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PARECER I – EMENTA HOMICÍDIO QUALIFICADO – Motivo fútil – Insanidade mental – Causa superveniente – Inteligência do artigo 152 Caput, § 1º, CPP e artigo 149 Caput, CPP - Parecer favorável a internação do denunciado. II – RELATÓRIO Trata-se do caso Alfredinho Pitanga, que retornando do botequim após consumo de algumas doses de cachaça, enfurecido com sua amásia Natalina Maria de Jesus, que não lhe prepara o jantar, em punho de uma faca de mesa, agrediu-a, causando-lhe ferimentos profundos na região torácica. Sendo imediatamente socorrida por vizinhos, à vítima foi levada para um hospital, e submetida a procedimentos cirúrgicos. Visto o quadro hospitalar não ser favorável, após quarenta dias da data do fato, veio a óbito. Alfredinho, em circunstâncias de flagrante delito, permaneceu preso, onde o Parquet ofereceu denúncia, adequando o fato típico no que tange o art. 121, § 2º II do CP, pois os indícios apontam que a causa mortis, foi em decorrência do ferimento da arma branca. No curso da Ação Penal, fatores apontaram que Alfredinho Pitanga, apresentou sinais de insanidade mental, o Magistrado por essa razão, determinou a instauração de inquérito incidente. Concluída a investigação, constatou-se que ele possuía no tempo do fato ilícito, plena faculdade mental e que sua capacidade de se autodeterminar e entender a ilicitude do fato era sã, sendo superveniente sua incapacidade. É o relatório. III – FUNDAMENTAÇÃO O caso registrado consta que Alfredinho Pitanga, após a ingestão de algumas doses de cachaça em um botequim, retornando ao lar encontrou-se enfurecido com sua amásia Natalina Maria de Jesus, por ela não se dispor em preparar a refeição, a punho de uma faca de cozinha, agrediu-a, causando-lhe ferimentos profundos na região torácica. Resta qualificá-lo nos ditames da lei, no que concerne a Legislação Penal, homicídio qualificado porque ele deu “causa morti” à vítima, e também estava sob efeito alcoólico, além disso, foi estimulado por motivo fútil. Apesar de, a defesa ressaltar que o denunciado encontra-se com a capacidade mental comprometida, recai segregar ao caso, pois na data do registro da ocorrência, segundo profissionais competentes, comprovaram por meio de análises técnicas, que Alfredinho Pitanga era possível de entender a ilicitude do fato e de se autodeterminar perante a conduta que cometera, e sua incapacidade sobreveio de forma superveniente em detrimento de todos os atos praticados. Logicamente esse crime não ficará impune, no que concerne o art. 121, § 2, Inciso II, do CP, Homicídio Qualificado Por Motivo Fútil, deverá ser levando em consideração os requisitos evidentes no art. 59 do CP, para se ter uma pena suficiente e necessária. No caso em epígrafe, resta constatada que a enfermidade mental sobreveio à Infração Penal devendo o Magistrado observar os ditames do art. 152 do CPP, que trata da suspensão da infração do processo, até que o denunciado se restabeleça, obedecendo também o que versa o § 1º do mesmo artigo, onde o Juiz poderá nesse caso, ordenar a internação do acusado em manicômio judiciário ou em outro estabelecimento adequado. Outro dispositivo relevante ao caso é o que trata o artigo 149 do CPP determina que, em caso de dúvida sobre a integridade mental do acusado, o juiz deve instaurar, de ofício ou mediante requerimento de familiares ou do Ministério Público, incidente de insanidade mental. O STJ entende que o magistrado não precisa ficar preso ao laudo oferecido, mas, ao renegá-lo, precisa fundamentar sua decisão (HC 52.577). Não restam dúvidas que o Sr.º. Alfredino Pitanga agrediu a Sr.ª. Natalina Maria de Jesus, e essa vindo a falecer quarenta dias após o fato ocorrido. IV – CONCLUSÃO Ante o exposto opina-se em se fazer cumprir o disposto no art. 152 Caput, CPP, suspensão do processo, até que o denunciado se restabeleça do mesmo artigo o § 1º O juiz poderá, nesse caso, ordenar a internação do acusado em manicômio judiciário ou em outro estabelecimento adequado. E o que trata o artigo 149 do CPP determina que, em caso de dúvida sobre a integridade mental do acusado, o juiz deve instaurar, de ofício ou mediante requerimento de familiares ou do Ministério Público, incidente de insanidade mental. Faça-se cumprir esses dispositivos, para então dá-se continuidade ao rito processual. É o parecer. São Luís do Maranhão, 11 de junho de 2015 Geovane de Sousa Fonteles Matrícula: 201401201261
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