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PEÇA CONSTITUCIONAL RECURSO EXTRAORDINÁRIO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ
Processo nº ....
	ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES UNIDOS DE CAICÓ, pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, legalmente constituída desde 01.12.2000, já qualificada nos autos da Ação Civil Pública em epígrafe, neste ato representada por seu presidente (estatuto em anexo), com fundamento no art. 102, III, a e d da Constituição da República Federativa do Brasil e artigo 1.029 e seguintes do Código de Processo Civil, vem, à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assinado, conforme procuração em anexo, interpor RECURSO EXTRAORDINÁRIO contra o v. acórdão de fl s..... dos autos, nos termos que seguem. 
	Requer, para tanto, que o recurso seja recebido e, após notificada a parte contrária, seja determinada a sua remessa ao Egrégio Supremo Tribunal Federal, para que dele conheça e profira nova decisão.
	Requer-se a juntada das inclusas guias de preparo recursal e de porte de remessa e retorno 
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
Caicó, 14 de março de 2018.
Advogado
OAB XXXXX
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO… 
PROCESSO n.º… 
RECORRENTE: ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES UNIDOS DE CAICÓ
RECORRIDO: GUARARAPES ADM LTDA e PREFEITURA MUNICIPAL DE CAICÓ
RAZÕES DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 
	Colendo Supremo Tribunal Federal, 
	Colenda Turma, 
	Eminentes Ministros:
1) DA SÍNTESE PROCESSUAL
	Caicó, uma cidade pequena e muito pouco desenvolvida do ponto de vista urbanístico, possui algumas ruínas da época da colonização portuguesa, as quais fazem parte do patrimônio histórico e cultural da cidade. A ruína mais famosa, “Colosseu”, é administrada pela empresa ré por meio de contrato de convênio com o Poder Público local, firmado entre a Prefeitura do Município de Caicó e a GUARARAPES ADM LTDA.
	A referida ruína virou um ponto turístico de intensa visitação no município. Ocorre que, nos últimos meses, a empresa tem deixado de lado a manutenção do local, o qual está gravemente deteriorado, precisando de sérios reparos, os quais a empresa promete que vai realizar, porém não o faz.
	Após solicitações de informações da apelante em conjunto com a Defensoria Pública do Estado, a Prefeitura do Município informou que já havia diligenciado junto à empresa as providências cabíveis, mas que também ainda não tinha obtido retorno. O Prefeito informou também que, em reunião com o responsável da empresa convocada para tratar do assunto, foi dado prazo a resolução do problema, porém o mesmo não foi cumprido.
	Entretanto, o contrato com a empresa continua vigente sem que sejam tomadas as devidas providências para a revitalização do local, seja pela Prefeitura ou pela empresa privada responsável pela administração do local.
	Tal fato vem causando grave dano ao patrimônio histórico, cultural e turístico do município, pelo que a ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES UNIDOS DA CIDADE DE CAICÓ, ora recorrente, ajuizou Ação Civil Pública contra a empresa responsável pela administração do local, GUARARAPES ADM LDTA e contra a PREFEITURA MUNICIPAL, titular do contrato público firmado com a referida empresa, e ente responsável pela preservação do local na forma do art. 30 da CF/88.
	Após o ajuizamento, a ação seguiu seu trâmite normal. Foi ouvido o representante do Ministério Público, o qual exarou parecer favorável a Associação, pugnando pela condenação das requeridas à reparação de danos e à obrigação de fazer.
	Entretanto, o juiz de primeiro grau extinguiu a ação sem resolução de mérito, por entender que as partes que ocupam o polo passivo da ação são ilegítimas. A sentença foi publicada no dia 10/11/2017, com fundamento na repartição de responsabilidade entre os entes federativos prevista na Constituição Federal. O Juiz, sem julgar o mérito da demanda, extinguiu o processo por entender que as partes alocadas no polo passivo não possuíam legitimidade, aduzindo que a matéria é de competência comum da União, Estados e Municípios e, por isso, os três entes deveriam estar no polo passivo da demanda. Fundamentou a decisão no art. 23, incisos III e IV, da Constituição Federal.
	Diante da decisão, a recorrente apresentou recurso de Apelação ao Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, o qual foi recebido, porém negado provimento ao pedido de reforma da decisão com base nos mesmos fundamentos exarados na decisão de primeiro grau, conforme o v. acórdão recorrido, publicado no dia 05/03/2018.
2) DAS RAZÕES PARA A REFORMA – DA VIOLAÇÃO AOS ARTS. 23, III e IV e 30, IX DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
	Como dito, o v. acórdão recorrido manteve a r. sentença de primeiro grau que extinguiu o processo sem resolução de mérito, com fundamento o art. 23, incisos III e IV da Constituição Federal, os quais tratam da competência material comum a União, Estados, Distrito Federal e Municípios para: II - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural.
	Ocorre que a interpretação dada ao dispositivo constitucional, com a devida vênia, não merece prosperar. Entendeu o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará que, de acordo com a Constituição, como a se trata de uma competência comum, deveriam figurar no polo passivo da Ação Civil Pública proposta pela apelante, a União, o Estado do Ceará e o município de Caicó.
	Incorre em erro a referida decisão. Primeiro, porque o fato de ser uma competência comum, não quer dizer que há a obrigatoriedade de todos os entes figurarem no polo passivo da ação. Competência comum quer dizer que é possível que seja exercida por mais de um ente federativo, sem que esse exercício exclua a competência dos demais entes, ou seja, há a possibilidade de uma atuação conjunta. Segundo, porque o objeto da Ação Civil Pública proposta pela apelante é a proteção de patrimônio histórico cultural local, pertencente ao munícipio de Caicó, como demonstrado na petição inicial.
	Logo, apesar do disposto nos incisos III e IV do art. 23 da Constituição Federal, necessário observar também o art. 30 da Carta, que trata da competência exclusiva dos Municípios. Referido dispositivo em seu inciso IX atribui ao ente municipal a competência para promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local. Sendo assim, o que se extrai do texto constitucional é que o exercício da competência de um ente não exclui a competência de outro no que tange a proteção do patrimônio histórico e cultural. Todavia, quando se tratar de um patrimônio local, a competência do município merece destaque.
	Nobres julgadores, é evidente então que o preenchimento do polo passivo da demanda foi feito corretamente em observância ao texto constitucional, eis que como se trata de patrimônio histórico cultural local do município de Caicó é evidente a sua competência para a proteção do bem, não havendo nenhum fundamento que justifique a obrigatoriedade de incluir na
demanda os outros entes.
	A legitimidade passiva da empresa GUARARAPES decorre do fato de que o Município, através de contrato público, contratou a referida empresa para realizar a administração do local, o que não vem sendo feito corretamente, pelo que a empresa também foi incluída na demanda. Sendo assim, em vista do que foi exposto, verifica-se que a Prefeitura Municipal de Caicó e a empresa GUARARAPES ADM LTDA são partes legitimas para figurarem no polo passivo da ação.
	O v. acórdão que manteve a sentença de primeiro grau possui flagrante violação direta aos art. 23, III e IV e 30, IX da Constituição Federal, pelo que não merece prosperar, merecendo ser reformado por este E. Supremo Tribunal Federal, a fim de que se dê a devida interpretação e evite violação à Carta.
3) DA TEMPESTIVIDADE DO RECURSO
	O §3º do art. 1003 do Código de Processo Civil estabelece como regra geral prazo o de 15 dias para a interposição de recurso,excetuados os embargos de declaração. Logo, o prazo para interposição do presente recurso segue a regra geral.
	Como a decisão foi publicada no dia 10/11/2017, finda o prazo para interposição 24/11/2017. Como protocolado antes da data fatal, o presente recurso é tempestivo.
4) DO CABIMENTO DO RECURSO.
	A decisões anteriores ao v. acórdão recorrido, bem como o próprio acórdão em questão, violam diretamente o art. 30 da Constituição Federal. Por isso, cabível o presente recurso extraordinário com fundamento no art. 102, III, ‘a’ da Constituição Federal.
5) DA REPERCUSSÃO GERAL.
	O presente recurso preenche o requisito previsto no art. 102, III, § 3º da CF e no art. 1.035 do CPC, eis que o objeto da demanda é a preservação de patrimônio histórico e cultural, logo evidente que a matéria tratada na demanda transcende o interesse das partes nela presentes. 
	A decisão proferida irá afetar uma gama de pessoas, não apenas as partes envolvidas no processo. É questão de grande relevância social e econômica para a população do Município de Caicó, e para o País como um todo.
	Ademais, do ponto de vista jurídico, sua relevância se dá pela matéria de direito que se pretende seja revisada. Refere-se à repartição de competência constitucional dos entes federativos, ou seja, questão de grande relevância, e que poderá afetar outros recursos que não apenas o presente.
	Nestes termos, em razão de transcender o direito subjetivo das partes nela envolvidas e por estar demonstrada a repercussão geral no caso concreto, o presente Recurso Extraordinário merece ser conhecido.
6) DO PREQUESTIONAMENTO
	Em observância às Súmulas 282 e 283 deste E. Supremo Tribunal, toda a matéria discutida no presente recurso foi ventilada no v. acórdão atacado.
7) DOS REQUERIMENTOS E PEDIDOS
	Isto posto, requer-se a Vossas Excelências se dignem a conhecer o presente recurso, eis que preenchidos todos os requisitos para tanto, e, ao final, pede-se que seja dado provimento, para reformar o v. acórdão, a fim de que fique reconhecida a legitimidade passiva da Prefeitura Municipal de Caicó e GUARARAPES ADM LTDA, determinando-se que outra decisão seja proferida, com a apreciação do mérito da causa.
Nesses termos,
Pede e espera deferimento.
Caicó, 14 de março de 2018.
Advogado
OAB XXXXX

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