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1 C U R S O D E AUDITORIA DE DESEMPENHO Uma Abordagem Estratégica ALDEMIR RODRIGUES MARTINS BRASÍLIA DF, 5 DE JULHO Abril/2000 2 RESUMO O Professor Barruch Lev citado por WEBBER (2000) em seu artigo New Math for a New Economy, afirma que “... os sistemas contábeis e de demonstrações financeiras que são usados atualmente datam de mais de 500 anos. Estes sistemas não são apenas parte da velha economia, mas sim parte da velha, velha economia.” As demonstrações financeiras tradicionais, portanto, não atendem mais às demandas da sociedade atual, na qual o conceito do valor é criado a partir de ativos intangíveis como por exemplo idéias, marcas e métodos de trabalho. A proposta deste artigo é demonstrar o gerenciamento de custos e de desempenho que visam substancialmente o aumento da lucratividade e a melhoria do desempenho das empresas, tendo como referencial o enfoque estratégico do processo de tomada de decisão. 3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 1 2. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 2 2.1. O QUE É E PARA QUE SERVE 2 67676200.67676240. OS RELATÓRIOS PADRONIZADOS 3 67676200.67676241. ÍNDICES E ANÁLISES DECORRENTES 5 67676200.67676242. ANÁLISES COMPARATIVAS 7 67676200.67676243. AS LIMITAÇÕES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 8 67677136. CUSTEIO BASEADO NA ATIVIDADE 12 67677137. VALOR ECONÔMICO AGREGADO 15 67677138. BALANCED SCORECARD 16 67677139. INFORMAÇÕES ESTRATÉGICAS E SOCIAIS 19 4 67677140. CONCLUSÃO 22 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 23 5 1. INTRODUÇÃO Vivemos atualmente numa época de incertezas e desafios em que os gestores são obrigados a tomar decisões importantes cada vez mais depressa nas organizações. Um sistema de custos eficaz é um dos principais elementos que embasa o processo de tomada de decisão. Neste ambiente cresce a consciência de que as demonstrações financeiras tradicionais são ainda necessárias porém não mais suficientes para prover uma avaliação efetiva de desempenho de uma organização Inicialmente serão apresentadas as demonstrações financeiras tradicionais, sua utilização e suas limitações. Em seguida será apresentada a metodologia de custeio baseada na atividade – sistema ABC (do inglês Activity Based Cost), cujo foco, diferentemente dos sistemas de custeio de tradicionais baseados no produto, está direcionado para os processos e atividades que geram os produtos. Após uma rápida passagem pelo indicador de valor econômico agregado – EVA (do inglês Economic Value Added), será feita uma abordagem sobre o Balanced Scorecard que contempla medidas financeiras e não financeiras interligadas que direcionam o rumo de uma organização. Por último, será apresentada a idéia de informações estratégicas e sociais (balanço social), característica de organizações com visão mais abrangente do negócio e de suas implicações para a sociedade. 2. 6 ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 2.1. O QUE É E PARA QUE SERVE As demonstrações financeiras, compostas pelo balanço patrimonial, pela demonstração de resultados do exercício, pela demonstração de lucros ou prejuízos acumulados e pela demonstração das origens e aplicações de recursos, representam, em conjunto, segundo BRIGHAM e HOUSTON (1999) a “visão contábil das operações e da situação financeira da empresa”. Para ROSS et ali (1998) as demonstrações financeiras são, “o principal instrumento de transmissão de informação financeira tanto dentro da empresa quanto fora”. As demonstrações financeiras e suas análises focalizam os seguintes principais objetivos: ❑ Atendimento das determinações legais (Brasil lei 6404/76), das autoridades tributárias. ❑ Fornecimento de informações contábeis para apoios e suportar as decisões de investidores. ❑ Possibilitar aos administradores, informações algumas vezes únicas, de desempenho da organização e de suporte aos processos internos de tomada de decisão relativa ao futuro empresarial. As demonstrações financeiras, tendo em vista que são elaboradas de conformidade com uma única lei e com base em “princípios contábeis geralmente aceitos” possibilitam também a comparação do “desempenho” entre empresas distintas. 7 67677648.67677696. OS RELATÓRIOS PADRONIZADOS A seguir é apresentado um resumo das principais características de cada um dos relatórios padronizados que compõem o conjunto de demonstrações financeiras. BALANÇO PATRIMONIAL Este relatório representa uma fotografia contábil da empresa em um determinado momento. Considerado pelos analistas como a principal demonstração financeira, o balanço patrimonial é apresentado por duas colunas: a da esquerda que sintetiza os “ativos” que a empresa possui e a da direita que mostra o que a empresa deve (exigibilidades) e o seu patrimônio líquido). O balanço patrimonial, representado pela fig. 2.2.a e caracterizado pela chamada equação ou identidade do balanço: ATIVOS = EXIGIBILIDADES + PATRIMÔNIO LÍQUIDO Figura 2.2.a Balanço Patrimonial Fonte (ROSS et all (1999, PG. 39) 8 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO Este demonstrativo, contém todas as operações realizadas em um determinado período, geralmente mês, trimestre ou ano, possibilitando avaliar o desempenho da empresa no período. A demonstração de resultados é representada por: RECEITA – DESPESAS = LUCRO DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS E PREJUÍZOS ACUMULADOS A demonstração de lucros e prejuízos acumulados tem por objetivos mostrar a variação dos lucros acumulados entre as datas de dois balanços patrimoniais, ou seja, a cada balanço, quanto do lucro foi retido pela empresa para que possa ser reinvestido no negócio. DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS Este demonstrativo tem por objetivo mostrar, para um período, como a empresa obteve caixa (origens) bem como o mesmo foi desembolsado (aplicações). Estas informações são retiradas do balanço com base nas seguintes regras: Um aumento no ativo ou uma redução na exigibilidade ou no patrimônio líquido representa uma aplicação de caixa ou recurso e o contrário, ou seja, redução do ativo ou aumento da exigibilidade ou do patrimônio líquido representa uma fonte de caixa. Exemplos:Fontes de Recursos ❑ Aumento a fornecedores ❑ Aumento do Capital Social ❑ Redução de Estoques Aplicações de Recursos ❑ Aumento de Contas a Receber 9 ❑ Redução de Títulos a Pagar ❑ Aumento de Estoques 67677648.67677697. ÍNDICES E ANÁLISES DECORRENTES A partir das demonstrações financeiras, vários índices são obtidos e utilizados pelos administradores e investidores para avaliar a saúde financeira da organização. Como se verá mais adiante (item 2.5) estes índices não possibilitam uma análise completa do desempenho empresarial, porém, em alguns casos são a única opção. Além disto estes índices possibilitam comparações entre empresas e da empresa em análise com valores de referência. O conjunto de índices a seguir apresentados, é um resumo obtido a partir de BRIGHAM e HOUSTON (1999) e ROSS et all (1998). ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE Um dos mais conhecidos e utilizados, este índice possibilita avaliar a capacidade da empresa de pagar suas contas no curto prazo. ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECA Representa a capacidade de pagamento das contas no curto prazo sem considerar a necessidade de venda dos estoques. O cálculo da liquidez sem os estoques justificase pelo fato de que: ❑ Os estoques geralmente são os ativos de menor liquidez ❑ Os valores contábeis dos estoques, em decorrência, por exemplo, da qualidade e obsolecência, são menos confiáveis como medida de valor de mercado. 10 11 ÍNDICE DE GIRO DO ESTOQUE Partindo do princípio de que estoques excedentes são improdutivos, este índice dá uma visão da eficiência com que a empresa usa seus estoques. ÍNDICE DE GIRO DE CONTAS A RECEBER Este índice possibilita avaliar a velocidade com que a empresa cobra suas dívidas. GIRO DO ATIVO TOTAL O giro do ativo total dá a idéia da eficiência da utilização do ativo total. ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO GERAL Este índice mostra quanto do financiamento total da empresa foi fornecido por terceiros. ÍNDICE DE COBERTURA DE JUROS Com este índice é possível avaliar a capacidade da empresa de atender as suas despesas anuais de juros. 12 ÍNDICE DE COBERTURA DE CAIXA Semelhante ao índice Cobertura de Juros, porém considerando a depreciação (que efetivamente não é desembolsada) o que mostra melhor a capacidade de pagamento dos juros. ÍNDICES DE RENTABILIDADE Como conseqüência das ações e políticas empresariais, que podem ser analisadas pelos índices anteriormente apresentados, ocorrem os resultados da organização cuja rentabilidade é expressa pelos índices a seguir definidos. 67677648.67677698. ANÁLISES COMPARATIVAS As demonstrações financeiras e os índices delas decorrentes possibilitam, também a realização de análises comparativas de dois tipos: 13 ANÁLISE DE TENDÊNCIAS Este tipo de análise possibilita informações para a tomada de decisão dos administradores e dos investidores, tendo por base o comportamento dos índices financeiros da organização nos últimos anos. ANÁLISE COMPARATIVA DE REFERÊNCIA Com esta análise é possível comparar os resultados da organização com os de outra do mesmo ramo, cujos índices são definidos como valores de referência de desempenho. É possível também, com este método, fazer a comparação de resultados e desempenho entre unidades e/ou filiais de um organização. 67677648.67677699. AS LIMITAÇÕES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Na era da informação e do conhecimento caracterizada por um nível de mudanças cada vez mais rápido, por inovações tecnológicas, por nível de obsolescência elevado e por clientes cada vez mais exigentes, a missão do administrador de “maximizar o valor de mercado do capital dos proprietários existentes “ (ROSS et all, 1998) não pode ser alcançado somente com a análise de índices financeiros, em virtude das limitações em responder as questões hoje necessárias ao desempenho satisfatório das organizações. Dentre esta limitações destacamse: Para KAPLAN e COOPER (1998), estes demonstrativos, além de não possibilitarem aos administradores a definição de um novo e rentável caminho para o futuro, pois relatam o passado, eles têm as seguintes lacunas: ❑ Os custos dos produtos são distorcidos; ❑ Os gastos com obtenção de clientes, quando apresentados, são também bastante distorcidos; 14 ❑ Os custos não são levantados por atividades ou processos e sim por centro de responsabilidades sem distinção de atividades primárias (ligadas ao produto) ou secundários (de apoio); ❑ Não oferecem condições de melhoria dos produtos, processos, aprendizado e relacionamento com clientes e ❑ As informações além de serem essencialmente financeiras e insuficientes para a tomada de decisão nesta época de acirrada competição, chegam com atraso para os gerentes. Na visão de BRIGHAM e HOUSTON (1999) são as seguintes, as principais limitações das análises de demonstrações financeiras. ❑ Os números apresentados nos balanços são históricos e muitas vezes bastante diferentes dos valores de mercado; ❑ O contas a receber, pode apresentar contas incobráveis, o que dependendo dos valores, distorcem o resultado das análises; ❑ A qualidade dos estoques não pode ser verificada e, dependendo da quantidade de itens com defeitos e/ou obsoletos, mais uma vez, os números não são confiáveis; ❑ Ainda que realizadas com base nos “princípios contábeis geralmente aceitos” as demonstrações diferem, por exemplo, de país para país induzindo a análises comparativas equivocadas e ❑ As empresas podem utilizar técnicas de “maquiagem” para fazer com que suas demonstrações financeiras pareçam melhores do que realmente são. Por exemplo, empréstimos feitos quase no fim do período e pagos no início do outro, para melhorar os índices de liquidez. Em ROSS et all (1998) as limitações apresentadas são bastante semelhantes as mostradas por BRIGHAM e HOUSTON (1999) nas quais é acrescida a limitação relativa à pequena ajuda que as demonstrações financeiras proporcionam no processo de análise de valor e de risco. 15 No artigo “A Stakeholder Approach to Strategic Performance Management”, ATKINSON et all (1999) mostram que o uso das demonstrações financeiras para análise de desempenho empresarial apresenta as seguintes falhas: ❑ Não são adequadas para o processo estratégico de tomada de decisão; ❑ Não podem ser usadas paraprevisão, uma vez que são baseadas exclusivamente em dados históricos; ❑ Ignora totalmente as importantes questões relativas à satisfação do cliente e ❑ Não oferece informações relativas aos processos e pessoas da organização. WEBBER (2000), ROEHM e CASTELLANO (1999) e TIPPING (1999) além de algumas limitações já citadas, acrescentam as seguintes: ❑ O sistema contábil e suas demonstrações financeiras são antigos (500 anos) e não responde às questões da nova Economia na qual a criação de valor está associada a valores intangíveis, tais como idéias, valor das marcas e formas de trabalho. ❑ Indicadores financeiros não fornecem as informações necessárias para o acompanhamento e ações gerenciais de melhoria dos processo. ❑ Os demonstrativos financeiros mostram, um tempo depois, o que aconteceu sem explicar porque aconteceu, inviabilizando, portanto, o levantamento das relações causa e efeito, tão importante nos processos de análise e melhoria de desempenho. A necessidade de se complementar as análises de desempenho com outros indicadores, além dos financeiros, fica evidente face às limitações dos mesmos e, para exemplificar, é a seguir transcrita de “Gerenciamento Estratégico e as Informações Contábeis”, do professor SOUZA (1996) uma “mensagem” de Luca Paccioli, o inventor da Contabilidade: “... no século XV, quando inventei o tratado das partidas dobradas, não existiam computadores e as relações comerciais eram primitivas. A competitividade não se revestia de sofisticação 16 mercadológica e era praticada sob os rudimentos das leis de mercado. Na época não se falava na globalização da economia... E a tecnologia avançada detonadora das técnicas de comércio, só em sonho passava pela cabeça das pessoas. Tudo isto aconteceu e vocês muito pouco inovaram. Se eu convivesse com vocês e inventasse as partidas dobradas em 1996, certametne acrescentaria muito mais à ciência contábil. A realidade é que a minha contribuição aconteceu no século XV, agora é a vez de vocês. Espero que assumam a responsabilidade, inovem, e não me decepcionem ...” Mostrar algumas “inovações” na área da contabilidade gerencial é o objetivo dos próximos capítulos. 17 67678120. CUSTEIO BASEADO NA ATIVIDADE Com o objetivo de fornecer informações adicionais e necessárias àquelas das demonstrações financeiras, para o processo de tomada de decisão foi criado por KAPLAN e COOPER (1998) o sistema de custeio baseado na atividade sistema ABC (do inglês Activity Based Cost) que, diferentemente dos sistemas de custeios tradicionais, não tem o foco na alocação de custos a produtos, mas sim em buscar respostas a quatro questionamentos: ❑ Quais as atividades que estão sendo realizadas na empresa? ❑ Qual é o custo para a realização destas atividades e dos processos de negócio da empresa? ❑ Quais as razões que justificam a realização destas atividades e os processos de negócio? ❑ Quanto de cada atividade é necessária para produtos, serviços e clientes? Segundo estes autores, “um modelo ABC é um mapa econômico das despesas e lucratividades da organização baseado nas atividades organizacionais. Referirse a ele como um mapa econômico baseado na atividade e não como um sistema de custeio, talvez estabeleça seu propósito. É possível chegar de um lugar a outro sem um mapa?... quando um território é novo e as condições mudaram muito em relação à experiência anterior, um sistema de informações, assim como um bom mapa ou bons projeto, tem valor inestimável”. 18 As figuras 3a e 3b mostram de forma esquemática as principais diferenças entre os sistemas de custeio tradicional (foco no custo do produto) e os sistemas ABC (foco nas atividades, produtos, serviços e clientes). Figura 3a – Sistema de Custeio Tradicional Fonte: KAPLAN e COOPER (1998, pg. 98) Figura 3b – Sistema de Custeio Baseado na Atividade Fonte: KAPLAN e COOPER (1998, pg. 99) 19 A implantação de um sistema ABC, com as respostas às quatro questões colocadas no início deste capítulo, possibilitam aos gerentes, além do conhecimento e custos de atividades e processos, decisões e ações de melhoria de desempenho empresarial que incluem, entre outras, o lançamento de novos produtos, alteração e/ou eliminação de atividades, produtos e até processos, fortalecimento de competências e habilidades, etc... Para GEISHECKER (1997) os sistemas ABC proporcionam informação, racionalização e orientação para o mercado, hoje, três elementos essenciais de vantagem competitiva para as organizações. Segundo ela o benefício mais expressivo dos sistemas ABC “é a capacidade de reunir todas as informações necessárias para a operação da empresa.” A implantação de um sistema ABC é feita com base em quatro etapas seqüenciais (KAPLAN e COOPER, 1998): ❑ Desenvolvimento de um dicionário das atividades da empresa; ❑ Determinação de quanto a organização gasta em cada uma das atividades; ❑ Identificação dos produtos, serviços e clientes da organização e ❑ Seleção de geradores de custo da atividade que associam os custos da mesma aos produtos, serviços e clientes. É certo que os sistemas ABC não preenchem todas as lacunas das demonstrações financeiras , para suporte à tomada de decisões dos administradores, mas sem dúvida respondem a algumas relativas à: ❑ Relacionamento com clientes; ❑ Estrutura de custos mais próximos da realidade e ❑ Melhoria de processos. 20 67678121. VALOR ECONÔMICO AGREGADO Para resolver mais uma lacuna das demonstrações financeiras, qual seja a de não considerar o custo de utilização do capital próprio, foi criado pela Stern Stwart & Co, o índice Valor Econômico Agregado – EVA (do inglês Economic Value Added). Segundo BRIGHAM e HOUSTON (1999), o lucro operacional é superestimado e com o EVA calculase a verdadeira lucratividade de uma operação. Sua forma de cálculo é bastante simples, basta subtrair do lucro operacional pós imposto de renda, o custo do capital próprio, utilizandose para isto uma taxa média de mercado. UM EXEMPLO: Capital próprio empregado 840.000,00 R$ Lucro pós imposto de renda 86.000,00 R$ Custo do capital a 12% 100.800,00 R$ EVA (14.800,00) R$ Este indicadorde fácil cálculo tem sido usado pelas empresas como um direcionador estratégico e segundo KAPLAN e COOPER (1998) se for utilizado em conjunto com o sistema ABC calculado no nível de atividades, produtos e clientes possibilita aos gerentes ações de melhoria direcionadas e específicas em atividades, produtos ou clientes e não de forma generalizada em uma unidade ou na empresa, como normalmente acontece quando se usam os tradicionais sistemas contábeis. 21 67678122. BALANCED SCORECARD Face as limitações do uso exclusivo de indicadores financeiros no processo de análise e melhoria do desempenho empresarial, KAPLAN e NORTON (1997) desenvolveram o Balanced Scorecard – BSC o qual, além das medidas financeiras contempla também a mensuração de produtos em fase de criação e testes préprodução, inovação em processos, competências, habilidades, motivação e flexibilidade dos funcionários, lealdade dos clientes e tecnologia/ sistemas de informação. No BSC as medidas financeiras do desempenho passado são complementadas com medidas voltadas ao desempenho futuro uma vez que o mesmo é desenvolvido com base na visão e estratégia da empresa. O BSC por estar correlacionado com a visão e estratégia é um instrumento gerencial estratégico, que permite aos administradores tomar decisões levando em conta relações de causa e efeito (integração) de indicadores em quatro perspectivas: ❑ Financeira Que objetiva mostrar como os acionistas enxergam a empresa ❑ Clientes Cujo objetivo é mostrar como a empresa é vista pelos clientes ❑ Processos de Negócio Que focaliza os processos críticos onde é fundamental ter excelência ❑ Aprendizado e Conhecimento Que mostra a capacidade interna da empresa de mudar e melhorar Estas medidas podem também ser utilizadas para a articulação e comunicação da visão e estratégias da empresa bem como para o desdobramento das estratégias até o nível de execução individual de tarefas. 22 A figura 5a a seguir mostra a estrutura básica de mensurações no BSC interrelaçionadas com a visão e estratégia. Figura 5a Interrelações no BSC Fonte: KAPLAN e COOPER (1998, pg. 10) Com base no exposto e conforme palavra de seus autores, o BSC “preserva os indicadores financeiros como síntese final do desempenho gerencial e organizacional, mas incorpora um conjunto de medidas genérico e integrado que 23 vincula o desempenho sob a ótica dos clientes, processo internos, funcionários e sistemas ao sucesso financeiro a longo prazo”. Assim podese observar uma cadeia de relações de causa e efeito que permeia as quatro perspectivas do BSC conforme mostrado na figura 5b. Figura 5b Exemplo de relações de causa e efeito entre as mensurações Fonte HSM – palestra Kaplan 24 6. INFORMAÇÕES ESTRATÉGICAS E SOCIAIS 6.1. INFORMAÇÕES ESTRATÉGICAS E SOCIAIS Tendo por princípio que as informações constantes nas demonstrações financeiras são insuficientes para as decisões dos investidores, as empresas tem colocado em seus balanços anuais informações complementares que visam preencher algumas das lacunas já citadas. Como exemplo podem ser citados os balanços da CEB Companhia Energética de Brasília, da INFRAERO – Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária e ELETRONORTE – Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. onde são mostrados, entre outros, os seguintes dados e indicadores não financeiros: ❑ Metas estratégicas ❑ Investimentos em pesquisa ❑ Investimentos em desenvolvimento de pessoal ❑ Contratos de longo prazo ❑ Caracterização e segmentação dos clientes ❑ Nível de satisfação dos clientes ❑ Processo de gestão da qualidade ❑ Processo de gestão ambiental ❑ Ações sociais e de desenvolvimento da comunidade 6.2. BALANÇO SOCIAL 25 Ampliase no mundo a consciência quanto à responsabilidade social das organizações. O conceito de responsabilidade social pressupõe que a comunidade e a sociedade sejam reconhecidas como partes interessadas das organizações. Dessa forma estas últimas passam a investir em programas de preservação do meio ambiente ou que contribuam para a qualidade de vida de seus trabalhadores e da comunidade onde as organizações encontramse inseridas. Ao final de um determinado período a empresa contabiliza os benefícios proporcionados pela sua atuação em relação aos custos para a sociedade ou vantagens extraídas do ambiente em que atua, em um documento denominado balanço social. Embora não exista um padrão para apresentação dos resultados, sejam quantitativos ou qualitativos, o balanço social deve ser algo similar a um balanço financeiro adaptado ao campo social. O Projeto de Lei nº 3.116 de 1997 de autoria de Martha Suplicy e outros, estabelece a exigência de apresentação do balanço social às empresas públicas em geral e às empresas privadas com mais de cem empregados. O balanço social proposto pela lei deve conter informações relativas à: 01 Demonstrações financeiras 02 Número de empregados 03 Encargos sociais 04 Tributos pagos 05 Alimentação dos empregados 06 – Educação dos empregados 07 Saúde dos empregados 08 Segurança no trabalho 26 09 Seguros 10 Previdência 11 Investimentos na comunidade 12 Investimentos em meio ambiente É válido ressaltar que o Projeto de Lei 3.116 faz menção à França que, desde 1977, impõe às empresas a obrigatoriedade da elaboração do balanço social. Embora este Projeto de Lei esteja atualmente paralisado no Congresso Nacional observase já uma tendência à elaboração, análise e divulgação do balanço social por empresas que buscam na transparência de atuação uma maneira de demonstrar que além de metas de lucratividade e rentabilidade têm também preocupação com os benefícios para as demais partes interessadas. 27 7. CONCLUSÃO Nesse artigo buscouse mostrar a necessidade de uma nova abordagem para a contabilidade de custos tradicional tendo em vista a dinâmica das mudanças em curso. Conforme apresentado, tais informações podem estar vinculadas a sistemas de custos ABC, indicadores de Valor Econômico Agregado – EVA, Balanced Scorecard e informaçõesestratégicas e sociais. O Balanced Scorecard por se tratar de um sistema de indicadores financeiros e não financeiros correlacionados permite grande visibilidade para avaliação de desempenho e para a gestão estratégica sendo hoje um instrumento de gestão bastante utilizado pelas empresas classe mundial, contudo todas as formas citadas possuem importância, de acordo com o perfil de cada organização. A questão que causa grande desconforto está no fato de que as demonstrações financeiras tradicionais, a despeito de toda as limitações apontadas, ainda são o mecanismo de avaliação de desempenho e tomada de decisão, mais freqüentemente utilizado pelas organizações. Como continuidade, sugerese a ampliação do estudo, incorporando informações adicionais tais como a análise de riscos e a mensuração dos ativos intangíveis de uma organização de forma a tornar as avaliações de desempenho e o processo de tomada de decisão efetivos. 28 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 1. ATKINSON et all. A Stakeholder Approach to Strategic Performance Management. SLOAN Management Review. Spring 1997, volume 38, n 3 P25– 37. 2. BRIGHAM, Eugene e HOUSTON, Joel. Fundamentos da Administração Moderna. Tradução Maria Costa e Silva. Rio de Janeiro: Campus, 1998. 3. CEB. Relatório de Administração – 1999. Correio Braziliense de 26/03/2000. P 1415. 4. ELETRONORTE. Relatório Anual.1998. 5. GEISHECKER, Mary. Tecnologia Melhora o ABC; HSM Management. NovembroDezembro/1997, P 1822. 6. INFRAERO. Relatório de Administração –1999. Correio Braziliense de 16/03/2000. P 1617. 7. KAPLAN, Robert e NORTON, David. A Estratégia em ação: Balanced Scorecard. Tradução Luiz Euclydes Trindade Frazão Filho. Rio de Janeiro: Campus, 1997. 8. KAPLAN, Robert COOPER, Robin. Custo e Desempenho : Administre seus Custos para ser Mais Competitivo. São Paulo: Futura, 1998. 9. KAPLAN, Robert. Dos Custos à Performance; HSM Management. MarçoAbril/1999, nº 13. 29 10. LEI n. 6404. Dispõe Sobre as Sociedades por Ações. http:/infojur.ccj.ufsc.Br/arquivos/Direito_Comercial/lei6304_76.htm. 11. ROEHM, Harpper e CASTELLANO, Joseph. The Danger of Relying on Accounting Numbers Alone. MANAGEMENT Accounting Quarterly. Fall 1999. http:/www.mamag.com/roehm.htm. Impresso em 27/03/2000. 12. ROSS, Stephen et all. Princípios de Administração Financeira. Tradução Antonio Sanvicente. São Paulo: Atlas: 1998. 13. SOUZA, Natólio. O Gerenciamento e as Informações Contábeis. http:///www3.netville.com.br/~selecta/art7.html. 1996 Impresso em 22/04/2000. 14. SUPLICY, Marta et all. Projeto de Lei n. 3116. Diário da Câmara dos Deputados. 06/06/1997. P 1527615278 15. TIPPING, Michael. New Views of Performance. http:/www.pbviews.com/magazine/articles/PerformanceArticle.html. 1999. Impresso em 28/03/2000. 16. WEBBER, Alan. New Math for a New Economy. PERFORM Performance Measurement. Fall 2000. http://www.pbviews.com/magazine/articles/new_math.html. Impresso em 05/04/2000. 30 CAPÍTULO I DOS PRINCÍPIOS E DE SUA OBSERVÂNCIA Art. 1º Constituem PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE (PFC) os enunciados por esta Resolução. §1º A observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC). § 2º Na aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade há situações concretas, a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais. CAPÍTULO II DA CONCEITUAÇÃO, DA AMPLITUDE E DA ENUMERAÇÃO Art. 2º Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos cientifico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das Entidades. Art. 3º São Princípios Fundamentais de Contabilidade: I o da ENTIDADE; II o da CONTINUIDADE; III o da OPORTUNIDADE; IV o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; V o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA; VI o da COMPETÊNCIA e VII o da PRUDENCIA. Seção I O PRINCÍPIO DA ENTIDADE Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma 31 sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o patrimônio não se confunde com aquele dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. Parágrafo único. O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômicocontábil. Seção II O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE Art. 5º A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, bem como sua vida definida ou provável, devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas. § 1º A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da ENTIDADE tem prazo determinado, previsto ou previsível. § 2º A observância do Princípio da CONTINUIDADE é indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA, por efeito de se relacionar diretamente à quantificação dos componentes patrimoniais e à formação do resultado, e de constituir dado importante para aferir a capacidade futura de geração de resultado. Seção III O PRINCIPIO DA OPORTUNIDADE Art. 6º O Princípio da OPORTUNIDADE referese, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram. Parágrafo único. Como resultado da observância do Principio da OPORTUNIDADE: I desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência; II o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os aspectos físicos e monetários; III o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio daENTIDADE, em um período de tempo determinado, base necessária para gerar informações úteis ao processo decisório da gestão. Seção IV O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL Art. 7º Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior da ENTIDADE. Parágrafo único. Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta: 32 I a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, considerandose como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposição destes; II uma vez integrado no patrimônio, o bem, direito ou obrigação não poderão ter alterados seus valores intrínsecos, admitindose, tãosomente, sua decomposição em elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais; III o valor original será mantido enquanto o componente permanecer como parte do patrimônio, inclusive quando da saída deste; IV os Princípios da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA e do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL são compatíveis entre si e complementares, dado que o primeiro apenas atualiza e mantém atualizado o valor de entrada; V o uso da moeda do País na tradução do valor dos componentes patrimoniais constitui imperativo de homogeneização quantitativa dos mesmos. Seção V O PRINCÍPIO DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA Art. 8º Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. Parágrafo único. São resultantes da adoção do Princípio da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA: I a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; II para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais (art. 7º), é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por conseqüência, o do Patrimônio Líquido; III a atualização monetária não representa nova avaliação, mas, tãosomente, o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores, ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período. Seção VI O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA Art. 9º As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. § 1º O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuição no Patrimônio Líquido, estabelecendo diretrizes para classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância do Princípio da OPORTUNIDADE. 33 § 2º O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é conseqüência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração. § 3º As receitas consideramse realizadas: I nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetiválo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à ENTIDADE, quer pela fruição de serviços por esta prestados; II quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior; III pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de terceiros; IV no recebimento efetivo de doações e subvenções. § 4º Consideramse incorridas as despesas: I quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua propriedade para terceiro; II pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo; III pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo. Seção VII O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA Art. 10. 0 Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido. § 1º O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade. § 2º Observado o disposto no art. 7º, o Princípio da PRUDÊNCIA somente se aplica às mutações posteriores, constituindose ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA. § 3º A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável. Art. 11. A inobservância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade constitui infração nas alíneas “c”, “d” e “e” do art. 27 do DecretoLei nº 9.295, de 27 de maio de 1946 e, quando aplicável, ao Código de Ética Profissional do Contabilista. Art. 12. Revogada a Resolução CFC nº 53081, esta Resolução entra em vigor a partir de 1º de janeiro de 1994. 34 GRÁFICO I A CONTAS PATRIMONIAIS 1 A T I V O 35 10 ATIVO CIRCULANTE 100 DISPONIBILIDADES 100.1 Caixa 100.2 Bancos Conta Movimento 100.3 Aplicações de Liquidez Imediata 101 CONTAS A RECEBER 101.1 Clientes 101.2 Duplicatas a Receber 101.3 () Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa 101.4 Promissórias a Receber 102 IMPOSTOS A RECUPERAR 102.1 Imposto de Renda a Recuperar 103 INVESTIMENTOS TEMPORÁRIOS A CURTO PRAZO 103.1 Ações de Outras Empresas 104 ESTOQUES 104.1 Estoque de Mercadorias 104.2 Estoque de Material de Expediente 104.3 Estoque de Material de Limpeza 105 DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE 105.1 Aluguéis Passivos a Vencer 105.2 Juros Passivos a Vencer 105.3 Prêmios de Seguro a Vencer 105.4 Propaganda e Publicidade a Vencer 11 ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 110 CONTAS A RECEBER 110.1 Clientes 110.2 Duplicatas a Receber 110.3 Promissórias a Receber 12 ATIVO PERMANENTE 120 INVESTIMENTOS 120.1 Participações em Outras Empresas 120.2 Imóveis de Renda 121 ATIVO IMOBILIZADO TANGÍVEL (MATERIAL) 121.1 Computadores 121.2 () Depreciação Acumulada de Computadores 36121.3 Imóveis 121.4 () Depreciação Acumulada de Imóveis 121.5 Instalações 121.6 () Depreciação Acumulada de Instalações 121.7 Móveis e Utensílios 121.8 () Depreciação Acumulada de Móveis e Utensílios 121.9 Veículos 121.10 () Depreciação Acumulada de Veículos INTANGÍVEL (IMATERIAL) 121.11 Benfeitorias em Bens de Terceiros 121.12 () Amortização Acumulada em Benfeitorias em Bens de Terceiros 122 ATIVO DIFERIDO 122.1 Gastos de Organização 122.2 () Amortização Acumulada de Gastos de Organização 2 P A S S I V O 20 PASSIVO CIRCULANTE 200 OBRIGAÇÕES A FORNECEDORES 200.1 Fornecedores 200.2 Duplicatas a Pagar 201 OBRIGAÇÕES FINANCEIRAS 201.1 Promissórias a Pagar 202 OBRIGAÇÕES FISCAIS 202.1 COFINS a Recolher 202.2 ICMS a Recolher 202.3 Impostos e Taxas a Recolher 202.4 PIS sobre Faturamento a Recolher 203 OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS 203.1 Contribuições de Previdência a Recolher 203.2 FGTS a Recolher 203.3 Salários a Pagar 204 OUTRAS OBRIGAÇÕES 204.1 Aluguéis a Pagar 204.2 Dividendos a Pagar 37 205 PROVISÕES 205.1 Provisão para Contribuição Social 205.2 Provisão para Imposto de Renda 21 PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 210 OBRIGAÇÕES A FORNECEDORES 210.1 Fornecedores 210.2 Duplicatas a Pagar 211 OBRIGAÇÕES FINANCEIRAS 211.1 Promissórias a Pagar 22 RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS 220.1 Aluguéis Ativos a Vencer 220.2 Outras Receitas a Vencer 220.3 () Custos ou Perdas Correspondentes 23 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 230 CAPITAL SOCIAL 230.1 Capital 230.2 () Titular conta Capital a Realizar 231 RESERVAS 231.1 Reserva Legal 232 LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS 232.1 (+ ou ) Lucros ou Prejuízos Acumulados B CONTAS EXTRAPATRIMONIAIS COMPENSAÇÃO DO ATIVO 14 CONTAS DE COMPENSAÇÃO 140.1 Seguros Contratados 140.2 Títulos em Cobrança COMPENSAÇÃO DO PASSIVO 24 CONTAS DE COMPENSAÇÃO 240.1 Contratos de Seguros 38 240.2 Endossos para Cobrança GRÁFICO II C CONTAS DE RESULTADO 3 D E S P E S A S E C U S T O S 30 DESPESAS OPERACIONAIS 300 DESPESAS COM VENDAS PESSOAL 300.1 Café e Lanches 300.2 Comissões sobre Vendas 300.3 Transporte 300.4 FGTS 300.5 Contribuições de Previdência 300.6 Encargos Sociais 300.7 Salários OUTRAS 300.8 Despesas com Créditos de Liquidação Duvidosa 300.9 Fretes e Carretos 300.10 Propaganda e Publicidade 300.11 Despesas Eventuais 301 DESPESAS FINANCEIRAS 301.1 Descontos Concedidos 301.2 Despesas Bancárias 301.3 Juros Passivos 302 DESPESAS GERAIS E ADMINISTRATIVAS PESSOAL 302.1 Transporte 302.2 Encargos Sociais 302.3 Retiradas PróLabore 302.4 Salários 302.5 Outras Despesas com Pessoal 302.6 Honorários da Diretoria GERAIS 302.7 Água e Esgoto 302.8 Aluguéis Passivos 302.9 Amortização 302.10 Combustíveis 302.11 Depreciação 39 302.12 Despesas Postais 302.13 Energia Elétrica 302.14 Fretes e Carretos 302.15 Material de Expediente 302.16 Material de Limpeza 302.17 Prêmios de Seguro 302.18 Telefone 302.19 Despesas Eventuais TRIBUTÁRIAS 302.20 Impostos e Taxas OUTRAS 302.21 Serviços de Terceiros 302.22 Despesas Eventuais 303 OUTRAS DESPESAS OPERACIONAIS 303.1 Multas Fiscais 303.2 Perdas na Realização de Investimentos 31 CUSTOS OPERACIONAIS 310 CUSTOS DAS COMPRAS 310.1 Compras de Mercadorias 310.2 Fretes e Seguros sobre Compras 310.3 () Compras Anuladas 310.4 () Descontos Incondicionais Obtidos 310.5 () Abatimentos sobre Compras 32 DESPESAS NÃOOPERACIONAIS 320.1 Perdas em Transações do Ativo Permanente 4 R E C E I T A S 40 RECEITAS OPERACIONAIS 400 RECEITA BRUTA 400.1 Vendas de Mercadorias 40 400.2 Receitas de Serviços 400.3 () Vendas Anuladas 400.4 () Descontos Incondicionais Concedidos 400.5 () Abatimentos sobre Vendas 400.6 () Impostos sobre Serviços (ISS) 400.7 () Tributos sobre Vendas 401 RECEITAS FINANCEIRAS 401.1 Descontos Obtidos 401.2 Juros Ativos 401.3 Rendimentos sobre Aplicações Financeiras 402 OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS 402.1 Aluguéis Ativos 402.2 Perdas Recuperadas 402.3 Receitas Eventuais 41 RECEITAS NÃOOPERACIONAIS 410.1 Ganhos em Transações do Ativo Permanente 5 CONTAS DE APURAÇÃO DO RESULTADO 50 RESULTADO BRUTO 500.1 Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) 500.2 Custo dos Serviços Prestados 500.3 Resultado da Conta Mercadorias (RCM) 500.4 Lucro sobre Vendas (Lucro Bruto) 500.5 () Prejuízos sobre Vendas 51 RESULTADO LÍQUIDO 510.1 Resultado do Exercício 3. Informações sobre o Elenco de Contas 3.1. Informações sobre o Gráfico I 3.1.1. Ativo No Ativo, as Contas representativas de Bens e Direitos, devem ser classificadas obedecendose a ordem decrescente do grau de liquidez. Grau de liquidez é o maior ou menor prazo no qual Bens e Direitos podem ser transformados em dinheiro. 41 As contas Caixa e Bancos conta Movimento são as que possuem maior grau de liquidez, dentre as demais. Por este motivo são as primeiras que figuram no Ativo. As contas Clientes e Duplicatas a Receber, serão transformadas em dinheiro quando forem recebidas; a conta Estoque de Mercadorias, será transformada em dinheiro quando ocorrem vendas de mercadorias à vista e assim por diante. ATIVO CIRCULANTE Neste grupo são classificadas as Contas que representam os valores numerários (dinheiro em caixa e em banco), os Bens destinados à venda ou a consumo próprio e os Direitos cujos vencimentos ocorrem durante o exercício seguinte ao do Balanço em que as Contas estejam sendo classificadas. Você pode observar que, obedecendo a ordem decrescente do grau de liquidez das Contas, dividimos o Ativo Circulante nos seguintes subgrupos: Disponibilidades representam dinheiro em Caixa, em bancos e em aplicações de liquidez imediata. Contas a Receber representam Direitos decorrentes, normalmente, de vendas de mercadorias ou de prestação de serviços a prazo. São classificadas também neste grupo, as Contas que representam os adiantamentos concedidos a empregados, a fornecedores além de outros Direitos que não se enquadram nos demais subgrupos do Ativo Circulante. Impostos a Recuperar neste subgrupo, são classificadas as Contas que representam Direitos junto aos Governos Municipal, Estadual ou Federal. Decorrem de impostos recolhidos antecipadamente ou indevidamente ou, ainda que, por força da legislação gerem para a empresa direito de compensação no curso do exercício seguinte. Estoques neste subgrupo são classificadas Contas que representam os estoques de Bens destinados à venda ou ao consumo da empresa. 42 Investimentos Temporários a Curto Prazo neste subgrupo devem ser classificadas as Contas que representam as aplicações efetuadas pela empresa na compra de títulos representativos do Capital de outras empresas quando não haja intenção de manter essas aplicações na empresa por mais de um ano. Se, por ventura, esses títulos permanecerem naempresa por mais de um ano, eles deverão ser reclassificados no Ativo Permanente, subgrupo Investimentos. Despesas do Exercício Seguinte neste subgrupo são classificadas as Contas que representam as Despesas do exercício seguinte, pagas no exercício atual, ou seja, as Despesas pagas antecipadamente. ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Neste grupo devem ser classificadas as Contas representativas de Direitos cujos vencimentos ocorram após o término do exercício social seguinte ao do Balanço em que as contas estejam sendo classificadas. NOTA: . Você já notou que por várias vezes até aqui, sempre que nos referimos a classificação de Contas representativas de Direitos ou de Obrigações, quer no Plano de Contas, quer no Balanço Patrimonial, dissemos uma das seguintes frases: “cujos vencimentos ocorram durante o exercício seguinte ao do Balanço” ; “cujos vencimentos ocorram após o término do exercício seguinte ao do Balanço. Isto significa que o parâmetro para considerar o Direito ou a Obrigação como vencível a curto ou longo prazo, é a data do Balanço no qual a Conta está sendo classificada. Assim, por exemplo, se a empresa assume no dia 10 de novembro de X1 um compromisso para pagar no dia 20 de janeiro de X3 (436 dias), no Balanço a ser levantado em 31/12/X1 essa Obrigação será classificada no Passivo Exigível a Longo Prazo e no Balanço de 31 de dezembro de X2, essa mesma Obrigação será 43 classificada no Passivo Circulante, pois nessa data, faltará apenas 20 dias para vencimento do compromisso, enquadrandose a respectiva Conta no rol das Obrigações cujos vencimentos ocorram durante o exercício seguinte ao do Balanço. ATIVO PERMANENTE Este grupo é o oposto do Ativo Circulante. Enquanto no Ativo Circulante são classificadas Contas que representam Bens e Direitos que estão em circulação constante na empresa, neste grupo são classificadas Contas representativas de Bens e Direitos que correspondem a: Investimentos recursos aplicados na aquisição de títulos representativos do Capital de outras empresas desde que a empresa tenha intenção de ficar com esses títulos por mais de um ano; recursos aplicados na aquisição de bens destinados a gerar Rendas para a empresa, independentemente das suas atividades operacionais; recursos aplicados na aquisição de obras de arte etc.. Ativo Imobilizado recursos aplicados na aquisição de bens de uso da empresa como Móveis e Utensílios, Veículos, Computadores etc.. Classificamse, ainda, neste subgrupo, as Contas representativas de Bens imateriais como é o caso da conta Benfeitorias em Bens de Terceiros. Ativo Diferido recursos aplicados em Gastos que contribuirão para a formação do custo de mais de um exercício social como ocorre, principalmente, com os Gastos de Organização, Reorganização ou Modernização. 3.1.2. PASSIVO No Passivo são classificadas as Contas representativas das Obrigações e do Patrimônio Líquido. As Obrigações, também denominadas de Passivo Exigível, são os Capitais de Terceiros, enquanto que o Patrimônio Líquido representa os Capitais Próprios. 44 No Balanço, no lado do Passivo, inicialmente devem ser classificadas as Contas representativas das Obrigações e, em seguida, as representativas do Patrimônio Liquido. As Contas de Obrigações devem ser classificadas na ordem decrescente do grau de exigibilidade. Grau de exigibilidade representa o maior ou menor prazo em que a Obrigação deve ser paga. Assim, as Obrigações devem ser classificadas em três grupos: PASSIVO CIRCULANTE Neste grupo são classificadas todas as Contas que representam Obrigações, cujos vencimentos ocorram durante o exercício seguinte ao do Balanço em que as Contas estejam sendo classificadas. Esse grupo poderá conter subdivisões, de acordo com a natureza de cada Obrigação: Obrigações a Fornecedores representam compromissos decorrentes das compras de mercadorias a prazo. Obrigações Financeiras representam os compromissos assumidos na obtenção de recursos financeiros para a empresa, como é o caso de empréstimos efetuados junto a estabelecimentos bancários. Obrigações Trabalhistas representam compromissos decorrentes dos serviços prestados pêlos empregados da empresa. Obrigações Fiscais representam compromissos junto aos Governos Federal, Estadual ou Municipal. Outras Obrigações neste subgrupo são classificados os compromissos que não se enquadram nos demais subgrupos do Passivo Circulante. Provisões compreendem os compromissos que a empresa tem, cujos valores podem ser previamente calculados, porém, quando forem pagos podem sofrer alguma alteração para mais ou para menos. As Provisões mais comuns são: Provisão para Imposto de Renda, Provisão para Férias, Provisão para Décimo Terceiro Salário etc.. 45 PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO Neste grupo são classificadas as Contas representativas das Obrigações cujos vencimentos ocorram após o término do exercício social seguinte ao do Balanço em que as Contas estiverem sendo classificadas. Poderá conter as mesmas subdivisões do Passivo Circulante. RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS Neste grupo são classificadas todas as Contas que representem Receitas recebidas antecipadamente, isto é, Receitas de exercícios futuros recebidas no exercício atual. PATRIMÔNIO LÍQUIDO Neste grupo as Contas que representam os Capitais Próprios, podem ser classificadas em três subgrupos: Capital Social composto pela Conta que representa o Capital da empresa. Reservas composto pelas Contas representativas das Reservas constituídas em decorrência de Lei ou da vontade do proprietário, dos sócios ou dos administradores. Lucros ou Prejuízos Acumulados neste subgrupo, a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados representa o lucro ou o prejuízo apurado no exercício, acrescido ou diminuído ao lucro ou prejuízo acumulado, apurado em exercícios anteriores. APOSTILA DE GESTÃO CONTÁBIL 46 Autor: ALDEMIR R MARTINS. aldemirrodrigues@bol.com.br Brasília, 2006 SUMÁRIO Ementa 03 Objetivo 03 1.Conceitos gerais de contabilidade 04 3 Exercícios . 19 4. Princípios Contábeis 31 5. Auditoria 35 Artigos 40 Referência Bibliográfica 47 47 EMENTA Conteúdo: Conceitos gerais de contabilidade,gestão contábil, contabilidade gerencial e auditoria de desempenho. OBJETIVO Conteúdo: PRINCIPAIS OBJETIVOS DOS SISTEMAS CONTÁBEIS: 1. Formulação das estratégias gerais e dos planos de longo prazo 2. Decisões de alocação de recursos com ênfase no produto e no cliente, tanto quanto no preço 3. Planejamento e controle de custo das operações e atividades 4. Mensuração da performance e avaliação das pessoas 5. Adequação com a regulamentação externa e as exigências legais de publicação dos demonstrativos. 48 1. Item CONTABILIDADE GERAL (OU FINANCEIRA): Professor Aldemir Martins 1. AULAS DE CONTABILIDADE 1 Lei 6404/76 de 15/12/76 É Lei que regulamenta as SOCIEDADES ANÔNIMAS. ASociedade Anônima: i) De capital aberto: São aquelas que possuem ações comercializadas em Bolsa. ii) De capital fechado: São aquelas que não possuem ações comercializadas na Bolsa. 2. CONCEITO DE CONTABILIDADE É a ciência que estuda, controla e avalia o patrimônio e suas variações. Para a prova, o conceito de Contabilidade é o do Congresso de Contabilidade de l934, que é : "É a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de registro relativas à administração pública". 3. TEORIA PATRIMONIALISTA E MATERIALISTA Contas Patrimoniais ou Integrais: Bens, Direitos e Obrigações. Contas Diferenciais, de resultado ou variação: Despesas e Receitas. Azienda = Patrimônio Entidade econômicoadministrativa = Empresa 49 4. BENS, DIREITOS E OBRIGAÇÕES Bens A.1) Características I) É tudo que pode ser avaliado em moeda. II) Tem de estar devidamente documentado. III) O objeto tem que ser lícito. A.2) Bens Tangíveis (Materiais) É aquilo que você pode ver, tocar. Ex.: Veículos, Mercadorias, Imóveis, Dinheiro,etc. A.3) Bens Intangíveis (Imateriais) É aquilo que você não pode ver, tocar Ex.: Marcas, Patentes, Direito Autoral, Ponto Comercial,etc. Direitos São valores a receber–Títulos, Promissórias, Duplicatas – ou a recolher – Impostos. Obrigações São valores a pagar (vencer) – Salários, Títulos, Promissórias, Duplicatas – ou a recolher –, Impostos. 5. DESPESA E RECEITA Despesa É todo gasto não recuperável. Toda despesa é debitada. Receita É o ganho (ou perda) obtido nas transações comerciais. Toda Receita é Creditada. Superávit Lucro e Déficit Prejuízo. Superávit e Déficit: Planejamento. Lucro ou Prejuízo: Ganho(Perda) obtido nas transações comerciais. 6. ATO E FATO ADMINISTRATIVO Ato É a vontade, e a vontade para contabilidade não tem como ser registrada. Fato É o ato concretizado e devidamente documentado de forma legal. B.1) Elementos: B.1.1) Quantitativos: Componentes patrimoniais (Contas) B.1.2) Qualitativos: Valores dados as Contas Os fatos podem ser: Permutativos – quando não alteram o patrimônio liquido ex. compra de um automóvel a vista. d veículos c – caixa Modificativos – quando alteram o patrimônio liquido – ex. integralização de capital social em dinheiro. D – caixa C – capital social 50 Mistos – quando alteram o patrimônio liquido, sendo ao mesmo tempo um fato permutativo e modificativo. Ex. pagamento de duplicata com juros. d juros passivos c – duplicata a pagar c – caixa. 7. ABRANGÊNCIA DA CONTABILIDADE A Contabilidade abrange todas as Entidades EconômicoAdministrativas e interessa a qualquer pessoa que tenha vínculo com a empresa. 8. ATIVO E PASSIVO Obrigações = Capital de terceiros Patrimônio Líquido = Capital Próprio Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido SL= B + D O Obrigações = Passivo Real ou Passivo Exigível Patrimônio Líquido = Passivo Fictício Crédito = Origem (de onde sai o recurso) Débito = Aplicação (onde é investido) EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 1Classifique os elementos constantes no quadro abaixo em: A Bens/Direitos ou Obrigações B Positivo ou Negativo C Ativo ou Passivo D Débito ou Crédito 9. PRINCÍPIO DA ENTIDADE A pessoa Física do Sócio (bens pessoais) não se confundem com os bens da pessoa Jurídica . 10. MÉTODOS Das partidas dobradas: A cada débito corresponde um crédito de igual valor. Das partidas simples: Existe somente um lançamento (Ex.: Economia Informal).Carlos comprou um cigarro. Pg.(pago) 11. NATUREZA ECONÔMICA DA CONTABILIDADE APURAR O LUCRO OU PREJUÍZO A Objeto: É o patrimônio. B Objetivo: Estudar a gestão deste patrimônio. C Finalidade: Fornecer informações que auxiliem no processo decisório. D Elementos D.1) Positivos: Bens e Direitos 51 D.2) Negativos: Obrigações E Técnicas contábeis E.1) Escrituração: Registro dos fatos que envolvem o Patrimônio. E.2) Demonstrações: Exposição dos fatos através de Balanço Patrimonial, Balancetes, Demonstração de apuração de resultado,etc. E.3) Auditoria: Interpretação das demonstrações contábeis. E.4) Análise de balanço: Exame e verificação dos registros e das demonstrações contábeis. F Contas i) Sintética : Bancos conta movimento. ii) Analítica : Banco do Brasil ag.123. G Seqüência DIÁRIO RAZÃO BALANCETE DE VERIFICAÇÃO Demais Demonstrações e Relatórios BALANÇO PATRIMONIAL G.1) Diário G.1.1) Características Intrínsecas (por dentro) i) Não pode ter rasuras, borrões ou entrelinhas. ii) Deve estar em ordem cronológica dos acontecimentos. Princípio da Oportunidade (Resolução CFC 750, Art 6º) G.1.2) Características extrínsecas (por fora) i) Numeração tipográfica. ii) Deve ter termo de abertura e encerramento. iii) Registro em órgão competente (junta comercial, após a declaração do IR). G.1.3) Lançamentos: 4 fórmulas 1a ) 1 Débito para um Crédito 2a ) 1 Débito para 2 ou mais Créditos 3a ) 2 ou mais Débitos para 1 Crédito 4a ) 2 ou mais Débitos para 2 ou mais Créditos G.2) Razão Conjunto de Razonetes, onde você transcreve os lançamentos do livro Diário. O livro Razão é importante para a Contabilidade, pois ele fornece os saldos das contas. 52 Este livro é obrigatório, por causa do IR, para as empresas que apuram o Lucro "Real". 12. BALANÇO PATRIMONIAL Está dividido em Ativo e Passivo. A Ativo A.1) 1º Grupo= Circulante A.1.1) 1º Subgrupo= Disponível São os valores disponíveis de imediato. São Bens. Contas: Caixa, Banco Conta Movimento, Aplicação de liquidez imediata. A.1.2) 2º Subgrupo: Créditos São os valores a receber ou recuperar até o final do exercício seguinte. São Direitos. São contas de curto prazo. Contas: Títulos a Receber, Promissórias a Receber, Adiantamento a Empregados, Impostos a Recuperar, Duplicatas a Receber. A.1.3) 3º Subgrupo: Estoques São os Bens (não duráveis) adquiridos pela empresa para revenda e lucro. Contas: Mercadorias (Bens para revenda), Material de Consumo, Material de Estoque. A.1.4) 4º Subgrupo: Despesas Pagas Antecipadamente São as despesas pagas que independem de sua contraprestação. São Direitos. Contas: Seguros a Vencer. A.2) 2º Grupo= Realizável a Longo Prazo São os valores a receber após o final do exercício seguinte. São Direitos. Contas: Títulos a Receber, Notas Promissórias a Receber, Duplicatas a Receber, Adiantamento a Sóciose a Diretores, Adiantamento a Coligadas ou Controladas. A.3) 3º Grupo= Permanente São os Bens e Direitos adquiridos pela empresa em caráter permanente. A.3.1) 1º Subgrupo= Investimentos São os Bens e Direitos adquiridos pela empresa fora de sua atividade fim. São Bens. Contas: Obra de Arte, Aquário, Investimentos em Coligadas ou Controladas. A.3.2) 2º Subgrupo= Imobilizado São os Bens e Direitos adquiridos pela empresa para uso na manutenção de sua atividade. São Bens. Contas: Veículos, Imóveis, Móveis e Utensílios, Terrenos, Instalações. A.3.3) 3º Subgrupo= Diferido São as Despesas realizadas pela empresa as quais servirão para a formação de mais de um período. São Direitos. Contas: Despesas de Pesquisa, Despesas PréOperacionais, Despesas de Organização. 53 B Passivo Vem disposto em ordem crescente do grau de vencimento das exigibilidades. B.1) 1º Grupo= Circulante São as Obrigações vencíveis até o final do exercício seguinte. São Obrigações. Contas: Títulos a Vencer, Notas Promissórias a Pagar, Impostos a Recolher, Duplicatas a Vencer. B.2) 2º Grupo= Exigível a Longo Prazo São todas as Obrigações vencíveis após o final do exercício seguinte. São Obrigações. Contas: Títulos a Vencer, Notas Promissórias a Pagar, Duplicatas a Vencer, Salários a Pagar. B.3) 3º Grupo= Resultado de Exercício Futuro São as Receitas que independem de sua contra prestação. Contas: Aluguéis recebidos antecipadamente. B.4) 4º Grupo= Patrimônio Líquido B.4.1) 1º Subgrupo= Capital Social Também chamado de capital subscrito ou capital integralizado B.4.2) 2º Subgrupo= Reservas i) Reserva Legal: Obrigatória por lei (5% do lucro, desde que não ultrapasse 20% do capital social). Só se tem reserva legal se houver lucro. ii) Reserva Estatutária iii) Reserva de Capital iv) Reserva de Lucros v) Reserva de Reavaliação. B.4.3) 3º Subgrupo= Lucros ou Prejuízos acumulados É a diferença entre a Despesa e a Receita. Contas: Ações em tesouraria (Conta Retificadora). 13. CONTAS RETIFICADORAS A Depreciação Desgaste natural que os Bens sofrem. A.1) Formas de Depreciação 1 Pelo uso; 2 Ação da natureza; 3 Obsolescência (Tornarse Obsoleto). A.2) Características Analisar o desgaste dos Bens Tangíveis (não todos). 54 OBS.: Princípio da Prudência: Na dúvida entre 2 valores adotase o menor para o Ativo e o maior para o Passivo. A.3) Lançamento (D) Despesa de Depreciação (ou Depreciação): É lançado no Resultado do exercício B) a Depreciação acumulada Conta Retificadora do Ativo A.4) Bens do Ativo Imobilizado A.5) Tipos de Depreciação A.5.1) Depreciação Normal É a depreciação do Bem, quando este é usado em 1 turno (8 horas) somente. A.5.2) Depreciação Acelerada É a depreciação do Bem, quando este é usado em 2 ou 3 turnos (16 ou 24 horas) . B Amortização É o desgaste dos Bens Intangíveis ou Imateriais (Marcas, Patentes, Direitos autorais, Fundo de comércio). B.1) Lançamento (D)Amortização É lançado no Resultado do exercício © a Amortização de Marcas e Patentes Acumulada Conta Retificadora de Bens Intangíveis Exaustão É o Desgaste dos Bens Naturais, sejam eles vegetais ou minerais, exceto água mineral e jazidas. Os bens naturais animais são Depreciáveis. Água mineral e jazidas não são lançados como exauríveis devido à dificuldade de seu cálculo. Tudo que for de difícil cálculo não entra na Exaustão. 14. EXEMPLOS DE LANÇAMENTOS QUE PODEM VIR NA PROVA A Despesas Gerais a Banco B Caixa a Diversos a Mercadorias a Lucro C Diversos a Capital social Mercadorias Caixa D Diversos 55 a Diversos Caixa Banco a Mercadorias a Lucro Sempre que tivermos na frente da conta a letra a (EX.: a Diversos), esta conta sempre será Crédito. E Duplicatas a receber 17.000 Depreciação Acumulada de Veículos 5.000 Veículos 15.000 Resultado não operacionais 7.000 Neste caso, consideramos sempre a 1ª coluna como Débito e a 2ª como Crédito. 15. CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS IMPOSTOS I) ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) Imposto Estadual Alíquota variável Imposto recuperável Imposto por dentro Imposto para o comércio II) IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) Imposto Federal Alíquota variável Imposto recuperável Imposto por fora Imposto para quem produz III) ISS (Imposto sobre Serviços) Imposto Municipal Alíquota variável Imposto nãorecuperável Imposto por fora IV) PIS (Programa de Integração Social) Imposto Federal Alíquota fixa(0,65%) Imposto nãorecuperável Imposto por fora V) COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) Imposto Federal Alíquota fixa( 3%) 56 Imposto recuperável Imposto por fora 16. FATORES QUE ALTERAM O VALOR DAS COMPRAS (+) Compras Brutas (+) Fretes e Carretos () Descontos/ Abatimentos () Devolução/ Cancelamento () Impostos recuperáveis sobre compras (=) Compra Líquida: C CMV = EI + C EF, onde CMV é custo das mercadorias vendidas; EI é estoque inicial; C é compra líquida e EF é estoque final. 17. FATORES QUE ALTERAM O VALOR DAS VENDAS (+) Receita Bruta () Descontos/ Abatimentos () Devolução/ Cancelamento () Impostos sobre vendas () PIS sobre o faturamento () COFINS (=) Venda Líquida: V RCM= VCMV, onde RCM é resultado com mercadorias; V é venda líquida e CMV é custo das mercadorias vendidas. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 1 No encerramento do exercício social, as contas que registram operações com mercadorias se apresentavam com os seguintes saldos: CONTAS R$ Mercadorias 3.000,00 Compras 25.000,00 Fretes e Carretos sobre Compras 2.000,00 Vendas 33.000,00 Vendas Canceladas 5.000,00 Impostos Incidentes sobre Vendas 5.000,00 Estoques Final de Mercadorias para Revenda 6.000,00 Feitas as apurações devidas, verificase que o RCM é: a) 2.000; 57 b) 4.000; c) 5.000; d) 0; e) 9.000 R: Compras: 25.000 + 2.000 = 27.000 Estoque Inicial: 3.000 Estoque Final: 6.000 CMV = EI + C EF = 3.000 + 27.000 6.000 = 24.000 Vendas: 33.000 4.000 5.000 = 24.000 RCM: V CMV = 24.000 24.000 = 0 18. ERROS DE ESCRITURAÇÃO (LANÇAMENTO) I) Estorno (corrigir o lançamento) Exemplo: (D)Caixa R$ 10.000,00 (C) a Capital Social R$ 10.000,00 Não era R$ 10.000,00 e sim R$ 8.000,00. (D)Caixa R$ 8.000,00 © a Capital Social R$ 8.000,00 II) Complemento Exemplo: (D)Caixa R$ 10.000,00 © a Capital Social R$ 10.000,00 Não era R$ 10000,00 e sim R$ 11.000,00. (D)Caixa R$ 1.000,00 © a Capital Social R$ 1.000,00 III) Ressalva Exemplo: (D) Caixa R$ 10.000,00 © a Capital Social R$ 10.000,00 Onde se lê R$ 1.000,00, entendase R$ 12.000. Não era R$ 10.000,00 e sim R$ 12.000,00. 19. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUE I) PEPS (FIFO) primeiro que entra é o primeiro que sai. Exemplo: 1) Estoque inicial: 10 unidades (R$ 10,00) 58 2) Compra: 5 unidades (R$ 15,00) 3) Compra: 20 unidades (R$ 20,00) 4) Venda: 30 unidades (R$ 40,00) 5) Compra: 40 unidades (R$ 30,00) 6) Venda: 30 unidades (R$ 50,00) SIGLAS: C: Compra; V: Venda; S.I: Saldo inicial; Q: Quantidade; C.U: Custo unitário; OP. : Operação