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CONTABILIDADE E GESTÃO TRIBUTÁRIA II Aula 01 AO 10 2019


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CONTABILIDADE E GESTÃO TRIBUTÁRIA II
AULA 01 – TRIBUTAÇÃO SOBRE O LUCRO NO BRASIL – IRPJ E CSSJ: LUCRO REAL, PRESUMIDO E ARBITRADO
Introdução - A Contabilidade brasileira que, durante muito tempo, foi influenciada pelos aspectos fiscais, vive um momento de plena harmonia com as normas e os padrões internacionais de Contabilidade. Nesse novo cenário, a Contabilidade Tributária, funcionando como uma ferramenta imprescindível no processo de identificação e mensuração do impacto causado pelos tributos, no patrimônio de uma empresa, não tem sido elaborada apenas para cumprir exigências do fisco, pois, mediante o planejamento, o gerenciamento e a contabilização dos tributos, atende não apenas as exigências tributárias, mas, principalmente, as necessidades dos seus diversos usuários.
Tributos no Brasil
Antes de iniciarmos esse estudo vamos relembrar o conceito de tributo, bem como os principais tributos cobrados no Brasil.
Tributo, conforme estabelece o artigo 3º do CTN, “é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.
De acordo com a legislação tributária vigente no Brasil, em especial a Constituição Federal de 1988, em seus artigos 145, 148 e 149, e o CTN, no seu artigo 5º, temos cinco espécies de tributos:
Impostos
Taxas
Contribuição de melhoria
Empréstimos compulsórios
Contribuições parafiscais ou especiais
No quadro apresentado neste documento, constam as principais contribuições e impostos regulamentados na legislação brasileira.
No Brasil, os tributos são cobrados com base na renda, no patrimônio e no consumo.
A seguir trataremos, exclusivamente, do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas - IRPJ e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL, tributos cobrados com base na renda, isto é, os incidentes sobre o lucro das empresas.
Tributos sobre o lucro
A cobrança de tributos sobre o lucro, no Brasil, remete ao período colonial quando Portugal instituiu o Quinto, estabelecendo que um percentual do valor adicionado pelo comerciante deveria ser recolhido em prol da Fazenda Real Portuguesa.
Entretanto, apesar da cobrança de vários tributos ao longo dos períodos colonial e imperial, somente no período republicano, mais precisamente no ano de 1922 é que foi criado o Imposto de Renda, cuja cobrança começou a ser realizada em 1924.
No que diz respeito à cobrança de tributos sobre o lucro, o Brasil, igualmente como ocorre na maioria dos países do mundo, até o ano de 1988, adotava a cobrança apenas do Imposto de Renda sobre o lucro. Todavia, com amparo na Constituição Federal de 1988, em 15 de dezembro de 1988, mediante a Lei 7.689, foi instituída a cobrança da Contribuição Social sobre o Lucro das pessoas jurídicas, destinada ao financiamento da seguridade social. Na atualidade, portanto, a luz dos artigos 145 e 149 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, o Brasil conta com dois tributos sobre o lucro: o Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas - IRPJ e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL, fato que o diferencia dos demais países do mundo, a exemplo dos Estados Unidos e do Reino Unido, que adotam a cobrança apenas do Imposto de Renda.
Qual a justificativa para a cobrança de dois tributos sobre o lucro no Brasil?
Na visão dos especialistas em matéria tributária, a União não tem interesse em unificar os dois tributos em virtude da destinação dada aos valores arrecadados, pois de acordo com a legislação vigente, apenas sobre o valor arrecadado pela União referente à cobrança do IRPJ (Imposto de Renda Sobre Pessoa Jurídica) é efetuado repasse aos estados e municípios.
Os recursos arrecadados com a cobrança da CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido) integram as receitas da União e são utilizados, exclusivamente, para custear as despesas da seguridade social. Dessa forma, a União não repassa um percentual do valor arrecadado aos estados e municípios.
Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas - IRPJ
O IRPJ é um tributo federal, portanto, de competência da União. Estão obrigadas ao pagamento desse imposto todas as pessoas jurídicas que não possuem imunidade nem isenção tributária. 
O valor do imposto é apurado sobre o Lucro Real ou por Lucro Presumido, conforme opção feita pela empresa.
Contribuição Social Sobre o Lucro - CSSL
A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL, assim como o IRPJ, é um tributo federal, de competência da União. Estão obrigadas ao pagamento dessa Contribuição todas as Pessoas Jurídicas (PJ) e as equiparadas pela legislação do Imposto de Renda (IR). O valor da contribuição é apurado sobre o lucro líquido do período de apuração antes da Provisão do Imposto de Renda.
Tipos de Lucro
Lucro Real - Conforme estabelece o art. 6º, do Decreto-Lei Nº 1.598/77, é o lucro líquido do exercício ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação tributária.
Lucro Presumido - Lucro presumido pode ser conceituado como a forma de tributação simplificada que utiliza somente as receitas da empresa para determinar a base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido das pessoas jurídicas que não estão obrigadas à apuração do Lucro Real.
Lucro Arbitrado - Lucro arbitrado pode ser definido como a forma de apuração da base de cálculo do Imposto de Renda que, em conformidade com o art. 530, do Regulamento do Imposto de Renda (RIR), pode ser utilizado quando, por exemplo, o contribuinte obrigado à tributação com base no lucro real, mantiver escrituração imprestável,  isto é, fora dos padrões legais e normativos ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal.
CONTABILIDADE E GESTÃO TRIBUTÁRIA II - AULA 02 – IRPJ: NORMAS GERAIS
Introdução
Nesta aula trataremos, exclusivamente, do imposto que incide sobre a renda das pessoas jurídicas, apresentando a legislação que o normatiza, em especial a Constituição Federal, o Código Tributário Nacional (CTN) e a legislação ordinária do IR.
Premissa
Analisando a história do Imposto sobre a Renda no Brasil, podemos destacar alguns estágios, organizados cronologicamente no esquema abaixo:
Primeiro era o imposto de dividendos.
Em seguida passou a ser o imposto de vencimentos.
Depois virou o imposto sobre os lucros das profissões liberais.
E, por fim, com o formato mais próximo do atual, passou a ser considerado o imposto sobre a renda.
Nesta aula trataremos, exclusivamente, do imposto que incide sobre a renda das pessoas jurídicas, apresentando a legislação que o normatiza, em especial a Constituição Federal, o Código Tributário Nacional (CTN) e a legislação ordinária do IR. 
Breve Histórico do Imposto sobre a Renda 
O Imposto sobre a Renda no Brasil foi instituído pela primeira vez no ano de 1843, mediante a Lei nº 317, de 21 de outubro de 1843. Ele nasceu como um imposto progressivo sobre os vencimentos de todas as pessoas que recebiam dos cofres públicos e era retido pelas repartições provinciais e municipais no ato do pagamento dos vencimentos. 
Em virtude das inúmeras reclamações, esse imposto foi, durante o período de 1843 a 1910, extinto e retomando por diversas vezes, tendo sido definitivamente suprimido no final da década de 1910. 
Apesar da reclamação dos cidadãos, os defensores do imposto sobre a renda não se davam por vencidos e mesmo sem conseguir aprovar uma nova lei específica que regulamentasse a matéria, o Imposto sobre a Renda continuou a ser cobrado, conforme disposições contidas em Lei Orçamentária. 
Desta forma, desde a extinção da lei que instituiu o Imposto sobre a Renda até a sua retomada oficial, a lei orçamentária passou a ser a base legal para a cobrança do imposto, disciplinando alíquotas variadas até o ano de 1918. 
O Imposto sobre a Renda, no formato mais próximo dos dias atuais, foi legalmente “reinstituído” no Brasil no ano de 1922, conforme determinava o art. 31, da Lei nº 4.625/1922,que ao realizar o orçamento da Receita Geral da República dos Estados Unidos do Brasil para o exercício de 1923 estabeleceu as suas bases. 
Após a aprovação desta lei ficou definitivamente instituído o imposto geral sobre a renda, que passou a ser devido, anualmente, por toda a pessoa física ou jurídica, residente no território do país, e devendo incidir sobre o conjunto líquido dos rendimentos de qualquer origem.
Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ
O imposto que incide sobre a renda das pessoas jurídicas é um imposto direto, costumeiramente, abreviado pela sigla IRPJ. O objetivo principal do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza – IR - é fiscal, tendo em vista que sua função precípua consiste na obtenção de recursos financeiros para a União.
Para uma melhor compreensão do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas faz-se necessário relembrar dois conceitos importantes: imposto e renda.
Apesar da legislação que regula o Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas não definir claramente imposto e renda, é possível chegarmos a uma compreensão mediante a análise de alguns dispositivos legais.
Desta forma, fazendo a junção dos dois conceitos, pode-se dizer que o Imposto que incide sobre a Renda das Pessoas Jurídicas consiste no valor descontado do lucro das empresas, ou seja, no percentual de renda que as empresas são obrigadas a destinar para a União.
Para uma melhor compreensão do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas faz-se necessário relembrar dois conceitos importantes: imposto e renda.
Imposto, conforme define o art. 16 do CTN, é o “tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independentemente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.”
Renda, a luz do inciso I, do art. 43, do CTN, é conceituada como sendo o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos. Assim, em sentido amplo, pode ser interpretada não apenas como renda, mas, também, como seus proventos.
No que diz respeito à cobrança dos impostos, conforme estabelece o § 1º, do art. 145, da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988:
Art. 145 - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
Estão obrigadas ao pagamento do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas, que será apurado sobre o Lucro Real ou por Lucro Presumido, conforme opção feita pela empresa, todas as pessoas jurídicas que não possuem imunidade nem isenção tributária.
O Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas é normatizado, em especial, pela Constituição Federal, pelo Código Tributário Nacional (CTN) e a pela Lei ordinária do IR.
A seguir analisaremos a legislação que normatiza o Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ.
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
Conforme determina o art. 153 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, o Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza – IR - é um tributo federal, de competência da União, que incide sobre a renda das pessoas físicas e jurídicas.
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III - renda e proventos de qualquer natureza; (grifo nosso)
IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
VI - propriedade territorial rural;
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar
Vale destacar que, segundo estabelece o § 2º do referido artigo, o imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, além de obedecer aos princípios constitucionais tributários, deve atender aos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei, incidindo, assim, sobre todas as espécies de rendas e proventos de qualquer natureza, auferidos por todas as pessoas jurídicas.
Os princípios:
PRINCIPIO DA GENERALIDADE – De acordo com o princípio da generalidade toda e qualquer renda ou provento deve ser tributado nos termos fixados na lei, ou seja, todas as pessoas que auferiram renda irão se submeter à imposição tributária.
PRINCIPIO DA UNIVERSIDADE – O princípio da universalidade determina que o Imposto de Renda deva ser cobrado de todos os que auferirem renda, nos limites e condições estabelecidos na lei, independentemente de onde os rendimentos foram auferidos, sem fazer distinção de nacionalidade, sexo, cor, profissão, religião etc.
PRINCIPIO DA PROGRESSIVIDADE – E, por fim, pelo princípio da progressividade o Imposto de Renda deve ser graduado por faixas de renda, recaindo as alíquotas mais elevadas sobre as maiores faixas de renda, isto é, a alíquota do tributo aumenta, na medida em que aumenta a base de cálculo.
Código Tributário Nacional – CTN
A Lei No 5.172, de 25 de outubro de 1966, denominada Código Tributário Nacional, instituiu as normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios.
No referido dispositivo legal, o Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza – IR é tratado, especificamente, na Seção IV, nos Art. 43, 44 e 45.
No art. 43, além da competência para instituir o Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza, o CTN determinou o fato gerador. 
 Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica:
I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos;
II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior.
§ 1  A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. 
§ 2  Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste artigo.
Em seu art. 44, o CTN estabelece a base de cálculo para o Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza – IR.
Art. 44 - A base de cálculo do imposto é o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis.
No art. 45, o CTN apresentou o contribuinte do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza.
Art. 45 - Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que se refere o artigo 43, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis.
 Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveis a condição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam.
Legislação ordinária do IR
Decreto No 9.580, de 22.11.2018, conhecido como Regulamento do Imposto de Renda, mais precisamente como RIR/99, regulamenta a tributação, fiscalização, arrecadação e administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza.
No Regulamento do Imposto de Renda - o Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas, em especial temas como contribuintes e responsáveis, domicílio fiscal, determinação da base de cálculo, período de apuração e pagamento, é tratado no Livro II, parte I, nos artigos 158 a 675.
Procedimentos necessários para a apuração e cálculo do IRPJ
Fato gerador - Conforme preceitua o art. 114 (Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.), do CTN, fato gerador pode ser definido como a situação prevista em lei, necessária e suficiente à sua ocorrência, ou seja, é aquela situação definida em lei que determina onascimento da obrigação tributária.
Especificamente, quanto ao IRPJ, conforme estabelecido no art. 43, do CTN, o fato gerador é a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos, e de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no conceito de renda.
Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica:
I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos;
II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior.
§ 1  A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. 
§ 2  Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste artigo.
Enquanto a aquisição da disponibilidade econômica ocorre pelo efetivo recebimento da renda, isto é, pelo regime de caixa, a aquisição da disponibilidade jurídica se constitui com o direito de receber a renda, portanto, pelo regime de competência.
Base de cálculo do IRPJ
Base de cálculo é o valor do fato gerador do tributo, isto é, o valor da renda ou dos proventos, contido na norma que descreve a hipótese de incidência tributária, haja vista que, quando a lei institui o tributo, sempre se refere a uma realidade economicamente quantificável.
Corroborando com o art. 44 do CTN, o art. 219 do RIR/99 (A base de cálculo do imposto, determinada segundo a lei vigente na data de ocorrência do fato gerador, é o lucro real, presumido ou arbitrado, correspondente ao período de apuração. Parágrafo único. Integram a base de cálculo todos os ganhos e rendimentos de capital, qualquer que seja a denominação que lhes seja dada, independentemente da natureza, da espécie ou da existência de título ou contrato escrito, bastando que decorram de ato ou negócio que, pela sua finalidade, tenha os mesmos efeitos do previsto na norma específica de incidência do imposto), estabelece que a base de cálculo do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ - é o montante real (Como o próprio nome enseja, é o total da renda ou dos proventos adquirido pela empresa no período de apuração), arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis.
Art. 219.  A base de cálculo do imposto, determinada segundo a lei vigente na data de ocorrência do fato gerador, é o lucro real, presumido ou arbitrado, correspondente ao período de apuração.
 Parágrafo único.  Integram a base de cálculo todos os ganhos e rendimentos de capital, qualquer que seja a denominação que lhes seja dada, independentemente da natureza, da espécie ou da existência de título ou contrato escrito, bastando que decorram de ato ou negócio que, pela sua finalidade, tenha os mesmos efeitos do previsto na norma específica de incidência do imposto.
Pagamento trimestral do IRPJ
O pagamento do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ -, em regra, deve ser efetuado trimestralmente. 
Todavia, conforme determinado no art. 222 do RIR/99, as pessoas jurídicas, sujeitas à tributação com base no Lucro Real, podem escolher entre efetuar o pagamento do Imposto trimestral ou mensal.
Art. 222 “A pessoa jurídica sujeita à tributação com base no lucro real poderá optar pelo pagamento do imposto e adicional, em cada mês, determinados sobre base de cálculo estimada.
Parágrafo único. A opção será manifestada com o pagamento do imposto correspondente ao mês de janeiro ou de início de atividade.”
Atenção - Quando a empresa opta pelo pagamento mensal, o valor do imposto deve ser determinado sobre a base de cálculo estimada, ou seja, com base no faturamento bruto de cada mês. E, assim, no final de cada ano será apurado o resultado para calcular o valor efetivo do Imposto devido, para que as compensações necessárias sejam efetuadas.
Aliquotas
Alíquota do IRPJ significa o percentual que será aplicado sobre a base de cálculo para apurar o valor do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas. 
Conforme determina o art. 225 do RIR/18, desde o ano-calendário de 1996, a alíquota para pagamento do IRPJ com base no lucro real, presumido ou arbitrado, é de 15% sobre o lucro apurado, com adicional de 10% sobre a parcela do lucro que exceder a R$20.000,00, apurada mensalmente.
Desta forma, a alíquota do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ -, obedecendo ao critério da progressividade, varia entre 15% e 25%, a depender do resultado obtido pela empresa, isto é, do lucro apurado.
Principais obrigações acessórias relacionadas ao IRPJ
A obrigação tributária, conforme estabelece o art. 113 do CTN, classifica-se em principal e acessória (A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. § 2º A obrigação acessória decorrente da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária).
Com relação ao Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas, a obrigação principal é o pagamento do IRPJ. 
Quanto às obrigações acessórias, que corresponde à obrigação de preparar e entregar à Receita Federal algumas informações, podemos citar a escrituração e a elaboração de declarações e de demonstrativos.
Escrituração
As pessoas jurídicas tributadas pelo Lucro Real, obedecendo à legislação comercial e fiscal, devem manter escrituração contábil nos livros:
Diário			Razão		Registro de inventário			Registro de entradas (compras)
Apuração do Lucro Real		Registro permanente de estoque	Movimentação de Combustíveis
No caso das sociedades empresárias sujeitas a acompanhamento econômico-tributário diferenciado, conforme estabelece a Instrução Normativa nº 787/07 da RFB, é obrigatória, para fins fiscais e previdenciários, a Escrituração Contábil Digital (ECD), que constitui parte integrante do Sistema Público de Escrituração Digital – SPED. 
Declarações e Demonstrativos
Obedecendo a legislação tributária, em especial as Instruções Normativas – IN - da Receita Federal do Brasil – RFB -, as pessoas jurídicas estão obrigadas a prestar informações emitindo declarações e demonstrativos. Para a apresentação das declarações e dos demonstrativos, conforme estabelece a IN RFB nº 969/09, é obrigatória a assinatura digital efetivada mediante utilização de certificado digital válido, por todas as pessoas jurídicas, exceto as optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional).
Principais Declarações e Demonstrativos
Declaração Anual de Informações Econômico-Fiscais das Pessoas Jurídicas - DIPJ
Em conformidade com a IN RFB nº 1.028/10, todas as empresas tributadas pelo lucro real, presumido ou arbitrado, bem como as entidades imunes, devem entregar anualmente a Declaração Anual de Informações Econômico Fiscais das Pessoas Jurídicas – DIPJ.
Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF
De acordo com a IN RFB nº 974/09, as pessoas jurídicas de direito privado em geral, inclusive as equiparadas, as imunes e as isentas, devem apresentar mensalmente a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais - DCTF.
Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais – DACON
Conforme estabelece a IN RFB nº 1.015/10, as pessoas jurídicas de direito privado em geral, inclusive as equiparadas e as que apuram a Contribuiçãopara o PIS/Pasep com base na folha de salários e, também, às pessoas jurídicas imunes e isentas do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ), devem apresentar mensalmente o Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais – DACON.
Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte – DIRF
Em conformidade com a IN RFB nº 1.297/12, as pessoas jurídicas e físicas que pagaram ou creditaram rendimentos sobre os quais tenha incidido retenção do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF), ainda que em um único mês do ano-calendário, por si ou como representantes de terceiros, devem apresentar a Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte – DIRF.
Declaração de Informações sobre Atividades Imobiliárias - DIMOB
De acordo com a IN RFB nº 1.115/10, as pessoas jurídicas e equiparadas, que comercializarem imóveis que houverem construído, loteado ou incorporado para esse fim; que intermediarem aquisição, alienação ou aluguel de imóveis; que realizarem sublocação de imóveis e, por fim, que se constituírem para construção, administração, locação ou alienação de patrimônio próprio, de seus condôminos ou de seus sócios, devem apresentar a Declaração de Informações sobre Atividades Imobiliárias – DIMOB.
CONTABILIDADE E GESTÃO TRIBUTÁRIA II – AULA 3 – LUCRO REAL: ASPECTOS E OPÇÕES DE TRIBUTAÇÃO
Nesta aula, você conhecerá as diversas formas de lucros - Lucro Bruto, Lucro Operacional, Lucro Líquido do Exercício, Lucro Inflacionário, Lucro Presumido ou Estimado, Lucro Arbitrado e Lucro Real, bem como a legislação que normatiza o Lucro Real. Além disso, você identificará as opções de tributação do Lucro Real. Por fim, verificará os procedimentos necessários para a Apuração e Cálculo do Lucro Real.
Lucro Bruto
O Lucro Bruto pode ser definido como a receita líquida deduzida dos custos de produção. 
Com a apuração do lucro bruto é possível demostrar a lucratividade das operações da empresa, no momento em que ainda não foram consideradas as despesas administrativas, comerciais e operacionais.
Pode-se dizer que é uma espécie de lucro sobre os resultados que se apura antes dos impostos.
Art. 290. Será classificado como lucro bruto o resultado da atividade de venda de bens ou serviços que constitua objeto da pessoa jurídica.
Parágrafo único. O lucro bruto corresponde à diferença entre a receita líquida das vendas e serviços (art. 280) e o custo dos bens e serviços vendidos.
DEMONSTRAÇÃO DO LUCRO BRUTO
Lucro Operacional
O Lucro Operacional pode ser conceituado como sendo o resultado operacional das atividades da empresa.
Pode ser definido como a receita líquida deduzida dos custos de produção e das despesas operacionais.
Analisando o Lucro Operacional é possível conhecer a capacidade de geração de resultados da empresa, isto é, o potencial das atividades operacionais da empresa de gerar riqueza.
Art. 289. Será classificado como lucro operacional o resultado das atividades, principais ou acessórias, que constituam objeto da pessoa jurídica.
Parágrafo único. A escrituração do contribuinte, cujas atividades compreendam a venda de bens ou serviços, deve discriminar o lucro bruto, as despesas operacionais e os demais resultados operacionais.
Lucro Líquido do Exercício
O Lucro Líquido do Exercício pode ser definido como o resultado que restar depois de deduzidas as despesas não operacionais e as participações estatutárias de empregados, administradores e partes beneficiárias. 
Conforme definido no art. 259 do RIR/18, o Lucro Líquido do período de apuração é a soma algébrica do lucro operacional, dos resultados não operacionais e das participações.  
É importante ressalvar que na determinação do Lucro Líquido do Exercício deverão ser observados os preceitos da lei comercial.
Lucro Inflacionário
O Lucro Inflacionário, conforme estabelece o art. 21 da Lei 7.799/89, pode ser conceituado como o saldo credor da correção monetária de balanços, diminuído da diferença positiva entre a soma das despesas financeiras com as variações monetárias passivas e a soma das receitas financeiras com as variações monetárias ativas.
Art. 21 da Lei 7.799/89
Art. 21. Considera-se lucro inflacionário, em cada período-base, o saldo credor da conta de correção monetária ajustado pela diminuição das variações monetárias e das receitas e despesas financeiras computadas no lucro líquido do período-base.
§ 1º O ajuste será procedido mediante a dedução, do saldo credor da conta de correção monetária, de valor correspondente à diferença positiva entre a soma das despesas financeiras com as variações monetárias passivas e a soma das receitas financeiras com as variações monetárias ativas.
§ 2º Lucro inflacionário acumulado e a soma do lucro inflacionário do período-base com o saldo de lucro inflacionário a tributar transferido do período-base anterior.
§ 3º O lucro inflacionário a tributar será registrado em conta especial do Livro de Apuração do Lucro Real, e o saldo transferido do período-base anterior será corrigido monetariamente, com base na variação do valor do BTN Fiscal entre o dia do balanço de encerramento do período-base anterior e o dia do balanço do exercício da correção.
Vale ressaltar que apesar da Correção Monetária do Balanço ter sido revogada pela Lei nº 9.249/95, ainda existe saldos acumulados de lucro inflacionário apurados até 31.12.95, que precisam ser realizados nos exercícios subsequentes.
O Lucro Presumido e o Lucro Arbitrado
Lucro presumido ou estimado pode ser conceituado como a forma de tributação simplificada que utiliza somente as receitas da empresa para determinar a base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido das pessoas jurídicas que não estão obrigadas à apuração do Lucro Real. 
Lucro arbitrado é definido, à luz dos artigos 602 e 603 do RIR/18, como a forma de apuração da base de cálculo do Imposto de Renda que pode ser utilizado pela Receita Federal nas situações em que o contribuinte obrigado à tributação com base no lucro real, mantiver escrituração imprestável, isto é, fora dos padrões legais e normativos, deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal ou fizer a opção equivocada pelo Lucro Presumido.
Conheça os artigos 602 e 603
 http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/51525535/do1-2018-11-23-decreto-n-9-580-de-22-de-novembro-de-2018-51525026 
Lucro Real, legislação e pessoas jurídicas obrigadas à apuração do lucro real
Lucro Real pode ser definido como a base de cálculo do imposto sobre a renda das pessoas jurídicas, apurada com base na escrituração contábil elaborada em conformidade com as leis comerciais e fiscais.
A legislação tributária conceitua Lucro Real como o lucro líquido do exercício ajustado pelas adições, exclusões ou compensações.  A seguir analisaremos a legislação que normatiza o Lucro Real, bem como os procedimentos necessários para a apuração e cálculo do Lucro Real. Veremos também as pessoas jurídicas obrigadas à apuração do lucro real.
Dentre as diversas normas que regulamentam o Lucro Real podemos citar:
- Decreto-Lei nº 1.598/77; 			- Lei nº 9.718/98;
- Decreto nº 9.580/2018, mais conhecido como Regulamento do Imposto de Renda - RIR. 
A definição e composição do Lucro Real encontram-se no art. 6º do Decreto-Lei nº 1.598/77, e no art. 258 do Regulamento do Imposto de Renda – RIR/18, conheça esses artigos. conheça esses artigos.
http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/51525535/do1-2018-11-23-decreto-n-9-580-de-22-de-novembro-de-2018-51525026
O art. 14 da Lei 9.718/98, atualizado pela Lei nº 9.430/96, Lei nº 10.637/02 e Lei nº 12.249/10, elenca as pessoas jurídicas que estão obrigadas à apuração do lucro real.
Art. 14 
Art. 14. Estão obrigadas à apuração do lucro real as pessoas jurídicas: 
I - cuja receita total, no ano-calendário anterior seja superior ao limite de R$48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a 12 (doze) meses; 
II - cujasatividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta; 
III - que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; 
IV - que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto; 
V - que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa; 
VI - que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring); 
VII - que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do agronegócio.
Apuração do Lucro Real
De acordo com a legislação tributária, as pessoas jurídicas que fizerem a opção do recolhimento do Imposto sobre a Renda com base no lucro real devem apurar o Imposto de Renda trimestral ou anualmente.
Conforme o art. 17 da IN SRF n° 93/1997, a opção pelo regime trimestral ou anual do imposto será efetuada no primeiro pagamento do imposto no ano-calendário e será irretratável para todo o ano-calendário.
Apuração trimestral - Na apuração trimestral o tributo é apurado no final de cada trimestre, mais especificamente, nos dias 31/03, 30/06, 30/09 e 31/12.
Na apuração anual, O tributo é apurado em 31/12 de cada ano-calendário, mas a pessoa jurídica fica obrigada a fazer antecipações mensais do IRPJ, por estimativa, que serão compensadas com o IRPJ devido, calculado na Declaração de Ajuste. A estimativa feita para apuração anual poderá ser calculada com base nas receitas brutas e demais receitas ou com base no levantamento de balanço ou balancete de verificação para suspender ou reduzir o pagamento do imposto.
Cálculo do Lucro Real
O cálculo do Lucro Real é feito tomando-se por base o Lucro apurado antes do IRPJ (lucro contábil) ajustado pelas adições, exclusões e compensações determinadas na legislação do IR.
Conforme determina a legislação tributária, para o cálculo do Imposto de Renda a empresa que adota o Lucro Real utilizará a alíquota de 15%. 
Entretanto, quando o lucro for superior a R$240.000,00 no ano; R$60.000,00 no trimestre ou R$20.000,00 no mês, a empresa deverá recolher o adicional de 10% sobre o valor que ultrapassar.
Calculando o Imposto de Renda – Lucro Real
Exemplo de cálculo: Apuração anual SEM adicional	Exemplo de cálculo: Apuração anual COM adicional
			
Exemplo de apuração trimestral
CONTABILIDADE E GESTÃO TRIBUTÁRIA II – AULA 04 - LUCRO REAL: DESPESAS DEDUTÍVEIS E NÃO DEDUTÍVEIS E ANTECIPAÇÕES MENSAIS EM BASE ESTIMADA
 O vocábulo despesa, do latim dispensa, significa ato ou efeito de despender. Em Contabilidade, despesa é conceituada como todo gasto que a empresa realiza para obtenção de uma receita. As despesas representam uma diminuição do ativo e um aumento do passivo, provocando diminuição no valor do patrimônio líquido. As despesas podem ser classificadas em operacionais e não operacionais e, especificamente no âmbito da Contabilidade Tributária, em Dedutíveis e Não Dedutíveis. As despesas operacionais são todos os gastos necessários à atividade principal da empresa, que não são computados nos custos. Por sua vez, as despesas não operacionais são aquelas decorrentes de transações que não estão inseridas nas atividades principais, ou seja, as que não têm relação com as operações da empresa. Nesta aula, apresentaremos as Despesas Dedutíveis e Não Dedutíveis, bem como as antecipações mensais em base estimada.
Na apuração do Lucro Operacional da empresa, todos os custos e as despesas devem ser deduzidos da Receita Líquida de vendas ou serviços. Entretanto, a legislação do IR determina que os custos e as despesas excluídos, que não estiverem em conformidade com os parâmetros estabelecidos na lei, devem ser adicionados ao Lucro Contábil e registrados no LALUR para apuração do Lucro Real. Desta forma, diferentemente do Lucro Contábil, que é determinado com base nas receitas e despesas registradas na escrituração contábil, o Lucro Fiscal será determinado tomando por base, apenas, as receitas tributadas e as despesas aceitas pelo Fisco.
Assim, de acordo com a legislação tributária que normatiza o Imposto de Renda, em especial, na apuração do Lucro Real, as despesas são classificadas em Dedutíveis e Não Dedutíveis.
Despesas Dedutíveis
Despesa dedutível é toda despesa que é passível de dedução, isto é, que pode ser abatida da base de cálculo do IRPJ.
À luz do art. 311 do RIR/18, Despesa Dedutível pode ser conceituada como despesa operacional necessária à atividade da empresa e à manutenção da respectiva fonte produtora de receitas.
Também poderão ser deduzidas para apuração do Lucro Real, conforme dispõe o art. 6º, § 2º, § 3º e § 4º, do Decreto-Lei 1.598/77, custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações, e quaisquer outros valores deduzidos na apuração do lucro líquido; resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não incluídos na apuração do lucro líquido.
Por fim, poderão ser deduzidas para apuração do Lucro Real, conforme estabelece o art. 13 da Lei 9.249/95, as despesas com doações ou patrocínios para projetos culturais; para às instituições de ensino e pesquisa, bem como para as entidades civis sem fins lucrativos.
Assim, de acordo com a legislação tributária que normatiza o Imposto de Renda, em especial, na apuração do Lucro Real, as despesas são classificadas em Dedutíveis e Não Dedutíveis.
As despesas não podem ser computadas nos custos;
As despesas devem ser necessárias à atividade da empresa;
As despesas devem estar devidamente comprovadas e escrituradas mediante documentação válida;
As despesas devem ser debitadas no período-base, isto é, obedecer ao regime de competência; e, por fim,
As despesas não podem constituir inversões de capital.
EXEMPLOS DE DESPESAS DEDUTÍVEIS (ARQUIVO)
Despesas Não Dedutíveis
Despesa não dedutível pode ser definida como toda despesa que é não é passível de dedução, isto é, que não pode ser abatida. De acordo com a legislação tributária todas as despesas que não são necessárias para a manutenção da atividade principal da empresa são consideradas não dedutíveis.
Taxativamente, conforme estabelece o art. 13, I, da Lei 9.249/95, para efeito de apuração do Lucro Real são vedadas algumas deduções, ou seja, não podem ser deduzidas para apuração do Lucro Real.
Desta forma, além das despesas mencionadas no referido artigo, todas as despesas que não se enquadrarem como necessárias para a manutenção da atividade principal da empresa não serão admitidas no cálculo do Imposto de Renda.
EXEMPLOS DE DESPESAS NÃO DEDUTÍVEIS (ARQUIVO)
Antecipações mensais em base estimada
Conforme analisado na aula 3, a empresa que fizer a opção do recolhimento do Imposto sobre a Renda com base no Lucro Real deve apurar o Imposto de Renda trimestral ou anualmente.
Quando a empresa faz a opção pela apuração anual o Imposto é apurado em 31/12 de cada ano-calendário. Entretanto, a legislação obriga que sejam feitas antecipações mensais do IRPJ, por estimativa, que serão compensadas com o IRPJ devido, calculado na Declaração de Ajuste.
A estimativa feita para apuração anual poderá ser calculada com base nas receitas brutas e demais receitas ou com base no levantamento de balanço ou balancete de verificação para suspender ou reduzir o pagamento do imposto.
ATENÇÃO!
Conforme estabelece o art. 17, da IN SRF n° 93/1997, a opção pelo regime anual do imposto, assim como no trimestral, será efetuada no primeiropagamento do imposto no ano-calendário e será irretratável.
Cálculo da estimativa mensal
Para o cálculo do Imposto sobre a Renda por estimativa deve-se adotar os seguintes procedimentos:
Aplicar percentuais específicos sobre a receita obtida pela empresa.
Aplicar a alíquota básica do IR (15%).
Aplicar o adicional (10%), se a receita exceder ao limite.
Deduzir os incentivos fiscais.
Conforme estabelece o art. 220 do RIR/18, os percentuais a serem aplicados sobre a receita bruta, para fins de determinação da base de cálculo estimada são os discriminados no regulamento.
http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/51525535/do1-2018-11-23-decreto-n-9-580-de-22-de-novembro-de-2018-51525026 
Demonstrando: Durante o mês X, a Companhia ABC obteve uma receita bruta de Vendas de Mercadorias e Prestação de Serviços no valor, respectivamente, de R$430.000 e R$170.000.
Cálculo para apuração do IR devido com base estimada:
Valores que devem ser excluídos da base estimada
De acordo com o art. 7º da IN SRF nº 93/97, alguns valores não integram a base de cálculo do Imposto sobre a Renda por estimativa mensal. Vejamos:
Art. 7º Ressalvado o disposto no inciso I do § 9º do art. 3º, não integram a base de cálculo do Imposto de Renda mensal, de que trata esta Seção:
I - os rendimentos e ganhos líquidos produzidos por aplicação financeira de renda fixa e de renda variável;
II - as receitas provenientes de atividade incentivada, na proporção do benefício de isenção ou redução do imposto a que a pessoa jurídica, submetida ao regime de tributação com base no Lucro Real, fizer jus;
III - as recuperações de créditos que não representem ingressos de novas receitas;
IV - a reversão de saldo de provisões anteriormente constituídas;
V - os lucros e dividendos decorrentes de participações societárias avaliadas pelo custo de aquisição e a contrapartida do ajuste por aumento do valor de investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial;
VI - o imposto não cumulativo cobrado destacadamente do comprador ou contratante, do qual o vendedor dos bens seja mero depositário;
VII - os juros sobre o capital próprio auferidos.
Valores que devem ser excluídos da base estimada - continuação
Conforme dispõe o parágrafo único do art. 7º, visto anteriormente, os rendimentos e ganhos de aplicação financeira serão considerados na determinação da base de cálculo do imposto de renda mensal quando não houverem sido submetidos à incidência na fonte ou ao recolhimento mensal previstos nas regras específicas de tributação a que estão sujeitos. O referido parágrafo também determina que as receitas financeiras que não sofrem retenção na fonte, como por exemplo, juros, descontos obtidos e variação monetária ou cambial ativa, integram a base estimada.
Demonstrando...
Durante o mês X, a Companhia ABC apresentou uma receita bruta de Revendas de Mercadorias R$400.000,00; rendas de equivalência patrimonial no valor de R$30.000,00 e ganhos de capital no valor de R$20.000. Cálculo para apuração do IR devido com exclusões:
Comparação entre o cálculo pela estimativa e o cálculo pelo real
Obedecendo ao RIR/18, a pessoa jurídica que optar pela apuração anual do imposto deverá efetuar antecipações mensais e apurar o Lucro Real em 31 de dezembro de cada ano. O pagamento mensal das referidas antecipações pode ser determinado pela estimativa ou pelo Lucro Real acumulado do período. Vejamos:
ESTIMATIVA - Se o cálculo for pela estimativa (Como vantagem do cálculo por estimativa destaca-se a permissão da dispensa de realização de balanços patrimoniais mensais, podendo a empresa, se quiser, elaborar balancetes de suspensão e redução do imposto), a apuração da antecipação mensal se dará com base na receita bruta da empresa, que somente poderá reduzir ou suspender o recolhimento das parcelas mensais do IR, se comprovar, mediante o levantamento de balancete patrimonial elaborado com esta finalidade, que o valor antecipado excede ao valor devido no determinado período.
REAL - Se o cálculo for pelo recolhimento mensal com base no Lucro Real acumulado do período a apuração da antecipação mensal é feita com base no Lucro Real apurado em balancete patrimonial acumulado, elaborado pelo contribuinte mês a mês.
Ajuste de Contas
Conforme estabelece o art. 227 do RIR/18, as pessoas jurídicas sujeitas ao regime de tributação com base no Lucro Real Anual, que optaram pelo recolhimento do Imposto de Renda mensal por estimativa ou com base em balanço ou balancete de suspensão ou redução, deverão apurar o Lucro Real Anual na data de 31/12, levantando o Balanço Patrimonial e apurando o Lucro Real, mediante ajuste extra contábil no LALUR.
Assim, as antecipações mensais do Imposto sobre a Renda, por estimativa, serão compensadas com o IRPJ devido, calculado na Declaração de Ajuste.
Ocorrendo fusão, cisão, incorporação ou extinção da pessoa jurídica, a apuração do Lucro Real (Vale ressaltar que, após a apuração, se as antecipações efetuadas foram maiores do que o valor devido, a empresa deverá solicitar sua restituição ou compensá-lo com o montante devido no período seguinte. Porém, se as antecipações efetuadas foram menores do que o valor efetivamente devido, a empresa deverá efetuar o pagamento da diferença em janeiro do ano seguinte) será efetuada na data do evento.
De acordo com a legislação do IR, a empresa pode efetuar o pagamento do valor ajustado, isto é, o valor pago a menor de 3 formas:
1. Em janeiro do ano seguinte, apenas o valor principal;
2. Em fevereiro, o valor principal acrescido de juros de 1% e, 
3. Em março, o valor principal acrescido da SELIC de fevereiro e 1%.
Tratamento Contábil
A pessoa jurídica que fizer opção pela apuração anual do imposto, após efetuar o cálculo mensal em bases estimadas, deverá efetuar o registro contábil das antecipações, mais precisamente, do Imposto Retido na Fonte.
Assim, obedecendo ao princípio da competência, os valores do Imposto de Renda recolhidos em bases estimadas devem ser contabilizados, no decorrer do ano-calendário, em conta de ativo circulante.
Demonstrando:
 D – IR pago por Estimativa    	  (Ativo Circulante)
C – Banco Conta Movimento      (Ativo Circulante)
CONTABILIDADE E GESTÃO TRIBUTÁRIA II – AULA 05 – LUCRO PRESUMIDO
Inseridas em um mercado altamente competitivo, conhecer a legislação tributária torna-se imprescindível para que as empresas consigam escolher o regime adequado de tributação, o que lhes possibilitará minimizar os desembolsos com impostos sem infringir a exigências impostas pelo Fisco. Nesta aula, você compreenderá o conceito de Lucro Presumido ou Estimado e identificará as pessoas jurídicas que podem optar por ele, bem como as que estão impedidas. Além disso, você verificará a base de cálculo, as alíquotas de presunção e os procedimentos necessários para a Apuração e o Cálculo do Lucro Presumido. Por fim, identificará as principais obrigações acessórias relativas ao Lucro Presumido.
Lucro Presumido
Lucro Presumido pode ser conceituado como a forma de tributação simplificada que utiliza somente as receitas da empresa para determinar a base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido das pessoas jurídicas que não estão obrigadas, no ano-calendário, à apuração do Lucro Real.
As pessoas jurídicas que puderem e optarem pelo regime de tributação com base no Lucro Presumido, em conformidade com o art. 26, da Lei 9.430/96 e art. 587 § 4º do RIR/18, manifestarão a opção com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido correspondente ao primeiro período de apuração de cada ano-calendário.
Com exceção das empresas que estão obrigadas ao regime de tributação pelo Lucro Real, a opção pela tributação com base no lucro presumido é facultativa, entretanto uma vez que tenha optado por este regime, a escolha será definitiva em relação a todo o ano-calendário, isto é, somente poderá adotar outro regime no ano seguinte.
Desta forma, conforme determina a legislação, a opção pela apuração doimposto de renda com base no Lucro Presumido é irretratável, ou seja, uma vez feita a opção por este regime de tributação não poderá modificá-la a qualquer momento do ano-calendário.
Também, nos casos em que a pessoa jurídica tiver iniciado atividade a partir do segundo trimestre, a opção deverá ser manifestada com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido relativa ao período de apuração correspondente ao início de atividade.
Pessoas Jurídicas que podem optar pelo Lucro Presumido
Conforme estabelece o art. 13, da Lei 9.718/98, podem optar pelo Lucro Presumido todas as pessoas jurídicas que não estejam obrigadas à apuração do Lucro Real, e que a receita bruta total, no ano-calendário anterior, não ultrapasse a 48 milhões de reais.
Lucro Real
Entre as diversas normas que regulamentam o Lucro Real, podemos citar as Leis 9.430/96, 9.718/98, 10.637/2002 e o Decreto nº 9.580/18, mais conhecido como Regulamento do Imposto de Renda - RIR/18.
Art. 13, da Lei 9.718/98, alterado pelo art. 7o da Lei 12.814/13
Conforme estabelece o art. 7o da Lei 12.814/13,  que alterou o caput do art. 13 e o inciso I do art. 14 da Lei nº 9.718/98, o limite de receita bruta total será de R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou a R$ 6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses.
* Vale ressaltar que o art. 27 da Medida Provisória 612/13, alterou o referido artigo, estabelecendo que, a partir de 01.01.2014, o limite de receita bruta total será de R$72.000.000,00, ou a R$ 6.000.000,00, multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a 12 meses.
Com relação aos limites estabelecidos, a receita bruta auferida no ano anterior será considerada segundo o regime de competência ou de caixa. Desde que não esteja obrigada à apuração do lucro real, em conformidade com o art. 47, da IN SRF nº 93/97, a pessoa jurídica que, em qualquer trimestre do ano-calendário, tiver seu lucro arbitrado, também poderá optar pela tributação com base no lucro presumido, relativamente aos demais trimestres desse ano-calendário.
Pessoas Jurídicas que não podem optar pelo Lucro Presumido
Convém ressaltar que, em conformidade com o art. 14, da Lei 9.718/98 e o art. 4º, da Lei 9.964/00, as pessoas jurídicas elencadas nos incisos I, III, IV e V poderão optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido, durante o período em que estiverem submetidas ao Programa de Recuperação Fiscal (REFIS).
As pessoas jurídicas que estão obrigadas à apuração do Lucro Real não podem optar pelo Lucro Presumido.
“Ih, pelos meus cálculos ultrapassou um pouquinho o valor legal para optar pela apuração pelo lucro presumido, mas e se eu tentar apresentar mesmo assim?”
O art. 14, da Lei 9.718/98, alterado por legislações posteriores, determina as pessoas jurídicas que estão obrigadas à apuração pelo lucro real. Clique aqui e saiba quais pessoas jurídicas estão obrigadas à apuração pelo lucro real.
Também não poderão optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido, em conformidade com art. 2° da IN SRF n° 25/99, as pessoas jurídicas que exercerem atividades de compra e venda, loteamento, incorporação e construção de imóveis, enquanto não concluídas as operações imobiliárias para as quais haja registro de custo orçado.
Alíquotas de presunção
A alíquota ou percentual de presunção do Lucro Presumido aplicável sobre a receita bruta depende da atividade exercida pela pessoa jurídica e encontra-se regulamentada no art. 591 do RIR/18.
Resumidamente, os percentuais determinados no art. 591 do RIR/18, são:
Com relação aos percentuais estabelecidos no referido artigo 591 do RIR/18, convém destacar que a pessoa jurídica que houver utilizado o percentual de 16% para apuração da base de cálculo do imposto trimestral, cuja receita bruta acumulada até determinado mês do ano-calendário exceder o limite de 120 mil reais, ficará sujeita ao pagamento da diferença do imposto postergado, apurado pelo percentual de 32% em relação a cada trimestre transcorrido. A diferença deverá ser paga até o último dia útil do mês subsequente ao do trimestre em que ocorreu o excesso.
Do mesmo modo, em conformidade com a IN SRF 152/98, a pessoa jurídica que tenha como objeto social, declarado em seus atos constitutivos, a compra de venda de veículos automotores, que pratique as vendas em consignação, terá como base de cálculo o valor da diferença entre o valor de venda e o da compra.
Base de cálculo do Lucro Presumido
De acordo com o art. 44 do CTN, a base de cálculo do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas - IRPJ - é o montante da renda tributável.
 No Lucro Presumido, a base de cálculo do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas - IRPJ - e do adicional, será obtida mediante a aplicação do percentual específico, determinado pela legislação tributária, sobre a receita bruta apurada em cada trimestre.
Vale relembrar que, em conformidade com o art. 208, do RIR/18, considera-se como receita bruta o produto da venda de bens nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia, com as exclusões e adições permitidas.
Desta forma, em obediência ao art. 5º, da IN SRF nº 93/97, ao art. 208 do RIR/18 e art. 4º, da Lei 11.945/09, deverão ser excluídos da receita bruta os valores referentes:
1) Às vendas canceladas e às devoluções de vendas;
2) Aos descontos incondicionais concedidos;
3) Aos impostos não cumulativos cobrados, destacadamente do comprador ou contratante, e dos quais o vendedor dos bens ou prestador dos serviços seja mero depositário; e,
4) Às receitas decorrentes de valores em espécie pagos ou creditados pelos estados, Distrito Federal e municípios, relativos ao Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS - e ao Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS -, no âmbito de programas de concessão de crédito voltados ao estímulo à solicitação de documento fiscal na aquisição de mercadorias e serviços. 
Demonstrando a base de cálculo com exclusões:
	VALOR
	 
	RECEITA BRUTA
	 
	Receita de Vendas
	1.000.000
	( - ) DESCONTOS
	 
	Desconto Comercial
	-80.000
	( - ) DEVOLUÇÕES
	 
	Devoluções de Vendas
	-120.000
	BASE DE CÁLCULO
	800.000
De igual forma, obedecendo à referida legislação tributária, devem ser adicionados a Receita Bruta, dentre outros, os ganhos de capital, os rendimentos e os ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras, as receitas financeiras e a receita de locação de imóvel, quando não for este o objeto social da pessoa jurídica, bem como os resultados positivos decorrentes de receitas auferidas no mesmo período de apuração.
Demonstrando a base de cálculo com adições: 
	VALOR
	 
	RECEITA BRUTA
	 
	Receita de Serviços
	1.000.000
	( + ) GANHO DE CAPITAL
	 
	Venda do ativo permanente
	180.000
	( + ) RECEITA FINANCEIRA
	 
	Juros de Mora
	220.000
	BASE DE CÁLCULO
	1.400.000
Demonstrando a base de cálculo com adições e exclusões:
	VALOR
	 
	RECEITA BRUTA
	2.000.000
	Receita de Vendas
	1.000.000
	Receita de Serviços
	1.000.000
	( - ) DEVOLUÇÕES
	 
	Devoluções de Vendas
	-120.000
	( - ) DESCONTOS
	 
	Desconto Comercial
	-80.000
	( + ) GANHO DE CAPITAL
	 
	Venda do ativo permanente
	180.000
	( + ) RECEITA FINANCEIRA
	 
	Juros de Mora
	220.000
	BASE DE CÁLCULO
	2.200.000
Apuração e cálculo do Lucro Presumido
Conforme determina o art. 588, do RIR/18, o imposto de renda devido é trimestralmente, ou seja, será determinado por períodos de apuração trimestral.
Cálculo do Imposto e renda devido:
Cálculo do IR devido:
Alíquota 15% x 170.000 = 25.500
Adicional 10% x (170.000 – 60.000) = 11.000
IR devido = 36.500
Art. 588 - O imposto com base no lucro presumidoserá determinado por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário.
Para determinação do lucro presumido será aplicado sobre a receita bruta de vendas de mercadorias e produtos, bem como dos serviços prestados, os percentuais estabelecidos pelo art. 591 do RIR/18.
Conforme determina a legislação tributária, para o cálculo do Imposto de Renda a empresa que adota o Lucro Presumido utilizará a alíquota de 15%. Entretanto, quando o lucro no trimestre for superior R$60.000,00, a empresa deverá recolher o adicional de 10% sobre o valor que ultrapassar.
DEMONSTRANDO:
	ATIVIDADES
	RECEITA BRUTA DO TRIMESTRE
	ALÍQUOTA
	BASE DE CÁLCULO
	Venda de Mercadorias
	500.000
	8%
	40.000
	Serviços
	250.000
	32%
	80.000
	Receitas Financeiras
	50.000
	100%
	50.000
	Base de Cálculo para o LUCRO PRESUMIDO
	 
	
	170.000
Contabilização do imposto de renda no Lucro Presumido
Quando a pessoa jurídica opta pelo regime de tributação no Lucro Presumido, o Imposto de Renda calculado e recolhido é definitivo.
Assim, a contabilização do Imposto de Renda será da seguinte forma: 
1) No reconhecimento da Obrigação			2) No pagamento da Obrigação
D - Despesa com Imposto de Renda 			D - Imposto de Renda a Recolher
C - Imposto de Renda a Recolher			C - Banco Conta Movimento
Principais obrigações acessórias relativas ao lucro Presumido
De acordo com o art. 45, da Lei 8.981/95, a pessoa jurídica habilitada à opção pelo regime de tributação com base no lucro presumido deverá manter:
I - Escrituração contábil nos termos da legislação comercial;
II - Livro Registro de Inventário, no qual deverão constar registrados os estoques existentes no término do ano-calendário abrangido pelo regime de tributação simplificada;
III - Em boa guarda e ordem, enquanto não decorrido o prazo decadencial e não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes, todos os livros de escrituração obrigatórios por legislação fiscal específica, bem como os documentos e demais papéis que serviram de base para escrituração comercial e fiscal.
Por oportuno, vale relembrar que o prazo decadencial do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza é de 5 anos.
A pessoa jurídica que, no decorrer do ano-calendário, mantiver Livro Caixa, no qual deverá estar escriturado toda a movimentação financeira, inclusive bancária, não estará obrigada a manter a escrituração contábil nos termos da legislação comercial.
CONTABILIDADE E GESTÃO TRIBUTÁRIA II – AULA 06 – EXCLUSÕES AO LUCRO LÍQUIDO. COMPENSAÇÃO DE PREJUIZOS. INCENTIVOS FISCAIS.
Conforme estabelece o art. 258 do RIR/18, o Lucro Real é o Lucro Líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações autorizadas pela legislação fiscal. O Lucro Líquido, por sua vez, em conformidade com o art. 259 do RIR/18, consiste na soma algébrica do Lucro Operacional, dos resultados não operacionais e das participações.
Nesta aula, você conhecerá as exclusões ao Lucro Líquido, a compensação de prejuízos, bem como os incentivos fiscais previstos na legislação do IR. Além disso, você compreenderá o funcionamento da compensação de prejuízos não operacionais. Por fim, identificará os incentivos fiscais e os limites individuais e coletivos.
Exclusões
O vocábulo exclusão, do latim exclusio.onis, pode ser definido tanto como o ato de excluir, quanto algo que não está incluso.  A luz da legislação, para cômputo da base de cálculo do IR, nem todas as receitas e despesas são tributáveis, ou seja, algumas delas não podem ser incluídas.
O art. 260 do RIR/98 elenca os valores que devem ser excluídos na determinação do lucro real, dos quais podemos destacar:
I - Os valores cuja dedução seja autorizada por este decreto e que não tenham sido computados na apuração do Lucro Líquido do período de apuração;
II - Os resultados, os rendimentos, as receitas e quaisquer outros valores incluídos na apuração do Lucro Líquido que, de acordo com este decreto, não sejam computados no Lucro Real; 
III - O prejuízo fiscal apurado em períodos de apuração anteriores, limitada a compensação a 30% do Lucro Líquido ajustado pelas adições e exclusões.
IV - Os rendimentos e os ganhos de capital nas transferências de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária, quando auferidos pelo desapropriado;
Assim, resumidamente, dentre as exclusões previstas na legislação do IR encontram-se as receitas contabilizadas, mas não exigidas pelo Fisco, bem como as despesas que não foram contabilizadas, mas são aceitas pelo Fisco.
Receitas contabilizadas que não são exigidas pelo Fisco
Lucros e dividendos recebidos de participações societárias, tributados nas pessoas jurídicas que o distribuíram.
Em Conformidade com § 1º, do art. 415, do RIR/18, para efeito de determinar o Lucro Real, os lucros e os dividendos recebidos de outra pessoa jurídica serão excluídos do Lucro Líquido, quando estiverem sujeitos à tributação nas firmas ou sociedades que os distribuíram.
Vale ressaltar que, conforme dispõe o art. 416 do RIR/98, os lucros ou dividendos recebidos pela pessoa jurídica, em decorrência de participação societária avaliada pelo custo de aquisição, adquirida até 6 meses antes da data da respectiva percepção, serão registrados pelo contribuinte como diminuição do valor do custo e não influenciarão as contas de resultado.
Resultado credor da avaliação, pela equivalência patrimonial.
Conforme estabelece o art. 426 do RIR/18, a contrapartida do ajuste do valor contábil do investimento, por aumento ou redução no valor de patrimônio líquido de participações societárias em sociedades coligadas ou controladas, avaliado pelo método da equivalência patrimonial, não será computada na determinação do Lucro Real, tendo em vista que já foi tributado na empresa de origem.
Redução da mais ou menos-valia e do goodwill
Art. 422. A contrapartida da redução dos valores de que tratam os incisos II e III do caput do art. 421 não será computada para fins de determinação do lucro real, ressalvado o disposto no art. 507 (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 25).
Parágrafo único. Concomitantemente à redução, na escrituração comercial, dos valores de que tratam os incisos II e III do caput do art. 421, será mantido controle no Lalur, para fins de determinação do ganho ou da perda de capital na alienação ou na liquidação do investimento, observado o disposto no art. 507.
Lucro decorrente de contratos com entidades governamentais.
Segundo dispõe o art. 480, incisos I e II do RIR/18, o lucro auferido com pessoa jurídica de direito público, ou empresa sob seu controle, empresa pública, sociedade de economia mista ou sua subsidiária, poderá ser diferido pelo contribuinte até sua realização.
Desta forma, o contribuinte poderá excluir do Lucro Líquido do período de apuração, para efeito de determinar o Lucro Real, a parcela do lucro da empreitada ou fornecimento computado no resultado do período de apuração, proporcional à receita dessas operações consideradas nesse resultado e não recebida até a data do balanço de encerramento do mesmo período de apuração.
Ganho de capital obtido nas operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.
Semelhante às situações elencadas acima, em obediência ao art. 505 do RIR/18, Fica isento do imposto sobre a renda o ganho obtido nas operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.
Despesas que são aceitas pelo Fisco e não foram contabilizadas em despesas
1 - Depreciação acelerada incentivada
De acordo com o § 1º, do art. 324 do RIR/18, a quota de depreciação acelerada, utilizada com a finalidade de incentivar a implantação, renovação ou modernização de instalações e equipamentos, constituirá exclusão do Lucro Líquido, devendo ser escriturada no LALUR.
2 - Juros sobre a remuneração do capital próprio
Conforme determina o art. 3º da IN SRF nº 12/99, os juros recebidos ou creditados sobre a remuneração do capital próprio,poderão ser excluídos da base de cálculo do Imposto de Renda.
3 – Exclusões decorrentes do regime tributário de transição
Em conformidade com os art. 1º e 2º da Instrução Normativa RFB nº 949/09, para apuração do Lucro Líquido das pessoas jurídicas sujeitas ao Regime Tributário de Transição (RTT), as alterações introduzidas pela Lei nº 11.638/07, e pelos arts. 37 e 38 da Lei nº 11.941/09, que modifiquem o critério de reconhecimento de receitas, custos e despesas computadas na escrituração contábil, não terão efeitos para fins de apuração do Lucro Real, devendo ser considerados, para fins tributários, os métodos e critérios contábeis vigentes em 31 de dezembro de 2007.Assim, forma, obedecendo ao referido dispositivo legal, as despesas registradas a menor na Contabilidade deverão ser ajustadas nas bases do Imposto de Renda e, consequentemente, ser excluídas.
Compensação de prejuízos
A compensação de prejuízos fiscais está regulamentada no art. 35 da IN SRF nº 11/96, combinado com o art. 579, do RIR/18. Segundo dispõe a referida legislação, na determinação do Lucro Real, poderão ser excluídos do Lucro Líquido do período de apuração o prejuízo fiscal apurado em períodos de apuração anteriores, limitada a compensação de até, no máximo, 30% do lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões.
EXEMPLO
Demonstrando:
A empresa ABC apresentou como resultado, antes da contribuição social e do Imposto de Renda, o valor de R$800.000,00. Nesse resultado, estavam embutidos dividendos de participações avaliadas pelo custo, de R$70.000,00, e perdas com equivalência patrimonial, de R$50.000,00.
O prejuízo fiscal acumulado foi de R$240.000,00. 
Logo, o valor da compensação do prejuízo fiscal será: 
30% de 780.000,00  = 234.000,00
Compensação de prejuízos não operacionais
Na compensação de prejuízos fiscais segregam-se as atividades em operacionais e não operacionais. 
Por resultados não operacionais entendem-se aqueles que não são próprios da atividade normal da empresa, ou seja, ocorrem esporadicamente, como, por exemplo, os resultados decorrentes da alienação de bens do ativo permanente.
O art. 36 da IN SRF nº 11/96, dispõe sobre a compensação dos prejuízos não operacionais. 
Dentre as principais determinações destacam-se:
1) Os prejuízos não operacionais somente poderão ser compensados, nos períodos-base subsequentes ao de sua apuração, com lucros de mesma natureza, observado o limite de 30%.
2) Os resultados decorrentes da alienação de bens ou direitos do ativo permanente são considerados como não operacionais.
3) O resultado não operacional será igual à diferença, positiva ou negativa entre valor pelo qual o bem ou o direito houver sido alienado e o seu valor contábil.
4) Os resultados não operacionais de todas as alienações ocorridas durante o período-base deverão ser apurados englobadamente entre si.
5) No período-base de ocorrência, os resultados não operacionais, positivos ou negativos, integrarão o lucro real.
Convém ressalvar que a separação em prejuízos não operacionais e em prejuízos das demais atividades somente será exigida se, no período, forem verificados, cumulativamente, resultados não operacionais negativos e lucro real negativo, ou seja, se tiver ocorrido prejuízo fiscal. Nesta hipótese, a pessoa jurídica deverá comparar o prejuízo não operacional com o prejuízo fiscal apurado na demonstração do lucro real, observado o seguinte:
se o prejuízo fiscal for maior, todo o resultado não operacional negativo será considerado prejuízo fiscal não operacional e a parcela excedente será considerada, prejuízo fiscal das demais atividades;
se todo o resultado não operacional negativo for maior ou igual ao prejuízo fiscal, todo o prejuízo fiscal será considerado não operacional.
O valor do prejuízo fiscal não operacional a ser compensado em cada período-base subsequente não poderá exceder o total dos resultados não operacionais positivos apurados no período de compensação.
A soma dos prejuízos fiscais não operacionais com os prejuízos decorrentes de outras atividades da pessoa jurídica, a ser compensada, não poderá exceder o limite de 30% do lucro líquido do período-base da compensação, ajustado pelas adições e exclusões previstas ou autorizadas pela legislação do imposto de renda.
No período-base em que for apurado resultado não operacional positivo, todo o seu valor poderá ser utilizado para compensar os prejuízos fiscais não operacionais de períodos anteriores, ainda que a parcela do lucro real admitida para compensação não seja suficiente ou que tenha sido apurado prejuízo fiscal.
Na hipótese do parágrafo anterior, a parcela dos prejuízos fiscais não operacionais compensados com os lucros não operacionais que não puder ser compensada com o lucro real, seja em virtude do limite de 30% ou de ter ocorrido prejuízo fiscal no período, passará a ser considerada prejuízo das demais atividades, devendo ser promovidos os devidos ajustes na parte B do LALUR.
Incentivos fiscais
Os incentivos fiscais decorrentes do imposto sobre a renda das pessoas jurídicas (IRPJ) estão regulamentados nas Instruções Normativas da Secretaria da Receita Federal nº 11/96 e nº 267/02.  A dedução dos incentivos fiscais aplica-se, exclusivamente, sobre o imposto devido pelas pessoas jurídicas optantes pelo Lucro Real.
Os limites de dedução dos incentivos fiscais são calculados com base no imposto, à alíquota de 15%. O adicional de 10% do imposto de renda não será computado.
DEMONSTRANDO COM ATIVIDADE CUJO INCENTIVO É ATÉ 4%:
Para o cálculo do limite desta dedução, segundo determina o § 4° do art. 16 da Lei n° 9.430/96 e o art. 14 da IN SRF n° 38/98, deverá ser excluída, do Imposto de Renda Devido, a parcela do imposto correspondente a lucros, rendimentos ou ganhos de capital auferidos no exterior.
Conforme determina o art. 9º, I, da IN SRF 11/96, a pessoa jurídica poderá deduzir, para efeito de pagamento do Imposto de Renda o valor dos incentivos fiscais de dedução do imposto relativos ao Programa de Alimentação do Trabalhador, às Doações aos Fundos da Criança e do Adolescente, às Atividades Culturais ou Artísticas e Atividade Audiovisual, observados os limites e prazos previstos na legislação.
Programa de alimentação do trabalhador
O Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT - foi instituído pela Lei nº 6.321/76 e regulamentado pelo Decreto nº 5, de 14 de janeiro de 1991, que priorizam o atendimento aos trabalhadores de baixa renda, isto é, aqueles que ganham até 5 salários mínimos mensais.
Para encontrar o valor do incentivo ao PAT que será deduzido diretamente do IRPJ, a empresa deverá observar as seguintes regras: 
1) Aplicação da alíquota de 15% sobre a soma das despesas com Alimentação; e
2) Número de refeições fornecidas no período multiplicado por R$0,2985, isto é, 15% de R$1,99.
Após analisar as duas regras mencionadas, a empresa poderá escolher para o cálculo do incentivo do PAT o menor dos dois valores encontrados.
O limite máximo de dedução permitida é de 4% do Imposto de Renda devido, sem a inclusão do adicional.
Todavia, vale ressaltar que a parcela excedente a este limite poderá ser deduzida do imposto devido em períodos de apuração subsequentes, observado o prazo máximo de 2 anos-calendário subsequentes àquele em que ocorreram os gastos. Obedecendo ao art. 7º da referida Instrução Normativa, a pessoa jurídica deverá destacar contabilmente, com subtítulos por natureza de gastos, as despesas constantes do PAT.
Doações para o fundo da criança e do adolescente
O valor total das doações efetuadas aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente, na esfera federal, estadual ou municipal, desde que devidamente comprovado, poderá ser deduzido do Imposto de Renda das pessoas jurídicas devido em cada período de apuração, vedada a dedução como despesa operacional na determinação do Lucro Real e da base de cálculo da contribuição social sobre o Lucro Líquido.
Conforme determina o art. 9º, I, da IN SRF 11/96, a pessoa jurídica poderá deduzir, para efeito de pagamentodo Imposto de Renda o valor dos incentivos fiscais de dedução do imposto relativos ao Programa de Alimentação do Trabalhador, às Doações aos Fundos da Criança e do Adolescente, às Atividades Culturais ou Artísticas e Atividade Audiovisual, observados os limites e prazos previstos na legislação.
Vale destacar que, segundo determina o § 3º do art. 12, da IN SRF n° 267/02, a pessoa jurídica poderá doar bens, devendo, entretanto, comprovar a propriedade dos bens, mediante documentação hábil; considerar como valor dos bens doados o valor contábil; e, por fim, proceder à baixa dos bens doados na escrituração comercial.
Doações às atividades culturais ou artísticas
Conforme estabelece o art. 15 da IN SRF nº 267/02, a pessoa jurídica poderá deduzir do imposto devido as quantias efetivamente realizadas no período de apuração a título de doações ou patrocínio, tanto mediante contribuições ao Fundo Nacional de Cultura (FNC), quanto mediante apoio direto a projetos.
De acordo com a referida IN, serão aceitas as contribuições destinadas a:
I) Projetos culturais, aprovados na forma da regulamentação do Programa Nacional de Apoio à Cultura (PRONAC);
II) Projetos relacionados à produção cultural, nos segmentos de: artes cênicas; livros de valor artístico, literário ou humanístico; música erudita ou instrumental; exposições de artes visuais; doações de acervos para bibliotecas públicas, museus, arquivos públicos e cinematecas, bem assim treinamento de pessoal e aquisição de equipamentos para a manutenção desses acervos; produção de obras cinematográficas e videofonográficas de curta e média metragem e preservação e difusão do acervo audiovisual; e, por fim, preservação do patrimônio cultural material e imaterial; e
III - Projetos relativos à produção de obras cinematográficas e videofonográficas brasileiras de longa, média e curta metragens de produção independente, de co-produção de obras cinematográficas e videofonográficas brasileiras de produção independente, de telefilmes, minisséries, documentais, ficcionais, animações e de programas de televisão de caráter educativo e cultural, brasileiros de produção independente, aprovados pela Agência Nacional do Cinema (ANCINE).
Os projetos culturais devem ser previamente aprovados pelo Ministério da Cultura (MinC) e, no caso específico das obras cinematográficas e videofonográficas, devem ser aprovados, também, pela ANCINE.
 Em conformidade com a referida IN SRF, o limite máximo de dedução permitida é de 4% do imposto devido, sendo vedada a dedução da parcela excedente a este limite do imposto devido em períodos de apuração posteriores.
 O valor das doações ou patrocínios às atividades culturais ou artísticas, também, não poderão ser deduzido como despesa operacional.
Doações às atividades audiovisuais
Segundo determina o art. 1ºA, da Lei 11.437/06, até o ano-calendário de 2016, inclusive, as pessoas jurídicas poderão deduzir do imposto de renda devido as quantias referentes ao patrocínio à produção de obras cinematográficas brasileiras de produção independente, cujos projetos tenham sido previamente aprovados pela ANCINE.
O limite máximo de dedução permitido relativo a investimentos em atividade audiovisual é de 4% do imposto devido. De acordo com o art. 39, da IN SRF N 3º 267/02, a dedução poderá ser efetuada no imposto apurado mensalmente, por estimativa, no trimestre ou no ano, mediante ajuste anual.
Para as pessoas jurídicas que efetuarem os recolhimentos mensais por estimativa, o valor investido poderá ser deduzido do imposto devido no mês em que foi aplicado, podendo o excedente ser deduzido nos meses subsequentes, até dezembro do mesmo ano-calendário.
Na apuração trimestral, a dedução corresponderá somente ao valor dos investimentos efetuados dentro do respectivo trimestre de apuração. Vale ressaltar que se o valor do incentivo deduzido durante o período de apuração for superior ao calculado com base no imposto devido no ajuste anual, a diferença deverá ser recolhida no mesmo prazo fixado para o pagamento da quota única do imposto.
Desenvolvimento tecnológico industrial / agropecuário
Conforme estabelecem os Decreto n° 96.760/88 e n° 949/93, a pessoa jurídica titular de Programa de Desenvolvimento Tecnológico Industrial – PDTI - ou Programa de Desenvolvimento Tecnológico Agropecuário – PDTA -, nos termos do poderá deduzir do imposto devido o valor equivalente ao resultado da aplicação da alíquota de 15% sobre o total dos dispêndios realizados em atividades de desenvolvimento tecnológico no período de apuração, observados os limites permitidos. O limite máximo de dedução do Imposto de Renda não poderá exceder, isoladamente, a 4% do Imposto de Renda Devido.
Incisos do art. 17 da Lei 11.196/05:
I - dedução, para efeito de apuração do Lucro Líquido, de valor correspondente à soma dos dispêndios realizados no período de apuração com pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica classificáveis como despesas operacionais pela legislação do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ - ou como pagamento na forma prevista no § 2º deste artigo;
II - redução de 50% do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI - incidente sobre equipamentos, máquinas, aparelhos e instrumentos, bem como os acessórios sobressalentes e ferramentas que acompanhem esses bens, destinados à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico;
III - depreciação integral, no próprio ano da aquisição, de máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos, novos, destinados à utilização nas atividades de pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica, para efeito de apuração do IRPJ e da CSLL;
IV - amortização acelerada, mediante dedução como custo ou despesa operacional, no período de apuração em que forem efetuados, dos dispêndios relativos à aquisição de bens intangíveis, vinculados exclusivamente às atividades de pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica, classificáveis no ativo diferido do beneficiário, para efeito de apuração do IRPJ;
V - redução a 0 (zero) da alíquota do imposto de renda retido na fonte nas remessas efetuadas para o exterior destinadas ao registro e manutenção de marcas, patentes e cultivares.
Limites globais dos incentivos
Segundo estabelece o art. 54 da IN SRF nº 267/2002, na hipótese de utilização conjunta dos incentivos fiscais, a pessoa jurídica deverá observar, em cada período de apuração, os seguintes limites globais de dedução do imposto devido:
I – 4% para os PDTI, PDTA, aprovados após 03 de junho de 1993 e PAT;
II – 4% para atividade cultural ou artística e atividade audiovisual, inclusive os relativos à aquisição de quotas de FUNCINES;
III – 8% para os PDTI, aprovados até 03 de junho de 1993 e PAT.
Vale ressaltar que o incentivo aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente não está submetido à limitação global, quando utilizado em conjunto com os demais incentivos fiscais.
CONTABILIDADE E GESTÃO TRIBUTÁRIA II – AULA 07 – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO: ASPECTOS CONCEITUAIS
A Contribuição Social sobre o Lucro das pessoas jurídicas – CSSL -, também denominada Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL - é um tributo de competência exclusiva da União Federal, prevista no art. 149 da Constituição da República Federativa do Brasil. Nesta aula, você conhecerá o conceito da CSLL, bem como a legislação que a regulamenta. Além disso, você compreenderá a base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL - e, por fim, identificará o contribuinte e as alíquotas.
Aspectos conceituais da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL
O vocábulo contribuição, originário do latim contribuo, significa contribuir, cooperar, concorrer para a realização de um fim.
A Contribuição Social Sobre o Lucro – CSSL - ou, como é mais conhecida, Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido – CSLL - é um tributo de competência exclusiva da União Federal.
De acordo com a legislação vigente, estão sujeitas ao pagamento da CSLL as pessoas jurídicas e as pessoas físicas a elas