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Exames contratados em pequenos animais Introdução Para auxiliar o médico veterinário, assim como na medicina humana, o exame radiográfico é de extrema importância, pois elucida a maioria das patologias que acometem, principalmente os pequenos animais de estimação. Os equipamentos radiográficos permitem a avaliação do sistema ósseo, musco esquelético e também de patologias que acometem a cavidade abdominal e torácicas, que além de radiografias simples, as vezes faz-se necessário usar técnicas complementares contrastadas, tais como: Esofacograma; Trânsito gastrintestinal e enema opaco; Urografia excretora, cistografia, e uretrocistografia; Fistulografia; Mielografia A clínica veterinária evoluiu muito nos últimos anos, que oferecem serviços de diagnostico com o mais auto gral de sofisticação, porem o radiodiagnostico é indispensável na rotina clinica pela sua simplicidade e rapidez. A responsabilidade do técnico ou tecnólogo em radiologia não se ater apenas ao procedimento isolado, e sim como cuidado geral com o paciente, obedecendo aso boas praticas de proteção radiológica ocupacional, e do ambiente. Meios de contraste 2.1. Tipos de meio de contrate: a. Positivo b. Negativo c. Duplo contraste 2.2. Classificação dos meios de contrate: a. Agentes empregados no trato digestivo; b. agentes hidrossolúveis; c. Agestes excretados pelas vias biliares; d. Agentes gasosos; 3 . Estudos contrastados: 3.1. Esôfagograma: A radiografia simples deve preceder sempre a contrastada. a. Meio de contrate: Administração de substância com densidade diferente do órgão. São elas: sulfato de bário (rotina) e soluções iodadas (casos de suspeita de ruptura) na dose de 2 a 6 ml / Kg de peso . b. Posicionamento : região cervical o esôfago é dorsal à traquéia, na entrada do tórax encontra-se lateralmente à traquéia e na altura da base do coração encontra-se dorsal à traquéia c. Trajeto : diâmetro do lúmen, preenchimento do lúmen pelo contraste, superfície mucosa e progressão da coluna de bário d. Tempo : 5 a 15 minutos (início do trato digestório); Posicionamento do paciente para radiografia de região cervical em projeção lateral Radiografia de região cervical de cão em projeção ventro-dorsal ESOFAGOGRAMA NORMAL EM CÃO Rotineiramente o diâmetro esofágico é uniforme em toda sua extensão, podendo ocorrer ondulações (peristaltismo). Estrias longitudinais - normalmente aparecem na espécie canina no esôfago até a base do coração. Em felinos estas estrias são transversais na porção caudal e. Considerações gerais: Densidades anormais em radiografia simples superpondo-se ao trajeto esofágico : radiopacos - corpo estranho, partículas alimentares, neoplasias radiotransparentes - coleções gasosas (aerofagia) em animais anestesiados Alteração de topografia ou densidade de estruturas adjacentes como a traquéia são indícios de alteração esofágica Trajeto em radiografia contrastada: diâmetro diminuição (estenose), aumento ou dilatação pode ser segmentar, circunscrita (divertículo) ou total (megaesôfago) Preenchimento do lúmen Superfície mucosa Progressão da coluna de contraste Ruptura - extravasamento de contraste para a cavidade f. Processos obstrutivos: Neste caso radiopaco, a radiografia contrastada é utilizada somente para diagnosticar ruptura; o c.e. radiotransparente (ex.: cartilagem) necessita de contraste Locais de eleição para parada de corpo estranho : entrada do tórax, base do coração e cárdia Posicionamento : lateral e ventro dorsal Corpo estranho radiopaco corpo estranho radiolucente g. Estenose cicatriciais: Decorrem de traumas causados pela ingestão de corpos estranhos cortantes ou irritantes; o ponto de estenose geralmente está associado a dilatação esofágica h. Megaesofago idiopático: A dilatação congênita aparece na mesma idade de animais com persistência de arco aórtico, a diferença é a dilatação total. É obrigatório o esofagograma. Sinais radiográficos : hipertransparência em região esofágica e dilatação em toda a sua extensão na radiografia simples A dilatação total pode ocorrer também em animais anestesiados e em determinadas viroses (como a cinomose) além de outras afecções como a miastenia gravis e o hipotireoidismo. Intussuscepção gastro-esofágica : invaginamento do estômago em esôfago; ocorre principalmente em casos de megaesôfago, devido ao esforço contínuo do vômito. Pode ocorrer em fase terminal de quadros mórbidos. Sinais radiográficos : a imagem do estômago inexiste na posição normal 3.2. RADIOGRAFIA DO ESTOMAGO: Técnica contrastada: solução de sulfato de bário na dose de 12 a 16 ml/Kg p.v. sequência de radiografia em tempos de 5, 30 e 60 minutos após a administração Aspectos normais : observar a posição do estômago (bolha gasosa), e o preenchimento pelo contraste deve ser homogêneo. A superfície mucosa apresenta ondulações devido às pregas exuberantes nos carnívoros. Esvaziamento gástrico : o contraste vai do fundo ao antro, do antro ao piloro em 5 min atinge o início do intestino delgado. A forma e posicionamento do estômago variam com a espécie. Em cães : o fundo encontra-se em região cranial esquerda, o corpo na região média e antro na região cranial direita. As ondas peristálticas promovem estreitamento e alargamento das faixas de contraste Considerações gerais das patologias : R-X simples - densidades anormais e aumento de volume da cavidade R-X contrastado - alteração de posição, alteração de volume da cavidade gástrica (diminuição ou aumento), alteração no preenchimento pelo contraste, alteração na superfície mucosa, alteração no trânsito gastro-duodenal. Corpo Estranho : radiopacos ou radiolucentes apresentam sintomatologia igual. O diagnóstico radiográfico é importante para o cirurgião. Em exames contrastados são vistos como falhas de preenchimento do contraste. Utiliza-se posições lateral e ventro-dorsal. Alterações do trânsito gastro-duodenal - clinicamente caracterizado por vômitos pós prandiais em jatos, causado por : corpo estranho no antro pilórico, espasmos de piloro ou hipertrofia de piloro. O diagnóstico R-X contrastado aos 5 min já é suficiente, mas não deve ser muito confiável devido ao stress do animal que pode comprometer o trânsito. Necessário repetir o exame após maior tempo. O espasmo de piloro ocorre em cães de pequeno porte e extremamente agitados e em gastos siameses. É uma condição neurogênica e o tratamento pode ser medicamentoso ou cirúrgico. A hipertrofia de piloro é uma afecção mais crônica, onde observam-se alterações relativas ao trânsito e volume da cavidade) estômago mais distendido quanto maior a cronicidade. 3.3. RADIOLOGIA DO INTESTINO DELGADO a. Técnica : mesma do estômago. Aos 5 min -início do estômago, aos 30 min - início do intestino delgado, aos 60 min já percorreu todo intestino delgado. A posição que fornece mais informações é a latero lateral. Aspectos Normais: Conteúdo gasoso, líquido ou sólido (nas porções finais), alças intestinais na porção média da cavidade abdominal, diâmetro é uniforme em toda extensão contraste permite estudo da topografia do lúmen (preenchimento), superfície mucosa (lisa) e progressão da coluna de bário Em felinos há septações intensas da coluna de bário devido ao peristaltismo b. Considerações Gerais R-X simples densidades anormais alterações no diâmetro da alça intestinal (diminuído ou aumentado) alteração de distribuição topográfica. c. Considerações Gerais R-X contrastado (trânsito intestinal e enema de bário) Alteração na posição (hérnias) alteração no diâmetro:diminuição (estenose) ou aumento (dilatação pode ser segmentar, circunscrita ou generalizada) alteração no preenchimento do lúmen alteração na superfície mucosa alteração na progressão da coluna de bário d. Processos Obstrutivos Intestinais Corpos estranhos radiopacos e radiolucentesintussuscepção estenoses cicatriciais ou aderências (após cirurgias ou devido a presença de neoplasia) disfunção ou espasticidade da junção íleo cólica Sinais radiográficos : dilatação do segmento anterior por gases e líquidos, pode haver espessamento da mucosa. c.e. linear provoca franjeamento da alça intestinal 3.4. RADIOGRAFIA DO SISTEMA URINARIO: Aspectos Radiográficos Normais de Rins e Ureteres. Consiste na administração intravenosa de composto iodado orgânico hidrossolúvel que será rapidamente excretado pelos rins. Avalia qualitativamente a função renal. Permite a avaliação do tamanho, forma e localização dos rins, ureteres e bexiga. Contra indicações: animais severamente debilitados. presença de desidratação (contraste é hipertônico) Meio de contraste: diatrizoato de meglumina (Hypaque 300 mg/ml) Preparo do animal: jejum sólido de 24hs e hídrico de 12hs laxante e antifisético 24hs antes esvaziar a bexiga antes da administração do contraste. Técnica: realizar radiografia simples (LL e VD). Administrar o contraste intravenoso na dose de 750 mg/Kg. Realizar radiografias seqüenciais. Rx da cavidade abdominal de gato em LL Urografia excretora Técnica Contrastada : Urografia Excretora Preparo prévio : jejum sólido e limpeza de TGI Contraste : composto hidrossolúvel triiodado dose de 2 ml/Kg pv (cães e gatos) A injeção do contraste aumenta a densidade de outros órgãos também (fígado e baço) Seqüência de radiografias : 5, 15 e 30 min. 5 min. -analisa aporte da substância, após filtração glomerular observa-se as vias excretoras intra-renais, o parênquima apresenta aumento da opacidade (divertículos, recesso da pelve e pelve renal); 15 min. - observa-se a condensação do iodo na bexiga; permite maior número de informações; 30 min.- diminui a opacidade renal e aumenta a vesical. Em função da diferença de opacidade podemos avaliar a função renal. A melhor posição radiográfica é a latero-lateral. Obtém-se informações quanto a forma, contornos, tamanho, posição, região cortical e medular, eliminação do contraste, função renal e geometria das vias excretoras intra-renais; Patologias Radiográficas dos Rins Agenesia, hipoplasia ou atrofia : retardo na eliminação do contraste (rim direito = 2,5 x L2) hidronefrose : retenção da urina nas vias excretoras intra-renais, em fase aguda há distenção total do parênquima e em fase terminal somente a cápsula resiste Cálculos renais : superposição de radiopacidade ao rim Ruptura renal : progressão do contraste para o espaço retroperitoneal Parasitose renal : Dioctophyme renale em rim direito Pielonefrite ureter ectópico Cisto renal Uretrocistografia Preparo prévio : jejum, fleetenema Contraste : composto hidrossolúvel triiodado em dose variável (média 20ml) Sequência de radiografias : durante e após a administração Indicações : alterações uretrais e vesicais Aspectos Radiográficos Normais da Bexiga e Uretra Contrastadas Bexiga : forma (piriforme), tamanho, posição, preenchimento do lúmen pelo contraste, superfície mucosa lisa, aspectos da parede vesical (espessura), capacidade de eliminação do contraste (pós-miccional) uretra : machos (prostática e peniana) Considerações Gerais sobre Alterações Radiográficas Vesicais em Radiografia Simples Ausência da imagem (ruptura ou vazia) alteração da forma, tamanho e posição (hérnias) opacidades anormais : radiopacos (cálculos) ou radiotransparentes (cistiteenfizematosa Radiografias Contrastadas Alteração de forma (causas extra vesicais) posição : estruturas vizinhas preenchimento do lúmen pelo contraste : falhas determinadas por tumores, coágulos superfície mucosa : cistite (pólo cranial) parede vesical (espessamento) capacidade de eliminação do contraste (divertículos) Afecções Vesicais Cálculos : tipos de cistina, oxalato, fosfato, urato e sílica cistites : irregularidade da superfície divertículos : irregularidade da superfície, saculação da bexiga, retenção do contraste rupturas : associado a traumas neoplasias : falha de preenchimento BIBLIOGRAFIA MASAO IWASAKI: Departamento de Cirurgia Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP - Estudo comparativo entre as técnicas de ultrassonografia e cistografia positiva para detecção de alterações vesicais em cães; Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária é uma publicação semestral da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Garça – FAMED/FAEF e Editora FAEF, mantidas pela Associação Cultural e Educacional de Garça ACEG.; S.F. Rausch1, C.L.B. Godoy1, C. Schmidt1, L.C. Pellegrini1 D.C. Veiga2, G. Krolikowski3, L.B. Wolle3, A.N.C. Oliveira3 - Radiologia do intestino delgado de cães por meio da técnica de duplo-contraste - Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.61, n.2, p.515-519, 2009.
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