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Fundamentos da Gestão em Educação Autores: Lindolfo Anderson Martelli Maria Clotilde Bastos Tema 01 Os Desafios da Gestão na Sociedade Contemporânea seç ões Tema 01 Os Desafios da Gestão na Sociedade Contemporânea Como citar este material: BASTOS, Maria Clotilde & MARTELLI, Lindolfo Anderson. Fundamentos da Gestão em Educação: Os Desafios da Gestão na Sociedade Contemporânea. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. SeçõesSeções Tema 01 Os Desafios da Gestão na Sociedade Contemporânea 5 Conteúdo Nessa aula você estudará: • As concepções atuais sobre a Gestão em Educação. • Como ocorreu a evolução da gestão educacional. • A gestão democrática na perspectiva de uma construção histórica. CONTEÚDOSEHABILIDADES Introdução ao Estudo da Disciplina Caro(a) aluno(a). Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro Educação Escolar: políticas, estrutura e organização, dos autores José Carlos Libâneo, João Ferreira de Oliveira e Mirza Toschi, Editora Cortez, 2012, Livro-Texto. Roteiro de Estudo: Lindolfo Anderson Martelli e Maria Clotilde Bastos Fundamentos da Gestão em Educação 6 Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões: • Quais são os modelos que orientam na atualidade as práticas de gestão em educação? • Quais foram os determinantes históricos que influenciaram a configuração da gestão educacional? • Como se articula a relação entre qualidade social da educação e papel da gestão educacional? • De que forma a gestão pode influenciar na efetivação de um projeto de educação voltada para a cidadania? CONTEÚDOSEHABILIDADES LEITURAOBRIGATÓRIA Os Desafios da Gestão na Sociedade Contemporânea As transformações que vêm ocorrendo na sociedade colocam grandes desafios para a Escola, uma vez que – em que pese os avanços observados no que se refere ao atendimento às demandas das camadas majoritárias da população – ainda convive-se com problemas que acompanham a educação há algum tempo, tais como falta de recursos financeiros, desvalorização da carreira do magistério, centralização pedagógica, dentre outros. São inegáveis as transformações sociais provocadas pela globalização e pelo hibridismo cultural inerentes à condição pós-moderna. Vivemos um tempo de predomínio das racionalidades, das linguagens e da instabilidade dos paradigmas de verdade. Falar de gestão escolar nesse contexto é por demais complexo. Considerando a dinâmica social em que está inserida a escola na sociedade pós- moderna, profundas mudanças alteraram o saber-fazer educativo. O conhecimento e a aprendizagem sofreram rápidas e novas interpretações, e métodos de ensino se tornaram obsoletos diante das novas referências metodológicas impostas pela sociedade do conhecimento. A economia neoliberal estruturada sob as tecnologias da informação 7 LEITURAOBRIGATÓRIA promoveu não só a instabilidade, a internacionalização e a desterritorialização do capital (não mais restrito às fronteiras nacionais), mas também a aproximação entre culturas distintas, a troca de informações e a emergência de linguagens novas oriundas dos diversos hibridismos decorrentes da globalização. As novas tecnologias aproximaram as pessoas em escala mundial, o mundo virtual criou novas formas de sociabilidade, de troca de informações e experiências. Na sociedade globalizada, a gestão escolar precisa acompanhar a dinâmica em que as transformações ocorrem ante o desenvolvimento tecnológico impulsionado pelas necessidades colocadas pelo sistema produtivo. Nesse contexto, a lição mais importante para a gestão da escola está justamente na necessidade da mudança permanente, em sua capacidade de se adequar de forma crítica às circunstâncias do novo tempo. Para os autores Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 61) a globalização pode ser definida como “[...] uma gama de fatores econômicos, sociais, políticos e culturais que expressam o espírito da época e a etapa de desenvolvimento do capitalismo em que o mundo se encontra atualmente”. Nessa perspectiva, a educação é impactada em função da relação existente entre o contexto social mais amplo e a educação em particular. Da escola é esperada uma função que, em face dos determinantes apresentados, precisa ser adequada, e isso gera modificações em relação aos seus objetivos, necessidades e valores, cuja influência fundamental ocorre pelo avanço das novas tecnologias. A globalização representa uma forma de reorganização e reestruturação econômica, na qual o capitalismo estabelece estratégias para sua manutenção. Veloso (2012) explica que o capitalismo, cujo fundamento principal é a produção de mais-valia, apresenta características que se acentuam com o seu desenvolvimento, sendo uma delas a automação, que está baseada na gradual e contínua incorporação da ciência e da tecnologia ao processo produtivo. Uma das consequências disso é a chamada acumulação flexível que se caracteriza pela flexibilidade dos processos de trabalho e dos mercados de produto e consumo, a qual gera, dentre outras coisas, desenvolvimento de novas formas organizacionais, consumo individualizado, informalização do trabalho, alto ritmo de inovação dos produtos, e outros. O processo produtivo, ao incorporar as novas tecnologias, passa a exigir um novo trabalhador, que seja mais qualificado para o mundo do trabalho, compreendendo-se que essas qualidades sejam aquelas vinculadas à versatilidade, à qualificação intelectual, à capacidade de incorporar e aplicar os conhecimentos relativos a novas tecnologias, à autonomia e à busca permanente de aprendizagem. Assim é que a educação torna-se 8 elemento central, uma vez que “[...] a educação e o conhecimento passam a ser, do ponto de vista do capitalismo globalizado, força motriz e eixos de transformação produtiva e do desenvolvimento econômico” (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 124). Nessa perspectiva, a educação deve capacitar o trabalhador para satisfazer as exigências do processo produtivo não somente do ponto de vista da mão de obra necessária, mas também como consumidor frente a um mercado diversificado e competitivo. O que se depreende é que esse projeto é incompatível com a construção de uma educação cidadã, democrática e promotora da igualdade social. Ocorre que a educação é um campo de contradições, no qual diferentes interesses se confrontam, e, nesse sentido, a formação requerida pelo atual modelo produtivo encontrará um campo fértil para ações pedagógicas que confrontem essa abordagem e, eventualmente, a redirecionem no sentido de um novo projeto de sociedade. Quando se afirma que é preciso dotar os sujeitos dos conhecimentos necessários para a participação consciente e consequente na sociedade, se reconhece a importância do desenvolvimento de habilidades e competências para a aprendizagem permanente, para o domínio das novas tecnologias, para a autonomia, para o trabalho em equipe, para a resolução de problemas, dentre outros. A gestão escolar na contemporaneidade traz como modelo a pedagogia da competência, que muito se aproxima da racionalidade técnico-instrumental. O modelo de produção capitalista neoliberal, ancorado nas novas tecnologias como base de organização do trabalho, requer profissionais com alta qualificação, possuidores de um conjunto de competências e habilidades que favoreçam a inovação e a competitividade. Esses profissionais precisam demonstrar que possuem uma série de competências e habilidades qualificadoras, tais como: versatilidade; flexibilidade; independência; responsabilidade; polivalência; eficiência; comunicabilidade; capacidade de iniciativa, invenção, inovação e de tomar decisões; espírito de cooperação e criatividade; capacidade de raciocínio, pensamento e abstração, ou seja, é fundamental que sejam capazes de “aprendera aprender” constantemente (FARIA; SILVA FILHO, 1994, p. 88). Um dos principais desafios dos gestores escolares está justamente em equilibrar a pedagogia da competência baseada no conhecimento e na racionalidade técnico-instrumental que sustenta o capitalismo. Nesse sentido, Campos (2010, p. 76) reitera que o equilíbrio da gestão está em conciliar a formação humana ética considerando as forças oponentes do mercado. Nesse sentido, a escola deve absorver as mudanças, sem deixar de questionar os seus reais propósitos, tendo clareza sobre seu compromisso com a educação de qualidade e visando à construção de uma sociedade democrática e igualitária. De que forma a gestão escolar se insere nesse processo de transformação? Para compreender essa questão é importante considerar o processo de constituição da gestão educacional no Brasil. LEITURAOBRIGATÓRIA 9 O desinteresse pela edificação da educação no Brasil se manifestou desde a Colônia, passando pelo Império e chegando até a independência. Foi somente no final do período imperial que começaram a se manifestar movimentos em relação ao analfabetismo e à necessidade de expansão da educação, especialmente para que o país alcançasse a modernidade. Mesmo com a República, não houve alteração na estrutura social e econômica, com a manutenção do patrimonialismo cujas raízes se encontram na organização política da Colônia. O reflexo disso foi a exclusão da maioria da população aos direitos políticos e sociais, e – considerando que as características da educação nos diferentes momentos da história do país remetem ao movimento da sociedade e suas transformações, econômicas, sociais e políticas – o sistema educacional é influenciado por esse processo. Na Constituição da Primeira República, não foi tratada a questão da gratuidade da educação primária pública. Segundo Azevedo (2001), nesse momento criaram-se as universidades, mas a estrutura dual do sistema de ensino permaneceu. Não ocorreram, portanto, ações significativas visando à escolarização em massa, e, assim, as oportunidades educacionais não foram ampliadas. A partir da década de 1915, alguns setores da sociedade começam a colocar a questão da educação como fundamental, em função da visão liberal que defendia seu valor para a construção de uma sociedade democrática. É nos anos de 1920 que as ideias sobre a importância da educação ganham destaque, configurando-se no movimento denominado de “entusiasmo pela educação”. Conforme Paiva (1985), esse movimento defendia que a educação poderia acabar com os problemas do país. Outro movimento importante desse momento histórico foi o “otimismo pedagógico”, que defendia a importância de uma educação de qualidade. Esses movimentos influenciaram as concepções de educação que se constituíram principalmente no século XX. A preocupação com a constituição de uma epistemologia da administração escolar se configura com mais força a partir da década de 1920. Nesse momento, a influência principal advinha dos princípios da administração de empresas, e, assim, a escola era vista como uma organização, como uma empresa ainda que com características próprias. É Anísio Teixeira que tece a crítica à adaptação da lógica empresarial à escola (PAIVA, 1985). Porém, suas ideias só alcançam repercussão a partir da década de 1980. Ao longo da década de 1970, prevaleceu a influência tecnicista na educação, e na administração escolar o enfoque sistêmico defendia que a finalidade da gestão era a busca do equilíbrio interno e externo da organização. LEITURAOBRIGATÓRIA 10 Na década de 1980, sob influência da pedagogia histórico-crítica, coloca-se a preocupação em analisar as questões educacionais a partir do desenvolvimento histórico, estabelecendo a relação escola e sociedade. Muitos teóricos criticam a abordagem sistêmica, uma vez que, em não fazendo a crítica aos determinantes sociais, econômicos e culturais, supõe a adaptação das instituições à sociedade capitalista. A partir dessa década, o movimento dos profissionais da educação em favor de uma nova forma de gestão da escola pública contribui com a definição dos princípios da gestão democrática, estabelecido na Constituição de 1988. O processo vivenciado no país, com as lutas pela democratização, serviu de cenário para a construção da concepção da gestão como articuladora do processo participativo e democrático na escola. Os princípios empresariais começam a reaparecer nos documentos oficiais principalmente a partir da década de 1990, sob uma nova roupagem, na defesa da qualidade total, e no discurso da neutralidade científica, atribuindo à administração escolar a responsabilidade sobre as mazelas que acometem a escola. Acompanhando a lógica neoliberal, o principal problema da escola seria a falta de competência administrativa que, por não saber gerir os recursos, termina por influenciar negativamente na qualidade da educação. Libâneo (2007, p. 15) explica que: A gestão educacional tornou-se um conceito de múltiplos usos, mas, nas políticas oficiais de alguma forma alinhada ao modelo neoliberal, ela se viabiliza por várias estratégias articuladas entre si: a descentralização dos serviços educacionais, a autonomia pedagógica e, frequentemente, financeira, a participação dos pais, extensão do poder do Estado aos diretores de escolas e à comunidade etc. Não falta a crítica de que a descentralização seria uma forma de desdobramento do poder central, repartindo esse poder com as escolas e comunidades, no sentido de diminuir o papel do Estado. Nesse sentido, a compreensão sobre a função da gestão educacional deve fundar-se no seu caráter histórico e nos determinantes que influenciam no seu delineamento e na sua constituição. Para Libâneo, Oliveira e Toschi (2012), são cinco concepções de organização e gestão1 atualmente apresentadas na escola: a técnico-científica, a autogestionária, a gestão colegiada, a interpretativa e a democrático-participativa. A concepção técnico-científica 1 Os autores defendem – em razão da variedade de entendimentos – a expressão organização e gestão, em que organização é compreendida como unidade social que reúne pessoas que interagem entre si e que opera por meio de estruturas e processos organizativos próprios, para se alcançar os objetivos da instituição e gestão, o processo de tomada de decisões e a direção e controle dessas decisões. LEITURAOBRIGATÓRIA 11 LEITURAOBRIGATÓRIA (burocrática), em sua versão mais recente, é conhecida como modelo de gestão da qualidade total, com utilização mais forte de métodos e práticas de gestão da administração empresarial. A concepção autogestionária se caracteriza pela ausência de direção centralizada e pela acentuação da participação direta e por igual de todos os membros de instituição. A concepção da gestão colegiada baseia-se no principio da colegialidade, ou seja, compartilhamento de objetivos e significados comuns das pessoas, por meio do diálogo e da deliberação coletiva. A concepção interpretativa considera como elementos prioritários na análise dos processos de organização e gestão os significados subjetivos, as intenções e a interação das pessoas. A concepção democrático-participativa defende a explicitação de objetivos sociopolíticos e pedagógicos da escola, pela equipe escolar. Baseia-se na relação orgânica entre a direção e a participação dos membros da equipe, garantindo-se a gestão participativa, mas, também, a gestão da participação. Os autores enfatizam que as concepções raramente se manifestam em sua forma pura, e eventualmente mesmo que a direção e a equipe escolar optem por um tipo de concepção, na prática podem efetivar modelos convencionais ou burocráticos. Frente aos desafios colocados para a escola na atualidade, à gestão cabem importantes responsabilidades que estão vinculadas à definição do modelo de sociedade que se desejaconstruir: quais os objetivos da escola frente a essa concepção, em que consistem as aprendizagens escolares. A ação contínua de refletir sobre as práticas de gestão desenvolvidas na escola oportuniza compreender as concepções que dirigem essas práticas no sentido de buscar ações mais efetivamente vinculadas com o propósito de uma educação com qualidade social. O objetivo principal da escola são o ensino e a aprendizagem, que se realizam pelas atividades pedagógicas, curriculares e docentes, que, por sua vez, são viabilizadas pelas formas de organização e de gestão escolar. 12 LINKSIMPORTANTES Quer saber mais sobre o assunto? Então: Sites Acesse o texto “Políticas Educacionais, participação e gestão democrática da escola na contemporaneidade brasileira” de Paulo Gomes Lima, Maria Alice de Miranda Aranda e Antonio Bosco de Lima. Trata-se de uma análise dos condicionantes sócio-históricos das políticas educacionais no Brasil, o entendimento da participação como um dos canais do processo democrático e a gestão democrática da escola a partir da década de 1990. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/epec/v14n1/1983-2117-epec-14-01-00051.pdf>. Acesso em: 09 dez. 2016. O artigo “Neoliberalismo e educação – lógicas e contradições” de Claudia de Carvalho Cosmo e Silvia Aparecida de Souza Fernandes, reflete sobre as políticas neoliberais no contexto educacional a partir das lógicas e contradições engendradas nessa relação. Disponível em: <http://www.histedbr.fae.unicamp.br/acer_histedbr/seminario/seminario8/_ files/gYCRdDvb.pdf>. Acesso em: 1 fev. 2014. Dinair Leal da Hora apresenta o resultado de pesquisa realizada nos municípios da baixada fluminense, cujo foco foi a análise dos modelos de gestão assumidas pelas escolas desses municípios no texto “Gestão nos Sistemas Educacionais: Modelos de Organização Educacional e Práticas exercidas”. Disponível em: <http://www.anpae.org.br/iberolusobrasileiro2010/cdrom/27.pdf>. Acesso em: 1 fev. 2014. Entrevista realizada pela revista Nova Escola a Paulo Freire, tendo a participação de Moacir Gadotti. Em suas declarações o educador brasileiro fala sobre a importância da esperança para as transformações e conta o que faria se estivesse em sala de aula. Disponível em <http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/paulo-freire-podemos- reinventar-mundo-entrevista-640706.shtml>. Acesso em: 1 fev. 2014. 13 LINKSIMPORTANTES Vídeos “Gestão escolar democrática” com Vitor Henrique Paro. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=WhvyRmJatRs>. Acesso em: 1 fev. 2014. No vídeo, o teórico faz uma reflexão sobre administração e gestão, sobre racionalização do trabalho e coordenação, também a respeito da lógica do capital e a lógica da escola, e sobre o diretor como um educador. Instruções: Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema. AGORAÉASUAVEZ Questão 1: O desenvolvimento das tecnologias e as transformações por elas impulsionadas influenciam todos os campos da vida mo- derna. Grande parte das atividades e das tarefas que realizamos no cotidiano é via- bilizada pela incorporação das novas tec- nologias. O impacto disso também se faz sentir no ambiente escolar, delineando no- vos objetivos e valores para a escola e re- presentando desafios para a educação na atualidade. Analise as práticas realizadas na escola e observe como esses impactos estão se manifestando. Indique algumas ações práticas que demonstrem essa situ- ação vivenciada na escola. 14 Questão 2: Diante da importância das inovações tec- nológicas na sociedade atual, muitos estu- diosos utilizam o termo sociedade do co- nhecimento ou sociedade tecnológica para destacar o papel da ciência e do saber. Os espaços de aprendizagem se ampliaram de maneira que a escola não é mais o único nem o mais eficiente meio para a apropria- ção e a produção do conhecimento. Diante disso é possível afirmar que: a) A escola perdeu sua função, não havendo mais como resgatá-la, somente com uma ação intervencionista do Estado. b) Está ocorrendo um processo de crescente desescolarização da sociedade, indicando o surgimento de novas alternativas para o processo educativo formal. c) Isso não indica o fim da escola como instituição educativa, mas sim um processo de reestruturação dos sistemas educativos e dessa instituição. d) A educação a distância será o único caminho, uma vez que democratiza o acesso ao conhecimento. e) A privatização será a melhor alternativa para a escola, uma vez que vai melhorar as condições físicas e de equipamentos necessários para uma educação de qualidade. Questão 3: O neoliberalismo preconiza a minimização do Estado e a liberdade de iniciativa eco- nômica, defendendo que nela estão assen- tadas as condições para as demais liber- dades, a política, a religiosa, a individual, dentre outras. No tocante à educação, a orientação política do neoliberalismo de mercado evidencia: a) A importância da democratização da educação como forma de possibilitar o acesso às camadas majoritárias da população, aos conhecimentos necessários para uma atuação social consequente. b) Ideologicamente, a crise e o fracasso da escola pública, como decorrência da incapacidade administrativa e financeira do Estado. c) A importância das políticas públicas para a garantia dos direitos e a formulação de projetos com metas quantificáveis, a fim de maior controle dos gastos públicos. d) A valorização do Estado tanto na economia quanto na Educação, como forma de garantir a equalização social. e) Que o financiamento público deve atender somente as escolas de educação básica, para melhorar a qualidade do ensino e posteriormente investir no ensino superior. AGORAÉASUAVEZ 15 Questão 4: Ao lado dos avanços técnicos e científicos, convive-se com o desemprego, o analfabe- tismo tecnológico, a falta de condições dig- nas de vida para um contingente represen- tativo da população. Diante disso, como a escola deve posicionar-se, considerando uma postura crítica e reflexiva sobre as re- lações escola e sociedade? a) Buscando o conhecimento técnico, o conhecimento científico e a qualificação para submetê-los ao controle democrático da esfera pública, voltado ao atendimento das necessidades humanas. b) Reagindo de forma enfática e contundente, ao demonstrar seu posicionamento por meio de ações e práticas de enfrentamento concreto. c) Entendendo que a escola reproduz as relações da sociedade e que, em virtude da função que exerce, não tem condições de propor alternativas para um novo projeto de sociedade. d) Compreendendo seu papel de responsável pelas transformações sociais e criando as condições perfeitas para a apropriação dos conteúdos científicos. e) Formando o quadro de profissionais necessários para o desenvolvimento e para a geração de riquezas, atendendo às necessidades do mundo produtivo. Questão 5: Ao se tratar de uma pedagogia da quali- dade, é preciso situá-la numa perspectiva diferenciada da lógica economicista que coloca a escola como empresa e o aluno como cliente. Assim, por educação de qua- lidade deve-se compreender: I. Aquela mediante a qual a escola promove, para todos, o domínio dos conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades cognitivas e afetivas. II. A formação voltada para a cidadania, para a formação de valores – valorização da vida humana em todas as suas dimensões.III. Aquela que está subordinada ao modelo econômico e a serviço dele, uma vez que a escola faz parte de um contexto social e sofre suas determinações. IV. O desenvolvimento de habilidades técnicas, a incorporação de conhecimentos, de novas formas de solidariedade social, de vinculação entre trabalho pedagógico e lutas sociais. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I, II e III. b) II, III e IV. c) I, II e IV. d) I e IV. e) III e IV. AGORAÉASUAVEZ 16 Questão 6: A educação é uma prática social e, sendo um fenômeno essencialmente humano, é situada historicamente. Libâneo, Oliveira e Toschi (2012) descrevem que a educação se manifesta em diferentes modalidades, uma não intencional e informal, que com- preende as influências do meio social sobre o indivíduo, e outra intencional, que indica o conjunto de atividades intencionais em que existem relações pedagógicas. Cite alguns exemplos de cada uma das modalidades. Questão 7: As concepções de educação escolar refe- rem-se às formas de compreender as fun- ções sociais e pedagógicas da escola. Mui- tas são as classificações das concepções de educação, elaboradas por teóricos e es- tudiosos. No âmbito da prática escolar, algu- mas concepções se manifestam de manei- ra mais frequente, tais como a concepção tradicional, a tecnicista, a nova (ou ativa) e a sociocrítica. Pode-se afirmar que a con- cepção tradicional e a tecnicista são as mais conservadoras. Quais são as características dessas concepções e como é possível iden- tificá-las nas práticas realizadas na escola? Questão 8: A educação como um direito universal bá- sico e condição para a emancipação social precisa contemplar os interesses da maioria da população. Portanto, gestores, profes- sores, alunos e comunidade escolar devem ser partícipes e agentes transformadores da realidade em que atuam. Nesse sentido, a construção do projeto político-pedagógi- co (PPP) representa um meio de compor e articular os diferentes segmentos visan- do à criação de espaços de participação. Contudo, a reforma educacional brasileira implementada a partir da década de 1990 trouxe como proposta para a gestão da es- cola o Plano de Desenvolvimento da Esco- la (PDE), que está baseado em um modelo empresarial de administração. Isso indica uma diferença conceitual entre o PPP e o PDE, porém não há o impedimento de que ambos ocorram na escola. Como articular os dois instrumentos na gestão escolar? Questão 9: Dentre os objetivos básicos para a constru- ção de uma educação pública de qualidade está a formação ética. Essa questão apa- rece com muita ênfase, uma vez que atu- almente nas diferentes esferas da vida em sociedade verifica-se que esses princípios têm se manifestado de forma contraditória. De que forma a escola pode desenvolver ações visando à formação de valores éti- cos junto aos alunos, considerando o diálo- go e a comunicação como meio essencial para o alcance desses objetivos? AGORAÉASUAVEZ 17 AGORAÉASUAVEZ Questão 10: É possível afirmar que há um desgaste da ideia de escola, em razão da histórica desvalorização da educação por parte do poder público e pelas dificuldades dos edu- cadores em desempenhar sua função de educar e ensinar; ao lado disso, aparecem outros problemas vinculados à crescente complexidade nas relações sociais, à vio- lência, à intolerância, à urgência que per- passa a vida cotidiana. Quais as expecta- tivas em relação à escola, considerando o seu caráter histórico e o seu papel social? Neste tema, você teve a oportunidade de compreender as relações entre escola e sociedade e, nessa perspectiva, os modelos de gestão escolar que se delinearam. Um aspecto importante e descrito no estudo corresponde aos princípios organizacionais da administração de empresas, os quais influenciaram na forma de organização da gestão escolar. A gestão democrática é resultado de um processo de transformações da sociedade, em que, diante das novas concepções teóricas e dos movimentos dos educadores, se coloca como um objetivo articulado a busca da construção de uma sociedade mais igualitária, na qual a educação cumpre o seu papel no sentido da construção da cidadania. Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos! FINALIZANDO 18 ALVES, Giovanni. Terceirização e acumulação flexível do Capital: notas teórico-críticas sobre as mutações orgânicas da produção capitalista. Estud. sociol., Araraquara, v. 16, n. 31, p. 409-420, 2011. Disponível em: <http://seer.fclar.unesp.br/estudos/article/viewFi- le/4513/3960>. Acesso em: 1 fev. 2014. ARANHA, Maria Lucia de Arruda. História da Educação e da Pedagogia: geral e Brasil. 3.ed. rev. e ampl. São Paulo: Moderna, 2006. AZEVEDO, Janete Maria Lins de. O Estado, a política educacional e a regulação do se- tor educação no Brasil: uma abordagem histórica. In: FERREIRA, Naura S. Carapeto; AGUIAR, Márcia A. da S. (Orgs.). Gestão da Educação: Impasses, perspectivas e com- promissos. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2001. FARIA, Horácio Penteado; SILVA FILHO. O empresariado e a educação. In: FERRETTI, Celso João et al. (Orgs.). Novas tecnologias, trabalho e educação: um debate multidiscipli- nar. Petrópolis: Vozes, 1994. KERN, Daniela. O conceito de hibridismo ontem e hoje: ruptura e contato. Métis: História & Cultura, v. 3, n. 6, p. 53-70, jul./dez. 2004. Disponível em: <www.ucs.br/etc/revistas/in- dex.php/metis/article/download/1158/797>. Acesso em: 1 fev. 2014. LIBÂNEO, José Carlos. Concepções e Práticas de organização e gestão da escola: Con- siderações introdutórias para um exame crítico da discussão atual no Brasil. Revista Española de Educación Comparada, Madrid, Espanha, ano 2007, n. 13. Disponível em: <http://professor.ucg.br/SiteDocente/home/disciplina.asp?key=5146&id=3552>. Acesso em: 1 fev. 2014. LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira de; TOSCHI, Mirza Seabra. Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. 10. ed. rev. ampl. São Paulo: Cortez, 2012. PAIVA, Vanilda Pereira. Educação popular e educação de adultos. 3. ed. São Paulo: Loyola, 1985. REFERÊNCIAS 19 REFERÊNCIAS SABAT, Bernardo; TEIXEIRA, Camila; ALMEIDA, Gustavo; DORNELLES, Laura; NÓBREGA, Leonardo; RAMOS, Luiza; MOURA, Ricardo, BRANCO, Paula S. David Harvey: as transformações político-econômicas do capitalismo no final do século XX. PET – Programa de Educação Tutorial –UFPE. Disponível em: <http://petcs.wordpress.com/ quem-somos/>. Acesso em: 1 fev. 2014. VELOSO, Renato. Tecnologias da informação e comunicação: desafios e perspectivas. São Paulo: Saraiva, 2012. Acumulação flexível: “acumulação flexível é um conceito utilizado por David Harvey para caracterizar uma série de práticas com o intuito de quebrar a rigidez do fordismo. A mudança tecnológica constante, a automação, a busca de novas linhas de produtos e nichos de mercado, a dispersão geográfica para zonas onde o controle do trabalho se dá mais facilmente, as fusões e medidas para acelerar o tempo de giro do capital passam, então, ao primeiro plano das estratégias corporativas de sobrevivência. A organização industrial que antes se pautava na produção em larga escala passa a produzir em pequenas quantidades a fim de atingir públicos cada vez mais específicos e acompanhar as rápidas transformações dos padrões de consumo. [...] No sistema de acumulação flexível, as empresas estão preocupadas em diminuir cada vez mais o numero de trabalhadores fixos. Aumentam a quantidade de empregados em tempo integral com habilidades facilmente encontradas no mercado de trabalho, que se caracteriza por uma alta taxa de rotatividade; bem como os de profissionais altamente capacitados, que ganham altos salários, mas substituem, comsuas habilidades de operar e fiscalizar linhas de produção automatizadas, grandes quantidades de trabalhadores fixos sem qualificação” (SABAT et al., 2010, s.p.). A acumulação flexível também é conhecida como toyotismo, modo de produção em que o objetivo principal deixou de ser a produção em massa, centrando-se na eficiência do processo de modo que a produção deve variar de acordo com a demanda. Nesse modelo, o mesmo trabalhador será responsável por diversas funções conforme as necessidades da empresa. Essa flexibilidade foi ampliada com a utilização das novas tecnologias. Houve grande inovação comercial, tecnológica e organizacional, com o objetivo de garantir que o sistema produtivo tenha capacidade de operar dentro de contextos que exigem rápidas mudanças, adaptando-se continuamente às variações da demanda. GLOSSÁRIO 20 Automação: pode ser definida como um conjunto de técnicas que podem ser aplicadas sobre um processo, objetivando torná-lo mais eficiente, ou seja, maximizando a produção com menor consumo de energia, menor emissão de resíduos e melhores condições de segurança, tanto humana e material quanto das informações inerentes ao processo. Força motriz: geralmente, a força (ou potência motriz) é definida como um agente natural, tal como água, vapor, vento, eletricidade etc., usados para transmitir movimento para maquinário, um motor. Também pode ser definida como um conjunto de técnicas que podem ser aplicadas sobre um processo, objetivando torná-lo mais eficiente, ou seja, maximizando os resultados com menor esforço tanto humano e material quanto das informações inerentes ao processo. Globalização: é um fenômeno gerado pela necessidade da dinâmica do capitalismo de formar uma comunidade integrada globalmente – aldeia global – que permita maiores mercados para os países de capitalismo desenvolvido cujos mercados internos já estão saturados. Assim, muitas empresas multinacionais buscaram conquistar novos mercados consumidores, principalmente dos países recém-saídos do socialismo. A concorrência fez com que as empresas utilizassem cada vez mais recursos tecnológicos para baratear os preços e também para estabelecer contatos comerciais e financeiros de forma rápida e eficiente. Hibridismo: é um termo emprestado da biologia darwinista do século XIX, que nas ciências humanas ressurgiu na década de 1980 com o historiador Peter Burke em um pequeno livro intitulado Hibridismo cultural, tão somente à análise desse conceito. Segundo Burke, com a globalização planetária, não há mais como evitar processos de hibridização da cultura. Burke aceita o conceito de hibridização como equivalente, lato sensu, ao de mistura, o que permite que localize tal processo (trata-se agora de um processo, e não, de um estado, como ele faz questão de salientar) em todas as épocas da história, sob os mais variados nomes. O termo hibridismo, herdado do século XIX, não parece muito propício à análise do papel do agente humano e de suas ações conscientes nos processos de “misturas” e “trocas” culturais visto que, como Burke destacou, está muito associado à idéia de processos naturais, que escapam à vontade humana. Para Burke, então, ao mesmo tempo em que os conceitos de “apropriação” e “acomodação” dão conta da ação consciente dos homens no intercâmbio cultural, os de “crioulização” e “hibridização” referem-se a modificações culturais inconscientes (BURKE, apud KERNE, 2004, p. 55-56). Mais-valia: é o termo famosamente empregado por Karl Marx à diferença entre o valor final da mercadoria produzida e a soma do valor dos meios de produção e do valor do trabalho, que seria a base do lucro no sistema capitalista. GLOSSÁRIO 21 GLOSSÁRIO Neoliberalismo: é considerado uma redefinição do liberalismo clássico. Na política, é um conjunto de ideias políticas e econômicas capitalistas que defende a não participação do estado na economia, devendo haver total liberdade de comércio para garantir o crescimento econômico e o desenvolvimento social de um país. O neoliberalismo defende a não intervenção do Estado no mercado de trabalho, a política de privatização de empresas estatais, a livre circulação de capitais internacionais e ênfase na globalização, a abertura da economia para a entrada de multinacionais, a adoção de medidas contra o protecionismo econômico. A educação não é incluída no campo social e político, passando a ser integrada no mercado. Paradigmas: diz respeito a uma representação de um padrão a ser seguido. É um pressuposto filosófico, matriz, ou seja, uma teoria, um conhecimento que origina o estudo de um campo científico; uma realização científica com métodos e valores que são concebidos como modelo; uma referência inicial como base de modelo para estudos e pesquisas (Fonte: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Paradigma>). Patrimonialismo: é uma forma de dominação em que os senhores de terras e mandatários reais são mais fortes que a sociedade, e, nesse sentido, a solidariedade só se estende ao grupo parental. A cidadania, o direito do indivíduo, não tem valor. Essa é uma categoria muito presente nos estudos sobre a formação social brasileira, cuja referência principal é Max Weber, que afirma ser o Estado Patrimonial o representante típico de um conjunto de tradições inquebrantáveis em que o domínio exercido pelas normas racionais é substituído pela justiça do príncipe e seus funcionários. Tudo se baseia então em considerações pessoais. Pedagogia histórico-crítica: segundo Aranha (2006, p. 342) a pedagogia histórico-crítica emergiu na década de 1970 a partir de um grupo de filósofos e pedagogos que buscaram revisar a teoria educacional e elaborar uma teoria pedagógica. Também conhecida como pedagogia crítico-social dos conteúdos e pedagogia dialética, a pedagogia histórico-crítica tem como base teórica o materialismo dialético de Marx, Makarenko e Gramsci e a teoria progressista de Georges Snyders, Bernard Charlot e Bogdan Suchodolski. A tarefa da pedagogia histórico-crítica é reverter o quadro de desorganização que gera uma escola excludente, com altos índices de analfabetismo, evasão, repetência e seletividade. Entre os teóricos que representam essa tendência encontram-se Dermeval Saviani, José Carlos Libâneo, Guiomar Namo de Mello, Carlos Cury, entre outros. 22 Questão 1 Resposta: Nas formas de gestão da escola – financeira, recursos humanos, patrimônio –, na ampliação das exigências feitas ao professor em relação ao planejamento, utilização das tecnologias, participação na gestão da escola, na busca de maior participação da família na escola, na apropriação das novas linguagens comunicacionais tais como Twitter, Facebook, Instagram, o acúmulo de informações e as possibilidades de armazenamento. Questão 2 Resposta: Alternativa C. Questão 3 Resposta: Alternativa B. Questão 4 Resposta: Alternativa A. GABARITO Sistema produtivo: forma como as sociedades se organizam para produzir os recursos necessários à sua sobrevivência; diz respeito à maneira como os grupos sociais atendem às necessidades materiais de suas vidas. Na sociedade feudal existente na Idade Média, prevalecia um sistema produtivo de autossustento, predominantemente agrícola, familiar. Mesmo com o desenvolvimento de um comércio nos povoados que se formavam pela Europa, permanecia um tipo de sistema produtivo familiar. Com o crescimento das cidades e a expansão do comércio, o sistema de produção doméstico se desenvolve, significando a perda da independência dos artesãos na produção de seu trabalho. Em meados do século XVIII, se iniciara a revolução científico-tecnológica, surgindo o sistema fabril, que se desenvolve ao longo do século XIX até nossos dias. GLOSSÁRIO 23 Questão 5 Resposta: Alternativa C. Questão 6 Resposta: A educação informal pode ser exemplificada nos costumes, na religião, nas leis,nos fatos físicos, nas ideias vigentes, nas práticas das famílias, dentre outras. A educação intencional se divide em formal e informal e se caracteriza pela intencionalidade do ato educativo, podendo ocorrer ou não em instâncias de educação escolar. Questão 7 Resposta: A concepção tradicional está centrada na transmissão do conteúdo e na autoridade do professor, e a tecnicista coloca destaque na formação técnica, mas também vincula-se à transmissão do conteúdo. A escola, ainda que com algumas ressalvas, mantém as práticas tradicionais e tecnicistas na forma como organiza as turmas, na definição do currículo, na realização das avaliações, no conhecimento centrado na figura do professor, na valorização do livro didático sem buscar outras fontes de conhecimento, no autoritarismo exercido pelo professor, na ausência de espaços de participação do aluno. Questão 8 Resposta: O PDE pode financiar projetos elaborados pelas escolas, e o PPP não prevê recursos orçamentários para ações que a escola queira desenvolver. Contudo, o PPP representa a definição das finalidades e da organização do trabalho na escola, definindo a orientação filosófica da escola, numa perspectiva crítica e inclusiva. Já o PDE é um instrumento de planejamento gerencial e, portanto, não reflete a escola numa perspectiva mais ampla. A possibilidade de articulação de ambos está na perspectiva colocada pela gestão democrática, que prevê a participação e a transparência no desenvolvimento das ações propostas pelo conjunto da escola. Questão 9 Resposta: A escola pode favorecer, por meio da gestão democrática, espaços para a participação, para o aprendizado da democracia. Isto é, com a elaboração do projeto político- pedagógico de forma conjunta, ouvindo e debatendo as opiniões dos alunos e dos demais atores do processo, a criação do grêmio estudantil, a criação de grupos representativos dos alunos, a realização de debates sobre temas de interesse dos alunos, a definição de normas GABARITO 24 de conduta junto com os alunos. Assim será possível investir na capacidade do indivíduo de situar-se em relação aos outros, que desenvolverá autonomia, com o conhecimento de regras e normas sociais resultante de acordos mútuos, da formação de indivíduos competentes para expressar suas ideias, seus desejos e vontades, incluindo a perspectiva do outro. Questão 10 Resposta: A escola é uma instituição fundamental e, em especial para as camadas majoritárias da população, é a possibilidade de acesso ao conhecimento científico, ao desenvolvimento de competências cognitivas, à preparação para a vida profissional, ao aprendizado de valores, à cultura e à vivência de atividades criativas. Assim a escola, movida pela vontade humana, pode ser um espaço de criação e transformação visando à emancipação humana. A ação dos indivíduos pode implementar, e tem implementado, como muitas experiências demonstram, mudanças nos aspectos pedagógicos, tecnológicos, culturais e metodológicos com vistas a uma educação com qualidade social. GABARITO
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