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* * CRIMES CONTRA A FAMÍLIA * * CRIMES Bigamia Registro de nascimento inexistente Parto suposto, supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil de recém-nascido * * 1) BIGAMIA * * BIGAMIA Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento: Pena - reclusão, de dois a seis anos. § 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de um a três anos. § 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por motivo que não a bigamia, considera-se inexistente o crime. * * BIGAMIA 1.1) BEM JURÍDICO A organização da família A ordem jurídica matrimonial * * BIGAMIA 1.2) SUJEITOS Ativo: A pessoa que, casada, contrai novo casamento, ou que, solteira, viúva ou divorciada, se casa com pessoa que sabe ser casada. Passivos: Primário: O Estado Secundários: o cônjuge do primeiro casamento e o contraente do segundo, se de boa-fé. * * BIGAMIA 1.3)Tipo subjetivo Dolo 1.4) Consumação Ocorre com a celebração do novo casamento 1.5) Tentativa admissível * * BIGAMIA 1.6) Forma privilegiada Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de um a três anos. 1.7) Ação pública incondicionada * * ATENÇÃO: Não se pode falar em bigamia quando o agente mantinha anteriormente com alguém união estável. O casamento religioso com efeito civil será considerado para fins de bigamia; CONSUNÇÃO:O crime de falsidade ideológica é fase de realização do crime de bigamia. O crime-fim (bigamia) absorve o crime-meio. * * BIGAMIA Casamento civil entre pessoas do mesmo sexo Há bigamia? Resolução n. 175 do CNJ Em 2013, foram realizados 3.701 registros de casamentos entre cônjuges de mesmo sexo, dos quais 52,0% foram entre mulheres e 48,0% entre homens. * * 2) REGISTRO DE NASCIMENTO INEXISTENTE * * REGISTRO DE NASCIMENTO INEXISTENTE Art. 241 - Promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente: Pena - reclusão, de dois a seis anos. * * REGISTRO DE NASCIMENTO INEXISTENTE 2.1 Bem jurídico Estado de filiação 2.2 Sujeitos Ativo: qualquer pessoa Passivo: Primário – o Estado Secundário – todas pessoas eventualmente prejudicadas pelo registro * * REGISTRO DE NASCIMENTO INEXISTENTE 2.3) Tipo objetivo Busca-se a inserção (registro) de nascimento inexistente, isto é, de nascimento que não ocorreu ou de nascimento de natimorto. O delito de falsidade é absorvido pelo registro de nascimento existente (Consunção) * * REGISTRO DE NASCIMENTO INEXISTENTE 2.4) Tipo subjetivo Dolo 2.5) Consumação Com a efetiva inscrição no Registro Civil de nascimento inexistente. 2.6) Tentativa Admissível * * 3) PARTO SUPOSTO, SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE DIREITO INERENTE AO ESTADO CIVIL DE RECÉM-NASCIDO * * PARTO SUPOSTO, SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE DIREITO INERENTE AO ESTADO CIVIL DE RECÉM-NASCIDO Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil: Pena - reclusão, de dois a seis anos. * * PARTO SUPOSTO, SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE DIREITO INERENTE AO ESTADO CIVIL DE RECÉM-NASCIDO 3.1 Bem jurídico O estado de filiação e também a fé púbica no Registro Civil. 3.2 Sujeitos Ativo: Na modalidade “dar parto alheio como próprio”, apenas a mulher. Nas demais modalidades, qualquer pessoa. * * PARTO SUPOSTO, SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE DIREITO INERENTE AO ESTADO CIVIL DE RECÉM-NASCIDO 3.2 Sujeitos Passivos: O Estado, bem como os herdeiros prejudicados, as pessoas lesadas pelo registro e os recém-nascidos. * * PARTO SUPOSTO, SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE DIREITO INERENTE AO ESTADO CIVIL DE RECÉM-NASCIDO 3.3 Tipo objetivo a) Dar parto alheio como próprio; Ocorre a primeira modalidade quando o agente cria situação em que a gravidez e o parto são simulados e, ao depois, apresenta recém-nascido alheio como se fosse próprio, ou quando, embora tenha havido o parto, o natimorto foi substituído por filho alheio. * * PARTO SUPOSTO, SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE DIREITO INERENTE AO ESTADO CIVIL DE RECÉM-NASCIDO b) registrar como seu o filho de outrem; Verifica-se quando o sujeito ativo promove a inscrição no Registro Civil de filho de outrem como se seu fosse. Embora real o nascimento, é falsa a filiação declarada. Adoção à brasileira * * ADOÇÃO À BRASILEIRA CASO DO VALE DO JEQUITINHONHA (MG) “A pobreza lá é grande. E há várias adoções ilegais na região. Uma mãe me ofereceu a criança de 2 meses por R$ 1 mil. Fiz a denúncia ao promotor de Justiça, que não foi sequer averiguada. Em 15 dias, a criança tinha desaparecido. Há muito mais crianças adotadas de maneira ilegal do que imaginamos” Janete Aparecida Silva Oliveira, do grupo de apoio à adoção De Volta pra Casa * * ADOÇÃO À BRASILEIRA “Quem procura criança fora dos meios legais presta um desserviço à lei, à sociedade e à criança. A lei foi pensada sob a ótica interdisciplinar, por especialistas que sabem que o não respeito às normas acarreta problemas. Não há benefício para a criança” Murillo Digiácomo, Promotor de Justiça * * PARTO SUPOSTO, SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE DIREITO INERENTE AO ESTADO CIVIL DE RECÉM-NASCIDO c) ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil Troca por outro (vivo ou morto) * * PARTO SUPOSTO, SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE DIREITO INERENTE AO ESTADO CIVIL DE RECÉM-NASCIDO 3.4 Tipo subjetivo Dolo Nas modalidades “ocultar recém-nascido ou substitui-lo”: especial fim de agir – para suprimir ou alterar direito inerente ao estado civil. * * PARTO SUPOSTO, SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE DIREITO INERENTE AO ESTADO CIVIL DE RECÉM-NASCIDO 3.5 Consumação Com a situação que altera o estado de filiação, com o efetivo registro, com a supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil. 3.6 Tentativa Admissível * * PARTO SUPOSTO, SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE DIREITO INERENTE AO ESTADO CIVIL DE RECÉM-NASCIDO 3.7 Forma privilegiada e perdão judicial Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobreza: Pena - detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de aplicar a pena. * * PARTO SUPOSTO, SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE DIREITO INERENTE AO ESTADO CIVIL DE RECÉM-NASCIDO Reconhecida nobreza? - A morosidade do processo de adoção não é motivo idôneo para a prática de atos ilegais. Inexistência de comprovação do motivo altruísta que enseje a aplicação da figura privilegiada do art. 242, par. Único do CP. - Há que se reconhecer, em favor dos réus, o perdão judicial, se estes agiram imbuídos de reconhecida nobreza, por ser filho legítimo da mulher e levando-se em conta que o verdadeiro pai não efetuou o registro por estar foragido da Polícia * * CASO PEDRINHO * * CASO PEDRINHO O caso Pedrinho comoveu o país quando ele foi sequestrado, poucas horas depois de nascer, no dia 21 de janeiro de 1986, em uma maternidade de Brasília.Mais de uma década depois do sequestro, as fotos do bebê foram publicadas em vários sites de pessoas desaparecidas. Foram várias pistas falsas. Até que, em 2002, Vilma Martins foi reconhecida como a sequestradora do bebê, que ela registrou como filho e deu o nome de Osvaldo Martins Borges Júnior, em Goiânia. * * CASO PEDRINHO CONDENAÇÃO DA VILMA 1ª Conduta- Em Brasília subtraiu o menor (art. 249) do Código Penal; 2ª Conduta- Em Goiânia se fez passar por parturiente dando parto alheio como se seu fosse (art. 242, 1ª figura); 3ª Conduta- Registrar com seu o filho de outrem (art. 242, segunda figura). Condenada a 15 anos de detenção em 2003 pelo sequestro de dois bebês. http://www.conjur.com.br/2003-ago-26/conheca_sentenca_condena_vilma_martins_goias
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