como violada: se 
constitucional ou infraconstitucional e, 
neste último caso, se de 
natureza material (error in judicando. ex: 
violação ao artigo 71 da lei 8.666/93) ou 
processual (error in procedendo. Ex: 
violação ao artigo 214, CPC). 
 
 se fundar em prova, cuja falsidade 
tenha sido apurada em processo 
criminal ou seja provada na própria 
ação rescisória 
 depois da sentença, o autor obtiver 
documento novo, cuja existência 
ignorava, ou de que não pôde fazer uso, 
capaz, por si só, de Ihe assegurar 
pronunciamento favorável 
 houver fundamento para invalidar 
confissão, desistência ou transação, em 
que se baseou a sentença 
 fundada em erro de fato, resultante de 
atos ou de documentos da causa: Há 
erro, quando a sentença admitir um fato 
inexistente, ou quando considerar 
inexistente um fato efetivamente ocorrido. 
É indispensável, num como noutro caso, 
que não tenha havido controvérsia, nem 
pronunciamento judicial sobre o fato. 
 
E) Legitimidade 
Poderão manejar o instrumento jurídico em 
questão os que foram parte na demanda 
rescindenda (incluídos os terceiros 
intervenientes que, ao ingressarem na 
demanda, assentaram-se na condição de 
parte) ou seus sucessores; os terceiros 
juridicamente interessados (não 
intervieram no processo, embora acabaram 
por sofrer os efeitos do decisório); e o 
Ministério Público, nos processos em 
que, embora não tenha participado, sua 
intervenção era obrigatória ou naqueles em 
que a sentença foi resultado de colusão 
entre as partes. 
 
F) Prazo 
Será de 02 (dois) anos, contados a partir 
do trânsito em julgado da decisão 
rescindenda. 
Por mais que haja situações em que são 
diversos os momentos de trânsito em 
 
 
 
 
 
 
 
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13 
julgado, entende o STJ que a ação é única, 
por isso o prazo se conta a partir da data 
do trânsito em julgado da última decisão 
proferida no processo. Ademais, a 
possibilidade de manejo em diferentesmomentos provocaria o inconveniente de 
ter que rescindir parte do julgado com a 
ação originária ainda em curso. É o 
entendimento esposado mediante a 
confecção da súmula 401, STJ. 
É mister salientar, ainda que não constitui 
condicionante imperiosa o prévio 
exaurimento dos recursos nas instâncias 
ordinárias, haja vista que o artigo 495 se 
refere apenas ao “trânsito em julgado da 
decisão”, o que se dá pelo exaurimento dos 
meios recursais ou, simplesmente, pela 
não- interposição no prazo legal. 
 
G) Procedimento 
O procedimento seguirá os seguintes 
passos: 
 
 Petição inicial: além dos requisitos 
gerais dos arts. 282 e 283, CPC, deverá a 
mesma conter a particularidade do 
depósito de caução prévia de 5% sobre o 
valor da causa, reversível em proveito do 
réu, no caso da rescisória ser julgada, por 
unanimidade, inadmissível ou 
improcedente. Eximem-se de tal exigência 
a fazenda pública, o MP e o pobre na 
forma da lei. A vestibular apresentará o 
pedido de desconstituição da decisão 
proferida (iudicium rescindens) e, se 
positivo, o de novo julgamento da causa 
(iudicium rescissorium), salvo, neste último 
caso, quando o novo julgamento houver de 
ser novamente realizado pelo juízo de 
primeiro grau (a exemplo da corrupção, 
prevaricação ou concussão do juiz, 
impedimento, etc.). O valor da causa 
corresponderá ao benefício econômico 
pretendido pelo autor, o qual poderá 
coincidir ou não com o valor dado à ação 
originária (posição do STJ). É que, não 
obstante tenha sido atribuído um dado 
valor à causa originária, 
fato é que o valor da condenação (ou 
execução) seja distinto, motivo pelo qual o 
resultado da rescisória importaria em 
conseqüências financeiras naquele 
montante. (ex: é o caso de, não obstante 
ter sido o valor da causa na monta de R$ 
1.000,00, o valor do precatório a ser 
expedido se encontrar no patamar de 
500.000,00). 
 
 Juízo de admissibilidade: verificada a 
obediência aos requisitos legais, o 
magistrado (relator) determinará a citação 
do réu, a fim de responder aos termos da 
ação proposta. 
 
 Resposta do réu: deverá ser 
apresentada no prazo fixado pelo relator, 
variável entre 15 e 30 dias. O prazo em 
questão será quadruplicado, em se 
tratando de fazenda pública (embora haja 
posicionamento contrário, haja vista que o 
relator, ao fixá-lo, já poderia levar em 
consideração a situação específica; no 
caso dos litisconsortes com diferentes 
procuradores não há dúvidas quanto à 
incidência do prazo dobrado (art.191, 
CPC), tendo em vista que, in casu, seria 
impossível antever a presença de 
diferentes procuradores; quanto à revelia, 
não há a incidência do seu efeito material 
(presunção de veracidade) haja vista que a 
coisa julgada é matéria de típica ordem 
pública. 
 
 instrução: havendo necessidade, 
poderão ser produzidas as provas 
admitidas em direito, caso em que os autos 
poderão ser baixados ao juízo de primeiro 
grau, a fim de facilitar a sua coleta (o prazo 
de instrução será de 45 a 90 dias). O 
instrumento jurídico utilizado para efetuar a 
solicitação em questão será a carta de 
ordem. Concluída a instrução, será dada 
vistas às partes para que apresentem, 
sucessivamente, em dez dias, suas 
alegações finais, após o que os autos 
subirão ao relator para julgamento na 
 
 
 
 
 
 
 
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14 
conformidade do regimento do tribunal 
respectivo. 
 
 julgamento: sendo acolhida a 
pretensão do autor, o órgão julgador 
rescindirá o julgado combatido, proferindo 
decisão de natureza constitutivo- negativa 
(ou desconstitutiva, como queira) e, se for 
o caso, proferirá novo decisório, o qual 
substituirá o anterior. No caso do 
julgamento unânime de improcedência, o 
depósito feito no nascedouro da ação será 
revertido em proveito do réu, vencedor da 
demanda. 
 
 
Tema: TEORIA GERAL DOS RECURSOS 
 
 
1. DEFINIÇÃO. 
É o instrumento de impugnação da decisão 
judicial, de uso facultativo, com o objetivo 
de alcançar a reforma, invalidação ou 
integração (esclarecimento) do provimento 
emitido. 
 
2. FINALIDADE. 
Reformar, invalidar ou Integrar a decisão 
impugnada. 
 
3. PRESSUPOSTOS RECURSAIS 
A) Tempestividade 
B) Preparo: 
C) Legitimidade 
D) Interesse 
E) Regularidade formal 
 
4. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE E JUÍZO 
DE MÉRITO. 
O juízo de admissibilidade consiste na 
verificação dos pressupostos recursais (ou 
de admissibilidade) da modalidade recursal 
de que se tenha valido o recorrente para 
impugnar o decisório judicial. 
Preenchidos os requisitos, diremos que o 
recurso será “conhecido”, de modo a se 
poder adentrar na análise meritória (juízo 
de mérito) para, só então, 
concluir pelo “provimento” ou 
“improvimento” do instrumento recursal. 
 
5. EFEITOS 
 devolutivo 
suspensivo 
 efeito expansivo 
 efeito translativo 
. 
 
Tema: APELAÇÃO 
 
 
1. DEFINIÇÃO 
É o recurso manejado contra toda e 
qualquer sentença, seja terminativa ou 
mérito, em procedimento comum ou 
especial. 
 
2. OBJETO 
Conforme salientado, o recurso em análise 
é apto a atacar sentença, seja ela de 
mérito ou terminativa (art. 267 e 269, CPC). 
 
3. FORMALIDADES 
 
 Prazo: o prazo para a interposição do 
recurso é de 15 dias, contados da 
publicação da decisão que se quer 
recorrer. 
 
 Petição: a peça deverá conter os 
nomes e qualificação das partes, 
fundamentos de fato e de direito bem 
como o pedido de nova decisão 
(reformando ou invalidando a anterior). 
 Preparo: o recorrente deverá efetuar o 
preparo do seu recurso (salvo no caso dos 
que são isentos (par. 1, artigo 511, CPC), 
mediante o pagamento das custas, de 
modo a acostar o comprovante no ato de 
interposição do instrumento recursal (art. 
511, CPC). 
 
4. POSSIBILIDADE DO JUÍZO DE 
RETRATAÇÃO NA APELAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
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15 
 Decisão que julga liminarmente a 
improcedência da demanda (Art. 285-A, 
CPC com redação dada pela Lei 11.277 
de 2006); 
 indeferimento da inicial (art. 296, 
CPC); 
 
5. EFEITOS 
 
 Regra: será recebida em ambos os 
efeitos (devolutivo- no sentido de devolver 
ao aparato jurisdicional a análise da 
matéria objeto da impugnação, e 
suspensivo- no sentido de impedir que a 
decisão recorrida possa ser, de logo, 
executada no plano dos fatos). 
 
 Exceção (art. 520): no artigo 520 do 
CPC o legislador tratou de estabelecer o 
efeito tão somente devolutivo no recurso 
em análise, haja vista a natureza 
emergencial das matérias nele veiculadas, 
de modo que a concessão de efeito 
suspensivo em tais situações poderia 
acarretar lesão a direitos (sentença 
cautelar; que confirma a antecipação dos 
efeitos da tutela; sentença na ação de 
alimentos, a que julga improcedentes os 
embargos à execução e a sentença que 
julga a divisão ou demarcação de terras). 
 
 
Tema: AGRAVO 
 
 
1. DEFINIÇÃO 
É o recurso cabível de toda e qualquer 
decisão interlocutória proferida no processo 
civil. 
 
2. OBJETO 
Do conceito supra, verifica-se que o 
recurso deve ser manejado em face de 
decisões interlocutórias. Tais decisões 
podem ser conceituadas como provimentos 
que são proferidos no curso do processo 
(regra geral, antes da sentença), decidindo 
incidentes processuais. 
3. ESPÉCIES 
 retido 
 de instrumento 
 
4. FORMALIDADES E 
PROCESSAMENTO 
 
Na modalidade retida: 
 Prazo: 10 dias ou oralmente, se 
proferida a decisão em audiência de 
instrução e julgamento. 
 Petição: no prazo aludido, a parte 
deverá interpor petição fundamentada, 
sendo, porém, desnecessária a instrução 
por documentos. 
 Preparo: não necessita. 
 juízo de retratação: poderáser exercido 
pelo magistrado, desde que conceda a 
oportunidade para a parte contrária 
manifestar, em dez dias, as suas 
contrarrazões. 
 
Na modalidade de instrumento: 
 Prazo: dez dias. 
 Petição: deverá ser escrita e interposta 
DIRETAMENTE no tribunal, sendo 
instruída com os seguintes documentos: a) 
obrigatórios: cópia da decisão agravada, 
certidão da respectiva intimação e das 
procurações outorgadas aos advogados 
do agravante e agravado; b) 
facultativamente: com outras que entender 
úteis. 
 Preparo: no ato de interposição do 
recurso (art. 511) pagará as custas e os 
valores relativos ao porte de remessa e 
retorno (que são despesas postais), 
conforme tabela publicada pelos tribunais. 
 Juízo de retratação: deve o agravante, 
no prazo de três dias a contar da 
interposição do recurso, requerer a juntada, 
ao juízo de primeiro grau, cópia da petição 
do agravo, do comprovante de sua 
interposição, além da relação dos 
documentos que instruíram o recurso, sob 
pena de não conhecimento do agravo, 
desde que argüido e provado pelo 
agravado. O objetivo, aqui, é possibilitar ao 
 
 
 
 
 
 
 
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16 
magistrado o exercício de sua retratação, 
após o conhecimento do inconformismo da 
parte recorrente. Se assim o fizer, o 
recurso estará prejudicado. 
 
 
Tema: EMBARGOS INFRINGENTES 
 
 
1. BREVE DIGRESSÃO 
 
O objetivo do recurso em questão é a 
defesa da tese veiculada no voto vencido, 
com o fito de fazer com que o mesmo 
prevaleça. 
 
2. CONCEITO E EFEITO. 
 
É o remédio apto a combater acórdão não 
unânime, o qual reformou sentença ou 
julgou procedente a Ação Rescisória, com 
o objetivo de fazer prevalecer o voto 
vencido. O efeito do recurso é meramente 
devolutivo. 
 
3. CABIMENTO: REQUISITOS 
 
a) Cumulativo 
 
 acórdão não-unânime 
 
b) Alternativos 
 
 reforma da sentença de mérito 
 
 procedência da ação rescisória 
 
 
 
Tema: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
 
 
1. CONCEITO 
É o remédio recursal que visa integrar 
decisório judicial (sentença, acórdão ou 
decisão interlocutória), sanando 
obscuridade, omissão ou contradição 
existente. 
2. CONDIÇÕES ESPECÍFICAS PARA O 
MANEJO DO RECURSO 
a) obscuridade 
b) Omissão 
c) Contradição 
 
3. EFEITOS 
O recurso interrompe o prazo para a 
propositura de quaisquer recursos, por 
AMBAS as partes, devolvendo-se, por 
conseguinte, a totalidade do mesmo. 
Os embargos declaratórios existentes na 
lei dos Juizados especiais cíveis (Lei 
9.099/95) apenas suspendem o prazo. 
 
4. PROCESSAMENTO 
O prazo de interposição é de cinco dias, 
inexistindo deferimento de prazo para as 
contrarrazões (salvo no caso de 
possibilidade de efeitos modificativos). A 
interposição fora do prazo não terá o 
condão de interromper o prazo em 
questão. 
Inexiste preparo para a espécie recursal 
em exame. O julgamento se dará pelo 
mesmo órgão que emitiu o decisório a ser 
reexaminado. 
 
Tema: O RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
(Art. 102, III, CF c/c Arts. 542 e segs., 
CPC) 
 
 
1. BREVE DIGRESSSÃO 
 
Diante do escalonamento das regras 
jurídicas dispostas por Hans Kelsen, em 
sua “teoria pura do direito”, verifica-se, 
claramente, que as normas constitucionais 
ocupam lugar de destaque, considerando-
se as mesmas como normas fundantes das 
demais regras componentes do 
ordenamento jurídico pátrio. Assim, a lesão 
ou contrariedade do seu comando implica o 
abalo de todo um sistema construído sobre 
raízes constitucionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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É justamente por isso que o próprio 
constituinte procurou criar instrumento 
jurídico apto a sanar, diante de um caso 
concreto, a contrariedade aos postulados 
constitucionais: é o recurso extraordinário. 
 
Percebe-se, de antemão, que, sendo de 
natureza extraordinária, apenas a questão 
da interpretação do direito é que pode ser 
proposta ao órgão de julgamento do 
recurso (o STF) sendo vedado, pois, a 
análise de questões de fato e, por 
conseguinte, da prova produzida no 
processo, a teor do consubstanciado na 
Súmula 279. 
 
2. DEFINIÇÃO 
 
Trata-se de recurso de fundamentação 
vinculada, direcionado ao Supremo 
Tribunal Federal, que tem como principal 
objetivo fazer prevalecer a Constituição 
num caso concreto, alterando, assim, a 
decisão que contrariou a Carta Magna e, 
por consequência, a sorte do recorrente. 
 
3. PRAZO 
 
15 dias, ressaltando o prazo privilegiado 
referente à fazenda pública, Ministério 
Público, Litisconsortes com diferentes 
procuradores (quando mais de um tenha 
sucumbido) e o beneficiário da justiça 
gratuita, desde que assistido por defensor 
dativo. 
 
4. EFEITO 
 
Devolutivo, a teor do previsto no art. 497 
c/c o § 2º do art. 542 do CPC. 
 
5. HIPÓTESES DE CABIMENTO 
 
Ressalte-se, num primeiro instante, que o 
REx só caberá em decisões em única ou 
última instância. Decisões que possam 
ser alteradas por outro recurso, que não o 
REx não admitem contra 
elas o referido recurso. É o que se 
denomina de “prévio esgotamento da 
instância ordinária” (súm. 281, STF). 
Assim, por exemplo, se a sentença 
contrariar dispositivo constitucional, contra 
ela deverá ser interposto o recurso de 
apelação, não terá cabimento o 
Extraordinário. A decisão em única 
instância é aquela que não prevê qualquer 
recurso contra ela. Nesse caso, caberá o 
recurso extraordinário. 
 
A decisão em questão há de ter incidido 
num dos casos abaixo (art. 102, III, CF): 
 
 contrariedade direta e literal da 
Constituição. Para efeito de recurso 
extraordinário, na hipótese em questão, 
não vale a violação a princípio que não 
seja expresso ou violação que seja indireta. 
(ex: decisão que admite prova ilícita no 
processo, violando diretamente o disposto 
no artigo 5, CF; ou a decisão que julga ser 
a justiça estadual competente para resolver 
controvérsia de natureza trabalhista, 
violando o artigo 114, CF.) 
 
 declarar a inconstitucionalidade de 
tratado ou lei federal: os tratados e leis 
federais são resultados de complexo 
procedimento legislativo, no qual se 
submetem ao controle de 
constitucionalidade. Por outro lado, a 
sanção presidencial também pressupõe 
controle de constitucionalidade. Assim, a lei 
federal e o tratado gozam de presunção de 
constitucionalidade, a qual, contrariada por 
decisão judicial, pode remeter a questão ao 
STF pela via do REx. Neste caso, estaria 
havendo uma violação REFLEXA à CF/88. 
(ex: caso muito comum era o da 
possibilidade de prisão do depositário infiel, 
tendo em vista a violação do Pacto de São 
José da Costa Rica). 
 
 julgar válida lei ou ato de governo 
local contestado em face desta 
Constituição: A regra considera que o 
 
 
 
 
 
 
 
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Brasil adota o pacto federativo, pelo que os 
Estados que o integra abrem mão de sua 
soberania em favor da União e, por 
consequência, da Constituição Federal. 
Assim, se a decisão de única ou última 
instância diz da validade de ato ou de lei 
local que foi contestado em face da 
Constituição Federal, pode ser submetida 
ao STF. Neste caso, estaria havendo uma 
violação REFLEXA à CF/88. (ex: é o caso 
de município ou Estado que cria 
determinado tributo considerado 
inconstitucional). 
 
 prevalência da Lei local sobre a Lei 
Federal: ainda em vista do pacto 
federativo. A decisão que julga a lei local 
válida em hipótese na qual ela foi 
contestada em face de lei federal leva a 
decisão ao STF. (aqui, há violação reflexa 
à CF, tendo em vista que a distribuição de 
competência legislativa é matéria 
constitucional.Ex: é a situação na qual 
uma decisão julga válida lei local- municipal 
ou estadual- cujo teor contraria matéria 
reservada à lei federal. É o exemplo de 
município que proíbe a utilização de 
capacetes pelos motoqueiros, indo de 
encontro ao disposto no código brasileiro 
de trânsito). 
 
6. A QUESTÃO DA REPERCUSSÃO 
GERAL (E OS RECURSOS 
EXTRAORDINÁRIOS REPETITIVOS) 
 
O § 3º do art. 102 estabeleceu como 
pressuposto do REx a repercussão da 
matéria trazida no recurso, ou seja, que ela 
interesse a um grupo considerável de 
pessoas. A Lei n. 11.418/06 regulamentou 
a questão, acrescentando dispositivos ao 
CPC. 
 
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente 
deverá demonstrar a repercussão geral das 
questões constitucionais discutidas no caso, 
nos termos da lei, a fim de que o Tribunal 
examine a admissão do recurso, somente 
podendo recusá-lo pela 
manifestação de dois terços de seus membros. 
Art. 543-A. O Supremo Tribunal Federal, em 
decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso 
extraordinário, quando a questão constitucional 
nele versada não oferecer repercussão geral, 
nos termos deste artigo. 
§ 1
o
 Para efeito da repercussão geral, será 
considerada a existência, ou não, de questões 
relevantes do ponto de vista econômico, 
político, social ou jurídico, que 
ultrapassem os interesses subjetivos da 
causa. 
§ 2
o
 O recorrente deverá demonstrar, em 
preliminar do recurso, para apreciação 
exclusiva do Supremo Tribunal Federal, a 
existência da repercussão geral. 
§ 3
o
 Haverá repercussão geral sempre que o 
recurso impugnar decisão contrária a 
súmula ou jurisprudência dominante do 
Tribunal. 
§ 4
o
 Se a Turma decidir pela existência da 
repercussão geral por, no mínimo, 4 (quatro) 
votos, ficará dispensada a remessa do recurso 
ao Plenário. 
§ 5
o
 Negada a existência da repercussão geral, 
a decisão valerá para todos os recursos sobre 
matéria idêntica, que serão indeferidos 
liminarmente, salvo revisão da tese, tudo nos 
termos do Regimento Interno do Supremo 
Tribunal Federal. 
§ 6
o
 O Relator poderá admitir, na análise da 
repercussão geral, a manifestação de terceiros, 
subscrita por procurador habilitado, nos termos 
do Regimento Interno do Supremo Tribunal 
Federal. 
§ 7
o
 A Súmula da decisão sobre a repercussão 
geral constará de ata, que será publicada no 
Diário Oficial e valerá como acórdão. 
 
Art. 543-B. Quando houver multiplicidade 
de recursos com fundamento em 
idêntica controvérsia, a análise da 
repercussão geral será processada nos 
termos do Regimento Interno do Supremo 
Tribunal Federal, observado o disposto neste 
artigo. 
§ 1
o
 Caberá ao Tribunal de origem selecionar 
um ou mais recursos representativos da 
controvérsia e encaminhá-los ao Supremo 
Tribunal Federal, sobrestando os demais até o 
pronunciamento definitivo da Corte. 
§ 2
o
 Negada a existência de repercussão geral, 
os recursos sobrestados considerar-se-ão 
automaticamente não admitidos. 
 
 
 
 
 
 
 
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§ 3
o
 Julgado o mérito do recurso 
extraordinário, os recursos sobrestados 
serão apreciados pelos Tribunais, Turmas 
de Uniformização ou Turmas Recursais, que 
poderão declará-los prejudicados ou 
retratar-se. 
§ 4
o
 Mantida a decisão e admitido o 
recurso, poderá o Supremo Tribunal 
Federal, nos termos do Regimento Interno, 
cassar ou reformar, liminarmente, o acórdão 
contrário à orientação firmada. 
§ 5
o
 O Regimento Interno do Supremo Tribunal 
Federal disporá sobre as atribuições dos 
Ministros, das Turmas e de outros órgãos, na 
análise da repercussão geral. 
 
7. O PRESSUPOSTO DO 
PREQUESTIONAMENTO 
 
Os tribunais de julgamento de recursos de 
índole extraordinária, ou seja, os tribunais 
superiores e o Supremo Tribunal Federal 
construíram uma interpretação que 
consiste na necessidade de que a matéria 
a eles proposta pelo recurso extremo tenha 
sido debatida pelo órgão recursal. É que 
muitos recursos são apresentados aos 
tribunais superiores e ao STF sem que o 
órgão de julgamento da decisão atacada 
tenha tido a oportunidade de se manifestar 
explicitamente sobre a matéria que justifica 
o recurso de natureza extraordinária. Por 
exemplo: a parte suscita no REx que a 
decisão recorrida fez prevalecer Lei local 
em face de regras de Lei Federal. Ocorre 
que ele não havia submetido esta questão 
ao órgão recorrido, ou seja, falado em seu 
recurso para o órgão recorrido de REx que 
a decisão em tal sentido faria prevalecer a 
Lei Local em face de Lei Federal, o que 
pelo pressuposto do prequestionamento é 
absolutamente necessário. Daí que se a 
questão tiver sido levada ao órgão 
recorrido e esse não tiver se manifestado, 
cabem os Embargos de Declaração para 
efeito de prequestionamento. OUTRO 
EXEMPLO: imagine a situação na qual o 
juízo de primeiro grau indefere a oitiva de 
testemunha útil ao deslinde 
da questão. Neste caso, é mister que o 
prejudicado venha arguir a nulidade ao 
princípio constitucional do contraditório e 
ampla defesa, por intermédio do agravo 
retido, de modo que a mesma venha ser 
enfrentada pelo tribunal a quo por ocasião 
da apelação (prequestionando a questão). 
 
É através da regra em questão, inclusive, 
que se chega ao postulado segundo o qual 
a nulidade pode ser arguida a qualquer 
momento, desde que se faça perante a 
instância ordinária. 
 
8. PROCESSAMENTO: 
 
É interposto perante o presidente ou o 
vice-presidente do Tribunal recorrido – art. 
541; 
 Deve observar os requisitos dos incisos 
do art. 541; 
 Comporta contrarrazões– art. 542; 
 O juízo de admissibilidade é exercido 
pelo presidente ou vice-presidente do 
tribunal recorrido depois da resposta – 541 
c/c o § 1º do art. 542; 
Tem efeito devolutivo apenas - § 2º do 
art. 542 e 497; 
Cabe contra acórdãos que julguem 
Agravo em processos de cognição, 
cautelar ou em embargos à execução, 
hipóteses nas quais fica retido - § 3º do 
art. 542; 
 Se interpostos o REx e o Res 
(simultaneamente), os autos seguem 
primeiro para o STJ para julgamento do 
Recurso Especial – art. 543; 
 Cabe Agravo contra a decisão que não 
admite o REx – art. 544; 
 Cabe Embargos de divergência contra 
a decisão que julgue REx em confronto 
com decisão de outro órgão do STF; 
 No STJ pode o relator interpretar que o 
REx deve ser analisado antes do Especial, 
remetendo os autos ao STF. O STF é 
quem, contudo, dirá da necessidade de 
que o REx seja apreciado antes do 
Especial. Entendendo diversamente, 
 
 
 
 
 
 
 
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remeterá os autos ao STJ que terá de 
julgar o Especial. 
Tema: O RECURSO ESPECIAL. 
 
1. BREVE DIGRESSÃO 
 
Diante do escalonamento das regras 
jurídicas dispostas por Hans Kelsen, em 
sua “teoria pura do direito”, verifica-se, 
claramente, que as normas constitucionais 
ocupam lugar de destaque, considerando-
se as mesmas como normas fundantes das 
demais regras componentes do 
ordenamento jurídico pátrio. 
De igual modo, as leis ordinárias ocupam 
posições bem definidas, estando acima de 
outras fontes de menor relevância, as quais 
devem-lhe o respectivo respeito, a exemplo 
dos decisórios judiciais. 
 
Assim, a lesão ou contrariedade do seu 
comando implica o abalo de todo um 
sistema construído sobre raízes 
mencionadas. 
 
É justamente por isso que o próprio 
constituinte procurou criar instrumento 
jurídico apto a sanar, diante de um caso 
concreto, a contrariedade aos postulados 
federais: é o recurso especial. 
 
Percebe-se, de antemão, que, sendo de 
natureza extraordinária, apenas a questão 
da interpretação do direito é quepode ser 
proposta ao órgão de julgamento do 
recurso (o STJ) sendo vedado, pois, a 
análise de questões de fato e, por 
conseguinte, da prova produzida no 
processo, a teor do consubstanciado na 
Súmula 07. 
 
2. DEFINIÇÃO 
 
Trata-se de recurso de fundamentação 
vinculada, direcionado ao Superior Tribunal 
de Justiça, que tem como principal objetivo 
uniformizar a interpretação da lei federal a 
partir de um caso concreto, 
alterando, por consequência, a decisão 
impugnada. 
 
3. PRAZO 
 
15 dias, ressaltando o prazo privilegiado 
referente à fazenda pública, Ministério 
Público, Litisconsortes com diferentes 
procuradores (quando mais de um tenha 
sucumbido) e o beneficiário da justiça 
gratuita, desde que assistido por defensor 
dativo. 
 
4. EFEITO 
 
Meramente devolutivo, a teor do previsto 
no art. 497 e § 2º do art. 542. 
 
 
5. HIPÓTESES DE CABIMENTO 
 
Julgamento de Tribunal Regional Federal, 
Tribunal de Justiça de Estado, Tribunal de 
Justiça do Distrito Federal ou Tribunal de 
Território que em única ou última instância: 
 
 contrariar tratado ou lei federal, ou 
negar-lhes vigência: Os tratados e as leis 
federais revelam do ponto de vista objetivo 
a vontade do povo brasileiro que o Poder 
Legislativo consegue captar e transformar 
em norma. Essa vontade expressa na 
norma deve ser concretizada pela atuação 
do Estado-juiz. Se a decisão contraria o 
tratado, a lei federal, ou nega-lhes vigência, 
está desconsiderando a vontade do povo 
que está na norma. (ex: acórdão que 
aplica, em sede condenação, aplica termo 
inicial de correção monetária a partir do 
fato, ferindo o art. ... do CC/02). 
 
 julgar válido ato de governo local 
contestado em face de lei federal: Com o 
pacto federativo, os Estados e os governos 
que os representam abrem mão da 
soberania em favor da União. A lei federal, 
em vista disso, deve ser observada em 
todo o território nacional e não pode ser 
 
 
 
 
 
 
 
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contrariada por ato de governo local (ato 
administrativo estadual ou municipal, a 
exemplo de decretos, portarias, 
regulamentos etc.). Se o ato de governo 
local é impugnado em face de lei federal e 
o Judiciário local diz que ele é válido, 
convém que o STJ diga da existência ou 
não da contrariedade para, eventualmente, 
restabelecer a lei federal. 
 
 der a lei federal interpretação 
divergente da que lhe haja atribuído 
outro tribunal: Nesse ponto identificamos 
a principal razão da existência do Recurso 
Especial, qual seja a de uniformizar a 
interpretação da lei federal. O Brasil é um 
país de dimensões continentais e é 
caracterizado por desigualdades regionais 
econômicas e culturais. Essas 
desigualdades podem determinar, 
eventualmente, que a mesma lei seja 
interpretada diferentemente em diversas 
partes do território nacional. Assim, o 
recurso especial é para uniformizar a 
interpretação. Imaginemos que o Tribunal 
de Justiça de Pernambuco julgando 
apelação diga que a lei federal X tem uma 
interpretação, enquanto que o Tribunal do 
Rio Grande do Sul diga que a interpretação 
é de conteúdo diferente. A parte 
prejudicada pela decisão do Tribunal de 
Pernambuco pode invocar a interpretação 
do Rio Grande do Sul, se ela for a que o 
beneficia, e pedir que o STJ uniformizando 
a interpretação dê provimento ao seu 
recurso. Vale ressaltar que a divergência 
entre julgados do mesmo Tribunal não 
enseja recurso especial, a teor do que 
preceitua a súmula 13 do STJ. 
 
6. O PRESSUPOSTO DO 
PREQUESTIONAMENTO 
 
Os tribunais de julgamento de recursos de 
índole extraordinária, ou seja, os tribunais 
superiores e o Supremo Tribunal Federal 
construíram uma interpretação que 
consiste na necessidade 
de que a matéria a eles proposta pelo 
recurso extremo tenha sido debatida pelo 
órgão recursal. É que muitos recursos são 
apresentados aos tribunais superiores e ao 
STF sem que o órgão de julgamento da 
decisão atacada tenha tido a oportunidade 
de se manifestar explicitamente sobre a 
matéria que justifica o recurso de natureza 
extraordinária. Por exemplo: a parte suscita 
no Recurso Especial que a decisão 
recorrida julgou válido ato local contra 
regra de Lei Federal. Ocorre que ele não 
havia submetido esta questão ao órgão 
recorrido, ou seja, falado em seu recurso 
para o órgão recorrido de Recurso Especial 
que a decisão em tal sentido faria 
prevalecer a Lei Local em face de Lei 
Federal, o que pelo pressuposto do 
prequestionamento é absolutamente 
necessário. Daí que se a questão tiver sido 
levada ao órgão recorrido e esse não tiver 
se manifestado, cabem os Embargos de 
Declaração para efeito de 
prequestionamento. 
 
7. OS RECURSOS REPETITIVOS 
 
O art. 543-C do CPC, introduzido pela Lei 
n. 11.672/2008, estabeleceu uma técnica 
de sobrestamento de recursos de igual 
conteúdo no âmbito do próprio STJ e nos 
Tribunais locais até a manifestação do STJ 
sobre a questão de direito neles debatida. 
É a técnica do chamado “recurso 
repetitivo”. Os tribunais superiores e o 
Supremo Tribunal Federal são provocados 
ao julgamento de milhares de processos 
por ano com uma imposição de carga de 
trabalho aos Ministros que é impraticável. 
Por outro lado, muitos dos recursos 
apresentados contêm matéria já analisada 
pelo Tribunal ou que será analisada. Esta 
técnica permite, então, que o STJ 
selecione processos que representem a 
discussão jurídica e decida eles com 
repercussão sobre os demais processos de 
matéria comum, os quais terão a mesma 
solução, se já estiverem no STJ, ou serão 
 
 
 
 
 
 
 
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reapreciados pela instância de origem. 
Esses recursos só subirão ao STJ se o 
Tribunal local não adequar o seu 
julgamento ao que tiver sido decidido pelo 
STJ. 
 
Art. 543-C. Quando houver multiplicidade de 
recursos com fundamento em idêntica questão 
de direito, o recurso especial será processado 
nos termos deste artigo. 
§ 1o Caberá ao presidente do tribunal de 
origem admitir um ou mais recursos 
representativos da controvérsia, os quais serão 
encaminhados ao Superior Tribunal de Justiça, 
ficando suspensos os demais recursos 
especiais até o pronunciamento definitivo do 
Superior Tribunal de Justiça. 
§ 2o Não adotada a providência descrita no § 
1o deste artigo, o relator no Superior Tribunal 
de Justiça, ao identificar que sobre a 
controvérsia já existe jurisprudência dominante 
ou que a matéria já está afeta ao colegiado, 
poderá determinar a suspensão, nos tribunais 
de segunda instância, dos recursos nos quais a 
controvérsia esteja estabelecida. 
§ 3o O relator poderá solicitar informações, 
a serem prestadas no prazo de quinze dias, 
aos tribunais federais ou estaduais a 
respeito da controvérsia. 
§ 4o O relator, conforme dispuser o regimento 
interno do Superior Tribunal de Justiça e 
considerando a relevância da matéria, poderá 
admitir manifestação de pessoas, órgãos ou 
entidades com interesse na controvérsia. 
§ 5o Recebidas as informações e, se for o 
caso, após cumprido o disposto no § 4o deste 
artigo, terá vista o Ministério Público pelo prazo 
de quinze dias. 
§ 6o Transcorrido o prazo para o Ministério 
Público e remetida cópia do relatório aos 
demais Ministros, o processo será incluído em 
pauta na seção ou na Corte Especial, devendo 
ser julgado com preferência sobre os demais 
feitos, ressalvados os que envolvam réu preso 
e os pedidos de habeas corpus. 
§ 7o Publicado o acórdão do Superior 
Tribunal de Justiça, os recursos especiais 
sobrestados na origem: 
I - terão seguimento denegado na hipótese 
de o acórdão recorrido coincidir com a 
orientação do Superior Tribunal de Justiça; ou 
II - serãonovamente examinados pelo 
tribunal de origem na hipótese de o acórdão 
recorrido divergir da orientação do Superior 
Tribunal de Justiça. 
§ 8o Na hipótese prevista no inciso II do § 7o 
deste artigo, mantida a decisão divergente 
pelo tribunal de origem, far-se-á o exame de 
admissibilidade do recurso especial. 
§ 9o O Superior Tribunal de Justiça e os 
tribunais de segunda instância regulamentarão, 
no âmbito de suas competências, os 
procedimentos relativos ao processamento e 
julgamento do recurso especial nos casos 
previstos neste artigo. 
 
8. PROCESSAMENTO 
 
É interposto perante o presidente ou o 
vice-presidente do Tribunal recorrido – art. 
541; 
 Deve observar os requisitos dos incisos 
do art. 541; 
 Comporta contrarrazões– art. 542; 
 O juízo de admissibilidade é exercido 
pelo presidente ou vice-presidente do 
tribunal recorrido depois da resposta – 541 
c/c o § 1º do art. 542; 
Tem efeito devolutivo apenas - § 2º do 
art. 542 e 497; 
Cabe contra acórdãos que julguem 
Agravo em processos de cognição, 
cautelar ou em embargos à execução, 
hipóteses nas quais fica retido - § 3º do 
art. 542; 
 Se interpostos o REx e o Res 
(simultaneamente), os autos seguem 
primeiro para o STJ para julgamento do 
Recurso Especial – art. 543; 
 Cabe Agravo contra a decisão que não 
admite o REx – art. 544; 
 Cabe Embargos de divergência contra 
a decisão que julgue REsp em confronto 
com decisão de outro órgão do STJ; 
 No STJ pode o relator interpretar que o 
REx deve ser analisado antes do Especial, 
remetendo os autos ao STF. O STF é 
quem, contudo, dirá da necessidade de 
que o REx seja apreciado antes do 
Especial. Entendendo diversamente, 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB PRIMEIRA FASE - XVI EXAME 
Processo Civil 
André Mota 
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remeterá os autos ao STJ que terá de 
julgar o Especial.

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