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Sistema Linfático: Trocas capilares, Líquido Intersticial e Fluxo de Linfa Pollyanna Ribas – Monitora de RTM 3º período de Fisioterapia O que é o Sistema linfático? O Sistema linfático é uma via acessória, ou seja, auxilia a circulação venosa, por meio de drenagem, na absorção de nutrientes e proteínas, essencial para a defesa do organismo, através dos capilares, vasos e órgãos linfoides que por eles circulam a linfa. Componentes do sistema linfático Órgãos linfáticos: Tonsilas Timo Baço Linfa Capilares linfáticos Vasos linfáticos Linfonodos Componente do sistema linfático Tonsilas: Faríngea Palatina Lingual Participam nas respostas imunes contra as substâncias estranhas que são ingeridas ou inaladas. Órgãos linfáticos Timo Auxilia (produz hormônios, com timosina e a timopoietina) e distribui os linfócitos T nos demais órgãos linfáticos. Timo Componente do sistema linfático Órgãos linfáticos Baço Local de transformação dos linfócito B em plasmócitos. Por não conter vasos linfáticos, o baço não filtra a linfa. *É a maior massa individual do sistema linfático. Baço Componente do sistema linfático Órgãos linfáticos Componente do sistema linfático Linfa Líquido pálido e espesso carregado de gordura e de leucócitos. Resulta de uma combinação de macromoléculas, lipídeos, proteínas, enzimas, hormônios, produtos do metabolismo, células vivas, mortas, resíduos celulares e 90% do líquido é água. Lympha = água clara Componente do sistema linfático Linfa A linfa origina-se do fluído ou líquido intersticial. Uma parte desse líquido intercelular retorna aos capilares sanguíneos, a outra – a linfa – é recolhida pelos capilares linfáticos. Componente do sistema linfático Capilares linfáticos Capilares – estruturas de calibre microscópico que absorvem o líquido intersticial e transportam linfa. Fundo de saco Camada única de células endoteliais Filamento de ancoragem (Casley-Smith) Importante: os capilares não possuem válvulas, logo podemos controlar o sentido do fluxo da linfa. Fisiologicamente quem proporciona o movimento é a contração muscular. Os vasos linfáticos recebem a linfa que vem dos capilares; Apresentam maior calibre que os capilares; Possuem válvulas; Dividem-se em dois: Pré-coletores e Coletores. Componente do sistema linfático Vasos linfáticos Pré-coletores Estruturas que precedem os coletores linfáticos, possuem válvulas e têm alongamento e contratilidade. Coletores – acompanham os vasos sanguíneos Estruturas de maior calibre da circulação linfática, suas válvulas são chamadas de Linfangion e nos seus intervalos surgem os Linfonodos. Componente do sistema linfático Vasos linfáticos Linfangions – são as unidades funcionais do sistema linfático, considerados o “coração” linfático, devido ao automatismo próprio. Componente do sistema linfático Vasos linfáticos Linfangion Linfangion Os linfonodos são estruturas encontradas, de maneira intercalada, na estrutura da circulação linfática. Eles contêm grande quantidade de linfócitos, por produzirem esses, e atuam como filtros, confinando organismos infecciosos como bactérias e vírus. Componente do sistema linfático Linfonodos ou Gânglios linfáticos Troncos linfáticos principais Há dois ductos principais: - Ducto ou Canal linfático direito - Ducto ou Canal Torácico A união dos troncos intestinais, lombares e intercostais forma o ducto torácico. Os troncos jugulares, subclávios e broncos mediastinal direito formam o ducto linfático direito (Garrido, 2000). Mede 1,25cm; Termina na junção das veias jugular e subclávia D; Drena a linfa do MSD, metade direita da cabeça, pescoço e hemitronco direito; Desemboca na veia jugular interna direita. Troncos linfáticos principais - Ducto ou Canal linfático direito Se estende da 2ª vértebra lombar até a base do pescoço, acompanhando o trajeto da aorta, medindo de 38 a 45 cm; Drena a linfa dos MMII, MSE, hemitronc esquerdo e lado esquerdo da cabeça e pescoço; Desemboca no ângulo de junção das veias jugular e subclávia esquerdas; Troncos linfáticos principais - Ducto ou Canal Torácico Troncos linfáticos principais Importante: Os troncos coletores dos membros inferiores e pelve unem-se até formar os troncos lombares direito e esquerdo, estes troncos, juntamente com o tronco intestinal que traz a maior parte da linfa do sistema digestório terminam na cisterna do quilo, que é uma estrutura de forma variável, presente em cerca de 54% dos indivíduos. (Anatomia Aplicada do Sistema Linfático Célio Rodrigues) Fisiologia do Sistema Linfático Na fisiologia estuda-se o fluxo linfático, ou seja, da formação da linfa até o desbocamento da mesmo na circulação venosa. A formação e o transporte da linfa podem ser explicados através da hipótese de Starling sobre o equilíbrio existente entre os fenômenos de filtração e de reabsorção que ocorrem nas terminações capilares. A água, rica em elementos nutritivos, sais minerais e vitaminas, ao deixar a luz do capilar arterial, desembocam no interstício, onde as células retiram os elementos necessários ao seu metabolismo e eliminam os produtos de degradação celular. Em seguida, o liquido intersticial, através das pressões exercidas, retoma a rede de capilares venosos (Leduc, 2000). Fisiologia do Sistema Linfático Várias pressões são responsáveis pelas trocas através do capilar sanguíneo (Vogelfand, 1996). Fisiologia do Sistema Linfático A formação da linfa e liberação dela na circulação venosa ocorre em três processos dinâmicos e simultâneos: • Ultra filtração • Absorção linfática • Absorção venosa Fisiologia do Sistema Linfático Ultra filtração A circulação arterial perde H2O, O2 e nutrientes, que são liberados no espaço intersticial, devido a pressão hidrostática positiva do capilar arterial. Fisiologia do Sistema Linfático Absorção venosa Absorção de H2O, CO2 , pequenas moléculas e catabólitos que entram-se no espaço intersticial, devido a pressão ser positiva (maior que á do líquido dos vasos sanguíneos). A circulação venosa absorve 90% do resultado da ultra filtragem. As proteínas de alto peço continuam do interstício. Fisiologia do Sistema Linfático Absorção linfática Quando os filamentos de ancoragem se abrem e entra o líquido intersticial, tornando-se linfa, e inicia a circulação linfática, absorvendo os 10% líquido e proteínas que restaram da absorção venosa. Logo após, os filamentos fecham-se, quando o volume do capilar é preenchido, e então inicia-se a propulsão da linfa. Compreendendo a movimentação da linfa Os processos de filtração e absorção ocorrem de maneira simultânea, logo assim que linfa chega na circulação venosa, no mesmo instante está entrando nova quantidade líquido intersticial, então há emperramento da linfa antiga pela linfa nova, além das contrações e estiramento dos vasos linfáticos, junto com o pulsar das veias e artérias, peristaltismo intestinal, inspiração e força da gravidade, na linfa que encontra-se acima do coração. Trajeto da linfa e resumo da circulação linfática Absorção: Capilar linfático Transporte: Vasos linfáticos (Pré- coletores e coletores) Filtradas: Linfonodos Linfa desemboca na Circulação sanguínea: Ductos Torácico e Direito Patologias Assim como outros sistemas do corpo, o sistema linfático está suscetível a uma variedade de doenças e distúrbios. • Linfedema - acúmulo de fluido linfáticono tecido intersticial. Patologias • Filariose - ocorre a partir de uma infecção parasitária causando insuficiência linfática e, em alguns casos predispõe elefantíase. Patologias • Linfoma - termo médico utilizado para um grupo de cânceres que se originam no sistema linfático. • Amigdalite - causada por uma infecção das amígdalas (Tonsila palatina) Tratamentos São vários os tipos de tratamento para a doença linfática, porém a escolha é feita de acordo com cada caso. No geral, o tratamento baseia-se no uso de medicamentos, fisioterapia ou cirurgia, podendo ser utilizados isoladamente ou em associação. Doenças como Linfedema e Filariose podem ser tratadas com Drenagem Linfática, e esta técnica também pode ser usada para prevenção de doenças linfáticas e tratamentos estéticos. Drenagem Linfática Manual - DLM Técnica de massagem que auxilia o sistema linfático a realizar suas tarefas de forma eficaz. Objetivo: Drenar o excesso de fluído do espaço intersticial, com o intuído de manter/estabelecer a homeostase da circulação linfática. Drenagem Linfática Manual - DLM Efeitos: - Estimula a contração dos vasos linfáticos; - Aumenta a velocidade de locomoção da linfa; - Ajuda na evacuação de macromoléculas; - Previne fibrosas; - Reduz edema; - Ajuda na cicatrização, devido o aumento da vascularização sanguínea; - Aumenta a captação de oxigênio; - Entre outros. Drenagem Linfática Manual - DLM Indicações: Insuficiência venosa; Linfedemas ; Contratura e tensão muscular; Estados pré e pós operatórios e pós trauma; Edema gestacional; Síndrome pré-menstrual; Tratamento do fibroedema; Tratamento pré e pós cirurgia plástica; Tratamento coadjuvante de cicatriz hipertrófica; Edemas faciais. Drenagem Linfática Manual - DLM Contra indicações: Processos infecciosos agudos; Flebite, trombose, tromboflebites e processos vasculares agudos; Edemas oriundos de insuficiências renais ou hepáticas; Diabete insulino dependente; Insuficiência cardíaca descompensada; Hipotensão e hipertensão arterial descompensada Arteriosclerose Hipertiroidismo Tumores malignos – somente com prescrição médica Afecções da pele (dermatites, dermatoses) Em qualquer contra – indicação que o médico especifique. Drenagem Linfática Manual - DLM Ritmo Uniforme Regular Ininterrupto Sempre adaptado ao tecido tratado. Velocidade Movimento é lento, respeitando a velocidade de contração dos linfagion - GUYTON [1988], ocorre uma contração periódica a cada 6 a 10 segundos. Drenagem Linfática Manual - DLM Caminho O trajeto das manobras segue a anatomia do local, orientado pelas vias linfáticas que estabelecem continuidade entre si . Há a necessidade de se drenar um local mais proximal para se avançar a um local mais distal. Repetição 3 a 9 vezes em cada local. Drenagem Linfática Manual – DLM Sentido da Linfa Referências Livro: Tratado da fisiologia – Guyton 12º edição Sistema linfático – Porta da anatomia – Prof. Gustavo Martins; Sistema Linfático – Material da Prof. Vaneide Caldas; O sistema linfático – Material das Professoras Antonietta Claúdia e Karen M.S. Soares Obrigada!
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